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Apostila de conceitos de Direito Penal 2020

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1 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
SuMÁRIO 
DIREITO PENAL ................................................................................................................................ 17 
TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO ................................................................................................ 17 
CRIME DE HERMENÊUTICA E A NOVA LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE ....................................... 20 
TEORIA DA REITERAÇÃO NÃO CUMULATIVA DE CONDUTA DE GÊNEROS DISTINTOS ................. 23 
AÇÕES NEUTRAS ......................................................................................................................... 24 
TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS (BROKEN WINDOWS THEORY) ............................................. 26 
VIAS DO DIREITO PENAL (TEORIA GERAL DA PENA) .................................................................... 27 
CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA X SECUNDÁRIA .............................................................................. 29 
TEORIAS EXTREMADA E LIMITADA DO DOLO .............................................................................. 29 
FUNCIONALISMO PENAL ............................................................................................................. 31 
Funcionalismo moderado, dualista ou de política criminal ..................................................... 31 
Funcionalismo radical, monista ou sistêmico .......................................................................... 32 
DELITOS DE ACUMULAÇÃO ......................................................................................................... 34 
TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA............................................................................................. 36 
CRIME DE OLVIDO (OU DELITO DE ESQUECIMENTO) .................................................................. 37 
MANDADOS DE CRIMINALIZAÇÃO .............................................................................................. 38 
ESPIRITUALIZAÇÃO DE BENS JURÍDICOS NO DIREITO PENAL ....................................................... 39 
DIREITO PENAL DO INIMIGO ....................................................................................................... 41 
LEIS DE LUTA OU DE COMBATE ................................................................................................... 44 
DIREITO PENAL DE INTERVENÇÃO ............................................................................................... 44 
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA .............................................................................................. 46 
1. Criação ou aumento de um risco proibido .......................................................................... 46 
2. Realização do risco no resultado ......................................................................................... 47 
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES ................................................................................................ 47 
EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DA TIPICIDADE .................................................................................. 48 
CORPUS DELICTI (“Tatbestand”) .............................................................................................. 48 
FASE DA INDEPENDÊNCIA DO TIPO ......................................................................................... 48 
TEORIA INDICIÁRIA (“ratio cognoscendi”) ............................................................................... 48 
TEORIA DA IDENTIDADE (“ratio essendi”) ............................................................................... 49 
 
3 
 
 
TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO ...................................................................... 49 
TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE .................................................................................. 49 
A TORPEZA BILATERAL AFASTA O CRIME DE ESTELIONATO?....................................................... 49 
Entendimento doutrinário ...................................................................................................... 50 
Entendimento do STF .............................................................................................................. 50 
Entendimento do STJ .............................................................................................................. 51 
ERRO DE SUBSUNÇÃO ................................................................................................................. 52 
ERRO DE PROIBIÇÃO ................................................................................................................... 53 
ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO ................................................................................................... 54 
ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO ............................................................................................... 54 
ERRO DE PROIBIÇÃO MANDAMENTAL (ou “injuntivo”) ........................................................... 54 
ERRO CULTURALMENTE CONDICIONADO ................................................................................... 55 
ERRO DE TIPO .............................................................................................................................. 56 
DESCRIMINANTES PUTATIVAS ..................................................................................................... 58 
DESCRIMINANTE EM BRANCO .................................................................................................... 60 
TEORIAS SOBRE A PUNIBILIDADE DA TENTATIVA ........................................................................ 61 
TEORIA DA “VERSARI IN RE ILLICITA” E CRIMES PRETERDOLOSOS .............................................. 61 
ARREPENDIMENTO POSTERIOR .................................................................................................. 63 
Reparação do DANO MORAL enseja a aplicação do arrependimento posterior? .................... 63 
Reparação parcial do dano e o arrependimento posterior...................................................... 64 
SENTENÇA DUPLA NA ESFERA PENAL .......................................................................................... 64 
TEORIA DA NORMALIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS CONCOMITANTES ........................................ 65 
DIREITO PENAL SUBTERRÂNEIO X DIREITO PENAL PARALELO ..................................................... 66 
Quadro comparativo ............................................................................................................... 66 
CRIME PUTATIVO (OU “IMAGINÁRIO”) ....................................................................................... 66 
Crime putativo por erro de tipo .............................................................................................. 67 
Crime putativo por erro de proibição (delito de alucinação ou crime de loucura) .................. 67 
Crime putativo por obra do agente provocador (crime de ensaio ou de experiência) ............ 67 
TEORIA DA TIPICIDADE CONGLOBANTE ...................................................................................... 67 
TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO .......................................................................... 69 
DOLO (DIRETO) DE PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO GRAU ...................................................... 71 
DELITOS DE RELAÇÃO E DELITOS DE INTERVENÇÃO .................................................................... 71 
 
4 
 
 
DELITOS DE RELAÇÃO .............................................................................................................. 72 
DELITOS DE INTERVENÇÃO ...................................................................................................... 72 
Qual a diferença? .................................................................................................................... 72 
CRIME DE CONDUTA INFUNGÍVEL ...............................................................................................73 
CRIME AMEBA ............................................................................................................................. 73 
CRIME MUTILADO DE DOIS ATOS ................................................................................................ 74 
TEORIA DA COCULPABILIDADE .................................................................................................... 74 
COCULPABILIDADE ÀS AVESSAS .................................................................................................. 76 
RESPONSABILIDADE CIVIL NA LEGÍTIMA DEFESA PUTATIVA........................................................ 77 
TEORIA AGNÓSTICA DA PENA (OU TEORIA NEGATIVA) ............................................................... 78 
AUTOLAVAGEM (SELFLAUDERING) ............................................................................................. 80 
É possível a “autolavagem” no Brasil? (Há duas correntes)..................................................... 80 
JUSTIÇA PENAL NEGOCIAL........................................................................................................... 82 
CONTROLE DE EVIDÊNCIA DA LEI PENAL ..................................................................................... 84 
GARANTISMO HIPERBÓLICO MONOCULAR ................................................................................. 87 
GARANTISMO PENAL INTEGRAL .................................................................................................. 90 
Garantismo negativo ............................................................................................................... 91 
Garantismo positivo ................................................................................................................ 91 
CRIMES CIBERNÉTICOS ................................................................................................................ 92 
TENDÊNCIA “VORVERLAGERUNG” .............................................................................................. 94 
CONSCIÊNCIA DISSIDENTE ........................................................................................................... 95 
TEORIA DO “SETE W DOURADOS DA CRIMINALÍSTICA” .............................................................. 98 
PROCESSO PENAL .......................................................................................................................... 102 
DOUTRINA DO “NÃO PRAZO”.................................................................................................... 102 
CRIPTOIMPUTAÇÃO .................................................................................................................. 103 
LIBERDADE PROVISÓRIA OBRIGATÓRIA .................................................................................... 104 
DESPRONÚNCIA ........................................................................................................................ 106 
DECISÕES SUICIDAS, VAZIAS E AUTOFÁGICAS ........................................................................... 108 
LIMITAÇÃO DA MANCHA PURGADA (VÍCIOS SANADOS OU TINTA DILUÍDA) ............................. 109 
Qual a diferença com a teoria da fonte independente? ........................................................ 110 
RECURSO INVERTIDO ................................................................................................................ 110 
DUPLO JUÍZO DE VALIDADE DE UMA MESMA PROVA ............................................................... 112 
 
