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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
CURSO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO I
SEMESTRE: 2009.I
DATA:08/12/2009
ESTUDO DE CASO
Caros alunos, na tentativa de associar os estudos teóricos às praticas de atenção a saúde do adulto, estamos propondo como avaliação em estudo de caso. O caso a ser estudado é uma família.
As informações foram coletadas durante uma visita de um dos seus membros ao Programa de Controle da Tuberculose.
O que é um estudo de casos?
Na visão de Galdeano et al (2003, p.372), interpretando Creswell, o estudo de caso pode ser definido como uma exploração de um sistema delimitado ou de um caso, obtido por meio de uma detalhada coleta de dados, envolvendo múltiplas fontes de informações.
Os estudos de casos são classificados me de dois tipos:
Os formais – usados por pesquisadores com o objetivo de descrever, analisar e entender determinados fenômenos;
Os informais – aplicados na prática clinica, com objetivos de analisar e/ou descrever uma situação singular, identificar problemas em um campo especifico, observar mudanças e explorar causas. São também denominados de casos clínicos.
No âmbito da enfermagem segundo Galdeano et. al (2003, p. 372), os casos clínicos são usados como objetivo de realizar um estudo profundo dos problemas e necessidades dos pacientes, família e comunidade, proporcionando subsídios para a enfermeira estudar melhor estratégia para solucionar ou reverter os problemas identificados
Como construir o estudo
Inicialmente forme dupla com um colega, leiam o caso com atenção, discutam as informações apresentadas e iniciem o estudo levantando questões do tipo:
Necessitamos de mais dados?
Que estratégia usaremos para buscar tais dados?
Quais os problemas coletivos e individuais levantados?
Que conhecimentos necessitamos para planejar as ações que ajudarão na resolução dos problemas levantados? – aqui tais conhecimentos deverão ser descritos, inclusive citando autores; (a fundamentação teórica).
Que alternativa ou estratégia para a solução dos problemas a literatura já aponta?
Que alternativas ou estratégias para solução dos problemas vocês podem criar?
Que estratégias ou indicadores poderiam ser utilizados para avaliação do resultado das ações?
Caso necessitem de orientação busquem os professores, qualquer um de nós poderá lhes orientar;
Lembre-se que o enfoque do estudo de caso que propomos é baseado no levantamento dos problemas e nas orientações/encaminhamentos realizados, fundamentados na teoria.
O CASO
A família do Sr. J.S.S. reside no bairro Tomba, em uma casa recebida de herança, possui três quartos, uma sala, uma cozinha, 01 banheiro e uma varanda. Localizado em uma rua sem pavimentação que, quando chove, “vira uma buraqueira só”. O lixo é coletado três vezes por semana e água utilizada é da EMBASA. Residem na mesma casa o casal, uma filha e uma neta. Em outra rua, mas no mesmo bairro, moram os pais do Sr. J.S.S., ambos idosos. 
V.S.S. esposa do Sr. J.S.S, 55 anos de idade, casada há 27 anos, altura 1,65, peso 90 kg, CA=90cm, PA: 150x80mmhg. Ensino fundamental incompleto, trabalhou durante 10 anos numa fábrica de fardamentos escolares e quando se casou teve que deixar o emprego para cuidar da casa, do marido e dos filhos. Dona de casa, responsável por todo o serviço doméstico, queixa-se de mal – estar, hiporexia, astenia, mialgias, náuseas, vômitos, edema e dores intensas em MMII. Além de uns caroços que aparecem nas pernas e braços que ficam bem vermelhos e doloridos. Refere que está tomando “um mundo de remédio” há quase um ano, mas que não lembra os nomes. Eles dão de graça esses remédios lá no posto do tênis, mas não to vendo melhora não. Tem um mesmo que depois que comecei a tomar, engordei 10 kg. Meu marido até anda reclamando que to muito gorda e até minha pressão aumentou depois desses remédios. Tô até pensando se vou continuar a tomar... A enfermeira me disse que o remédio é pra diminuir o inchaço das pernas e a dor. Mas não sei não viu... melhora umas coisa e piora outra. Quem já viu isso?! Apresentou c o resultado do exame de baciloscopia que recebeu no dia anterior com resultado negativo. Hemograma: Hb 10,9g/dl, Ht 38,3%, leuco 7000/mm3, glicemia jejum 200mg/dl, colesterol total 180mg/dl, LDL 100mg/dl, HDL 5mg/dl. 
