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APOSTILA DE ADM I (1)

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PROFESSORA: Ellen Delmas
Disciplina: DIREITO ADMINISTRATIVO I
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – FUNÇÃO ADMINISTRATIVA – DISTINÇÃO ENTRE AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVA, NORMATIVA E JURISDICIONAL – ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA – ORGÃOS PÚBLICOS – TEORIAS DO ÓRGÃO – CARACTERIZAÇÃO DO ÓRGÃO – CAPACIDADE PROCESSUAL - CLASSIFICAÇÃO
O ESTADO E SEUS ELEMENTOS FORMADORESS - CONSIDERAÇÕES E CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
As sociedades, para exercerem e para garantirem sua autodeterminação, organizam-se política e juridicamente em certo território, instituindo o Estado – elemento geográfico 
No conceito clássico, essas sociedades se individualizavam sociologicamente como nações, de modo que o Estado não seria apenas um instrumento por elas criado, mas a própria transfiguração da nacionalidade, entendido, assim, como a nação política e juridicamente organizada. 
A ideia de nação, porém, como um grupo social com atributos étnicos ou culturais comuns, é fluida e vaga, como tão bem captou a pena elegante de Ernest Renan, “uma nação é uma alma, um princípio espiritual”, de modo que em sua compreensão combinam-se lembranças, costumes, vicissitudes, glórias, língua, passado e aspirações comuns, todos esses aspectos, como liames culturais que dão unidade e propósito a um grupo humano, mas que não se prestam a uma caracterização jurídica. 
Por isso, que o elemento da nacionalidade se tornou dispensável à formulação do conceito de Estado, ainda porque, multiplicam-se os Estados conformados por várias nações que se reúnem por conveniência política, econômica ou social ou, mesmo, nada mais que perpetuando uma tradição histórica.
 Nessa evolução, do mesmo modo a ideia de soberania, originariamente concebida como autodeterminação juspolítica plena, um atributo dos soberanos, deixa de ser relevante para a organização política de muitos desses grupos nacionais, que passam a se satisfazer, realisticamente, com o gozo de uma razoável autonomia, que lhes garanta, mínima e simultaneamente, a identidade e a segurança, associando-se, para isso, a vários outros grupos e de vários modos, como sucede em inúmeros modelos de Estado contemporâneos complexos e de conglomerados estatais
- Necessário se faz destacar que o sistema jurídico brasileiro se utiliza de organização estatal sob o foco da Federação que se constitui de componentes que materializam o estado (União, Estados-Membros, Municípios e Distrito Federal) cada um deles atuando nos limites da competência prevista na CRFB.
- O Estado no sentido Latu Sensu tem natureza jurídica de Pessoa Jurídica de Direito Público, integrando a composição da Federação como Ente Público (ou Ente Politico) com personalidade jurídica (sujeito de direitos e obrigações) de direto público, gozando de prerrogativas expressamente previstas em nossa Constituição da República Federativa do Brasil para os exercícios de suas atividades administrativas em todos os seguimentos de atendimento a população brasileira.
- Diante da Constitucionalização do Direito Civil Brasileiro, este através da Lei 10.406/2002 atualizou o elenco das pessoas jurídicas de direito público interno conforme norma do artigo 41 em vigor, encerrando os entes políticos de forma expressa.
- Com a evolução da instituição que remonta 2 séculos atrás, acabou-se por surgir o Estado de Direito, pelo qual ao mesmo tempo em que Estado cria Direito, deve se sujeitar a ele, seguindo as próprias leis que edita.
2- PODERES E FUNÇÕES – ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
Os poderes são segmentos em que se divide o poder geral (abstrato e oriundos da soberania) que são inerentes e indispensáveis ao exercício da atividade estatal e sua abstração é diluída pelas funções de cada um destes poderes – instituição, devendo prevalecer entre eles o sistema de freios e contra-pesos em que se estabelece o equilíbrio no exercício das referidas funções, não havendo, pois, qualquer preponderância entre eles, segundo Montesquieu. As linhas definidoras das funções exercidas pelos poderes têm caráter politico e figuram na constituição. È nesse sentido que se há de entender a independência e a harmonia entre eles: se de um lado possuem sua própria estrutura, não se subordinando a qualquer outro, devem objetivar, ainda os fins colimados pela Constituição Federal.
Os poderes Estatais figuram expressamente na CRBF art. 2º – Os poderes da união independentes e harmônicos entre si são: Legislativo, Executivo e Judiciário. São eles, estruturas internas destinadas ao cumprimento das funções especificas.
A cada um dos poderes são atribuídas funções típicas e preponderantes: Poder Executivo- função administrativa, Poder Judiciário- função jurisdicional- Poder Legislativo – função legiferante.
 Não há exclusividade no exercício destas funções pelos Poderes, mas sim preponderância.
Como as linhas definidoras dos poderes constam na CR, elas são eminentemente políticas.
As funções atípicas provenientes da não exclusividade dos outros poderes, são funções que materialmente seriam por configurar também a noção de poder, só e somente se a Constituição permitir.
 LEGISLATIVO- função normativa – Mas exerce a função jurisdicional quando o Senado processa e julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade – Art. 52 CR e exerce a função administrativa quando se organiza internamente
JUDICIÁRIO - além de sua função preponderante exerce a função normativa com a elaboração de seu regimento interno art. 96, I, “a” CR e função administrativa quando organizar seus serviços, artigo 96, I, a, b, c e 96 , II, a, b, c). 
Poder Executivo- pratica função normativa quando exerce poderes e normas gerais e abstratas através de seu poder regulamentador ou quando edita as MPs ou Leis delegadas.
Quanto à função jurisdicional o sistema constitucional pátrio não autorizou o seu desempenho por tal Poder.
Quanto a tipicidade das funções dos poderes, tanto podem se converter em atípicas ou típicas nos termos da lei e da Constituição, a exemplo do que ocorreu com a edição da lei 11.441/2007 que alterou o CPC quanto aos inventários e divórcios e separações consensuais que sempre constituíram função jurisdicional atípicas, pois apesar de serem funções administrativas, tinham que ser processadas e finalizados com a prestação jurisdicional, independente de existir litigio. Com a referida lei, tais procedimentos quando não houverem litígios e os interessados foram capazes a concordes podem ser feitos por procedimentos de escritura publica em cartório de oficio de notas
OBS.: Segundo Diogo Figueiredo Moreira Neto (Administrativista) admite-se que o executivo exerça a função jurisdicional, porém sem definitividade. José Santos Carvalho Filho discorda, posto que seu argumento se baseia no fato de que a existência de conflitos administrativo não representa o exercício da função jurisdicional, uma vez que esta sim produz a resposta indicada (coisa julgada) 
Constata-se, pois, que a função jurisdicional é praticamente monopolizada pelo poder judiciário, com algumas exceções como os casos julgados pelo poder legislativo através do Senado Federal;
FUNÇÃO ADMINISTRATIVA - Segundo Otto Mayer (há divergência de todos os estudiosos sobre o tema) este defendia ao final do século passado a autonomia do direito administrativo ao final do direito constitucional”. Dizia que a Administração Pública é atividade do Estado para atender seus fins, sob a ordem jurídica. ”
Muitos autores têm se valido de 3 critérios para caracterizar e identificar a função administrativa: Subjetivo (sujeito ou agente da função) Objetivo material (examina o conteúdo da atividade) e objetivo formal (explica a função pelo regime jurídico)
Tecnicamente a função administrativa é aquela exercida pelo Estado ou por seus delegados, sob a ordem jurídica constitucional e legal, sob regime de direito público, com objetivo de atender aos fins colimados pela ordem jurídica (interesse público: Estado (delegados) - sob regimede direito público- para atender os fins Estatais.
Este conceito é proferido pelo renomado Administrativista Aricê Moacyr Amaral Santos (seguido por Carvalhinho) -
 Na administração pública o grande alvo é a gestão dos interesses coletivos na sua mais vasta amplitude.
Em razão das mais variadas tarefas desempenhadas pela administração pública, muitos autores vêm fazendo distinção entre GOVERNO e ADMINISTRAÇÂO e FUNÇÃO ADMINISTRATIVA E FUNÇÃO POLÍTICA. 
FEDERAÇÃO é forma de Estado.
No Brasil esta forma de Estado existe desde a Constituição de 1891 quando passou a ser república.
Em que pese a Federação ter origem americana onde os Estados se libertaram proveniente da luta das Colônias inglesas, formou-se um Único Estado, tornando-se unidos e com soberania- e aí para este processo se chama AGREGAÇÃO.
No Brasil foi diferente, onde o processo se deu por SEGREGAÇÃO pois, o Império adotava o Estado Unitário, com apenas um único poder político.
3. CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO
Descentralização política - Vários entes com autonomia, onde além do poder central existem outros centros de poder conferidos às repartições;
Participação da vontade dos entes políticos na vontade nacional – art. 46 CRBF;
Poder de auto constituição de forma a permitir que sejam constituídos também por suas próprias constituições;
Os Municípios passaram ao status de ente federado, porém sua auto constituição se dá por suas Leis orgânicas Municipais art. 29 CR;
Autonomia – Capacidade de autoadministração. A CR deixa claro que os entes que compõem a Federação são dotados de autonomia que no sentido político quer dizer: auto-organização, autogoverno e autoadministração 
3.5.1 - Auto-organização poder criar seu próprio estatuto digo diploma constitutivo 
3.5.2 -Auto- Governo- organizar seu governo e eleger seus próprios dirigentes
3.5.3 Auto- administração- organiza seus próprios serviços
4- Direito Administrativo
4.1 Sistema jurídico de normas e princípios que regulamenta as relações entre o Estado e o Administrado (relação externa) é aquele e seus órgãos (relação interna) .