5 
 
 
TESTEMUNHO “POR OUVIR DIZER” (HEARSAY RULE) ................................................................ 114 
DESDOBRAMENTOS DO PRINCÍPIO DO “NEMO TENETUR SE DETEGERE” ................................. 116 
O que são as “mentiras agressivas”? ..................................................................................... 117 
AFASTAMENTO DE SERVIDOR PÚBLICO COMO EFEITO AUTOMÁTICO DO INDICIAMENTO ...... 118 
ARQUIVAMENTO IMPLÍCITO ..................................................................................................... 119 
REGRAS DE TÓQUIO .................................................................................................................. 119 
STANDARDS PROBATÓRIOS ....................................................................................................... 122 
RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO COMO MEIO DE PROVA ..................................................... 122 
ELOQUÊNCIA ACUSATÓRIA ....................................................................................................... 123 
Havendo excesso de linguagem, o que o Tribunal deve fazer? ............................................. 124 
REMIÇÃO FICTA DA PENA .......................................................................................................... 125 
A remição ficta é aceita pelos Tribunais Superiores? ............................................................ 126 
REGRA DA CORROBORAÇÃO NA COLABORAÇÃO PREMIADA .................................................... 127 
COLABORAÇÃO PREMIADA CRUZADA ....................................................................................... 128 
SERENDIPIDADE E INFILTRAÇÃO DE AGENTES ........................................................................... 131 
PERÍCIA ANTROPOLÓGICA ......................................................................................................... 132 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................ 136 
CONSTITUCIONALISMO ABUSIVO ............................................................................................. 136 
SENTIMENTO CONSTITUCIONAL ............................................................................................... 139 
O PAPEL DAS CORTES CONSTITUCIONAIS .................................................................................. 141 
PAPEL CONTRAMAJORITÁRIO ............................................................................................... 141 
PAPEL REPRESENTATIVO ....................................................................................................... 142 
PAPEL ILUMINISTA ................................................................................................................ 142 
JUSTIÇA DE TRANSIÇÃO (OU “TRANSITIONAL JUSTICE”) ........................................................... 143 
1.1. Direito à verdade e à memória ....................................................................................... 144 
1.2. Direito à reparação das vítimas ...................................................................................... 145 
1.3. A reforma e redemocratização das instituições evolvidas com a ditadura militar: ......... 146 
1.4. O adequado tratamento jurídico aos crimes cometidos no período democrático e a 
responsabilização dos agentes estatais responsáveis pelas violações de direitos humanos: 147 
TEORIA DA INTEGRIDADE (“ROMANCE EM CADEIA”) ................................................................ 149 
Quatro pontos da teoria da integridade: ............................................................................... 150 
CONTROLE DE SUSTENTABILIDADE OU DE JUSTIFICABILIDADE (“VERTRETBARKEITSKONTROLLE”) 
 
6 
 
 
.................................................................................................................................................... 151 
VICISSITUDE CONSTITUCIONAL TÁCITA ..................................................................................... 152 
Modalidades ......................................................................................................................... 153 
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE REALIZADO PELO MEMBRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 154 
PENSAMENTO JURÍDICO DO POSSÍVEL ...................................................................................... 156 
FOSSILIZAÇÃODA CONSTITUIÇÃO FEDERAL .............................................................................. 158 
ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE ................................... 160 
“BOOTSTRAPPING” CONSTITUCIONAL ...................................................................................... 161 
É possível o fenômeno do bootstrapping em terras brasileiras? ........................................... 162 
CONSTITUCIONALISMO MORALMENTE REFLEXIVO .................................................................. 163 
DECISÃO MANIPULATIVA (OU MANIPULADORA) ...................................................................... 164 
Espécies de decisões manipulativas: ..................................................................................... 165 
ACOMODAÇÃO RAZOÁVEL E ÔNUS INDEVIDO .......................................................................... 166 
TEORIA DA DUPLA REVISÃO ...................................................................................................... 167 
O direito brasileiro adota a teoria da dupla revisão? ............................................................ 168 
CONSTITUIÇÃO “CHAPA-BRANCA” ............................................................................................ 169 
“CONSTITUIÇÃO UBÍQUA” ........................................................................................................ 170 
CONSTITUIÇÃO LIBERAL-PATRIMONIALISTA ............................................................................. 171 
CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA ....................................................................................................... 172 
CONSTITUCIONALISMO “WHIG” OU TERMIDORIANO ............................................................... 173 
DECLARAÇÃO BRANCA DE INCONSTITUCIONALIDADE .............................................................. 174 
INCONSTITUCIONALIDADE CHAPADA........................................................................................ 175 
DIFICULDADE CONTRAMAJORITÁRIA ........................................................................................ 175 
TEORIA DO RIGHT TO TRY (“DIREITO DE TENTAR”) ................................................................... 177 
CONCEPÇÃO PROCEDIMENTAL X SUBSTANCIAL ........................................................................ 177 
PRINCÍPIO DA JUSTEZA OU PRINCÍPIO DA “E ATIDÃO FUNCIONAL” OU DA “CORREÇÃO 
FUNCIONAL ............................................................................................................................... 179 
ATIVISMO CONGRESSUAL ......................................................................................................... 181 
EFEITO BACKLASH ..................................................................................................................... 183 
DIÁLOGOS INSTITUCIONAIS ....................................................................................................... 186 
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ............................................................................. 188 
 Acepção tradicional ................................................................................................... 188 
 
7 
 
 
 Acepção moderna...................................................................................................... 189 
SOCIEDADE ABERTA DOS INTÉRPRETES DA CONSTITUIÇÃO ...................................................... 189 
CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE PELO MINISTÉRIO PÚBLICO E DEFENSORES PÚBLICOS. 191 
(I) LEGITIMIDADE INTERGERACIONAL DAS CLÁUSULAS PÉTREAS E O GOVERNO DOS MORTOS 
SOBRE OS VIVOS. ....................................................................................................................... 192 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE FORTE VERSUS CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
FRACO ....................................................................................................................................... 195 
CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO NO CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE ..................... 196 
PROCESSOS ESTRUTURANTES E DIREITO PROCESSUAL DOS DESASTRES................................... 199 
TEORIA DA KATCHANGA............................................................................................................ 201 
PRAGMATISMO JURÍDICO NO DIREITO CONSTITUCIONAL ........................................................ 202 
Características ....................................................................................................................... 202 
DERROTABILIDADE (OU DEFESEABILITY) ................................................................................... 204 
EFICÁCIA DIAGONAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................... 205 
USUCAPIÃO DE LEGALIDADE/CONSTITUCIONALIDADE ............................................................ 208 
CONSTITUIÇÃO SILENCIOSA X CONSTITUIÇÃO GRANÍTICA ........................................................ 208 
 Constituição fixa ou silenciosa ................................................................................... 208 
 Constituição imutável ou granítica ............................................................................ 209 
CONSTITUIÇÃO DÚCTIL (SUAVE) E O CONSTITUCIONALISMO DA TEORIA DISCURSIVA DE JÜRGEN 
HABERMAS ................................................................................................................................ 209 
CONCEPÇÕES DA CONSTITUIÇÃO .............................................................................................. 210 
TEORIA DOS CAMALEÕES NORMATIVOS E A METODOLOGIA FUZZY ........................................ 210 
“DEPARTAMENTALISMO CONSTITUCIONAL” OU INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
DEPARTAMENTALISTA ............................................................................................................... 211 
DIMENSÃO OBJETIVA OS DIREITOS FUNDAMENTAIS ................................................................ 212 
Efeito irradiador dos direitos fundamentais .......................................................................... 212 
Direitos Fundamentais como normas de competência negativa ........................................... 212 
Dever objetivo de promoção e proteção ............................................................................... 212 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ONTOLOGIA .................................................................................. 213 
Constituição Normativa......................................................................................................... 213 
Constituição Nominal ............................................................................................................ 213 
Constituição Semântica ......................................................................................................... 213 
PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO E SUAS DIMENSÕES .............................................. 214 
 
