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ABNT exame de urina

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Prévia do material em texto

Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
1
Direitos reservados
Este documento é um rascunho de trabalho do projeto de norma, para circular exclusivamente
no âmbito do ABNT/CB-36 entre os membros desta comissão de estudo. Os direitos autorais
da origem do documento devem ser preservados em conformidade com a legislação vigente
no país e violações podem ser processadas. Autorização para a reprodução sem fins
comerciais, de parte ou do todo, devem ser solicitadas à Secretaria Técnica do ABNT/CB-36.
Reprodução para propósito comercial não está autorizada. A cópia deste documento não tem
valor normativo.
Comissão de estudo
ABNT/CB36/SCB.36.02 - Sistema de referência
Coordenador Humberto Marques Tibúrcio ABNT/CB-36 e Centro de Hormônio
Secretário Nadilson da Silva Cunha Programa Nacional de Controle de Qualidade
Membros presentes
Alexandre Botelho dos Santos Conselho Regional de Biologia -2a Região
Antônio Ferreira Santos Sociedade Brasileira de Análises Clínicas
Carmen Paiva Costa Prontocor
Carmen Pilla Sociedade Brasileira de Análises Clínicas - RS
Conselho Regional de Farmácia - RS
Humberto Marques Tibúrcio ABNT/CB-36
Centro Mineiro de Hormônio e Imunologia
João Ciribelli Guimarães Departamento de Inspeção e Credenciamento da Qualidade
José Abol Corrêa Programa Nacional de Controle de Qualidade
Maria Carmen C. Sacramento Laboratório Dr. Sérgio Franco
Mateus Mandu de Souza Programa Nacional de Controle de Qualidade
Nadilson da Silva Cunha Programa Nacional de Controle de Qualidade
Vanderlei Eustáquio Machado Laboratório Vanderlei Machado
Membros ausentes justificados
Alberto Soares da Silveira Júnior PIALAB
Américo Amurari São Bernardo Assistência Médica
Carmen Sacramento Laboratório Dr. Sérgio Franco
Cleusa Maria Vieira Miguel Patologia Clínica Dra. Cleusa
Edson de Oliveira Andrade Conselho Federal da Medicina
Efigênia L. T. Amorim Laboratório Dr. Sérgio Franco
Erlo Roth Hinsdale Consultoria
Glaura Nisya de Oliveira Cruz Sociedade Brasileira Pediatria
Homero Jackson de Jesus Lopes Analisa Diagnóstica
Jerolino Lopes Aquino Laboratório Carlos Chagas
João Nilson Zunino Laboratório Médico Santa Luzia
José Carlos Basques Labtest SA
Lenira da Silva Costa Conselho Federal de Farmácia
Noemy Yamaguishi Tomita Conselho Federal de Biologia
Paulo Roberto da Costa Bioclínica
Rita Ramos Fernandes LAC Guapi
Rogério de Lima e Silva Cavalcanti Diagnósticos da América
ABNT
Associação Brasileira
de Normas Técnicas
ABNT/CB 36 - Comitê Brasileiro de Análises Clínicas e Diagnóstico in vitro
Texto-base do projeto de norma 36:002.02-006
Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o
exame da urina
Versão: 3.4
Data de expedição: 19/06/2002
ABNT/CB-36
Secretaria Técnica
Rua Vicente Licínio, 99
Rio de Janeiro – RJ
20270.902
(21) 22 64 44 49
www.cb36.org.br
Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
2
Sumário
Prefácio
Introdução
1 Objetivo
2 Referência normativa
3 Termos e definições
4 Instrução de coleta da amostra
5 Critérios para recusas
6 Procedimentos para a realização do exame
7 Critérios para expressão dos resultados
8 Controle interno da qualidade
9 Laudo
10 Intervalo de valores de referência biológica
11 Equipamentos
12 Exame químico
ANEXOS
A Recomendações para o frasco da coleta
B Recomendações para a identificação do material do paciente
C Preparo da amostra controle para o controle interno da qualidade
D Boas práticas de uso da tira de urina
E Características organolépticas da urina
F Bibliografia
Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitê Brasileiros ( ABNT/CB ) e dos Organismos de Normalização Setorial
( ABNT/ONS ), são elaboradas por Comissões de Estudo ( CE ), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros ( universidades, laboratórios e outros ).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública
entre associados da ABNT e demais interessados.
Introdução
O exame de urina é um exame freqüente no laboratório clínico dada a sua grande aplicação na avaliação ou
monitoramento da condição de saúde dos pacientes, podendo ser realizado para:
1 Auxiliar no diagnóstico de certas doenças;
2 Triagem populacional a fim de constatar a presença ou ausência de doenças assintomáticas, congênitas ou
hereditárias;
3 Monitorar o progresso de uma doença;
4 Monitorar a eficácia ou complicações resultantes de uma terapia e
5 Triagem de trabalhadores para constatar a presença ou ausência de doença adquirida no trabalho.
O exame de urina realizado pelos procedimentos desta norma é confiável, exato, seguro e econômico. O exame de
urina compreende algumas ou todas das partes:
1 Avaliação macroscópica, como por exemplo a cor e a transparência;
2 Medidas físicas, como por exemplo o pH, o volume e a densidade ( peso específico );
3 Pesquisa de substâncias químicas empregando tiras de urina ou métodos clássicos e
4 Exame microscópico do sedimento ou dos sólidos em suspensão.
Esta NBR fornece ao laboratório clínico as recomendações e os requisitos para realizar o exame de urina e
orientações, descritas nos anexos informativos.
1 Objetivo
Este projeto de norma descreve os requisitos mínimos e recomendações para a realização do exame de urina no
laboratório clínico, abrangendo as especificações da coleta, o preparo do paciente para a coleta do material, a coleta
do material pelo paciente ou sob a responsabilidade do laboratório, o armazenamento do material pelo paciente e pelo
laboratório clínico, o transporte do material pelo paciente ou pelo laboratório, os critérios de recusa do material do
paciente, execução do método de exame, a expressão do resultado e o controle qualidade.
Esta norma foi elaborada para as pessoas do laboratório clínico, responsáveis pelo preparo, coleta, armazenamento e
análise da urina e para os médicos de várias especialidades, responsáveis pela interpretação dos resultados.
Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
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Este projeto de norma possuí os anexos informativos de A até F, que descrevem as recomendações para o frasco da
coleta, para a identificação do material do paciente, o preparo da amostra controle para o controle interno da
qualidade do exame da urina, as boas práticas no uso de tira reagente, as características organolépticas da urina e
bibliografia.
Esta NBR não aplica-se ao exame de urina realizado por citometria de fluxo.
2 Referência normativa
A norma relacionada a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta
Norma. A edição indicada estava em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão,
recomenda-se àqueles que realizem acordo com base nesta norma que verifiquem a conveniência de se usar a
edição mais recente da norma cita a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado
momento.
NBR 14500:2000 Gestão da qualidade no laboratório clínico
NBR 10004:1998
NBR 14785:2001 Segurança no laboratório clínico
3 Definições e termos
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições.
3.1 Critérios de recusas
Uma ou mais condições apresentadas pelo frasco de coleta, preparo do paciente, material do paciente ou reagentes
que diferem das especificações de qualidade do laboratório clínico e que impedem ou limitam o uso do material do
paciente ou a realização do exame.
3.2 Estruturas celulares
Denominação genérica para as células e os microrganismos da urina.
3.3 Exame de urina
Exame realizado numa amostra de urina humana para determinar os caracteres físicos e químicos e para verificar a
presençae características de estruturas celulares e de outra origem.
Nota
1 O exame de urina é conhecido com outras denominações, tais como, urina rotina, sumário de urina, urina do tipo 1,
EAS (elementos anormais e sedimento) , EQU (exame químico de urina) , ECU (exame comum de urina), urina parcial
e PEAS (pesquisa dos elementos anormais e sedimento).
3.4 Instrução ao paciente
Informação documentada do laboratório clínico que instrui o paciente ou seu responsável sobre o procedimento para o
preparo e a coleta do material.
Nota
A informação precisa ser em linguagem de fácil compreensão pela maioria dos pacientes ou seus responsáveis.
3.5 Método químico
Método de pesquisa das substancias químicas da urina pela utilização de reagentes específicos.
Notas
1 Os métodos químicos são também conhecidos como métodos clássicos ou química úmida.
2 Os métodos químicos podem ser empregados para confirmar o resultado da triagem feita com a tira de urina.
3.6 Procedimento da qualidade
Conjunto de orientações para comunicar de uma atividade ou de um processo relacionadas à qualidade
3.7 Sedimento urinário
Material obtido pela centrifugação de uma amostra de urina ou que é detectado pelo citômetro de fluxo, formado por
células, cilindros, cristais, microorganismos ou de outra origem.
3.8 Tira de urina
Suporte plástico formado de almofadas contendo reagentes ou sistemas de reagentes para a pesquisa de certas
substâncias químicas ou provenientes de estruturas celulares. O produto da reação é uma cor, de intensidade
proporcional à quantidade da substância química ou estrutura celular presente na amostra.
Notas
1 A tira de urina precisa ser mantida nas condições especificadas pelo seu fabricante, para que a integridade reativa
seja preservada.
2 As diferentes tiras de urina possuem diferentes capacidades de reação com as substâncias químicas ou com as
estruturas celulares.
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3 A tira de urina é conhecida também como tira reagente.
3.9 Urina
Produto de origem renal humana, constituído de uma suspensão de sólidos dissolvidos, de estruturas celulares e de
outros tipos, armazenado temporariamente na bexiga e normalmente excretado pela uretra.
