Buscar

Antropologia Jurídica - 2014

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 61 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Antropologia Jurídica.
Professor Euclides Di Dário
Conteúdo
Conceito de antropologia
Evolução humana
Evolução biológica
Escolas antropológicas
Cultura, sociedade e multiculturalismo
Família
A organização econômica
A divisão do trabalho
Religião
O Estado e a organização política
Antropologia e Direito
Pluralismo Jurídico e Segurança Jurídica
Repressão criminal
Direitos humanos
Conceito de antropologia
Na perspectiva da cultura ou da evolução humana, antropologia é uma ciência que se interessa por ideias, valores, símbolos, normas, costumes, crenças, invenções ambiente etc., e, portanto, encontra-se associada a outras ciências (direito, sociologia, política, história, geografia, linguística). Em razão disso, sua autonomia não é universalmente reconhecida, daí as disputas ou dificuldades em relação à determinação de seu objeto de estudo. Antropologia, em sentido etimológico, significa estudo do homem.
A antropologia física busca focalizar a evolução física do homem, enquanto a antropologia cultural está voltada para a evolução cultural do homem.
A antropologia cultural ou social é, habitualmente, dividida em: a) etnografia: é o primeiro passo da pesquisa antropológica. Geralmente é denominada pesquisa ou trabalho de campo, Ocupa-se da descrição das culturas concretas; b) etnologia: é o prolongamento da etnografia, ou seja, é o segundo passo da pesquisa. Ocupa-se do estudo da cultura e da investigação dos problemas teóricos que brotam da análise dos costumes humanos.
Estranhamento
Estranhamento significa perplexidade diante de uma cultura diferente. Assim, o encontro de culturas distintas e distantes pode provocar um novo olhar sobre si mesmo e sobre os hábitos, práticas ou costumes antes considerados evidentes.
A gênese da reflexão antropológica depara-se com esse fenômeno que é a diversidade de culturas.
O contato com os povos das terras descobertas provocou nos europeus o aparecimento de duas ideologias: a) o fascínio pelo estranho b) a recusa do estranho.
Fascínio pelo estranho
Américo Vespúcio: sobre os índios da América afirma que se trata de pessoas bonitas de corpo elegante e que nenhum possui qualquer coisa que seja seu, pois tudo é colocado em comum.
Cristóvão Colombo: sobre os habitantes do Caribe afirma que não há no mundo homens e mulheres nem terra melhor
Recusa do Estranho
Oviedo: na sua História das Índias, de 1555, escreve que as pessoas daquele país são por natureza, ociosas, viciosas, de pouco trabalho, covardes, sujas e mentirosas.
Cornelius de Pauw: no seu livro Pesquisa sobre os americanos, de 1774, refere-se aos índios americanos como raça inferior, insensíveis, covardes, preguiçosos, inúteis para si mesmos e para a sociedade, e a causa dessa situação seria a umidade do clima. 
Uma característica comum dos povos consiste em repudiar as formas culturais (jurídicas, morais, religiosas, sociais, estéticas) com as quais não se identificam. Isso se traduz pela repulsa diante de maneiras de viver, crer ou pensa que lhe são estranhas. Para os gregos e romanos, tudo que não participava de sua cultura era considerado bárbaro.
O colonialismo e outras formas de dominação motivam e justificam diferenças culturais: nós os civilizados (europeus e norte-americanos) e os outros (os bárbaros: nativos de lugares exóticos ou povos de países periféricos).
Algumas pessoas acreditam que as culturas podem ser classificadas como superiores e inferiores, e tendem a prezar mais a sua própria cultura. O nacionalismo anda nesse sentido, quando faz menção à superioridade da cultura nacional. 
Cultura Hegemônica x Cultura Minoritária
O movimento multiculturalista entende que mesmo no âmbito do território do Estado nacional convivem diversas culturas, motivo pelo qual não aceita a ideai de que os Estados Unidos possuam uma única cultura. Nesse sentido entende que vários grupos de imigrantes possuem uma cultura própria e rejeita o fato de que devam assimilar a cultura americana predominante. Para os multiculturalistas a nação americana é culturalmente fragmentada. O problema, portanto, não reside na existência de diferenças, mas no fato de que as diferenças serem tratadas com desprezo, como desvio. Existe uma cultura hegemônica do homem americano (branco, anglo-saxão, classe média, heterossexual) que impõe suas regras a todos. 
A crise econômica na Europa com o consequente desemprego tem provocado um retorno da ideologia ultranacionalista (recusa do estranho) entre os europeus e isso tem provocado xenofobia (aversão a pessoas estrangeiras) em relação aos estrangeiros e os partidos de direito têm explorado essa situação. Vale lembrar que, ancorado nas propostas de expulsar estrangeiros e proibir o véu islâmico nas escolas, o ultradireitista Partido do Povo Suíço venceu as eleições gerais daquele país.
Doutrina racista
Johann Blumenbach, considerado o fundador da antropologia física, dividiu a espécie humana em cinco raças e explicou as diferenças raciais como consequência das influencias ambientais sobre uma forma ancestral única e comum a todos os homens.
O racismo pode ser definido como uma doutrina segundo a qual todas as manifestações culturais, históricas e sociais do homem e os seus valores dependem da raça; também segundo essa doutrina existe uma raça superior (ariana ou nórdica) que se destina a dirigir o gênero humano. 
James Dewey Watson, tido como um dos descobridores da estrutura do DNA e agraciado em 1962 com o prêmio Nobel de Medicina, em entrevista ao Sunday Times (outubro/2007) declarou ser pessimista em relação ao futuro da África porque todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles (dos negros) é igual a nossa, apesar de todos os testes dizerem que não é bem assim.
Para Cesar Lombroso os delinquentes natos seriam cópias do homem primitivo e selvagem. Os homicidas teriam olhar duro e cruel, com os globos oculares injetados de sangue, lábios finos, mandíbula enorme e nariz aquilino.
Assim ainda se encontram diversas publicações que relacionam a realidade biológica com a realidade moral das pessoas, baseadas em estranhas teorias.
Diferenças Raciais e Sociais no Brasil
No Brasil existe, por um lado, certa preocupação por parte dos antropólogos e seus aliados em proteger e preservar as comunidades indígenas e suas culturas; mas por outro lado, é quase inexistente a preocupação em debater os problemas das imigrações e das diferenças culturais à semelhança do que ocorre na Europa e Estados Unidos.
Uma boa parte da população brasileira, na sua maioria negros e mulatos, encontra-se excluída do mercado de emprego e ocupa apenas posições subalternas.
A situação social dos negros e mulatos na sociedade brasileira explica-se não em termos de raça, mas pela análise da estrutura social que herdamos dos tempos coloniais. 
Na Universidade de São Paulo (USP), a maior da América Latina, os alunos negros não ultrapassam 2%.
Essa situação tem motivado ações afirmativas, como a criação de quotas para os estudantes de universidades públicas. O objetivo das ações afirmativas é a redução das desigualdades sociais.
Antropologia Jurídica
A partir do século XIX, como resultado da positivação do direito passa a predominar no estudo jurídico o enfoque dogmático e a ciência jurídica passa a ser concebida como ciência dogmática. 
Há, entretanto, uma tendência no sentido de redirecionar o estudo do direito até como forma de evitar a alienação na qual a dogmática jurídica tende a colocar o profissional do direito. Essa tendência reconhece o estudo do direito não se reduz a mera sistematização de normas, visto que, as normas condicionam comportamento, os comportamentos também condicionam as normas. Isso significa que não é possível isolar normas jurídicas, de suas condicionantes situadas na antropologia, sociologia, economia, biologia, filosofia, ética, política etc.
As sociedades estão em transformação e a complexidade do mundoestá exigindo novas formas de manifestação do fenômeno jurídico. 