8 
 
 
DIMENSÃO ECOLÓGICA DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA ............................................. 215 
TEORIA DOS LIMITES DOS LIMITES ............................................................................................ 217 
Critérios (limites) para que as limitações possam ocorrer foram estabelecidos ................... 218 
DESACORDOS MORAIS RAZOÁVEIS ........................................................................................... 219 
TEORIA DAS ESCOLHAS TRÁGICAS ............................................................................................. 220 
TEORIA DO IMPACTO DESPROPORCIONAL ................................................................................ 222 
PATRIOTISMO CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 224 
POSITIVISMO JURÍDICO ATUAL: POSITIVISMO EXCLUSIVISTA E INCLUSIVISTA E O NÃO 
POSITIVISMO............................................................................................................................. 226 
TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL E O MÍNIMO EXISTENCIAL .................................................. 227 
EROSÃO DA CONSCIÊNCIA CONSTITUCIONAL ........................................................................... 229 
DIMENSÕES OBJETIVA E SUBJETIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ........................................ 230 
RACISMO AMBIENTAL ............................................................................................................... 232 
CONSTITUIÇÃO VIVA ................................................................................................................. 233 
PANCONSTITUCIONALIZAÇÃO ................................................................................................... 235 
MEDIDAS PROVISÓRIAS PELOS ESTADOS: é possível? ............................................................... 236 
TEORIA DOS SISTEMAS SOCIAIS (NIKLAS LUHMANN) ................................................................ 238 
PROCESSO CIVIL ............................................................................................................................ 242 
SISTEMA ADOTADO PELO NOVO CPC PARA O JULGAMENTO DE CASOS REPETITIVOS .............. 242 
Sistema de “causa-piloto” (sistema de pinçamento) ............................................................. 242 
Sistema de “procedimento-modelo”..................................................................................... 243 
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ÀS AVESSAS .............................................................................. 245 
TEORIAS DA AÇÃO NO PROCESSO CIVIL .................................................................................... 245 
A SÚMULA VINCULANTE SE CARACTERIZA POR SER SÚMULA IMPEDITIVA DE RECURSOS? ...... 248 
FUNÇÃO “NOMOFILÁCICA” DOS TRIBUNAIS SUPERIORES ......................................................... 249 
IRREVERSIBILIDADE DE MÃO DUPLA OU RECÍPROCA IRREVERSIBILIDADE ................................ 250 
PROVA EMPRESTADA ................................................................................................................ 252 
PERÍCIAS REQUERIDAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO: QUEM DEVE PAGAR? ............................... 253 
COISA JULGADA PROGRESSIVA ................................................................................................. 255 
JUSTIÇA MULTIPORTAS ............................................................................................................. 255 
SITUAÇÃO DE INESCLARECIBILIDADE......................................................................................... 258 
TRANSLATIO IUDICII .................................................................................................................. 258 
 
9 
 
 
PREQUESTIONAMENTO IMPLÍCITO ........................................................................................... 261 
CONEXÃO POR AFINIDADE ........................................................................................................ 262 
AUTOINTERDIÇÃO ..................................................................................................................... 262 
TAXATIVIDADE MITIGADA ......................................................................................................... 263 
Qual foi o critério adotado pelo STJ? .................................................................................... 265 
PRECEDENTE COM EFICÁCIA DESEFICACIZANTE OU RESCINDENTE ........................................... 266 
DEVER DE INTEGRIDADE DO CPC/15 e TEORIA DA INTEGRIDADE ............................................. 268 
TÉCNICA DE CONFRONTO E APLICAÇÃO DO PRECEDENTE: “distinguishing” ............................. 269 
OVERRULING DIFUSO X OVERRULING CONCENTRADO ............................................................. 270 
RECURSO ADESIVO CRUZADO (RECURSO ADESIVO CONDICIONADO) ....................................... 271 
TEORIA DOS DOIS CORPOS DO REI ............................................................................................ 273 
RECURSO ADESIVO .................................................................................................................... 273 
TEORIA DA CAUSA MADURA (CPC/15) ...................................................................................... 274 
EFEITO DESOBSTRUTIVO DO RECURSO ................................................................................. 274 
TÉCNICA DE AMPLIAÇÃO DO COLEGIADO (ART. 942 DO CPC/15) ............................................. 276 
Informações importantes ...................................................................................................... 278 
DECISÃO DETERMINATIVA ........................................................................................................ 278 
RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA ......................................................................................... 279 
É POSSÍVEL RECONVENÇÃO SUCESSIVA (RECONVENÇÃO DA RECONVENÇÃO)? ....................... 281 
DIREITO CIVIL ................................................................................................................................ 285 
CARACTERÍSTICAS DO “NOVO” DIREITO CIVIL ........................................................................... 285 
A) Constitucionalização, despatrimonialização e repersonalização do direito civil ............ 285 
B) Aplicação direta dos direitos fundamentais às relações privadas.................................. 285 
C) Existência não só de códigos civis, mas também de microssistemas legislativos .......... 285 
D) Sistema jurídico como um “sistema aberto de princípios normativos” ......................... 285 
E) Funcionalização dos conceitos, categorias e institutos civis .......................................... 286 
F) Renovação da interpretação no direito civil- a teoria dos direitos fundamentais ......... 286 
G) Redução qualitativa da autonomia da vontade ............................................................. 286 
H) Função social no direito civil ......................................................................................... 286 
DIREITO DE NÃO SABER ............................................................................................................ 287 
CONTRATO “GRÉ À GRÉ” ........................................................................................................... 288 
EXCEÇÃO DE INSEGURIDADE ..................................................................................................... 289 
 
10 
 
 
Existe previsão deste instituto jurídico no CC/02? ................................................................ 289 
É necessário o inadimplemento para alegar a exceção de inseguridade? ............................. 290 
TEORIA DO CORPO NEUTRO ...................................................................................................... 290 
TEORIA DO DESESTÍMULO (PUNITIVE DAMAGE) ....................................................................... 292 
PRINCÍPIO DA BOA -FÉ OBJETIVA (FUNÇÕES SUPRESSIO, SURRECTIO, TU QUOQUE, EXCEPTIO 
DOLI e VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM) .......................................................................... 293 
CLÁUSULA ABERTA .................................................................................................................... 296 
SUPRESSIO E SURRECTIO ........................................................................................................... 297 
DUTY TO MITIGATE THE LOSS.................................................................................................... 298 
TU QUOQUE .............................................................................................................................. 300 
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM .......................................................................................301 
EXCEPTIO DOLI .......................................................................................................................... 302 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CÓDIGO CIVIL .......................................................................... 302 
 PRINCÍPIO DA ETICIDADE ........................................................................................... 303 
 PRINCÍPIO DA SOCIALIDADE ...................................................................................... 303 
 PRINCÍPIO DA OPERABILIDADE .................................................................................. 303 
DESOBEDIÊNCIA CIVIL ............................................................................................................... 303 
Características do ato de desobediência civil ........................................................................ 304 
Condições necessárias para reconhecer um ato como “desobediência civil” ....................... 304 
Classificação .......................................................................................................................... 304 
TEORIA “CONTRA NON VALENTEM” ......................................................................................... 305 
TEORIA DO INADIMPLEMENTO EFICIENTE (“efficient breach theory”) ...................................... 306 
O ordenamento jurídico brasileiro adota essa teoria? .......................................................... 307 
DISCRIMINAÇÃO DE FATO X DISCRIMINAÇÃO INDIRETA ........................................................... 307 
1. Discriminação de fato .................................................................................................... 308 
2. Discriminação indireta (teoria do impacto desproporcional) ........................................ 308 
MOMENTO PARA ALEGAR IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA ................................... 309 
NULIDADE DE ALGIBEIRA........................................................................................................... 311 
INFERNO DE SEVERIDADE .......................................................................................................... 313 
PRINCÍPIO DA INALTERABILIDADE RELATIVA DO NOME............................................................ 313 
EXCEÇÕES .............................................................................................................................. 313 
CONTRATO SÍNGRAFO............................................................................................................... 314 
 
