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CINÉTICA QUÍMICA 2 A investigação de uma reação química envolve dois aspectos fundamentais: Quantificação da(s) energia(s) envolvida(s) na reação TERMODINÂMICA Determinação da velocidade de reação CINÉTICA TEMPO É IRRELEVANTE CINÉTICA QUÍMICA TEMPO É RELEVANTE 3 A Termodinâmica afirma que essa reação é espontânea, ou seja, apresenta energia livre negativa, G<0; Entretanto, essa reação leva anos para ocorrer. A Cinética comprova que, na presença de um catalisador esta reação ocorre instantaneamente. H2 (g) + ½ O2 (g) H2O (g) CINÉTICA QUÍMICA 4 CINÉTICA QUÍMICA Uma reação química pode ser lenta, se os produtos são formados em um longo intervalo de tempo, como ocorre na corrosão ou no apodrecimento de material orgânico, por exemplo. 5 CINÉTICA QUÍMICA Sabemos que uma reação química é rápida se os produtos são formados rapidamente, ou seja, se ocorrem em um curto intervalo de tempo, como acontece , por exemplo, em uma reação de precipitação ou em uma explosão. 6 PET: mais de 100 anos Filtro de Cigarro: 5 anos Chiclete: 5 anos Plásticos: até 450 anos Cerâmica: Indeterminado Vidro: Indeterminado APLICAÇÕES: IMPACTO AMBIENTAL CINÉTICA QUÍMICA 7 TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DOS MATERIAIS MATERIAL TEMPO DE DEGRADAÇÃO Cerâmica Indeterminado Alumínio 200 a 500 anos Chiclete 5 anos Embalagens PET (Polietileno Tereftalato) Mais de 100 anos Filtros de Cigarro 5 anos Isopor Indeterminado Papel e Papelão Cerca de 6 meses Plásticos (embalagens) Até 450 anos Vidros Indeterminado CINÉTICA QUÍMICA 8 APLICAÇÕES: MEDICAMENTOS Farmacocinética A bula que acompanha um medicamento traz informações sobre: a. o tempo de ação da droga no organismo; b. o tempo de eliminação da droga pelo organismo; c. a meia-vida do medicamento. Exjade™ (deferasirox) • No caso de portadores de anemias crônicas, as transfusões de sangue freqüentes e as agulhadas diárias já são uma rotina nas suas vidas; • as transfusões constantes provocam SOBRECARGA DE FERRO no organismo, complicando ainda mais a vida desses pacientes; • mas o prognóstico dessas doenças pode melhorar consideravelmente quando a retirada de ferro do organismo é feita periodicamente com deferasirox (Exjade); • Se não for tratado, o excesso de ferro pode acarretar danos ao fígado, coração, glândulas endócrinas e outros órgãos, podendo levar a morte. Meia-vida longa CINÉTICA QUÍMICA 9 Tabela 1. Propriedades químicas, farmacocinética e principais Mecanismos de ação de alguns inibidores de VEGF (Fator de Crescimento Vascular Endotelial) – que causam a cegueira em idosos. (Quanto maior VEGF , maior a probabilidade de cegueira em idosos) Cegueira em idosos acima de 60 anos os medicamentos da Tabela 1 atuam na inibição de VEGF (Fator de Crescimento Vascular Endotelial). CINÉTICA QUÍMICA FDA : Food and Drug Administration (orgão governamental americano que faz o controle dos alimentos e das drogas) 10 CINÉTICA QUÍMICA Considera-se aditivo alimentar a “substância intencionalmente adicionada ao alimento com a finalidade de CONSERVAR, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudique seu valor nutritivo” (Artigo 2º do Decreto 55.871 de 24/04/1965) NOME FUNÇÃO Antioxidantes impedem as reações com o oxigênio evitando a rancificação dos alimentos ricos em gorduras, principalmente em produtos como margarinas e maioneses. Aromatizantes e Flavorizantes realçam ou intensificam o sabor e o odor dos alimentos e, por isso, são usados para evitar que os produtos percam parte de seu sabor e aroma durante o processo de fabricação