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Aula 02(2)

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CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I 
Disciplina: Direito Penal 
Prof.: Rogério Sanches 
Aula nº 02 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações de Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STF – HC 107674 / MG 
2.2. STJ - REsp 1224795 / RS 
III. Simulados 
 
 
I - ANOTAÇÕES DA AULA 
 
Continuação 
 
II – Interpretação quanto ao modo: 
a) Gramatical, filológica ou literal: considera o sentido literal das palavras. 
b) Teleológica: perquire a intenção objetivada na lei. 
c) Histórica: indaga a origem da lei. 
d) Sistemática: interpretação da lei em conjunto com a legislação em vigor e com os princípios gerais 
de direito. 
e) Progressiva (ou evolutiva): busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. 
 
III – Interpretação quanto ao resultado 
 
a) Declarativa ou declaratória é aquela em que a letra da lei corresponde exatamente aquilo que o 
legislador quis dizer 
 
b) Restritiva, a interpretação reduz o alcance das palavras da lei para corresponder a vontade do 
texto 
 
c) extensiva: amplia-se o alcance das palavras da lei para que corresponda à vontade do texto 
 
� Interpretação quanto ao sujeito 
o Autêntica 
o Doutrinária 
o Jurisprudencial 
 
� Interpretação quanto ao modo 
o Literal 
o Teleológica 
o Histórica 
o Sistemática 
o Progressiva 
 
� Interpretação quanto ao resultado 
o Declarativa ou declaratória 
o Restritiva 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
o Extensiva 
 
 
A doutrina lembra ainda duas espécies de interpretação: 
 
a) interpretação “sui generis” 
 
Subdivide-se em: 
 
• Exofórica: o significado da norma interpretada não esta no ordenamento 
normativo. (ex. art. 20 do CP “tipo”) 
 
• Endofórica: o texto normativo interpretado empresta o sentido de outros textos do 
próprio ordenamento normativo (ex. art. 237 do CP – impedimento para 
casamento) – é muito utilizada nas normas penais em branco 
 
b) interpretação conforme a constituição Federal 
 
A CF informa e conforma as normas hierarquicamente inferiores 
 
Assume nítido relevo dentro da perspectiva do Estado Democrático de Direito essa 
espécie de interpretação, hipótese em que a Constituição deve informar e conformar as 
normas que lhe são hierarquicamente inferiores. Esta forma de interpretação é marcada 
pelo confronto entre a norma legal e a Constituição. 
 
Interpretação extensiva: Aprofundamento 
 
 Admite-se interpretação extensiva contra o réu? 
 
 A doutrina diverge: 
 
1ª Corrente: É indiferente se a interpretação beneficia ou prejudica o réu (a tarefa do 
interprete é evitar injustiças). A CF/88 não proíbe interpretação extensiva contra o réu. 
 
2ª Corrente: Socorrendo-se do princípio do “in dubio pro reo” não admite interpretação 
extensiva contra o réu, na dúvida o Juiz deve interpretar em benefício do réu. (LFG) 
 
3ª Corrente: em regra não cabe interpretação extensiva contra o réu, salvo quando 
interpretação diversa resultar num escândalo por sua notória irracionalidade. (Zaffaroni) 
 
Art. 157 do CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou 
para outrem, mediante grave ameaça ou violência a 
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, 
reduzido à impossibilidade de resistência: 
 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
 
 I - se a violência ou ameaça é exercida com 
emprego de arma; 
 
Obs. De acordo com a jurisprudência majoritária, a 
expressão “arma” deve ser interpretada de forma 
extensiva, abrangendo todo e qualquer instrumento, com 
ou sem finalidade bélica, mas capaz de servir para o 
ataque (ex. faca de cozinha) 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
Cuidado: não podemos confundir interpretação extensiva com interpretação analógica 
 
Na interpretação analógica (ou intra legem) o Código, atendendo ao princípio da legalidade, 
detalha todas as situações que quer regular e, posteriormente, permite que aquilo que a elas seja 
semelhante possa também ser abrangido no dispositivo (exemplos seguidos de formula genérica 
de encerramento). 
 
