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Reincidência e seus pressupostos no Direito Penal

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INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
INTENSIVO II 
Disciplina: Direito Penal 
Prof.: Rogério Sanches 
Aula nº 03 
 
 
 
MATERIAL DE APOIO - MONITORIA 
 
 
Índice 
 
I. Anotações de Aula 
II. Jurisprudência Correlata 
2.1. STJ - HC 141705/MS 
2.2. STJ - AgRg no REsp 999783/MS 
III. Simulados 
 
 
I. ANOTAÇÕES DA AULA 
 
 
REINCIDÊNCIA 
 
 Agravante de pena - Art. 61, I, do CP 
 
 Pressupostos da reincidência – Art. 63 do CP: 
 
a) Trânsito em julgado de sentença condenatória por crime anterior 
b) Cometimento de novo crime 
 
� Atenção: O art. 63 do CP deve ser complementado pelo art. 7º da lei de contravenções penais. 
 
Em resumo somando o art. 63, I do CP com o Art. 7º da LCP: 
 
 
 
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA 
DEFINITIVA 
 
 
NOVA INFRAÇÃO 
PENAL 
 
CONSEQUÊNCIA 
• Crime cometido no Brasil ou 
no Estrangeiro 
• Crime • Reincidente (art. 63 do CP) 
• Crime cometido no Brasil ou 
no Estrangeiro 
• Contravenção 
Penal 
• Reincidente (art. 7 da LCP) 
• Contravenção Penal 
praticada no Brasil seguida 
de contravenção Penal 
• Contravenção 
Penal 
• Reincidente (art. 7 da LCP) 
• Contravenção Penal 
cometida no Brasil 
• Crime • Maus antecedentes – 
circunstância desfavorável, mas 
não existe previsão legal de 
reincidência 
• Contravenção Penal 
praticada no Estrangeiro 
• Contravenção 
Penal 
• Portador de maus antecedentes 
 
 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
Nos termos do art. 9º do CP, não há necessidade de homologação, pelo STJ, da sentença condenatória 
estrangeira para caracterizar reincidência. 
 
Obs.: Se o crime praticado no estrangeiro é fato atípico no Brasil, não gera reincidência. 
 
Pergunta: A espécie de pena imposta ao crime antecedente interfere na reincidência? 
 
 
CONDENAÇÃO DEFINITIVA NOVO CRIME 
Privativa de liberdade Caracteriza reincidência 
Restritiva de direitos Caracteriza reincidência 
Multa Gera reincidência? 
 
• Maioria: A pena de multa é apta a gerar reincidência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pergunta de concurso: Extinção de punibilidade de crime anterior caracteriza reincidência? 
R: Depende do momento da extinção da punibilidade, se antes ou depois do transito em julgado desse 
crime (antes ou depois da sentença condenatória definitiva): 
 
CONDENAÇÃO DEFINITIVA 
 
 Causa extintiva antes não gera reincidência (ex: PPP) 
 Causa extintiva depois da condenação definitiva � gera reincidência (ex: PPE) 
 
Exceções: casos em que a extinção da punibilidade após a condenação definitiva não gera reincidência: 
 
1ª - anistia – apaga os efeitos penais da condenação. 
2ª - abolitio criminis - apaga os efeitos penais da condenação. 
 
 
Atenção: O Brasil adotou o sistema da temporariedade da reincidência (art. 64, I do CP) 
 
� Art. 64, I, CP - período depurador da reincidência; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUPER DICA 
 
Art. 77,§1º, CP - (como deve ser entendido) 
 
Art. 77,§1º do CP – A condenação anterior a pena de multa, APESAR DE CARACTERIZAR 
REICIDÊNCIA, não impede a concessão do benefício. 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
PERÍODO DEPURADOR 
 
Esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 05 anos 
 
 
 
 
 
 (1) (2) (3) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(1) Crime � (2) a condenação definitiva do crime de furto � (3) cumprimento da pena (05 anos) � 
 (Furto) (furto) (furto) 
 
 
 
Pergunta: Se praticar novo crime (roubo) durante o processo de furto esse novo crime gera reincidência 
ou maus antecedentes? 
R: Não gera reincidência nem maus antecedentes� não temos transito em julgado do furto. 
 