ou de armazenamento. Conservantes conservam os produtos, impedindo a proliferação de micro- organismos ou de enzimas que possam provocar transformações químicas capazes de causar alterações nos alimentos. Corantes Conferem ou intensificam a cor natural dos alimentos para melhorar a sua aparência, tornando-os mais vistosos e atraentes. Os corantes naturais são extraídos de matérias primas como frutas e vegetais, um exemplo é o beta-caroteno, uma das formas de vitamina A, que pode ser extraído de cenouras ou abóboras amarelas. Há também corantes extraídos da beterraba e de vegetais verdes. APLICAÇÕES: INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA 11 CINÉTICA QUÍMICA NOME FUNÇÃO Espessantes têm a finalidade de aumentar a viscosidade dos alimentos. Em geral, são extraídos de plantas, como algas, ou de sementes. Os espessantes são utilizados em alimentos cremosos como margarinas e sorvetes. Estabilizantes são usados para manter a homogeneidade dos alimentos, pois impedem a separação dos diferentes ingredientes que fazem parte de uma mistura. Frequentemente, eles são produzidos a partir de óleos vegetais, como a lecitina de soja. São usados para manter partículas sólidas em suspensão em misturas heterogêneas como maionese. Umectantes impedem o ressecamento dos produtos, pois são substâncias que retêm água. Antiumectantes evitam a absorção de água pelos alimentos. Edulcorantes substâncias doces de baixo teor calórico, que substituem o açúcar em dietas destinadas às pessoas que necessitam evitar o seu consumo. Os edulcorantes são também chamados de adoçantes e, como exemplo, podemos citar o ciclamato de sódio e a sacarina sódica, ainda muito usados no Brasil, mesmo que essas substâncias sejam proibidas em alguns países. 12 CINÉTICA QUÍMICA Os métodos de conservação dos alimentos têm por objetivo impedir que os alimentos se estraguem devido a alterações provocadas por bactérias, fungos e enzimas. Esses métodos devem reduzir ou eliminar a quantidade de micro- organismos e de enzimas que causam a deterioração; criar um meio desfavorável para o desenvolvimento desses micro-organismos e para a atividade enzimática; e também controlar a rapidez dessas reações para que seja possível o armazenamento dos alimentos por mais tempo. A deterioração dos alimentos é devida à ocorrência de reações químicas. Elas podem ser provocadas por enzimas e, geralmente, são reações de decomposição, de hidrólise ou de oxidação de algumas ou de várias substâncias. A rapidez com que as reações ocorrem vai depender, entre outros fatores, da temperatura em que o alimento é armazenado. Um outro fator que influencia a rapidez dessas reações é a presença de enzimas, que funcionam como catalisadores do processo de decomposição e, portanto, aumentam a rapidez com que essas reações se processam. 13 APLICAÇÕES: DESINTEGRAÇÕES RADIOATIVAS Radioatividade: é a emissão espontânea de partículas e/ou radiação de núcleos instáveis Núcleo: prótons e neutrons 3 quarks: 2 up + 1 down 3 quarks: 2 down + 1 up Cinética das desintegrações radioativas CINÉTICA QUÍMICA 14 226 Ra 88 ===> 222 Rn 86 + 4 He 2 (alfa, ) 60 Co 27 ===> 60 Ni 28 + e-1 (beta, ) 5% da velocidade da luz no vácuo 95% da velocidade da luz no vácuo a velocidade da luz no vácuo Emissão de fótons ===> (gama, ) elétrons pósitrons CINÉTICA QUÍMICA 15 CINÉTICA QUÍMICA Up (para cima) – É o mais leve dos quarks. Cada próton possui dois up em seu interior. Cada nêutron, um. Down (para baixo) – Faz dupla com o up na constituição da matéria. Cada próton tem um down e, cada nêutron, dois downs. Parênteses