Buscar

Direito Penal

Prévia do material em texto

Direito Penal
Prof.: Estela
16/08/2017
Crimes contra a administração pública (Art. 312 e seguintes CP)
São crimes que os funcionários públicos podem praticar contra a administração, são os chamados crimes funcionais.
Art. 327 CP: Funcionário público .... 
O artigo traz quem são as pessoas que podem cometer tal crime. 
Traz o conceito de funcionário publico para fins penais. 
Estagio, voluntario, temporário, concursado ou não concursado, etc. pessoa que exerce cargo, emprego ou função publica. Qualquer pessoa que exerça alguma parcela de função publica é considerado funcionário publico para fins penais. 
EX: Pessoa vai trabalhar como voluntária durante 1 mês em uma repartição publica, se essa pessoa ganhar qualquer vantagem para exercer uma atividade ilícita comete crime de funcionário publico. o que importa é que a atividade é uma atividade da administração publica, sendo assim é funcionaria publica para efeitos penais. 
Concessionarias de serviços públicos, energia, agua, telefonia, etc. são funcionaros públicos para feitos penais. O funcionário que aceitar suborno, desviar bem publico ou particular em seu proveito comete crime de servidor publico, pois o serviço é publico, então são funcionários públicos para fins penais. 
EX: Na época do ACM houve uma sabotagem no painel do congresso, era uma votação pública e a cada voto manipulava-se o painel eletrônico, quem manuseava o painel era prestador de empresa de TI que era contratado, mas para fins penais era funcionário publico, então cometeu crime típico de funcionário publico, porque naquele momento era funcionário publico.
EX: o funcionário da gráfica que imprime as provas do ENEM, se ele sabotar, pedir vantagem para divulgar o conteúdo, etc. comete crime de funcionário publico. 
Os comissionados normalmente são funcionários públicos que acabam recebendo uma comissão para serem nomeador, o comissionado é funcionário publico e a pena é aumentada quando comete algum tipo de crime contra a administração. Geralmente os comissionados tem um poder de comando, sendo assim a pena é aumentada.
EX: Se for convidada para ser júri o tempo que estiver como jurada é considerada funcionário publico para fins penais. 
EX: mesário da eleição enquanto estiver disposição da justiça eleitoral é funcionário publico para fins penais.
É um conceito extremamente largo, vai alcançar pessoas que normalmente não são funcionários públicos, mas para fins penais será considerado funcionário publico. 
Coautoria e participação (art. 130 CP): Admissibilidade 
Se eu não for funcionário publico mas auxiliar um funcionário publico a cometer o crime, será responsável pelo mesmo crime?
EX: Funcionário público vai desviar 50 mil da merenda e não pode depositar na sua conta, então pede a conta de X emprestada para que ganhe 15% desse valor, o amigo empresta a conta para que o funcionário publico desvie, o funcionário publico comete peculato, e o amigo que emprestou a conta? Não é funcionário publico, mas sabia que estava atuando em uma conduta típica de funcionário publico. 
Art. 30 CP, quando tiver crime que tem uma elementar, as circunstancias elementares se estendem a coautores e participes. 
Se eu ajudo m funcionário publico a desviar dinheiro publico eu cometo peculato junto com ele, porque a qualidade de funcionário publico é uma elementar, sendo assim os crimes funcionais admitem coautoria e participação. 
Recebe o mesmo crime do funcionário publico.
Um particular pode cometer peculato? Sim, desde que ele seja coautor ou participe de um funcionário publico, ele não pode atuar sozinho, mas atua conjuntamente com funcionário publico. 
E se o particular não sabia a que titulo esse dinheiro ia cair na sua conta?
O particular não tem responsabilidade, porque não conhecia a ilicitude do comportamento do funcionário publico, ele tem que ter conhecimento e atuar junto para tal ilicitude. 
Art. 312 CP: Peculato envolve:
No caput percebemos dois crimes diferentes. 
- Peculato – Apropriação (Art. 312 “caput” 1º Parte)
O funcionário publico estava na posse da coisa, a coisa não é dele, a coisa é publica ou particular e ele passa a se comportar como se fosse dono da coisa. 
O peculato apropriação nada mais é do que a apropriação indébita praticada pelo funcionário publico, aquilo não é dele, esta confiado a ele e ele passa a se comportar como se fosse dono da coisa. 