O Sr.J.S.S. de 53 anos de idade, altura 1,70, peso 65 kg, CA= 100cm, trabalha como agente penitenciário há 12 anos e apesar de todos os problemas na família demonstra otimismo e disposição para viver. Aqui no presídio eu vejo tanta tristeza, tanto sofrimento que eu agradeço a Deus pela vida que eu tenho. A gente tem que ter coragem pra enfrentar tudo... Quando perguntado sobre a última vez que foi a um serviço de saúde o mesmo referiu que foi há 4 anos atrás quando fez tratamento para Tuberculose e que atualmente vem tossindo com freqüência e emagrecendo. Confessa que nunca fez exame de próstata. Os pais do Sr. J.S.S. são idosos e residem no mesmo bairro, ele, porém, os visita pouco devido à falta de tempo, ele costuma dizer:’ A mulher vai lá mais do que eu’.
A Sra. S.M.S.S. filha mais velha do casal J.S.S. e V.S.S , com 26 anos de idade, tem uma filha de 5 anos que freqüenta a pré-escola apresentou febre alta, cefaléia intensa, vômitos em jato, sendo conduzida pela mãe para o Hospital Geral Cleriston Andrade, Ela é manicure desde os 15 anos, S.M.S.S. possui ensino médio completo, trabalha em horário comercial em um salão de beleza no centro da cidade, todos os dias da semana e aos domingos, ‘faço unha na casa das clientes. Porque no salão eu divido o lucro com o dono e aos domingos, não. O que ganho é tudo meu e as clientes gostam porque é mais confortável pra elas’. Ela refere que a renda auferida, vai toda para as despesas da casa, não sobrando quase nada. No salão de beleza trabalha há 4 anos e não possui vínculo empregatício. Informa que atualmente anda sentindo dores intensas na coluna lombar e no antebraço direito, principalmente à noite. “De vez em quando também sinto câimbras nas pernas, inchaço e dormência. Mas sobre esses problemas de saúde não falo com ninguém, porque tenho medo do dono do salão descobrir e me botar pra fora”. Não contribui com o INSS como autonômo. 
Os pais de J.S.S. o Sr. I.M.S.S, aposentado, 79 anos de idade, freqüenta assiduamente o grupo de idosos do PSF do bairro onde reside. Numa dessas reuniões do grupo apresentou comportamento agressivo, esquecendo com freqüência de acontecimentos recentes. O Agente Comunitário de Saúde- ACS, relata que a esposa do Sr. I.M.S.S. a Sra. P.M.G. confirma o esquecimento e a agressividade também no domicílio. O agente relata ainda que dona P.M.G anda sem vontade de sair, “até mesmo pra igreja não está indo”. Quando perguntado pelos motivos ela diz que está sem vontade e que “nem todo mundo gosta de ficar perto de véio”. A Sra. P.M.G, segundo o ACS, é hipertensa, tem se alimentado mal porque não tem vontade de cozinhar; “tenho minhas dúvidas se ela ta tomando o remédio direito”, afirma a agente.
 
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO: ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM DA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO l 
DISCENTES: MILENA LEITE E WESLEY SOUZA
ESTUDO DE CASO
Feira de Santana, janeiro 2010
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
CURSO: ENFERMAGEM
DISCIPLINA: ENFERMAGEM DA SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO l 
DISCENTES: MILENA LEITE E WESLEY SOUZA
ESTUDO DE CASO
Trabalho solicitado pelas docentes: Margarida Vasconcelos, Pricila Araujo, Robéria Prates, Tânia Costa e Yaná Freitas da disciplina Enfermagem na saúde do adulto e do idoso I, realizado pelos discentes Milena Leite e Wesley Souza.
Feira de Santana, janeiro 2010
1. INTRODUÇÃO
Com a tentativa de associar os estudos teóricos às práticas de saúde do adulto e idoso, nos foi proposto o estudo decaso de uma família fictícia do Srº J.S.S, residente no município de Feira de Santana, no bairro do tomba o qual parte a família não estar integrada à Unidade de Saúde do bairro.e como estratégia para levantar os problemas da família, proximidade da família ao serviço de saúde , seguimento das orientações dadas pela enfermagem, adesão aos possíveis tratamento, foi feito uma visita domiciliar com esses objetivos citados.
