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CASO SUZANA 3m

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA ___ DO TRABALHO DE NATAL
			
				 SUZANA ,brasileira ,solteira, doméstica ,com identidade xxxxxxx, CPF n°xxxxx, endereço eletrônico xxxxxxx, com CTPS n° xxxxx, inscrita no PIS n°xxxxx, filha de xxxx ,nascida em xxxxx , residente a rua xxxxxx, vem ,por seu advogado ,infra-assinado com endereço na rua xxxxx e endereço eletrônico n° xxxxxx,propor a presente
				RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo rito sumaríssimo
em face de MORAES ,brasileiro, residente e domiciliado em Natal-RJ, baseado nos motivos e fundamentos a seguir expostos
1) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
	Requer a vossa excelência o deferimento da gratuidade de justiça , uma vez que a reclamante não tem condições de arcar com o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento e de sua família. Art.790,§3, CLT , e 98, CPC.
2) DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA -CCP
	A reclamante não se submeteu a CCP ,em razão das liminares conferidas nas ADINS2139 e 2160-5 ,que fazem prevalecer o art. 5° xxxv , CF/88.
3) DOS FATOS
3.1) DO CONTRATO DE TRABALHO
	 Suzana trabalhou na residência da família Moraes de 15/06/2016 à 15/09/2016. O contrato de trabalho deu-se no município de Niterói-Rj. Onde, a reclamada foi imotivadamente dispensada em 26 de janeiro de 2017 ,sem justa causa, sem receber verbas rescisórias e sem receber aviso prévio.
3.2) DAS HORAS EXTRAS
	Suzana foi contratada à título de experiência por quarenta e cinco(45) dias e, ao término , sem que nada tivesse sido tratado por meio de acordo , permaneceu no trabalho por prazo indefinido. O horário de trabalho da reclamante ,iniciava às 07 horas e saindo às 16 horas de segunda à sexta-feira ,com 30 minutos de intervalo .
	Suzana viajou com a família por quatro(04) dias para Gramado-RS, onde trabalhou como babá de 8 h às 17 h, com uma(01) hora de almoço.
3.3)DOS DESCONTOS INDEVIDOS
	Suzana tinha descontado do seu salário 10% referente ao vale transporte, além de sua cota-parte do INSS e 25% do valor da alimentação consumida no emprego.
4) DA FUNDAMENTAÇÃO
	No caso em tela ,trata-se de reclamação trabalhista de empregada doméstica elencado na lei 150/2015.
	O contrato de trabalho da reclamante era por prazo determinado ,transformado em contrato por prazo indeterminado , face à ausência de prorrogação expressa do contrato de experiência com fundamento no art.5°,§2° da lei 150/2015.
	§ 2o O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado.
	Frisa-se que por tais motivos, a reclamante faz jus ao pagamento das verbas recisórias por término de contrato de trabalho por prazo indeterminado ,devendo pagar: aviso prévio indenizado e reflexos nas férias + 1/3 constitucional e 13° salário ,com fundamento no art.23,§1°da lei 150/2015.
	“Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção.”
	“§ 1o O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador.”
	A reclamante teve o desconto ,durante todo o pacto laboral do percentual de 25% ,a título de alimentação ,o que é vedado por força do art.18 ,da lei 150/2015.
	E ainda ,houve excesso de desconto do vale transporte ,que deveria ser de 6% do salário base e não 10% do salário da obreira ,com fulcro no artigo 4° da Lei 7.418/85
	Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico.
	“Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem.”
	E ainda ,houve excesso do desconto do vale transporte ,que deveria ser de 6% do salário base e não 10% do salário da obreira ,com fulcro no art.4° da lei 7418/85.
	No que tange o horário de trabalho ,faz jus a mesma jornada excedente de 30 minutos ao dia ;face a ausência de acordo escrito para compensação. Art.2°,§4° da lei 150/2015.
	Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2o.
	Frisa-se que a reclamante não detinha o intervalo de 01:00 hora para refeição e descanso.
	Art.71, CLT. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de 2 horas.”
	Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
5) DA DOUTRINA
	
7 – DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
7.1 – O deferimento da gratuidade de justiça.
7.2 – Seja o contrato de trabalho da Reclamante declarado como contrato por tempo indeterminado, fazendo jus a mesma ao pagamento do aviso prévio indenizado e diferenças de férias mais 1/3, 13º, FGTS e multa de 40%.
7.3 – A devolução do valor do desconto de 25% a título de alimentação no valor de R$....
7.4 – A devolução da diferença de vale transporte descontado n o percentual de 10%, quando deveria ser de 6%, no valor de R$ ....
7.5 – O pagamento das horas extras a que faz jus a Reclamante, no percentual de 50% referentes a inexistência de intervalo para alimentação, no valor de R$ ...
 
7.6 – O pagamento do adicional de 50% referentes às horas extras diárias laborais, no valor de valor de R$ ....
7.7 – O pagamento do adicional de 25% referente ao período em viagem, no valor de R$ ....
6.8 – Entrega das guias de FGTS ou indenização equivalente no valor de R$ xxx.
6.9 – Pagamento da multa de 40% do FGTS no valor de R$ xxx.
7 – DA NOTIFICAÇÃO DA RECLAMADA
	Requer a notificação da Reclamada para, querendo, comparecer à AIJ para apresentar sua defesa.
8 – DAS PROVAS
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos.
9 – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa à causa o valor de R$ 40.000,00, para efeito de alçada.
Termos em que.
Pede deferimento.
Rio de Janeiro - RJ, em 28 de agosto de 2017.
Nathan de Andrade Rocha
OAB n° xxxxxxx

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