EX: ele pega um computador da repartição publica leva para casa e vende o computador, ele comete o crime de peculato apropriação. Ele não pode vender o computador, o computador não é dele. 
EX: Programa de TV presenteou a prefeitura de Barueri com uma TV, o programa colocou um rastreador para que a TV fosse entregue em uma escola, a TV foi parar na sala de estar da diretora da escola, a diretora levou a TV para sua casa. E não usou a TV para finalidade que foi destinada pelo programa de TV. 
EX: O juiz que levou o carro para sua residência cometeu o crime de peculato apropriação, se apropriou de coisa publica ou particular que tinha que ser mantida em determinado local e não foi.
Ao devolver a coisa o crime não desaparece, o crime se consuma com a apropriação, a devolução pode minimizar a situação, mas não faz o crime desaparecer. 
Pena: reclusão de 2 a 12 anos. 
- Peculato – Desvio (Art. 312 “caput” 2º parte) 
Desvia-lo em proveito próprio ou alheio, eu não fico com a coisa, mas eu desvio a coisa. Desviar é dar uma outra destinação, uma outra finalidade.
EX: os medicamentos são encaminhados ao posto de saúde para serem distribuídos de forma gratuita, o farmacêutico pega parte do medicamento e leva para uma farmácia particular que compra os medicamentos e vende. 
Tanto o farmacêutico quanto o dono da farmácia cometem o crime de peculato desvio. 
Pena: reclusão de 2 a 12 anos. 
- Peculato – Furto (Art. 312 §1º CP)
No peculato furto a pessoa não esta de posse da coisa, mas ele chega ate a coisa, ele usa da facilidade do cargo. 
EX: trabalha na repartição A e vai até a repartição B, ele entra na repartição B onde ele não trabalha e furta um objeto que ele gostou. Ele cometeu peculato furto, ele teve um acesso facilitado a ela valendo-se das facilidades do cargo. 
Ele comete o crime de peculato furto. 
Agora se para entrar na repartição arrombar a porta para subtrair o computador ele não comete o peculato furto, porque ele não se valeu das facilidades do cargo para subtrair, qualquer ladrão faria isso. Sendo assim responde por furto normal. 
Agora se ele se vale das atividades do cargo para subtrair ele comete peculato furto. Se não é um crime comum e não funcional. 
Pena: reclusão de 2 a 12 anos. 
- Peculato - Culposo (§2º) 
Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. 
Ele não subtrai, ele não desvia, ele não furta, mas ele é negligente, e com a negligencia alguém se aproveita e subtrai, o funcionário não ficou com nada, mas alguém pegou e se apropriou da coisa.
EX: Escrivão apreende uma arma e deixa em cima da sua mesa, e vai fumar, uma pessoa que foi resolver um problema qualquer na delegacia passa em frente a mesa e pega para si aquela arma, um particular furta a arma que encontrou em cima da mesa do escrivão. 
O escrivão concorreu para que o particular subtraísse a arma, ele comete o crime de peculato culposo, porque ele é descuidado e o descuido favoreceu a subtração. 
EX: Caixa do banco do brasil deixa a gaveta do caixa aberta e vai atender o telefone, alguém vê o dinheiro e pega o dinheiro, o caixa do banco que é funcionário publico para fins penais comete peculato culposo. 
Não existe coautoria, são crimes diferentes, quem subtraiu responde por furto e o funcionário responde por peculato culposo. 
Pena: Detenção de 3 meses a 1 ano.
- Peculato – Estelionato (Art. 313 CP) 
Apropriar-se de dinheiro ou qualquer atividade que no exercício do cargo recebeu por erro de ourem.
Não induz ninguém a erro, a coisa cai em seu colo por erro de alguém.
EX: uma pessoa acredita que tem que entregar a sua arma hoje,essa pessoa vai a delegacia e encontra um policial, o policial pega a arma para si aproveitando o erro desse munícipe. Ele comete o peculato estelionato, aproveitou-se do erro para ter vantagem. A pena é menor porque não foi uma atitude dele, a coisa simplesmente veio até ele. 
É crime de peculato doloso, são 4 figuras de peculato dolosas e 1 figura de peculato culposo. 
Pena: Reclusão de 1 a 4 anos.