3.10 Urina de jato médio
Amostra de urina equivalente a parte intermediária do jato urinário, obtida de acordo com a recomendação desta NBR.
4 Instrução de coleta da amostra
Considerando que a exatidão dos resultados do exame de urina dependem, dentre outros fatores, da qualidade da
amostra do paciente, o laboratório clínico de seguir estas recomendações para a coleta e o transporte.
4.1 Recomendações gerais
4.1.1 O laboratório clínico deve fornecer instrução escrita ao paciente e verbal sempre que necessário, para o preparo
do paciente, para a coleta do material.
4.1.2 As instruções devem conter as informações necessárias para o entendimento do paciente ou do seu
responsável, de maneira à assegurar a preparação do paciente para que a coleta do material ocorra em conformidade
com o requisito de qualidade do laboratório clínico para o exame.
4.1.3 A instrução fornecida ao paciente deve estar em conformidade com os requisitos da NBR 14500:2000 e aplicam-
se aos diferentes tipos de coleta que são descritos nesta NBR.
4.1.4 O laboratório clínico deve enfatizar as condições de higiene pessoal necessárias para a coleta do material do
paciente, considerando pelo menos:
1 A lavagem das mãos com água e sabão, antes e depois da coleta;
2 O uso de luvas, quando houver indicação da condição de saúde do paciente e
3 A higiene dos órgãos genitais de acordo com a necessidade do exame.
4.1.5 Se for necessário outro tipo de cuidado especial com o paciente, o laboratório clínico deve informar à ele ou seu
responsável, verificando o devido entendimento para executar esta tarefa.
4.1.6 O paciente deve ser orientado escrito e verbalmente, para observar as condições de armazenamento do frasco
durante a coleta e o transporte para o laboratório clínico de maneira que o material seja conservado conforme os
requisitos de qualidade do laboratório clínico para o exame que será realizado, para que o frasco de coleta da urina
seja corretamente identificado e vedado de maneira a impedir o vazamento.
4.1.7 O diretor do laboratório deve recolher as cópias da instrução de preparo do paciente, sempre que nova versão
for implementada.
4.1.8 A coleta de material para o exame de urina deve ser realizada preferencialmente no laboratório
4.1.9 Quando houver a coleta simultânea de material para o exame de urina e para outros exames que empregam a
urina, o paciente deve ser orientado, sempre que possível, para coletar separadamente o material do exame de urina.
4.2 Coleta do jato médio
4.2.1 A urina de jato médio é o material de escolha para realizar o exame, exceto quando for necessária a coleta com
auxílio do coletor auto-aderente.
4.2.2 Coleta masculina
As seguinte orientações para a coleta da urina devem ser fornecidas aos pacientes além das mencionadas no item
4.1:
a) Expor a glande e lavá-la com água e sabão;
b) Enxugar com toalha de pano limpa, ou de papel descartável ou com uma gaze;
c) Com uma das mãos expor e manter retraído o prepúcio;
d) Com a outra mão, segurar o frasco de coleta destampado e identificado;
e) Desprezar no vaso sanitário o primeiro jato urinário;
f) Sem interromper a micção, urinar diretamente no frasco de coleta até completar de 20 mL a
50 mL;
g) Desprezar o restante da urina existente na bexiga no vaso sanitário e
h) Fechar o frasco de coleta.
Notas
1 Não usar anti-séptico em substituição ao sabão.
2 Usar o sabão habitualmente empregado para o banho.
4.2.3 Coleta feminina
Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
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As seguintes orientações para a coleta da urina devem ser fornecidas as pacientes além das mencionadas no item
4.1:
a) Lavar a região vaginal, de frente para trás, com água e sabão;
b) Enxugar com toalha de pano limpa, ou de papel descartável ou com uma gaze;
c) Sentar no vaso sanitário e afastar as pernas;
d) Com uma das mãos afastar os grandes lábios;
e) Com a outra mão, segurar o frasco de coleta destampado e identificado;
f) Desprezar no vaso sanitário o primeiro jato urinário;
g) Sem interromper a micção, urinar diretamente no frasco de coleta até completar de 20 mL a
50 mL;
h) Desprezar o restante da urina existente na bexiga, no vaso sanitário e
i) Fechar o frasco de coleta.
Notas
1 Não usar anti-séptico em substituição ao sabão.
2 Usar sabão habitualmente empregado para o banho.
3 Excetuando os casos de urgência a urina deve ser coletada 3 a 5 dias após o término do sangramento menstrual.
4.3. Coleta com uso de coletor auto-aderente
4.3.1 A coleta da urina com o auxílio do coletor auto-aderente é particularmente recomendada para as crianças e
outros pacientes que possuem dificuldades para a coleta da urina de jato médio conforme descrito no item 4.2. É
recomendável para as crianças sem controle de micção. As seguintes orientações devem ser fornecidas aos
pacientes além das mencionadas no item 4.1, para a coleta da urina com auxílio do coletor auto-aderente.
4.3.2 Higiene do paciente
a) Retrair o prepúcio de maneira á expor completamente a glande;
b) Lavar com água e sabão;
c) Enxugar com toalha de pano limpa, ou de papel descartável ou com uma gaze.
4.3.3 Higiene da paciente
a) Afastar os grandes lábios;
b) Lavar com água e sabão e
c) Enxugar com toalha de pano limpa, ou de papel ou com uma gaze.
4.3.4 Coleta da urina
a) Retirar o papel que recobre a fita adesiva do coletor auto-aderente;
b) Fixar o coletor auto-aderente na região genital de maneira que a uretra fique coberta por ele;
c) Aguardar 30 minutos no máximo, até que a urina seja emitida dentro do coletor auto-aderente;
d) Retirar cuidadosamente o coletor auto-aderente e
e) Fechar com auxílio de uma fita adesiva.
Caso nãoocorra a emissão da urina até 30 minutos após a colocação do coletor auto-aderente, ele deve ser retirado,
descartado e repetidos os passos do item 4.3.4, no máximo duas vezes e observar a presença de hiperemia genital
antes da segunda troca.
Notas
1 Não usar anti-séptico em substituição ao sabão.
2 Usar sabão habitualmente empregado para o banho.
4.4 Coleta do primeiro jato
4.4.1 A urina do primeiro jato pode ser empregada para realizar o exame de urina quando o paciente não puder
coletar a urina do jato médio ou houver indicação clínica.
4.4.2 Quando houver a coleta simultânea de material para o exame de urina e para outros exames que empregam a
urina, o paciente deve ser orientado, sempre que possível, para coletar separadamente o material do exame de urina.
4.4.3 O laboratório clínico deve informar ao paciente da necessidade e relevância para o resultado do seu exame, de
seguir as instruções de preparo, coleta, armazenamento e conservação que foram fornecidas.
4.4.4 Coleta masculina
As seguinte orientações para a coleta da urina devem ser fornecidas aos pacientes além das mencionadas no item
4.1:
Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
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a) Expor a glande e lavá-la com água e sabão;
b) Enxugar com uma toalha de pano limpa, ou de papel descartável ou com uma gaze;
c) Com uma das mãos expor e manter retraído o prepúcio;
d) Com a outra mão, segurar o frasco destampado e identificado e,
e) Urinar diretamente no frasco até completar de 20 mL a 50 mL.
f) Fechar o frasco de coleta
Notas
1 Não usar anti-séptico em substituição ao sabão.
2 Usar o sabão habitualmente empregado para o banho.
4.4.5 Coleta feminina
As seguinte orientações para a coleta da urina devem ser fornecidas as pacientes além das mencionadas no item
4.1:
a) Lavar a região vaginal, de frente para traz, com água e sabão;
b) Enxugar com uma toalha de pano limpa, ou de papel descartável ou com uma gaze;
c) Sentar no vaso sanitário e afastar as pernas;
d) Com uma das mãos afastar os grandes lábios;
e) Com a outra mão, segurar o frasco destampado e identificado;
f) Urinar diretamente no frasco até completar de 20 mL a 50 mL e
g) Fechar o frasco de coleta.
Notas
1 Não usar anti-séptico em substituição ao sabão.
2 Usar o sabão habitualmente empregado para o banho.
4.5 Coleta de criança
4.5.1 No caso de criança demasiado jovem e neonatos, o laboratório clínico pode empregar coletor auto-aderente
hipoalergênico.
4.5.2 Alguns laboratórios clínicos preferem coletar a urina de bebês muito pequenos com bolas de algodão, ao invés
do coleto auto-aderente. Neste caso é muito importante que o microscopista esteja ciente da possível presença de
corpos estranhos.
4.5.3 A higiene das partes púbicas de bebês muito pequenos pode ser dispensada na hora coleta, pois pode provocar
micção espontânea, perdendo a amostra, de uma coleta já difícil pela natureza do paciente.
4.5.4 Procedimento
As recomendações descritas no item 4.3, quando aplicáveis, devem ser observadas pelo pessoal do laboratório
clínico. É recomendável que o pessoal do laboratório clínico proceda da seguinte forma para a coleta da urina com o
emprego do coletor auto-aderente.
4.5.4.1 Recomendações gerais
a) Identificar o coletor auto-aderente
b) Separar as pernas da criança
c) Certificar que a região púbica e perineal estão limpas, secas e isentas de muco.
