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02 Fontes do direito internacional publico

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Fontes do direito internacional público
A doutrina divide as fontes em formais e materiais.
Formais – é o atendimento a um conjunto de procedimento que determina a validade de uma regra.
Materiais – são os elementos fáticos, atinentes às ordens social, econômica e política, que num momento histórico conduzem à edição de uma determinada regra.
Definição das fontes do DI segundo o art. 38 da Corte Internacional de Justiça:
1. A corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, quer estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral e aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais do direito, reconhecidas pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva da disposição do art. 59 [que dispõe que a decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão], as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio de auxiliar para a determinação das regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
Apesar da Corte reconhecer as fontes aqui citadas, ela não reconhece outras duas importantes nascentes do DIP.
atos unilaterais dos Estados;
resoluções que se originam nas organizações internacionais.
De acordo com a CIJ, não existe uma hierarquia entre as fontes. Entretanto, tem se admitido uma hierarquia normativa entre as normas de DIP, que poderia ser determinada pelo grau de universalidade da regra ou à sua posição cronológica.
De acordo com parte da doutrina, o único caso de hierarquia entre as normas de DIP, seria o conflito de uma norma imperativa, Jus cogens, com uma fonte da regra convencional ou costumeira.
A principal fonte do DI é sem dúvida alguma os tratados, em razão da segurança e estabilidade que trazem nas relações internacionais e também fundados na vontade livre e conjugada das nações.
Tratados
A chamada “Lei dos Tratados” ou “Códigos dos Tratados”, a convenção de Viena de 1969 é um dos mais importantes documentos concluídos na história do direito internacional público, que não se limitou apenas na codificação de regras gerais referentes aos tratados concluídos entre os Estados, mas também preocupou-se em regular todo tipo de desenvolvimento progressivo daquelas matérias ainda não consolidadas.
A expressão Tratado identifica todo e qualquer acordo internacional, independente de sua formulação.
A terminologia usada para identificar tratados internacionais é ampla: tratado, convenção, protocolo, declaração, carta, pacto, estatuto, acordo, concordata (utilizada exclusivamente para tratados firmados pela Santa Sé, códigos de conduta, trocas de nota, troca de cartas, compromisso e regulamento.
Definição (art. 2º, I, a)
 Tratado é um acordo internacional celebrado por escrito entre Estados e regido pelo direito internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação particular. (Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados)
Destacam-se duas regras basilares do DI, reconhecidas pela Convenção de Viena:
pacta sunt servanda (art. 26) e art. 27
rebus sic stantibus (art. 62)
Classificação
1) Quanto ao número de participantes
Os tratados podem ser:
bilaterais (ou particulares); 
multilaterais (ou coletivos). Isto é, podem ser concluídos entre dois ou mais sujeitos de Direito Internacional.
2) Quanto ao procedimento utilizado para a sua conclusão
tratados Strictu sensu - são aqueles em que se nota, para a sua conclusão, um procedimento complexo composto de duas fases internacionalmente distintas: a primeira iniciada com as negociações e culmina com a assinatura de seu texto e, a segunda vai da assinatura à ratificação.
tratados em forma simplificada - são aqueles em que para a sua conclusão, existe apenas uma única fase, consistente na assinatura do acordo, momento em que as partes já apõem o seu consentimento definitivo em obrigar-se pelo pactuado. Prescindem, pois de ratificação. Geralmente são tratados bilaterais, concluídos através de troca de notas, sem muitas formalidades.
3)Quanto à execução no tempo
* Transitórios – Tem a sua execução feita de forma instantânea. (cessão de território, estabelecimento de fronteiras)
* Permanentes
(mutalizáveis e não-mutalizáveis) José Francisco Rezek
4)Quanto à natureza jurídica
tratados-lei (tratados normativos)- fixam normas de direito internacional público, podendo ser comparados a verdadeiras leis.
tratados contratos – Há um pacto de acordo com as vontades das partes 
Processo de formação dos tratados
São quatros fases distintas:
as negociações preliminares;
assinatura ou adoção pelo executivo;
a da aprovação parlamentar
ratificação ou adesão ao texto convencional.
Obs: No Brasil, após a sua ratificação, o tratado ainda, é publicado no Diário Oficial da União.
Modificação dos Tratados (art. 39 e 40)
Extinção dos Tratados (art.70)
Fontes primárias

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