A coisa pode ser pública ou particular 
Extinção da punibilidade no peculato culposo (Art. 312 §3º CP)
23/08/2017
Peculato – conclusão
A coisa pode ser pública ou particular, mas deve estar custeada pela administração 
Reparação do dano no peculato culposo §3º
- Se antecede a sentença
Ou 
- Se lhe é posterior
Um funcionário publico de uma caixa econômica não subtrai bem publico ou particular, mas levianamente permite que alguém subtrai, nesse caso ele deixa a gaveta de dinheiro aberta e quando volta está sem dinheiro na gaveta. 
Alguém se aproveitou do descuido e furtou o dinheiro. 
Essa pessoa responderá por peculato culposo, se a administração se convencer que não teve responsabilidade no sumiço não responde por peculato doloso, mas respondera por peculato culposo.
O §3º Art. 312 
Somente no peculato culposo se o funcionário publico repara o dano antes da sentença haverá extinção da punibilidade, a punibilidade é extinta quando repara o dano antes da sentença recorrida. 
EX: arma do policial foi furtada porque ele esqueceu no carro, o valor da arma é de 1000,00 ele paga os 1000,00 aos cofres públicos, fazendo a reparação do dano antes da sentença condenatória irrecorrível haverá extinção da punibilidade
Agora se ele fizer a reparação do dano depois da sentença a pena será reduzida na metade. 
No peculato doloso não há a possibilidade de extinção da punibilidade. 
 A coisa não precisa necessariamente ser pública pode ser uma coisa particular, como por exemplo, a TV que foi doada e a diretora levou para casa, o carro que foi apreendido e encontrado na casa do juiz.
A coisa pode ser publica ou particular, mas tem que ser custeada pela administração. 
Para ter peculato basta que a coisa esteja sob custodia da administração, ao ser acionada a PM para o local, os carros já estavam sob custodio da administração, sendo assim os policiais que entravam nos carros das vitimas e subtraiam objetos, será objeto de peculato. A PM foi acionada para o local, sendo assim é peculato furto ou peculato administração. 
É peculato porque já está sob os cuidados da administração. 
A coisa não precisa estar apreendida, basta que tenha a noticia de que o funcionário publico tenha que tomar cuidado dessa coisa. Chegando a policia no local a coisa já está sob custodia da administração. 
Os policiais foram presos por peculato furto. 
Ação penal pública incondicionada 
O interesse publico se sobrepõe ao interesse particular.
Muitos desses crimes não tem vitima determinada. EX: desvio de verbas publicas, todos os brasileiros são vitimas desse crime, então não faz sentido ser ação penal publica condicionada. 
Corrupção passiva (Art. 317 CP)
Solicitar
Receber
Aceitar promessa 
De vantagem indevida em razão da função reclusão de 1 a 12 anos e multa. 
§1º + 1/3 se exaurida
A corrupção passiva é o crime praticado pelo funcionário publico, a corrupção passiva é o suborno do funcionário publico. O suborno parte do funcionário público. 
Art. 317 CP traz três condutas alternativas, solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida direta ou indiretamente. 
O funcionário público solicita, recebe ou aceita promessa de vantagem indevida, normalmente essa vantagem é patrimonial, mas não é exclusivamente.
Pode ser um título, uma recompensa, um presente, uma viagem, etc. é uma vantagem indevida que ele solicita, recebe ou aceita como promessa para fazer deixar de fazer, ou tolerar que algo seja feito.
Basta um verbo para ter o crime de corrupção passiva já consumado. 
EX: caso você me ajude eu vou te dar X valor. 
A pena é de reclusão de 2 a 12 anos e multa, esse crime é muito grave. O funcionário publico expõe a administração publica e faz o que bem entender para receber uma vantagem indevida, ele está favorecendo alguém, prejudicando alguém, mas sempre estará prejudicando a administração publica. 
Corrupção ativa (Art. 333 CP) 
Oferecer
Prometer
Vantagem indevida a fim público para que pratique, omita ou retarde ato de ofício reclusão de 2 a 12 anos e multa. 
Paragrafo Único: +1/3 se exaurida 
O suborno que parte do particular chama-se corrupção ativa. 
Existe um crime que muitas vezes caminha paralelamente ao do funcionário publico que é o suborno praticado pelo particular. O particular comete corrupção ativa quando oferece ou promete vantagem indevida ao funcionário publico para que pratique, omita ou retarde um ato de oficio. 
A pena é a mesma do funcionário publico. 
Tenho dois crimes diferentes com mesma pena para dois autores, um é o funcionário publico e outro é particular, são os chamados crimes bilaterais.