Nota
Caso necessite de limpeza não aplicar pós, óleos ou loções sobre a pele da região púbica e perineal.
d) Verificar o coletor auto-aderente periodicamente após a fixação na pele, por exemplo, de 15 em 15 minutos
e) Após retirar o coletor auto-aderente, fechar com a sua cola ou se necessário, transferir, evitando a contaminação,
para um frasco de coleta previamente identificado
4.5.4.2 Coleta feminina
a) Retirar o papel protetor da cola do coleto auto-aderente
b) Esticar o períneo para remover as dobras da pele
c) Colocar o adesivo na pele em volta dos genitais externos, de maneira que a vagina e o reto fiquem isolados e
evitando a contaminação
d) Pressionar firmemente o coletor auto-aderente contra a pele
4.5.4.3 Coleta masculina
a) Retirar o papel protetor da cola do coleto auto-aderente
b) Colocar o coletor auto-aderente de maneira que o pênis fique no seu interior
c) Pressionar firmemente o coletor auto-aderente contra a pele
4.6 Coleta supervisionada ou assistida
Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
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4.6.1 A coleta de urina obtida com cateter ou com aspiração suprapúbica, quando realizadas no laboratório clínico,
pode exigir a supervisão ou a participação de pessoal treinado.
4.6.2 Na amostra de urina obtida com cateter inserido na bexiga através da uretra com o uso de técnica estéril, a urina
pode ser coletada como único amostra do fluxo do cateter.
4.6.3 Na amostra de urina obtida com aspiração da bexida distendida através da parede abdominal com o uso de
técnica estéril, o procedimento deve ser realizado por um médico treinado.
4.7 Identificação do frasco de coleta
4.7.1 O laboratório clínico deve informar ao paciente as condições para a identificação do frasco contendo o material
coletado.
4.7.2 Recomenda-se que pelo menos os seguintes elementos estejam considerado na identificação do frasco:
a) Nome completo do paciente e
b) Data e horário da coleta do material.
4.7.3 As informações do item 4.5.2 devem estar legíveis quando do recebimento do material pelo laboratório clínico.
4.8 Armazenamento, conservação e transporte até ao laboratório
4.8.1 O laboratório clínico deve informar ao paciente as condições para o armazenamento do material coletado até
que lhe seja entregue, para a conservação e o transporte.
4.8.2 As condições para a conservação do material devem possibilitar a manutenção da integridade dos elementos e
contribuir para a estabilidade das substâncias químicas.
4.8.3 O laboratório clínico deve alertar ao paciente para a necessidade do fechamento do frasco de coleta durante o
seu armazenamento, conservação e transporte.
4.8.4 A urina deve ser transportada até ao laboratório clínico com não mais de 1 hora após a coleta.
4.8.5 Quando a urina não puder ser entregue ao laboratório clínico até 1 hora após a coleta, ela deve ser conservada
na faixa de 2 ºC a 10 ºC, até o momento da entrega. Não é recomendado o uso no refrigerador doméstico.
4.8.6 O transporte da urina pode ser feito com o auxílio de gelo para envolver o frasco de coleta ou com gelo
reciclável.
4.8.7 A urina não deve ser congelada.
4.8.8 Cuidado especial deve ser solicitado ao paciente quando do transporte do coletor auto-aderente, para evitar o
rompimento da embalagem.
5 Critérios para recusas
Os critérios para a recusa descritos nesta NBR e classificados em pré analítico e analítico, não são os únicos
existentes, o laboratório clínico poderá acrescentar outros que julgar necessário.
5.1 Pré analíticos
5.1.1 Frasco de coleta
Quando o frasco de coleta estiver com sinal de dano ou não for característico do fornecido pelo laboratório, deve ser
recusado o recebimento do frasco e a realização do exame.
Nota
O anexo A apresenta recomendações para o frasco de coleta da urina.
5.1.2 Identificação do frasco
Quando o frasco de coleta não contiver a identificação preconizada pelo laboratório, deve ser recusado o recebimento
do frasco.
Nota
O anexo B apresenta recomendações para a identificação do frasco de coleta da urina.
5.1.3 Horário da coleta
Quando o horário da coleta for superior a 1 hora, o laboratório clínico deve recusar o recebimento do material.
5.1.4 Número de trocas do coletor auto aderente
Quando for necessário mais de 3 trocas do coletor auto aderente, especialmente nas pacientes, o laboratório deve
interromper o prosseguimento de tentativa de coleta. O pessoal do laboratório clínico deve observar a presença de
hiperemia genital antes de cada troca e quando necessário, interrompera troca e a coleta.
5.1.4 Condições de conservação
Quando as condições de conservação do material não forem as especificadas pelo laboratório, deve ser recusado o
recebimento do material do paciente.
5.1.5 Condições da coleta
Projeto 36:002.02-006:2002 Laboratório clínico – Requisitos e recomendações para o exame da urina
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Quando houver sinais de contaminação do material com fezes, substâncias químicas ou material em suspensão, o
material do paciente deve ser recusado.
5.1.6 Quantidade de material
Excetuando as condições de anúria, de crianças ou da impossibilidade do paciente de coletar um volume maior que
10 mL, o laboratório clínico não deve receber uma amostra com volume inferior a 10 mL. Preferivelmente a amostra
deve ser de 50 mL.
5.1.7 Preparo do paciente
Quando a preparação do paciente ou o modo da coleta do material preconizado pelo laboratório clínico, não for
atendido pelo paciente.
5.2 Analíticos
5.2.1 Tempo para início do exame
O exame de urina deve ser iniciado com no máximo 2 horas após a coleta do material e quando isto não ocorrer, novo
material deve ser solicitado ao paciente e o presente material, desprezado.
5.2.2 Características organolépticas
Nem sempre é possível examinar todas as características organolépticas de todas as amostras de urina, pois como
ocorre com o odor, além de subjetiva a avaliação, o olfato humano é susceptível de saturação se usado repetidas
vezes com intervalos de tempo pequenos entre eles e torna-se incapaz de distigüir entre os odores. O laboratório
clínico deve estabelecer quais são as características organolépticas que empregará para recusar a amostra de urina.
O anexo é apresenta sugestões que podem ser úteis para isto.
5.2.3 Desempenho da tira reagente
Quando o resultado da amostra controle for diferente do esperado, o laboratório clínico não deve empregá-la para
examinar as amostras dos pacientes até que a divergência seja esclarecida.
Nota
O anexo D apresenta recomendações para a tira de urina.
5.2.4 Microscopia
Quando o microscópio não for capaz de fornecer aumento de 100 vezes e de 400 vezes, ele não deve ser empregado
para examinar o sedimento urinário.
5.2.5 Artefato e contaminação
A presença de artefato ou de contaminação, como talco, fio de tecido, fezes, restos de papel higiênico ou de outra
origem ou de gotas de óleo, entre outros, pode impedir que o exame seja prosseguido e que o resultado seja emitido.
Caso seja necessário o laboratório clínico pode verificar a amostra recebida com o emprego de uma solução aquosa
de Cloreto de bário a 10 %, colocando 2 a 3 gotas num frasco contendo aproximadamente 10 mL da amostra e se a
amostra testada for urina, deve aparecer uma turvação.
6 Procedimentos para a realização do exame
6.1 O laboratório clínico deve possuir um procedimento da qualidade descrevendo a realização do exame em
conformidade com a NBR 14500:2000 e os requisitos desta NBR. As recomendações constantes desta NBR podem
ser adotadas pelo laboratório na preparação do seu procedimento
6.2 O exame de urina consta, pelo menos, da observação das características organolépticas, das propriedades
físicas, da pesquisa de substâncias químicas e da pesquisa de estruturas celulares ou não que podem ser observadas
no microscópio.
6.3 A observação das propriedades organolépticas como odor, podem sinalizarem alterações da saúde do paciente.
Notas
1 Não é recomendado cheirar as urinas, embora certos odores sejam indicativos de alterações da saúde do paciente.
2 O anexo E possuí outras informações sobre as características organolépticas da urina.
6.4 Cuidados gerais
6.4.1 O exame da urina deve iniciar no máximo 2 horas após a coleta do material. Caso este tempo não possa ser
cumprido o laboratório clínico deve refrigerar o material de 2OC a 10OC. Não há prazo de duração pré estabelecido
para armazenar a urina refrigerada como preservativo. A amostra do paciente deve estar na temperatura de 15 OC a
25 OC, antes de iniciar o exame da urina.
Notas
1 A pesquisa do Urobilinogênio deve ser feita com amostra mantida a temperatura 15 OC a 25 OC.
2 A Bilirrubina e Urobilinogênio são instáveis e sofrem ação da luz.
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3 Há bactérias que consomem a Glicose e o pH da urina pode ser alterado.
4 Urina com densidade inferior a 1,010 ou pH maior que 7 oferece as condições favoráveis para alteração dos
cilindros, hemácias e leucócitos.
6.4.2 O material do paciente deve ser homogeneizado por inversão 3 a 4 vezes antes de iniciar o exame.
6.4.3 Se no mesmo material do paciente for realizado a cultura da urina, ele deve ser semeado primeiro.
6.4.4 Quando da presença de precipitado no material do paciente que possa ser dissolvido pela temperatura, isto
deve preceder ao início do exame.
6.4.5 O tubo de centrífugação deve estar identificado com o número de registro do paciente ou equivalente, antes de
iniciar o exame.
6.4.6 A lâmina e a lamínula devem estar limpas e sem gordura.
6.4.7 As recomendações de segurança contidas na NBR 14785:2001 e que sejam adequadas ao exame de urina
devem ser aplicadas.