Pluralismo jurídico
Pressupõe a existência de mais de um direito ou ordem normativa no mesmo espaço geográfico. O Pluralismo jurídico é um dos temas tratados pela antropologia jurídica 
Estudiosos da Antropologia
Mencionamos a seguir a seguir alguns dos principais estudiosos da Antropologia
HENRY LEWIS MORGAN (1818-1881), americano; autor da obra “A sociedade primitiva (1877)”. 
Estudou ou iroqueses. Os iroqueses são um povo indígena conhecido por sua matrilinearidade. Matrilinearidade é uma classificação ou organização de um povo, grupo populacional, família, clã ou linhagem em que a descendência é contada em linha materna.
Morgan foi um dos primeiros a realizar pesquisa de campo (etonografia). Ele distinguiu três períodos ou estágios de evolução da humanidade: a) selvageria b) barbárie e c) civilização. O período denominado selvageria caracteriza-se pelo matrimônio por grupos, nesse período predomina a apropriação de produtos da natureza, prontos para serem utilizados, e as produções artificiais do homem, são, sobretudo, destinada a facilitar essa apropriação. O período denominado barbárie caracteriza-se pelo matrimônio sindiásmico (monogamia apenas para a mulher); nesse período aparecem a criação de gado, a agricultura por meio do trabalho humano, a cerâmica e a fundição de ferro. O período denominado civilização caracteriza-se pelo matrimonio monogâmico, nesse período o homem continua a elaborar os produtos naturais, mas também é o período da indústria propriamente dita e da arte.
A etnografia - método utilizado na Antropologia para a coleta de dados - dos iroqueses ocupa um lugar de destaque na antropologia, por este grupo social ter providenciado um exemplo a primeira mão da importância das relações de parentesco para organizar as sociedades consideradas 'primitivas'. Morgan se interessou e esta atitude lhe proporcionou uma pesquisa importantíssima em relação aos costumes e às regras sociais deste grupo indígena, fato que irá proporcionar o desenvolvimento de suas primeiras teorias em relação à organização social, tanto que ainda se discute a obra e o legado do autor.
Um dos objetos centrais do estudo de Morgan será o parentesco. 
Morgan era evolucionista e foi o primeiro antropólogo a elaborar um modelo de desenvolvimento da humanidade. 
Defendia a teoria da evolução unilinear, ou seja, a evolução humana ocorre do mais simples ao mais complexo, numa só linha de desenvolvimento.
FRANZ BOAS contestou o evolucionismo e fundou a escola difusionista e muitos o consideram o fundador da Antropologia contemporânea. 
A obra pioneira produzida por Boas após iniciar estudos em Antropologia foi “Os esquimós Centrais”, baseada em material etnográfico recolhido entre esquimós. Publicada em 1888 no Sexto Relatório Anual do Departamento Norte-Americano de Etnologia, o estudo teve uma segunda edição feita pela Editora da Universidade de Nebraska, no ano de 1964.
Franz Boas também estudou os Kwakiutl, povo que se tornou objeto sistemático de pesquisas do antropólogo. Fora os Kwakiutl, Franz Boas efetuou pesquisas sobre outras tribos da Colúmbia Britânica. Um ano depois, fixa residência nos Estados Unidos, onde inicia diversas atividades acadêmicas, entre elas a edição do periódico "Science".
Deixou como lição principal que não existem culturas superiores ou inferiores e que todas constituem fenômenos específicos e originais.
BRONISLAW MALINOWSKI (1884-1942), polonês, é considerado o principal expoente da teoria antropológica denominado funcionalismo, contestou o evolucionismo através da corrente funcionalista sistemática. 
A grande inovação de Malinowski no trabalho de campo consistiu na prática denominada observação participante. Essa técnica exige longas estadias do observador junto às comunidades que serão pesquisadas
Em 1926 MALINOWSKI publicou “Crime e Costume na Sociedade Selvagem”.
CLAUDE LEVI-STRAUSS (nasceu em 1908), belga. As estruturas elementares do parentesco (1949). Estudo comparativo dos povos da Ásia, Oceania e África. 
O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".
Lévi-Strauss não vê o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta.
Na década de 30, mais precisamente de 1935 a 1939, Lévi-Strauss lecionou sociologia na recém-criada Universidade de São Paulo.
Strauss também viajou por regiões centrais do Brasil, como Goiás, Mato Grosso e Paraná. Publicou o registro dessas expedições no livro Tristes Trópicos (1955), neste livro ele conta inclusive como sua vocação de antropólogo nasceu nessas viagens.
DARCI RIBEIRO (1922-1997), brasileiro, antropólogo, educador, ensaísta, romancista e político brasileiro. Darci Ribeiro foi, sem dúvida, um dos melhores intérpretes do Brasil. O conjunto de sua obra é um hino de amor ao Brasil, analisado na sua diversidade étnica, formação cultural, situação política. Sua obra é um brado contra a globalização, contra a crença de que a história do mundo estaria sendo feita por um processo de homogeneização cultural e de destruição de etnias e nações.  Seus estudos antropológicos se fundam na realidade da nossa América Latina.
A sociedade e a cultura brasileira são o resultado da versão lusitana da tradição civilizatória europeia ocidental, diferenciada por coloridos herdados dos índios e dos negros com marcantes características próprias, mantendo, no entanto, fortes marcas da matriz portuguesa.
Darcy Ribeiro, ao longo de sua vasta obra, declara o quão difícil é reconstruir esse processo e entendê-lo em toda sua complexidade, uma vez que só dispomos do testemunho de um dos protagonistas, o invasor. É o português que fala relatando o que sucedeu com os índios e com os negros, não dando aos dominados a palavra de registro de suas falas próprias.
Obra: “O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil” (1995). Estudou dos índios brasileiros Kaapo e outros. Escola: Pós-estruturalismo – culturalismo sociológico
Os aspectos antropológicos podem ser percebidos no Brasil por sua extensão territorial e por sua multiplicidade cultural. Quanto à nossa extensão territorial, interessante evidenciar as observações de Darcy Ribeiro, para quem:
“Esse é, sem dúvida, o único mérito indiscutível das velhas classes dirigentes brasileiras. Comparando o bloco unitário resultante da América portuguesa com o mosaico de quadros nacionais diversos a que deu lugar a América hispânica, pode se avaliar a extraordinária importância desse feito.” [1: 	RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 20.]
Todavia, logo em seguida, conclui o antropólogo mineiro, explicando que:
 
“Essa unidade resultou de um processo continuado e violento de unificação política, logrado mediante um esforço deliberado de supressão de toda identidade étnica discrepante e de repressão e opressão de toda tendência virtualmente separatista.” [2: 	Idem]
ROBERTO DAMATTA (nasceu em 1936), brasileiro; realizou pesquisas Etnologicas entre os índios Gaviões e Apinayé. Foi pioneiro nos estudos de rituais e festivais em sociedades industriais, tendo investigado o Brasil como sociedade e sistema cultural por meio do carnaval, do futebol, da música, da comida, da cidadania, da mulher, da morte, do jogo do bicho e das categorias de tempo e espaço.
Considerado um dos grandes nomes das Ciências Sociais brasileiras, DaMatta é autor de diversas obras de referência na Antropologia, Sociologia e Ciência Política, como Carnavais, Malandros e Heróis, A casa e a rua ou O que faz o brasil, Brasil?
Evolução HumanaO estudo da evolução humana é um dos objetivos da Antropologia Física.
Fósseis (fossilis, extraído da terra) são restos ou quaisquer outros vestígios deixados por seres que habitavam a Terra nos tempos pré-históricos. 
Por meio de aparelhos especiais pode-se medir a quantidade de elementos (carbono, potássio, flúor, etc.) encontrados nos fragmentos. Comparando a quantidade encontrada com a existente no ser vivo, obtém-se a idade aproximada do fóssil.
Os documentos mais antigos da história primitiva do homem remontam há cerca de 70 milhões de anos – Era Cenozóica.
É no período de 2 milhões de anos a 10 mil anos que ocorrem as principais alterações da evolução humana.
