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* COERÊNCIA E COESÃO COERÊNCIA TEXTUAL: UM PRINCÍPIO DE INTERPRETABILIDADE PROFESSOR: ANTONIO DE PÁDUA * É VERDADE QUE A PRÓPRIA “ESTRANHEZA” É PROPICIADORA DA CONSTRUÇÃO DA COERÊNCIA, DO SENTIDO DO TEXTO, CONSIDERANDO-SE INCLUSIVE, QUE RUPTURAS DESSA FORMA JÁ SÃO ESPERADAS NESSE GÊNERO TEXTUAL * VEJAMOS UM NOVO EXEMPLO: OITO ANOS Por que você é Flamengo E meu pai Botafogo? O que significa “impávido colosso”? Por que os ossos doem Enquanto a gente dorme? Por que os dentes caem? Por onde os filhos saem? Por que os dedos murcham Quando estou no banho? Por que as ruas enchem Quando está chovendo? Quanto é mil trilhões Vezes o infinito? Quem é Jesus Cristo? Onde estão os meus primos? * Well, well, well Gabriel... Por que o fogo queima? Por que a lua é branca? Por que a terra roda? Por que deitar agora? Por que as cobras matam? Por que o vidro embaça? Por que você se pinta? Por que o tempo passa? Por que que a gente espirra? Por que as unhas crescem? Por que o sangue corre? Por que que a gente morre? Do que é feita a nuvem? Do que é feita a neve? Como é que se escreve Réveillon? Fonte: Paula Toller/Dunga. CD Partimpim, de Adriana Calcanhoto, São Paulo, 2004. Podemos dizer que o texto acima é um amontoado de frases interrogativas sem ligação entre si? Podemos dizer que se trata de um texto sem coerência? * O que são coerência e coesão textual? Coerência diz respeito a compreensão geral do texto. Ela pode ser encontrada dentro ou fora do texto. Coesão diz respeito aos encadeamentos linguísticos, a organização estrutural de um texto. A coesão não é condição necessária nem suficiente da coerência. A coerência não está apenas no texto, é, também, construída pelo leitor com base em seus conhecimentos prévios. As marcas de coesão encontram-se no texto, enquanto que a coerência não se encontra no texto, mas constrói-se a partir dele, em dada situação comunicativa. Vejamos a tira: * * Princípio de Interpretabilidade CHAROLLES(1983) vai, então, defender a posição de que a coerência é um princípio de interpretabilidade do discurso. A fim de bem entendermos o que afirmou Charolles, vamos ler o texto abaixo: “Como evitar um assalto” “1) Não sair de casa; 2) não ficar em casa; 3) se sair de casa, não sair sozinho, nem acompanhado; 4) se sair sozinho ou acompanhado, não sair a pé nem de carro; 5) se sair a pé, não andar devagar, nem depressa, nem parar 6) se sair de carro, não parar nas esquinas, nem no meio da rua, nem nas calçadas,nem nos sinais. Melhor deixar o carro na garagem e pegar uma condução; 7) se pegar uma condução, não pegar ônibus, nem táxi, nem trem, nem carona; 8)se decidir ficar em casa, não ficar sozinho nem acompanhado; 9) se ficar sozinho ou acompanhado, não deixar a porta aberta nem fechada; 10) como não adianta mudar de cidade ou de país, o único jeito é ficar no ar. Mas não num avião.” * O trecho é constituído de “contradições”, não? Diremos então que se trata de um texto incoerente? Não nos é possível construir um sentido? A ausência de elementos coesivos não é, necessariamente, um obstáculo para essa construção. * Tipos de coerência: Coerência sintática:: está relacionada ao conhecimento linguístico dos usuários. Incoerência sintática: trata-se das ambiguidades linguísticas, do uso inadequado de conectores e de pronomes. Ex.: A médica atendeu a paciente grávida. Estudei muito, mas tirei nota boa. O vizinho está saindo com sua mulher. Coerência Pragmática: está relacionada aos atos de fala que o texto pretende realizar. Esses atos devem estar relacionados e obedecer às condições para a sua realização. Cada ato de fala tem suas condições de realização. Por exemplo, para dar uma ordem, é necessário que o locutor se encontre em posição hierárquica adequada para fazê-lo. Não obedecer essas condições de fala, constituir-se-á em incoerência pragmática, causando efeito de risos como mostra o exemplo a seguir: * * Coerência estilística: trata-se da variação lingüística que ela própria oferece para fazer o locutor se utilizar da linguagem apropriada para cada situação cotidiana. Coerência genérica: diz respeito às exigências do gênero textual. Para exemplificar este tipo de coerência, citamos o gênero textual ANÚNCIO DE CLASSIFICADOS. Esse gênero configura-se geralmente, em texto breve, com abreviações e um conjunto de adjetivações referentes ao “objeto” anunciado. Nesse gênero textual, conforme a prática social, anuncia-se: A venda ou o interesse de compra de bens materiais; Oferta de empregos e serviços; O interesse de encontrar uma companhia ideal para uma vida a dois, etc. O texto a seguir é constituído por anúncios desse último tipo. Vejamos: * * CONCLUSÃO: A coerência é, na verdade, um princípio de interpretabilidade do discurso. A leitura do texto é a construção do sentido. É possível que um texto tenha coerência mesmo que não haja coesão, porém, um bom texto constitui-se de organização, estruturação adequada e, consequentemente, COERÊNCIA E COESÃO. * MENSAGEM 11.09 09.11 LEMBREMOS, TAMBÉM, DOS ACONTECIMENTOS POSITIVOS! * FIM! * * * * * * FIM!!!
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