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Resumo de Jurisdição Constitucional AV1

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JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL
Aula 1 03/08/2017
 
1. Poder Judiciário - Estrutura
 
1.1) Poder Judiciário / Função Típica = Prestação jurisdicional - processar e julgar, compor as lide.
 
1.2) estrutura / Previsão Constitucional = art. 92 e seguintes da CRFB/88
 
1.3) Supremo tribunal Federal (STF)
 
1.3.1 - Regras: art. 11, 102 da CRFB/88.
 
1.3.2 - Funções: Guardião da Constituição = processos de julgamento de pedido de extradição
 
1.3.3 - Estrutura: 11 Ministros
 
1.4) Superior Tribunal de Justiça (STJ)
 
1.4.1 - Previsão: Art. 104, 105 da CRFB/88
 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
 
I - Um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
II - Um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
 
1.4.2 - Função: 
 
Especificas:
 
Convalidação de sentença estrangeira
Concessão de Exequatur em Carta Rogatória
 
1.4.2 - Estrutura: 33 Ministros
 
 
 
1.5) tribunal de Justiça:
 
1.5.1 Função: Justiça Estadual
 
1.5.2: Órgão Especial: TJERJ = 25 desembargadores que responderão pelo pleno. 
 
Federação: Sede do Estado: Fica na Capital do Estado. 
 
Sede do Município: Fica no centro da Cidade
 
 
 
Federação:
 
Autonomia político administrativa
 
Autogoverno: Cada Estado pode escolher seus próprios governantes
Auto-gestão: 
Auto-organização: Capacidade de se organizar em sua sociedade, cada Estado pode ter sua própria Constituição (o DF tem sua própria lei orgânica)
 
 
FORMA DE GOVERNO = REPÚBLICA
FORMA DE ESTADO = FEDERAÇÃO
REGIME DE GOVERNO = DEMOCRÁTICO
 
 
Art. 60, § 1° - Ler (emendas a CRFB):
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
 
I - De um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - Do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - A forma federativa de Estado;
II - O voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - Os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
 
 
Exemplos de autogovernos sem intervenção.
 
Art. 33 § 3° CRFB/88 = auto-gestão sem autogoverno - Territórios federais 
 
Só a União trata de assuntos soberanos: ex: Guerras, tratados de paz etc.
 
CASO CONCRETO AULA 1
 
Caso 1- Súmula vinculante 
 
(OAB – XIX Exame unificado) O instituto da súmula vinculante aos poucos vai tendo suas características cristalizadas a partir da interpretação dos seus contornos constitucionais pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Considerando a importância assumida pelo instituto, determinada associação de classe procura seu advogado e solicita esclarecimentos a respeito dos legitimados a requerer a edição da súmula vinculante, dos seus efeitos e do órgão que pode editá-la. 
 
Com base no fragmento acima, assinale a opção que se apresenta em consonância com os delineamentos desse instituto.
 
A) Pode ser editada pelos tribunais superiores quando houver reiteradas decisões, proferidas na sua esfera de competência, que recomendem a uniformização de entendimento junto aos órgãos jurisdicionais inferiores.
 
B) Estão legitimados a propor a sua edição, exclusivamente, os legitimados para o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade, estabelecidos no Art. 103 da Constituição Federal.
 
C) Pode dizer respeito a qualquer situação jurídica constituída sob a égide das normas brasileiras, de natureza constitucional ou infraconstitucional, e ser especificamente direcionada à resolução de um caso concreto, nele exaurindo a sua eficácia.
 
D) A vinculação sumular incide sobre a administração pública direta e indireta e os demais órgãos do Poder Judiciário, não podendo, porém, atingir o Poder Legislativo.
 
Obs: Administração pública não é poder executivo, e sim o Estado realizando função de gestão, o executivo de forma típica e os demais de forma atípica. O legislativo exercendo sua função típica, qual seja, legislar, não necessita observar tais sumulas. 
 
Caso 2
 
Caso concreto: João das Neves, revoltado com a situação política do Brasil, adentrou em uma audiência pública que estava sendo realizada pela Câmara dos Deputados e atirou 5 vezes na direção da mesa diretora da casa. Sendo certo que João não tinha treinamento com armas de fogo, os 5 tiros atingiram apenas as paredes do plenário. Com base nesse cenário, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
 
a) Considerando que João foi denunciado por tentativa de homicídio, a quem compete o processo e julgamento?
O processo e julgamento são de competência do Tribunal do Júri. Súmula vinculante 45-STF: A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecida exclusivamente pela Constituição Estadual.
 
b) Caso João seja condenado, poderia ele recorrer? Para qual órgão do poder judiciário?
 