Pergunta: Se praticar novo crime (roubo) após a condenação definitiva do furto? 
R: Teremos a reincidência. 
 
Comete novo 
crime(roubo) : 
 
 Não gera 
reincidência 
 
 Não gera maus 
antecedentes 
Comete novo 
crime(roubo): 
 
 Reincidente 
Comete novo 
crime(roubo), antes 
de cumprir os 05: 
anos: 
 
 Reincidente 
 
 
Comete novo crime 
(roubo), após cumprimento 
dos 05 anos: 
 
 Não é reincidente 
 
 Portador de maus 
antecedentes 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
Pergunta: Se pratica novo crime (roubo) dentro dos 05anos de cumprimento da pena de furto? 
R: Neste caso, é reincidente. 
 
Pergunta: Se pratica novo crime após o cumprimento da pena de 05 anos da pena de furto? 
R: neste caso ele não é reincidente mas portador de maus antecedentes. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
 Obs1 – para caracterizar reincidência o novo crime deve ser praticado depois do transito em 
julgado da condenação por crime anterior. Se praticado no dia do transito em julgado não há 
reincidência. 
 
 Obs2 – No prazo depurador da reincidência, computa-se o período de prova do SURSIS e do 
livramento condicional, SE NÃO OCORRER REVOGAÇÃO. 
 
 
A natureza de determinados crime impede a reincidência – art. 64, II do CP 
 
� Crimes militares próprios – aqueles tipificados no CPM e que só podem ser praticados por militares. 
Ex: deserção. 
 
 
CRIME ANTERIOR CRIME POSTERIOR REINCIDÊNCIA FUNDAMENTO 
Militar próprio Comum Não Art. 64, II, CP 
Militar Impróprio Comum Sim Art. 64, II, CP 
Militar próprio Militar próprio Sim Art. 61, CPM 
 
 
� Crimes Político - Art. 2º da lei 7.170/83 
 
A reincidência é uma circunstancia subjetiva incomunicável. 
 
E como se comprova a reincidência? 
 
A reincidência deve ser comprovada através de certidão cartorária. 
 
ATENÇÃO: O STJ, no HC 141705, flexibilizou essa exigência, admitindo como prova folhas de 
antecedentes criminais. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DA REINCIDÊNCIA 
 
� Reincidência real: ocorre quando o agente comete novo crime após ter efetivamente cumprido a 
totalidade da pena pelo crime anterior ( e antes do prazo depurador de 05 anos). 
 
� Reincidência ficta: o agente comete novo crime após ter sido condenado definitivamente, mas 
antes de ter cumprido a totalidade da pena do crime anterior. 
 
� Reincidência genérica: ocorre quando os crimes praticados pelo agente são de espécies distintas. 
 
� Reincidência específica: ocorre quando os crimes praticados pelo condenado são da mesma 
espécie. 
 
 
Pergunta de concurso: Condenação passada pode servir como maus antecedentes e, ao mesmo tempo 
agravante da reincidência? 
R: 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
 
CONDENAÇÃO PASSADA NOVO CRIME 
Condenação passada art. 155 do CP Novo crime 157 CP: súmula 241 STJ 
Condenação passada art. 155 e art. 171 CP Novo crime 157 CP, não é bis in idem:o furto pode 
ser considerado para caracterizar maus 
antecedentes e o estelionato para considerar a 
reincidência 
 
 
Pergunta: o instituto da reincidência já não caracteriza “ bis in idem” ? 
 
CONDENAÇÃO DEFINITIVA NOVO CRIME 
Art. 155 ( 01 ano) – 1ª vez Art. 157 CP – agravante de pena - 2ª vez 
 
De acordo com o STJ, a conduta do reincidente merece maior reprovabilidade. Não há que se falar emdupla valoração do mesmo fato, preponderando o princípio da individualização da pena (HC 213.196). 
 