A Visita Domiciliária é um dos instrumentos mais indicados à prestação de assistência à saúde, do indivíduo, família e comunidade e deve ser realizada mediante processo racional, com objetivos definidos e pautados nos princípios de eficiência. Apesar de antiga, a Visita Domiciliária traz resultados inovadores, uma vez que possibilita conhecer a realidade do cliente e sua família in loco, contribuir para a redução de gastos hospitalares, além de fortalecer os vínculos cliente – terapêutica – profissional.
 MATTOS (1995) evidencia a amplitude da Visita Domiciliária na área da saúde, permitindo avaliar, desde as condições ambientais e físicas em que vivem o indivíduo e sua família, até assistir os membros do grupo familiar, acompanhar o seu trabalho, levantar dados sobre condições de habitação e saneamento, além de aplicar medidas de controle nas doenças transmissíveis ou parasitárias. 
A Visita Domiciliária também deve ser considerada no contexto de educação em saúde por contribuir para a mudança de padrões de comportamento e, conseqüentemente, promover a qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da saúde. Garante atendimento holístico por parte dos profissionais, sendo, portanto, importante a compreensão dos aspectos psico-afetivo-sociais e biológicos da clientela assistida.
A história do surgimento das visitas domiciliares permite observar o quanto ela se confunde com o nascimento da enfermagem em saúde pública e sua relação com a história da saúde pública no mundo, o que nos leva a refletir sobre novos desdobramentos do cuidado em enfermagem.
O aparecimento do serviço de enfermeiras visitadoras no Brasil é marcado com o objetivo da prevenção. As visitadoras deveriam prestar assistência priorizando aspectos educativos de higiene, dirigidos a doentes (NOGUEIRA & FONSECA, 1977). Em relação ao posicionamento da visita domiciliar no contexto da Enfermagem de Saúde Pública, a visita domiciliar constituiria um dos instrumentos mais eficientes para se trabalhar com a comunidade e com as famílias na promoção e na detecção de suas necessidades de saúde. De acordo com (ARAÚJO, 2000), “são funções da enfermagem de saúde pública, com relação à família, aquelas que visam assisti-la no desempenho de atividades que contribuam para promover e recuperar a saúde de seus membros”.
Segundo COSTA (1997), “a visita domiciliária como atividade dirigida à família enseja um tipo de ensino voltado à solução de problemas de vivência em situações da vida real, no ambiente familiar”. É uma atividade caracterizada fundamentalmente pela interação entre indivíduos, e aí, a comunicação assume uma importância decisiva.
Na atualidade, o PSF, através da Visita Domiciliária, propicia maior proximidade dos profissionais e serviços com as pessoas e seus modos de vida. Conforme FONSECA e BERTOLOZZI (1997), ela permite uma aproximação com os determinantes do processo saúde-doença no âmbito familiar. Ou seja, a Visita Domiciliária é um instrumento que possibilita o enfermeiro identificar como se expressam, na família, as formas de trabalho e vida dos membros, quais padrões de solidariedade se desenvolvem no interior do universo familiar e como estes podem contribuir para o processo de cuidado, cura ou recuperação de um de seus membros. Além de buscar a identificação dessa situação familiar, a sua prática compreende ainda entender as funções sociais, econômicas e ideológicas e de reprodução da força de trabalho da família na sociedade.
O CASO CLÍNICO:
A família do Sr. J.S.S. reside no bairro Tomba, em uma casa recebida de herança, possui três quartos, uma sala, uma cozinha, 01 banheiro e uma varanda. Localizado em uma rua sem pavimentação que, quando chove, “vira uma buraqueira só”. O lixo é coletado três vezes por semana e água utilizada é da EMBASA. Residem na mesma casa o casal, uma filha e uma neta. Em outra rua, mas no mesmo bairro, moram os pais do Sr. J.S.S., ambos idosos. 
