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������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina Curso de Fisioterapia Roteiro de Aulas Práticas Fisiologia do Exercício Professor: Ricardo Freitas M.Sc. Petrolina-PE 2012 ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 INTRODUÇÃO Objetivos das medidas e avaliações: Conforme Norton e Olds, 2005, Avaliar o estado do indivíduo ao iniciar a programação; Detectar deficiências permitindo uma orientação no sentido de superá-las; Auxiliar o indivíduo a situar-se do seu estado inicial; Orientar, detectar e acompanhar a evolução dos seus treinamentos; Impedir que a atividade física seja um fator de agressão, recuperando o equilíbrio orgânico e prevenindo doenças; Estabelecer e reciclar o programa de treinamento; Fornecer dados úteis no desenvolvimento da prescrição de exercícios; Motivar os participantes, estabelecendo objetivos razoáveis e alcançáveis; Estratificação do Risco. Orientações Pré-Teste: Alimentação adequada; Abstinência de atividade; Abstinência de álcool; Abstinência de fumo; Incentivar a hidratação; Informar a importância de uma noite repousante anterior ao teste; Informar sobre o uso de roupas adequadas; Informar o horário do teste; Lembrete e comunicação verbal. Local da Avaliação: Sala - Pista – Piscina – Campo; Preparacão prévia de equipamentos; Pessoal adequado e treinado; Informações aos avaliados; Controle das variáveis; Equipamentos calibrados; Equipamentos de primeiros socorros. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Critérios de Interrupção: Conforme Fernandes Filho, 2003 Marins e Giannichi, 2003 O avaliado pede para interromper; Exaustão; Fc preconizada atingida; Náusea e vômitos; Tonteira; Palidez intensa; PAS> 250mmHg, PAD > 120mmHg e PAD> 140 mmHg para hipertensos; Dispnéia severa; Taquicardia; Perda da qualidade do exercício. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 AULA 01 Mensuração científica de variáveis fisiológicas e exercício físico Clinicamente, tem sido um hábito de muitos profissionais de saúde sentirem o pulso de cada paciente (voluntário). Isto é feito para determinar a frequência cardíaca e diagnosticar possíveis alterações na homeostase. Muitas vezes, o contato psico-físico entre paciente e profissional proporciona maior conforto e confiança para ambos. A freqüência cardíaca é caracterizada pelo número de vezes que o coração se contrai e relaxa, ou seja, o número de vezes que o coração “bate” por minuto. E se subdivide em freqüência cardíaca basal (número de vezes que o coração “bate” para manter o organismo com suas funções vitais num estado de vigília), freqüência cardíaca de repouso e freqüência cardíaca do exercício físico. Técnica: Tomar a mão de um colega (paciente) com a palma voltada para cima palpe a artéria radial (Figura 1A) com os dedos indicador e médio, ou pode-se também palpar a artéria carótida (Figura1B), evitando pressionar ambos os locais com força. Conte o número de batimentos (sístoles), em 15 segundos, começando a contar com o primeiro batimento (sístole). Multiplique a contagem em 15 segundos por 4 (quatro). O resultado é o valor da freqüência cardíaca (número de sístoles por minuto/SPM). Dispondo de tempo o melhor a fazer é a contagem em 1 minuto completo, quando se observa além do número de batimentos (sístoles), o ritmo. Atualmente a difusão do sistema de frequencímetros, vêm facilitando ainda mais o emprego desta opção de trabalho (Figura 2) (Marins e Giannichi, 2003). Figuras 1A e 1B (método palpatório) Figura 2 (frequêncímetro) ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 A mensuração científica da Pressão Arterial (PA) de repouso segue algumas recomendações da Associação Americana de Cardiologia (ACC) para mensuração da PA com esfigmomanometros. 1) O observador deve ser treinado e ter boa visão. 