Caso seja condenado, João das Neves pode recorrer interpondo Apelação no Tribunal de Justiça. Desde que fundamentada no art. 593, III, e suas alíneas a, b, c ou d, do CPP. 
 
CONTINUAÇÃO DO CASO SEMANA 2:
 
Prova: 32º Exame de Ordem - 1ª fase - Caderno X 
 
1 - Assinale a opção correta no que se refere ao regime da repartição constitucional de competências entre os órgãos da função jurisdicional. 
 
a. Ao STF compete processar e julgar, originariamente, mandados de segurança contra ato do presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do procurador-geral da República, dos ministros de Estado e do próprio STF. 
 
b. Ao STF compete julgar, em grau de recurso ordinário, habeas corpus e mandados de segurança decididos em única ou última instância pelos tribunais superiores, se denegatória a decisão.
 
c. Ao Superior Tribunal de Justiça compete julgar, em grau de recurso ordinário, habeas corpus e mandados de segurança decididos em única ou última instância pelos tribunais regionais federais (TRFs) ou pelos tribunais dos estados, se denegatória a decisão. 
 
d. Aos TRFs compete processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança impetrados contra ato de juiz federal ou contra ato do próprio tribunal.
 
 
 
Aula 2 - 10/08/2017
 
2.1 Princípios importantes:
 
2.1.1 - Principio da supremacia da constituição: A Constituição de 1988 é a espécie normativa mais importante de nosso ordenamento jurídico. Portanto, qualquer outra espécie normativa ou ato do poder público que venha a afrontarqualquer de seus dispositivos ensejara o fenômeno "Inconstitucionalidade".
 
2.1.2 - Principio da simetria: Determina equivalência entre assuntos de temas análogos existentes na CRFB/88 e nas Constituições estaduais / LODF.
 
2.1.3 - Princípio da presunção de constitucionalidade: Todos os atos do poder público ou espécie normativa presumem-se constitucionais até que sejam arguidas em sede judicial.
 
 
2.2 Ordem Constitucional: (novo na Doutrina)
 
CRFB/88 - Pois está positivado 
Princípios gerais do Direito Constitucional
Doutrina do Direito Constitucional
Julgados do STF
 
Essas quatro alíneas formam a Ordem Constitucional em sentido amplo. 
 
 
Considerações: 
 
O Congresso nacional é bicameral (Senado federal + Câmara dos Deputados) 
 
Obs: A Câmara possui 513 Deputados. 
 
Federação: Autonomia política e administrativa
Autogoverno (escolhe seu governo)
Autogestão (o governante governa)
Auto-organização (cada um legisla)
 
 
Aula 2 (continuação) - 17/08/2017
 
 
2.3 inconstitucionalidade: 
 
2.3.1 conceito: Toda vez em que houver agressão à ordem constitucional haverá, consequentemente, a eclosão de um fenômeno denominado "inconstitucionalidade".
 
2.3.2 espécie: (Vício)
 
A) Inconstitucionalidade Material: Também denominada substancial ou vício NOMOESTÁTICO e àquela que diz respeito à substância, matéria ou essência do ato.
 
Ex. Decretação de prisão preventiva sem os devidos pressupostos de legalidade; licitação fraudulenta.
 
B) Inconstitucionalidade Formal: Também denominada procedimental ou vicio NOMODINÂMICO e àquela que diz respeito ao processo de elaboração legislativa. 
 
B1- NOMODINÂMOCO subjetivo: quando diz respeito a um vício ocorrido na fase da iniciativa no processo legislativo. 
 
B2- NOMODINÂMICO objetivo: quando o vício ocorre nas outras fases do processo legislativo. 
 
 
2.4 Controle de constitucionalidade:
 
2.4.1 Conceito: 
É um conjunto de natureza política, jurídica e/ou política jurídica que tem por finalidade, quando acionado, prevenir ou reprimir (fase jurídica) a ocorrência de um vicio de constitucionalidade. Em nosso país esse controle é sedimentado desde a primeira constituição republicana (1891). Atende à forte influência do controle Inglês e Norte Americano. Pode ser acionado pela sociedade, modo geral, mas em casos excepcionais, somente pelos chamados “agentes legitimados” previstos constitucionalmente. 
Caracteriza-se, em princípio, como um mecanismo de correção presente no ordenamento jurídico, consistindo em um sistema de verificação da conformidade de um ato (lei, decreto etc.) em relação à Constituição.
 