11 
 
 
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL .............................................................................. 315 
EXCEÇÕES (O STJ não admite a aplicação da teoria do adimplemento substancial).............. 315 
MENSURAÇÃO DA INDENIZAÇÃO NO CC/02 ............................................................................. 316 
REGIME DUALISTA DE GUARDA ................................................................................................ 317 
OS ALIMENTOS SÃO IRRENUNCIÁVEIS?..................................................................................... 317 
EMANCIPAÇÃO X RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS .............................................................. 318 
TRANSMISSÃO DAS RELAÇÕES JURÍDICAS PERTENCENTES AO FALECIDO ................................. 319 
REGRA GERAL ........................................................................................................................ 319 
EXCEÇÕES (não são transmitidos) ......................................................................................... 319 
O PERFIL FUNCIONALIZADO DA CURATELA ............................................................................... 319 
COMPRA E VENDA DE ASCENDENTE PARA DESCENDENTE (BEM MÓVEL)................................. 321 
A CLÁUSULA DE “HARDSHIP” .................................................................................................... 322 
REGISTRO TORRENS .................................................................................................................. 324 
TEORIA THIN SKULL RULE .......................................................................................................... 325 
ANATOCISMO ............................................................................................................................ 329 
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................................ 332 
“DIREITO ADMINISTRATIVO DO ESPETÁCULO” ......................................................................... 332 
PRINCÍPIO DA RESERVA DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................... 334 
ORDENAMENTOS ADMINISTRATIVOS SETORIAIS ...................................................................... 336 
ACCOUNTABILITY HORIZONTAL e VERTICAL NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................. 337 
OVERBREADTH DOCTRINE E A TIPIFICAÇÃO DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA PELA 
LEI N. 8.429/92 .......................................................................................................................... 339 
ADMINISTRAÇÃO POLICÊNTRICA – CORRUPÇÃO E TRANSPARÊNCIA ........................................ 341 
Administração Policêntrica ................................................................................................... 341 
Corrupção e Transparência ................................................................................................... 343 
TEORIA DA ENCAMPAÇÃO ........................................................................................................ 345 
PRINCÍPIO DA INTANGIBILIDADE DA OBRA PÚBLICA ................................................................. 347 
TEORIA DA DUPLA GARANTIA ................................................................................................... 349 
É possível propor ação diretamente contra o agente público? ............................................. 349 
TEORIA DA CAPTURA ................................................................................................................. 350 
DOUTRINA CHENERY ................................................................................................................. 351 
AÇÃO RESCISÓRIA NA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ........................................... 352 
 
12 
 
 
O ARTIGO 221 DO CPP E A LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (EXCEÇÃO) ....................... 354 
RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA PELA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ........ 355 
NEPOTISMO PARA CARGO POLÍTICO ......................................................................................... 357 
NORMA DE EXTENSÃO PESSOAL DOS TIPOS DE IMPROBIDADE (ART. 3º LIA) ........................... 358 
TENTATIVA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ...................................................................... 358 
EMERGÊNCIA FABRICADA ......................................................................................................... 359 
DESPOLARIZAÇÃO DA DEMANDA .............................................................................................. 360 
RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO POR ENCARGOS TRABALHISTAS.............................. 362 
TEORIA DO RISCO INTEGRAL ..................................................................................................... 363 
CASOS EXCEPCIONAIS QUE ADMITEM O RISCO INTEGRAL .................................................... 364 
PROCESSO COLETIVO .................................................................................................................... 366 
PROCESSO COLETIVO COMUM X ESPECIAL ............................................................................... 366 
LITÍGIO ESTRATÉGICO................................................................................................................367 
LIQUIDAÇÃO IMPRÓPRIA .......................................................................................................... 371 
LITÍGIOS TRANSINDIVIDUAIS DE DIFUSÃO GLOBAL, LOCAL OU IRRADIANTE ............................ 372 
PROCESSOS ESTRATÉGICOS....................................................................................................... 374 
FLUID RECOVERY ....................................................................................................................... 375 
O prazo anual é decadencial?................................................................................................ 376 
CLÁUSULA “NO MEU QUINTAL, NÃO” ....................................................................................... 378 
TEORIA DA MOLECULARIZAÇÃO DO CONFLITO ......................................................................... 378 
DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA NA JUSTIÇA FEDERAL ............................................................... 380 
TEORIA DA QUALIDADE ............................................................................................................. 381 
INQUÉRITO CIVIL NO ÂMBITO ELEITORAL ................................................................................. 381 
ALCANCE DA DECISÃO PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA ........................................................... 383 
LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA IMPETRAR MANDADO DE SEGURANÇA 
COLETIVO .................................................................................................................................. 384 
A COISA JULGADA NA AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ........................................... 386 
PROCESSO COLETIVO PASSIVO .................................................................................................. 387 
FUNDAMENTO PARA POSSIBILIDADE .................................................................................... 388 
CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................................................... 389 
POLO PASSIVO ....................................................................................................................... 389 
A COISA JULGADA NO PROCESSO COLETIVO ......................................................................... 389 
 
13 
 
 
LITÍGIOS ESTRUTURAIS .............................................................................................................. 391 
DIFUSOS E COLETIVOS ................................................................................................................... 393 
RECOMENDAÇÃO E A FUNÇÃO OMBUDSMAN ......................................................................... 393 
EFEITO SINÉRGICO NO DIREITO AMBIENTAL ............................................................................. 395 
TEORIA DA CAOS (“efeito borboleta”) ....................................................................................... 395 
CRIMES AMBIENTAIS COM NATUREZA PERMANENTE .............................................................. 398 
CLÁUSULA DE CONTRATO SAÚDE QUE AUTORIZA AUMENTO DE MENSALIDADES ................... 401 
DIREITO DO CONSUMIDOR ........................................................................................................... 404 
TEORIA DO “CAVEAT EMPTOR” NO DIREITO DO CONSUMIDOR ............................................... 404 
Essa teoria é adotada pelo CDC? ........................................................................................... 404 
Posição do Superior Tribunal de Justiça ................................................................................ 404 
VENDA CASADA ÀS AVESSAS OU INDIRETA ............................................................................... 406 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NO CDC .................................................................................. 407 
TEORIA DO DESVIO PRODUTIVO DO CONSUMIDOR .................................................................. 407 
Posição do Superior Tribunal de Justiça ................................................................................ 408 
“CHAMARIZ” NO DIREITO DO CONSUMIDOR ............................................................................ 408 
DIREITO EMPRESARIAL .................................................................................................................. 412 
SOCIEDADE UNIPESSOAL NO DIREITO BRASILEIRO: existe? ...................................................... 412 
O “CRAM DOWN” NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL ........................................................................ 413 
Jurisprudência brasileira ....................................................................................................... 416 
PACOTE ANTICRIME ...................................................................................................................... 418 
JUIZ DAS GARANTIAS................................................................................................................. 418 
ACORDO DE IMUNIDADE .......................................................................................................... 420 
TEORIA DA DESCONTAMINAÇÃO DO JULGADO ........................................................................ 421 
AGENTE DISFARÇADO ............................................................................................................... 423 
INFORMANTE DO BEM (WHISTLEBLOWER)............................................................................... 425 
CONFISCO ALARGADO ............................................................................................................... 426 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO CÍVEL....................................................................................... 428 
MUDANÇAS NO CÓDIGO PENAL................................................................................................ 429 
2. A MULTA SERÁ EXECUTADA PERANTE O JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL (art. 51, CP) ............. 430 
3. NOVO LIMITE DE CUMPRIMENTO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (art. 75, CP) ......... 430 
4. ALTERAÇÃO DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL (art. 
 