 Art. 121, § 2° - Se o homicídio é cometido: 
 
 I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou 
por outro motivo torpe; 
 
 III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
 
 IV - à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossivel a defesa do ofendido; 
 
 
Atenção: A interpretação analógica não se confunde com a analogia. Não é forma de interpretação, 
mas integração (pressupõe lacuna) 
 
Analogia: parte-se do pressuposto de que não existe uma lei a ser aplicada ao caso concreto, 
motivo pelo qual é preciso socorrer-se de previsão legal empregada à outra situação similar. 
 
Analogia no direito penal pressupostos: 
 
a) Certeza que sua aplicação será favorável ao réu (analogia “in bonam partem”) 
b) existência de uma efetiva lacuna a ser preenchida (omissão involuntária do legislador) 
 
� Interpretação extensiva 
o Forma de interpretação 
o Existe norma para o caso concreto 
o Amplia-se o alcance da palavra 
 
� Interpretação analógica 
o Forma de interpretação 
o Existe norma para o caso concreto 
o Exemplos seguidos de encerramento genérico 
 
� Analogia 
o Forma de integração do direito 
o Não existe norma para o caso concreto 
o Cria-se nova norma a partir de outra 
• Obs. Só quando favorável ao réu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
 
Princípios Gerais do Direito 
 
Podemos estudar princípios do Direito Penal formando 4 grupos 
 
1° grupo relacionados com a missão fundamental do direito penal 
2ª grupo relacionados com o fato do agente 
3ª grupo relacionados com o agente do fato 
4ª grupo relacionados com a pena 
 
1° Princípios Relacionados com a missão fundamental do Direito Penal 
 
1.1 Princípio da Exclusiva Proteção de Bens Jurídicos 
 
Bem Jurídico: é um ente material ou imaterial haurido do contexto social, de titularidade 
individual ou meta individual reputado como essencial para a coexistência e o 
desenvolvimento do homem em sociedade. 
 
� Impede que o estado utilize o direito penal para proteger bens jurídicos ilegítimos ou 
para outros fins. 
 
Espiritualização do bem jurídico 
 
O que se entende por Espiritualização (desmaterialização, dinamização ou liquefação) do 
bem jurídico? 
 
Percebe-se uma expansão da tutela penal para abranger bens jurídicos de caráter 
coletivo, ensejando a denominada espiritualização (desmaterialização, dinamização ou 
liquefação) do bem jurídico. 
 
 
1.2. Princípio da intervenção mínima 
 
 
Os fatos podem ser: 
 
� Humanos 
 
o Desejados 
 
o Indesejados: o Direito penal é norteado pelo Princípio da intervenção mínima, 
apresentando-se pelas seguintes características: a) subsidiariedade; b) 
fragmentariedade; 
 
� Natureza 
 
Obs. O Direito Penal só deve ser aplicado quando estritamente necessário, de modo que 
a sua intervenção fica condicionada ao fracasso das demais esferas de controle (caráter 
subsidiário), observando somente os casos de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem 
jurídico tutelado (caráter fragmentário). 
 
Pergunta: O princípio da insignificância (intervenção mínima) é desdobramento lógico 
de qual característica da intervençãomínima? 
 
R: O princípio da insignificância é visto como desdobramento lógico do princípio da 
fragmentariedade. 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
Princípio da insignificância nos Tribunais Superiores 
 
Observando o princípio da intervenção mínima é possível concluir que o 
princípio da insignificância diz respeito a um desdobramento da 
fragmentariedade do direito penal. 
 
O princípio da insignificância é uma causa de atipicidade material 
 
Princípio da insignificância de acordo com o STF e STJ (requisitos): 
 
� Mínima ofensividade da conduta do agente; 
� Ausência periculosidade social da ação; 
� Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
� Inexpressividade da lesão jurídica provocada; 
 
Entende que esses requisitos andam em círculos, redundância na 
interpretação; 
 
Atenção: O princípio da insignificância exclui a tipicidade material do fato. 
 