V.S.S. esposa do Sr. J.S.S, 55 anos de idade, casada há 27 anos, altura 1,65, peso 90 kg, CA=90cm, PA: 150x80mmhg. Ensino fundamental incompleto, trabalhou durante 10 anos numa fábrica de fardamentos escolares e quando se casou teve que deixar o emprego para cuidar da casa, do marido e dos filhos. Dona de casa, responsável por todo o serviço doméstico, queixa-se de mal – estar, hiporexia, astenia, mialgias, náuseas, vômitos, edema e dores intensas em MMII. Além de uns caroços que aparecem nas pernas e braços que ficam bem vermelhos e doloridos. Refere que está tomando “um mundo de remédio” há quase um ano, mas que não lembra os nomes. Eles dão de graça esses remédios lá no posto do tênis, mas não to vendo melhora não. Tem um mesmo que depois que comecei a tomar, engordei 10 kg. Meu marido até anda reclamando que to muito gorda e até minha pressão aumentou depois desses remédios. Tô até pensando se vou continuar a tomar... A enfermeira me disse que o remédio é pra diminuir o inchaço das pernas e a dor. Mas não sei não viu... melhora umas coisa e piora outra. Quem já viu isso?! Apresentou c o resultado do exame de baciloscopia que recebeu no dia anterior com resultado negativo. Hemograma: Hb 10,9g/dl, Ht 38,3%, leuco 7000/mm3, glicemia jejum 200mg/dl, colesterol total 180mg/dl, LDL 100mg/dl, HDL 5mg/dl. 
O Sr.J.S.S. de 53 anos de idade, altura 1,70, peso 65 kg, CA= 100cm, trabalha como agente penitenciário há 12 anos e apesar de todos os problemas na família demonstra otimismo e disposição para viver. Aqui no presídio eu vejo tanta tristeza, tanto sofrimento que eu agradeço a Deus pela vida que eu tenho. A gente tem que ter coragem pra enfrentar tudo... Quando perguntado sobre a última vez que foi a um serviço de saúde o mesmo referiu que foi há 4 anos atrás quando fez tratamento para Tuberculose e que atualmente vem tossindo com freqüência e emagrecendo. Confessa que nunca fez exame de próstata. Os pais do Sr. J.S.S. são idosos e residem no mesmo bairro, ele, porém, os visita pouco devido à falta de tempo, ele costuma dizer:’ A mulher vai lá mais do que eu’. 
	
A Sra. S.M.S.S. filha mais velha do casal J.S.S. e V.S.S , com 26 anos de idade, tem uma filha de 5 anos que freqüenta a pré-escola apresentou febre alta, cefaléia intensa, vômitos em jato, sendo conduzida pela mãe para o Hospital Geral Cleriston Andrade, Ela é manicure desde os 15 anos, S.M.S.S. possui ensino médio completo, trabalha em horário comercial em um salão de beleza no centro da cidade, todos os dias da semana e aos domingos, ‘faço unha na casa das clientes. Porque no salão eu divido o lucro com o dono e aos domingos, não. O que ganho é tudo meu e as clientes gostam porque é mais confortável pra elas’. Ela refere que a renda auferida, vai toda para as despesas da casa, não sobrando quase nada. No salão de beleza trabalha há 4 anos e não possui vínculo empregatício. Informa que atualmente anda sentindo dores intensas na coluna lombar e no antebraço direito, principalmente à noite. “De vez em quando também sinto câimbras nas pernas, inchaço e dormência. Mas sobre esses problemas de saúde não falo com ninguém, porque tenho medo do dono do salão descobrir e me botar pra fora”. Não contribui com o INSS como autonômo. 
Os pais de J.S.S. o Sr. I.M.S.S, aposentado, 79 anos de idade, freqüenta assiduamente o grupo de idosos do PSF do bairro onde reside. Numa dessas reuniões do grupo apresentou comportamento agressivo, esquecendo com freqüência de acontecimentos recentes. O Agente Comunitário de Saúde- ACS, relata que a esposa do Sr. I.M.S.S. a Sra. P.M.G. confirma o esquecimento e a agressividade também nodomicílio. O agente relata ainda que dona P.M.G anda sem vontade de sair, “até mesmo pra igreja não está indo”. Quando perguntado pelos motivos ela diz que está sem vontade e que “nem todo mundo gosta de ficar perto de véio”. A Sra. P.M.G, segundo o ACS, é hipertensa, tem se alimentado mal porque não tem vontade de cozinhar; “tenho minhas dúvidas se ela ta tomando o remédio direito”, afirma a agente.
2. PROBLEMAS COLETIVOS 
A família do Srº J.S.S, como muitas das famílias brasileiras, nos revela problemas individuais e coletivos, que precisam ser sanados ou ao menos amenizados, para que seus integrantes alcancem um patamar de saúde mais elevado, sendo este termo considerado conforme a Declaração de Alma-Ata, o “estado de completo bem-estar físico, mental e social”, priorizando a qualidade de vida de cada indivíduo isoladamente e em suas relações familiares. 