14 
 
 
83, CP) ................................................................................................................................... 430 
5. NOVOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO (art. 91-A, CP) ............................................................ 430 
6. NOVAS CAUSAS IMPEDITIVAS DA PRESCRIÇÃO (art. 116, CP) ........................................... 431 
7. ALTERAÇÕES NO CRIME DE ROUBO (art. 157, CP) ............................................................. 431 
8. ALTERAÇÃO NO CRIME DE ESTELIONATO (art. 171, CP) .................................................... 431 
9. AUMENTO NA PENA DO CRIME DE CONCUSSÃO (art. 316, CP) ......................................... 432 
EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA ................................................................................................ 432 
ALTERAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ....................................................................... 434 
JUIZ DAS GARANTIAS ............................................................................................................. 435 
NOMEAÇÃO DE DEFENSOR PARA OS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA ............................ 437 
ALTERAÇÕES NA REGRA DO ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL .............................. 437 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL ................................................................................. 438 
ALTERAÇÕES NAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS ..................................................................... 439 
DAS PROVAS CONSIDERADAS ILÍCITAS .................................................................................. 441 
CADEIA DE CUSTÓDIA ............................................................................................................ 441 
MEDIDAS CAUTELARES ..........................................................................................................444 
PRISÃO SEM EXIBIÇÃO DE MANDADO ................................................................................... 445 
PRISÃO EM FLAGRANTE ........................................................................................................ 445 
PRISÃO PREVENTIVA ............................................................................................................. 446 
PRISÃO APÓS SENTENÇA CONDENATÓRIA DO JÚRI .............................................................. 449 
DAS NULIDADES .................................................................................................................... 449 
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ...................................................................................... 450 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL ............................................................... 450 
ALTERAÇÕES NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL ................................................................................ 451 
IDENTIFICAÇÃO DE PERFIL GENÉTICO ................................................................................... 451 
NOVA HIPÓTESE DE FALTA GRAVE ........................................................................................ 451 
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO .................................................................................... 451 
PROGRESSÃO DE REGIME...................................................................................................... 454 
SAÍDA TEMPORÁRIA .............................................................................................................. 455 
ALTERAÇÕES NA LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ................................................................. 456 
EXECUÇÃO DA PENA.............................................................................................................. 456 
COLABORAÇÃO PREMIADA ................................................................................................... 457 
 
15 
 
 
INFILTRAÇÃO VIRTUAL DE AGENTES POLICIAIS ..................................................................... 458 
ALTERAÇÕES NA LEI DE CRIMES HEDIONDOS............................................................................ 459 
ROL DOS CRIMES HEDIONDOS .............................................................................................. 460 
REVOGAÇÃO DA REGRA SOBRE PROGRESSÃO DE REGIME ................................................... 462 
ALTERAÇÕES NA LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ............................................................. 462 
CAPTAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................................................... 462 
ALTERAÇÕES NA LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS ........................................................................ 464 
AÇÃO CONTROLADA E INFILTRAÇÃO DE AGENTES ................................................................ 464 
ALTERAÇÕES NO ESTATUTO DO DESARMAMENTO ................................................................... 465 
AGENTE POLICIAL DISFARÇADO ............................................................................................ 466 
ALTERAÇÕES NA LEI DE DROGAS ............................................................................................... 468 
NOVA HIPÓTESE DE TRÁFICO DE DROGAS ............................................................................ 468 
ALTERAÇÕES NA LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL ................................................................... 468 
PERFIS GENÉTICOS ................................................................................................................ 468 
ALTERAÇÕES NA LEI 13.608/2018 E A FIGURA DO “WHISTLEBLOWER” .................................... 469 
REGULAMENTAÇÃO ACERCA DA PROTEÇÃO DO INFORMANTE ............................................ 469 
ALTERAÇÕES NA LEI 12.694/2012 (FORMAÇÃO DE ÓRGÃO COLEGIADO PARA CRIMES DE 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA) ..................................................................................................... 470 
REGULAMENTAÇÃO DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS .................................................................. 470 
LEI 8.038/1990 (COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS) ................................................. 472 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL ................................................................................. 472 
LEI QUE TRATA SOBRE O FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA - LEI 13.756/2018 ....... 472 
RECURSOS PARA O FUNDO NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA ......................................... 472 
ALTERAÇÕES NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR ......................................................... 473 
CONSTITUIÇÃO DE DEFENSOR PARA INVESTIGADO QUANDO O FATO FOR RELACIONADO AO 
USO DA FORÇA LETAL ............................................................................................................ 473 
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................ 475 
 
16 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 01 
17 
 
 
 
 
 
 
Direito PENAL 
 
 
DIREITO PENAL 
 
TEORIA SIGNIFICATIVA DA AÇÃO 
 
Trata-se de teoria criada por Vives Antón, fundada na filosofia da linguagem 
de Wittgenstein e na teoria da ação comunicativa de Habermas, conferindo uma 
nova interpretação e fixando um novo paradigma para o conceito de 
conduta penalmente relevante. 
18 
 
 
 
 
Para essa teoria, segundo Cezar Roberto Bitencourt, só haverá ação humana 
relevante para o direito penal se esta puder ser relacionada a determinado tipo 
penal, pois somente com a reunião dos elementos exigidos pelo tipo penal é 
que termos o significado jurídico do que denominamos crime. 
 
Dessa forma, continua o autor: 
 
 
(...) “A concepção significativa da ação, que constitui um dos 
pressupostos fundamentais desta orientação, sustenta que os fatos 
humanos somente podem ser compreendidos por meio de normas, 
ou seja, o seu significado existe somente em virtude das normas, e 
não é prévio à elas; por isso mesmo é que se fala em tipo de ação, 
em vez de fala simplesmente em ação ou omissão ou até mesmo 
em ação típica”. 
 
Ademais, de acordo com o doutrinador Paulo César Busato, as ações não sendo 
meros acontecimentos, exigem interpretação. Vale dizer, não basta mais que 
as ações sejam meramente descritas, mas é necessário que elas sejam 
interpretadas e compreendidas. 
 
Enquanto os meros fatos da vida podem ser explicados por regras imutáveis 
(como as leis da física, por exemplo), as ações humanas têm a característica 
diferenciadora de que somente podem ser identificadas, classificadas e 
interpretadas conforme regras ou normas. 
 
Nesse contexto, Busato exemplifica: 
19 
 
 
 
 
 
 
(...) “não se pode afirmar que um tapa no rosto seja uma lesão 
corporal, uma injúria, um cumprimento rude ou, até mesmo, um 
ato reflexo sem uma análise das circunstâncias em que ocorre 
para a verificação de como deve ser interpretado e compreendido 
referido tapa, até mesmo para a definição se pode mesmo ser 
considerado um tapa”. 
 
Dessa maneira, nota-se que as ações são configuradas de acordo com o seu 
significado social, pelo contexto em que se produzem. Do mesmo modo, não 
existe ação de estelionato sem que haja previamente uma definição jurídico-
penal de estelionato, o mesmo vale para as demais infrações penais. 
 
Sendo assim, é possível notar que se as ações dependem – para a afirmação de 
seu significado – de regras ou normas que as definem, resulta impossível 
encontrar um conceito único de ação humana que sirva para congregar tantos 
diferentes sentidos quanto aqueles que se pretende regular. 
 
Não existe um conceito geral de ação, mas sim tantos conceitos quantos 
modelos de condutas relevantes – ou formalmente típicas, para usar a 
terminologia tradicional – existirem para o direito penal. 
 
Portanto, para a concepçãosignificativa da ação, os fatos humanos somente 
podem ser compreendidos através das normas, ou seja, eles só tem 
significado a partir das normas, portanto, temos que identificá-los como tipos 
de ação. Conceber uma concepção significativa de ação não é nada mais que 
20 
 
 
 
 
expressar uma forma de percepção da ação no contexto social das 
circunstancias em que se produz. 
 
Já caiu em concurso? SIM. Esse tema altamente complexo já foi cobrado na 
segunda fase dos concursos de Ministério Público do Paraná e de Goiás. 
 
CRIME DE HERMENÊUTICA E A NOVA LEI DE ABUSO DE 
AUTORIDADE 
 
A atuação dos operadores do Direito envolve constantemente a interpretação 
de leis e atos normativos e a apreciação de fatos e provas. Entretanto, por mais 
que sejam utilizados critérios e métodos teóricos para o exercício de tais 
atividades, o certo é que elas possuem boa dose de subjetividade. Essa 
subjetividade faz com que surjam divergências na interpretação da lei ou na 
avaliação dos fatos e provas. 
 