ATENÇÃO: A questão pende de julgamento no STF tendo sido reconhecida a sua repercussão geral no RE 
591.563/RS. 
 
ATENUANTES DE PENA 
 
Art. 65 São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
 
I - ser o agente menor de vinte e um, na data do fato, ou maior de setenta anos, na data da 
sentença; 
II - o desconhecimento da lei; 
III - ter o agente: 
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; 
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou 
minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; 
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de 
autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da 
vítima; 
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; 
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. 
 
 
Pergunta: As atenuantes sempre atenuam apena? 
R: Em regra sim, mas temos exceções: 
 
 1ª) Não incide atenuante quando a circunstância já constitui ou privilegia o crime. (evitar dupla 
valoração� bis in idem”) 
 
Trata-se de exceção sem previsão legal. Na agravante, esta exceção é pertinente, evitando a dupla 
valoração em prejuízo do réu. Em se tratando de atenuantes, não existe este perigo ( dupla 
valoração em prejuízo do réu).Logo, sem previsão legal, parece que a exceção criada pela doutrina 
viola a legalidade, configurando analogia in malam partem. 
 
 2ª) Não incide a atenuante quando a pena base foi fixada no mínimo ( súmula 231 do STJ). A pena 
intermediária não pode ficar aquém do mínimo. 
 
Obs: discute-se a constitucionalidade desta súmula 231 do STJ. 
 
 
Veja: 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
 
Homicídio praticado por João ( 19 anos) e Antônio ( 22 anos) , ambos primários e de bons antecedentes. 
 
A pena do homicídio simples – de 06 a 20 anos. 
 
Fixação da pena para João: 
 
 1ª fase: Pena base- 06 anos. 
 2ª fase: 19 anos (atenuante) – 06anos 
 3ª fase: 06 anos 
 
Fixação da pena para Antônio: 
 
 1ª fase: Pena base - 06 anos. 
 2ª fase: 22 anos – 06anos 
 3ª fase: 06 anos 
 
A pena aplicada viola o princípio da isonomia, da individualização da pena e da legalidade. 
 
Por imposição da súmula 231 do STJ, no nosso exemplo o juiz ficou impedido de individualizar a pena em 
relação a João, tratando réus diferentes de forma igual, tudo em nome de uma vedação criada pela 
doutrina, sem amparo legal. 
 
3ª ) Não incide a atenuante quando presente agravante preponderante – art. 67 do CP. 
 
ALGUMAS ATENUANTES 
 
Art. 65, I CP 
 
� Menoridade – art. 65, I – primeira parte: “ ser a agente menor de 21 anos na data do fato...”. 
Pelo art. 4º do CP a data da ação ou da omissão. 
Fundamento: o agente antes de completar o 21º aniversário, é imaturo. 
Conclusão: mesmo com o CC 2002 a atenuante permanece. 
 
Atenção: súmula 74 STJ. 
 
� Senilidade – Art. 65, I – segunda parte – “ser o agente maior de 70 anos na data da sentença”. 
Fundamento: alterações físicas e psicológicas que influem no ânimo do criminoso. Menor 
capacidade para suportar integralmente a pena. 
 
Data da sentença: prevalece - decisão condenatória de 1º grau, salvo se absolutória, hipótese em 
que abrange o acórdão condenatório. 
 
� 1ª situação: João, 69 anos, é condenado. Recorre , mas o Tribunal, 02 anos depois, 
confirma a condenação� Não incide a atenuante. 
 
� 2ª situação: João. 69 anos é absolvido. MP recorre, e o Tribunal , 02 anos depois condena 
João � Incide, pois o tribunal condenou. 
 
Atenção: A atenuante não alcança todos os idosos ( apenas o maior de 70 anos). Sabemos que de 
acordo com o estatuto do idoso – lei 10.741/03 idoso é a pessoa com idade igual ou maior de 60 
anos. 
 