6.5 Propriedades físicas
6.5.1 Pelo menos as seguintes propriedades físicas devem ser examinadas na urina: a cor, o volume e o pH.
6.5.2 Medir em uma proveta ou através do frasco de coleta graduado, o volume ( mL ) da urina e anotar o resultado.
6.5.3 Comparar a urina com a escala de cores adotada pelo laboratório clínico e anotar o resultado.
Nota
O anexo E sugere uma escala de cores para a urina.
6.5.4 Medir o pH com uma fita de papel impregnada com indicador ou com a tira de urina e anotar o resultado.
6.6 Pesquisa dos elementos anormais
6.6.1 O procedimento descrito nesta NBR emprega a tira de urina para pesquisar os elementos anormais da urina.
Notas
1 Este procedimento é uma triagem e a confirmação com um método químico pode ser necessária.
2 Consulte o anexo D para mais informação sobre o manuseio, armazenamento e uso das tiras reagentes.
6.6.2 Pelo menos os seguintes elementos anormais devem ser pesquisados: Albumina ( proteína ), Glicose, Cetona,
Nitrito, Bilirrubina, Urobilinogênio e Hemoglobina.
6.6.3 Mergulhar a tira de urina no material do paciente.
6.6.4 Desprezar imediatamente o excesso de urina contido nela.
6.6.5 Fazer a leitura e interpretação da reação dentro do intervalo de tempo previsto pelo fabricante para cada área da
tira de urina.
Notas
1 Os intervalos de tempo para ocorrem as reações e para as suas leituras podem diferir de um fabricante de tira de
urina para outro ou de uma reação para outra.
2 A escala de cores das reações pode diferir de um fabricante de tira de urina para outro.
6.6.6 A leitura da tira de urina pode ser feita com auxílio de um equipamento ou visualmente.
6.6.7 Anotar os resultados das reações de acordo com a escala do fabricante da tira de urina.
6.6.8 A tira de urina não deve ser exposta a vapores voláteis.
6.6.9 Não empregar tira de urina que por alguma razão alterou a intensidade da cor original.
6.6.10 Não cortar a tira de urina.
6.7 Obtenção do sedimento
6.7.1 Transferir uma alíquota de 12 mL da urina para um tubo de centrifugação cônico.
6.7.2 Centrifugar a 400g ( aproximadamente 1.800 rpm ) durante 5 minutos.
6.7.3 Desprezar o sobrenadante deixando aproximadamente 1 mL de urina e o sedimento no tubo de centrifugação.
6.7.4 Resuspender o sedimento com a urina remanescente, através de leves batidas no fundo do tubo de
centrifugação.
6.8 Exame microscópico do sedimento
6.8.1 Se desejar usar algum corante, adicioná-lo ao tubo de centrifugação em quantidade suficiente e homogeneizar.
A tabela 2 indica os principais corantes e suas aplicações.
6.8.2 Retirar 0,02 mL do sedimento ressuspendido e homogeneizado e colocar numa lâmina, cobrindo-o com uma
lamínula de 22mm x 22mm.
6.8.3 Examinar 10 campos microscópicos com aumentos de 100 vezes e de 400 vezes.
Notas
1 A observação com aumento de100 vezes é para verificar a condição da homogeneidade da distribuição dos
elementos presentes no sedimento.
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2 A observação com aumento de 400 vezes deve ser empregada para a contagem das estruturas celulares,
identificação de microorganismos, dos cilindros, das células ou dos cristais, ou para o exame quantitativo.
6.8.4 Anotar os resultados das estruturas observada de maneira que ele expresse a distribuição visualizada nos 10
campos microscópicos.
6.8.5 Desprezar a lamínula, a lâmina, o restante do material conforme o PGRSS do laboratório clínico.
6.8.6 De maneira geral é possível observar no sedimento urinário:
1 Campo com aumento de 100 vezes
a) Cilindro: hialino, granuloso, céreo, celular, hemático, leucocitário, largo, graxo ou bacteriano (? );
b) Célula epiteilial: transicional, escamosa ou tubular renal;
c) Eritrócito;
d) Leucócito;
e) Célula leveduriforme;
f) Trichomonas vaginalis;
g) Ovo de helminto; 
h) Espermatozóide;
i) Cristal e
j) Artefato e contaminação.
2 Campo com aumento de 400 vezes
a) Bactéria;
b) Eritrócito, incluindo os eritrócitos dismórficos;
c) Célula leveduriforme;
d) Trichomonas vaginalis;
e) Ovo de helminto;
f) Espermatozóide;
g) Cristal;
h) Artefato e contaminação;
i) Caracterização do cilindro, da célula epitelial, da célula leveduriforme, do Trichomonas vaginalis, do ovo de
helminto, do espermatozóide e do cristal e,
j) Diferenciação dos cilindros e das células epiteliais.
l) Inclusões virais
6.8.7 Cristais urinários
Os cristais que podem estar presentes na urina são classificados de acordo com o pH, em cristais de urina ácida,
neutra ou alcalina, conforme a tabela 1.
6.9 Revisão do sedimento
6.9.1 O laboratório clínico deve estabelecer em um procedimento da qualidade os seus critérios para a revisão do
resultado anormal do sedimento.
Tabela 1 - Classificação dos cristais urinários habituais
Urina com pH ácido Urina com pH neutro Urina com pH alcalino
Oxalato de cálcio Biurato de amônio Fosfato triplo
Ácido úrico Carbonato de cálcio Biurato de amônio
Urato amorfo Oxalato de cálcio Carbonato de cálcio
Fosfato triplo Fosfato de cálcio
Fosfato amorfo
Notas
1 - Há laboratórios que não reportam a presença de cristais urinários habituais, a menos que estejam presentes em
grande quantidade.
2 - Microscopia com luz polarizada pode ser necessária para auxiliar na identificação de um cristal urinário.
3 - Os cristais de Fosfato triplo podem ser vistos acompanhando ITU - Infecção do Trato Urinário associada com
aumento do pH.
Tabela 2 - Aplicação dos corantes mais usuais
Tipo de estrutura sujeita a coloração Tipo de corante que pode ser empregado
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Lípide e corpo graxo oval Sudan III ou Oil red O
Hemossiderina Azul da Prússia
Eosinófilo Hansel, Giemsa, Wright ou Papanicoloau
Bactéria Gram ou Papanicoloau
Notas
1 Em geral o uso de um corante especial requer um preparo adicional. Um esfregaço concentrado ou um material
obtido de uma cito-centrífuga é útil para a identificação dos elementos mencionados na tabela 2.
2 O corante de Papanicoloau é o preferido para identificar as células renais, epiteliais e tubulares, as células anormais
uroteliais, glandulares e escamosas e condições hematopoiéticas.
3 O corante de Hanesl é recomendado para a identificação de eosinófilo em possível nefrite alérgica.
4 Os corantes supravitais apropriados para suporte líqüido, incluem o Sternheimer-Malbin ( Cristal violeta e Safranina
O ) e o Azul de tolueno a 0,5 %.
7 Critérios para a expressão dos resultados
Os seguintes critérios podem ser empregados pelo laboratório clínico para expressar os resultados das pesquisas das
propriedades físicas, dos elementos anormais e das observações realizadas ao microscópio.
7.1 Propriedades físicas
7.1.1 O volume do material do paciente deve ser expresso em mL, o pH em unidades de pH e a densidade em g/L.
7.1.2 A cor do material do paciente deve ser expresso de acordo com a escala de cores adotada pelo laboratório
clínico.
7.2 Pesquisas químicas
7.2.1 Cetona, Nitrito e Urobilinogênio devem ser expressos como ausente ou presente.
7.2.2 Albumina ( proteína ), Glicose, Bilirrubina e Hemoglobina, podem ser expressos em concentração, de acordo
com a unidade fornecida pelo fabricante da tira de urina ou pelo método químico, ou em cruzes, neste caso variando
de 1 à 4 cruzes, de acordo com a intensidade da cor da reação comparada com a escala de cores da tira de urina.
7.3 Estruturas do sedimento
7.3.1 Contagem em lâmina
7.3.1.1 O número de cada elemento identificado na contagem em lâmina deve ser multiplicado por 4.200, 21.000 ou
10.500
7.3.1.2 Os seguintes fatores devem ser considerados para obter o fator de multiplicação do número de elementos
identificados para expressar o resultado em número de elemento/mL:
a) Volume de urina centrifugado 12 mL
b) Volume de precipitado contido no tubo de centrifugação 1 mL
c) Volume de precipitado examinado ao microscópio 0,02 mL
d) Diâmetro do campo microscópio para o aumento de 400 vezes 0,35 mm
e) Área do campo microscópio para o aumento de 400 vezes 0,096 mm2
f) Área da lamínula de 22mm x 22 mm 484 mm2
g) Número de campos microscópios na área da lamínula de 22mm x 22mm
= 484 mm2 / 0,096 mm2 5040 campos
h) Fator de correspondência do volume de urina contido sob a lamínula de 22mm x 22 mm,
considerando que o volume de urina centrifugado é 12 mL, o volume de urina examinado
é 0,02 mL e o volume de urina contido no tubo de centrifugação é de 1 mL, será igual a 1 mL
dividido por 0,02 mL 50
i) Fator de multiplicação, é igual ao Fator de correspondência vezes o número de campos
microscópicos na área da lamínula, dividido pelo volume de urina centrifugado.
Portanto ele é igual a 50 x 5040 campos dividido por 12 mL de urina 21.000
7.3.1.3 A mudança dos valores mencionados em 7.3.2.1 pode alterar o valor do fator de multiplicação. O laboratório
clínico deve calcular qual será o fator de multiplicação que empregará.