Tais divergências, por si só, não poderiam ser punidas como abuso de 
autoridade. Pensando nisso, o § 2º do art. 1º da Lei prevê tais situações como 
causa de exclusão da tipicidade nos seguintes termos: § 2º A divergência na 
interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso 
de autoridade. 
 
De acordo com Márcio André Lopes Cavalcante, um exemplo seria o caso do 
membro do Ministério Público denuncia o acusado afirmando que sua conduta 
configura o crime “X”. Ocorre que existe uma segunda corrente – 
21 
 
 
 
 
diversa daquela sustentada pelo MP – que defende que essa conduta é atípica. 
O juiz adota essa segunda posição e rejeita a denúncia por entender que não a 
situação não se amolda àquele tipo penal. O simples fato de haver essa 
divergência de interpretação não gera a conclusão de que o integrante do 
Parquet tenha agido com abuso de autoridade. 
 
O objetivo deste dispositivo foi o de evitar aquilo que Rui Barbosa chamou de 
“crime de hermenêutica”, que ocorre quando o operador do Direito (em 
especial o magistrado) é responsabilizado criminalmente pelo simples fato de 
sua intepretação ter sido considerada errada pelo Tribunal revisor. 
 
O tema não é novo e, como dito, Rui Barbosa, há muitos anos, já condenava as 
tentativas de se criar o “crime de hermenêutica”: 
 
“Para fazer do magistrado uma impotência equivalente, criaram 
a novidade da doutrina, que inventou para o Juiz os crimes de 
hermenêutica, responsabilizando-o penalmente pelas rebeldias da 
sua consciência ao padrão oficial no entendimento dos textos. 
Esta hipérbole do absurdo não tem linhagem conhecida: nasceu 
entre nós por geração espontânea. E, se passar, fará da toga a 
mais humilde das profissões servis, estabelecendo, para o 
aplicador judicial das leis, uma subalternidade constantemente 
ameaçada pelos oráculos da ortodoxia cortesã. Se o julgador, cuja 
opinião não condiga com a dos seus julgadores na análise do 
Direito escrito, incorrer, por essa dissidência, em sanção 
criminal, a hierarquia judiciária, em vez de ser a garantia da 
22 
 
 
 
 
justiça contra os erros individuais dos juízes, pelo sistema dos 
recursos, ter-se-á convertido, a benefício dos interesses 
poderosos, em mecanismo de pressão, para substituir a 
consciência pessoal do magistrado, base de toda a confiança na 
judicatura, pela ação cominatória do terror, que dissolve o homem 
em escravo. (...)” (Obras Completas de Rui Barbosa, Vol. XXIII, 
Tomo III, p. 228). 
 
Na vigência da antiga Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 4.898/65), a 
jurisprudência já rechaçava a possibilidade de se responsabilizar criminalmente 
o magistrado pela mera divergência de interpretação: 
 
(...) 1. Faz parte da atividade jurisdicional proferir decisões com 
o vício in judicando e in procedendo, razão por que, para a 
configuração do delito de abuso de autoridade há necessidade da 
demonstração de um mínimo de "má-fé" e de "maldade" por parte 
do julgador, que proferiu a decisão com a evidente intenção de 
causar dano à pessoa. 2. Por essa razão, não se pode acolher 
denúncia oferecida contra a atuação do magistrado sem a 
configuração mínima do dolo exigido pelo tipo do injusto, que, no 
caso presente, não restou demonstrado na própria descrição da 
peça inicial de acusação para se caracterizar o abuso de 
autoridade. (...) STJ. Corte Especial. APn 858/DF, Rel. Min. 
Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 24/10/2018. 
23 
 
 
 
 
Portanto, nota-se que o denominado “crime de hermenêutica” (que consiste na 
criminalização da interpretação que o agente público faz de uma norma) já era 
rechaçada pela jurisprudência e, atualmente, é vedado pela Lei de Abuso de 
Autoridade, uma vez que o parágrafo 2º do art. 1º prevê tal situação como causa 
de exclusão da tipicidade. 
TEORIA DA REITERAÇÃO NÃO CUMULATIVA DE 
CONDUTA DE GÊNEROS DISTINTOS 
 
A teoria da reiteração não cumulativa de condutas de gêneros distintos 
preconiza que a contumácia de infrações penais que não têm o patrimônio 
como bem jurídico tutelado não pode ser valorada como fator que impede o 
reconhecimento do princípio da insignificância, uma vez que não há 
periculosidade social da ação, com lesão jurídica expressiva a propriedade 
alheia. 
 
De acordo com o STF, para aplicação do princípio da insignificância devem 
estar presentes alguns requisitos de ordem objetiva (1. mínima ofensividade da 
conduta; 2. ausência de periculosidade social da ação; 3. reduzido grau de 
reprovabilidade do comportamento; 4. inexpressividade da lesão jurídica). 
 
Ademais, o STJ também exige requisitos de ordem subjetiva, quais sejam: a) 
extensão do dano; b) circunstâncias e resultado do crime para determinar se 
houve lesão significante; c) condições pessoais da vítima e do agente. 
 
Dentre as condições, destaca-se a habitualidade criminosa como fator 
24 
 
 
 
 
impeditivo do reconhecimento da insignificância, conforme decisão do STJ 
(HC 150.236/DF- Info 489). 
 
Quando estivermos diante da reiteração de infrações penais cujo bem tutelado 
não é o patrimônio, não deverá ser curada para aplicação do princípio da 
insignificância. 
 
AÇÕES NEUTRAS 
 
De acordo com Luís Greco, “ações neutras seriam todas as contribuições a fato 
ilícito alheio não manifestamente puníveis.” 
 
Trata-se de tema diretamente ligado à teoria da imputação objetiva e até 
mesmo ao direito penal quântico. Sabe-se que a ciência penal, através da teoria 
da imputação objetiva, colocou em dúvida a noção de causa, preferindo 
condição, segundo critérios probabilísticos. 
 
O Direito Penal Quântico é a prova de que o Direito Penal moderno não se 
contenta com a mera relação de causa e efeito, mas também com elementos 
indeterminados, como, p. ex., o nexo normativo. 
 
Assim, o Direito Penal não poderia trabalhar com a física pura (o que é e o que 
não é), mas deveria trabalhar com a chamada física quântica, com o que é 
provável (observância dos elementos normativos e valorativos). 
25 
 
 
 
 
Em que circunstâncias as “ações neutras” surgem? As “ações neutras” 
aparecem em contextos delimitados de atuação profissional, cotidiana ou 
habitual. Nesta esfera o autor da ação neutra realizaria os comportamentos 
ordinários de sua profissão e estes atos, todavia, configurariam contribuição à 
ação delitiva alheia. 
 
A doutrina penal e a jurisprudência alemãs elaboraram o critério da “ação 
neutra”, na sequência do desenvolvimento da problemática da imputação 
objetiva, com a finalidade de conter o processo de incriminação das condutas 
cotidianas que bem poderiam partilhar do propósito delituoso do agente 
principal (autor) ou não. No caso das “ações neutras”, a impossibilidade 
concreta de aferir o fim de colaboração no delito alheio resulta na não punição 
desses comportamentos. 
 
Um dos exemplos citados pela doutrina é o caso do advogado e seu cliente: 
inexistentea prova do ajuste prévio para a prática do crime, a ação do advogado 
seria atípica, malgrado em teoria possa ter concorrido para o crime do 
funcionário público. 
 
A doutrina arremata que “os advogados que cometem crimes devem ser 
investigados e punidos, mas isso não se confunde com a incriminação de 
condutas inerentes à advocacia, estratégia ilícita que persegue a punição de 
crimes pela via da redução do âmbito normativo do exercício profissional de 
atividade essencial à Justiça e pela conversão de advogados em agentes 
encarregados de reforçar a vigilância e castigo das pessoas que recorrem a 
26 
 
 
 
 
eles.” 
 