Quando o particular oferece e o funcionário publico recebe eu tenho os dois crimes caracterizados, o do particular que oferece e o do funcionário publico que recebe. 
Quando o particular promete e o funcionário aceita a promessa eu também tenho os dois crimes caracterizados.
A corrupção ativa caracteriza também a corrupção passiva se o funcionário publico acolhe, a iniciativa parte do particular que promete ou oferece. 
EX: policial rodoviário pede documento do carro, dentro da CNH o condutor deixa uma nota de 100,00 e entrega o documento e a nota para o policial, ao entregar o documento acompanhado de dinheiro isso é uma corrupção ativa, ele entrega o documento com dinheiro para oferecer a vantagem para não ser atuado, se o funcionário encontra o dinheiro e pega o dinheiro, ele acaba de cometer uma corrupção passiva. 
Quando o policial pega o documento e a CNH se eu entregar a carteira ele pede para tirar o documento e entregar somente o documento ou somente a CNH, a carteira não quer. 
Se o particular não consegue entregar a carteira com o dinheiro, quando o particular conversa com o policial ele oferece 200,00 para não ser autuado, o policial poderá aceitar e cometer a corrupção passiva, ou o policial poderá negar e dar voz de prisão em flagrante por corrupção passiva. 
A iniciativa que encontra acolhida é dois crimes, a iniciativa que é rejeitada somente o particular comete o crime.
Eu tenho somente o crime de funcionário publico quando a iniciativa parte do funcionário publico.
EX: X se você não me der 200,00 eu não faço o documento, o particular paga, o particular não comete crime, somente o funcionário público, porque a descrição de pagar não está enquadrada no crime de corrupção passiva. 
EX: Se o particular oferece 100,00 ao policial e o policial não aceita, mas diz que quer 200,00 ele acabou de solicitar, sendo assim mesmo que não haja o pagamento houve a consumação dos dois crimes, corrupção ativa e passiva. 
São crimes meramente formais. Somente em oferecer, prometer, solicitar, receber ou aceitar promessa, nesses casos os crimes já estão consumados. 
EX: funcionário publico solicita dinheiro para o particular para emitir documento, o particular cede a solicitação e é flagrado levando o dinheiro para o funcionário público, o particular não comete crime algum. 
Corrupção passiva
Solicitar – crime formal, basta fazer o pedido e o crime já se consumou
Receber- crime material, é flagrado quando a mala de dinheiro estava no seu porta-malas
Aceitar promessa - é crime formal. 
A multa é revertida ao FUNPEN (fundo penitenciário nacional) é para investir no sistema prisional. 
Paragrafo único: Se aquilo que se pretende é conseguido o crime é exaurido. Quando se consegue o que se busca pela vantagem indevida a finalidade é obtida, então o crime é exaurido, a pena será aumentada a 1/3. 
O crime chega as suas consequências. 
Atenção: Art. 317 §2º CP (impropria) o funcionário omiteou retarda o ato cedendo a pedido ou influencia de alguém
Detenção de 3 meses a 1 ano. 
Quando estudarmos o crime de prevaricação vamos encontrar uma conduta parecida com a corrupção passiva do §2º. 
É a corrupção passiva impropria, o funcionário pratica cedendo a pedido ou influencia de alguém.
EX: a pessoa ao ser abordada pelo policial diz que é esposa do juiz, amiga do prefeito, etc. o policial com medo não aplica a autuação, cedendo a pedido ou influencia de alguém. 
Ele não esta visando vantagem, mas não pode deixar de praticar o ato cedendo a interesse de alguém. 
Comete corrupção passiva impropria ao não fazer o que tinha que fazer porque cedeu a uma influencia de alguém. É uma corrupção passiva que não se tem vantagem.
Concussão: (Art. 316 CP)
Exigir vantagem indevida em razão da função reclusão de 2 a 8 anos. 
Crime anterior a corrupção passive, é muito parecido com a corrupção passiva. 
Art. 316 CP:
O verbo é exigir. Na corrupção passiva existe a solicitação, que é pedir, insinuar, jogar conversa, etc. 
Exigir é muito mais que solicitar, exigir é praticamente uma extorsão, é constranger, obrigar, praticamente não da liberdade de escolha, é muito mais do que meramente solicitar. A concussão é a extorsão praticada pelo funcionário publico.
A pena é a reclusão de 2 a 8 anos. Como a concussão é mais grave e a pena máxima é menor do que a da corrupção passiva?