O controle de constitucionalidade pode ser preventivo (aquele realizado durante o processo legislativo de formação do ato normativo e antes do projeto de lei ingressar no ordenamento jurídico) ou repressivo, que será realizado sobre a lei e não mais sobre o projeto de lei, após o término de seu processo legislativo e seu ingresso no ordenamento jurídico.
 
2.4.2 Gênero: 
PREVENTIVO: é aquele que ocorre com a intenção de se evitar a ocorrência do fenômeno da inconstitucionalidade. Normalmente ocorre ao nível de poder executivo e legislativo. 
Poder legislativo: Comissão de Constituição e justiça (CCJ);
Poder executivo: Veto;
Exceção: Art. 6, § 4°. Toda vez que for proposta PEC ou apresentado um projeto de lei que venha a confrontar cláusula pétrea, bastará para sua impugnação simples mandado de segurança junto ao STF intentado por parlamentar federal (Senador ou Deputado) 
REPRESSIVO: também chamado controle judicial, judiciário ou jurisdicional. É aquele que ocorre já ao nível de poder judiciário. 
 
2.4.3 Vias do Controle de Constitucionalidade 
 
Vias de defesa: Remédios jurídicos constitucionais:
Habeas corpus;
Mandado de segurança;
M.S coletivo;
Mandado de injunção (M.I coletivo);
Habeas data;
Ação popular.
Via de exceção: Arguição de Incidente de Inconstitucionalidade.
Vias de ação: Ações Constitucionais previstas na própria CRFB/88:
Ação direta de inconstitucionalidade (ADI)
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (AIO)
Ação direta de Constitucionalidade (ADC)
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – (ADPF)
Representação de Inconstitucionalidade (RI).
Existem dois sistemas ou métodos de controle judiciário de constitucionalidade repressivo:
A) controle concentrado, abstrato ou reservado ou de via de ação: É aquele onde se procura obter a declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo em tese, independentemente da existência de um caso concreto, visando-se à obtenção da invalidação da lei, a fim de garantir-se a segurança das relações jurídicas, que não podem ser baseadas em normas inconstitucionais. A declaração de inconstitucionalidade é, pois, o objeto principal da ação.
 Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica – ADI ou ADIn (art. 102, I, a, CF/88);
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva – ADIn Interventiva (art. 36, III, CF/88);
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão – ADIN por Omissão (art. 103, § 2º);
Ação Declaratória de Constitucionalidade – ADECON ou ADC (art. 102, I, a, in fine, CF/88);
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF (art. 102, § 1º, CF/88).
Via de ação;
Provocado apenas por agentes legitimados e só tramita em “órgão de cúpula” do poder judiciário (STF ou TJ);
Efeito: ERGA OMNES + EX TUNC;
Fiscalização: In abstrato. 
 
B) controle difuso, concreto ou aberto ou de via de exceção: é exercido por qualquer juiz ou tribunal, todas as esferas normativas (leis ou atos normativos federais, estaduais, distritais e municipais) estão sujeitas a este controle respeitada a competência do órgão jurisdicional, evidentemente. Também conhecido como controle por via de exceção, caracteriza-se pela permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal realizar no caso concreto a análise sobre a compatibilidade do ordenamento jurídico com a Constituição.
Via de defesa + via de exceção;
Provocado por cidadão comum e tramita em varas judiciais de estrutura comum do poder judiciário;
Efeito: INTER PARTES + EX TUNC;
Fiscalização: in concreto.
Obs: Quanto à modulação do efeito: Haverá “modulação” do efeito EX TUNC para EX NUNC quando houver necessidade de segurança jurídica e esta modulação contar no próprio Acórdão declaratório de inconstitucionalidade, aprovado por 2/3 do respectivo órgão julgador. 
Espécie Normativa: Nos termos do artigo 59 da Constituição Federal, são espécies normativas: emendas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
 
Leis: 
 
1- Constituição 
2- Leis:
2.1- Complementar: É a lei criada para complementar as normas constitucionais. Deve ser aprovada por maioria absoluta, ou seja, pela maioria do total de membros que integram a respectiva Casa Legislativa votante (Senado ou Câmara de Deputados). Suas hipóteses de regulamentação estão taxativamente previstas na Constituição Federal.
 