4.2- Este direito veio à lume com a criação do Estado de Direito, ou seja, quando o poder criador da lei passou a respeitá-la.
4.3- Com a necessidade de se organizar para o desempenho de suas atividades, o Estado desenvolveu quadro normativo das suas relações internas e externas.
4.4- O direito Administrativo então é: Conjunto de normas e princípios que visando sempre o interesse público regem as relações jurídicas entre pessoas e órgãos do Estado e entre este e a coletividade a quem deve servir
5- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
5.1 - SENTIDOS –
 SUBJETIVO – Sujeito da função - agentes e órgãos;
 OBJETIVO – atividade desempenhada - ação dinâmica e própria da gestão dos interesses públicos executados pelo estado
5.2- A administração pública no sentido subjetivo não deve ser confundida com nenhum dos poderes estruturais do Estado.
6- Órgãos Públicos
6.1- Instrumento de manifestação de vontade de Estado
6.2- Repartições internas e necessárias à organização do Estado 
6.3 - Teoria do Órgão.
6.3.1- Evolução
6.3.1 - Teoria do mandato - não vingou, pois o Estado não possuindo vontade não poderia outorgar mandato cujos poderes não são de livre disponibilidade para delegação a terceiros sem qualquer vinculo com a administração pública.
6.3.2- Teoria da Representação - neste o Estado estaria sendo considerado incapaz, precisando de representação o que não é o caso e em havendo discordância do representante não poderia atribuir responsabilidade ao Estado- não vingou
6.3.3 - Teoria do órgão – ou teoria da imputação volitiva - configura que a vontade do Estado como pessoa jurídica é pelos órgãos que o compõem. Sua característica básica ou sinônimo é a reserva do princípio da imputação volitiva ou seja, a vontade do órgão é imputado á pessoa jurídica que pertence. Configura uma função de fato, de forma que uma vez integrando o órgão, o agente sempre manifestará a vontade do Estado, mesmo que e este não tenha sido investido legitimamente, bastando a aparencia da investidura e o exercicio da atividade pelo órgão, e os efeitos da conduta vão ser imputados a pessoa juridica.
7- CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
7.1 - Por Lei ( lei formal) chamadas das reservas legais– art. 48 XI CR. Antes se exigia lei para criação, estrutura e atribuições dos órgãos. A organização e estruturação pode ser por decreto do chefe do executivo – art. 84 VI da CR, alterada pela EC 32/2001
OBS.: CNJ e CNMP – órgãos originários da constituição e não de uma lei ordinária.
7.2- Conceito- compartimento na estrutura estatal a que são atribuídas funções determinadas, sendo integradas por agente para sua execução. Manifesta a própria vontade do Estado.
8- CAPACIDADE PROCESSUAL
8.1- Órgão não tem capacidade processual e por isso não pode estar em juízo. Exceção- Mandado de Segurança –defesa de suas competências e ainda a capacidade judicial extraordinária quando os órgãos podem estar em juizo para defesa de suas prerrogativas constitucionais.
8.2- A ideia de conferir capacidade processual aos órgãos públicos tem evoluido para certos litigios. Já se admitiu a impetração de mandado de segurança por Câmara Municipal contra Prefeito para obrigá-lo a devida prestação de contas ao legislativo, tendo sido concedida a segurança. Esta especial capacidade judiciária só é aceita em relação aos órgãos de mais elevada posição no poder público. Exemplo: TJ-RJ, MS 200800400067 – Relator Marcos Alcino de Azevedo Torres – Publicado em 18-09-2008
8.3- Não nos parece adequado a formação de litisconsórcio entre órgão e a própria pessoa juridica a que pertence como já foi decidido pela corte superior – STJ – RESP 241637-BA 1 TURMA REL. MIN. GARCIA VIEIRA – JULGADO EM 17-2-2000. Neste caso a personalidade judiciária é atribuida ao órgão em si para defesa de sai competencia ou se o problema é outro a capacidade deve ser da pessoa juridica de direito público.
8.4 – Há exceção como aquela tratada pelo CDC onde há previsão de serem legitimados para promover a liquidação e execução de indenização as entidades e órgãos da administração pública direta ou indireta ainda que sem personalidade juridica, especificamente destinado a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC – artigo 82, III.
9- AGENTES PÚBLICOS – são os elementos fisicos que são indispensáveis para o desempenho das atividades administrativas existentes na administração pública. Sem eles, que são pessoas fisicas que a qualquer titulo estão vinculados a administração publica, não eremos o movimento volitivo capaz de concretizar o objetivo da administração pública.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
PRINCIPIOS ADMINISTRATIVOS- PRINCIPIOS EXPRESSOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO- LEGALIDADE- IMPESSOALIDADE- MORALIDADE-PUBLICIDADE.EFICIÊNCIA. PRINCIPIOS RECONHECIDOS. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERSSE PÚBLICO. PRINCIPIO DA AUTOTUTELA. PRINCIPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. PRINCIPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. PRINCIPIO DA RAZOABILIDADE. PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE – PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
- São Postulados Fundamentais, verdadeiros cânones pré- normativos que norteiam a atividade dos administradores (Estado) quando exerce atividade administrativa ;
- Cretella Junior- Não se pode encontrar qualquer instituto do departamento administrativo que não esteja informado por seus responsáveis princípios;
 -Doutrina Moderna – entende que através dos seus princípios se dá a melhor interpretação das normas jurídicas;
- Esta doutrina – Robert Alexy e Ronald Dworkin - as normas jurídicas admitem duas categorias clássicas: princípios e regras;
- As regras são processadas de forma disjuntiva, ou seja, se o conflito entre elas é dirimido no plano da validade, ou seja, ambas sendo aplicável à situação somente uma delas a regulará sendo a outra invalidada pela nulidade;
- Os princípios em razão de seu valor processam-se pelo modo da ponderaçãode valores ou de interesses, ou seja, deverá o interprete avaliar o grau de preponderância entre eles, não havendo modificação do princípio não utilizado (Paulo Bonavides)
- Há divergências entre autores quanto à aplicação dos princípios administrativos e constitucionais, vistos aqueles pelos estudiosos como de maior relevância 
- Postulados – Cânones –interpretação (Alexy e Dworkin) 
- Normas Jurídicas - Regras e Princípios- Processo de Invalidade e Ponderação
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
- Capitulo VII Titulo III da CR art 37, caput;
- Revela a diretriz fundamental da Administração Pública
PRINCIPIO DA LEGALIDADE
-Origem – Estado de Direito
- Diretriz básica do administrador- toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizado por lei, do contrario é ilícita;
- Helly Lopes Meirelles – para o campo privado “- pode-se fazer tudo que a Lei não proíbe” no campo público” só pode fazer o que a lei autoriza”.
- Conseqüência – a própria garantia dos direitos do indivíduo do confronto entre a atividade administrativa e a Lei
- Havendo dissonância entre a conduta e a lei, prevalece esta, devendo ser corrigida a ilicitude.
- A lei precede a atividade administrativa, logo é importante lembrar que o exercício da atividade pressupõe o exercício da atividade legiferante.
PRINCIPIO DA IMPESSOALIDADE
- Não pertence a uma pessoal em especial 
- Objetivo 1- igualdade de tratamento para os administrados que estiverem em idêntica situação jurídica
- Faceta do princípio da isonomia
- Objetivo 2- Administração deve voltar-se para o interesse público, impedindo favorecimentos- reflexo do princípio da finalidade (ou seja, alcance do interesse publico) 
- Quando ocorre a pessoalidade (conduta ilícita), dá ensejo ao desvio de finalidade.
-Este princípio tem proteção no direito positivo – art. 2° alínea é da lei 4717/65- Ação Popular que comina sanção de invalidade o desvio de finalidade
5- PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
- Não dispensa os preceitos ético de sua conduta
- Destingue de honesto e desonesto 
- Foi bem aceito na sociedade
- Objetivo- coibir condutas imorais no seio da administração
- Está associado ao principio da legalidade
- Em algumas situações a imoralidade configuração ofensa à lei, também tratamento discriminado- positivo ou negativo 
- Ato de improbidade são imorais –Lei 8429/92
- Instrumento para tutelar jurisdicionalmente a moralidade- Ação Popular – art. 5° LXXIII
- Entendimento de que basta lesar o princípio para motivar ação e não configurar única e simplesmente lesão patrimonial;
- Sergio de Andréa Ferreira, discorda quando diz que há necessidade de dúplice exigência da invalidade porque o ato inválido tem que produzir, com seu objeto, resultado danoso.
- Ação Civil Pública- Lei 7437/85 (art. 129 III CR) Instrumento de proteção à moralidade pública . Só MP pode. Ex. Resolução nº 07/05 do CNJ – Nepotismo
Quanto ao nepostismo algumas situações atuais devem ser mencionadas, onde para este fim, fica proibida a nomeação para cargos em comissão ou funções gratificadas de conjuge ou companheiro ou parente em linha direta ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive de membros de tribunais, juizes e servidores investidos em cargos de direção ou assessoramento, estendendo-se a vedação a ofensa por via obliqua, concretizada pelo favorecimento recíproco, ou por cruzamento, excetuando-se da vedação para tais hipóteses, é claro, os casos em que a nomeação recai sobre conjuge ou parente que ocupam cargos efetivos por efeito de aprovação em concurso público. Ainda assim, porém, não podem exercer funções de subordinação direta ao juiz ou a autoridade administrativa aos quais estejam vinculados por matrimônio, união estável ou parentesco.