importante! Quarks do próton Carga do quark “up” = +2/3 e Carga do quark “down” = -1/3 e Quarks do neutron 1) 3 1 (1) 3 2 ( 2 downcarga upcarga 2próton docarga Zero 3 1 (- 2 upcarga downcarga2neutron docarga ) 3 2 (1) 16 PROGRAMA: Definição dos termos cinéticos; Efeito da concentração sobre a valocidade da reação; Leis de velocidade e sua determinação empírica; Métodos para determinação da lei de velocidade: a. Método do isolamento; b. Método das velocidades iniciais; c. Método diferencial; d. Método de integração. Meia-vida de uma reação; Mecanismos de reação: a. Molecularidade e ordem de reação; b. Etapa determinante da velocidade de uma reação. CINÉTICA QUÍMICA 17 Efeito da temperatura sobre a velocidade de reação: a. A equação de Arrhenius e a determinação experimental dos parâmetros de Arrhenius: Fator pré-exponencial e Energia de ativação); • Teoria das colisões; • Teoria do complexo ativado; • Coordenada de reação; • Estado de transição; • Complexo ativado Catálise; Princípios básicos da catálise; Tipos e propriedades dos catalisadores; Fenômenos envolvidos na catálise: a. Difusão; b. Adsorção (Adsorção física e Adsorção química); c. Desorção. Catálise homogênea; Catálise heterogênea; Catálise enzimática; Mecanismo geral da catálise; Energia de ativação para reações catalisadas. CINÉTICA QUÍMICA 18 CINÉTICA QUÍMICA Fatores qualitativos que afetam a velocidade de uma reação química: a. A natureza química dos reagentes; b. A habilidade dos reagentes para entrarem em contato um com o outro; c. A concentração dos reagentes; d. A temperatura; e. A disponibilidade dos agentes aceleradores da velocidade de reação, chamados de catalisadores. a. A natureza química dos reagentes: Ligações se rompem e novas ligações se formam durante as reações. As diferenças fundamentais entre as velocidades das reações, portanto, encontram-se nos próprios reagentes, nas tendências herdadas dos átomos, moléculas ou íons que sofrem mudanças nas ligações química. Temos, neste caso, a classificação das reações em lentas e rápidas, conforme visto nos exemplos iniciais. 19 CINÉTICA QUÍMICA b. A habilidade dos reagentes se envcontrarem (se colidirem): A maioria das reações envolve dois ou mais reagentes (átomos, moléculas, íons) que devem colidir uns com os outros para a reação ocorrer. Por isso, as reações são realizadas frequentemente em solução ou em fase gasosa, estados em que as espécies reagentes são capazes de colidirem umas com as outras mais facilmente. c. A concentração dos reagentes: As velocidades das reações químicas são afetadas pelas concentrações dos reagentes. Quanto maior a concentração dos reagentes, maior a probabilidade das moléculas colidirem entre si. d. A temperatura do sistema reacional: A maioria das reações químicas ocorrem mais rápido em temperaturas mais elevadas do que em temperaturas mais baixas. Por exemplo, os insetos se movem mais lentamente quando a o ar está frio. Um inseto é uma criatura de sangue frio, o que significa que a temperatura do corpo é determinada pela temperatura do meio. À medida que o ar esfria, os insetos esfriam da mesma forma, e então a velocidade de seu metabolismo química cai, provocando geralmente o óbito. Por isso que em países frios, como na Europa, não se vê insetos, enquanto em países tropicais a presença desses é um grande problema: dengue, por exemplo. 