Princípio da insignificância STF/STJ 
 
Observações: 
 
1. Tanto no STF quanto no STJ, para a aplicação do princípio, considera-se a 
capacidade econômica da vítima (STJ – Resp. 1.224.795). 
 
2. Tem julgados no STF e no STJ (e é o que prevalece) negando princípio da 
insignificância para o reincidente, portador de maus antecedentes ou 
criminoso habitual (STF – HC 107.674; STJ – REsp. 1.277.340). 
 
Atenção: temos corrente entendendo que esse posicionamento gera Direito 
Penal do autor. 
 
3. Prevalece no STJ e no STF não ser possível o princípio da insignificância no 
furto qualificado. 
 
4. STJ e STF não admitem o princípio da insignificância nos crimes contra a fé 
pública, mas precisamente moeda falsa (STF – HC 105.829) 
 
5. STF admite o princípio nos crimes contra a Administração Pública 
praticados por funcionários públicos. O STJ não admite. No entanto, STF e STJ 
admitem o princípio nos crimes contra a administração praticados por 
particulares. 
 
6. Porte de drogas para uso próprio. STJ e STF não admitem (é o que 
prevalece). 
 
7. Também não admitem em nenhuma forma de tráfico. 
 
8. STJ e STF têm decisões admitindo o princípio nos crimes ambientais (existe 
importante divergência sobre o assunto). 
 
 
 
 
 
 
 
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� Princípio da insignificância ou bagatela própria 
o Os fatos já nascem irrelevantes para o direito penal 
o Hipótese de atipicidade material 
o Ex. Subtração de caneta BIC. 
 
� Princípio da insignificância ou bagatela imprópria 
o Embora relevante para o direito penal a pena demonstra-se 
desnecessária= 
o Falta de interesse de punir 
o Ex. Perdão judicial no homicídio culposo. 
 
 
Não podemos confundir o princípio da insignificância com o princípio da 
adequação social. 
 
 
a) Princípio da insignificância 
� Limita o direito penal 
� Relevância da lesão ao bem jurídico 
 
a) Princípio da adequação social: Apesar de uma conduta se ajustar a 
um tipo penal, não será considerada típica se for socialmente adequada 
ou reconhecida. 
 
� Limita o direito penal 
� Aceitação da conduta pela sociedade 
 
 
2°. Princípios Relacionados com o fato do agente 
 
2.1. Princípio da exteriorização ou materialização do fato 
 
Significa que o estado só pode incriminar condutas humanas voluntárias, isto é, fatos. 
 
Atenção: veda-se direito penal do autor consistente na punição do indivíduo baseada em 
seus pensamentos, desejos, e estilo de vida. 
 
Art. 2º do CP - - Ninguém pode ser punido por fato que 
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em 
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
 
O nosso ordenamento penal, de forma legítima, adotou o direito penal de fato, mas que 
considera as circunstâncias relacionadas ao autor, especificamente quando da análise da 
pena. 
 
2.2. Princípio da Legalidade (Próxima aula) 
 
2.3. Princípio da ofensividade ou Lesividade 
 
Exige que do fato praticado ocorra lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado 
 
• Crime de dano: Ocorre a efetiva lesão ai bem jurídico tutelado. 
 
• Crime de Perigo: basta risco de lesão ao bem jurídico tutelado. Divide-se em: 
 
→ De perigo concreto: o perigo de lesão deve ser demonstrado. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
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→ Abstrato: o perigo de lesão é absolutamente presumido por lei. 
 
Temos doutrina entendendo que o crime de perigo abstrato é inconstitucional. 
Presumir prévia e abstratamente o perigo significa, em ultima analise que o 
perigo não existe. Essa tese, no entanto, hoje, não prevalece no STF. No HC 
104.410, o Supremo decidiu que a criação de crimes de perigo abstrato não 
representa, por si só, comportamento inconstitucional, mas pode caracterizar 
proteção eficiente do Estado. 
 
