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Material de estudo I sobre fatores de textualidade coesão e coerênciaArquivo

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1 
 
 
 
 
COERÊNCIA TEXTUAL 
 O que é coerência? 
 
Coerência é o elemento que confere a um texto unidade e clareza, qualidades necessárias para a 
comunicação, estando diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto. 
Em outras palavras, é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto, ser 
entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto numa situação de 
comunicação e à capacidade que o receptor tem para captar o sentido desse texto. 
Dessa forma, a coerência não é algo inerente ao próprio texto, mas é construída na relação desse com os 
interlocutores, ou seja, para que um texto seja coerente, é preciso que faça sentido para alguém. 
 
 Quais fatores contribuem para a coerência? 
 
- Conhecimento de mundo (enciclopédico) – adquirido no contato com o mundo que nos cerca. 
- Conhecimento linguístico – utilização adequada da gramática ou sistema da língua, em que o texto é produzido. 
- Conhecimento compartilhado – parcela de conhecimentos comuns ao produtor e ao receptor do texto. 
 
 Como alcançar a coerência? 
 
- Repetição – na produção de um texto, é natural que haja algumas retomadas, repetições, mas isso requer certos 
cuidados. Quando as repetições são muito frequentes e não têm uma função específica dentro do texto, elas 
podem tornar o texto cansativo. 
 
- Progressão – para que um texto não se torne enfadonho, é necessário que sejam trazidas novas ideias e 
informações, as quais garantirão a continuidade do assunto. O fragmento abaixo é um bom exemplo dessa 
progressão. 
 
Ex.: 
“André e Pedro são fanáticos torcedores de futebol. Apesar disso, são diferentes. Este não briga com quem torce para outro 
time; aquele o faz.” 
 
O termo isso retoma o predicado são fanáticos torcedores de futebol; este recupera a palavra Pedro; aquele, o termo André; o 
faz, o predicado briga com quem torce para o outro time. 
 
- Não-contradição - um texto, para ser coerente, não pode utilizar expressões que contradigam o que já foi dito 
anteriormente. Não se pode, por exemplo, ser contra a violência e, ao mesmo tempo, defender ferrenhamente a 
pena de morte. 
 
Ex.: 
 
1. O petróleo apareceu há muitos séculos, numa época em que os peixes se afogavam dentro d'água. 
 
2. Os índios sacrificavam os filhos que nasciam mortos matando todos assim que nasciam. 
 
3. Animais vegetarianos comem animais não-vegetarianos. 
 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE 
 
ALUNO (A): ____________________________________________________________________ 
 
 
 
2 
 
OBSERVAÇÃO: 
Nem todo texto coeso é coerente e nem todo texto coerente é coeso. Em outras palavras, podemos ter um texto 
cujo sentido seja recuperado facilmente sem que haja ligamentos linguísticos e podemos ter, por outro lado, um 
texto cujas partes estejam ligadas por nexos linguísticos, mas que, no geral, é de difícil compreensão. 
 
COESÃO TEXTUAL 
 
 O que é coesão? 
 
Coesão é um fenômeno localizado, explícito, com marcas linguísticas evidentes, fáceis de serem apontadas. Diz 
respeito à ligação entre as partes de um texto, às relações entre seus segmentos, fazendo a conexão entre as 
ideias do texto e contribuindo para estabelecer a coerência. 
 
 Tipos de coesão 
 
1. Coesão referencial: é quando um termo ou expressão substitui, refere-se a um outro pertencente ao 
universo textual. Esse tipo de coesão ocorre quando os elementos coesivos ou conectivos retomam ou 
anunciam palavras, frases e sequências que exprimem fatos ou conceitos. 
 
2. Coesão sequencial: ocorre por meio dos componentes do texto que estabelecem relações semânticas 
entre orações, períodos ou parágrafos à medida que o texto progride. 
 
 Mecanismos de coesão referencial 
 
i. ANÁFORA – ocorre quando um termo já dito (referente) é recuperado por meio de um item coesivo 
depois. 
 
"Em tudo o que a natureza opera, ela nada o faz bruscamente." (Lamarck) 
"Aquele que recebe um benefício não deve jamais esquecê-lo; aquele que o concede não deve jamais lembrá-
lo." (Pierre Charron) 
 
ii. CATÁFORA – é quando o termo pressuposto (referente) aparece após o termo coesivo. 
 
“Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada, e a oportunidade perdida.” 
(Provérbio Chinês) 
“Ela está no horizonte (...) Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos, e o 
horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe jamais a alcançarei. Então para que serve a utopia? 
Para isso mesmo; para nos fazer caminhar...” (Anônimo) 
 
iii. ELIPSE – se dá quando algum elemento do texto é retirado, evitando a repetição. 
 
“É preciso viver, [é preciso] não apenas existir.” (Plutarco) 
"Me arrependo de coisas que disse, mas jamais [me arrependo] do meu silêncio." (Xenócrates) 
 
iv. REITERAÇÃO – é decorrente da repetição do mesmo item lexical e de outros procedimentos já 
mencionados acima como o emprego de sinônimos, hiperônimos etc. 
 