7.3.2 Quantidade arbitrada
7.3.2.1 O laboratório clínico pode expressar o resultado das estruturas observadas no sedimento como:
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12
a) Normal: Quando os elementos encontrados no sedimento estão em quantidade classificada como normal da
acordo com a tabela 5.
b) Individual: Quando um ou mais elemento encontrado no sedimento esta em quantidade diferente da descrita na
tabela 5.
7.3.3 Presença ou ausência
7.3.3.1 Os elementos do sedimento urinário também podem ser expressos pela presença ou pela ausência. Neste
caso não é feito relato do valor da quantidade arbitrada do elemento que foi observado no sedimento.
7.3.4 Critérios para quantidade arbitrada
7.3.4.1 Os critérios para expressar os resultados das observações em quantidades arbitradas são os descritos na
tabela 3:
Tabela 3 - Critérios para expressar as quantidades arbitradas
Critério Descrição do critério
Ausente Quando o elemento não é observado no sedimento
Presente Quando o elemento é observado no sedimento
Raro Quando for observado até 3 estruturas por campo
Algum Quando for observado de 4 a 10 estruturas por campo
Numeroso Quando for observado mais de 11 estruturas por campo
Maciça Quando não for possível contar o número de estrutura por campo, impedindo a visualização
de outras estruturas ou elementos
7.3.4.2 Para expressar a quantidades aproximadas ou arbitrárias das diferentes estruturas encontradas no sedimento
devem ser empregados os requisitos descritos na tabela 4.
Tabela 4 - Expressão dos resultados das estruturas do sedimento
Tipo de estrutura Critério empregado
Célula:epitelial, transicional
escamosa ou tubular renal Ausente, raro, algum ou numeroso
Bactéria Ausenteou presente
Leucócito ( piócito ) Quantidade numérica por campo de 400 vezes, conforme item 7.1
Ausente, raro, algum ou numeroso
Hemácia Quantidade numérica por campo de 400 vezes, conforme item 7.1
Ausente, raro, alguma ou numeroso
Cilindro Quantidade numérica por campo de 400 vezes, conforme item 7.1
Cristal Ausente, raro, algum ou numeroso
Fungo Ausente ou presente
Protozoário Ausente ou presente
Muco Ausente ou presente
Notas
1 Os leucócitos ( piócitos ) ou as hemácias, podem estar presente em quantidade excessiva e neste caso, devem ser
expressos como piúria ou hematúria maciça.
2 Os leucócitos ( piócitos ) podem apresentarem-se agrupados e neste caso devem ser expressos como grumo
piocitário.
8 Controle da qualidade
O controle da qualidade não é a única maneira de garantir confiabilidade ao exame de urina. A qualificação do
pessoal, textos de referência, atlas ou outros materiais visuais e a educação continuada do pessoal são necessários e
úteis. A confiabilidade pode ser comprovada, independente da qualificação do pessoal e da complexidade do exame,
pelos resultados do programa de controle externo da qualidade ou pelo uso de amostra cega.
A educação continuada do pessoal, através da participação regular em cursos ou conferências, é necessária para
assegurar a atualização das habilidades técnicas do pessoal envolvido na coleta e no transporte do material.
8.1 Controle interno da qualidade
8.1. O laboratório clínico deve possuir um procedimento da qualidade em conformidade com a NBR 14500:2000 para
o controle interno e externo da qualidade do exame de urina.
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13
8.1.2 O laboratório clínico deve possuir uma amostra controle de valor para verificar a conformidade das reações da
tira de urina ou de outro método empregado no exame de urina
8.1.2.1 A amostra controle pode ser preparada pelo laboratório clínico conforme instruções contidas no anexo D
8.1.2.2 A amostra controle pode ser a fornecida por um programa de controle externo da qualidade ou adquirida no
comércio.
Nota
O anexo C apresenta uma sugestão para a preparação de um material de controle para avaliar o desempenho da tira
de urina.
8.1.3 O laboratório clínico deve possuir um procedimento da qualidade em conformidade com a NBR 14500:2000 para
verificar a calibração do densímetro e da centrífuga.
8.1.4 O laboratório clínico deve possuir um procedimento da qualidade em conformidade com a NBR 14500:2000 para
verificar a funcionalidade e a limpeza do microscópio.
8.1.5 Os registros do controle interno da qualidade devem ser mantidos conforme a NBR 14500:2000.
8.2 Controle externo da qualidade
8.2.1 É recomendada a participação do laboratório clínico em um programa de controle externo da qualidade.
8.2.2 O programa de controle externo da qualidade deve ser suficiente para monitorar o desempenho do laboratório
clínico para o uso da tira de urina ou do método clássico e do reconhecimento das estruturas possíveis de serem
observadas no sedimento.
8.2.3 As transparências ou diapositivos incluídos em alguns programas de controle externo da qualidade podem
avaliar a capacidade pessoal para identificar corretamente um elemento do sedimento, mas não avaliam a
repetividade da obtenção do sedimento, do preparo da lâmina ou da identificação das estruturas do sedimento.
9 Laudo
9.1 O laboratório clínico deve emitir o laudo para o exame de urina em conformidade com a NBR 14500:2000.
9.2 Os resultados expressos no laudo devem atender aos critérios desta NBR, conforme descritos no item 7.
9.3 As unidades que devem ser empregadas para expressar os resultados são as constantes da tabela 5.
9.4 O laboratório clínico pode emitir o laudo informando que o resultado do exame é normal, quando os valores
observados por ele para a amostra da urina do paciente são iguais ou inferiores aos mencionados na tabela 5. Neste
caso é conveniente que o laboratório clínico informe junto com o laudo os valores da tabela 5. Isto não significa
necessariamente que os valores da tabela 5 estejam impressos no laudo. Existem vários sistemas que permitem
eficientemente informar os valores da tabela 5, como por exemplo, o manual de valores de referência do laboratório
clínico ou uma folha impressa com os mesmos.
10 Intervalo de valores de referência biológico
10.1 Os intervalos de valores de referência são para adultos de ambos os sexos, exceto quando mencionado o
contrário.
10.2 Os valores descritos na tabela 5 representam aqueles que forem possíveis de obter na literatura pesquisada.
Nota
O anexo F contém a bibliografia que foi pesquisada.
Tabela 5 - Intervalos dos valores de referência conhecidos
Elemento Unidade Intervalo de valores de referência
1 Físico-químico
Volume mL/24 horas 750 a 2 500
mL/h 25 a 30
Densidade g/L 1,010 a 1,025
pH Unidade de pH 4,6 a 8
2 Substâncias químicas
Albumina mg/L Adultos: 10 a 140
Crianças com menos de 10 anos: 10 a 100
Glicose g/24 horas Indetectável
Cetonas Não tem Indetectável
Nitrito Não tem Indetectável
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Bilirrubina mg/dL Menor que 0,02
Urobilinogênio UE 0,1 a 1
mg/mL/24 horas 1 a 4
3 Estrturas células
Eritrócito Cada Menor que 3, com aumento de 400 vezes
mL Até 10.000 para Homem
Até 12.000 para Mulher
Leucócito Cada Menor que 4, com aumento de 400 vezes
mL Até 20.000 para Homem
Até 30.000 para Mulher
Célula
Renal Cada Menor que 2
Escamosa Cada Desconhecido
mL Raro
4 Cilindros ( com aumento de 100 vezes )
Eritrocitário Cada Indetectável
Leucocitário Cada Indetectável
Hialino Cada Raro
mL Menor que 2
Granuloso Cada Menor que 2
Graxo Cada Desconhecido
5 Cristal ( com aumento de 100 vezes )
Urato amorfo Indetectável
Ácido úrico Indetectável
Cistina Indetectável
Colesterol Indetectável
Leucina Indetectável
Tirosina Indetectável
Bilirrubina Indetectável
Oxalato de cálcio Indetectável
Fosfato triplo Indetectável
Fosfato de cálcio Indetectável
Fosfato amorfo Indetectável
Notas
1 Uma quantidade indetectável não é necessariamente sinônimo de uma quantidade ausente e sim que a
sensibilidade do método empregado foi insuficiente para identificá-la.
2 Verificar na tabela 3 o critério empregado para classificar raro.
11 - Equipamentos
Existem equipamentos automáticos ou semi-automáticos para realizar o exame de urina, permitindo a determinação
da densidade, a pesquisa de substâncias químicas e análise do sedimento, que classificam os elementos presentes
no sedimento para que possam ser posteriormente confirmados por uma pessoa qualificada. Dentre as vantagens
destes estão:
1 Padronização da análise do sedimento;
2 Reprodutibilidade das análises;
3 Grande número de elementos do sedimento que são avaliados para formar o resultado e
4 Fácil manejo.
11.1 Microscópio
11.1.1O laboratório clínico deve dispor de um microscópio de campo claro que possua pelo menos as seguintes
características:
1 Tubo binocular para permitir a observação do sedimento com os dois olhos;
2 Objetivas de aumento de 10 vezes e de 40 vezes;
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3 Oculares de aumento de 10 vezes ou de 12,5 vezes;
4 Fonte de iluminação interna e de intensidade regulável;
5 Plataforma mecânica dotada de chariot e,
6 Filtro de polarização para exame dos cristais e corpos estranhos.
11.1.2 Quando empregado mais de um microscópio no mesmo laboratório para exame do sedimento, eles possuírem
objetivas e oculares dotadas do mesmo aumento.
11.1.3 O microscópio de contraste de fase fortalece a identificação de estruturas celulares e de outras origem que
possam estar presente no sedimento.