No caso em questão ficaram de fora da proibição as nomeações de parente para cargos politicos como os do Ministro ou Secretario Estadual ou Municipal e isso em virtude de terem esses cargos natureza eminentemente politica, diversa, do que caracteriza os cargos e funçoes de confiança em geral os quais tem feição nitidamente administrativa./PR Rel. Min. Ellen Grace – 16-10-2008 – Informativo STF 524 – out 2008
Ex.: STF Recl 6650-MC-Agr - Súmula Vinculante 13 e Agente Político
O Tribunal, por maioria, negou provimento a agravo regimental interposto contra decisão que deferira pedido de liminar em reclamação, na qual se impugna, sob alegação de afronta à Sumula Vinculante 13, decisão proferida em ação popular que suspendera o ato de nomeação do reclamante, irmão do Governador do Paraná, para o cargo de Secretário Estadual de Transportes (Decreto estadual 3.3.48/2008). Entendeu-se irretocável a decisão recorrida. Reportando-se ao que decidido no RE 579951/RN (DJE de 12.9.2008), asseverou-se que a nomeação de parentes para cargos políticos não implica ofensa aos princípios que regem a Administração Pública, em face de sua natureza eminentemente política, e que, nos termos da Súmula Vinculante 13, as nomeações para cargos políticos não estão compreendidas nas hipóteses nela elencadas. Dessa forma, não seria possível submeter o caso do reclamante - nomeação para o cargo de Secretário Estadual de Transporte, agente político - à vedação imposta pela referida Súmula Vinculante, por se tratar de cargo de natureza eminentemente política. Por fim, no que se refere ao pedido formulado pelo agravante no sentido de se impedir o exercício pelo reclamante do cargo de responsável pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina - APPA, autarquia estadual, considerou-se o fato de não se estar a analisar o mérito da presente reclamação, devendo o julgamento ficar restrito apenas à aferição da fumaça do bom direito. Vencido o Min. Marco Aurélio, que dava provimento ao recurso, ao fundamento de que não seria possível empolgar o que decidido no RE 579951/RN para se ter base para a reclamação, por se tratar de processo subjetivo, e porque o Verbete Vinculante 13 não versaria expressamente a possibilidade da nomeação verificada.
Rcl 6650 MC-AgR/PR, rel. Min. Ellen Gracie, 16.10.2008. (Rcl-6650)
Entretanto, o STF não considerou a nomeação de Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual como agente politico, vedando sua nomeação feita pelo Governador do Estado, seu irmão.
Ex. Recl 6702.
PRINCIPIO DA PUBLICIDADE
- Atos da administração pública devem merecer a mais ampla divulgação entre só administradores;
- Objetivo- proporcionar o controle da legitimidade da conduta do agente;
- A publicação se dá em órgãos da empresa e afixação entre determinados locais;
- O princípio da publicidade pode ser reclamado de duas formas: 1- direito de petição art. 5° XXXIV CF; 2- certidões – uma vez expedidas revelam a verdade dos fatos e direitos, ou não veiculadas a informação ou veiculadas incorretamente, terá o administrado os instrumentos Constitucionais para garantir a restauração da legalidade – MS art. 5° LXIX CF, Hábeas data art. 5° LXXI CF
-
PRINCIPIO DA EFICIÊNCIA 
- Origem EC 19/98 – elevou o princípio a status constitucional 
- Efeitos – conferiu direitos aos usuários para cobrar os serviços desempenhados
- Núcleo do princípio: produtividade e economicidade - redução de desperdícios do dinheiro público;
- Abrange os serviços prestados aos administrados, mas também aos órgãos internos – a administração deve recorrer a moderna tecnologia e outros métodos para dar qualidade ao serviço: Ex.: EC 45 que acrescentou ao art. 5° CF o inciso LXXVIII quando fala em prazo razoável de tramitação dos processos.
PRINCÍPIOS RECONHECIDOS 
- aceitação geral
- doutrina e jurisprudência se referem a eles 
-critério principiológico
PRINCÍPIO SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
- atividades administrativas desenvolvidas para beneficio da coletividade
- destinatário- coletividade. Ex. desapropriação, poder de polícia do Estado
10-PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
- Poder de revisão de seus atos – Não é faculdade – é dever
11-PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO
- bens e interessesnão pertencem a administração nem a seus agentes, cabendo-lhes atuar em nome de terceiros.
12-PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PUBLICO
- art 37 VII CR
- Não tem caráter absoluto, ma é regra geral
- Está relacionado ao princípio da supremacia
- Em ambos os destinatários são a coletividade
- Exceções –paralisação do serviço para reparos técnicos; obras de expansão de melhorias; inadimplemento do usuário para com a concessionária e permissionárias: Ex. luz e telefone
13-PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
-qualidade do que é razoável
- dentro dos limites acertáveis – standarts
-razoabilidade vai se colocar entre as situações postas e as decisões administrativas
- ofensa a este princípio, fere outro, o da legalidade 
- se assenta nos princípios de legalidade e finalidade
14-PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
- fundamento – excesso de poder
- fim- conter atos, decisões e condutas de agentes públicos
- doutrina alemã- 3 fundamentos:
1- adequação – o meio empregado na atuação deve ser compatível com o fim
2- exigibilidade- conduta necessárias - nem mais nem menos grave
3- proporcionalidade em sentido estrito (vantagens)
15- MOTIVAÇÃO - fundamento legal – artigo 93,X da CRFB, artigo 50 da lei 9784/99 – todas as decisões administrativas devem ser motivadas para facilitar o seu controle no sentido de verificar se estão de acordo com a finalidade pública e a legalidade.
Administração Pública. 2-Administração Direta e Indireta. 3-Composição e Princípios. 4- Administração Indireta: Autarquias. Introdução; Terminologia; Autarquia e Autonomia; 5- Autarquias Institucionais e Territoriais; Conceito; Referências Normativas; Personalidade Jurídica; Criação, Organização e Extinção; Objeto; 6-Classificação; Quanto ao Nível Federativo; Quanto ao Objeto; Quanto ao Regime Jurídico (Autarquias de Regime Especial);7- Patrimônio; 8- Pessoal; 9- Controle Judicial; 10-Foro dos Litígios Judiciais; 11- Atos e Contratos; 12- Responsabilidade Civil; 13- Prerrogativas Autárquicas; 14-Agências Autárquicas Reguladoras e Executivas; 15- Associações Públicas
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Deve ser analisada sob dois sentidos: objetivo e subjetivo. E ainda sob dois enfoques gramaticais, ou seja: Administração Pública ou administração pública.
Pergunta-se: porque a análise da Administração Pública por vários sentidos? Se faz necessário tal forma de conceituação tendo em vista as várias atividades desempenhadas pelo Estado e os diversos órgãos que sua estrutura possui, bem como a forma como ela é vista diante dos doutrinadores e do ordenamento jurídico.
Objetivo – A ação do Estado é móvel e dinâmica e por isso administrar significa, gerir, zelar. Logo, considera-se aqui a atividade administrativa desempenhada pelo Estado. Neste sentido aqui se emprega a expressão administração pública.
Subjetivo: quando se considera o sujeito da função administrativa, quem a exerce de fato, ou seja, seus agentes, órgãos e entes ou entidades ( estrutura humana e abstrata). Aqui a Expressão correta é Administração Pública.
 
O conceito de Administração Pública engloba os dois sentidos formando a teoria eclética: “ É o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as atividades administrativas” e complementando, regidas tais atividades por normas de direito público-administrativo. – José dos Santos Carvalho Filho.
- ÓRGÃOS PÚBLICOS
Conceito: Os órgãos são repartições físicas e abstratas que integram a estrutura do estado, com funções determinadas, que manifestam a vontade do Estado.
A relação entre órgão e pessoa se dá pela teoria do órgão, pois que a vontade da pessoa jurídica deve ser atribuída aos órgãos que a compõem, sendo estes compostos por seus agentes.
A característica básica desta teoria consiste no princípio da imputação volitiva, ou seja, a vontade do órgão é imputada a pessoa jurídica a cuja estrutura pertence . 
Logo, se aplica aqui a função de fato, ou seja, desde que a atividade provenha do órgão, não tem relevância seu exercício ser por agente sem a devida investidura legítima, basta a aparência da investidura.
A criação e extinção dos órgãos não se dá livremente pela vontade da Administração ainda que formalizada através de atos administrativos. Tanto a criação como a extinção dependem de lei, conforme dispõe a Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 48, X e XI que foi alterado pela EC nº 32 de 11/09/01, que previa a exigência de lei para criação, estruturação e atribuições de órgãos.
Contudo, a estruturação e atribuições dos órgãos podem ser processadas por Decreto do Chefe do Poder Executivo, conforme dispõe o artigo 84, VI “a” da Constituição da República Federativa do Brasil, também alterado pela referida emenda.
Quando o artigo 84 caput da CRFB menciona que compete privativamente ao Presidente da República, o mesmo aplica-se aos chefes do poder executivo dos demais entes federados – Governador e Prefeito, com fundamento no princípio da simetria das formas jurídicas.
Ressalta-se que os órgãos não possuem personalidade jurídica, ao contrário das pessoas administrativas.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA.
Para iniciarmos este tópico, precisamos entender alguns institutos como: federação, soberania, poderes e funções.
2.1 – FEDERAÇÃO.
Federação é forma de governo/estado, onde o poder público central e soberano, cria entidades políticas internas para compor o sistema, onde lhes são conferidas competências específicas na própria carta política.
A noção de soberania deve ser realçada na Federação, para haver a distinção entre federação e confederação. Na confederação seriam soberanos todos os membros e na federação segundo Pontes de Miranda, somente o Estado seria soberano em si. Na confederação a aliança se forma entre vários Estados soberanos. Na federação os entes políticos se integram numa união indissolúvel, para dar unidade sobre a pluralidade que se forma.
A Federação distingue o poder político central dos poderes atribuídos aos entes integrantes. 