O homem é um primata (os primatas são mamíferos de características físicas semelhantes: ser humano, gorila, chimpanzé, babuíno, orangotango, lêmure, mico, macaco-prego, bugio, muriqui, entre outros) que, de antropoide, transformou-se em hominídeo. 
De um modo geral, podem-se reconhecer quatro fases estruturais básicas:
Pré-homínida
Homo erectus (homem em pé)
Homo sapiens (homem inteligente)
Homo sapiens sapiens
A opinião dominante entre os cientistas sobre a origem dos humanos anatomicamente modernos é a "Hipótese da origem única", que argumenta que o Homo sapiens surgiu na África e migrou para fora do continente em torno 50-100,000 anos atrás, substituindo as populações de H. erectus na Ásia e de H. neanderthalensis na Europa. 
Já os cientistas que apoiam a "Hipótese multirregional" argumentam que o Homo sapiens evoluiu em regiões geograficamente separadas.
Períodos da evolução humana
Paleolítico Inferior (500.000 a 150.000): “homo erectus” 
Paleolítico Médio (150.000 a 40.000 anos): “homo sapiens” – a subsistência dependia ainda da caça e da coleta, mas as técnicas de fabricação de instrumentos foram se aperfeiçoando, permitindo designar esse homem como sapiens (inteligente)
Paleolítico Superior (de 40.000 a 12.000 anos): manifestações artísticas
Mesolítico (de 12.000 a 10.000): exímios caçadores, desenvolvimento da pesca, habitação sobre estacas, utilização da roda, e meios de transporte como a canoa. 
Neolítico (de 10.000 a.C. a 4.500 a.C.): domesticação das plantas e animais, - surgimento dos aglomerados humanos
Calcolítico (de 4.500 a 3.000 a.C.): arquitetura, metalurgia do cobre, bronze e ferro
Na evolução humana houve importantes passos. O primeiro passo importante foi a liberação das mãos de suas tarefas animalescas de locomoção. A habilidade de andar apenas com as pernas e liberar as mãos para outras tarefas representou importante desenvolvimento humano.
Outro importante passo de desenvolvimento foi a produção da linguagem.
Outro marco importante foi o surgimento da escrita e representa a separação entre a história e a pré-história, iniciando-se, assim, o registro dos acontecimentos.
Em época bastante remota, homens e mulheres utilizam figuras para representar cada objeto. Esta forma de expressão é chamada pictográfica. A fase pictórica apresenta uma escrita bem simplificada dos objetos da realidade, por meio de desenhos que podem ser vistos nas inscrições astecas presentes em cavernas, ou nas inscrições de cavernas do noroeste do Brasil.
Após, surgiu a escrita ideográfica, que não utilizava apenas rabiscos e figuras associados à imagem que se queria registrar, mas sim uma imagem ou figura que representasse uma ideia, tornando-se posteriormente uma convenção de escrita. Os leitores dependiam do contexto e do senso comum para decifrar o significado. As letras do nosso alfabeto vieram desse tipo de evolução. Algumas escritas ideográficas mais conhecidas são os hieróglifos egípcios, as escritas sumérias, minóica e chinesa, da qual provém a escrita japonesa.
A transição da Pré-história para a História se dá no final da Idade dos Metais, que foi por volta de 4.000 a.C. Os historiadores aceitam como certo o aparecimento da escrita na Mesopotâmia e no Egito.
Tese Sobre a origem do Homem
Um estudo comparativo do DNA (material genético) dos asiáticos, europeus e africanos, publicado na Revista da Academia de Ciências dos Estados Unidos (1997), reforça a teoria de que os humanos são originários da África. Os cientistas da Universidade de Helsinki e Pensilvânia estudaram o DNA de 63 asiáticos, 72 africanos e 120 europeus e descobriram que a maior diversidade genética entre os africanos, sinal de que são a população é mais antiga.
Raça Humana
O naturalista Linneu (1758) foi o primeiro a fazer uma classificação de raça, dividindo a espécie humana em quatro grupos, o homem europeu, americano, asiático e o africano.
Blumenbach (1806) fez a seguinte divisão baseado na cor da pele: caucásia (branca), mongólica (amarela), etiópica (negra), americana (vermelha), malaia (parda)
Evolução do Cérebro
Evolução do cérebro – outros autores consideram a principal causa do desenvolvimento da espécie humana a evolução do cérebro. Parece existir uma simultaneidade entre o surgimento do bipedismo e o aumento de volume do cérebro. Tendo em conta o peso médio do Homem, o cérebro humano é o maior e o mais pesado entre todos os animais.
Linguagem
Linguagem articulada – é uma característica exclusivamente humana. A verdadeira diferença entre a linguagem humana e a animal é a prodigiosa riqueza da primeira. A partir de algumas dezenas de sons fundamentais associados a um ritmo muito rápido surge a palavra. Estes sons são produzidos na laringe, órgão constituído por cartilagens e músculos, alguns dos quais formam as cordas vocais, suspensas do osso hióide. A laringe apenas faz variar a frequência dos sons produzidos, o ar expirado passa seguidamente para a faringe e depois para a cavidade nasal e boca. As modificações de forma da boca, graças aos movimentos da língua, véu palatino e lábios, permitem a diferenciação dos sons. As cartilagens e tecidos moles não fossilizam bem logo apenas se pode estudar os ossos da face interna da maxila inferior, palato e buraco occipital. 
Fatores de Diferenciação
As diferenças são explicáveis pela atuação de fatores determinantes da mudança evolutiva:
- Seleção natural
- Mutação
- Isolamento
- Pendor genético
- Hibridação
- Seleção sexual
- Seleção social
A evolução humana não é somente algo do passado. Embora tenhamos mesmo evoluído durantes todos esses milhões de anos, ainda não paramos de evoluir. Isso significa que ainda há muito espaço para melhoras, e, se a civilização continuar no mesmo caminho que trilha hoje, algumas grandes mudanças podem ser esperadas para os próximos 200.000 anos. Tendência:
Monoetnia
Sistema imunológico fraco
Menos massa muscular
Mais altura
Menos pelos
Mudanças cerebrais – mais eficiência, menos memória.
Dentes menores
Menos dedos dos pés
Crânios menores
Auto evolução (órgãos biônicos)
Evolução Biológica
O criacionismo é a crença religiosa de que a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural.
Em oposição ao criacionismo, a teoria evolucionista parte do princípio de que o homem é o resultado de um lento processo de alterações (mudanças). Esta é a ideia central da evolução: os seres vivos (vegetais e animais, incluindo os seres humanos) se originaram de seres mais simples, que foram se modificando ao longo do tempo.
Essa teoria, formulada na segunda metade do século XIX pelo cientista inglês Charles Darwin, tem sido aperfeiçoada pelos pesquisadores e hoje é aceita pela maioria dos cientistas.
Após abandonar seus estudos em medicina, Charles Darwin (1809 – 1882) decidiu dedicar-se às pesquisas sobre a natureza. Em 1831 foi convidado a participar, como naturalista, de uma expedição de cinco anos ao redor do mundo organizada pela Marinha britânica. 
Em 1836, de volta  à Inglaterra, trazia na bagagem milhares de espécimes animais e vegetais coletados em todos os continentes, além de uma enorme quantidade de anotações. Após vinte anos de pesquisas baseadas nesse material, saiu sua obra prima: A Origem das Espéciesatravés da seleção natural, livro publicado em 1859.
A grande contribuição de Darwin para a teoria da evolução foi a ideia da seleção natural. Ele observou que os seres vivos sofrem modificações que podem ser passadas para as gerações seguintes.
No caso das girafas, ele imaginou que, antigamente, haveria animais de pescoço curto e pescoço longo. Com a oferta mais abundante de alimentos no alto das árvores, as girafas de pescoço longo tinham mais chance de sobreviver, de se reproduzir e assim transmitir essa característica favorável aos descendentes. A seleção natural nada mais é, portanto, do que o resultado da transmissão hereditária dos caracteres que melhor adaptam uma espécie ao meio ambiente. [...]