2) O voluntário deve estar confortavelmente posicionado, braços levemente flexionados e antebraço ao nível do coração. 3) O ambiente deve ser calmo e em temperatura agradável. 4) Deve-se evitar exposição a exercícios extenuantes, frio intenso ou refeições pesadas pelo menos 30 minutos antes da mensuração. Técnica: 1) O manguito desinsuflado deve ser aplicado com a margem inferior a 2.5 cm do espaço antecubital, com o centro na superfície medial do braço. 2) A avaliação palpatória preliminar da pressão arterial sistólica deve ser feita para se ter previamente uma estimativa da pressão máxima a ser insuflada no sistema. 3) O estetoscópio deve ser aplicado no espaço antecubital, sobre a artéria braquial previamente palpada. Deve ser aplicado firmemente, mas com pouca pressão. Muita pressão irá alterar a artéria e os sons serão auscultados abaixo da pressão diastólica. O estetoscópio não deverá tocar a roupa ou o manguito. 4) O estetoscópio deve ser posicionado, a pressão é elevada a aproximadamente 30 mmHg acima do ponto ao qual o pulso da artéria radial desaparece e então será liberada a uma razão de 2-3 mmHg por segundo. A deflação mais rápida ou mais lenta irá causar erros sistemáticos. 5) Quando a pressão cair, os sons de Korotkoff se tornam audíveis sobre a artéria abaixo do manguito e passam por 4 fases, até que a pressão cai e então os sons desaparecem: Fase 1: Período marcado pelo aparecimento do primeiro som, que é intermitente e claro, mas inicialmente abafado e gradualmente aumenta em intensidade. Fase 2: Período durante o qual um murmúrio é ouvido. Fase 3: Período de sons mais audíveis, aumentando a intensidade. Fase 4: Ponto marcado por um distinto som bolhoso e abrupto. Fase 5: Ponto em que os sons desaparecem. Quando todos os sons desaparecem, o manguito deve ser rapidamente desinsuflado. Deve-se esperar 1 ou 2 minutos para avaliar a pressão arterial (PA) novamente após “liberar” o sangue aprisionado nos vasos sanguíneos. A pressão arterial sistólica (PAS) é o ponto no qual o primeiro som intermitente e claro aparece. Para se ter certeza de que o som não é externo, deve-se ouvir pelo menos 2 sons semelhantes e consecutivos antes da pressão cair. A pressão arterial diastólica (PAD) é o ponto no qual o último som foi ouvido. Ambos os sons diastólico e sistólico devem ser auscultados e aproximados para o ponto mais próximo possível de 2 mmHg na escala do manômetro (Hypertens, 1981, 3: 510 A – 519 A). ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Protocolo de aula: Os objetivos da aula prática é demonstrar a presença de mecanismos de regulação das funções orgânicas, analisar a interação entre os mecanismos de regulação das funções corporais e capacitar o aluno a mensurar cientificamente a Freqüência Cardíaca e Pressão arterial sistólica e diastólica. Assim serão garantidos resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática clínica. 1) Mensurar: • Selecionar um aluno (voluntário), aferir a Fc e a PA de repouso. Logo após, solicitar ao aluno escolhido que realize 10 minutos de exercício físico (caminha a 6km/h ou corrida8km/h) na esteira rolante, mensurar a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (2, 4, 6 e 8 min.). Ao término do exercício o voluntário deve permanecer deitado e o avaliador deve mensurar a Fc e a PA imediatamente após e a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (3 e 5 min.) após o exercício físico. • Selecionar um aluno (voluntário), aferir a Fc e a PA de repouso. Logo após, solicitar ao aluno escolhido que realize o exercício abdominal reto durante um minuto de maneira mais rápida possível, contar o número de abdominais realizados. Ao término do exercício o voluntário deve permanecer deitado e o avaliador deve mensurar a Fc e a PA imediatamente após e a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (3 e 5 min.) após o exercício físico. • Selecionar um aluno (voluntário), aferir a Fc e a PA de repouso. Logo após, solicitar ao aluno escolhido que permaneça em posição estática de flexão de braço até a exaustão. O avaliador deve cronometrar o tempo que o voluntário realizou o exercício estático e ao término do exercício o voluntário deve permanecer deitado e o avaliador deve mensurar a Fc e a PA imediatamente após e a Fc (artéria radial), nos seguintes intervalos de tempo (3 e 5 min.) após o exercício físico. 