20 CINÉTICA QUÍMICA e. A presença de catalisadores Os catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade das reações químicas, SEM SEREM CONSUMIDOS. Os catalisadores afetam cada momento de nossas vidas. Isso acontece porque as enzimas que direcionam a química de nosso corpo são todas catalisadores. Da mesma forma, são muitas as substâncias usadas nas indústrias químicas para produzir, por exemplo, a gasolina, os plásticos, os fertilizantes e outros produtos que tem se tornado necessários à nossa vida. 21 CINÉTICA QUÍMICA ASPECTOS QUANTITATIVOS Investigar a velocidade das reações químicas ( e suas respectivas leis de velocidade ) sob a influência da concentração dos reagentes, da temperatura e dos catalisadores. A velocidade de uma reação química pode ser quantificada com relação à: quantidade de produto formado ou à quantidade de reagente consumido, na unidade de tempo. Em Cinética Química são investigados os fatores que influenciam a velocidade das reações, podendo ser destacados: a. A CONCENTRAÇÃO das espécies envolvidas na reação; b. A TEMPERATURA com que a reação se processa; c. A adição de um CATALISADOR no meio reacional. 22 a. Efeito da concentração sobre a velocidade de reação O aumento da concentração inicial dos reagentes origina uma aumento na velocidade de reação. uma vez que, uma reação química é consequência de colisões entre reagentes quando aumentamos a concentração dos reagentes, favorecemos as colisões entre estes. A velocidade das reações químicas e as leis de velocidade: a velocidade de uma reação química pode ser expressa: em termos da variação das concentrações dos reagentes com o decorrer do tempo ou, em termos da variação das concentrações dos produtos com o decorrer do tempo. o gráfico da Figura 1 ilustra essas duas possibilidades: CINÉTICA QUÍMICA 23 CINÉTICA QUÍMICA Suponha a reação: X Y d[Y]/dt=v -d[X]/dt=v 24 CINÉTICA QUÍMICA A LEI DE VELOCIDADE (ou EQUAÇÃO DE VELOCIDADE) é determinada experimentalmente e pode ter a forma geral: k é a “constante de velocidade” da reação ou “velocidade específica”; n1 e n2 correspondem às ordens de reação parciais em relação aos reagentes A e B, respectivamente; n=n1+n2 corresponde à ordem global da reação. k e n são conhecidos como “parâmetros cinéticos” 21 ][][ nn BAkv 25 CINÉTICA QUÍMICA OBSERVAÇÕES: 1. A ordem de uma reação governa a forma matemática da lei de velocidade; 2. A ordem de reação não pode ser prevista a partir da equação estequiométrica, ela deve ser investigada experimentalmente; 3. Quando a ordem de reação coincide com a estequiometria da reação, é confiável supor que a reação ocorre segundo a equação que a representa. Caso contrário, temos que propor um mecanismo que concorde com a ordem de reação observada experimentalmente; 4. A ordem de reação não necessita ser um número inteiro. Geralmente, reações de ordem fracionária significam complexidade no mecanismo. 26 CINÉTICA QUÍMICA OBS. São conhecidas apenas 5 reações gasosas de 3a ordem e, cada uma delas compreende a interação de NO com Cl2, Br2, O2, H2 e D2. Exemplos: 1. N2O5 2 NO2 + ½ O2 (reação de 1a ordem) ][][ 5252 ONk dt ONd v (reação de 2a ordem) 2. (C2H5)3N + C2H5Br (C2H5)4NBr ][])[ ])[( 52352 352 BrHCNHCk dt NHCd v 3. 2 NO + Cl2 2 NOCl (reação de 3a ordem) ][][ ][ 2 1 2 2 ClNOk dt NOd v OBS. Reação de mecanismo complexo 4. CH3CHO CH4 + CO (reação de ordem fracionária) 23 3 3 ][ ][ 2 1 CHOCHk dt CHOCHd v 27 CINÉTICA QUÍMICA UNIDADES Concentração: mol L-1 Tempo: h, min, s, … Velocidade: mol L-1 s-1 A unidade da constante de velocidade, k, depende da ordem de reação n=1 (1a ordem): k = mol L-1 s-1/mol L-1 = s-1 n=2 (2a ordem): k = mol L-1 s-1/mol2 L-2 = mol-1 L s-1 n (na ordem): k = mol L-1 s-1/moln L-n = mol1-n Ln-1s-1 v = k [C]n
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