A ideia seleção natural não encontrou muita resistência, pois explicava a extinção de animais como os dinossauros, dos quais já haviam sido encontrados muitos vestígios. O que causou grande indignação, tanto nos meios religiosos quanto nos científicos, foi a afirmação de que o ser humano e o macaco teriam um parente em comum, que vivera há milhões de anos. Logo, porém surgiria a comprovação dessa teoria, à medida que os pesquisadores  descobriam esqueletos com características intermediárias entre os humanos e os símios.
A teoria evolucionista distingue os estágios de desenvolvimento das sociedades das formas mais simples para as mais complexas.
Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829) foi o primeiro a apresentar a teoria da evolução biológica. A hipótese básica de sua teoria consiste em afirmar que a função cria o órgão. As mudanças (evolução) produzidas nos organismos devem-se ao maior ou menor uso dos órgãos, e que depois teriam sido fixadas pela hereditariedade. Assim, para Lamarck, a necessidade cria o órgão necessário e o uso o fortifica e o aumenta, a falta de uso, ao contrário conduz à atrofia, ao desparecimento do órgão inútil.
Charles Darwin (1809-1882) publicou em 1859 a obra A origem das espécies, na qual expões a teoria da seleção natural, isto é, o conjunto de suas ideias a respeito da evolução das espécies. A teoria da seleção natural explica a luta pela existência e fixa os conceitos de evolução, de sobrevivência e de função. Em sentido, lato, seleção natural é a persistência do mais apto à conservação das diferenças e das variações individuais favoráveis e a eliminação das variações nocivas. Em sentido estrito, seleção natural significa que na luta pela sobrevivência sobrevive o mais apto.
Principais Escolas Antropológicas
Escola Evolucionista
No que se ao evolucionismo antropológico, Luiz Henry Morgan foi o primeiro antropólogo a elaborar um modelo de desenvolvimento da humanidade. 
Defendia a teoria da evolução unilinear, ou seja, a evolução humana ocorre do mais simples ao mais complexo.
Selvageria (exemplo: sociedades nômades)
Barbárie (exemplo: agricultura)
Civilização (exemplo: sociedades europeias) 
A teoria evoluciona é alvo de críticas uma vez que cria uma hierarquia entre as diversas sociedades. Ou seja, aduz que um tipo de sociedade está em estágio mas avançado que outras.
Escola Funcionalista
Malinowski é considerado o principal expoente da teoria antropológica denominada funcionalismo. Ao contrário das outras teorias antropológicas que defendem a necessidade de uma reconstrução histórica da cultura para compreende-a, o funcionalismo entende dispensável a reconstrução e afirma ser possível o conhecimento de cada cultura através de uma análise de sua situação presente. O funcionalismo procura explicar a maneira de ser de cada cultura buscando não mais na história, mas na lógica do sistema.
A maior contribuição da escola funcionalista está em desobrigar o desenvolvimento social humano de seguir numa única direção até alcançar obrigatoriamente o estágio mais avançado da civilização, a industrialização burguesa. Assim, as classificações de “selvagem” e “primitivo” deixam de ter a conotação ideológica e política, que levava à dominação e à exploração, bem como a uma missão “evangelizadora” e “civilizatória” desses povos, por parte das potências capitalistas e colonialistas. A partir da construção de um desenvolvimento baseado em instituições culturais, determinando a vida social pelas funções que essas instituições desempenham nos grupos humanos, o funcionalismo emprestou uma nova visão a esse “progresso” social: cada grupo humano estabelece funções diferentes para suas instituições culturais e ao fazer isso se desdobra em inúmeras possibilidades esse devir; o “progresso” passa a ser visto mais como uma opção de valores culturais do que determinação biológica, natural e tecnológica
Escola Estruturalista
O estruturalismo antropológico  foi lançado por Lévi-Strauss
Segundo Lévi-Staruss, estrutura é um sistema de elementos tal que uma modificação qualquer de um elemento implica uma modificação de todos os outros. 
O estruturalismo é uma metodologia que utiliza as estruturas sociais, políticas e linguística para interpretar um conjunto, um sistema, sem considerar as experiências individuais. Strauss dividiu a sociedade em duas: Sociedade fria e quente.
A sociedade fria seria a primitiva, fora da história, orientada pelo pensamento mítico. A sociedade quente seriam as sociedades civilizadas, que se movem na história, progridem e transformam o ambiente e a tecnologia.
Segundo o estruturalismo Marxista as funções de determinadas instituições sociais são a superfície de relações que estão por detrás dessas manifestações culturais e que não são imediatamente perceptíveis e que a ciência, portanto, deve procurar entender essas estruturas subjacentes aos fenômenos observáveis.
Várias teorias jurídicas usam as noções de sistema e estrutura, como por exemplo o positivismo jurídico. No positivismo jurídico a estrutura é o conjunto de normas que demonstra a relações existentes entre os elementos do sistema. Diz-se, por isso, que os elementos do sistema jurídico (as normas jurídicas) não desfrutam de autonomia, porque cada norma jurídica depende de sua integração e inserção ao todo sistemático.
Escola Difusionista
A teoria difusionista preocupa-se em compreender os processos de transmissão de uma cultura para as outras. O tipo mais significativo de difusão é o das relações pacíficas entre os povos, numa troca contínua de pensamentos e invenções.
Quando os grupos sociais entram em contato, ocorre o processo de difusão de cultura. O direito é, indubitavelmente, um dos aspectos da cultura de um grupo social, motivo pelo qual está submetido a esse processo de difusão cultural.
Roma foi, sem dúvida, o grande centro difusor de cultura jurídica na Antiguidade. Mesmo após o desaparecimento do Império Romano, o direito romano continuou a ser objeto de estudo a partir do século XI com os glosadores e depois se alastrou por toda a Europa. Nessa trilha, o direito romano acabou influenciando toda a construção do edifício jurídico da modernidade, ou seja, a cultura jurídica moderna, principalmente com o renascimento da atividade comercial e o advento dos grandes Estados nacionais, constitui-se com base no direito romano.
A cultura e a sociedade
Cultura
Ao estudar a natureza e a cultura, percebe-se que há diferença entre elas. A natureza compreende o conjunto de características física e mentais dos seres humanos. A cultura engloba os modos comuns e aprendidos da vida, transmitidos pelos indivíduos e grupos em sociedade. A natureza não impõe normas, atua espontaneamente. A cultura, ao contrário, impõe regras sobre o que for necessário. Ela se sobrepõe à natureza.
A cultura engloba os modos comuns e aprendidos da vida, transmitidos pelos indivíduos e grupos, em sociedade. De modo geral, a cultura se constitui dos seguintes elementos: conhecimento, crenças, valores, normas e símbolos.
Segundo Edward B. Taylor “Cultura é aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes todos os outroshábitos e aptidões adquiridos pelo homem com membro da sociedade.”
Etnocentrismo
Supervalorização da própria cultura em detrimento das demais
Uma característica comum dos povos consiste em repudiar as formas culturais (jurídicas, morais, religiosas, sociais, estéticas) com as quais não se identificam. Isso se traduz em uma repulsa diante das maneiras de viver, crer ou pensar que lhe são estranhas.
Para os gregos e romanos tudo que não participava de sua cultura era catalogado como bárbaro. A civilização europeia utilizou o termo selvagem com o mesmo sentido. Os termos selvagem e bárbaro evocam um gênero de vida animal, por oposição à cultura humana. 
 
No colonialismo o mundo estava dividido em dos grupos em dois grupos: os civilizados e os bárbaros: nativos de lugares exóticos ou povos de países periféricos. 
Aculturação
A aculturação é a fusão de duas culturas diferentes que entrando em contato contínuo, originam mudanças nos padrões da cultura de ambos os grupos.
Conhecimento
Todas as culturas, sejam simples ou complexas, possuem grande quantidade de conhecimentos que são transmitidos de geração em geração.
Crenças
É a aceitação como verdadeira de uma proposição comprovada ou não cientificamente. Há crenças falsas e verdadeiras.
