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Bioenergética

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Bioenergética
	A Bioenergética constitui um dos principais blocos temáticos da Fisiologia, sendo essencialmente dedicada ao estudo dos vários processos químicos que tornam possível a vida celular do ponto de vista energético. Procura, entre outras coisas, explicar os principais processos químicos que decorrem na célula e analisar as suas implicações fisiológicas, principalmente em relação ao modo como esses processos se enquadram no conceito global de homeostasia . A compreensão daquilo que significa “energia” e da forma como o organismo a pode adquirir, converter, armazenar e utilizar, é a chave para compreender o funcionamento orgânico tanto nos desportos de rendimento, como nas atividades de recreação e lazer. 
	O estudo da bioenergética permite entender como a capacidade para realizar trabalho (exercício) está dependente da conversão sucessiva, de uma em outra forma de energias. Com efeito, a fisiologia do trabalho muscular e do exercício é, basicamente, uma questão de conversão de energia química em energia mecânica, energia essa que é utilizada pelas miofibrilas para provocar o deslize dos miofilamentos, resultando em ação muscular e produção de força. Para compreender as necessidades energéticas de qualquer modalidade desportiva, tanto a nível do treino como da competição, é importante conhecê-la profundamente. O sucesso de qualquer tarefa motora pressupõe que a conversão de energia seja feita eficazmente, na razão direta das necessidades energéticas dos músculos esqueléticos envolvidos nessa atividade. 
	Será importante referir que o dispêndio energético depende de vários fatores, entre os quais podemos referir a tipologia do exercício, a frequência, a duração e intensidade, os aspectos de caráter dietético, as condições de exercitação (altitude, temperatura e umidade), a condição física do atleta e a sua composição muscular em termos de fibras (tipo I e II). Referindo-se à avaliação da performance, alguns investigadores classificam as atividades em 3 grupos distintos - potência, velocidade e resistência (endurance) - aos quais associam um sistema energético específico, respectivamente, os fosfatos de alta energia, a glicólise anaeróbia e o sistema oxidativo. Como exemplos ilustrativos deste tipo de atividades podemos referir o lançamento do peso (potência), a corrida de 400m (velocidade) e a maratona (resistência). Os dois primeiros sistemas energéticos são designados de anaeróbios , o que significa que a produção de energia nas modalidades que os utilizam preferencialmente não está dependente da utilização de oxigênio. Já a produção de energia no sistema oxidativo decorre na mitocôndria e só é possível mediante a utilização de oxigênio, razão pela qual se denomina este tipo de sistema de aeróbio. Deste modo, o sucesso e a operacionalidade de cada um dos grupos de atividade encontra-se dependente do funcionamento do sistema energético preferencialmente utilizado.

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