� Confissão espontânea � Art. 65, III, “d” CP. Fundamento: tranquiliza o espírito do julgador. 
 
Requisitos: 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
� 1º - espontânea - atenção: não basta ser voluntária. Confissão espontânea é livre de 
interferência subjetiva externa. 
 
� 2º - perante autoridade – juiz ou delegado de polícia. A confissão retratada em juízo 
atenua a pena? 
 
A confissão policial retratada em juízo não atenua a pena, salvo se utilizada para embasar a 
conclusão condenatória (STF,STJ). 
 
Pergunta: Cabe a atenuante quando a confissão qualificada? 
R: 
 
 Confissão qualificada - diferentemente da simples, na confissão qualificada o agente admite ser o 
autor, mas alega fato impeditivo de responsabilidade (legítima defesa, por exemplo). 
 
� Para o STJ não cabe a atenuante quando a confissão é parcial ou qualificada (REsp 999.783). 
 
� Para o STF, não importa se a confissão é parcial ou qualificada, cabe a atenuante(HC 99436). 
 
 
Pergunta: É possível a compensação entre a agravante e a atenuante da confissão espontânea? 
R: 
1- Menoridade /Senilidade 
2 –Agravante - reincidente 
3 –Circunstância subjetivo – confissão espontânea 
4 – Circunstância Objetiva 
 
Apesar de haver corrente não admitindo a compensação (inclusive no STF), a 3ª seção do STJ, por 
maioria decidiu que a confissão revela traço da personalidade do agente, indicando seu arrependimento e 
o desejo de emenda, peso equivalente ao da reincidência, sendo possível a compensação. 
 
CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES INOMINADAS 
 
Art. 66 do CP 
 
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou 
posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
 
� “embora não prevista expressamente em lei”- rol exemplificativo. 
� “anterior ou posterior ao crime” – circunstancia pós delitivas servem como atenuantes. 
 
Ex: confissão voluntária, coculpabilidade. 
 
É nesse ponto que a doutrina apresenta a chamada coculpabilidade. 
 
 Coculpabilidade – parte da premissa de que a sociedade, muitas vezes, é desorganizada, 
discriminatória, excludente, marginalizadora, criando condições sociais que reduzem o âmbito de 
determinação e liberdade do agente, contribuindo, portanto, para o delito. Esta postura da 
sociedade deve atenuar a reprovação. 
 
Críticas: 
 
 1ª – parte da ideia de que a pobreza é a causa do delito. 
 2ª – pode conduzir à redução de garantias quando se trata de processar o rico. 
 3ª – continua ignorando a seletividade do poder punitivo. 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
 
 
Hoje a doutrina tem preferido a teoria da vulnerabilidade: quem conta com alta vulnerabilidade de sofrer 
a incidência do Direito Penal, e esse é o caso de quem não tem instrução, nem status, nem família, etc, 
tem a sua reprovação reduzida. Quem desfruta de baixa vulnerabilidade deve ser mais severamente 
punido. 
 
Lembrando: cálculo da pena privativa de liberdade 
 
Art. 68 do CP – (critério trifásico) 
 
� 1ª fase: pena base- art. 59 CP 
� 2ª fase – pena intermediária ( agravante / atenuante) 
� 3ª fase – Pena definitiva – (causas de aumento e diminuição de pena) 
 
 
3ª FASE 
 
Finalidade� fixar a pena definitiva. 
Instrumentos���� causas de aumento e diminuição de pena 
Ponto de partida� a pena intermediária. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
� Obs1: O quantum das causas de aumento e diminuição estão identificadas na lei ( podendo ser em 
quantidade fixa ou variável). 
 
� Obs2: Na 3ª fase o juiz não está atrelado aos limites mínimo e máximo previstos no preceito 
secundário. 
 
 
Não podemos confundir causas de aumento e diminuição comagravantes e atenuantes. 
 