Valores
O termo Valor, de modo geral é empregado para indicar objetos e situações consideradas boas, desejáveis, apropriadas, importantes, ou seja, para indicar riqueza prestígio, poder, crenças, instituições, objetos materiais e etc. Além de expressar sentimentos, o valor incentiva e orienta o comportamento humano.
Normas 
São regras que indicam os modos de agir dos indivíduos em determinadas situações. Consistem, pois em um conjunto de ideias, de convenções referentes àquilo que é próprio do pensar, sentir e agir em dadas situações.
Símbolos 
São realidades físicas ou sensoriais às quais os indivíduos, que os utilizam, lhes atribuem valores ou significados específicos. Pessoas, gestos, palavras, ordem, sinais sensoriais, fórmulas mágicos, valores, crenças, poder, solidariedade, sentimentos, cerimônias, hinos, bandeiras, textos sagrados, objeto materiais etc.
Linguagem
“Sem linguagem não há homem e sem homem não há linguagem.” (Ulmann)
A anterioridade da espécie humana, ou seja, sua condição primata, caracteriza-se pela ausência da fala. Quando ou como o homem se livra dessa condição passando a expressar-se através da palavra, é uma indagação que a Arqueologia Pré-Histórica se empenha no sentido de encontrar respostas. Não apenas em relação ao fato fundamental da aquisição dos padrões de fala, mas, sobretudo na capacidade de transmissão oral e simbólica dos conhecimentos e experiência adquiridos que tornou possível o advento da cultura humana.
A linguagem é tão antiga quanto a cultura e sempre houve tantos modos de falar quanto de culturas. As línguas não apenas se modificam ao longo do tempo. Elas também se difundem em decorrência de fatores de ordem histórica e geográfica, tais como: guerras, conquistas, migrações, colonização etc.
O desenvolvimento cultural e social de um país depende do ensino satisfatório de seu idioma
A linguagem, tendo a comunicação como função primordial, permite aos indivíduos a transmissão dos padrões culturais armazenados às gerações num processo de continuidade cultural que só a educação pode desenvolver. Pensar, falar e escrever corretamente são necessários para perpetuar a visão do mundo da cultura.
Multiculturalismo
O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí então surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos falar em diferenças parece uma contradição. Mas não é bem assim. A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e deveres. As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes etc., uma vez que há indivíduos de raças diferentes entre si.
A diversidade cultural e étnica muitas vezes é vista como uma ameaça para a identidade da nação. Em alguns lugares o multiculturalismo provoca desprezo e indiferença, como ocorre no Canadá entre habitantes de língua francesa e os de língua inglesa.
No Brasil, o convívio multicultural não deveria representar uma dificuldade, afinal, a sociedade brasileira resulta da mistura de raças - negra, branca, índia - cada uma com seus costumes, seus valores, seu modo de vida, e da adaptação dessas culturas umas às outras, numa “quase reciprocidade cultural”. Dessa mistura é que surge um indivíduo que não é branco nem índio, que tampouco é negro, mas que é simplesmente brasileiro. Filhos desse hibridismo e tendo como característica marcante o fato de abrigar diversas culturas, nós, brasileiros, deveríamos lidar facilmente com as diferenças. Mas não é exatamente isso o que ocorre.
Sendo as culturas produto de determinados contextos sociais, se determinada cultura é posta em contato com outra, necessariamente, sob o risco de ser sufocada, uma delas se adaptará à outra. Tal exigência de adaptação às necessidades sociais não é especificidade do mundo globalizado. Historicamente tem se dado este confronto necessário entre culturas diferentes. Adaptar-se é, enfim, sobreviver. A adaptação das culturas é algo próprio de cada momento, uma vez que a sociedade se transforma conforme se constrói a História. Cada sociedade busca para si aquilo de que necessita em dado momento. Assim, se determinada cultura não lhe serve, então, deverá adaptar-se ou desaparecerá.
As sociedades contemporâneas, nas quais é preciso diferenciação dos indivíduos para que se identifiquem enquanto seres humanos e enquanto membros de determinado contexto social, e, sobretudo, diante das possibilidades postas pela globalização, o conflito de culturas é inevitável e necessário. A globalização cada vez mais aproxima grupos de culturas diferentes. Assim, a diversidade cultural passa a ser alvo de intensos debates. Um grande desafio frente colocado por essa realidade é que se pretende o igual, mas ao mesmo tempo, exige-se o diferente.
Sejam quais forem as exigências do mundo globalizado, atualmente se afirma a certeza do necessário convívio em uma sociedade cuja realidade é multicultural. Para tanto, é preciso que se reconheça e se respeite as diferenças próprias de cada indivíduo. O reconhecimento da diferença é ponto de partida para que se possa conviver em harmonia, não com os iguais, já que igualdade só deve existir do ponto de vista legal, mas do ponto de vista humano, social, o que nos interessa é realmente ser diferentes.
Atualmente a escola, por se configurar como espaço legítimo onde se dá o processo de socialização, é o ambiente no qual mais se discute a questão da diversidade cultural, racial, social. Para que este processo aconteça é necessário o convívio multicultural que implica respeito ao outro, diálogo com os valores do outro.
Família
A família em geral, é considerada o fundamento universal das sociedades, por se encontrar em todos os agrupamentos humanos, embora variem as estruturas e o funcionamento.
Se, originalmente, a família foi um fenômeno biológico de conservação e reprodução, transformou-se depois em fenômeno social. Sofreu considerável evolução até regulamentar suas bases conjugais conforme as leis contratuais, normas religiosas e morais.
De um modo geral, é o casamento que estabelece os fundamentos da família, mas pode haver famílias sem casamento.
À medida que as criaturas são incapazes, por si mesmas, de garantir a produção da própria vida material, isto conduz à formação de uma horda, um grupo família. 
A comunidade gentílica (genos) consiste em uma forma de associação, em que os membros que a compõe estão unidos pelo vínculo do parentesco ou da descendência comum. A comunidade gentílica é, assim, um grupo ligado por laços de solidariedade que mantêm organizada a totalidade da vida social.
No “genos” não existe propriedade privada; a propriedadeda terra é coletiva. Em virtude dessa estrutura, os vínculos de solidariedade são fortalecidos. 
Com o surgimento da cidade (polis) a sociedade se torna mais complexa. A sociedade ao alcançar um estágio superior de crescimento econômico e complexidade social, introduziu uma inevitável mazela social: a desigualdade de riqueza.
Cumpre ressaltar que família é palavra que não oferece um conceito fechado – nem para a antropologia, nem para o direito –, mas que pode ser estudada como uma noção processual, dinâmica, visto que é uma instituição cultural e, por isso, modifica-se geográfica e historicamente.
A família é primeiro grupo social a que pertencemos. Foi considerada por Frederico Le Pay como a “celula mater” da sociedade. Com efeito, tendo o nome que tiver e a composição que os costumes e as leis estatuírem, define-se como núcleo responsável pela conservação do grupo total. 
É um tipo de agrupamento social cuja estrutura varia no tempo e no espaço. Essa variação pode ser quanto ao número de casamentos, quanto à forma, relações de parentesco, relação sexual e dos componentes básicos da sociedade.
A dimensão da família também é variável, não só pelo número de filhos, mas também pelo fato de outras pessoas – parentes ou não – virem a interagir permanentemente com esse núcleo.
Como instituição social, a família possui três funções principais: procriativa, educativa e econômica.
Morgan estudou as relações de parentesco. A organização família se alterou com a evolução das sociedades. Para ele houve três estágios de desenvolvimento das sociedades: selvageria, barbárie e civilização. No período denominado selvageria caracteriza-se o matrimônio por grupos. No período denominado barbárie predomina a monogamia apenas para a mulher. No período denominado civilização predomina o matrimônio monogâmico
O conceito de família tem se modificado, afastando-se da estrutura patriarcal. A emancipação da mulher fez com que ela deixasse o lar, a fim de concorrer para a manutenção do equilíbrio do orçamento doméstico.