Segundo Ferreira et al (S/A) coletivo é classificado como aquilo que abrange ou compreende muitas coisas ou pessoas. (...) que manifesta a natureza ou tendência de um grupo como tal ou pertencente a uma classe, a um povo, ou a qualquer grupo. Os problemas coletivos são os reflexos dos problemas individuais de cada membro da família, projetados no contexto familiar. Não adianta buscarmos soluções individuais, se não conhecemos o contexto de vida da pessoa em questão. 
 
ORIENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA OS PROBLEMAS COLETIVOS
Foram levantados os seguintes problemas coletivos:
Integração da família ao serviço de saúde;
Pavimentação pública e cuidados com o lixo doméstico;
Baixa escolaridade e sua relação com o autocuidado;
Baixa renda familiar e problemas culturais que levam à sobrecarga de trabalho da genitora;
Déficit no lazer;
Sedentarismo;
Responsabilidades da família frente a um idoso com mudanças comportamentais;
Condições de trabalho;
Suspeita de contactantes de tuberculose e hanseníase
2.1 Integração da família ao serviço de saúde 
É fato que a família J.S.S com exceção dos seus pais, e o serviço de saúde do bairro onde moram não estão intimamente ligados. Talvez a não adesão ao serviço se deva a um único fator ou à combinação deles. Algumas suposições seriam a falta de credibilidade e conhecimento do serviço, ou mesmo a presença de múltiplas barreiras (acesso geográfico, financeiras, administrativa e cultural) que dificultem o acesso dos mesmos à Unidade de Saúde da Família (USF). 
É bem verdade que a família em estudo não está adaptada ao sistema preventivo de saúde, mas ligado ao modelo curativista, pois os seus membros só buscam atendimento em ocasiões de doença.
Conforme Giovanella & Mendonça (2003), para que as USF sejam consideradas pelos usuários como porta de entrada/serviço de primeiro contato regular do sistema de saúde, faz-se necessário que a mesma seja acessível à população adscrita. Para tanto, é imperativo que as barreiras citadas anteriormente sejam eliminadas. É essencial que se reveja os horários de funcionamento das unidades, bem como manter fluxo de informações e referência entre os serviços de urgência/pronto-atendimento e as ESF/USF. 
Teixeira (2003) apud Merhy (1994) enfatiza a necessidade do estabelecimento de vínculos entre profissionais e clientela, o que implica transformações na porta de entrada da população aos serviços, tais como modificações na recepção ao usuário, no agendamento das consultas e na programação da prestação de serviços, incluindo atividades com abrangência mais ampla das necessidades sociais de saúde da população. 
[...] tais posturas podem ser consideradas uma estratégia de reorientação da atenção à demanda espontânea, capaz de colaborar nas relações dos profissionais com os usuários e nos processos de mudanças nas concepções da população acerca das suas necessidades de saúde, e do lugar ocupado pelo consumo de serviços de saúde na melhoria do seu bem-estar (TEIXEIRA 2003, apud CECILIO, 1994; MERHY, 1997 p. 265). 
Segundo Starfield (2004), a atenção primária é especial porque envolve o manejo da enfermidade a longo prazo, e os pacientes têm acesso direto a uma atenção continuada para múltiplos problemas e de qualidade, incluindo também a necessidade de serviços preventivos.A Sra.S.M.S. filha do casal já começou sua atividade sexual e não está tomando pílulas anticoncepcionais, ela precisa ser orientada quanto ao uso desses medicamentos, quanto à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e ser encaminhada ao planejamento familiar e ainda encaminhada para um especialista por exemplo um ortopedista para avaliação de suas dores na coluna lombar e no antebraço direito . Quanto à o Sr. J.S.S, ele vem apresentando uma sintomatologia indicativa de tuberculose sendo que já teve essa doença há um tempo atrás , e precisa ser avaliação e solicitação de exames para que a patologia responsável pela alteração do estado de saúde deste seja diagnosticada e iniciadas as medidas terapêuticas cabíveis e com fidedignidade ao tratamento.
 Além disso a Sra. S.M.S vem apresentando sintomas eu necessitam também de uma avaliação de profissional de saúde médico-clinico para solicitação de exames laboratoriais e pesquisa das sintomatologias que vem sentido como: mal – estar, hiporexia, astenia, mialgias, náuseas, vômitos, edema e dores intensas em MMII. Além de uns caroços que aparecem nas pernas e braços que ficam bem vermelhos e doloridos.apresenta ainda um valor de TA 150X 90 mmg que já considera-se hipertensa segundo a dados da OMS e precisa de mais avaliações para fechar o diagnóstico.