3) Discussões: 1- Quais as alterações detectadas nos experimentos? Existe alguma relação funcional entre os parâmetros estudados? Explique 2- Qual a finalidade das alterações provocadas pelas manobras experimentais? ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 AULA 02 Mensuração do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) As avaliações buscam índices que possam refletir a integração que devem existir entre os sistemas cardiovascular, respiratório e muscular, para entender o aumento da demanda energética que existe durante o exercício. Parte desse grande interesse é de qual será intensidade do esforço das intervenções nas áreas da atividade física, do esporte, da clínica e da reabilitação (DENADAI, 2000). O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é um índice que pode refletir a integração que pode existir entre os sistemas cardiovascular, respiratório e muscular, e entender o aumento da demanda energética que cada intensidade exige para realização das atividades (LAURENTINO; PELLEGRINOTI, 2003). A capacidade do ser humano para realizar exercício de média e longa duração depende principalmente do metabolismo aeróbio. Um dos índices mais utilizados para avaliar esta capacidade é o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e pode ser medido por meio de testes de laboratório, feita diretamente através do gás exalado pelo voluntário durante o esforço - medida direta (Fig. 1) e de campo - medida indireta. Os testes diretos são de alto custo, exige pessoal especializado e ocupa um tempo relativamente grande com cada avaliado. Por isto têm proposto métodos indiretos para a mensuração do VO2máx (DUARTE; DUARTE, 2001). Os testes ainda podem ser classificados: Teste máximo – são aqueles em que os atletas são induzidos a esforços acima de 90% da Fcmáx, o que fornece uma melhor estimação do VO2máx, são mais apropriados para jovens e atletas e apresenta maior estresse no sistema cardiovascular. Os testes submáximos – são aqueles em que os voluntários atuam com esforços entre a 75% a 90% Fcmáx, são testes são baseados na Fc, ou seja, para qualquer velocidade de trabalho a Fc pode variar, independente do VO2 devido ao estado emocional; ao grau de hidratação e a temperatura do ambiente, é importante lembrar que a Fcmáx é um pouco menor que o VO2máx causando assim um VO2máx subestimado em 5 a 25%. Fig. 1 Teste de VO2máx através da medição direta. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 1) Teste de Corrida de 2400 metros (Cooper) População alvo: apresenta uma ampla variedade de população, pode ser aplicado tanto em homens quanto mulheres, em pessoas com prática de atividade física de forma regular e na maioria dos atletas. Em relação ao grupo etário é possível sua aplicação entre 13 e 60 anos para ambos os gêneros. Método: o avaliado deverá correr ou caminhar sem interrupção uma distância de 2400 metros, sendo cronometrado o tempo total gasto pelo avaliado. A forma ideal de execução do teste, em termos de velocidade de deslocamento, será aquela onde o avaliado mantenha uma velocidade constante durante todo o teste. Com o resultado apurado, calcular através da fórmula abaixo o VO2máx em ml (Kg.min-1): VO2máx ml (Kg.min-1) = (distância (m) x 60 x 0,2) + 3,5 ml (Kg.min-1) Duração (segundos) Após o cálculo do VO2máx identificar na tabela 1 a categoria de capacidade aeróbica de acordo com a idade e o gênero do avaliado. Tabela 1 – Nível