2.2- Ordinária: Lei Ordinária. Complementa as normas constitucionais que não forem regulamentadas por lei complementar, decretos legislativos e resoluções. Deve ser aprovada por maioria simples, ou seja, pela maioria dos presentes à reunião ou sessão da Casa Legislativa respectiva no dia da votação.
 
2.3- Delegada: Lei delegada. É uma lei equiparada à lei ordinária. A competência para a sua elaboração é do Presidente da República, desde que haja pedido e delegação expressa do Congresso Nacional. A delegação é efetivada por resolução, na qual conste o conteúdo juntamente com os termos do exercício desta atribuição.
 
 
Atos Normativos:
 
1- Decretos
2- Portarias 
3- Resoluções 
4- Provimento 
 
Atos do poder público: 
 
1- Nomeações 
2- Obras Públicas 
3- Contratos Públicos 
4- Licitações 
Etc. 
 
 
 
AULA 3 - Dia 24/08/2017
 
O FENÔMENO DA INCONSTITUCIONALIDADE
 
Conceito: violação do disposto na Constituição ou dos princípios nela consignados, que poderáverificar-se em razão de ato comissivo (ação) ou por omissão do Poder Público.
 
 
	Espécies de Inconstitucionalidades:
 
Inconstitucionalidade por Ação - A Inconstitucionalidade por Ação conhecida também como positiva ou por atuação tem como objetivo a verificar a incompatibilidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos do Poder Público) em relação à Constituição.
Incompatibilidade por Omissão – decorre por inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.
 
Normas de Eficácia Limitada - de São aquelas que não produzem a plenitude de seus efeitos, dependendo da integração da lei.  Não contêm os elementos necessários para sua executoriedade, e se não forem devidamente regulamentadas pelo legislador carecem de vício de constitucionalidade e podem ser consideradas normas inconstitucionais por omissão legislativa.
 
 
 
CASO CONCRETO AULA 03
 
Questão objetiva: 
 
Quando se tem uma norma ao mesmo tempo material e formalmente inconstitucional? 
 
(a) Quando a norma infraconstitucional conflita com o texto da Constituição da República. 
 
(b) Quando na elaboração da norma infraconstitucional, não se observa rigorosamente o processo de sua elaboração. 
 
(c) Quando o conteúdo da norma infraconstitucional conflita com o texto da Constituição da República e também contém vício com relação a sua formação. 
 
(d) Quando a norma infraconstitucional se conforma perfeitamente com o texto da Constituição da República, mas não com os tratados internacionais sobre direitos humanos.
 
 
Questão discursiva: 
 
(OAB – XX Exame Unificado) O Presidente da República edita medida provisória estabelecendo novo projeto de ensino para a educação federal no País, que, dentre outros pontos, transfere o centenário Colégio Pedro II do Rio de Janeiro para Brasília, pois só fazia sentido que estivesse situado na cidade do Rio de Janeiro enquanto ela era a capital federal. Muitas críticas foram veiculadas na imprensa, sendo alegado que a medida provisória contraria o comando contido no Art. 242, § 2º, da CRFB/88. Em resposta, a Advocacia-Geral da União sustentou que não era correta a afirmação, já que o mencionado dispositivo da Constituição só é constitucional do ponto de vista formal, podendo, por isso, ser alterado por medida provisória. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. 
 
A) Segundo a Teoria Constitucional, qual é a diferença entre as denominadas normas materialmente constitucionais e as normas formalmente constitucionais? 
 
As normas materiais possuem status constitucional em razão do seu conteúdo, pois estabelecem normas referentes à estrutura organizacional do Estado, à separação dos Poderes e aos direitos e as garantias fundamentais, enquanto as normas em sentido formal só possuem o caráter de constitucionais porque foram elaboradas com o uso do processo legislativo próprio das normas constitucionais
 
B) O entendimento externado pela Advocacia-Geral da União à imprensa está correto, sendo possível a alteração de norma constitucional formal por medida provisória?
 
Está incorreto, pois, independentemente da essência da norma, todo dispositivo que estiver presente no texto constitucional, em razão da rigidez constitucional, só poderá ser alterado pelo processo legislativo solene das emendas constitucionais, tal qual previsto no Art. 60 da CRFB/88.

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