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RESUMO JURISDIÇÃO COMPETENCIA CONEXÃO E CONTINÊNCIA

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INTRODUÇÃO
1.     JURISDIÇÃO
1.1.         CONCEITO
O termo “jurisdição” tem origem no latim “iurisdictio” que tem por significado “dizer o direito”.
No ordenamento jurídico brasileiro, a jurisdição se define por ser uma das funções do Estado, ou seja, sendo a prerrogativa que o Estado detém para dirimir os conflitos de interesses trazidos à sua apreciação. Neste sentido, diz MIRABETE[1].
Em segunda análise, veremos o papel da competência no sentido de limitação do poder jurisdicional, tendo seus critérios definidos no Código de Processo Penal no artigo 69.
1.2.         CARACTERÍSTICAS
Para entendermos o conceito de jurisdição, necessário se faz a observância de determinadas características intrínsecas a este instituto, onde destacam-se a:
a)     Substitutividade: O Estado, por meio de pessoas físicas intelectualmente preparadas, é designado para compor qualquer lide. A figura do juiz substitui a do particular para resolver o conflito de interesses entre os contendores.
 
b)    Inércia: Cabe à parte provocar a prestação jurisdicional. O Estado se mantém inerte até o momento em que o particular o invoca. O juiz não pode obrigar o Ministério Público a oferecer denúncia, salvo se a ação for incondicionada pública, nos termos do artigo 28 do Código de Processo Penal.
 
c)     Imutabilidade: Também conhecida por “difinitividade”, os atos jurisdicionais são os únicos que transitam em julgado, diferentemente dos atos legislativos e administrativos. Significa que as decisões transitadas em julgado são imutáveis e definitivas.
 1.3.           PRINCÍPIOS
Os princípios da jurisdição são aqueles sob os quais o instituto se assenta. São as bases que sustentam a jurisdição e seus desdobramentos. A inobservância de tais princípios impede seu exercício e geram a ineficácia de seus atos. Assim, vejamos quais são estes princípios:
 a)     Investidura: Apenas as autoridades em exercício com investidura (concedida formalmente por meio de lei) podem exercer o poder jurisdicional.
 b)    Inevitabilidade: Trata do caráter obrigatório de submissão das partes à decisão do magistrado. Não podem as partes se recusarem a cumprir aquilo que foi determinado pelo Estado na figura do juiz.
 c)     Inafastabilidade: O juiz não pode se recusar a prolatar decisão não importando que motivo este alegue para qual, sob pena de infração à dispositivo constitucional (artigo 5º, XXXV, CF).
 d)    Juiz Natural: As pessoas submetidas à jurisdição têm o direito de ser julgadas por um magistrado de ofício, concursado. É vedada a nomeação de um juízo ad hoc (designado à uma causa específica).
 e)     Devido Processo Legal: O cidadão tem o direito de percorrer o trâmite legal do processo em todas as suas etapas e dispor de todos os tipos de defesa nos termos da lei, prestigiando o artigo 5º, LIV da CF.
 
f)      Fundamentação das Decisões: A decisão do magistrado deve obrigatoriamente ser fundamentada sob pena de nulidade absoluta do julgado. Devem ser apresentados os motivos pelos quais se fundou sua decisão, citando as provas e fatos apresentados pelas partes que se somaram ao seu juízo de livre convencimento para prolatar a sentença que extinguiu a lide, seja com ou sem a resolução do mérito.
 
1.4.         ESPÉCIES
A Jurisdição divide-se em:
 1) Comum (ordinária): Consiste na justiça comum e seus órgãos (Tribunais de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal)
 2) Especial (extraordinária): Possuem caráter específico e restrito a uma determinada matéria. É o caso da Justiça Militar (Tribunais Militares e Superior Tribunal Militar), Justiça Eleitoral (Tribunais Regionais Eleitorais e Tribunal Superior Eleitoral) e Justiça do Trabalho (Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho).