de capacidade aeróbica ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 2) Teste de Caminhada de 1 milha (1600m) Canadian Aerobic Fitness Test População alvo: indivíduos entre 30 e 69 anos de baixa aptidão física, pessoas idosas, obesos, indivíduos pós-cirurgia e pacientes cardíacos. Método: antes da aplicação do teste deve-se coletar os dados do avaliado referente à sua massa corporal e idade. A forma de aplicação do teste inclui uma caminhada de 1600 metros o mais rápido possível sem correr, com tempo cronometrado. Após encerrado o teste, deve-se, o mais rápido possível mensurar a Fc . Com todos os dados apurados, aplica-se a fórmula (Pollock e Wilmore, 1993). VO2máx = 6,952 + (0,0091 x MCT) – (0,0257 x I) + (0,5955 x S) – (0,2240 X TI) – (0,0115 x Fc) Onde, MCT = massa em libra (massa em libra = massa Kg x 2,205) I = idade (anos) S = (1) masculino ou (0) feminino TI = Tempo gasto na caminhada (minutos) Fc = Freqüência cardíaca pós-teste. Recursos Materiais: Vestimenta: os voluntários devem estar de roupas leves (short, camiseta, tênis e meias); Materiais: 01 Cronômetro, 01 caneta, 01 calculadora, folha A4, trena, 01 apito, 01 tabela do IPSE, 01 estetoscópio 01 esfigmomanômetro e 01 prancheta. Parâmetros a serem controlados durante o teste de esforço Índice de Percepção Subjetiva do Esforço (IPSE) - utilizado a cada minuto, expressa a relação com a fadiga. Representa uma escala de valores os quais o avaliado informa a sensação de intensidade do trabalho (anexo III). Fc; PA. Cuidados Pré-teste: verificar através de uma anamnese (anexo II) e do questionário PAR-Q (anexo I) se o indivíduo está ou não apto para a realização do teste. Cuidados Per-teste: Monitorar o IPSE e orientar a hidratação do voluntário. Cuidados Pós-teste: Monitorar e avaliar a Fc até 8 minutos e a PA até 8 minutos. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Protocolo de aula: O objetivo desta aula prática é capacitar o aluno a mensurar cientificamente o VO2máx indiretamente. Assim serão garantidos resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática clínica. Formar grupos de 3 alunos: 1) Preencher a anammese (anexo II) e o PAR-Q (anexo I); 2) Mensurar: a FC (artéria radial) e a PA (obs: consultar a apostila prática de Fisiologia Humana). 3) Aplicar o teste de Cooper ou o teste de 1 milha e verificar o IPSE (anexo III) pós-teste; 4) Calcular o VO2máx relativo e absoluto; 5) Entregar um relatório completo do avaliado contendo: Fc e PA derepouso, Fc, PA e IPSE pós-teste, anammese, PAR-Q, classificação do teste, VO2máx relativo e absoluto. Cálculo do VO2máx: Valor absoluto: l . min-1 (litros por minuto = litros de oxigênio absorvidos no espaço de tempo de 1 minuto. Valor relativo: ml . kg -1 . min -1 (mililitros por quilograma de peso por minuto = mililitros de oxigênio absorvidos por quilograma de peso corporal no espaço de tempo de 1 minuto. Ex: �MCT - 70 kg e VO2máx absoluto: 3,5 l/min-1. Qual o VO2máx relativo? Para se obter o VO2máx relativo - basta transformá-lo em mililitros (ml) e dividi-lo pela MCT. VO2máx relativo: 3,5 x 1000 / 70 = 50 ml.kg-1.min-1 Caso tenha o VO2máx relativo em mãos e queira transformá-lo em absoluto basta multiplicá- lo pelo peso corporal. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 AULA 03 Mensuração indireta do Limiar de lactato Indivídual (IAT) O limiar anaeróbio é baseado no comportamento das concentrações de lactato sanguíneo em diferentes intensidades de esforço. O limiar de lactato é definido como sendo o momento antes de acontecer à elevação abrupta do lactato. Até esse momento a via predominante é a oxidativa mitocondrial, mas quando essa intensidade de esforço é excedida passa a predominar a via glicolítica, que tem como substrato o piruvato (KATCH, F. I.; MCARDLE; KATCH, V. L., 2008). A determinação do limiar anaeróbico é uma ferramenta importante para auxiliar