 
TEORIA DAS JANELAS QUEBRADAS (BROKEN 
WINDOWS THEORY) 
 
De acordo com o doutrinador Cléber Masson, em 1969 na Universidade de 
Stanford, um pesquisador chamado Phillip. Ele fez uma pesquisa de campo, 
deixando um carro numa região pobre e outro num local rico. O do local pobre 
foi saqueado, destruído e o da região rica ficou intacto. Ele quebrou um vidro 
do carro da região rica. Com a janela quebrada o carro foi todo destruído e 
saqueado. No campo da psicologia social, chegou-se a conclusão que o fator 
decisivo da criminalizada não é a pobreza, é sim a sensação de 
impunidade. 
 
Em 1982, James Q. Wilson e George L. Kelling (criminologia), publicam um 
artigo afirmando que a criminalidade é muito mais elevada nos locais de 
ausência do Estado (sujos, lâmpadas queimadas, lixo pelas ruas). 
Na década de 80 essa teoria é aplicada no metrô de New York. Era um local 
de tráfico, morte, etc. Limparam e iluminaram o metrô e a criminalidade caiu 
consideravelmente. 
 
Em 1994 Rudolph Giuliani implanta a política de tolerância zero. É o chamado 
movimento de lei e ordem. É preciso combater com rigor todo e qualquer 
crime, por menor que ele seja, pois assim evitam-se os crimes mais graves. 
Ou seja, deve-se punir quem quebra a janela, para evitar que ele 
27 
 
 
 
 
quebre todo o resto. 
 
 
A ideia dessa teoria foi aplicada na Lei 11.340/06 (o legislador quis evitar as 
lesões mais graves) – Lei Maria da Penha: combate com rigor todo e qualquer 
tipo de violência doméstica contra a mulher. Ex. lesão corporal leve contra a 
mulher: não cabe transação, suspensão condicional. Etc. 
 
VIAS DO DIREITO PENAL (TEORIA GERAL DA PENA) 
 
O Direito Penal é um “sistema de dupla via”, ou seja, o Estado responde a quem 
violou a lei penal, seja aplicando uma pena (primeira via) ou uma medida de 
segurança (segunda via). 
 
Entende-se como primeira via do Direito do Penal aquela que visa a aplicação 
da pena privativa de liberdade, ligada à visão clássica de Direito Penal, 
evidenciando o caráter repressivo e punitivo. 
 
Com a humanização do Direito Penal, evoluiu-se para segunda via, com 
aplicação de medidas de segurança aos agentes inimputáveis, relacionada com 
a ideia de ressocialização, possuindo uma finalidade terapêutica. 
 
Modernamente fala-se em terceira via do Direito Penal, proposta por Claus 
Roxin, a qual é caracterizada pela reparação do dano. Para o consagrado 
doutrinador além da pena e da medida de segurança, a reparação do dano é uma 
medida penal independente, que alia elementos do direito civil, cumpre 
28 
 
 
 
 
com os fins da pena e atende as necessidades da vítima. É a Justiça Restaurativa. 
 
Nesse sentido, a inclusão no sistema penal sancionador da indenização material 
e imaterial do ofendido, o Direito Penal passa a se aproximar mais da realidade 
social. 
 
No Direito Brasileiro, como exemplo, a terceira via foi adotada no art. 74 da 
Lei do Juizado Especial Criminal: 
 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, 
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá 
eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada 
ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo 
homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou 
representação. 
 
Dessa maneira, a reparação do dano é um instituto capaz de afastar a 
necessidade de pena, possibilitando a existência de um direito penal mais 
humano e compatível com a respectiva dignidade. Vale lembrar que a dignidade 
da pessoa humana é a dimensão central do Estado Democrático de Direito, 
conforme inscrito no artigo 1o, inciso III da Constituição Federal. 
29 
 
 
 
 
CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA X SECUNDÁRIA 
 
 
 
CRIMINALIZAÇÃO PRIMÁRIA CRIMINALIZAÇÃO SECUNDÁRIA 
É o ato e efeito de sancionar de 
uma lei primária material, que 
incrimina ou permite a punição 
de determinadas pessoas. 
É a ação punitiva exercida sobre 
pessoas concretas. Verifica-se 
quando os órgãos estatais detectam 
um indivíduo, atribuindo 
a prática de um ato criminalizado. 
Trata-se de ato formal e 
programático. 
Há seletividade e 
vulnerabilidade. Guarda relação 
com a labeling approach (teoria 
do etiquetamento social) 
 
TEORIAS EXTREMADA E LIMITADA DO DOLO 
 
Teoria Estrita, Extrema ou Extremada do Dolo: O dolo é normativo 
(consciência das elementares do tipo penal + vontade de realizar a conduta e de 
produzir o resultado + consciência ATUAL da ilicitude) e reside na 
culpabilidade. Assim sendo, seja quando o agente incorre em erro quanto à 
existência de uma elementar do tipo penal, seja quando ele atua sem ter a 
ATUAL consciência da ilicitude, o dolo é excluído. 
 
Uma vez excluído, a culpabilidade é excluída. Desse modo, para a teoria em 
comento, todo erro quanto a uma causa de justificação (quanto aos pressupostos 
fáticos; ou quanto à existência ou limites da causa de 
30 
 
 
 
 
justificação) exclui a culpabilidade ao argumento da inexistência do dolo 
normativo. 
 
Teoria Limitada do Dolo: O dolo é normativo (consciência das elementares do 
tipo penal + vontade de realizar a conduta e de produzir o resultado + 
consciência POTENCIAL da ilicitude) e reside na culpabilidade. Assim sendo, 
seja quando o agente incorre em erro quanto à existência de uma elementar do 
tipo penal, seja quando ele atua sem ter a POTENCIAL consciência da ilicitude, 
o dolo é excluído. 
 
Uma vez excluído, a culpabilidade é excluída. Desse modo, para a teoria em 
comento, todo erro quanto a uma causa de justificação (quanto aos pressupostos 
fáticos; ou quanto à existência ou limites da causa de justificação) exclui a 
culpabilidade ao argumento da inexistência do dolo normativo. A distinção 
entre as teorias do dolo no tratamento das causas de justificação diz respeito 
unicamente a que na teoria extremada o dolo normativo exige consciência 
ATUAL da ilicitude; na teoria limitada o dolo, que também é normativo, requer 
apenas que a consciência da ilicitude seja meramente POTENCIAL. 
 
Seja como for, as teorias do dolo foram superadas pela teoria finalista da ação, 
de Hans Welzel, pela qual o dolo foi removido da culpabilidade à conduta (e 
esta integra o tipo penal incriminador), e o elemento normativo do dolo foi 
deste removido e inserido na culpabilidade sob a denominação de “consciência 
potencial da ilicitude”. A culpabilidade, enfim, passou a ser totalmente 
normativa (sem qualquer elemento psicológico, portanto), com os 
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seguintes elementos: imputabilidade; consciência potencial da ilicitude e 
exigibilidade de conduta diversa. 
 
FUNCIONALISMO PENAL 
 
No funcionalismo penal abandona-se o tecnicismo jurídico, possibilitando ao 
tipo penal desempenhar sua efetiva função de mantenedor da paz social e 
aplicador da polícia criminal (mais importante do que seguir à risca a letra fria 
da lei). 
 
De maneira resumida, vejamos as concepções do funcionalismo penal: 
Funcionalismo moderado, dualista ou de política criminal (Claus Roxin - 
Escola de Munique) 
 
A principal finalidade do sistema penal é a proteção de bens jurídicos; trabalha-
se apenas com a função preventiva da pena. 
 
O crime, para Roxin, é composto de três requisitos: (a) tipicidade;(b) 
antijuridicidade e (c) responsabilidade. Cada uma dessas categorias, entretanto, 
foi totalmente reestruturada a partir da sua concepção político- criminal. 
 