11.1.4 O microscópio de luz polarizada é recomendado para identificar lípides e cristais que possam estar presentes
no sedimento.11.2 Peso específico ou densidade
11.2.1 O laboratório clínico deve possuir um refratômetro ou urodensímetro para medir o peso específico ou a
densidade da urina ou para verificar a medida informada pela tira de urina.
11.2.2 O laboratório clínico deve verificar periodicamente a calibração do refratômetro ou urodensímetro, em
intervalos periódicos programados de acordo com o uso do equipamento e as instruções do fabricante.
11.2.3 O emprego do urodecímetro apresenta as seguintes limitações:
a) Requer um recipiente suficientemente largo para que ele não toque suas paredes;
b) O valor da leitura seja corrigido em função da temperatura no momento da sua obtenção;
c) A visualização do menisco da urina pode ser difícil e prejudicar a leitura.
11.2.4 O urodecímetro não é recomendado para determinar o peso específico ou densidade da urina.
11.3 Centrífuga
11.3.1 A centrífuga deve possuir tampa e manter uma temperatura interna de 15 OC a 25 OC.
11.3.2 A centrífuga deve estar calibrada para uma força de centrifugação relativa de 400 ou de aproximadamente
1500 rotações por minuto.
11.3.3 O laboratório clínico deve verificar periodicamente a calibração da centrífuga, em intervalos periódicos
programados de acordo com o uso do equipamento e as instruções do fabricante.
11.4 Tubo de centrifugação
11.4.1 O tubo apropriado para a centrifugação da urina deve apresentar pelo menos as seguintes características:
1 Transparência que permitia o exame macroscópico da urina;
2 Resistência suficiente para não quebrar dentro da centrífuga nas condições descritas em 11.3.2;
3 Apresentar graduação do volume para facilitar e auxiliar na garantia da quantidade colocada;
4 Possuir tampa para minimizar o risco de derramamento ou de desprendimento de aerssóis durante a centrifugação;
5 Possuir fundo cônico ou estreitado para facilitar a concentração da urina;
6 Ser isento de substância química que possa interferir com o exame.
Nota
O material do tubo de centrifugação pode ser vidro ou plástico.
11.5 Pipeta de transferência ou ponteira
11.5.1 Pipeta de transferência ou ponteira de micropipeta devem estarem limpas e isentas de partículas.
11.5.2 Pipeta de transferência ou ponteira de micropipeta são recomendas para transferir o sedimento e para
minimizar o risco biológico associado com a re-suspensão e transferência do sedimento.
11.5.3 Não é recomenda a reutilização da pipeta de transferência ou da ponteira.
11.6 Lâmina e lamínula
11.6.1 São preferíveis as lâminas e lamínulas para microscopia ou os dispositivos contendo câmaras calibradas, que
sejam descartáveis.
Nota
Não é recomendada a reutilização da lâmina, lamínula ou do dispositivo contendo câmara calibrada.
11.6.2 As lâminas ou câmaras de plástico não são adequadas para microscopia com luz polarizada.
11.7 Leitora de tira de urina
A leitora de tira de urina são fotômetros de reflectância capazes de medirem a intensidade da luz refletida pela
superfície da almofada da tira de urina.
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11.7.1 A leitora de tira é recomendada por eliminar as variações decorrentes da duração estabelecida pelo fabricante
da tira de urina para ocorrer a reação e para interpretar visualmente o seu resultado.
11.7.2 A seleção do programa da leitora deve ser compatível com a tira de urina que será empregada.
11.7.2 Pelo menos os seguintes cuidados devem ser tomados no uso e no manuseio da leitora de tira de urina:
1 Ler e seguir as instruções do seu fabricante contidas no manual de operação;
2 Estabelecer e seguir um plano de manutenção, de verificação da calibração e da calibração;
3 Conservá-la limpa e
4 Os derramentos devem ser limpos imediatamente após a sua ocorrência.
12 - Exame químico
12.1 A pesquisa de substâncias químicas na urina pode ser realizada por dois tipos de processos: o método clássico
ou de química úmida ou pelo método de triagem através da tira de urina.
12.2 Os principais métodos clássicos ou de química úmida são os descritos na tabela 6.
12.3 Os métodos clássicos ou de química úmida são particularmente importantes para a confirmação de resultado
obtido com a tira de urina.
Tabela 6 - Principais características dos métodos clássicos ou química úmida
Constituinte Característica
Acetona ( Cetonas ) Reativo de Imbert modificado, reativo de Rither ou de Rothera
Bilirrubina Prova de Worth e Flitman
Glicose Reativo de Benedit ou Glicose-oxidase-peroxidase
Nitrito Reação de Griess
pH Papel de tornasol ou embebido com indicador universal.
Pigmentos biliares Solução de lugol forte, reação de Grimbert ou teste de Fouchet
Proteínas Reativo de Robert, Ácido tricloroacético, Ácido sulfosalicílico ou Ácido nítrico-nitroso
Sais biliares Teste de Hay
Sangue e hemoglobina Reativo de benzidina, Reação de Meyer-Joahannesser ou de Jojanessenn
Urobilina Reação de Schlesinger
Urobilinogênio Reativo de Erlich
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Anexo A – Recomendações para o frasco de coleta
A.1 Uso único
A1.1 Recomenda-se que o frasco de coleta da urina seja de uso único e descartável conforme a especificação do
laboratório clínico, em atendimento a NBR 10004 e o regulamento sanitário ao qual o laboratório clínico está sujeito.
A.2 Tipo de material
A.2.1 Recomenda-se que o frasco de coleta de urina seja isento de substância química que possa interferir com a tira
de urina ou com o método químico.
A.2.2 Independente do tipo de material do frasco de coleta, é conveniente que ele seja transparente e incolor.
A.2.3 Se o material do frasco de coleta for de plástico, é conveniente que tenha a resistência devida para assegurar o
transporte seguro até ao local de exame no laboratório, sem que ocorra ruptura ou vazamento.
A.2.4 O frasco de coleta de vidro não é recomendado e é empregado somente quando não há disponibilidade de outro
tipo de material.
A.3 Dimensões
A.3.1 A dimensão do frasco de coleta necessita ser adequada às condições físicas do paciente e ser a necessária
para conter o volume de urina suficiente para o exame de urina.
A.3.2 De maneira geral, é conveniente que o frasco de coleta tenha dimensões suficiente para conter 50 mL de urina.
A.3.3 Recomenda-se que a base do frasco de coleta seja plana, para minimizar o possível derrame acidental.
A.3.4 Recomenda-se que o diâmetro interno da boca do frasco de coleta seja de pelo menos 4 cm de raio.
A.4 Vedação
A.4.1 Recomenda-se que o frasco de coleta ofereça condições de vedação que impeça o vazamento da urina durante
a coleta, o armazenamento e transporte até ao local da realização do exame.
A.4.2 Quando o frasco de coleta destinar-se também a coleta de urina para a cultura, a sua vedação deve assegurar
as condições de esterilidade durante o armazenamento dele no local de entrega ao paciente.
A.4.3 Recomenda-se que a tampa seja fácil de colocar e de remover.
A.4.4 Se for necessário, recomenda-se o emprego de um segundo recipiente para conter eventual vazamento.
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Anexo B – Recomendações para a identificação do material do paciente
A identificação do material do paciente é iniciada pela identificação do frasco de coleta e para que a rastreabilidade do
processo seja verificada é conveniente que o laboratório clínico possua pelo menos:
B.1 Procedimento da qualidade
B1.1 Recomenda-se que o laboratório clínico tenha um procedimento da qualidade que descreva a identificação do
material do paciente nas diferentes etapas que isto é necessário. Este procedimento da qualidade deve atender aos
requisitos da NBR 14500:2000.
B.2 Etiqueta de identificação
B.2.1 Recomenda-se que a etiqueta de identificação seja afixada na parte externa do frasco coleta de urina e não na
tampa.
B.2.2 Recomenda-se que o material da etiqueta permita a escrita ea sua manutenção, empregando-se objetos
comuns para isto, como por exemplo a caneta esferográfica.
B.2.3 O teor da escrita na etiqueta deve ser legível e indelével.
B.2.4 É conveniente que o laboratório clínico avalie a capacidade do meio físico da etiqueta para reter a escrita, antes
de coloca-la em uso, excluindo aquele que não mantiver legível a escrita com os objetos comumente empregados
pelos seus pacientes.
B.3 Conteúdo da etiqueta de identificação
B.3.1 Recomenda-se que a etiqueta de identificação contenha as informações que permitam identificar o laboratório
clínico e o paciente.
B.3.2 Recomenda-se que a identificação do laboratório clínico contenha com pelo menos o seu nome e endereço.
B.3.3 Recomenda-se que a identificação do paciente contenha pelo menos o seu nome e o número de registro no
cadastro do paciente, a data da coleta do material e a data do recebimento do material pelo laboratório.
B.3.4 Caso seja necessário especificar as condições para a manutenção da estabilidade do material do paciente, tal
como o intervalo da temperatura, recomenda-se que esteja claramente identificada na etiqueta.
B.4 Aderência da etiqueta de identificação
B.4.1 Recomenda-se que a etiqueta de identificação possua firme aderência ao frasco de coleta, de maneira que a
sua remoção não ocorra, ou seja dificultada.
B.4.2 Recomenda-se que a etiqueta de identificação permaneça aderida ao frasco de coleta mesmo quando ele é
submetido à temperaturas baixas ou altas.
