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4- o direito como ciência

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AULA 3 - O direito como ciência
	A Ciência do Direito constitui um conjunto ordenado e sistemático  de princípios e regras que tem por tarefa definir e sistematizar o ordenamento jurídico e apontar solução para os problemas ligados à sua interpretação e aplicação. 
O objeto da ciência do Direito é o Direito positivo(formado por princípios e normas).
A ciência do Direito considera o Direito positivo de um pais determinado, num dado momento histórico-cultural, em certo ponto do espaço-tempo, com suas peculiaridades histórico-sócio-culturais. 
“Os juristas, quando analisarem o direito devem procurar sempre compreender esse direito e torná-lo aplicável dentro dos limites da ordem vigente. 
Esta ORDEM que eles aceitam e não negam, de acordo com sua interpretação, é o ponto de partida de qualquer investigação. 
O ordenamento constitui uma espécie de limitação, tendo em vista que é uma norma posta, legal contudo aquele que opera com a norma ( seja adv. Juiz, etc) pode explorar as diferentes combinações para a determinação operacional de comportamentos juridicamente possíveis".
	A boa hermenêutica da lei é imprescindível para que se obtenha ao caso concreto a justiça que se espera daquele que a procura.
O Direito representa instrumento que visa a assegurar a coexistência pacífica na sociedade.
DIREITO NATURAL, DOUTRINÁRIO E DIREITO POSITIVO
 DIREITO NATURAL 
São normas que existem e pertencem a todos os tempos, não são elaboradas pelos homens e sim, emanadas por uma vontade superior, pois integram a própria natureza humana. Ex: o direito de reproduzir, de constituir família, o de viver.
DIREITO DOUTRINÁRIO
Direito é doutrinário quando analisamos uma norma jurídica sob a ótica de doutrinas, como da Sociologia, Biologia, História, Política, Ética... Etc.
É o Direito ainda não transformado em lei, ainda a constituir-se.
Por exemplo, em nosso segmento de estudo
 ( Direito) temos em todas as áreas (civil, penal trabalho, previdenciário, etc.) escritores de renome que escrevem teorias, defendem posicionamentos de idéias, etc. sobre os temas onde são especialistas.
Podemos citar no direito,inúmeros juristas doutrinadores, a saber:
Amauri Mascaro do nascimento;
Celso Bandeira de Mello;
Ada Pellegrini Grinover;
Tércio de Sampaio Ferraz, etc.
DIREITO POSITIVO
DIREITO POSITIVO, é o que é real, certo, fora de qualquer dúvida; o direito só pode ser positivo na medida em que é sancionado pelo poder público (direito legislado) ou criado pelos costumes ou reconhecido pelo Estado ou pelo consenso das nações (direito internacional)".
É o Direito posto!
Quando surgem, as normas jurídicas se põem ou se "positivam" como uma realidade "objetiva“.
Elas se positivam e se tornam objetivas. vigem e têm eficácia em certo tempo, como realidades culturais, postas e garantidas pela sociedade e pelo Estado.
Elas, as normas jurídicas, são "direito positivo objetivo. 
Daí poder-se dizer que "objetivo" e "positivo" são termos que se implicam, um esta contido no outro
DIREITO OBJETIVO
Conseqüentemente, pelo que vimos na explicação anterior o Direito Objetivo é o direito como "norma", já criada, ou "conjunto de normas", que buscam a disciplina social.
"OBJETIVO" - O direito como norma é chamado de "objetivo.“
Porque, ao surgir, ao se positivar, a norma "se objetiva", se põe como uma realidade objetiva.
Ex: “Todos os brasileiros são obrigados ao Serviço Militar” Art 2º da Lei do Serviço Militar (Lei nº 4375 de 17/12/64)
 O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de dezoito anos”- Art. 14, §1º, I da C.F./88
DIREITO SUBJETIVO *******
DIREITO SUBJETIVO ou DIREITO FACULDADE é a permissão de fazer ou não fazer, de ter ou não ter algo, sem violação de preceito normativo.
 O direito subjetivo pode ser definido como "a faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse." (José Cretella Júnior). Ou, "o interesse protegido pela lei, mediante a vontade individual."
Ex: 1 - Direito de renúncia de herança - Art 1806/ C.Civil;
A pessoa tem direito a receber a herança, é um direito que ela possui contudo ela pode ou não exercer esse direito. Neste caso ela pode renunciar. Ela tem o direito subjetivo de aceitar ou não a herança.
EX 2 - Estipulação do Regime de Bens no casamento - Art. 1528,1639 do CC; 
Ao casar, a pessoa tem direito de escolher o regime de bens(parcial de bens, separação total, Universal), contudo ela pode não escolher nenhum e seguir o padrão para estes casos que é o parcial de bens.
EX 3 - 	Incisos do Art. 5º da CF/88
Alistamento eleitoral e o voto são facultativos para: 
os menores de 18 e maiores de 16 anos;
os maiores de 70 anos e para os analfabetos, (Art. 14 § 1º, II, CF).
A pessoa vota se quiser, exerce esse direito se assim entender; é direito subjetivo do jovem e do idoso votar ou não. 
DIREITO NACIONAL PÚBLICO E DIREITO NACIONAL PRIVADO
Público - Regula as relações jurídicas das pessoas jurídicas de Direito Público: de Estado para indivíduo, de indivíduo para Estado e de Estado para Estado. Ex.; Dir. Adm, Constitucional
Privado - Regula as relações de indivíduo para indivíduo. Ex. Civil, Empresarial, trabalho.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E PRIVADO
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO (Externo)
Também chamado “das gentes”, é um conjunto de normas jurídicas aplicáveis às relações que dizem respeito a mais de um Estado ou têm um componente internacional. Ex.: conflito de fronteiras.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
É o conjunto de regras que regem as relações entre indivíduos e o Estado no espaço internacional.
Trata de interesses, não dos Estados, mas principalmente dos particulares. - Ex.: inventário de uma pessoa falecida que deixa bens em vários países.
 