Logo, as características da FEDERAÇÃO são: a) descentralização política; b) poder de autoconstituição das entidades integrantes; e c) participação das vontades dos entes formadores na vontade nacional;
Do sistema federativo decorre o princípio da autonomia de seus entes integrantes na organização político-administrativo do Estado, à luz da previsão da norma do artigo 18 da CRFB e esta autonomia decorre do poder de autoconstituição desses entes, tendo em vista serem eles dotados de independência, sempre de acordo com os limites impostos pela CRFB.
Portanto, são indissociáveis as noções de federação e autonomia das pessoas federativas sempre dentro dos limites e disposições que a CRFB estabelecer e neste caso é a autonomia que atribui aos entes federativos os poderes de autoconstituição, autogoverno, autolegislação e auto-administração.
PODERES E FUNÇÕES. A FUNÇÃO ADMINISTRATIVA
Na organização política-administrativa da República Federativa do Brasil, são três os poderes políticos instituídos pela CRFB: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos harmônicos e independentes entre si, nos termos do artigo 2º da Carta Política. Esta tripartição dos poderes abrange não só a União Federal, mas também seus Estados-membros, o que não ocorre com os Municípios onde se estabelece a bipartição dos poderes, pois que em sua estrutura orgânica não há o poder judiciário.
Os poderes que integram a nossa estrutura político-administrativa desempenham função típicas e atípicas. As típicas são: a função legiferante, a função administrativa e a função jurisdicional.
Quando se fala em função típica estamos falando de funções preponderantes e não exclusivas, pois que os demais poderes também exercem a função típica dos outros: Ex.: quando o Senado Federal julga os Presidente da República nos crimes de responsabilidade, ele pratica função jurisdicionale quando organiza seus regimentos internos e seus serviços pratica função administrativa.
 
O Estado Moderno possui relevante função: a administrativa, em razão de sua ampla diversidade de atividades tendo em vista tratar dos interesses da coletividade. Ela vem sendo considerada como função residual, uma vez que retirando a função legiferante e a jurisdicional, todo o resto é função administrativa.
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
CONCEITO – conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, onde as atividades administrativas são da titularidade da própria administração e por ela executadas, cuja a forma de organização de desempenho destas funções se dá pela centralização.
O Estado em sentido latu sensu engloba todas as pessoas federativas: UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL que são a própria Administração Direta.
E para tal temos: União, em seu poder executivo, possui órgãos de classes distintas: a Presidência da República e os Ministérios considerados como órgãos auxiliares daquela. A Presidência da República é o órgão superior do Poder Executivo e tem como seu chefe o Presidente da República – artigo 84,II da CRFB. O Estado em sua estrutura do poder executivo, conforme o princípio da simetria, temos a Governadoria do Estado e suas Secretarias e o Município terá sua Prefeitura e suas Secretarias.
Há certas funções administrativas, que em razão de sua importância devem ser realizadas pela forma centralizada como a administração tributária inserida na CRFB pela EC 42/2003, que deve ser exercida pelos servidores de carreira, em razão de ter sido considerada função essencial ao funcionamento do Estado.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.
CONCEITO: A Administração Indireta é conjunto de pessoas administrativas que são vinculadas a Administração Direta, cuja forma de organização para desempenho de suas funções de Estado se dá pela descentralização. 
A composição da Administração Indireta é por pessoas jurídicas e também chamadas entidades por força da norma do D.L 200/67, artigo 4º.
A natureza da atividade é descentralizada, tendo em vista que a transferência da execução do serviço a outras entidades se dá por delegação.
Quando a delegação é feita por contrato ou ato administrativo, os delegatários são os permissionários e os concessionários. Quando se dá por lei, ocorre o fenômeno da Administração Indireta.
DELEGAÇÃO POR LEI - ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
DELEGAÇÃO POR ATO OU CONTRATO ADMINISTRATIVO – CONCESSÃO E PERMISSÃO
Por força da autonomia administrativa, todas as pessoas federativas possuem sua administração indireta. Logo temos a administração indireta federal, estadual e distrital e quando os recursos permitirem temos a municipal.
A composição da Administração Indireta é prevista no Decreto-Lei nº 200/67. São as Pessoas Jurídicas ou as entidades. São elas: a) AUTARQUIAS; B) EMPRESAS PÚBLICAS; C) SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E D) FUNDAÇÕES PÚBLICAS.
O que configura a inserção destas pessoas na categoria da Administração indireta não é o fim a que se destinam, mas sim a natureza de que se revestem, tendo como exemplos disto, a situação em que é vedada em regra ao Estado o exercício da atividade econômica, e nem assim, são excluídas as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista. E mais a Lei 11.107/05, que instituiu os consórcios públicos, determinou que esses são associações públicas, pessoas jurídicas de direito privado e como tal, em seu artigo 16 alterou o artigo 41 do CCB, ao qualificar estas associações públicas como autarquia, que são pessoas jurídicas de direito público.
No artigo 37 caput da CRFB, havia a previsão de que os princípios constitucionais abrangiam as administrações públicas direta, indireta e fundacional, como se existisse esta distinção, não existindo nem da doutrina nem no direito positivo. Com o advento da EC nº 19/98 que trouxe a reforma administrativa, esta expressão foi extirpada da CRFB, constando hoje somente a administração direta e indireta.
As entidades paraestatais, expressão conhecida na doutrina, tem forma híbrida, pois o prefixo para tem origem grega e o sufixo status tem origem latina. Esta expressão tem significado ao lado do Estado, paralelo ao estado.
Alguns juristas entendem que paraestatais são aquelas pessoas jurídicas de direito privado que de alguma forma recebem amparo oficial do Poder Público, como exemplo as empresas públicas, as sociedades de economia mista, as fundações públicas e as entidades de cooperação governamental como SESI, SENAI, SESC, SENAC.
Segundo a doutrina de Cretella Junior esta expressão foi empregada pela primeira vez no direito italiano.
COMPOSIÇÃO E PRINCÍPIOS REGEDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em nível constitucional, os princípios se impõem sobre todas as esferas federativas, abrangendo a administração direta e indireta, não havendo qualquer restrição, conforme se vê do artigo 37, caput da CRFB.
Em relação a União, há ainda mais 5 princípios que devem nortear a administração pública: planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle, assim previstos nos artigos 6 a 14 do D.L 200/67.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO.
O Estado ao atuar por meio de seus órgãos, agentes e pessoas jurídicas, como vimos anteriormente, se processa por meio das seguintes formas: CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO.
A CENTRALIZAÇÃO configura o próprio Estado sendo o titular e o executor das atividades administrativas por meio de seus entes federados: União, Estados, Municípios e Distrito Federal e consequentemente por seus órgãos.
A DESCENTRALIZAÇÃO configura que o Estado exerce suas atividades por outras entidades, através da delegação – é o exercício indireto. Se dá por um processo para fora da administração direta (processo de organização externa da Administração Direta).
A DESCONCENTRAÇÃO - o Estado desempenha suas atividades por seus órgãos para melhor exercer suas funções. Dá-se por um processo interno de distribuição de atividades dentro do circulo de competências.
Conclui-se, pois, que a administração direta possui duas formas de execução de atividades administrativas – CENTRALIZADA E DESCONCENTRADA e a administração indireta se perfaz pela DESCENTRALIZAÇÃO (delegação legal ou negocial).
3.2- PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.
Inobstante a prevalência de todos os princípios elencados no artigo 37 da CRFB, a administração indireta possui mais três que a configuram e a caracterizam, vejamos:
Princípio da Reserva Legal – este princípio indica que os integrantes da administração indireta de qualquer dos poderes, só podem ser instituídos por lei, à luz da norma do artigo 37, XIX da CRFB.
Por este princípio, somente integram o mundo jurídico os entes, após a manifestação do poder legislativo e executivo, no processo legislativo de instituição da norma criadora.
Cabe ao Poder executivo a iniciativa da lei por se tratar de matéria estritamente de organização administrativa. O critério é administrativo. Este princípio também se aplica a criação das subsidiárias das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista.
Princípio da especialidade. – este princípio reflete a necessidade de estar expresso na lei as atividades a serem desempenhadas pelo ente. Somente as pessoas políticas (Administração Direta) é que tem atividades genéricas.
Princípio do Controle – relativo a este princípio, entende-se que a entidade só pode atuar dentro dos parâmetros estabelecidos pela pessoa política que a criou. Logo a Administração Direta exerce o controle sobre as pessoas administrativas que compõe a administração indireta. Este princípio também é conhecido como tutela administrativa. Este controle é de ordem política, institucional, financeira e administrativa e são exercidos pelos órgãos auxiliares como os Ministérios e as Secretarias, essas em âmbito estadual.
O controle político diz respeito aosdirigentes das entidades da administração indireta que são escolhidos e nomeados pela autoridade competente da administração direta, exercendo função de confiança.
O controle institucional obriga a entidade a caminhar sempre no sentido dos fins determinados pela entidade criadora.
Controle administrativo permite a fiscalização dos agentes e das atividades eminentemente administrativas;
Controle financeiro permite a fiscalização dos setores financeiros e contábeis da entidade.
Para o desempenho deste controle, a União Federal adotou a sistemática da supervisão ministerial. Este controle funda-se no fato da relação de vinculação, onde toda pessoa administrativa é vinculada à administração direta, não havendo subordinação, em razão de sua autonomia.
Conclusão
Órgãos – constituem a administração direta – sem personalidade jurídica – há subordinação
Entidades – constituem a administração indireta - possuem personalidade jurídica – há vinculação.
4- AUTARQUIAS
Conceito – pessoa jurídica de direito público, integrante da administração pública indireta, sem cunho econômico, para desempenhar atividades tipicamente de estado. Este conceito é praticamente unânime do campo doutrinário, quem tem como corrente dominante encabeçada por Jose dos Santos Carvalho Filho e José Maria Pinheiro Madeira.
