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DIREITO PÚBLICO INTERNACIONAL Profª. IASMINE 1 FONTES DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: Fontes clássicas: Art.38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça; Outro ex.: Art. 89, Organização dos Estados Americanos (demarca as fontes que o Cons. Permanente deverá usar no desempenho de suas funções referentes às soluções pacíficas dos litígios, i.e., a Carta, os princípios e normas de Dir. Internacional e os Tratados); * Tratados – é um ato jurídico segundo o qual os Estados e Organizações Internacionais que obtiveram personalidade por acordo entre diversos Estados criam, modificam ou extinguem uma relação de direito existente entre eles. Convenção e tratado são expressões sinônimas (antigamente, Convenção era indicada para acordos de natureza econômica, comercial ou administrativa; Tratado era para acordos de caráter político). Da Convenção sobre o Direito dos Tratados, Viena, 23/05/1969: art. 2.1:“Para fins da presente convenção: Tratado significa um acordo internacional celebrado por escrito entre Estados e redigido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica.” * Costume Internacional (fonte secundária/subsidiária) – Conceito: é o conj. de atos e normas não escritas admitidas por dilatado tempo e observados pelos Estados em relações mútuas, DIREITO PÚBLICO INTERNACIONAL Profª. IASMINE 2 como se direito fossem; ou, conforme o art. 38, CIJ, “uma prática geral aceita como sendo direito”. Saliente-se, é difícil constranger um Estado a acolher normas jurídicas contra a sua vontade. O costume não pode ser imposto de maneira compulsória aos Estados que não cooperam para sua manifestação ou a ele não aderiram. A prática internacional, contudo, destoa da postura voluntarista, pois o tacitum pactum obriga os Estados a observá-la, mesmo os que não tomaram parte na sua formação. O costume é o prosseguimento de um hábito tradicional com a convicção de que o mesmo é obrigatório enquanto o uso é fatível de existir com a interação de atos sem a certeza da obrigatoriedade. * Princípios Gerais de Direito (fonte subsidiária) – regras que se impõem a todos os Estados, qualquer que seja o seu grau de civilização e por eles obedecidos por serem os mesmos ilações lógicas do direito à sua existência. Compreendem os princípios de direito que os Estados reconhecem como obrigatórios em suas relações. * Doutrina – apenas auxiliário do legislador; renovação das acepções jurídicas. (posição adotada por ARAÚJO). * Jurisprudência – Para a clássica concepção: é o “conj. de regras jurídicas que nascem das decisões judiciais”. DIREITO PÚBLICO INTERNACIONAL Profª. IASMINE 3 O decisório dos pretórios e a opinião dos juristas não são fontes e sim meios auxiliários para a determinação das regras jurídicas. Ressalta-se que as decisões da Corte Internacional de Justiça (e dos tribunais arbitrais) somente envolvem obrigações para as partes na controvérsia e em relação ao caso em tela (art.59, Estatuto da CIJ), dado que o stare decisis (precedente de índole vinculatória) não foi agasalhado pelo DIP. * A Eqüidade (aequitas; epieikeia) – é um princípio que abranda o rigorismo da lei. Distingue-se da justiça, pois que esta vê o caso individual do ponto de vista da norma geral, enquanto aquela busca no caso individual a sua própria lei. Em resumo, a justiça e a eqüidade são veredas diferentes para se chegar ao mesmo e único fim – a realização do direito, pois, muitas vezes, a aplicação rígida do preceito legal poderia fazer do direito um instrumento de injustiça, de acordo com o aforismo summum ius summa injuria. * Atos unilaterais (não mencionados no art.38, do Estatuto da CIJ) – o Estado fica vinculado por seus próprios pronunciamentos, i.e. o contido de um ato unilateral é oponível ao autor do mesmo. Ex.: protesto (dissonância do Estado com certa situação); renúncia (abdicar de um direito que lhe pertence); reconhecimento (admitir um novo Estado ou um governo de fato); notificação (comunicar a um outro membro da comunidade internacional de sua aspiração de adotar uma definitiva postura); promessa (prometer submeter-se à jurisdição da CIJ, nos termos do art. 36.2). DIREITO PÚBLICO INTERNACIONAL Profª. IASMINE 4 * Observação: Resoluções das Organizações Internacionais – Resoluções da Assembléia Geral da ONU (não são obrigatórias, não gerando deveres jurídicos; são meramente recomendatórias para os Estados-membros; extra quam si as referentes às contribuições dos Estados-membros para sua supervivência (art.17.2, Carta da ONU), ou as adotadas pelo Cons. De Segurança (art.25, Carta da ONU), uma vez que os membros comprometem-se em aceitá-las e executá-las. * Consenso – reconhecido recentemente como fonte de direitos e obrigações entre os Estados por meio da formulação de um texto, negociado e seu beneplácito, sem votação. (Araújo, p.31)
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