Na Constituição Federal a família é tratada no Art. 226.
No Brasil antes do Código Civil de 2002 o conceito de família era representado pelo homem e mulher casados e sua prole. O Código Civil de 2002 criou direitos para o companheiro (a) de união estável e igualou os filhos adotivos dos filhos biológicos. O conceito tem avançado no sentido de considerar uniões de pessoas do mesmo sexo. Os reflexos desses conceitos se farão sentir nos direitos previdenciários e sucessórios. 
Constituição Federal
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. (Regulamento)
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º - O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação. 
Art. 227, §6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Código Civil de 2002
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
I - castigar imoderadamente o filho;
II - deixar o filho em abandono;
III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente. 
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
Exame de DNA – Verificação da paternidade biológica
Vejamos a decisão jurídica abaixo:
Direito civil. Família. Criança e Adolescente. Recurso especial. Ação negatória de paternidade c.c. declaratória de nulidade de registro civil. Interesse maior da criança. Ausência de vício de consentimento. Improcedência do pedido. O assentamento no registro civil a expressar o vínculo de filiação em sociedade, nunca foi colocado tão à prova como no momento atual, em que, por meio de um preciso e implacável exame de laboratório, pode-se destruir verdades construídas e conquistadas com afeto. Se por um lado predomina o sentimento de busca da verdade real, no sentido de propiciar meios adequados ao investigante para que tenha assegurado um direito que lhe é imanente, por outro, reina a curiosidade, a dúvida, a oportunidade, ou até mesmo o oportunismo, para que se veja o ser humano – tão falho por muitas vezes – livre das amarras não só de um relacionamento fracassado, como também das obrigações decorrentes da sua dissolução. Existem, pois, ex-cônjuges e ex-companheiros; não podem existir, contudo, ex-pais. (STJ, RESP. N. 1.003.628/DF. 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, D.J. 14/10/2008).
Organização econômica
A organização econômica refere-se ao modo como os indivíduos conseguem, utilizam e administram seus bens e recursos. Faz parte da organização social e encontra-se em todas as sociedades, mesmo entre as mais simples.
Em princípio, procura-se explicar as diferenças entre os sistemas econômicos pela evolução social, ou seja, através de diferentes níveis de estágios da cultura. Morgan foi o primeiro a tratar sistematicamente os dados, registrados pelos cronistas, sobre a atividade econômica das culturas primitivas. Segundo sua teoria evolucionista, a vida econômica teria passado por três estágios:
Bandos
Aldeias fixas, com agricultura e pastoreio, propriedades familiares ou clãs.
Unidade política com tecnologia avançada: propriedades privadas
A Constituição Federal em seu Art. 170 trata da ordem econômica:
Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar, a todos, existência digna, conforme os ditames da justiça social, observado alguns princípios dentre os quais se destacam:
I- soberania nacional;
II- propriedade privada;
III- função social da propriedade;
IV- livre iniciativa
V- defesa do consumidor
VI – defesa do meio ambiente, inclusive tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços de seus processos de elaboração e prestação.
VII- redução das desigualdades regionais e sociais
VIII – busca do pleno emprego
IX – tratamento favores para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País
O Estado, numa posição intervencionista, coloca-se como agente normativo e regulador da atividade econômica, exercendo as funções de incentivo, fiscalizaçãoe planejamento.
Propriedade
 Constituição, Art. 5º, XXIII: A propriedade atenderá sua função social.
Código Civil: 
Art. 1.228 - O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
Propriedade privada compreende o direito de usar, gozar e dispor de uma determinada coisa, de modo absoluto e exclusivo, porém, esses poderes não podem ser exercidos de forma ilimitada. A propriedade privada também exerce uma função social e faz parte da Constituição brasileira desde 1988, quando foi pela primeira vez definido a função social de propriedade. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, está previsto o direito à propriedade privada, onde diz que "todo indivíduo tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros e que ninguém será arbitrariamente privado da sua propriedade".
Os meios de produção representam também propriedades privadas que são utilizadas para a produção de trabalho. São instrumentos de produção como máquinas, equipamentos, ferramentas, tecnologia; as instalações são como edifícios, armazéns, escritórios; as fontes de energia utilizadas na produção que podem ser elétricas, hidráulicas, nucleares, eólicas; e os meios de transporte. O proprietário utiliza os meios de produção e contrata trabalhadores para produzir.
Função social da Propriedade: as terras precisam ser produtivas, respeitar o meio ambiente e as leis trabalhistas.
Reforma Agrária: redistribuição de terras com fins sociais. é a reorganização da estrutura fundiária com o objetivo de promover a distribuição mais justa das terras. A Reforma é feita através de desapropriação e distribuição de terras devolutas. Gradual extinção do minifúndio e latifúndio.
Usucapião
A usucapião é o direito de posse que um indivíduo adquire sobre um bem móvel ou imóvel em função de haver utilizado tal bem por determinado lapso temporal, contínua e incontestadamente, como se fosse o real proprietário desse bem.
Art. 1.238, CC - Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo
Divisão do Trabalho
Na Antiguidade os homens viviam em grupos e havia uma divisão de tarefas. O fruto do trabalho pertencia a todos. Havia então uma solidariedade na realização do trabalho e na distribuição do resultado do trabalho.
Com o aumento das comunidades a solidariedade se perdeu e surgiram as guerras. Os vencidos nas guerras eram escravizados pelos vencedores. A escravidão era normal na Antiguidade. Na Idade Média foi substituída pela servidão. Os servos trabalhavam na propriedade dos senhores feudais.
Os servos recebiam a propriedade para poder trabalhar, contudo, eram obrigados a pagar impostos ao o rei, dízimo para a Igreja e uma boa parte da produção para o senhor feudal. O que restava era muito pouco. Descontentes os servos deixavam os feudos e formam conglomerados urbanos chamados burgos.
Surgiram os artesãos, profissionais especializados em determinadas tarefas, e os comerciantes. Os comerciantes ganhavam muito dinheiro comprando e vendendo produtos nos aglomerados urbanos.
Com a industrialização os trabalhadores passaram a ser remunerados pelo seu trabalho, contudo, trabalhavam em péssimas condições, sem higiene, segurança, iluminação, alimentação e, além disso, trabalhavam durante mais de 12 horas por dia e o salário era muito baixo.
Vivia-se a Revolução Industrial. A invenção da máquina a vapor propiciou a instalação das fábricas que usavam máquinas para produzir. Nas fábricas havia uma divisão do trabalho, de modo que o trabalhador exercia repetidamente uma determinada tarefa. O homem era explorado e tratado como um meio de produção.
Em 1908 Henry Ford introduziu em sua fabrica de automóveis nos Estados Unidos a “produção em série” do Ford T. Frederick Winslow Taylor (1856-105) foi considerado o precursor da administração científica e desenvolveu métodos científicos para aumentar a eficiência e a produção industrial.
Assim, a divisão do trabalho esteve presente em todas as sociedades do presente e do passado.
Na sociedade contemporânea a economia está dividida em inúmeros setores (bancário, construção, industrial, comércio, saúde, educação, transporte e etc.). As empresas, por sua vez, são compostas por diversos grupos, que realizam diferentes tarefas, tais como: Recursos Humanos, Finanças, Vendas, Produção e etc. 
A tecnologia evolui constantemente e cria a necessidade de mão de obra especializada, além da constante atualização das normas trabalhistas.
O mercado de trabalho é composto pelo trabalho formal e informal. Este último não é alcançado pela proteção das leis trabalhistas.
Os sindicatos são entidades cujo objetivo é proteger os interesses coletivos dos trabalhadores e equiparar o poder dos trabalhadores ao poder dos empregadores
A legislação trabalhista é formada pela CLT, Constituição e por leis esparsas.
Os Art. 7 a 11 da Constituição tratam dos direitos dos trabalhadores:
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente,participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; 
a) (Revogada). 
b) (Revogada). 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.   