Art. 317 e 333 foram modificados em 2003, e o legislador se esqueceu de alterar a pena da concussão, só atualizou as penas de corrupção passiva e não atualizou a pena da concussão em 2003. 
O funcionário publico que é acusado por concussão ele é sumariamente exonerado, ele não tem chance de se defender. Primeiro se exonera e depois se processa, é uma conduta muito mais grave do que a corrupção passiva.
EX: quadrilha de ladrões de banco que não conseguiam mais roubar bancos e começaram a roubar carros de rua, eles andavam de carro por avenidas em SP escolhiam as vitimas pelos carros que dirigiam, normalmente condutoras usando joias, batiam na traseira do carro intencionalmente e quando a vitima saia ara ver o que tinha acontecia ela era roubada, sequestrada, etc. 
Uma investigadora estava na Av. Jabaquara com mais 3 policias com carro particular descaracterizados, eles flagraram a gangue da batida atuando, eles deram voz de prisão. Descobriram que um dos participantes era um assaltante de bancos muito procurado, os 4 investigadores trombaram com a gangue da batida e prenderam os 4 procurados. Os 4 policiais sequestraram os 4 ladrões levaram eles para um cativeiro e passaram a extorquir a família dos ladrões, isso durou uma semana.
A mulher de um dos ladroes foi para corregedoria. 
Encontraram os sequestradores e policiais e os 8 foram presos. Os policiais foram exonerados imediatamente. Eles praticaram sequestro em cárcere privado, extorsão e concussão, porque exigiam vantagem indevida para não praticar ato de oficio que seria a prisão. 
A pena é menor mas não tem defesa, eles geralmente são exonerados geralmente antes do processo penal correr. 
Se a vitima cede a concussão não há crime na conduta dessa vitima.
O crime está consumado com a exigência, sendo assim é crime formal. 
06/09/2017 – FALTEI – MATÉRIA NO E-MAIL 
Independente da pena toda vez que o funcionário público for acusado de uma infração de um exercício arbitrário, ele está sempre sujeito a uma responsabilidade administrativa e muitas vezes a responsabilidade administrativa é muito pior do que a responsabilidade penal. 
O fato da pena ser pequena é o menos importante já que muitas vezes, independente da pena o funcionário será condenado administrativamente. 
Todo funcionário publico está sujeito ao procedimento disciplinar administrativo que muitas vezes leva o sujeito à demissão, exoneração administrativa. 
Toda infração cometida por funcionário público está sujeita à responsabilidade administrativa, e muitas vezes é pior ser condenado administrativamente do que criminalmente. 
A pior punição administrativa é a demissão, porque o funcionário perde o seu cargo público. 
Para que haja a exoneração basta o processo administrativo, não precisa do criminal. 
Art. 319 CP: Prevaricação: 
O funcionário público retarda, omite ou pratica de ofício para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Detenção de 3 meses a 1 ano. 
Atenção: para o Art. 317 §2º CP “cedendo a pedido de outrem”.
É um crime muito parecido com corrupção passiva.
Art. 317 §2º CP: O funcionário que deixar de fazer o que deveria fazer porque cede a vontade de alguém. 
Na prevaricação o que ocorre é para satisfazes interesse ou sentimento pessoal, a omissão do funcionário que deixa de praticar um ato de oficio porque está cansado, porque não gosta, porque quer prejudicar ou agradar alguém. Persegue alguém que ele não gosta para agradar quem ele gosta. O funcionário deixa o seu sentimento pessoal tomar conta da sua atividade pessoal. 
As penas são idênticas, é de detenção de 3 meses a 1 ano. 
Se a questão trouxer a informação cedendo a sentimento pessoal ou interesse pessoal é uma prevaricação. Agora se a questão trouxer as informações de vontade de alguém, interesse de alguém, se trata de corrupção passiva. 
Art. 318 CP: Facilitação de contrabando ou descaminho.
O funcionário facilita a pratica de:
Contrabando – Art. 334 “A” CP
Descaminho – Art. 334 CP
Reclusão de 3 a 8 anos. 
O funcionário publico que fecha os olhos para o contrabando ou descaminho recebe uma pena de 3 a 8 anos pelo crime. 
O funcionário atua de forma dolosa para deixar a coisa entrar. 
Contrabando: No contrabando a mercadoria é ilícita, ela é proibida no Brasil, então os produtos entram no pais de forma clandestina. 