3° Princípios Relacionados com o agente do fato 
 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STF – HC 107674 / MG 
 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. TENTATIVA DE FURTO. ALEGAÇÃO DE INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA: INVIABILIDADE. REINCIDÊNCIA. 1. A tipicidade penal não pode ser percebida como o 
trivial exercício de adequação do fato concreto à norma abstrata. Além da correspondência formal, para a 
configuração da tipicidade, é necessária análise materialmente valorativa das circunstâncias do caso 
concreto, no sentido de se verificar a ocorrência de alguma lesão grave, contundente e penalmente 
relevante do bem jurídico tutelado. 2. O princípio da insignificância reduz o âmbito de proibição aparente 
da tipicidade legal e, por consequência, torna atípico o fato na seara penal, apesar de haver lesão a bem 
juridicamente tutelado pela norma penal. 3. Para a incidência do princípio da insignificância, devem ser 
relevados o valor do objeto do crime e os aspectos objetivos do fato, tais como a mínima ofensividade da 
conduta do agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do 
comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica causada. 4. A reincidência, apesar de tratar-se de 
critério subjetivo, remete a critério objetivo e deve ser excepcionada da regra para análise do princípio da 
insignificância, já que não está sujeita a interpretações doutrinárias e jurisprudenciais ou a análises 
discricionárias. O criminoso reincidente, como é o caso do ora Paciente, apresenta comportamento 
reprovável, e sua conduta deve ser considerada materialmente típica. 5. Ordem denegada. 
 
(HC 107674, Relator (a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, julgado em 30/08/2011, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-176 DIVULG 13-09-2011 PUBLIC 14-09-2011) 
 
2.2. STJ - REsp 1224795 / RS 
 
RECURSO ESPECIAL. FURTO QUALIFICADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. 
QUALIDADE E VALOR DA COISA FURTADA. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. INVASÃO DA RESIDÊNCIA DA 
VÍTIMA. RECURSO PROVIDO. I. A aplicação do princípio da insignificância requer o exame das 
circunstâncias do fato e daquelas concernentes à pessoa do agente, sob pena de restar estimulada a 
prática reiterada de furtos de pequeno valor. II. A verificação da lesividade mínima da conduta apta a 
torná-la atípica, deve levar em consideração a importância do objeto material subtraído, a condição 
econômica do sujeito passivo, assim como as circunstâncias e o resultado do crime, a fim de se 
determinar, subjetivamente, se houve ou não relevante lesão ao bem jurídico tutelado. III. Hipótese em 
que o agente invadiu a casa da vítima com o intuito de se subtrair o bem, tendo sido detido pela vítima, 
que acionou a Brigada Militar, impedindo a consumação do delito. IV. Circunstância que demonstra maior 
audácia do agente que o pratica. V. O valor e a qualidade dos benssubtraídos associados às 
circunstâncias do crime que revelam a existência de relevância penal da conduta. VI. Recurso provido, 
nos termos do voto do Relator. 
 
(REsp 1224795/RS, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 13/03/2012, DJe 
20/03/2012) 
 
 
 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
III. SIMULADOS 
 
3.1. (CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz) Assinale a opção correta a respeito dos princípios aplicáveis ao 
direito penal. 
a) Consoante Zaffaroni, o princípio da intranscendência da pena rechaça o estabelecimento de cominações 
legais e a imposição de penas que careçam de relação valorativa com o fato cometido considerado em seu 
significado global. 
b) A fragmentariedade do direito penal é corolário dos princípios da proporcionalidade e da culpabilidade, 
pois, como destacou Binding, o direito penal não constitui um sistema exaustivo de proteção de bens 
jurídicos, de sorte a abranger todos os bens que constituem o universo de bens do indivíduo, mas 
representa um sistema descontínuo de seleção de ilícitos decorrentes da necessidade de criminalizá-los 
ante a indispensabilidade da proteção jurídico-penal. 
c) Segundo Jescheck, a responsabilização do delinquente pela violação da ordem jurídica não pode ser 
conseguida sem dano e sem dor, especialmente com relação às penas privativas de liberdade, a não ser 
que se pretenda subverter a hierarquia dos valores morais e utilizar a prática delituosa como 
oportunidade para premiar, o que conduziria ao reino da utopia; assim, as relações humanas reguladas 
pelo direito penal devem ser presididas pelo princípio da humanidade. 
d) De acordo com o princípio da ofensividade, também denominado princípio da exclusiva proteção de 
bens jurídicos, não compete ao direito penal tutelar valores puramente morais, éticos ou religiosos. 
e) Segundo Nelson Hungria, aplica-se o princípio da subsidiariedade aos crimes de ação múltipla ou de 
conteúdo variado, ou seja, aos crimes plurinucleares. 
 