Art. 8º. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
 Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
Religião
Religião é um conceito antropológico, ou seja, cultural.
Para os antropólogos evolucionistas, como James Frazer, a magia é uma etapa que antecede a religião. A magia representa uma fase anterior, mais grotesca da história do espírito humano, pela qual todas as raças humanas passaram, ou estando passando, para dirigir-se para a religião e a ciência. 
Religião é crença no sobrenatural. 
Religião é uma fé, uma devoção a tudo que é considerado sagrado. É um culto que aproxima o homem das entidades a quem são atribuídas poderes sobrenaturais. É uma crença em que as pessoas buscam a satisfação nas práticas religiosas ou na fé, para superar o sofrimento e alcançar a felicidade.
É também um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas, baseadas em livros sagrados, que unem seus seguidores numa mesma comunidade moral, chamada Igreja.
As normas religiosas de comportamento baseiam-se nas incertezas da vida e variam muito de uma sociedade para outra. Entretanto, tornam-se mais evidentes nos momentos de crise, ou seja, nascimento, adolescência, casamento, enfermidade, forme, morte etc.
As mais antigas concepções religiosas dos romanos dizem respeito ao culto dos espíritos dos mortos e às crenças em forças sobrenaturais, multidão de divindades que presidem a natureza: os reinos animal, vegetal e mineral.
Com o aumento da complexidade social a religião, a religião doméstica dos romanos transforma-se em religião da cidade, com corpo hierárquico de sacerdotes. Os cultos passaram a ser celebrados por sacerdotes iniciados, agrupados em colégios, dos quais o mais importante é o Colégio dos Pontífices, presidido pelo Pontífice Máximo.
Em Roma, até meados do século V antes de Cristo, as atribuições da Justiça são confiadas ao Colégio de Pontífices. Nessa sociedade direito, religião e política não se diferenciam.
Em algumas sociedades primitivas é possível observar certas práticas mágico-religiosas, com a denominação de ordálias. Uma das características das ordálias é o método ritualístico para comprovar um testemunho. Nesse sentido, um exemplo retirado do direito germânico consistia em fazer o acusado andar sobre ferro em brasa e, dois dias depois, se ainda tivesse cicatrizes, era considerado culpado.
No ano de 391, a religião cristã foi transformada em religiãooficial do Império Romano. A partir deste momento, a Igreja Católica começou a se organizar e ganhar força no continente europeu. Nem mesmo a invasão dos povos bárbaros (germânicos) no século V atrapalhou o crescimento do catolicismo.
Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve grande poder. Possuía poder econômico, poder político, poder jurídico e estabelecia padrões de comportamento moral para a sociedade. 
Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições contrárias aos seus dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e mandou para a fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja. 
Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram extremamente importantes para a preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se a copiar e guardar os conhecimentos das civilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos. Graças aos monges, esta cultura se preservou, sendo retomada na época do Renascimento Cultural.
Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) se preocupava com as questões políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para dedicarem-se aos pobres.
A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As pinturas, esculturas e livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitrais das igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos. Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e interessante: a música.
As religiões monoteístas acreditam em um único Deus, enquanto as religiões politeístas acreditam em mais de um Deus.
O hinduísmo tem uma origem remota que remonta a vários milênios a. C. Não existe um fundador, nem uma doutrina unitária dessa religião. Está indissoluvelmente ligada à cultura hindu e, em geral, sua difusão limita-se à Índia. O hinduísta adora muitos deuses ─ mais de 300 milhões ─, mas considera-os manifestações  de uma única realidade divina. 
O cristianismo é a religião mais difundida, estendendo-se por todos os continentes. A fé cristã, que surgiu na Palestina há 2000 anos, reconhece um único Deus (monoteísmo). Considera seu fundador, Jesus Cristo, como a encarnação de Deus. O cristianismo sustenta a doutrina trinitária, ou seja, a doutrina da Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, que constituem três pessoas em uma só natureza. O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia. O cristianismo divide-se em três grandes confissões: a católica romana, a ortodoxa oriental e a protestante. 
A carta encíclica, ou apenas encíclica é um documento pontifício dirigido aos bispos de todo o mundo e, por meio deles, a todos os fiéis.
A encíclica é usada pelo Papa para exercer o seu magistério ordinário. Trata de matéria doutrinária em variados campos: fé, costumes, culto, doutrina social, etc. A matéria nela contida não é formalmente objeto de fé. Mas, a ela, se deve o religioso obséquio do assentimento exterior e interior. Logo, uma "encíclica não define um dogma, mas atualiza a doutrina católica através de um ensinamento ou um tema da atualidade e é vista como a posição da Igreja Católica sobre um determinado tema. Normalmente, uma encíclica é designada pelas suas primeiras palavras a partir do texto em latim".
Exemplos de encíclicas: "Rerum Novarum" (Papa Leão XIII) sobre a questão operária; "Casti Connubii" (Papa Pio XI) sobre a moral conjugal; "Mediator Dei" (Papa Pio XII) sobre Liturgia; "Humani Generis" (Papa Pio XII) sobre alguns erros que ameaçam a fé; "Laborem Exercens" (Papa João Paulo II) sobre o trabalho humano; "Fides et Ratio" (Papa João Paulo II) sobre as relações entre fé e razão, etc.
As encíclicas que o Papa Bento XVI escreveu foram Deus Caritas est, Spe salvi e Caritas in Veritate.
O Papa Francisco escreveu, até o momento, a encíclica Lumen Fidei.
O budismo foi fundado por Buda no séc. VI a. C. O budismo era considerado uma seita do hinduísmo, mas aos poucos se expandiu por todo o Sudeste asiático. O budismo, na realidade, é uma religião sem Deus. Buda não acreditava em nenhum ser divino e negava que o homem tivesse alma imortal. 
O Islamismo é a mais recente das religiões; foi fundado por Maomé, no séc. VII, na Arábia. Seus domínios estendem-se pela África e a Ásia, formando um largo cinturão, do Atlântico ao Pacífico. O islamismo ensina que Alá é o único Deus e Maomé seu profeta. Tem aspectos da religião árabe antiga, do judaísmo e do cristianismo. O livro santo é o alcorão. 
O fundamentalismo religioso está presente em todas as religiões, durante todas as épocas da história da humanidade. Os fundamentalistas são os mais conservadores e literais seguidores de uma religião
A palavra seita vem do latim secta e singifica cortada, separada. Trata-se de um grupo religioso com uma concepção derivada dos ensinamentos de uma das principais religiões do mundo. Ou seja, uma seita é uma subdivisão de uma religião.
Liberdade Religiosa
Constituição Federal:
Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Código Civil
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
A transfusão de sangue
Com base em sua orientação religiosa, os integrantes da Religião Testemunhas de Jeová não autorizam a transfusão de sangue em seus membros ou familiares. Trata-se de uma questão polêmica e que confronta dois princípios constitucionais, isto é, o direito à vida e à liberdade de crença. A questão é que a opção ou não pela transfusão pode acarretar aos profissionais de saúde diversas consequências, seja do ponto de vista penal, civil ou administrativo. Com base na revisão da literatura, dos aspectos legais e jurisprudenciais o presente trabalho elabora a discussão a respeito do tema. Conclui-se que não há direitos absolutos e que a solução dependerá do tipo de atendimento envolvido, ou seja, se de urgência ou não, bem como do grau de discernimento do paciente.
A interpretação legislativa da matéria tem, dentre um de seus suportes, o artigo 15 do Código Civil, o qual, conforme dito alhures, prevê que “ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”12. O dispositivo privilegia a autonomia individual do paciente, porém, é difícil apurar os limites do poder da vontade individual em confronto com a necessidade de intervenções médicas ou cirúrgicas14.