O contrabando é a entrada ou saída de mercadoria proibidas. 
EX: drogas trazidas para o Brasil é trafco internacional.
EX: Armas trazidas para o Brasil comete-se o crime de trafico internacional de armas.
Mas tudo que não tiver lei especial tratando será tratado como contrabando. 
Descaminho: Trazer ou levar para fora do país um produto permitido, mas não recolhe o tributo de importação devido. 
O funcionário público fecha os olhos e deixa a mercadoria entrar no país, ele facilita o contrabando e o descaminho, caso queira um dinheiro em troca haverá concurso de crimes com corrupção. Caso a pessoa ofereça dinheiro à pessoa vai responder por corrupção ativa e o funcionário por corrupção passiva e ambos respondem por contrabando ou descaminho. 
Art. 320 CP: Condescendência criminosa: 
Dever de responsabilizar subordinado por indulgencia. 
Detenção de 15 dias a 1 mês. 
É um crime levemente apenado, mas no processo administrativo poderá haver a exoneração. 
Ser condescendente é ser companheiro, parceiro, etc.
A condescendência é quando o superior deixa de punir o seu subordinado pela indulgencia (camaradagem). Não comunica falta, não comunica atraso, etc. o fechar de olhos é a condescendência criminosa. 
EX: subordinado exige uma corrupção passiva na rua e o superior fica sabendo, o superior não pune e também arca com essa corrupção passiva. Comete então o crime de condescendência criminosa e ambos cometem corrupção passiva. 
EX: não vai punir aquele que expediu um alvará que não deveria ser expedido e não faz porque ambos receberam dinheiro, haverá corrupção passiva. 
Art. 321 CP: Advocacia administrativa:
O funcionário público patrocina interesse privado (alheio) perante a administração, valendo-se da qualidade de funcionário. Detenção de 1 a 3 meses. 
Parágrafo único: detenção de 3 meses a 1 ano se o interesse for ilegítimo.
O funcionário de qualquer esfera patrocina o interesse privado alheio, alguém apadrinha dele valendo-se da condição de funcionário, nesse caso trata-se de advocacia administrativa. 
Não pede para ele, mas se vale da sua função para pedir a outrem. 
Patrocina o interesse particular de alguém perante a administração.
No paragrafo único trata do interesse ilegítimo. 
Art. 325 CP: Violação de sigilo funcional –Detenção de 6 meses a 2 anos. 
O funcionário revela m fato que deveria permanecer em segredo. 
Um funcionário do banco central, assembleia legislativa, judiciário, etc. que tem acesso ao banco de dados dos salários resolve revelar essas informações, ele comete o crime de sigilo funcional. 
A pena é de 6 meses a 2 anos no caput, se causar dano a administração pública a pena passa a ser de 2 a 6 anos. 
Todos esses crimes são de ação penal publica incondicionada
INTERMEDIÁRIA ATÉ AQUI
13/09/2017 – A PARTIR DAQUI PROVA SEMESTRAL
Crimes contra a administração em geral
São crimes praticados pelo particular contra a administração. Todos eles o sujeito ativo não é mais um funcionário publico. Não todos crimes praticados por um particular contra a administração. A maioria dos crimes são de competência do JECRIM, porque a maioria das penas não ultrapassam 2 anos. 
Art. 328 CP: usurpação de função pública 
O particular usurpa o exercício de função pública. – Detenção de 3 meses a 2 anos. 
Quando pensamos em usurpar pensamos em tomar para si o que é do outro. Usurpar função publica é tomar para mim uma função que não é minha. 
O particular que não é funcionário publico começa a agir como se fosse funcionário publico, não basta ele se apresentar dizendo que é policial e não é, o usurpador pratica atos de funcionário publico que ele não é, mais do que se intitular ele atua como funcionário publico. 
EX: falso policial, ele se apresenta como policial, e começa a andar com policiais, tem amigos policiais, começa a frequentar a delegacia e começa a atuar como se fosse um policial que ele não é, é o apelidado de ganso. 
Isso é absolutamente irregular, essa pessoa não tem a menor possibilidade de praticar os atos de policial. 
Até 88 haviam falsos delegados que haviam sido nomeados como delegados, não prestar concurso. Então alguém nomeava o delegado, presidia inquéritos, andava armado, mas era um falso delegado. Ele não prestou concurso, não recebia, etc. ele não é remunerado porque não participa da folha de pagamento. Eles geralmente vivem de favor.