Precisamos, como profissionais de saúde, conscientizar os membros da família que saúde não é apenas ausência de doença, enfocando o lado preventivo das ações. Devemos nos empenhar, também, através das estratégias citadas anteriormente, em eliminar as múltiplas barreiras de acesso às USF, e mostrar o quão resolutivo a atenção primária pode ser, o que dá credibilidade ao serviço. 
2.2 Pavimentação pública e os cuidados com o lixo doméstico 
 A descrição da rua da família do Sr. J.S.S nos revela pontos importantes que podem influenciar direta ou indiretamente na qualidade de vida de seus membros. O fato da rua não ter pavimentação pública, por exemplo, propicia as transmissões bacterianas cuja porta de entrada pode ser pelo contato com a pele do individuo seja por insetos ou por água contaminada , transmissão feco-oral e higiene corporal inadequada.
Em uma comunidade, segundo Menezes (1993, p.17), “os fatores mais importantes em nível de saúde são, pela ordem, os seguintes: em primeiro lugar, a qualidade de vida; em segundo lugar o saneamento; em terceiro lugar, os atos médicos”. Cita ainda o autor que o abastecimento de água, “simultâneo com o destino adequado de
dejetos, é capaz de influir poderosamente contra as mais freqüentes endemias: esquistossomose, verminose, amebíase, shigueloses, febre tifóide”.
 Segundo a OMS: saneamento básico de saúde "É o controle de todos os fatores do meio físico do Homem que exercem efeito deletério ( prejudicial ) sobre seu bem estar físico, mental ou social "e se restringe ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas inclui também o lixo nesta categoria. Outras atividades de saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e habitações.
Para se acabar com a epidemia da cólera , seria necessário: investir: 
US$15 bilhões em Saneamento básico nos próximos 10 anos ",1 bilhão de pessoas não dispõem de água potável no mundo e 1,8 bilhão não têm acesso a sanitários e esgoto; Segundo dados do JB de 05/03/93 
8 milhões de crianças morrem anualmente em decorrência de enfermidades relacionadas à falta de saneamento, o que significa 913 crianças por hora, 15 por minuto ou 1 a cada quatro segundos. (Revista Veja, 22/dez/99); 
 Especificamente em relação à zona urbana, 11,4% não dispunham de água tratada e 48,9% não eram atendidos por redes coletoras de esgoto sanitário. (IBGE, 1998)
12,8 milhões de domicílios atendidospor redes de abastecimento d’água são desprovidos de sistemas de coleta do esgoto sanitário produzido pela utilização dessa água. (IBGE)
65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão associadas à falta de saneamento básico (BNDES, 1998);
Em 1998, morreram 29 pessoas por dia no Brasil de doenças decorrentes de falta de água encanada, esgoto e coleta de lixo, segundo cálculos da FUNASA realizados a pedido do Jornal Folha de São Paulo (FSP, 16/jul/00);
A falta de saneamento básico é a principal responsável pela morte por diarréia de menores de 5 anos no Brasil (Jornal Folha de São Paulo - FSP, 17/dez/99);
As doenças decorrentes da falta de saneamento básico mataram, em 1998, mais gente do que a AIDS (FSP, 16/jul/00);
Em 1997, morreram 50 pessoas por dia no Brasil vitimadas por enfermidades relacionadas à falta de saneamento básico. Destas, 40% eram crianças de 0 a 4 anos de idade (DATASUS); Ou seja, o Brasil registra a morte de 20 crianças de 0 a 4 anos por dia, em decorrência da falta de saneamento básico, principalmente de esgoto sanitário (DATASUS) isso significa que morre uma criança de 0 a 4 anos a cada 72 minutos por falta de saneamento básico, mais precisamente, por falta de esgoto sanitário (DATASUS);
A eficácia dos programas federais de combate à mortalidade infantil esbarra na falta de saneamento básico (FSP, 17/dez/99);
Os índices de mortalidade infantil em geral caem 21% quando são feitos investimentos em saneamento básico (FSP, 17/dez/99); 
A utilização do soro caseiro, uma das principais armas para evitar a diarréia, só faz o efeito desejado se a água utilizada no preparo for limpa (FSP, 17/dez/99);
Ademais, a rua onde mora a família não tem calçamento, o que pode contribuir para o acúmulo de água da chuva em poças. Conforme o MS (2006), muitas das infecções parasitárias, como a cólera são transmitidas pela ausência de rede de esgoto quando água para o consumo está contaminada, o vibrião da cólera (V.cholerae) que é um bacilo gram negativo, anaeróbios facultativos, é o agente causador da cólera, é doença caracterizada por diarréia profusa e bastante líquida. (Tortora, Gerald J, 2000).