 
AGRAVANTES E ATENUANTES CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO 
Também chamadas de circunstâncias legais Também chamadas de majorantes e minorantes 
Consideradas na 2ª fase da aplicação da pena Consideradas na 3ª fase 
Localizadas na parte geral ou legislação 
extravagante 
Estão localizadas na parte geral especial, parte 
geral e legislação extravagante 
Não há previsão legal do quantum de 
aumento ou diminuição 
Há previsão legal do quantum de aumento ou 
diminuição. 
O juiz está adstrito aos limites mínimo e 
máximo da pena em abstrato. 
O juiz não está adstrito aos limites. 
 
 
 
CAUSA DE AUMENTO QUALIFICADORA 
Majora a pena do delito. Qualifica o delito substituindo penas abstratamente 
cominadas. 
Considerada na 3ª fase do cálculo da pena. Serve com ponto de partida para o cálculo da pena 
base. 
 
 
 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
 
II. JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
 
2.1. STJ - HC 141705/MS 
 
HABEAS CORPUS. ROUBO DUPLAMENTE CIRCUNSTANCIADO (ART. 157, § 2o., I E II DO CPB). PENA 
FIXADA: 8 ANOS E 3 MESES DE RECLUSÃO, EM REGIME INICIAL FECHADO. UTILIZAÇÃO DE ARMA DE 
FOGO. IMPOSSIBILIDADE DE APREENSÃO E CONSEQUENTE PERÍCIA. APLICAÇÃO DA CAUSA ESPECIAL 
DE AUMENTO DE PENA. DEPOIMENTO DAS VÍTIMAS. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
PRECEDENTES DO STJ. AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA APLICADA PELO TRIBUNAL A QUO, A PARTIR DA 
FOLHA DE ANTECEDENTES CRIMINAIS. DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO POR MEIO DE CERTIDÃO 
CARTORÁRIA. PRECEDENTE DO STJ. PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO WRIT. ORDEM DENEGADA. 
1. A impossibilidade de apreensão e a consequente perícia da arma de fogo utilizada no roubo não afasta 
a configuração da causa especial de aumento de pena, mormente quando a prova testemunhal é firme 
sobre sua efetiva utilização na prática da conduta criminosa. 2. Havendo nos autos oficiais comprovando 
a reincidência do paciente, não há falar em necessidade absoluta de existência de certidão cartorária 
judicial, sendo bastante a presença de folha de antecedentes criminais que demonstrem claramente o 
trânsito em julgado da sentença condenatória, tal como se dá na espécie. 3. Parecer do MPF pela 
denegação da ordem. 4. Ordem denegada. 
 
(HC 141705/MS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 21/10/2010, 
DJe 16/11/2010) 
 
2.2. STJ - AgRg no REsp 999783/MS 
 
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA 
JURISPRUDENCIAL. ART. 255 DO RISTJ. INOBSERVÂNCIA. OFENSA AO ART. 59 DO CP. DOSIMETRIA. 
REEXAME FÁTICO E PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AFRONTA AO ART. 65, III, "D", DO 
CP. INOCORRÊNCIA. CONFISSÃO QUALIFICADA. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 44 E 77 DO CP. SUBSTITUIÇÃO 
DA PENA E SURSIS. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS VALORADAS DE FORMA NEGATIVA. NÃO 
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS SUBJETIVOS. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 
1. Para comprovação da divergência jurisprudencial, não basta a simples transcrição de ementas, 
devendo ser mencionadas e expostas as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos 
confrontados. Inteligência do artigo 255 do Regimento Interno desta Corte. 2. "Não se reconhece, na 
espécie, a arguida violação ao art. 59 do Código Penal, pois, com exceção das hipóteses de flagrante 
ilegalidade ou abuso de poder, não cabe a esta Egrégia Corte o reexame da dosimetria da pena, haja vista 
a necessidade de análise acurada dos elementos dos autos" (REsp 620.624/RS, Rel. Min. LAURITA VAZ, 
Quinta Turma, DJ 29/11/04). 3. Prevalece nesta Corte Superior o entendimento no sentido de que não se 
justifica a aplicação da atenuante pela confissão espontânea quando o acusado nega o dolo na conduta. 
4. Não há que se falar em violação aos artigos 44 e 77 do Código Penal quando, apesar de preenchidos os 
requisitos objetivos, não foram implementados os pressupostos subjetivos para a substituição da pena ou 
a aplicação do sursis penal. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
(AgRg no REsp 999783/MS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
08/02/2011, DJe 28/02/2011) 
 