 
2.     COMPETÊNCIA
2.1.         CONCEITO
Trata-se a competência da limitação do poder jurisdicional conforme dispõe o artigo 69 e seus §§ no Código de Processo Penal. É a competência que determinará a abrangência da atuação jurisdicional de acordo com: I) o lugar da infração (competência ratione loci) ou “em razão do local”; II) pelo domicílio ou residência do réu (art. 72, CPP); III) pela natureza da infração; IV) por prevenção ou distribuição (art.69, IV, do CPP); V) por conexão ou continência (art.76, 77 e ss do CPP) e VI) por prerrogativa de função, podendo ser em razão da pessoa ou de sua função (art.69, VII, do CPP).
2.2.         ABSOLUTA
Diz-se por “absoluta” a competência em razão da matéria e em razão da prerrogativa funcional, visto que tais questões tratam-se de matéria de ordem pública, não podendo ser prorrogadas e nem modificadas pelas partes. Seu reconhecimento pode ocorrer em qualquer tempo ou grau de jurisdição gerando a nulidade absoluta do feito.
2.3.         RELATIVA
 Diz respeito à competência territorial, sobre a qual prevalece o interesse da parte que a suscitou. Pode ser contestada por meio da Exceção de Incompetência em momento oportuno no processo. Caso não haja contestação, a competência não mais poderá ser alterada no decorrer do processo, passando de relativa à absoluta.
2.4.         MODIFICAÇÃO
Modifica-se a competência por meio de:
a)     Prorrogação de foro: Consiste na possibilidade de substituição da competência de um juízo por outro, no momento oportuno (caso em que ocorre a preclusão), ou nos casos de foro alternativo.
 b)    Delegação: É o ato pelo qual um juiz transfere para o outro a atribuição jurisdicional que é sua. Essa delegação pode ocorrer de duas formas, interna ou externa. A delegação interna ocorre nos casos de juízes substitutos e juízes auxiliares. Já a delegação externa é utilizada nos casos em que os atos são praticados em juízos diferentes, isto é, quando há o uso das cartas precatórias, rogatórias e de ordem.
c)     Desaforamento: Nada mais é do que o instituto privativo dos crimes de competência do Tribunal do Júri. Poderá ser proposto pela acusação (MP ou querelante, em casos de ação privada subsidiária), por representação do juiz, pelo assistente de acusação ou a requerimento do acusado. Neste sentido, a Súmula 712 do STF diz que “é nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa”.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MIRABETE, Júlio Fabbrini; FABBRINI Renato. Código Penal Interpretado. 8ª ed. São Paulo. Ed. Atlas. 2013.
MIRABETE, Júlio Fabbrini; FABBRINI Renato. Manual de Direito Penal, vol. I. 29ª ed. São Paulo. Ed. Atlas. 2013
  Competência
A Competência se relaciona com jurisdição, pois a competência é o limite da atuação jurisdicional, ou seja, é medida de jurisdição (ex: um ministro do STJ tem a mesma jurisdição do que um juiz do TJ, mas o que difere é a competência).
Razão (art. 69, CPP): Separa a competência em razão de:
- Matéria: dependendo da matéria da infração, define-se quem julga, ex: nos crimes contra a vida quem julga é o júri.
- Pessoa: dependendo das funções que a pessoa exerce (considerando a magnitude dessas funções), pode-se definir quem julgará os crimes cometidos pela pessoa: ex: se sou um senador, serei julgado pelo STF, se sou um promotor de São Paulo serei julgado pelo Tribunal de SP.
Esses 2 primeiros tipos, se violadas ensejam nulidade absoluta (que pode ser alegada em qualquer tempo ou grau de jurisdição).
- Local: dependendo do local da pratica ou consumação da infração ou da residência do réu, é possível definir a competência. Se violada enseja nulidade relativa (só pode ser alegada em um prazo especifico e de determinada forma) – em regra é no local da consumação do crime que este será julgado.
1. Justiça especial ou comum? Para saber quem irá julgar é necessário saber se será na justiça especial (que tem estrutura própria definida na CF) ou comum. No caso do processo penal, não se trata de justiça especial, mas sim da comum e, por isso, é necessário saber o que é crime federal e crime estadual e o critério para essa diferenciação é que as infrações federais ocorrem quando forem violados bens,interesses ou serviços da união, suas empresas públicas federais ou suas autarquias, com ressalva das contravenções penais (súmula 38 do STJ que diz que ainda que afete bens e serviços da união, se for contravenção penal, a competência será estadual) (art. 109, I, CF). A competência estadual é residual, ou seja, tudo o que não for de competência da justiça federal é estadual.