Isso é crime, é o crime de usurpação de função publica. Se ele for denunciado, ele responde criminalmente. Crime apenado com detenção de 3 meses a 2 anos.
E quem tolerou que essas pessoas trabalhassem? É coautor, então tem a mesma responsabilidade penal, porque ele concordou com a situação.
Parágrafo único: Se aufere vantagem Reclusão de 2 a 5 anos. 
Se há algum tipo de vantagem o crime passa a ser apenado com reclusão de 2 a 5 anos. 
Confronto: 
São duas contravenções penais que dão confronto. LCP – lei das contravenções penais. É o decreto lei 3688/41. 
- Art. 45 LCP – fingir-se funcionário público
Vamos imaginar que ele não pratique os atos de funcionário publico, mas ele se intitula como funcionário publico.
EX: a pessoa se apresenta como juiz, ele não é juiz, nunca exerceu a função, etc. mas ele diz que é juiz e sempre se apresenta como. 
Fingir-se funcionário publico. é uma contravenção apenada com multa, mas é um ato ilícito, ninguém pode fingir ser um funcionário publico e não é.
A diferença é que fingir-se é só apresentação, quando eu usurpo a função eu começo a praticar atos de funcionário público que eu não sou, eu começo a atuar. 
- Art. 46 LCP- uso ilegítimo de uniforme ou distintivo
Uso ilegítimo de distintivo ou emblema para estacionar em local proibido e não ser multado. 
EX: coloco um distintivo no carro para entrar sem pagar em um estabelecimento qualquer.
É um uso ilegítimo de uniforme ou distintivo. Tudo que crie uma ilusão de uma hipótese que não é verdadeira. 
Art. 329 CP: Resistencia 
Opor-se violentamente à execução de ato legal de funcionário público ou quem o auxilia. Detenção de 2 meses a 2 anos.
É apenada de 2 meses a 2 anos. 
A resistência só existe com violência, não existe resistência sem violência, essa violência pode ser física ou pode ser grave ameaça. 
EX: há uma ordem de reintegração de posse em uma comunidade qualquer, o proprietário conseguiu a reintegração da posse, o terreno precisa ser desocupado. 
Quando há reintegração de posse o oficial de justiça geralmente é o ultimo, geralmente vem o choque na frente, maquinas no meio e o oficial de justiça atrás. Toda reintegração de posse no mínimo é conturbada. 
Quando a PM chega é recebida de forma agressiva pela população, a PM revida e vai para cima, as pessoas que recebe m dessa forma agressiva cometem o crime de resistência, houve uma oposição violência contra uma ordem de funcionário publico. 
§1º Se o ato não se executa Reclusão de 1 a 3 anos. 
EX: reintegração de posse não ocorreu por causa da oposição violenta, a pena passa a ser de reclusão de 1 a 3 anos, porque o ato não se realizou por conta da violência que foi praticada pelo particular.
Se o oficial de justiça é ameaçado e entra a pena é a primeira. Agora se ele não entra porque ficou com medo a pena será de crime qualificado, será então de reclusão de 1 a 3 anos. 
Art. 330 CP: Desobediência:
Desobedecer a ordem legal de funcionário público Detenção de 15 dias a 6 meses.
Pena de 15 dias a 6 meses. 
Desobedecer ordem legal de funcionário publico
EX: não atende mandado de busca e apreensão, não deixa o oficial de justiça entrar no prédio, não atende ordem de parada, etc.
Não atende, não cumpre, não respeita, etc. todo crime é doloso. Se eu não atendo dolosamente é desobediência.
Agora se eu fico doente e não compareço eu não desobedeci a ordem legal de funcionário publico.
Tem que ter dolo, o dolo é o desejo de não atender. 
EX: tem um bloqueio de transito as 22:30, eu furo o bloqueio policial, furar o bloqueio policial é uma desobediência, mas eu preciso ter dolo.
Agora se eu não vejo a ordem de parada e passo não há crime, porque não houve consciência ou vontade de não atender ordem legal. 
Só há crime se a ordem for legal, se a ordem for ilegal eu não preciso cumpri-la. 
O crime de resistência e desobediência são muito parecidos.