A Constituição do Estado do Rio de Janeiro corrobora com este conceito, conforme se vê da norma do artigo 77. Já a Lei Orgânica do Município do Rio de Janeiro, não definiu Autarquia, bem como tratou a referida entidade como se fosse órgão, ou seja, sem personalidade jurídica, o que não se deve aceitar.
5 - AUTARQUIAS INSTITUCIONAIS E TERRITORIAS
 A) INSTITUCIONAIS - são pessoas jurídicas criadas por lei para o desempenho das atividades definidas em lei.
TERRITORIAIS- decorrem de desmembramentos geográficos em certos países, onde o poder central outorga-lhe prerrogativas de ordem política e administrativa, conferindo-lhes determinada liberdade de ação. Ex. nossos territórios, pois são entes despidos de autonomia, mas que desempenham por delegação, algumas funções próprias de estado. Artigo 33 da CRFB.
São elementos indispensáveis para a conceituação de Autarquia: personalidade jurídica, forma de instituição e objeto.
Exemplos de autarquias: INSS, INCRA, CNEN, BACEN, CVM, IBAMA.
Estados e Municípios também tem suas autarquias.
11- REFERÊNCIAS NORMATIVAS 
Decreto-Lei 200/67 – definiu autarquia, mas não se manifestou sobre a sua personalidade jurídica. 
Decreto –Lei 6016/43 - ainda que anterior ao supra, foi mais amplo, quando diz que autarquia é pessoa jurídica de direito público. Este decreto trata da imunidade dos bens, rendas e serviços das autarquias.
A qualificação foi confirmada pelo CCB, na norma do artigo 41, VI;
Como são pessoas jurídicas de direito público, não incidem sobre elas normas do CCB, tendo em vista de nascem de lei e não do registro de seus estatutos no órgão competente.
12 – CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
As autarquias são criadas por lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, face ser matéria própria da administração pública.
A extinção deve ser pelo mesmo procedimento, tendo em vista a irradiação do princípio da simetria das formas jurídicas, pelo qual a forma de criação dos institutos jurídicos deve ser a mesma para a sua extinção.
A organização da Autarquia se dá por ato administrativo, normalmente por decreto do Chefe do Executivo.
13- OBJETO
	O objeto está previsto em lei criadora e são na verdade: atividades típicas da Administração pública, execução de serviços públicos de natureza social e administrativa.
14- CLASSIFICAÇÃO - CRITÉRIOS
Nível Federativo – Federal, Estadual, Municipal e Distrital – fundamento artigo 18 da CRFB que trata da autonomia dos entes federativos, não havendo vinculação pluripessoal, cabendo a cada ente federado executar seus respectivos serviços por suas autarquias ou outros entes ou mesmo celebrar convênios ou consórcios públicos;
Objeto - atividades típicas da Administração pública, execução de serviços públicos de natureza social e administrativa: autarquias assistenciais ( EX.: INCRA, ADENE, ADA), autarquias previdenciárias ( INSS), autarquias culturais ( UFRJ), autarquias profissionais ( OAB. CRM, CREA;.....), Autarquias administrativas ( INMETRO, BACEN, IBAMA), Autarquias de controle ( agências reguladoras – ANEEL, ANATEL, ANP)
Natureza – regime jurídico – Autarquias comuns e especiais. As especiais tem algumas características como: 
a) poder normativo técnico – proveniente de delegação legal no sentido de normatizar tecnicamente de forma complementar a regra geral. Este poder é submetido ao controle administrativo e institucional
b) autonomia decisória – seus conflitos administrativos se solucionam em âmbito do órgão da Autarquia. O poder revisional é dado a pessoa federativa vinculada; 
c) independência administrativa se dá com a investidura dos seus dirigentes que se dá a termo e não por mandato como tecnicamente vem apresentando;
d) autonomia econômico-financeira é proveniente de recursos próprios e recebimento de dotações orçamentárias para gestão de seus próprios órgãos.
15- Patrimônio
	A natureza do patrimônio das Autarquias é de bem público e por isso são: IMPENHORÁVEIS, IMPRESCRITÍVEIS E SUA ALIENAÇÃO DEVERÁ SEGUIR AS REGRAS DA LEI 8666/93.
16- PESSOAL
Poderão integrar a Autarquia pelo regime estatutário ou pela CLT, conforme prevê a sua lei criadora.
17- CONTROLE JUDICIAL
As autarquias por serem pessoas jurídicas de direito público praticam atos administrativos e atos privativos. Os atos administrativos estão sujeitos a algumas características especiais são controlados pelas vias comuns e pela especial como mandados de segurança ou ação popular.
18- FORO DOS LITÍGIOS
- Se autarquias federais – nos termos do artigo 109, I da CRFB serão processadas e julgadas pela justiça federal.
- Se Estaduais e Municipais – justiça Estadual
- Litígios trabalhistas – se estatutários de acordo com sua esfera. Se de relação de trabalho por força da EC n. 45, será na Justiça do Trabalho.
19- ATOS E CONTRATOS
Se são pessoas jurídicas de direito público, praticam em regra atos administrativos e por isso estes se revestem de atributos como: imperatividade, presunção de legitimidade, auto-executoriedade e exigibilidade. Sua extinção pode dar-se pela anulação ou revogação conforme o caso.
Os contratos são regidos pela Lei 8666/93 e suas alterações.
20 – RESPONSABILIDADE CIVIL
- OBJETIVA – ARTIGO 37, § 6º DA CRFB
- Poderá ser ressarcido dos prejuízos mediante ação de regresso, mas neste caso a responsabilidade é subjetiva.
21 – PRERROGATIVAS
A) IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CONDICIONADA - artigo 150, § 2º da CRFB, porém condicionada a situação de que somente ocorre nos casos em que os bens e serviços se destinarem a sua finalidade;
B) IMPENHORABILIDADE – a garantia do credor se estabelece pelo sistema de precatórios judiciais e a execução obedece a regra própria da legislação processual – artigo 100 da CRFB, artigos 730 e 731 do CPC;
C) IMPRESCRITIBILIDADE DE SEUS BENS – como são bens públicos, não podem ser adquiridos por terceiros por usucapião – artigo 183, § 3 da CRFB e súmula 340 do STF.
D) PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – dívidas e direitos em favor de terceiros contra as autarquias prescrevem em 5 anos, logo se alguém tem crédito contra a autarquia deverá cobrá-la neste prazo;
E) CRÉDITOS SUJEITOS A EXECUÇÃO FISCAL – os créditos são inscritos na dívida ativa e podem ser cobrados pelo processo especial das execuções fiscais, como os créditos da União, Estados e Municípios – Lei 6830.
F) É EQUIPARADA A FAZENDA PÚBLICA E POR ISSO É BENEFICIÁRIA DOS PRAZOS DO ARTIGO 188 DO CPC, BEM COMO AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – ARTIGO 475, § 2 DO CPC E TAMBÉM AQUELAS QUE JULGAREM PROCEDENTES OS EMBARGOS À EXECUÇÃO DE DÍVIDA ATIVA PROMOVIDA PELA FAZENDA PÚBLICA– artigo 475, II do CPC. E DEFESA DA AUTARQUIA NA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL SE FORMALIZA EM AUTOS APENSOS AO PRINCIPAL E POR MEIO IMPUGNAÇÃO – ARTIGO 741 A 743 DO CPC
22- AGÊNCIAS REGULADORAS
	São fruto do processo de desestatização, que se deu pelo afastamento do estado da execução dos serviços públicos, que foi formalizado pela legislação correspondente ao Plano Nacional de Desestatização (fonte normativa – Lei 8031/90, revogada pela Lei 9491/97, esta com alterações da Lei 9635/98 e da Lei 9700/98). Como houve o afastamento do Estado dessas atividades que teve entre outros motivos, reduzir o déficit público para sanear as contas governamentais, foi necessária a instituição de órgãos reguladores nos termos do artigo 21, XI e artigo 177, § 2, III da CRFB.
	Diante da necessidade, foram criadas as agências reguladoras sob a forma de autarquias, entidade com típica função de controle a exemplo de: ANEEL, ANATEL, ANP.
	A finalidade destas agências é de controlar amplamente os serviços públicos e o exercício da atividade econômica, bem como das próprias pessoas privadas que passaram a executar tais atividades.
	O regime jurídico dos servidores destas autarquias era previamente regulamentado pela Lei 9986/00 que previa o regime de emprego público pela CLT, com alguns cargos em comissão.
	Este diploma foi derrogado pela Lei 10.871 de 2004, que instituiu o regime estatutário para estas autarquias e dispôs sobre a criação de carreiras e organização dos cargos efetivos.
	Na esfera federal estes servidores se sujeitam a Lei 8112/90.
 23 – AGÊNCIAS EXECUTIVAS
A diferença entre essa e as agências reguladoras se dá quando sua função precípua não é a de controlar os particulares prestadores de serviços públicos. A base de sua atuação é a operacionalidade, visando a implementação e execução da atividade descentralizada. 
Tais agências executivas não configuram nova categoria no ordenamento jurídico, uma vez que já devem estar constituídas sob a forma de autarquias ou fundações. Estas agências têm uma peculiaridade, pois que se configuram através de qualificação emanada por decreto do Chefe do Poder Executivo, com base na Lei 9649/99, artigo 51.
Seus servidores seguem as regras próprias previstas em sua legislação criadora.
Exemplos: INMETRO, ADENE, ADA.