Os princípios político-criminais devem estar presentes em cada momento do 
delito. 
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A tipicidade já não pode ser entendida em sentido puramente formal 
(adequação do fato à letra da lei). Nem tudo que é formalmente típico o é 
materialmente. 
 
A ação, por seu turno, deve ser enfocada como “manifestação da personalidade 
do agente” (ou seja, manifestação dominada ou dominável pela vontade). 
 
Funcionalismo radical, monista ou sistêmico (Günter Jakobs - Escola de 
Bonn) 
 
A finalidade do sistema penal é garantir a higidez do próprio sistema; leva-se 
em consideração apenas necessidades sistêmicas, cabendo ao Direito Penal se 
ajustar a elas. 
 
A mais controvertida formulação da teoria do delito na Alemanha (nos últimos 
tempos) se deve a Jakobs que, desde o princípio dos anos oitenta (do século 
passado), enfoca as distintas categorias do crime sob a perspectiva (puramente) 
funcionalista, isto é, delito é toda violação da norma disfuncional às 
expectativas sociais de convivência. 
 
O Direito não regula fatos naturais, sim, fatos sociais. Delito é a frustração das 
expectativas normativas. Pena é a confirmação (contrafática) da vigência da 
norma infringida. 
33 
 
 
 
 
Sua finalidade primordial consiste justamente em prevenir o delito por meio da 
confirmação da norma (prevenção geral positiva ou integradora). 
 
O delito é concebido a partir da missão do Direito Penal que é preventiva geral 
de confirmação da norma. 
 
Insta salientar que o movimento funcionalista consiste em uma reação aos 
excessos de abstração cometidos pelo sistema finalista. 
 
A crítica do funcionalismo aos sistemas anteriores (causalista e finalista) é que 
o sistema penal não deve ter suas bases construídas em dados pré- jurídicos 
(ontológicos). As categorias jurídico-penais devem ser voltadas aos fins do 
direito penal. 
 
Dessa maneira, no funcionalismo se busca o desempenho pelo Direito Penal de 
sua primordial tarefa, que é possibilitar o adequado funcionamento da 
sociedade. Isso é mais importante do que seguir à risca a letra fria da lei, sem 
considerá-la totalmente. 
 
Em suma: 
 
 
 O FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO preocupa-se com os fins do 
direito penal; é orientado por finalidades político-criminais; visa a 
proteção dos bens jurídicos indispensáveis ao indivíduo e à sociedade; 
trabalha com prevenção geral positiva (a pena deve servir como fato de 
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inibição do crime) e engendra a imputação do resultado, integrando ao 
tipo penal. 
 
 O FUNCIONALISMO SISTÊMICO preocupa-se com os fins da pena; 
leva em consideração somente as necessidades do sistema; busca a 
reafirmação da autoridade do direito; trabalha com a função geral 
preventiva da pena. Defende a ideia de que ao descumprir a sua função 
na sociedade o sujeito deve ser eficazmente punido, pois somente assim 
o Estado reafirmaria a autoridade do direito. Trata-se da Teoria do 
Direito Penal do Inimigo. A preocupação de Jakobs não é o bem jurídico 
indispensável à convivência social, mas sim o sistema. 
 
Assim, o funcionalismo sustenta que a dogmática penal deve ser direcionada à 
política criminal, sendo essa finalidade a reafirmação da autoridade do Direito, 
que não encontra limites externos, mas só internos (Jakobs), ou então a proteção 
de bens jurídicos indispensáveis ao desenvolvimento do indivíduo e da 
sociedade, respeitando os limites impostos pelo ordenamento jurídico (Roxin). 
 
Bibliografia: Rogério Greco (Curso de Direito Penal, vol 1); Cleber Masson 
(Manual de Direito Penal). 
 
DELITOS DE ACUMULAÇÃO 
35 
 
 
 
 
A ideia de acumulação surge como uma ferramenta de proteção da coletividade, 
no contexto da discussão sobre a sociedade de riscos. A categoria dos delitos 
por acumulação é inicialmente sugerida por Lothar Kuhlen, para fornecer uma 
hipótese de intervenção penal nos casos de pequenas infrações ao meio 
ambiente que, individualmente, são insignificantes, já que não representam 
lesividade suficiente para permitir a punição do autor, mas que, somadas, 
representam um dano considerável às condições de preservação ambiental. 
 
Tem-se que as lesões individualmente provocadas não seriam aptas à 
configuração do tipo penal, todavia, quando praticadas por muitas pessoas, 
cumulativamente, lesam bem jurídicos coletivos. 
 
Os delitos por acumulação, por definição, somente são aplicáveis na proteção 
de bens jurídicos coletivos, uma vez que os bens individuais não precisam de 
acumulação para ser expostos ao perigo. 
 
Os defensores de tal categoria delitiva sugerem adaptações na teoria do delito, 
com o fito de possibilitar a imputação de responsabilidade a tais agentes (“autor 
coletivo” e “nexo de causalidade coletivo”). 
 
Ademais, para Wohlers e Von Hirsch: a acumulação é mais do que uma técnica 
legislativa, é também um fundamento para a justificação ou legitimação de 
condutas perigosas contra bens jurídicos coletivos. Finaliza, citando a 
perspectiva de tais autores “as condições para que se verifique uma 
36 
 
 
 
 
conduta merecedora de punição com base na acumulação são: (i) prognóstico 
realista de realização de condutas; (ii) existência de resultado efetivo, ainda que 
reduzido; (iii) consideração de condutas pouco significantes.” 
 
O princípio da insignificância tem lugar nos delitos por acumulação? A resposta 
é positiva. É possível a incidência do princípio da insignificância, mas sua 
análise deve ser adequada aos fundamentos do crime por acumulação. Isso quer 
dizer que não se examina a pouca relevância da lesão ou do perigo de lesão 
baseando-se na conduta individual, mas considerando o resultado da provável 
acumulação. 
 
TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA 
 
A teoria da cegueira deliberada (willful blindness), também conhecida como 
teoria das instruções de avestruz ou da evitação da consciência, é aplicada 
nas hipóteses em que o agente tem consciência da possível origem ilícita dos 
bens por ele ocultados ou dissimulados, mas mesmo assim, deliberadamente 
cria mecanismos que o impedem de aperfeiçoar sua representação acerca dos 
fatos. 
 
Por força dessa teoria, aquele que renuncia a adquirir um conhecimento hábil a 
subsidiar a imputação dolosa de um crime responde por ele como se tivesse tal 
conhecimento. 
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Esta teoria vem sendo aplicada no Brasil sobretudo nos crimes de lavagem de 
dinheiro. Como o tipo penal de lavagens de capitais traz como elementar a 
infração penal antecedente, depreende-se que na hipótese de o agente 
desconhecer a procedência ilícita dos bens, faltar-lhe-á o dolo de lavagem, com 
a consequente atipicidade de sua conduta, ainda que o erro de tipo seja evitável, 
porquanto não se admite a punição da lavagem à título culposo. 
 
Assim, é extremamente comum que o terceiro responsável pela lavagem de 
capitais procure, deliberadamente, evitar a consciência quanto a origem ilícita 
dos valores por ele mascarados. Afinal, assim agindo, se acaso vier a ser 
responsabilizado pelo crime de lavagem de capitais, poderá sustentar a ausência 
do elemento cognitivo do dolo, o que poderá dar ensejo a eventual decreto 
absolutório em virtude da atipicidade da conduta. 
 
Ademais, basta pensar no exemplo do comerciante de joias, que suspeita que 
alguns clientes possam estar lhe entregando dinheiro sujo para a compra de 
peças preciosas com o objetivo de ocultar a origem espúria do numerário, 
optando, mesmo assim, por criar barreiras para não tomar ciência de 
informações mais preciosas acerca dos usuários de seus serviços. 
 
CRIME DE OLVIDO (OU DELITO DE ESQUECIMENTO) 
 
O crime de olvido - também denominado pela doutrina de “delito de 
esquecimento” - é uma modalidade de crime omissivo impróprio, 
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caracterizado pela

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