3.2. (FUNCAB - 2012 - PC-RJ - Delegado de Polícia) De acordo com o Glossário Jurídico do Supremo 
Tribunal Federal, “o princípio da insignificância tem o sentido de excluir ou de afastar a própria tipicidade 
penal, ou seja, não considera o ato praticado como um crime, por isso, sua aplicação resulta na 
absolvição do réu e não apenas na diminuição e substituição da pena ou não sua não aplicação”. Sobre o 
tema princípio da insignificância, assinale a resposta correta. 
a) Buscando sua origem, de acordo com certa vertente doutrinária, no Direito Romano, o princípio da 
insignificância vem sendo objeto de recorrentes decisões do STF, nas quais são estabelecidos dois 
parâmetros para sua determinação: reduzidíssimo grau de reprovabilidade do compor tratamento e 
inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
b) O princípio da insignificância, decorrência do caráter fragmentário do Direito Penal, tem base em uma 
orientação utilitarista, tem origem controversa, encontrando, na atual jurisprudência do STF, os seguintes 
requisitos de configuração: a mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social 
da ação; o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e a inexpressividade da lesão 
jurídica provocada. 
c) Sua atual elaboração deita raízes na doutrina de Claus Roxin e, no Direito Penal brasileiro, consoante 
jurisprudência atual do STF, se limita à avaliação da inexpressividade da lesão jurídica provocada, ou 
seja, observa-se se a ofensa ao bem jurídico tutelado é relevante ou banal. 
 d) Surgindo como uma consequência lógica do princípio da individualização das penas, a insignificância 
penal não aceita a periculosidade social da ação como parâmetro, de acordo com o posicionamento atual 
do STF, em razão da elevada abstração desse conceito, mas apresenta como requisitos: a mínima 
ofensividade da conduta do agente; o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; e a 
inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
e) Inserida no princípio da intervenção mínima, embora já mencionada anteriormente por Welzel como 
uma faceta do princípio da adequação social, a insignificância determina a inexistência do crime quando a 
conduta praticada apresentar a simultânea presença dos seguintes requisitos, exigidos pela atual 
jurisprudência do STF: a mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da 
ação; o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; a inexpressividade da lesão jurídica 
provocada; e a inexistência de um especial fim de agir. 
 
3.3. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Juiz) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção 
correta. 
a) O princípio da adequação social, dirigido ao julgador, e não ao legislador, objetiva restringir a 
abrangência do tipo penal, limitando sua interpretação e dele excluindo as condutas consideradas 
socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. 
 
 
CARREIRAS JURÍDICAS - INTENSIVO I – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de apoio elaborado pelo monitor Adrian Franqueller 
b) Dada a necessidade de observância do princípio da legalidade, a tipicidade penal resume-se ao mero 
exercício de adequação do fato concreto à norma abstrata. 
c) O princípio da lesividade busca evitar a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer 
bem jurídico, não cuidando de condutas que não excedam o âmbito do próprio autor. 
d) A jurisprudência do STJ é firme no sentido da aplicabilidade do princípio da insignificância ao delito de 
moeda falsa, caso o valor das cédulas falsificadas não ultrapasse a quantia correspondente a um salário 
mínimo. 
e) A aplicação do princípio da insignificância, que deve ser analisado em conexão com os postulados da 
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, objetiva excluir ou afastar a própria tipicidade 
penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
 
3.1. C 
3.2. B 
3.3. E

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