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TJ-MG - Apelação Cível : AC 10439110016979001 MG
AÇÃO DE COBRANÇA. RÉU: PESSOA FÍSICA. CITAÇÃO POR CARTA COM AVISO DE RECEBIMENTO. NECESSIDADE DE ENTREGA DA CORRESPONDÊNCIA AO PRÓPRIO CITANDO. AR ASSINADO POR TERCEIRO. AUSÊNCIA DE CONTESTAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DE QUE O RÉU EFETIVAMENTE TOMOU CONHECIMENTO DA DEMANDA. NULIDADE DA CITAÇÃO. ANULAÇÃO PARCIAL DO PROCESSO.
TJ-ES - Apelacao Civel : AC 14060032506 ES 14060032506
PROCESSO CIVIL. APELAÇAO . AÇAO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. CITAÇAO INVÁLIDA VIA AR. PARA SER VÁLIDA A CITAÇAO POR AR DEVE SER ENTREGUE PESSOALMENTE AO CITANDO OU A QUEM TENHA PODERES PARA RECEBER A CITAÇAO. DESCUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIAS LEGALMENTE PREVISTAS. NULIDADE DA SENTENÇA. INTELIGÊNCIA DOS ART. 215 E 223, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
O Código de Processo Civil prevê em seus artigos 221 a 223 a possibilidade da citação ser realizada pelo correio, por meio de correspondência com Aviso de Recebimento (AR).
Respeitados os requisitos do artigo 222, que prevê os casos que não admitem essa possibilidade (réu incapaz, réu pessoa de direito público, réu residente em local sem entrega de correspondência ou nos processos de execução), o autor pode requerer em sua inicial esse tipo de citação.
Por óbvio que o aviso de recebimento é obrigatório, consoante ditamento expresso da súmula 429 do Superior Tribunal de Justiça.
A contagem do prazo para o réu apresentar sua defesa inicia-se então com a juntada do Aviso de Recebimento aos autos.
Todavia, deve-se observar um importante ponto: o aviso de recebimento deve ser assinado pelo próprio réu – ou, não o sendo, o autor deve realizar prova inequívoca de sua ciência. É o previsto na primeira parte do parágrafo único do artigo 223: “A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de gerência geral ou de administração.”
É esse o entendimento já firmado no E. Superior Tribunal de Justiça:
RECURSO ESPECIAL. CITAÇÃO POR VIA POSTAL. AVISO DE RECEBIMENTO. ASSINATURA DO PRÓPRIO CITANDO. ARTIGO 223,PARÁGRAFO ÚNICO DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL. DIVERGÊNCIA COMPROVADA. Conforme posicionamento sufragado pela Corte Especial (ERESP nº 117.949/SP), "a citação da pessoa física pelo correio deve obedecer ao disposto no artigo 223, parágrafo único, do Código de Processo Civil, sendo necessária a entrega direta ao destinatário, de quem o carteiro deve colher o ciente". Recurso especial conhecido e provido.(STJ; REsp 884164; Rel. Min. Castro Filho; Terceira Turma; J. Em 27.3.2007)
Embargos de divergência. Corte Especial. Citação por AR. Pessoa física. Art. 223,parágrafo único, do Código de Processo Civil.1. A citação de pessoa física pelo correio deve obedecer ao disposto no art. 223, parágrafo único, do Código de Processo Civil, necessária a entrega direta ao destinatário, de quem o carteiro deve colher o ciente.2. Subscrito o aviso por outra pessoa que não o réu, o autor tem o ônus de provar que o réu, embora sem assinar o aviso, teve conhecimento da demanda que lhe foi ajuizada. 3. Embargos de divergência conhecidos e providos.(STJ; EREsp 117949; Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito; Corte Especial; J. Em 3.8.2005)
Igualmente no Tribunal de Justiça de São Paulo:
MONITÓRIA. Ação ajuizada contra a empresa devedora principal e a devedora solidária, pessoa física. Hipótese em que a carta citatória endereçada à pessoa física foi recebida por terceiro. Inaplicabilidade ao caso da teoria da aparência. Inteligência do disposto no artigo 223, parágrafo único, primeira parte, do Código de Processo Civil. Nulidade insanável verificada. Falta de pressuposto deconstituição e de desenvolvimento válido e regular do processo (artigo 214, CPC). Anulação de todo o processado, desde a citação com determinação de reabertura do prazo para oposição dos embargos monitórios. Decisão reformada. Recurso provido. (TJSP; Agravo de Instrumento nº 2035549-86.2013.8.26.0000; Rel. Des João Camilo de Almeida Prado Costa; 19ª Câmara de Direito Privado; J. Em 10.2.2014)
CITAÇÃO. Hipótese em que se deu mediante carta entregue à irmã do citando. Contagem do prazo desde a juntada do respectivo AR. Contestação das corrés, que tinham a expectativa de ver contado o prazo desde a regular citação do citando, considerada intempestiva. Recibo da carta citatória assinado pela irmã do corréu.Sendo o réu pessoa física, somente é válida a citação por carta quando recebida por ele. Formalidade indispensável à validade do processo (art. 214e 223, parágrafo único, do Código de Processo Civil). Corrés surpreendidas com a contagem do prazo desde a juntada de AR que comprova não ter havido a citação do destinatário. Não demonstração, pelo autor da ação, de que este recebeu efetivamente a citação. Precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justiça. Decisão que dá por intempestiva a contestação, reformada. Agravo provido. (TJSP; Agravo de Instrumento nº 2030367-22.2013.8.26.0000; Rel. Des. João Carlos Saletti; 10ª Câmara de Direito Privado; J. Em 17.12.2013)
“Da análise dos artigos 215 e 23, parágrafo único, do CPC, se depreende o caráter personalíssimo do ato citatório da pessoa natural, pois a carta deve ser entregue pessoalmente ao citando, que assinará pessoalmente o aviso de recebimento.” (inTJSP; Apelação nº 0150231-50.2011.8.26.0100; Rel. Des. Moura Ribeiro; 11ª Câmara de Direito Privado; J. Em 30.8.2012; página 4)
E corroborado de forma unânime pela doutrina:
“Impõe o Código ao carteiro a obrigação de entregar a carta pessoalmente ao citando, de quem exigirá assinatura no recibo (art. 223, parágrafo único)”(THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil v1. 55ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2014. P. 410)
“Caso o destinatário seja pessoa física, a citação só valerá se o aviso de recebimento tiver sido por ele firmado.” (GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios.Direito processual civil esquematizado. 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2011. P. 311
Atenção: deve-se atentar quando o réu, pessoa física, será citado em apartamento. Isto porque é de praxe que o porteiro assine o AR, gerando a consequente nulidade.
Isto posto, tanto pelo exposto no Código de Processo Civil, quanto nos entendimentos firmados pela jurisprudência, a citação via correio que foi realizada com o aviso de recebimento assinado por outro que não o réu, é nula. Deve-se intimar a parte autora em termos de prosseguimento, devendo ou solicitar nova citação (novamente por correio ou modificando para oficial de justiça) ou realizar prova que o réu tomou ciência da citação mesmo não tendo firmado o aviso de recebimento.

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