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, já apreciou matéria envolvendo Testemunhas de Jeová e a transfusão de sangue durante período de tratamento quimioterápico e decidiu que no contexto do confronto entre o postulado da dignidade humana, o direito à vida, à liberdade de consciência e de crença, é possível que aquele que professa a religião denominada Testemunhas de Jeová não seja judicialmente compelido pelo Estado a realizar transfusão de sangue em tratamento quimioterápico, especialmente quando existemoutras técnicas alternativas a serem exauridas para a preservação do sistema imunológico15. Hipótese na qual o paciente é pessoa lúcida, capaz e tem condições de autodeterminar-se, estando em alta hospitalar.
O Estado e a organização política
A organização política de um povo abrange o conjunto de instituições através das quais se mantêm a ordem, o bem-estar e a integridade do grupo, sua defesa e proteção. Essas instituições regulam e controlam a vida da sociedade, garantido a seus membros:
Direitos individuais. Ao mesmo tempo exige o cumprimento de suas obrigações
Organização do governo
Sistema de governo
Defesa e proteção
A organização política é um aspecto da cultura encontrado em todos os grupos humanos, simples ou complexos.
A característica essencial da organização política é o exercício do poder. Outros aspectos têm igual importância: participação, lealdade, tradições e símbolos comuns, governo e sistema de relações externas.
O Estado é um elemento da organização social humana. Na história da humanidade surgiram diferentes tipos de Estado, tais como: cidades-Estado, Impérios, Tribos e etc. Alguns já desapareceram e a maioria transformou-se nos Estados nacionais modernos.
Costuma-se definir o Estado como a nação politicamente organizada. Compõe-se do território, população e governo. 
Território: uma unidade territorial correspondente a uma unidade política. 
População: grupos de indivíduos ligados por uma cultura comum.
Governo: consiste no instrumento executivo da organização política. Representa a autoridade que controla os membros da sociedade através de normas preestabelecidas e dentro de um território definido. Ele se concretiza por meio de órgãos, onde pessoas especializadas exercem funções ligadas ao poder e se preocupam em executá-las, valendo-se da força e de poderes coercitivos. 
Povo é conjunto de nacionais – conjunto de brasileiros onde quer que estejam (Art. 1, §1º).
População é o conjunto de pessoas dentro de uma determinada localidade – população do Estado de São Paulo, brasileiros e estrangeiros. 
Nação é o conjunto de pessoas ligadas por laços históricos, culturais etc. 
Forma de Estado: Unitário ou Federal
Forma de Governo: 
	Monarquia: o chefe do Estado é definido hierárquicamente
	República: o chefe do Estado é eleito
Sistema de Governo: 
	Presidencialista: o chefe do governo é o presidente
	Parlamentarista: o chefe do governo é chamado primeiro ministro ou 	chanceler 
Regime Político:
	Democracia: o poder é exercido pelo povo ou por seus representantes
	Ditadura: governo de um único lider reconhecido como repressor e 	autoritário
	Socialismo: os meios de produção pertencem ao Estado domina a 	economia
	Itália: é uma República Parlamentar
	
	Alemanha: é uma República Federativa, com sistema de governo 	parlamentarista
	Reino Unido: é uma Monarquia Parlamentarista, com um parlamento que possui 	a autoridade de criar leis e providenciar obras públicas. O chefe do Estado é a 	rainha Elizabeth II que tem uma função meramente representativa e diplomática, 	não possuindo qualquer gênero de poder executivo. O chefe do governo é o 	primeiro-ministro que é eleito pela maioria do parlamento.
	China: denominação República Popular da China, é um país socialista.
	Brasil: democracia presidencialista 
	Estados Unidos: democracia presidencialista
Tripartição dos Poderes surgiu da necessidade de conter os abusos cometidos pelos detentores do poder. Esse tema foi estudado por Aristóteles na obra “Política”, John Locke na obra: “Tratado Sobre o Governo”, Jean Jacques Rousseau no “Contrato Social” e Montesquieu na célebre obra “O Espirito das Leis”. 
Hoje em dia reconhece-se que um dos pressupostos do Sistema Democrático de Direito é a existência de três poderes independentes e harmônicos: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
A divisão dos poderes busca impedir o arbítrio através de um sistema de freios e contrapesos estabelecidos entre os três poderes, que mantem a independência de cada poder e cria entre eles colaboração e controle de forma harmônica. 
A função típica do Poder Legislativo é elaborar, emendar, alterar e revogar as leis. Sua atuação é dividida em três esferas: Federal, Estadual e Municipal. No sistema legislativo federal utiliza-se o bicameralismo federativo: Câmara de Deputados e Senado Federal.
Os Tribunais de Contas pertencem ao Poder Legislativo e exercem a função fiscalizadora do Poder Executivo.
A função típica do Poder Executivo é administrar e gerenciar o Estado, mas também realiza atividade legislativa através de Medidas Provisórias e Leis Delegadas. Nas Leis Delegadas o Presidente de República pede ao Congresso Nacional delegação para legislar sobre determinados assuntos.
O Poder Judiciário tem a capacidade de julgar, decidir conflitos e controvérsias segundo critérios estabelecidos em sociedade, eis sua função básica. Desempenha a jurisdição ou atividade jurisdicional.
O principal atributo da magistratura (conjunto de autoridades judiciárias, os juízes e juízas) é a imparcialidade. Além de exercer a jurisdição, conhecendo e julgando conflitos, fazendo aplicar a lei, o Poder Judiciário também é o fiscal da constitucionalidade.
	
	Poder Executivo
	Poder Legislativo
	Poder Judiciário
	Função Típica
	Administrar/Fiscalizar
	Legislar
	Julgar
	Função Atípica
	Legislar (Ex.: Medidas Provisórias, Leis Delegadas).
	Administrar/Fiscalizar (Tribunal de Contas)
	Administrar
	Função Atípica
	Julgar (Processos Administrativos)
	Julgar (Ex.: Comissões Parlamentares de Inquérito)
	Legislar (Ex.: Controle da Constitucionalidade, Súmulas)
Antropologia e direito
As conexões do direito com a antropologia são evidentes, visto que o ser humano constitui objeto central dessas duas áreas do conhecimento, motivo pelo qual temas como igualdade e diferença são, ao mesmo tempo, jurídicos e antropológicos. Além disso, o direito constitui um dos aspectos da cultura, e esta constitui objeto específico da antropologia cultural. A Antropologia, tal como o direito, também se interessas pelos conflitos sociais, principalmente no que diz respeito à intervenção normativa na decisão jurídica desses conflitos, bem como desdobramento da ordem jurídica e diante das transformações culturais, sociais e políticas e econômicas.
Costumes e leis
A diferença entre costume e lei não quer dizer que esta seja obrigatória e o costume não. O costume pode ter conotações de “dever ser” tão forte quanto as normas legais.
Segundo CLÓVIS BEVILÁQUA, lei é "a ordem geral obrigatória que, emanando de uma autoridade competente reconhecida, é imposta coativamente à obediência geral". 
[3: in DE PLÁCIDO E SILVA. Vocabulário Jurídico, ed. univ.,3ª edição, vol. III-IV,Forense, p. 62.
]
No costume a norma forma-se espontaneamente no meio social. É a própria comunidade que desempenha o papel que no caso da lei é desempenhado por certas autoridades competentes para legislar.
O costume é inerente a todos e a cada uma das instituições. Há costumes familiares, religiosos, econômicos e políticos. Exemplo: proibição de casamento entre pessoas de diferentes credos, etnias etc.
Não obstante seja a lei a principal fonte do Direito, este emerge, também, do costume do povo, da doutrina dos doutores, da analogia, da jurisprudência e dos princípios gerais. 
O nosso ordenamento jurídico consagra o acolhimento de tais regras não escritas quando, diante do caso concreto, a lei não for satisfatória, de modo a proporcionar um julgamento justo, aquele que vá ao encontro do bem-estar social, da paz, da harmonia. A propósito, diz o art. 4º, da Lei de Introdução ao Código Civil:
"Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito." 
Mas, se o Direito amplia-se, evolui, alcança progressos - e disto não se duvida -, é porque,

Outros materiais