na prescrição e controle do treinamento físico, uma vez que ele é mais sensível quando comparado com o VO2 máx. resultando daí seu uso crescente no acompanhamento e na avaliação de resultados de programas de treinamento físico, tanto em atletas como em praticantes amadores de atividade física (DUARTE Et al., 2008;KATCH, F. I.; MCARDLE; KATCH, V. L., 2008 ). O limiar anaeróbico pode ser determinado através de duas forma: invasiva e não invasiva. A forma invasiva é realizada através da coleta de sangue para determinação das concentrações de lactato sanguíneo enquanto a não invasiva através da ergoespirometria. A utilização da lactacidemia, pelo método invasivo, é mais difundida entre esportistas de elite por ser um método mais preciso de mensuração da capacidade aeróbia já que apresenta sensibilidade comprovada ao treinamento físico, além de servir como preditor da performance aeróbia (SILVA et al , 2005). A mensuração do limiar anaeróbico através da ergoespirometria possibilita determinar variáveis respiratórias, metabólicas e cardiovasculares pela medida das trocas gasosas pulmonares durante o exercício, por ser um método não incomodo e não invasivo ao avaliado (BARROS NETO et al, 2001). Por outro lado, podemos estimar o limiar de lactato individual (IAT) através de um teste indireto utilizando a fórmula (SIMOES, CAMPBELL Et al., 1996), o que tem sido bastante utilizado, por ser um método prático, não invasivo e de baixo custo financeiro, podendo ser utilizado para estimar ou prescrever exercícios dentro dos domínios de intensidade de interesse (intensidade moderada, alta ou severa) (Duarte, et al., 2009; Silva, et al., 2005). ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 3) Teste indireto do Limiar de lactato Indivídual (IAT) População alvo: apresenta uma ampla variedade de população, pode ser aplicado tanto em homens quanto mulheres, em pessoas com prática de atividade física de forma regular e na maioria dos atletas. Em relação ao grupo etário é possível sua aplicação entre 13 e 60 anos para ambos os gêneros. Método: o avaliado deverá correr no menor tempo possível e sem interrupção uma distância de 3000 metros, sendo cronometrado o tempo total gasto pelo avaliado. A forma ideal de execução do teste, em termos de velocidade de deslocamento, será aquela onde o avaliado mantenha uma velocidade constante durante todo o teste. Com o resultado apurado, calcular através da fórmula abaixo o IAT em Km/h: IAT = (Vm3Km * 0,97) – 15,81 Exemplo, Vm = velocidade média IAT = (Vm3Km x 0,97) – 15,81 Vm3Km = 3000m/12min = 250m/min IAT = (250 x 0,97) – 15,81 IAT = 226,7 m/min IAT = 13,6 Km/h Recursos Materiais: Vestimenta: os voluntários devem estar de roupas leves (short, camiseta, tênis e meias); Materiais: 01 Cronômetro, 01 caneta, 01 calculadora, folha A4, trena, 01 apito, 01 tabela do IPSE, 01 estetoscópio 01 esfigmomanômetro e 01 prancheta. Parâmetros a serem controlados durante o teste de esforço Índice de Percepção Subjetiva do Esforço (IPSE) - utilizado a cada 3 minutos, expressa a relação com a fadiga. Representa uma escala de valores os quais o avaliado informa a sensação de intensidade do trabalho (anexo III). Cuidados Pré-teste: verificar através de uma anamnese (anexo II) e do questionário PAR-Q (anexo I) se o indivíduo está ou não apto para a realização do teste e mensurar a Fc e PA. Cuidados Per-teste: Monitorar o IPSE e orientar a hidratação do voluntário. Cuidados Pós-teste: Monitorar e avaliar a Fc até 8 minutos e a PA até 8 minutos. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Protocolo de aula: O objetivo desta aula prática é capacitar o aluno a mensurar cientificamente o IAT indiretamente. Assim serão garantidos resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática clínica. Formar grupos de 5 alunos: 1) Preencher a anammese (anexo II) e o PAR-Q (anexo I); 2) Mensurar: a FC (artéria radial) e a PA (obs: consultar a apostila prática de Fisiologia Humana). 