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Superior Tribunal de Justiça ementa acordão principio da razoabilidade e proporcionalidade

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Superior Tribunal de Justiça
RELATOR :MINISTRO HUMBERTO MARTINS AGRAVANTE : FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE REPR. POR : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL AGRAVADO : GEORGE AMARAL DO EVANGELHO ADVOGADOS : EVERTON PEREIRA DE MATTOS E OUTRO(S) SILVIA BEATRIZ MARTINS FERREIRA  RELATÓRIO   O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator): Cuida-se de agravo regimental interposto pela FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE contra decisão de minha lavra por meio da qual não conheci do recurso especial da agravante.   A ementa da decisão guarda o seguinte teor (fl. 333, e-STJ):   "ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. ALEGAÇÃO GENÉRICA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. MATRÍCULA EM DISCIPLINA. QUEBRA DE PRÉ-REQUISITO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO COM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. INCOMPETÊNCIA DO STJ. RECURSO ESPECIAL NÃO CONHECIDO".   O Tribunal Regional Federal da 4ª Região negou provimento agravo de instrumento da ora agravante, cujo acórdão possui a seguinte ementa (fl. 237, e-STJ):   "AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA EM DISCIPLINA. QUEBRA DE PRÉ- REQUISITO.
1. Sopesando o princípio da autonomia universitária com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, verifica-se não haver óbice a que o agravante matricule-se simultaneamente na disciplina de Projeto De Graduação em Engenharia Civil e Empresarial e substitua a disciplina de Mecânica Estrutural II, da grade do Curso de Engenharia Civil Empresarial pela Teoria da Estruturas II, da grade do Curso de Engenharia Civil, não sendo razoável obrigá-lo a frequentar a faculdade por mais tempo do que o previsto, com os prejuízos financeiros e profissionais daí advindos.
 2. É perfeitamente cabível a quebra de pré-requisito para fins de matrícula em curso superior, em não havendo prejuízos à Instituição de Ensino ou aos alunos, e nem colisão de horários entre as disciplinas dos diferentes períodos."   Insurge-se a agravante contra o entendimento assentado na decisão agravada de inviabilidade de revisão nesta via recursal de entendimento da Corte de origem, com base no princípio constitucional da razoabilidade e da proporcionalidade.   Reitera a alegação de que no caso houve ofensa ao art. 53, II, combinado com o parágrafo único, inciso III, da Lei n. 9.394⁄1996, ao defender a legalidade do ato de negar a matrícula ao recorrido para que curse simultaneamente duas disciplinas em que uma é pré-requisito da outra.   Pugna para que, caso não seja reconsiderada a decisão agravada, submeta-se o presente agravo à apreciação da Turma.  
 É, no essencial, o relatório. AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.462.589 - RS (2014⁄0147641-6)   EMENTAADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. MATRÍCULA EM DISCIPLINA . QUEBRA DE PRÉ-REQUISITO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO COM FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. INCOMPETÊNCIA DO STJ.
1. O Tribunal de origem entendeu ser incompatível com os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade o óbice imposto pela Universidade a que o agravante matricule-se simultaneamente  em duas disciplinas, em que uma é pré-requisito da outra. 2. O debate acerca de suposta ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, por envolver apreciação de eventual afronta de preceitos constitucionais, não é possível na via especial, nem à guisa de prequestionamento, por ser matéria reservada ao Supremo Tribunal Federal, nos termos dos arts. 102, III e 105, III, da Carta Magna.Agravo regimental improvido.
          VOTO   O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS (Relator): Não merece reparos a decisão agravada.   Defende a agravante a legalidade do ato de negar a matrícula ao agravado para que curse simultaneamente duas citadas disciplinas, em que uma é pré-requisito da outra.   Consoante assentado na decisão agravada, o Tribunal de origem entendeu ser incompatível com os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade o óbice a que o agravante matricule-se simultaneamente nas citadas disciplinas. É o que se depreende do seguinte excerto do voto condutor (fls. 234⁄235, e-STJ):   "Cinge-se a controvérsia acerca da possibilidade de quebra de pré-requisito para fins de matrícula em disciplina subsequente, encontrando-se o impetrante no último ano da sua graduação. (...) Com efeito, não foi demonstrado que existem, de fato, razões didático-científicas especificadas a impedir a impetrante de cursar, concomitantemente, as disciplinas com as dependências que necessita cumprir. Nesse contexto, sopesando o princípio da autonomia universitária com os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, verifica-se inexistir óbice a que o agravante matricule-se simultaneamente nas citadas disciplinas, não sendo razoável impor ao estudante que despenda mais tempo do que o previsto com a graduação e, por consequência, que arque com osdecorrentes ônus financeiros e profissionais".   Observa-se que o Tribunal de origem fundamentou sua decisão com base no princípio constitucional da razoabilidade e da proporcionalidade, o que afasta a competência do STJ para rever a conclusão da Corte a quo .   Nesse sentido:   "ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. RESOLUÇÃO 1.166⁄2005 DA ANTT. EXTRAPOLAÇÃO DO PODER REGULAMENTAR. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. ACÓRDÃO FUNDAMENTADO EM MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE DE ANÁLISE EM RECURSO ESPECIAL. 1. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC.2.  A Corte de origem, ao decidir que houve o extrapolamento do poder regulamentar - porquanto a exigência do pagamento de multas administrativas para a renovação⁄concessão do CRF, estabelecida pela Resolução 1.166⁄2005, não tem amparo na Lei 10.233⁄2001 - utilizou-se de fundamentação de natureza constitucional.3. Tendo o Tribunal de origem decidido a controvérsia sob enfoque dos princípios constitucionais da legalidade e do limite no poder regulamentar, a matéria não pode ser examinada em Recurso Especial, sob pena de usurpação da competênciaatribuída ao STF. 4. Agravo Regimental não provido".

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