Justiça Especial - Justiça do Trabalho (não exerce jurisdição penal) - Justiça Eleitoral (118) Atrai conexos - Justiça Militar (124) Só julga crimes militares, hipótese de cisão obrigatória/ art. 79, I, CPP); 
Justiça Comum - Justiça Federal (art. 109, IV, V, VI, VII, IX, X, CR/88) - Justiça Estadual (residual)
Júri pode ser de competência federal ou estadual, o mais comum é de competência estadual, mas se o homicídio (por exemplo) afetar o interesse da união, o crime será federal (ex: se matei um juiz federal devido a uma de suas decisões, o crime será julgado em tribunal de júri federal).
Se tivermos um crime estadual junto com um crime federal, tudo irá para a esfera federal (sumula 122 do STJ) – ex: se um sujeito está carregando moeda falsa, e é abordado por um policial e o mata, como o crime de moeda falsa é de interesse da união, será julgado no tribunal do júri federal pelo crime de moeda falsa e por homicídio.
Crime contra a Caixa Econômica Federal: crime federal, pois é uma empresa pública federal.
Crime contra Empresa brasileira de correios e telégrafos: crime federal, pois é uma empresa pública federal. A jurisprudência cita o sistema de franquias, se o crime for contra uma empresa específica será estadual.
Crime de apropriação indébita: esfera federal.
Crime cometido por ou contra funcionário público federal: desde que haja nexo causal, é de esfera federal (se matar um juiz por suas funções de juiz federal, o crime é federal; se matar em uma reunião de condomínio, é crime estadual).
Incidente de execução penal: se A responde crime estadual, depois de condenado pode cumprir em presídio federal se o juiz de execução penal competente for federal (o contrário também acontece).
Súmula 192 STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do Estado a Execução das penas impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual.
Contravenção: bens, serviços e interesses da União configuram crime federal, com exceção das contravenções penais (crimes menores, punidos com prisão simples ou multa), ainda que afete a União será estadual.
Súmula 38 STJ: Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.
Crimes propostos em tratados/convenções: “internacionalização”, como por exemplo o tráfico. É um crime federal, pois está previsto em tratados internacionais; se estiver presente a internacionalização do crime (tem como resultado o estrangeiro) ou em tratados que buscam coibir a ação, é federal.
┗ tráfico de drogas – pode ser estadual ou federal
┗ tortura – depende
Direitos humanos: federalização do crime contra direitos humanos, incidente de deslocamento de competência → quando o Procurador Geral de Justiça souber de apuração de crime contra direitos humanos e detectar inércia dos órgãos persecutórios, pode ir ao STJ para levar da seara estadual à federal.
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
Direitos indígenas: nos crimes contra índios, depende da situação. Se existem direitos envolvidos (terras etc.) e não o índio individualmente, é federal; se trata do indivíduo, é estadual.
Há foro especial por prerrogativa de função? Determinadas pessoas, pela função que exercem ou sua magnitude, tem foro especial para julgamento CRIMINAL previstos, em regra, na Constituição Federal. É chamado pela mídia de “foro privilegiado”.
Os que forem processados criminalmente, irão originalmente para o foro especial, estão registrados na CF. Por exemplo, o prefeito que comete crime, responde no TJ (de qual estado for vinculado), pois tem foro por prerrogativa de função definido na CF.
No foro especial por prerrogativa de função, o nexo funcional (relação que deve existir entre o crime e o vínculo funcional/cargo) não entra em questão. O favorecido não pode abrir mão do foro especial por livre e espontânea vontade (se for senador ou deputado pode renunciar).
Promotor: crime x vida?
O promotor que comete crime contra a vida é punido pelo Tribunal de Justiça do respectivo estado em qual atua.
O duplo grau de jurisdição é orientado no sentido de reapreciação do mérito, em regra, e depois sobre a forma, se violam ou não lei federal, tratado ou a Federal (STJ/STF). O promotor não tem duplo grau, tem recurso para os Tribunais Superiores, mas não reapreciação meritória.
O auxílio terceiro ocorre quando há concurso de agentes (coautoria e participação), ambos respondem no foro privilegiado – continência intersubjetiva.