3) Aplicar o teste de IAT e verificar o IPSE (anexo III), a cada 3 minutos e pós-teste; 4) Calcular o IAT; 5) Elaborar um programa de treinamento de corrida com uma zona alvo de intensidade do treinamento entre 70 a 95% do IAT. 6) Entregar um relatório completo do avaliado contendo: Fc e PA de repouso, IPSE a cada 3 minutos e Fc, PA e IPSE pós-teste, anammese, PAR-Q, resultado do teste de IAT e as zonas de treinamento. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 AULA 04 Mensuração Indireta do Percentual de Gordura por Dobras Cutâneas (DC) Comumente, o diagnóstico de obesidade geral em estudos epidemiológicos se dá por meio do índice de massa corporal (IMC). Apesar do IMC apresentar razoável acurácia na discriminação de sobrepeso e obesidade em estudos populacionais, é preciso cautela ao utilizá-lo, já que tal índice não é capaz de mensurar diretamente a gordura corporal (FLEGAL Et al., 2009). É bem descrito que a distribuição de gordura corporal é mais preditiva para determinar os riscos à saúde, ou seja, a combinação da massa corporal total e a distribuição de gordura corporal, provavelmente é a melhor opção para preencher a necessidade da avaliação clínica (DIRETRIZES BRASILEIRAS DE OBESIDADE, 2009). Diversas técnicas como pesagem hidrostática, bioimpedância, diluição de isótopos, densitometria computadorizada, ultrassom, ressonância magnética e tomografia, vêm sendo amplamente difundidas e apresenta grande precisão na mensuração da composição e distribuição da gordura corporal para o diagnóstico da obesidade e/ou sobrepeso. No entanto, em razão do alto custo e das dificuldades em envolver os avaliados nos protocolos de medida, sua utilização em estudos populacionais bem como diagnósticos clínicos tem sido limitada (HAUN; PITANGA & LESSA, 2009). Nesse sentido,a simplicidade de utilização e a relativa facilidade de interpretação destacam os métodos antropométricos como bons instrumentos para avaliação do excesso de gordura corporal (HAUN; PITANGA & LESSA, 2009). O uso da Dobra Cutânea para predizer a gordura corporal tornou-se a técnica mais comum na avaliação da composição corporal e nutricional, visto que está alicerçada em alguns pressupostos (CURI; PROCOPIO & FERNANDES, 2005): 1. A DC é uma boa medida da gordura subcutânea, obtendo resultados similares ao método de ressonância magnética em estudo realizado por Hayes et al., 1988. 2. A distribuição de gordura subcutânea e interna é similar para todos os indivíduos do mesmo sexo. 3. Existe uma relação entre gordura subcutânea e gordura corporal total. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Sendo assim, esses fatores precisam ser considerados ao se desenvolverem equações de predição para estimar a gordura corporal relativa. Inúmeras equações de regressão têm sido desenvolvidas utilizando medidas de dobra cutâneas para predizer a densidade do corpo humano (JACKSON Et al., 1982; JACKSON & POLLOCK, 1978; PETROSKI, 1995). Uma vez calculada a densidade corporal, pode-se converter este valor em porcentagem de gordura corporal, por meio das equações de Siri (SIRI, 1961) e de Brozek (BROZEK Et al., 1963). 4) Mensuração das Dobras Cutâneas (DC) Afim de garantir maior exatidão e fidedignidade das medidas o avaliador deve praticar muito e seguir os seguintes procedimentos padronizados (HEYWARD & STOLARCZYK, 2000): 1. Realizar todas as medidas no hemicorpo direito; 2. Identificar, medir e marcar cuidadosamente o local das dobras cutâneas; 3. Segurar firmemente a DC entre o polegar e o indicador da mão esquerda; 4. Manter a DC pressionada enquanto a medida é realizada; 5. Colocar as hastes do adipômetro perpendiculares à dobra, aproximadamente 1cm abaixo do polegar e do indicador, e soltar a pressão das hastes lentamente; 6. Realizar as medições de DC até 4 