 
III. SIMULADOS 
 
3.1. (MPE-GO - 2012 - MPE-GO - Promotor de Justiça) São considerados efeitos da reincidência: 
a) impedimento ao livramento condicional, nos casos de crimes hediondos, tortura, tráfico de 
entorpecentes e terrorismo, tratando-se de reincidência específica; 
b) aumento do prazo da prescrição da pretensão punitiva em um terço; 
c) causa de suspensão do curso da prescrição; 
d) impedimento à obtenção do sursis nos casos de reincidência em crime culposo. 
 
 
 
INTENSIVO II – Direito Penal – Rogério Sanches 
Material de Apoio elaborado pela monitora Luciara Oliveira 
3.2. (CESPE - 2010 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Assinale a opção correta a respeito da reincidência e das 
circunstâncias agravantes e atenuantes. 
a) A reincidência, circunstância que agrava a pena, quando não constitui ou qualifica o delito, ocorre 
quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no Brasil ou no 
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior, sendo certo que, apesar de interromper a prescrição, 
não é impedimento para a suspensão condicional da pena, ainda que se tenha verificado na prática de 
crime doloso. 
b) A doutrina e a jurisprudência do STJ são unânimes em afirmar que a ausência de motivo para a prática 
delitiva equivale à circunstância agravante do motivo fútil, pois quem pratica o delito sem motivo 
evidencia futilidade. 
c) A jurisprudência do STJ fixou o entendimento de que há incompatibilidade na coexistência de 
circunstâncias que qualificam o homicídio e as que o tornam privilegiado, ainda que as qualificadoras 
sejam de natureza objetiva. 
d) É perfeitamente possível a coexistência entre o crime de formação de quadrilha ou bando e o de 
extorsão mediante sequestro pelo concurso de agentes, porquanto os bens jurídicos tutelados são 
distintos, e os crimes, autônomos, não ocorrendo, assim, bis in idem. 
e) Não é juridicamente possível que um réu, violentado sexualmente quando criança e respondendo pela 
prática de delito contra a liberdade sexual, possa beneficiar-se da atenuação de pena em razão da trágica 
experiência vivida na infância, uma vez que não há circunstância atenuante de clemência no ordenamento 
jurídico brasileiro. 
 
3.3. (FCC - 2012 - TRT - 4ª REGIÃO (RS) – Juiz) Será reincidente o agente que cometer 
a) contravenção penal depois de condenado definitivamente por crime comum. 
b) novo crime depois de condenado definitivamente por crime político. 
c) novo crime depois de condenado definitivamente por crime militar próprio. 
d) novo crime após haver recebido perdão judicial em processo anterior. 
e) novo crime, ainda que decorridos mais de cinco anos desde a extinção da pena relativa à infração 
anterior. 
 
3.4. (TRT 15R - 2011 - TRT - 15ª Região - Juiz do Trabalho) A respeito da reincidência, assinale a 
alternativa correta: 
a) nos termos da lei, ela sempre agrava a pena, mesmo quando qualifica o crime; 
b) não a caracteriza a condenação por crime político; 
c) não a caracteriza a condenação por crime praticado no estrangeiro; 
d) ela se caracteriza quando, em face do réu, há outros inquéritos policiais em curso; 
e) ela se caracteriza quando, em face do réu, há outras ações penais em curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GABARITO: 
 
3.1. A 
3.2. D 
3.3. A 
3.4. B

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