De acordo com o art. 30 do CP, todos responderão pelo mesmo crime, pois não há comunicação entre os agentes, mas se for elementar se comunica (ex. Peculato é só para funcionário público, se tiver ajuda de alguém, ambos responderão pelo crime de peculato).
Auxílio terceiro? Exemplo: se um prefeito e um pistoleiro praticam roubo, ambos vão para o TJ (está no CPP). Se praticarem homicídio, existem duas correntes:
ⓐ majoritária: o prefeito responde no TJ, seu foro de prerrogativa e o pistoleiro não o acompanha, responde no júri. É uma posição garantista, a CF excepciona o prefeito e não o pistoleiro, o STF diz que nesses casos deve cindir o julgamento.
ⓑ minoritária: ambos vão para o TJ, porém é criticada por ofender a hierarquia de leis, coloca o CPP acima da CF.
Se um deputado estadual cometer crime, não precisa ter nexo funcional (função/cargo de deputado). Ou seja, se praticar um crime, responde no TJ. Se praticar um homicídio, responde no júri, não pode colocar a Constituição Estadual acima da Constituição Federal.
Deputado federal, senador, governador e ministro respondem no foro especial mesmo se o crime for intencional contra a vida, apenas o deputado estadual é regido pela Constituição Estadual, os outros estão na Constituição Federal.
Ocorre a cessação da função pública se não exerce mais a função, perde o foro especial. Hoje, o STF entende que “não há foro especial de prerrogativa de função para ex”, ainda que o processo tenha começado nesse foro, entretanto o que foi feito é preservado (tempus regem actus). O Supremo mudou de posição várias vezes por ADINs em relação a este tema.
Se houver medida protelatória em que STF entenda que há má-fé, julga como deputado. Se renunciar no momento certo, “perde” o foro.
Crimes contra a honra – art. 85 CPP: se um prefeito (promotor ou qualquer outro, mero exemplo) ofende pessoa X, entra no TJ. Se X ofende o prefeito, entra no juízo comum de 1º grau. Se ao curso do processo X manejar dizendo que a calunia é infundada e tiver provas da verdade, a queixa vai contra o prefeito [maneja exceção da verdade – crimes contra a honra em que o querelado se opõe] tem que ir para o foro especial, ou seja, o TJ. Ainda que o TJ acredite que o prefeito é culpado, não pode aplicar pena, resta infrutífero. Existe uma dúvida na jurisprudência sobre isso, mas a posição majoritária defende que sobe só a exceção, depois desce tudo de volta e a queixa crime não procede e, se X quiser, pode abrir outro processo contra o prefeito.
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberão o julgamento, quando oposta e admitidaa exceção da verdade.
Se a pessoa não tiver foro que afaste a competência territorial, onde serão julgados? É preciso saber o lugar da infração. QUAL É?
Teoria da Atividade - Teoria do Resultado - Teoria da Ubiquidade/ Mista 
No Brasil, depende, deve identificar o instituto.
┗ momento do crime: art. 4º, CP – teoria da atividade (considera-se ação/omissão e não o resultado)
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. - Territorialidade
┗ prescrição: teoria do resultado (conta prescrição com a consumação da infração)
┗ LUGAR do crime: junção da atividade + resultado. Para o lugar, depende – art. 6º, CP. Ou seja, depende se é crime plurilocal (espaço máximo) ou não: se inicie no Brasil e termine na Itália (ou vice-versa), começa dentro de um país e termina em outro.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. - Extraterritorialidade
┗ se estiver falando de crimes à distância, usa a teoria mista/da ubiquidade. Adota-se esta teoria pois o Brasil tem interesse na punição (não importa o que outro adota, aqui é a mista então quer punir).
┗ Crimes que começam em um local e seu resultado também: são os chamados de plurilocais, ação/omissão no território nacional e seu resultado idem, ação/omissão em cidade A e resultado em cidade B. Para estes tipos de infração temos o art. 70 do CPP, a regra é o resultado, ou seja, onde ocorreu a consumação do delito.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção
Extraterritorialidade: art. 6º, 7º e 8º do CP.