24 – ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS
Criadas pela Lei 11.107/05, previu normas de instituição de consórcios públicos, no sentido de que esses deverão se constituir como associação publica ou pessoa jurídica de direito privado
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA (CONTINUAÇÃO): EMRPESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA – CONCEITO-REFERÊNCIAS NORMATIVAS. CRIAÇÃO, TRASNFORMAÇÃO E EXTINÇÃO. DIFERENÇAS ENTRE AS ENTIDADES. PATRIMÔNIO. PESSOAL. ATOS E CONTRATOS. FALÊNCIA E EXECUÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. FUNDAÇÕES PÚBLICAS. INTRODUÇÃO.POLÊMICA SOBRE A NATUREZA JURIDICA DAS FUNDAÇÕES. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS. CRIAÇÃO E EXTINÇÃO. REGIME JURIDICO. PATRIMÔNIO. CONTROLE. FORO DOS LITÍGIOS. RESPONSABILIDADE CIVIL. OUTRAS PESSOAS JURIDICAS VINCULADAS AO ESTADO. INTRODUÇÃO.PESSOAS DE COOPERAÇÃO GOVERNAMENTAL.
1- EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA – PONTOS INCONTROVERSOS.
São pessoas jurídicas de direito privado com personalidade jurídica de direito privado e através delas o Estado exerce algumas atividades com maior flexibilidade.
Há quem diga que o termo público é impreciso, pois que são pessoas jurídicas de direito privado, contudo tal nomenclatura tem razão de ser uma vez que o capital social da empresa pública é composto pelas pessoas administrativas.
Em que pese o exercício de atividades com maior flexibilidade, o Estado não é livre havendo controle.
Segundo Hely Lopes Meirelles, as empresas públicas, embora já existentes na Itália, Inglaterra, França e Alemanha, foram introduzidas no Brasil na década de 1950 quando se deu a denominação do Estado-Empresário.
As EP e as SEM, andam de mãos dadas, pois assemelham-se em seu perfil e coincidem em seus objetivos estatais.
A ideia básica de ambas é a de Estado-Empresário.
Conceito de Empresa Pública – Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Pública Indireta, criadas por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada à sua natureza para que o governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou em certas situações execute a prestação de serviços públicos. Ex.: FINEP, ECT, SERPRO, CEF, BNDES
Conceito de Sociedade de Economia Mista - Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Pública Indireta, criadas por autorização legal, sob a forma de Sociedade Anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividade geral de caráter econômico e em certas situações execute a prestação de serviços públicos. Ex.: BB S.A, PETROBRAS S.A, BA S.A.....
2- REFERÊNCIAS NORMATIVAS.
Artigo 173, §§ 1º, 2º, exploração de atividade econômica.
Artigo 37, XIX e XX – instituição por lei;
Artigo 37, XVII – vedação a acumulação remunerada de cargos e funções.
Artigo 169, § 1º, II – diretrizes orçamentárias – exclusão;
D.L 200/67, artigo 5º, II e III.
3- PRESONALIDADE JURÍDICA
São pessoas administrativas, regidas por normas de direito privado, diferentes das Autarquias.
Objetivo de sua criação: dar maior flexibilidade na execução das atividades, diferente do órgão que integra a administração direta que executa atividade econômica.
Por serem pessoas jurídicas e direito privado, não as coloca em pé de igualdade com as demais pessoas privadas, simplesmente por terem sua criação autorizada por lei.
4- CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
Com o D. L 200/67, estas pessoas administrativas eram definidas como criadas por lei. Com o advento da CRFB/88, tal equívoco não foi sanado, somente ocorrendo com a reforma administrativa advinda com a EC 19/98, com a expressão autorizada por lei.
Quanto a criação, o regime adotado é o do CCB – O estado deve providenciar o ato que contenha o estatuto ou os atos constitutivos da entidade para posterior inscrição no registro próprio, conforme artigo 45 do CCB.
A extinção reclama lei autorizativa – princípio da simetria das formas jurídicas.
As subsidiárias devem ter sua criação e extinção autorizada por lei também, que poderá vir de forma geral na lei autorizativa da entidade primária. Segundo o STF em julgamento em relação a Lei 9478/97, é dispensável lei específica para tal objetivo.
Estas subsidiárias também são controladas ainda que indiretamente pela pessoa federativa.
5- OBJETO
- Desempenho de atividade de Carter econômico – artigo 173, § 1 da CRFB.
- Estas atividades são verdadeiros instrumentos de atuação do estado no papel de empresário.
- o Estado somente pode praticar tais atividades nos termos previstos na CRFB;
- Ainda que estas atividades sejam desempenhadas pelas EP e SEM, ainda há controle e limites em suas atuações, para impedir que estas atuem no mercado de forma competitiva com as demais pessoas privadas.
- atividade econômica tem sido vista como gênero como forma de utilização de recursos para satisfação de necessidades.
- Não são todos os serviços públicos que podem ser desempenhados por estes entes como: serviços típicos de estado: segurança pública, atividade jurisdicional, defesa da soberania, assistência social.
6- REGIME JURÍDICO
- Como são pessoas jurídicas de direito privado, não prescindem de fiscalização do estado;
- O regime jurídico é híbrido, ou seja, incidem normas de direito público e direito privado;
- quando praticam atividades econômicas incidem sobre elas as normas de direito privado;
- Mas há privilégios materiais e processuais (Decisão do TJ/RJ Enunciado Cível nº 30 de 03/09/01) e neste caso o STJ já sumulou que prescreve em 20 anos ação de indenização contra SEM em caso de responsabilidade civil – Súmula 39 – STJ – diferenteda prescrição quinquenal das pessoas jurídicas de direito público as favorecem.
- Incidem normas de direito público quanto ao controle administrativo resultante da vinculação à pessoa administrativa, tendo em vista que várias normas constitucionais e legais regulam esta vinculação administrativa e institucional das entidades.
- Em nível constitucional temos o principio da autorização legal de sua instituição – artigo 37, XIX, controle pelo Tribunal de Contas – artigo 71 (só são sujeitos a controle os bens, valores e dinheiros públicos, proveniente diretamente do ente público controlador, mas não os que resultam de gestão das entidades, caracterizados como bens e valores privados), o controle e fiscalização pelo Congresso Nacional – artigo 49, X, a exigência de concurso público para ingresso de seus empregados – artigo 37, II, a previsão de rubrica orçamentária – artigo 165 § 5º todos da CRFB/88;
- A grande inovação foi sem dúvida, a previsão de lei específica para a disciplina do regime jurídico dessas entidades nos termos do artigo 173, §1º alterado pela EC 19/98 e há quem entenda que em razão da autonomia das pessoas federativas, cada uma delas poderia editar as leis específicas para suas empresas públicas e sociedades de economia mista. Contudo há entendimentos diversos como o do José dos Santos Carvalho Filho, que entende não ser possível, sendo necessário ser por lei federal que estabelecerá as linhas gerais e as administrações regionais e locais deverão editar disciplina complementar;
- Complementando o raciocínio supra, temos o exemplo do artigo 22, XXVII da CRFB que regulamenta por lei geral de competência privativa da União Federal para disciplinar contratações e licitações pertinentes a todas as pessoas federativas.
7- REGIME TRIBUTÁRIO
- Polêmica – as normas voltadas para entidade privada só devem incidir quando houver exploração de atividade econômica em estrito sensu, podendo haver benefícios para aqueles que desempenham atividade econômica sob a forma de serviço público – Entendimento de Maria Sylvia Di Pietro, Diógenes Gasparini e Celso Antonio Bandeira de Mello.
- Outros entendem que devem as EP e SEM, sujeitar-se ao mesmo regime tributário aplicável às empresas privadas, pois todas exercem em sentido amplo atividade econômica. A imunidade tributária é privilégio e só se justifica para as pessoas jurídicas de direito público – José dos Santos Carvalho Filho.
- São admitidas situações excepcionais, pois ambas as entidades executam serviço público monopolizado, podendo-se aceitar a concessão de um ou outro privilégio, quando inexistir ameaça ao mercado ou ausência de risco de abuso de poder econômico.
- Outro motivo para concessão de determinados benefícios em caráter excepcional, se dá em razão do monopólio e com isto a inexistência de competitividade.
- STF reforma decisão do TRF4 quando adota entendimento que a ECT (Empresa Pública Federal) está abrangida pela imunidade tributária recíproca – artigo 150, VI da CRFB – por se tratar de prestadora de serviços públicos exclusivo da União.
DIREFERENÇAS ENTRE AS ENTIDADES
A) CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL
SEM - são constituídas com capital de pessoa jurídica de direito público ou outras pessoas administrativas além do capital privado. A entidade criadora possui o domínio da maior parte das ações para garantir os ajustes de suas diretrizes.
As sociedades em que o Estado participa, porém não detém a maioria, não possibilita o controle societário, são chamadas de sociedades de mera participação do Estado – Lei 10.973/04 e DL 5563/05.
EP – seu capital é constituído de capital de pessoa administrativa, seja de qualquer esfera e de qualquer natureza jurídica – pública e privada, mas terão que ser pessoas integrantes da administração pública.
B) FORMA JURÍDICA
SEM - sua forma jurídica é de Sociedade Anônima conforme definição prevista no D.L 200/67 e cuja regulamentação dar-se-á pela Lei 6404/76;
EP – sua forma jurídica poderá se revestir por aquelas admitidas em direito, podendo ainda por força desta definição que elas poderão ser unipessoais, quando o capital pertence exclusivamente à pessoa instituidora ou pluripessoal quando o capital pertence a varias pessoas, além do capital dominante da pessoa criadora;
C) FORO PROCESSUAL PARA ENTIDADES FEDERAIS.
 EP - A CRFB privilegiou as empresas públicas federais para a solução dos conflitos em que figuram como autoras, rés, assistentes ou oponentes, nos termos do artigo 109, I da CR, sendo o foro da justiça federal para a resolução de seus conflitos. Ex. ECT.