"Questionar não é duvidar, questionar é querer saber mais!" (Claudio Crow Quintino) 
"Coragem é resistir ao medo, domar o medo. Coragem não é a ausência do medo." (Mark Twain) 
A baleia é o maior mamífero aquático conhecido. 
 
3 
 
 Mecanismos de coesão sequencial 
 
i. JUSTAPOSIÇÃO – serve para estabelecer a sequência no texto, indicando: 
 o tema ou mudança de assunto: "a propósito", "por falar nisso", "mas voltando ao assunto" etc; 
 a sequência temporal: "cinco anos depois", "um pouco mais tarde" etc; 
 a ordenação espacial: "à direita", "na frente", "atrás" etc; 
 a ordem dos assuntos do texto: "primeiramente", "a seguir", "finalmente" etc; 
 
“Fazendo um balanço do que se discutia até o momento, constata-se que os modelos apresentados são 
excessivamente redutores...” 
“Primeiro fazemos nossos hábitos, depois nossos hábitos nos fazem.” (John Dryden) 
 
ii. CONEXÃO – ocorre por meio do uso de conectores. 
 
1. Condição – conexão entre duas orações por meio do conector “se” ou similar. 
"Mundo, mundo, vasto munda! 
Se eu me chamasse Raimunda 
Seria feia de cara 
mas boa de rima.” 
(Carlos Drummond de Andrade) 
 
“Se for dirigir não beba. Se for beber não me chama.” (Anônimo) 
“Se você rouba ideias de um autor, é plágio. Se você rouba de muitos autores, é pesquisa.” (Wilson Mizner) 
 
2. Disjunção – se expressa através do conectivo “ou”, o qual pode ter uma ideia de alternância ou de 
inclusão. 
 
“Tudo o que se pensa ou é afeto ou aversão”. (Robert Musil) 
“Amor ou ódio se manifestam facilmente no nosso rosto.” 
A 
3. Temporalidade – conexão de duas orações por meio da qual são localizados temporalmente eventos, 
estados ou percepção deles. 
 
"Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas." 
(Anônimo) 
“Enquanto houver injustiça social, existirá crime.” 
 
4. Causalidade – conexão entre duas orações, em que uma apresenta a causa que acarreta a consequência 
presente na outra. 
 
 “Mude. Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante do que a velocidade” (Edson 
Marques) 
 “Nunca diga às pessoas como fazer as coisas. Diga-lhes o que deve ser feito e elas surpreenderão você com 
sua engenhosidade. (George Patton) 
 “Os jovens estão bem preparados, então deverão ter êxito.” 
 
5. Conformidade – quando é mostrada a conformidade do conteúdo de uma oração em relação ao que é 
dito em outra com a qual se relaciona. 
 
O réu agiu conforme o advogado lhe havia determinado. 
4 
 
 
6. Conjunção – se dá por meio de operadores como e, também, não só...mas também, tanto...como, além 
disso, ainda, nem. 
 
“O saber é a luz da vida e todos podem ser iluminados.” 
“Ninguém dá o que não tem, nem mais do que pode.” 
“O homem moderno precisa investir em si não apenas em vestuário e lazer, mas em sua cultura.” 
 
7. Contrajunção – quando se contrapõem enunciados de orientações argumentativasdiferentes, devendo 
prevalecer o iniciado pelo operador “mas” ou similar. 
Observação: Quando é usado o operador embora, prevalece a do outro enunciado. 
 
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las." (Aristóteles) 
"Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não se restrinja às mais simples." (Einstein) 
"Embora você seja um idiota, pretendo preservar a nossa amizade” 
 
8. Explicação ou justificativa – quando se justifica ou explica um ato de fala anterior. 
 
Não vá ainda, que tenho uma coisa importante para lhe dizer. 
 
9. Comparação – expressa-se por meio dos operadores tanto, tal...como, quanto, mais... (do) que, menos... 
(do) que, estabelecendo uma relação de igualdade, superioridade ou inferioridade. 
 
“Tal qual brinco de ouro em focinho de porca é a mulher formosa que não se guarda com discrição” 
(Provérbio Bíblico). 
Um coração alegre faz tanto bem como os remédios. (Sabedoria Oriental) 
 
10. Correção/redefinição – quando, por meio de um segundo enunciado, se corrige ou redefine o 
conteúdo do primeiro. 
 
Pedro chega hoje. Ou melhor, acredito que chegue, não tenho certeza. 
"Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor”. (Vladimir 
Maiakovski) 
 
11. Generalização/extensão – quando o segundo enunciado exprime uma generalização do fato contido 
no primeiro ou uma ampliação da ideia nele expressa. 
 
Pedro está de novo sem dinheiro. Mas, é o que acontece com todo estudante que vive de mesada. 
Maria está cansada. Aliás, ela vive cansada. 
 
12. Conclusão – ocorre através de operadores como: portanto, logo, por conseguinte, pois etc. 
 
Toda a equipe jogou entrosada. Portanto, o atacante teve como mostrar seu bom futebol e marcar muitos 
gols.

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