seg. após a pressão ter sido aplicada; 7. Realizar três medidas não consecutivas de cada DC escolhida. Farinatti & Monteiro (1992) destacam os seguintes erros: 1. Destacar a dobra em ponto anatômico inadequado; 2. Destacar a dobra em eixo corporal inadequado; 3. Entrar com a ponta do compasso muito próximo, ou demasiadamente distante, dos dedos que estão pinçando; 4. Não entrar com o compasso perpendicular à dobra; 5. Pinçar estrutura extra à DC; 6. Esperar um tempo demasiado, após o pinçamento, para realizar a leitura; 7. Repetir várias vezes seguidas o pinçamento de uma mesma DC; 8. Soltar a dobra, ainda com o compasso no local do pinçamento, para realizar a leitura; 9. Realizar a medida logo após a prática de atividade física; 10. Em uma reavaliação, utilizar um compasso que apresente uma caracteristica técnica distinta do utilizado na avaliação anterior. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Locais de Mensuração: DC como a do Bíceps, Axilar média, Supraespinhale e Panturrilha média também são em alguns protocolos (MARFELL-JONES Et al., 2006). Protocolo de Aula: O compasso deve ser inserido perpendicular a DC conforme as figuras: O objetivo desta aula é capacitar o aluno a mensurar cientificamente as Dobras Cutâneas, para que a partir destas mensurações possa se calcular, duplamente indireto, o Percentual de Gordura Corporal. Assim serão garantidos resultados fidedignos nas coletas de dados em aulas posteriores e em futura prática clínica. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 Formar grupos 4 alunos: 1) Calcular Densidade Corporal e Percentual de Gordura Corporal pelas seguintes fórmulas ou pelo Anexo IV. Jackson e Pollock (1978) – Homens DC (g/cc) =1,109380 - 0,0008267 X (dc Peitoral + dc Abdominal + dc Coxa) + 0,0000016 X (dc Peitoral + dc Abdominal + dc Coxa)2 - 0,0002574 X (idade) Jackson et al (1980) – Mulheres DC (g/cc) = 1,0994921 - 0,0009929 X (dc Tríceps + dc Supraíliaca + dc Coxa) + 0,0000023 X (dc Tríceps + dc Supraíliaca + dc Coxa)2 - 0,0001392 X (idade) Siri (1961) Percentual de Gordura = ((4,95 / DC) - 4,50) X 100� 2) Comparar os resultados com os valores de referência. ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 ANEXO I ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 ANEXO II Modelo de Anamnese Avaliador (a): __________________________________________________ Data: __/__/__ Nome: ___________________________________________ Data de Nascimento: __/__/__ Endereço: __________________________________________________________________ e-mail.: ____________________________ Telefone residencial: ______________________ Histórico patológico pessoal Cirurgias: _________________________ Doenças e sintomas: ____________________ Medicamentos: ______________________ Lesões: _____________________________ Alergias: ___________________________ Outros: _____________________________ Histórico patológico familiar Cardiopatia: __________________________ Hipertensão: _______________________ Tabagismo: Fumante ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ___ Quantos cigarros por dia? ____ Durante quanto tempo? ____ Etilismo: Bebe ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ____ Freqüência semanal: _____ Dieta: Faz dieta? ( ) sim ( ) não Há quanto tempo? ___ Para perder ou ganhar peso? Atividade física: Já praticou? ( ) sim ( ) não Quais? _____________________________ Durante quanto tempo? ____ Há quanto tempo inativo?___________________________ Exame médico: Realiza periodicamente? ( ) sim ( ) não Último exame: _____________ Freqüência dos exames:____________________________________________________ ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 ANEXO III ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1 ANEXO IV ������������UPE - Campus Petrolina Prof. Ricardo Freitas M.Sc. Mat.: 11.487 - 1
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