B.4.3 É conveniente que o laboratório clínico avalie a aderência da etiqueta de identificação antes de iniciar o seu
uso, excluindo do uso aquele tipo que não mantenha a aderência.
B.5 Procedência do frasco de coleta
B.5.1 Recomenda-se ao laboratório clínico verificar no ato do recebimento do material do paciente se o frasco de
coleta é de sua procedência.
B.5.2 Recomenda-se ao laboratório clínico quando aceitar um frasco de coleta que não é de sua procedência,
registrar no cadastro do paciente um comentário afirmando do desconhecimento da procedência do recipiente e que
o ele foi aceito por tratar-se de um pedido do paciente.
B.6 Cadeia de identificação
B.6.1 Recomenda-se que o laboratório clínico tenha uma procedimento da qualidade para assegurar a identificação
do frasco de coleta, de frasco intermediário, quando houver, de tubo de centrifugação da urina e da lâmina para o
exame microscópico.
B.6.2 Recomenda-se que o número de registro do paciente esteja presente ao longo do desdobramento do material
do paciente dentro do laboratório.
B.6.3 Recomenda-se que a identificação do recipiente preceda à colocação do material do paciente nele.
B.6.4 Recomenda-se que a identificação seja feita de maneira indelével, legível e sem ambigüidade.
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Anexo C - Preparo da amostra controle para uso no controle interno da qualidade
O laboratório clínico pode preparar a amostra controle para monitorar o desempenho das suas tiras reagentes, dos
reagentes empregados nos métodos químicos e para determinar a densidade com o uso de um densímetro. Existe no
mercado especializado amostra controle para a venda. A amostra controle proveniente do programa de controle
externo do laboratório clínico também pode ser empregada com esta finalidade.
A preparação da amostra controle é simples e não requer que o laboratório clínico disponha de equipamentos
especiais.
C.1 Objetivo
C.1.1 A amostra controle descrita neste anexo permite realizar o controle interno da qualidade das tiras reagentes,
podendo assim o laboratório clínico verificar o desempenho delas antes e durante o uso.
C.1.2 O uso sistemático da amostra controle confere ao laboratório clínico melhoria da qualidade deste exame e
permite transferir confiabilidade para o resultado do exame da amostra do paciente.
C.1.3 Uma tira reagente ou um reagente que não apresenta o desempenho esperado com a amostra controle deve
ser retirado de uso.
C.2 Recomendações gerais
C.2.1 Recomenda-se que as tiras reagentes tenham o desempenho verificado pelo menos no primeiro uso de cada
frasco de um mesmo lote.
C.2.2 Recomenda-se que os reagentes empregados nos métodos químicos tenham o desempenho verificado pelo
menos antes do primeiro uso.
C.2.3 Recomenda-se que o densímetro tenha a calibração verificada antes de cada uso e que a correção seja
efetuada antes do uso na amostra do paciente.
C.2.4 Recomenda-se que o laboratório clínico mantenha o registro do desempenho verificado sempre que a amostra
controle é empregada.
C.3 Preparação
C.3.1 A amostra controle que será preparada poderá ser empregada para verificar o desempenho da densidade, pH,
Cetonas, Eritrócito, Glicose, Proteína e Hemoglobina.
C.3.2 Em um balão volumétrico de 1.000 mL, colocar aproximadamente 500 mL de água tipo II e as quantidades
indicadas para a amostra controle de valor esperado baixo e de valor esperado alto conforme a tabela C1. A ordem
apresentada na tabela C1 deve ser seguida. Após a adição de cada substância, homogeneizar por inversão, pelo
menos 3 vezes. Depois de adicionar a última substância, completar o volume para 1.000 mL com água tipo II e
distribuir em tantos frascos quanto desejar. Rotular conforme descreve o procedimento da qualidade do laboratório
clínico. Armazenar na faixa de 15 OC a 25 OC. A preparação é estável por pelo menos 12 meses se mantida na
temperatura indicada e o frasco fechado. Após abrir o frasco e usar a amostra controle, desprezar o remanescente.
Tabela C1 - Quantidades das substâncias
Substância Quantidade Unidade Valor baixo Valor alto
Glicose g
Uréia g
Acetona mL
Albumina bovina 22% mL
Soro humano mL
Sangue humano mL
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Anexo D - Boas práticas de uso das tiras reagentes
O uso das tiras de urina pode possibilitar ao laboratório clínico obter resultado de triagem que sejam confiáveis, desde
de que pelo menos estas orientações estejam sendo praticadas.
As tiras de urina não podem ser empregadas como processo conclusivo da presença ou da ausência de substância
química ou de uma estrutura celular.
É inegável que o uso de tira de urina facilita a realização do exame de urina e para isto é necessário que as boas
práticas de uso estejam em plena vigência no laboratório clínico.
As tiras de urina constituem uma forma de triagem da presença de substâncias químicas na amostra do paciente. A
indicação da reação nela ocorrida como sendo a presença ou mesmo a ausência, não pode e nem deve ser assumida
como sinônimo da presença ou da ausência da referida substância. Outro método de sensibilidade e especificidade
diferente deve ser empregado, principalmente para caracterizar a presença e de maneira especial a pequena
presença. Habitualmente estes métodos são denominados genericamente de métodos químicos clássicos.
As diferentes tiras de urina comercializadas possuem diferentes ordens e tempos para a leitura das suas reações.
Independente de qual seja a ordem e o tempo, eles devem ser obrigatoriamente adotados e seguidos pelo laboratório.
A redução da área de reação da tira reagente conduz a resultado inesperado e que não é confiável e portanto, isto
não deve ser praticado sob nenhum motivo.
D.1 Armazenamento
D.1.1 Recomenda-se que o frasco contendo a tira de urina seja armazenado conforme as informações de cada
fabricante. De uma maneira geral é recomendado mantê-lo fora do alcance de iluminação direta e de umidade.
D.1.2 Após aberto o frasco, recomenda-se mantê-lo bem fechado, na temperatura especificada pelo fabricante, fora
do alcance da iluminação direta e com a proteção contra a unidade.
D.2 Manuseio
D.2.1 Recomenda-se que o frasco seja aberto apenas para a retirada da tira reagente e fechado imediatamente.
D.2.2 Recomenda-se a retirada a quantidade necessária de tira reagente de uma só vez.D.2.3 É conveniente que a tira de urina seja utilizada o mais breve possível após a retirada do frasco.
D.2.4 Recomenda-se não tocar a almofada reagente com instrumento de metal e caso necessário, empregar uma
pinça de plástico.
D.2.5 As dimensões da área de cada almofada não devem ser alteradas, pois comprometerá a reação química que
nela ocorre, a sua interpretação e consequentemente o resultado da amostra do paciente.
D.2.6 Recomenda-se não expor as tiras de urina a vapores voláteis.
D.3 Interpretação da reação
D.3.1 A ordem de apresentação da almofada da tira reagente nem sempre corresponde a ordem de leitura da reação.
Além desta observação, o tempo necessário para que a reação ocorra e possa ser interpretada deve ser observado.
Algumas tiras reagentes possuem intervalo de tempo entre a colocação da amostra e o término da reação, diferentes
para cada tipo de substância química ou estrutura celular. Recomenda-se que isto seja observado na interpretação
da reação.
D.3.2 Sempre que possível o laboratório clínico deve optar pelo processo de leitura da reação através de um
equipamento. Isto assegura que as diferentes reações são interpretadas nos tempos determinados pelo fabricante,
melhorando sensivelmente a confiabilidade do resultado. Não sendo possível o uso de um equipamento com esta
característica, o laboratório clínico deve observar unicamente o tempo de término para cada reação e nele fazer a
interpretação. Isto pode ser menos confiável.
D.4 Controle da qualidade
D.4.1 Recomenda-se que o laboratório clínico avalie se o desempenho da tira reagente atende as necessidades
clínicas de seus pacientes, antes de efetuar a compra e do primeiro uso. Isto não exclui a verificação, pelo menos na
abertura do primeiro frasco de um mesmo lote, do desempenho esperado da tira reagente em relação a uma amostra
controle de valor conhecido, como descrito no anexo C.
D.4.2 Não é razoável esperar das tiras de urina que sejam imune as reações falso positivo ou falso negativa.
Recomenda-se ao laboratório clínico o claro entendimento das reações falso positiva ou falso negativa, quanto a sua
manifestação e ao tipo recurso para minimizar o aparecimento ou para solucionar esta limitação.
D.4.3 A sensibilidade analítica das reações que ocorrem nas diferentes áreas da tira de urina e com as diferentes tiras
reagentes, diverge entre os seu fabricantes. Recomenda-se ao laboratório clínico verificar, antes do uso, se a
sensibilidade analítica é a que atende aos requisitos de qualidade.
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D.5 Limitação do uso
D.5.1 As limitações de uso das tiras reagentes, geralmente estão descritas pelos fabricantes em suas instruções de
uso. Recomenda-se ao laboratório clínico verificar antes da compra se elas atendem aos seus requisitos de
qualidade.
D.5.2 As causas de resultados falso positivo e falso negativo com as tiras reagentes mencionados na tabela 1 são de
ordem genérica, elas não referem-se a um fabricante. Recomenda-se ao laboratório clínico consultar a instrução de
uso do seu produto para informação específica do fundamento químico das reações e assim avaliar as possibilidades
de obter resultados falso positivo ou falso negativo.
D.6 Resultados falso positivo ou falso negativo
D.6.1 As principais causas de resultados falso positivo ou resultado falso negativo com as tiras de urina estão
mencionadas na tabela D1.