Se não souber onde pessoa morreu, começa a investigação e norma subsidiária diz que considera o domicílio do réu (art. 72, CPP). Se não tiver nem isso, ocorre a prevenção e o juiz que oficiou (primeiro juiz que despachar no caso é o titular da ação) toma conhecimento do fato.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
A vara competente para julgamento do processo é identificada por distribuição, procedimento aleatório (art. 75, CPP).
O crime continuado é aquele que comete um crime aqui, outro ali e configura uma continuação. No crime permanente, há a consumação e é aquele que se protrai no tempo. Nestas hipóteses em que existe mais de um juiz competente, decide por prevenção (art. 71, CPP).
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Obs.: Na ação penal privada, o querelante pode escolher entre o local da infração ou o domicílio do querelado. É uma regra subsidiária, o CPP dá a opção de escolher entre ambos.
Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.
O Código de Processo Penal estabeleceu todos os casos em que há ligações entre as infrações, é a CONEXÃO. Conexão é quando duas ou mais infrações estão relacionadas de alguma forma. O legislador identifica cada caso descritivamente, como demonstrado no art. 76 do CPP.
Exemplo: Se infração na comarca A tiver relação com a comarca B, quem julga é o juiz da comarca onde ocorreu o crime mais grave (uma das possibilidades do art. 76).
Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I – (Ocasional - a ocasião faz o ladrão/ não há ajuste prévio) se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, (Concursal - há ajuste prévio) ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, (Reciprocidade) ou por várias pessoas, umas contra as outras;
II – (Teleológica) se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou (Consequencial) ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – (Conexão instrumental probatória) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
A CONEXÃO PODE SER:
I – INTERSUBJETIVA: conota relação entre as pessoas, ex. – fruto de caminhão tombado na estrada – várias pessoas X; A e B furtam o veículo e com ele roubam um banco.
II – OBJETIVA: homicídio/ocultação de cadáver (júri); furto em apto e mata pessoa que viu furtando (júri); traficante que mata policial que fazia investigação (júri).
III – INSTRUMENTAL: prova de uma infração influencia em outra (A adquire bem de furto).
A CONTINÊNCIA está no art. 77, CPP. São classificações da doutrina:
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
I – continência por cumulação subjetiva: duas ou mais pessoas que cometem mesma infração, contém a prática de dois agentes (art. 77, I)
II – continência por cumulação objetiva: resultado duplo
- concurso formal (art. 70) - a conduta tem duas ou mais infrações (ex: explode bomba e causa dano, morte, lesão etc.). 
– Aberratio ictus (art. 73): erro de execução, desvio no golpe: é parecido com erro de tipo, responde por quem queria matar, mas na verdade só é ruim na execução 
- Aberratio criminis: 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
- Aberratio delicti (art. 74) – aberração no crime, quer praticar erro e pratica outro (ex. Quer destruir estufa de flor do vizinho para causar dano, joga pedra que atravessa vidro e mata a esposa, configurando homicídio culposo). Queria crime X e acaba conseguindo este e mais um.
Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1 Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados.
§ 2 Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
§ 3 Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2o).
O aberratio ictus + resultado duplo se vale na continência, se erra tiro e acerta A ao invés de B e também acerta C, o mesmo juiz julga ambos.
Tanto a conexãocomo a continência são provocadas pelo desvio de competência.
O foro prevalente (art. 78, CPP) ocorre quando houver competência do júri e do foro comum, vai tudo para o júri e informa que quem julga é o juiz da comarca em que ocorreu a infração mais grave. Se ambas forem de igual gravidade (ex. Furto e furto), julga e o juiz da comarca com mais crimes é quem julga. Se tiver a mesma gravidade e o mesmo número de crimes, escolhe o juiz por prevenção.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri;
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade;
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
A competência funcional ocorre quando o mesmo processo tem mais de um órgão jurisdicional (mais de um juiz/desembargador pode julgar), é mera obviedade. Existem critérios para definir quem irá atuar:
- horizontal: mais de um órgão possível para julgar, determina considerando a fase do processo (ex. Execução/progressão do regime – vara das execuções penais) ou o objeto da atuação jurisdicional (julgamento do júri – conselho de sentença, objeto é o juiz presidente do júri dar a sentença).
- vertical: pode ser originaria (foro especial por prerrogativa de função), recursal (órgão competente para julgar o recurso).

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