 
Contudo poderá ocorrer que tais empresas devam ter a tramitação de seus processos na justiça estadual, por força da súmula 270 do STJ, quando ocorre protesto por preferência de crédito por ente federal em execução que tramita na justiça estadual, ao deslocando, pois, a competência com fundamento no artigo 109, I da CR;
Tais diferenças só abrangem as EP federais, pois que as estaduais e municipais terão como foro a justiça estadual.
SEM – suas ações serão processadas no foro estadual, já que a CR silenciou sobe o assunto, corroborado pela súmula n. 517 do STF, só admitindo o deslocamento nos casos previsto pelo artigo 109 da CR. Ressalta-se ainda a sumula 556 do STF e sumula 42 do STJ.
9 – PATRIMÔNIO
- Os bens destes entes vêm da pessoa federativa e por isso passam a ser privados quando integram o patrimônio das EP/SEM, sujeitos a sua própria administração, não lhes sendo concedidos privilégios ou benefícios, em regra.
- O CCB caracteriza como bem público os da pessoa de direito público interno o que não é caso;
- Hely Lopes Meirelles entende serem bens públicos com destinação específica, 
- No caso de extinção destas entidades, a regra é que liquidadas as obrigações por elas assumidas em face de terceiros, o patrimônio seja incorporado á pessoa controladora, passando então a serem considerados bens públicos.
10 – PESSOAL
- O pessoal destas entidades se submetem ao regime celetista comum, cujo vínculo jurídico é contratual – artigo 114 da CRFB.
- Seu ingresso se dá por concurso público – artigo 37, II da CRFB;
- Outras regras aplicáveis: a) não podem cumular seus empregos com cargos ou funções públicas – artigo 37, XVII; b) são equiparados a funcionários públicos para fins penais – artigo 327, §1 do CP; c) são considerados agentes públicos para fins de incidência das sanções na hipótese de improbidade administrativa – Lei 8429/92.
- Em geral os cargos de Presidente ou direção destas entidades correspondem a funções de confiança e são preenchidos a critério da autoridade competente da administração direta. Mesmo assim seus escolhidos pertencerão aos quadros da empresa, mesmo que temporários, regidos pela CLT.
11- ATOS E CONTRATOS
- Em regra são atos jurídicos de direito privado regulamentados pelo Direito Civil e Comercial, mas se houver função delegada pelo poder público, serão atos administrativos e, portanto, suscetíveis de controle por mandado de segurança e regidos por normas de direito público.
- A lei 8666/93 insere em seu artigo 2º as EP e SEM, no sentido de ambas integrarem a administração pública indireta. Muitos autores discordam, no sentido de que os contratos devem ser caracterizados conforme a atividade desempenhada.
- As licitações são obrigatórias.
12- FALÊNCIA E EXECUÇÃO
- EP – A LEI 6404/76 sempre foi omissa quanto ao seu regime.
- com a lei 11.101 de 2005 que regula a recuperação judicial, está expresso que esta lei não se aplica as EP e SEM, logo não se aplica o regime falimentar a estas pessoas paraestatais, independente da atividade desempenhada.
- Contudo há autores que entendem que esta lei não está com conformidade com a ratio do artigo 173, §1 da CR.
- Logo quando se fala em pessoa jurídica de direito privado que não estão sujeitas ao regime falimentar, acabou-se por criar vantagens em detrimento das outras atividades;
- O regimede execução e penhora continua sendo aplicável, independente da revogação do artigo 242 da Lei 6404/76 pela Lei 10303/01, mas há controvérsias como:
a) Empresa Pública – ECT teve garantia de impenhorabilidade, porque lei anterior a CR assim dispunha, sendo-lhe garantido o pagamento por precatório – STF;
b) Foi garantido também a ECT a imunidade tributária como se fosse pessoa jurídica de direito público equiparada a fazenda pública;
c) Suspensão de penhora de recursos financeiros de SEM (metrô) pelo fato de prestar serviço público essencial e a penhora recair sobre receitas vinculadas ao custeio do serviço.
- não havendo mais situação de penhora de bens ou rendas, a hipótese é de encampação da entidade pela pessoa federativa controladora, situação que não comprometerá a continuidade do serviço público.
- o questionamento na fase de execução sofreu alteração por força da lei 11232/05, onde não haverá mais embargos de devedor e sim impugnação;
13- RESPONSABILIDADE CIVIL
- Depende da atividade desempenhada – se for mercantil não incide o artigo 37, § 6º; se for serviço público – aplica-se
- A pessoa federativa que vincula a EP/SEM terá sempre responsabilidade subsidiária e não solidária, logo somente se o patrimônio destas for insuficiente para solver os débitos, os credores poderão postular os créditos remanescentes através de ação movida contra a pessoa política.
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Conceito – pessoa jurídica de direito privado, caracteriza-se pela atribuição de um patrimônio preordenado a certo fim social. É regulada pelos artigos 62 a 69 do CCB.
- Esta entidade não pode dissociar-se de seu instituidor que é aquele que faz dotação patrimonial;
- a finalidade social é inerente as fundações embora o CCB não expresse, distanciando-se do alvo, lucro.
- Características básicas: a) figura do instituidor; b) fim social da entidade; c) ausência de fins lucrativos.
- Assim nasceram as fundações, somente havendo alteração quanto ao instituidor, que passou a ser o Estado.
- Surge então a 1ª divisão: Fundações privadas – instituídas por pessoas da iniciativa privada e Fundações públicas – quando o estado for o instituidor.
1- NATUREZA JURIDICA – DEFINE O REGIME JURIDICO A SER ADOTADO – PUBLICO OU PRIVADO?
 - Temos 2 correntes – uma defendida por Oswaldo Aranha B. Mello, Celso Antonio B. Mello, Maria Sylvia, Diógenes Gasparini, Miguel Reale e Cretella Jr. E STF, no sentido de que há 2 tipos de fundação: publicas e privadas. Aquelas dotadas de personalidade jurídica de direito público e esta de personalidade jurídica de direito privado.
- Nesta corrente as fundações públicas são caracterizadas como autarquias, razão porque são chamadas de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais – seriam elas uma espécie do gênero.
- A 2 corrente defende que mesmo sendo instituídas pelo poder público as fundações públicas terão sempre personalidade jurídica de direito privado. Tal corrente é seguida por Manoel Oliveira Franco Sobrinho, Caio Tácito, Seabra Fagundes, Eros Roberto Grau.
- Hely Lopes Meirelles entendia ser uma contradição as expressões, pois se a entidade era uma fundação era de direito privado e se era autarquia era de direito público, não podendo ser ao mesmo tempo de direito público e de direito privado. Mas com a CRFB/88 este doutrinador entendeu que se era uma fundação pública deveria ser de direito público.
- STF faz 4 distinções: a) desempenho de serviço estatal;b) regime administrativo; c) finalidade, d) origem dos recursos.
- Propriamente nem há diferença entre as finalidades das fundações públicas e as autarquias, onde poderá haver uma diferenciação é na origem dos recursos.
- O D.L 200/67 não mencionava as fundações, somente sendo inserida pela Lei 7596/87 e portanto são integrantes da Administração Pública Indireta e se caracterizam como fundação pública com personalidade jurídica de direito privado, regulada pelo CCB.
- A CRFB nunca tratou da personalidade jurídica das fundações, logo a previsão do D.L 200/67 não guarda incompatibilidade com as regras constitucionais.
- Características fundamentais: a) fins não lucrativos; b) inspirada pela intenção do instituidor; c) fins sociais: atividades pias, sociais, beneficentes; d) CCB delimitou: fins religiosos; morais;culturais e assistenciais.
- Havendo valores que ultrapassem os custos da execução, haverá superávit e não lucro.
2- CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
- FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PRIVADO - Lei autoriza a criação, a personalidade jurídica é adquirida pelo registro de escritura pública.
- FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO - a regra e da autarquia.
- a extinção nos mesmos termos.
3- PRERROGATIVAS 
Fundações públicas de direito privado – regime especial – caráter híbrido – público e privado;
Fundações pública de direito público – mesmas prerrogativas das autarquias.
4- PRIVILÉGIOS TRIBUTÁRIOS
Imunidade – Fundação Pública de Direito Público.
5- PATRIMÔNIO
FPDP – bens públicos
FPD - Privado – bens privados.
6- PESSOAL
FPDP – o mesmo da pessoa federativa
FPDPRIVADO – CLT, ainda assim aplicam-se a estes as restrições a nivel constitucional, já mencionados no item supra.
7- CONTROLE
- Qualquer que seja a natureza terá controle político, administrativo e financeiro.
- Controle do Ministério Público através de suas curadorias de fundações caberá nas fundações privadas, tendo em vista que quanto as fundações públicas o controle caberá a pessoa federativa criadora.
8 – FORO
- Se instituídas pelo ente federal seu foro será o da Justiça Federal, se estadual e municipal será o estadual. A regra se for fundação governamental de direito privado o foro é comum
ATOS E CONTRATOS.
-Mesmo nos casos das fundações privadas, se desempenharem funções delegadas pelo poder público, praticam atos administrativos.
- A lei 8666 não fez distinção. Logo se obrigam as licitações.
10 – RESPONSABILIDADE CIVIL
- OBJETIVA – pois nunca exercerão atividade econômica. A responsabilidade do ente primário será sempre subsidiária.
OUTRAS PESSOAS VINCULADAS AO ESTADO
- Embora não integrem a Administração Pública, cooperam com o governo, prestam inegável serviço de utilidade pública e sujeitam-se ao controle do poder público.