EX: PM chega e estão todos deitados no chão para obrigar as maquinas se quiserem a passar por cima de todo mundo, não existe resistência, existe desobediência, ir para cima com bomba pedra e pau é resistência. Se a oposição é violenta é resistência, se não deixa abrir a porta por uma ordem de não deixar entrar é desobediência, o oficial de justiça força a entrada e o segurança diz que se der mais um passo morre, é resistência. A ameaça dirigida a policial ou oficial que vai cumprir ordem legal é resistência. 
Resistência seguida de morte é essa situação. Há homicídios que podem ser amparados pelo estrito cumprimento do dever legal. 
Art. 331 CP: Desacato: 
Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela Detenção de 6 meses a 2 anos.
Só pode cometer desacato o particular. O particular desacata o funcionário publico. o verbo é desacatar. 
O desacato é qualquer ato de menosprezo, menoscabo (menoscabar é desmerecer, diminuir, menosprezar, ofender, etc. o funcionário publico no exercício da função ou em razão dela). Quando o funcionário esta no exercício da função qualquer ofensa dirigida a ele será entendida como ofensa a administração. 
Ao xingar o funcionário publico eu estou atingindo o que ele representa, que no caso é a administração, então há o desacato.
Sempre que o funcionário é ridicularizado, humilhado, etc. por causa da sua função ou em razão dela é desacato. 
EX: Encontro um promotor de justiça no elevador e digo que ele assim como todos os outros promotores é um ladrão que não presta. Ele poderá prender em flagrante por desacato. 
EX: encontra o promotor na garagem do prédio e começa a discutir porque acha que ele riscou o carro e quando eu xingo de picareta ele não poderá me prender por desacato, porque eu não estou atacando a instituição, estou atacando a pessoa desvinculada da função.
O desacato é somente contra a função, contra o cargo, contra a administração. 
a autoridade é qualquer funcionário publico que eu ofendi por conta da sua profissão.Pode ser medico, professora, vereador, merendeira, etc. se ele é ofendido por conta da função que ocupa é desacato. 
Se a pessoa recebe voz de prisão por desacato vai ser conduzida para delegacia para que o delegado elabore o termo circunstanciado para que encaminhe o termo ao JECRIM. 
Confronto com injuria (Art. 140 CP)
Quando eu xingo a pessoa eu posso cometer a injuria, mas não vou cometer o desacato. 
Art. 332 CP: Tráfico de influencia 
Solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem ou promessa a pretexto de influenciar funcionário público Reclusão de 2 a 5 anos. 
É conhecido como venda de fumaça. 
Eu não sou funcionaria pública, mas eu anuncio que eu sou muito bem relacionada, eu digo que o judiciário, legislativo, etc. comem na minha mão. O empresário está sendo investigado por um suposto esquema de fraude, eu digo que tenho conhecidos e se eu receber X valores a investigação vai ser arquivada. Pode ser tudo mentira, como pode ser verdade. É chamado de venda de fumaça porque ninguém sabe se isso e verdade ou não. Eu estou pedindo dinheiro a pretexto de influir em algo que é dever do funcionário publico. 
A pena é de reclusão de 2 a 5 anos, porque eu estou anunciando que vou interferir em um ato de funcionário publico. 
Se eu subornar o funcionário publico eu cometo também o crime de corrupção ativa. 
Para quem eu trafico influencia eu negocio uma historia, é trafico de influencia. 
EX: É parecido com o que os lobistas fazem. Lobista diz que consegue aprovar o projeto na câmara, consegue aprovar no senado, etc. pode ser que seja mentira ou verdade, quando ele diz que vai conseguir que o funcionário publico faz o que eu quero ele já comete o crime. 
Funcionários públicos receberam dinheiro de uma empreiteira para poder construir em um local proibido, as pessoas receberam e a empreiteira vai começar a construir no local proibido, o advogado da empreiteira e disse que gravou e filmou a entrega do dinheiro, ele exige o dinheiro de volta ou então vai denunciar. Eles estão com medo que o advogado denuncie, o advogado quer o dinheiro para ele, ele não vai devolver para empreiteira. Que crime comete o advogado para não denunciar os funcionários para o MP? O advogado está extorquindo os funcionários.
Se o advogado for ao MP e entregar o que ele tem o advogado tem responsabilidade? Sim ele que ofereceu o dinheiro para os funcionários, ele cometeu o crime de corrupção ativa e os funcionários cometeram o crime de corrupção passiva. Se ele denunciar vai sobrar para ele. Se ele denunciar ele também será investigado, também tem culpa no cartório. 
Todos os crimes são de ação penal publica incondicionada

Continue navegando