NORMAS JURÍDICAS
As normas jurídicas são estruturas fundamentais do Direito e nas quais são gravados preceitos e valores que vão compor a Ordem Jurídica.
A norma jurídica é responsável por regular a conduta do indivíduo, e fixar enunciados sobre a organização da sociedade e do Estado, impondo aos que a ela infringem, as penalidades previstas, e isso se dá em prol da busca do bem maior do Direito, que é a Justiça.
Características mais marcantes da norma jurídica 
É importante verificar que as normas jurídicas possuem características comuns, sendo elas:
A) Bilateralidade, é uma característica que possui relação com a própria estrutura da norma, pois, normalmente, a norma é dirigida a duas partes, sendo que uma parte tem o dever jurídico, de exercer determinada conduta em favor de outra, enquanto que, essa outra, tem o direito subjetivo, ou seja, a possibilidade dada pela norma de agir diante da outra parte. 
	Ex.: Empresa tem o dever jurídico de pagar o salário aos empregados. O empregado por sua vez, tem o direito subjetivo a pleitear seu salário na justiça caso não receba. 
Uma parte, então, teria um direito fixado pela norma e a outra uma obrigação, decorrente do direito que foi concedido.
B) Generalidade, característica relacionada ao fato da norma valer para qualquer um, sem distinção de qualquer natureza, para os indivíduos, também iguais entre si, que se encontram na mesma situação. 
A norma não foi criada para um ou outro, mas para todos. Essa característica consagra um dos princípios basilares do Direito: 
IGUALDADE DE TODOS PERANTE A LEI.
C) Abstratividade diz respeito ao fato de a norma não ter sido criada para regular uma situação concreta ocorrida, mas para regular, de forma abstrata, abrangendo o maior número possível de casos semelhantes, que ocorrem, normalmente, da mesma forma. 
A norma não pode disciplinar situações concretas, mas tão somente formular os modelos de situação, com as características fundamentais, sem mencionar as particularidades de cada situação, pois é impossível ao legislador prever todas as possibilidades que podem ocorrer
nas relações sociais. Ex.; Crimes de informática
D) imperatividade é uma característica essencial, pois a norma, para ser cumprida e observada por todos, deverá ser imperativa, ou seja, impor aos destinatários a obrigação de obedecer. 
Não depende da vontade dos indivíduos, pois a norma não é conselho, mas ordem a ser seguida.
E) Coercibilidade, pode ser explicada como a possibilidade do uso da força para combater aqueles que não observam as normas. 
Essa força pode se dar mediante coação, que atua na esfera psicológica, desestimulando o indivíduo de descumprir a norma, ou por sanção (penalidade), que é o resultado do efetivo descumprimento. 
FONTES DO DIREITO
Fontes
Fonte quer dizer origem, local onde surge ou nasce algo, por exemplo: fonte de água. 
Sabemos então que a fonte indica a nascente de algo.
No direito tradicionalmente se divide a fonte em: fonte formal e fonte material.
Fonte material
Fontes materiais encontram-se os acontecimentos sociais, políticos, econômicos e históricos que influem na formação, no pensamento daqueles que irão propor ou solicitar que se proponha determinada norma jurídica.
O desenvolvimento social modifica, as relações entre os homens nos seus mais diversos aspectos. O modo de se relacionar da nossa época é completamente diferente do modo de se relacionar do início do século. 
O ideal da norma formal é que ela reflita o pensamento de sua época.
Fonte formal
As fontes formais, como o próprio nome diz, nos mostram de que forma o direito será conhecido de todos, qual o veículo de divulgação da norma. São fontes formais:
a Constituição, 
as Leis, 
a Jurisprudência, 
os Usos e Costumes.
EXPLICANDO CADA FONTE
CONSTITUIÇÃO - A Constituição é a norma mais importante de um País. A Constituição é a fonte mais importante, a principal, pois todas as demais não podem contrariar os princípios que dela decorrem. 
LEIS - É uma norma ou conjunto de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes para o efeito.
JURISPRUDÊNCIA - A Jurisprudência representa o conjunto de decisões reiteradas dos Tribunais, num mesmo sentido e sobre o mesmo assunto, que norteará as soluções para os casos iguais que forem surgindo.
USOS, COSTUMES E HÁBITOS  é o direito que surge dos costumes de uma certa sociedade, não passando por um processo formal de criação de leis. No direito costumeiro, as leis não precisam necessariamente estar num papel ou serem sancionadas ou promulgadas. Os costumes transformam-se nas leis.

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