D.6.2 Os resultados falso positivo e falso negativo fornecidos pela tira de urina e descritos na tabela D1, são
aplicáveis aos fundamentos químicos identificados. Outros fundamentos químicos podem estarem sujeitos a outras
causas de resultados falso positivo e resultado falso negativo.
D.6.3 O resultado falso positivo é aquele que ocorre como uma reação positiva ocasionada por outra substância que
não aquela para a qual a área da tira de urina é destinada.
D.6.4 O resultado falso negativo é aquele que ocorre como uma reação negativa ocasionada por outra substância que
não a ausência daquela para a qual a área da tira de urina é destinada.
D.6.5 Recomenda-se que o laboratório clínico identifique as drogas que podem ser causa de resultado falso positivo
ou falso negativo com a tira de urina, como por exemplo com a pesquisa de Bilirrubina ou Cetona.
D.7 Fundamento das reações
D.7.1 Os princípios das reações químicas que ocorrem nas tiras de urina dependem do seu fabricante.
D.7.2 Recomenda-se ao laboratório clínico obter do fabricante as informações para o conhecimento dos princípios das
reações químicas que ocorrem nas diferentes áreas de reações da tira reagente.
D.7.3 O conhecimento dos princípios das reações químicas é indispensável para identificar as causas de resultados
falso positivo ou de resultado falso negativo, como descrito na tabela D1.
D.8 Procedimento da qualidade
D.8.1 É conveniente que o laboratório tenha um procedimento da qualidade em conformidade com os requisitos da
NBR 14500:2000 para descrever a validação da tira de urina antes do primeiro uso da embalagem e quando da troca
de lote.
D.8.2 Recomenda-se que o resultado do desempenho da tira de urina seja registrado como descreve a NBR
14500:2000.
D.8.3 Recomenda-se que a possível discordância do desempenho seja solucionada antes do início do uso do frasco
contendo as tiras de urina e que o resultado na amostra do paciente não seja liberado até que a discordância seja
solucionada.
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Tabela D1 - Principais causas de resultados falso positivo e falso negativo com tiras reagentes
Consti
tuinte
Fundamento
químico
Causas de resultados
falso positivo
Causas de resultados
falso negativo
Bilirrubina Reação de copulação com sal
diazônico em pH ácido
Metabólitos fortemente coloridos
Drogas ( algumas )
Exposição da urina à luz
Ácido ascórbico em excesso
Cetona Reação com Nitroprussiato ou com
o Nitroferricianeto e a Glicina
Fenilcetona
Compostos ftálicos
Metabólitos fortemente coloridos
Drogas ( algumas )
Desconhecidas
Densidade Alteração da cor de um indicador
na presença de alta concentração
de vários íons
Proteína urinária em moderada
quantidade
Urina fortemente alcalina
Glicose Dupla reação enzimática da
Glicose oxidase e da peroxidase
com um cromogênico para a cor
final
Substâncias oxidantes Cetona em excesso
Densidade urinária elevada
Ácido ascórbico em excesso
Leucócito Reação de catálise com a
leucócito esterease
Contaminação vaginal da urina
Drogas ou alimentos que coram a
urina
Cefalexina
Gentamicina
Tetraciclina
Glicose urinária elevada
Proteína urinária elevada
Nitrito Conversão do nitrato em nitrito por
uma bactéria Gram-negativa, com
a formação de um sal diazônico
Substâncias de cor vermelha na
urina
Ácido ascórbico em execesso
Proteína Fenômeno do erro protêico de
indicador
Urina fortemente alcalina
Fenazopiridina
Polivinilpirrolidina
Clorexidina
Desconhecidas
Sangue Ação catalizadora da
pseudoperoxidase dos eritrócitos e
da Hemoglobina, com oxidação do
cromogênico
Substâncias oxidantes
Peroxidade microbiana
Contaminação menstrual da urina
Formol
Nitrito em excesso
Densidade urinária elevada
Urobilino
gênio
Reação com a formação de um
diazocomposto
Fenazopiridina
Urina quente
Nitrito em excesso
Formol
Notas
1 - pH: Se excesso de urina é deixado numa área da tira reagente, ele pode ser carreada para a área da reação do pH
e alterar a produção da cor final.
2 - A excreção do Urobilinogênio é aumentada quando a urina apresenta pH alcalino, consequentemente a melhor
amostra de urina para pesquisar esta substância é a obtida 2 horas após alimentação.
3 - A reação para a pesquisa do Urobilinogênio ocorre melhor na temperatura de 15 OC a 25 OC.
4 - O erro protêico dos indicadores é: um indicador é altamentetamponado até pH = 2 e as cores alteram na presença
de proteínas ( ânions ) como o indicador doando íons H+ para a proteína.
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Anexo E – Características organolépticas da urina
A urina apresenta algumas características organolépticas que podem auxiliar na identificação de um patologia. Dentre
elas estão a transparência, a cor e o odor.
Recomenda-se que o laboratório clínico informe no laudo as alterações da transparência, da cor e do odor que
possam contribuir para o esclarecimento de alguma doença.
E.1 Transparência
E.1.1 Habitualmente é esperado que a amostra de urina seja transparente. Isto pode não ocorrer devido a presença
de um ou mais dos agentes mencionados na tabela E1.
E.1.2 Os agentes mencionados na tabela E1 podem conferir diferentes tipos e intensidade ao aspecto da turbidêz da
amostra de urina.
Tabela E1 - Principais causas da alteração de transparência da urina.
Agente Descrição
Bactéria Em excesso, que não pode ser removida pela filtração ou centrifugação.
A microscopia do sedimento evidência a presença em excesso de bactéria.
Fosfato amorfo Constituinte habitual da urina com pH neutro ou de pH alcalino.
Dissolve com adição de um ácido como o Ácido acético.
Se estiver associado com carbonatos, ocorrerá a formação de gás após a adição do ácido.
Leucócito Pode ter aspecto parecido com o conferido à urina pelos cristais de Fosfato amorfo.
O exame microscópio do sedimento revelará que a "nuvem" é devida aos leucócitos.
Muco e
célula epitelial
Na urina de densidade alta podem aparecer flutuando na parte mediana do frasco contendo o
material
Partícula
coloidal
Não podem ser removidas da urina por filtração ou centrifugação.
Não são visíveis ao exame microscópio do sedimento.
São de causa desconhecida.
Partícula
gordurosa
Fornecem a urina a aparência de leite, podendo ser opalescente.
Podem ser removidas da urina.
São vistas no exame microscópico do sedimento.
Sangue ou
eritrócito
Pode conferir a urina alteração da cor, dependendo da quantidade nela presente.
A microscopia do sedimento e a tira reagente evidenciam e diferenciam a presença.
Urato amorfo Constituinte habitual da urina ácida.
Dissolve com aquecimento da urina acima de 40 OC.
E.2 Cor
E.2.1 A cor habitualmente observada numa amostra de urina é a amarela com variações desta tonalidade.
E.2.2 A urina com pH ácido é usualmente mais escura que a urina com pH alcalino.
E.2.3 A presença de cores fortes na urina deve ser pesquisada, pois pode ser originária de alguma doença. A
presença de cor azul ou verde na urina é usualmente devida a ingestão de corantes ou medicamentos.
E.2.4 Já foram feitas várias tentativas para estabelecer uma escala de cores única para expressar as diferentes
tonalidades observadas na urina.
E.2.5 Recomenda-se ao laboratório clínico empregar a seguinte escala de cores: Amarelo pálido, amarelo claro,
amarelo, amarelo esverdeado, amarelo avermelhado, vermelho, vermelho escuro, marrom, marrom escuro, preto e
branco.
E.2.6 Recomenda-se que o laboratório clínico possua uma cartela com a escala de cores adotada, contendo o padrão
da cor e os nomes da cores, para comparar a cor da urina contra ela.
E.3 Odor
E.3.1 Não é recomendável que o laboratório clínico relate sistematicamente o odor das amostras de urina que
examina. No entanto, existem alguns odores que se verificado, é recomendável relatar a presença.
E.3.2 Odores fortes presentes na amostra de urina devem ser identificado pois eles podem ser sugestivos da origem
de alguma doença.
E.3.3 A tabela E2 apresenta as causas principais da alteração do odor da urina.
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Tabela E2 - Causas de odores fortes na urina
Tipo de odor Descrição
Adocicado Usualmente devido a Acetona presente na urina em decorrência da acidose diabética ou
devido ao tipo de dieta do paciente.
Amoniacal Decorrente principalmente da decomposição da urina, devido ao tempo prolongado entre a
coleta e a observação ou da retenção urinária.
Pode estar relacionado com alguma infecção bacteriana.
Efeito de
medicamento ou
de dieta
Muitas substâncias ingeridas conferem a urina distinto odor, como a ingestão de aspargos
confere a urina odor característico.
Fecal Devido a contaminação fecal da urina ou a contaminação da urina pela Escherichia coli.
Fétido Pode ser devido à doença supurativa do trato genito urinário.
Decomposição da urina contendo cistina ou pús, confere a urina odor de "ovo choco" devido ao
H2S que é desprendido.
Urinóide Atribuído aos ácidos orgânicos voláteis em elevada quantidade na amostra de urina.
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Anexo F – Bibliografia
F1 – Frances Talaska Fischbach
A manual of laboratory e diagnostic tests
Fifth edition
Lippincott
F2 – Carl A Burtis e Edward R Ashwood
Tietz textbook of clinical chemistry
Second edition
W.B. Saunders Company

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