- São entidades paraestatais;
- Pessoas jurídicas de direito privado;
- não são pessoas adminstrativas;
- depende de lei autorizadora para sua criação, embora não tenham sido elencadas o artigo 37, XIX da CRFB;
- recebem recursos oriundas de contribuição obrigatória pagas compulsoriamente com previsão em lei.
- estatutos são delineados por regimentos internos;
- objeto: atividade social, com serviço de utilidade pública, Ex.: SESC, SESI, SENAC, SEBRAE, SENAR, SENAT.
- Recursos financeiros são contribuições parafiscais – artigo 240 da CRFB, não vem do erário, mas são dinheiro público e estão submetidas ao controle do poder público – prestam contas, fazem licitações sob o entendimento do TCU.
- Depois o entendimento do TCU mudou, sob o argumento de que não integram a adminsitração pública.
- FORO – COMUM
- PRIVILÈGIOS TRIBUTÁRIOS – sim – artigo 150, VI a
PODERES ADMINISTRATIVOS – USO E ABUSO DE PODER – EXCESSO E DESVIO DE PODER – PODER DISCRICIONÁRIO. PODER VINCULADO- PODER REGULAMENTAR – PODER HIERÁRQUICO – PODER DISCIPLINAR – DEVERES DOS ADMINSITRADORES PÚBLICOS.
1- PODERES ADMINSITRATIVOS.
- Prerrogativa especial de direito público – PODER-DEVER – instrumento para realização das atividades administrativas;
- Uso do poder – utilização normal pelos agentes públicos das prerrogativas que a lei lhes conferir 
- Poder -Dever agir
- Características: a- irrenunciáveis; b- obrigação de seu exercício
- Vedam a inércia (omissão) – esta se reveste de ilegitimidade na medida que o administrador público tem o dever de agir
- O administrado tem o direito subjetivo de cobrar do administradoro mínimo de atuação dentro dos parâmetros aceitáveis;
- Temos (1) omissões genéricas – cabe ao administrador avaliar a oportunidade e conveniência de adoção das providências positivas; (2) omissões específicas – ocorre mesmo diante de expressa imposição legal no sentido do facere administrativo. 
- Conseqüência para o agente omisso- responsabilização civil, penal ou administrativa
2- ABUSO DE PODER- EXCESSO E DESVIO DE PODER 
- Excesso - o agente atua fora dos limites de sua competência, invadindo atribuições de outro agente;
- Desvio - embora dentro de sua competência, afasta-se do interesse público - chamado de desvio de finalidade- este desvio é mais ocorrente nos atos discricionários
- Efeitos- revisão judicial ou administrativa 
- A invalidação do ato abusivo pode dar na esfera da administração com fundamento no principio da autotutela
- Pode também se dar pela via judicial por MS art. 5° LXIX CF
- Em alguns casos este abuso pode representar ilícito penal nos termos da lei 4898/65 que estabelece sanções para o agente abusivo;
- Esta abusividade é combatida pelo controle Ex.: CNJ e CNMP- EC 45/04
- Nem toda ilegalidade decorre de conduta abusiva, mas toda abusividade representa ilegalidade
3- PODERES ADMINISTRATIVOS
3.1- Conceito e natureza Jurídica
Conceito- são prerrogativas de direito público destinadas aos agentes públicos para o desempenho de suas funções, conferidas pela ordem pública.
Natureza Jurídica- prerrogativas de direito público
4-PODER DISCRICIONÁRIO
- Núcleo deste poder- valoração da conduta no sentido de eleger dentre várias escolhas a que mais tem conveniência e oportunidade 
- esta escolha deve estar revestida de legalidade com o fim colimado 
- Limitações : 1- Adequação da conduta escolhida pelo agente à finalidade que a lei expressa; 2- verificação dos motivos inspiradores da conduta 
- O que se veda ao judiciário é a aferição dos critérios (mérito) administrativos: oportunidade e conveniência.
- Discricionariedade e Arbritariedade – tais institutos se diferem no sentido de que ao administrador é conferido o poder discricionário para melhor desempenhar as atividades estatais enquanto a arbitrariedade é a extrapolação deste poder sobre o manto da discricionariedade
- Atividades Vinculadas – tais atividades são muitas vezes consideradas como poder vinculado. Contudo muitos autores entendem que como são vinculadas, ou seja, deve se reproduzir fielmente o que a lei determinar, sem qualquer possibilidade de escolha de contuda diversa, seria equivocado o entendimento como poder, não passando de atividade, efetivamente.
- Controle judicial – Todos os atos administrativos podem ser controlados pelo poder judiciário no sentido de sua legalidade. Em relação aos atos vinculados não há dúvida em razão de sua própria natureza, pois se todos os elementos do ato administrativo estão previstos em lei, seu controle será obrigatório.Quanto aos atos discricionários, deverá o judiciário também efetuar o seu controle quanto aos elementos vinculados do ato ( competência, objeto, e finalidade), não podendo efetuar o seu controle quanto aos tos de valoração ( mérito adminsitrativo), sob pena de substituir-se ao administrador público, o que é vedado por lei, com fundamento no principio da separação dos poderes.
Contudo, muitos doutrinadores, tem entendido, que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade tem sido instrumentos de valoração para o controle da discricionariedade, se deparando com condutas que refletem verdadeiros abuso de poder. 
- Discricionariedade e conceitos indeterminados – discricionariedade não pressupõe imprecisão de sentido o que ocorre com os conceitos indeterminados como bons costumes, ordem pública, interesse público, etc...
- CARACTERÍSITCAS DA DISCRICIONARIEDADE: a) norma de previsão aberta que exija complemento de aplicação; b) margem de livre decisão, quanto a conveniência e oportunidade da conduta do administrador; c) ponderação valorativa de interesses concorrentes, com prevalecência do que melhor atender ao fim da norma.
5- PODER REGULAMENTAR
- Complementar as leis para sua aplicabilidade - 
- Natureza jurídica – prerrogativa de direito público: 1- originário- vem da CRFB – CNJ/ CNMP artigo 103-B da CRFB; 2- derivados- só poder ser exercido com precedente legislativo.
- Formalização- decretos e regulamentos – art. 84 IV CR
- Regulamentação técnica- mecanismo moderno de atuação do administrador no sentido de não só efetivar a aplicação da lei mediante complementação de conteúdo organizacional, mas sim a criação de normas técnicas não contidas na lei, proporcionando uma inovação no ordenamento jurídico.
- Lei e Poder Regulamentar
Poder Regulamentar é subjacente à lei por isso a CRFB autorizou o Chefe do Poder executivo a expedir decretos e regulamentos, viabilizando a efetiva execução da lei – artigo 84,VI.
- O poder regulamentar não pode contrariar a lei, ele deve ser secundum legem, logo, não podem cirar obrigações e direitos, com fundamento na previsão da norma do artigo 5º, II da CRFB, que trata do principio da legalidade.
- CONTROLE DOS ATOS DE REGULAMENTAÇÃO - fundamentação – artigo 49, V da CRFB. Contudo quanto ao controle judicial, temos que avaliar o conteúdo do ato, uma vez que se for ato regulamentar contra legem, será cabível o controle da legalidade, resultante do confronto entre o ato e a lei, haverá a crise de legalidade e não de constitucionalidade, não podendo ai se utilizar da Ação Direta de Inconstitucionalidade, prevista no artigo 102, I, a da CRFB, sob o argumento de que a mesma menciona leis e atos normativos.
- Se o ato regulamentar ofender diretamente a CRFB, sem que haja lei a que se subordinar, terá a qualificação de ato autônomo e ai sim poder ser compelido pela ADIN.
- O ato regulamentar então deverá ser normativo e ser autônomo para ser atacado pela via do controle concentrado da ADIN.
- Portanto, com o advento da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF, prevista no artigo 102, § 1º da CRFB, regulamentada pela Lei 9882/99, o controle concentrado é mais amplo destes atos regulamentares – autônomos e subordinados, abrangendo a inconstitucionalidade direta e indireta.
- Outra hipótese é o Mandado de Injunção previsto no artigo 5º, LXXI da CRFB, que prevê que o judiciário declare a inércia do órgão ou agente incubido de regulamentar a norma e não o fez, para o fim de possibilitar ao indívíduo a exercer os direitos de liberdades constitucionais.
- A regra que autoriza o Chefe do Executivo a regulamentar a lei, deve conter o prazo para tal ato. Neste prazo a lei não se torna exeqüível enquanto não editado o ato.Caso não haja prazo, o entendimento é de verdadeira inconstitucilidade.
REGULAMENTOS AUTÔNOMOS.
1ª POSIÇÃO – existência em nosso ordenamento jurídico, sobre o fundamento de que decorrem dos princípios administrativos implícitos – HELY LOPES MEIRELLES, DIOGO DE FIGUEIREDO;
2ª POSIÇÃO - ainda que tecnicamente existentes, o nosso ordenamento jurídico pátrio não os admite, pois a atribuição ao Executivo de poder editar atos se dá para a fiel execução de lei ( regulamentos de execução) – CRETELLA JR., DIOGENES GASPARINI, MARIA SYLVIA E JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO.
- A CF/67 permitia, pois conferia ao Presidente da República dispor sobre estruturação, atribuições e funcionamentos nos órgãos da administração federal.
- Hoje a CRFB previu sobre a organização e funcionamento na forma da lei _ artigo 84, VI
- Com a EC 32/01 houve a modificação do artigo 84, VI. Os simpatizantes do entendimento da existência do decreto autônomo invocam este texto constitucional.
- Para a existência deles, os mesmos devem criar direitos e obrigações e com isto haveria conflito com o artigo 5º, II da CRFB;
- Para serem admitidos a CRFB deveria prevê-los, assim com fez com a norma do artigo 62 da carta política que prevê as Medidas Provisórias.
DEVERES ADMINISTRATIVOS
1- DEVER

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