Para Bóia et al. (2006), as parasitoses intestinais é um dos muitos problemas de saúde em populações de baixa renda. Este tipo de infecção é reflexo de determinantes sociais e econômicos, com prevalência elevada em indivíduos com condições de moradia precárias, incluindo falta de saneamento básico e níveis de instrução inadequados.
 Lixo é uma palavra latina (lix) que significa cinza, vinculada às cinzas dos fogões. Segundo Ferreira (1999), lixo é "aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho. Tudo o que não presta e se joga fora. Sujidade, sujeira, imundície. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor". Jardim e Wells (1995, p. 23) definem lixo como "[...] os restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis, ou descartáveis". Em média, o lixo doméstico no Brasil, segundo Jardim e Wells (1995) é composto por: 65% de matéria orgânica; 25% de papel; 4% de metal; 3% de vidro e 3% de plástico. Apesar de atender a legislação específica de cada município, o lixo comercial até 50 kg ou litros e o domiciliar são de responsabilidade das prefeituras, enquanto demais são de responsabilidade do próprio gerador. Cuidados com o lixo doméstico os quais são lixo de cozinha, papéis, cerâmicas, latas e laca (depois de acabar, faça furos no spray), móveis e artigos de uso diário com medida de um dos lados menor que 30cm, aparelhos elétricos, entre os cuidados que foram orientados a família do caso destaca-se:
Remover o excesso de líquido do lixo e por em saco transparente, deixar os sacos até as 9h da manhã no dia de coleta de lixo doméstico.
Espetos de bambu, estilhaços de vidro e giletes devem ser embrulhados em papel resistente. Nestas embalagens escreva frases como “perigoso".
Quando jogar fora fósforos, fogos de artifício, isqueiros e outros produtos que produzem fogo, devem jogar depois de usá-los completamente.
Latas de gases e de spray devem ser usados completamente, e fazer furos em locais onde não haja fogo e perigo de incêndio pela evasão de gás, pois podem ser considerados causas de explosão e de incêndio no momento da coleta ou incineração.
No caso de jogar óleo de cozinha e outros óleos, use papel absorvente ou pano para absorver o óleo, ou faça com que se tornem sólidos antes de jogá-los no lixo.
No caso de jogar fralda, tire a sujeira e embrulhe em saco plástico para evitar o odor.
Latas de gases e de spray devem ser usados completamente, e fazer furos em locais onde não haja fogo e perigo de incêndio pela evasão de gás, pois podem ser considerados causas de explosão e de incêndio no momento da coleta ou incineração.
Importante é que do Sr J.S.S seja orientada a que seus membros andem sempre calçados, beber água fervida ou filtrada, lavar bem os alimentos como frutas e verduras com uma colher de sopa de água sanitária ou vinagre para um litro de água, principalmente onde a família mora numa área de terra, onde o acúmulo de água da chuva pode propiciar o crescimento de larvas transmissoras de parasitoses intestinais, Abaixo segue duas tabelas das doenças provocadas pela falta de saneamento básico com os seguintes tópicos: o grupo de doenças, formas de transmissão e prevenção. 
 Doenças Relacionadas com Água Contaminada 
	
Grupos de Doenças
	
Formas de Transmissão
	
Principais Doenças Relacionadas
	
Formas de Prevenção
	Transmitidas pela via feco-oral (alimentos contaminados por fezes)
	O organismo patogênico (agente causador da doença) é ingerido.
	Leptospirose 
Amebíase 
Hepatite infecciosa 
Diarréias e disenterias, como a cólera e a giardíase 
	» Proteger e tratar as águas de abastecimento e evitar o uso de fontes contaminadas
» Fornecer água em quantidade adequada e promover a higiene pessoal, doméstica e dos alimentos.
	Controladas pela limpeza com água
	A falta de água e a higiene pessoal insuficiente criam condições favoráveis para sua disseminação.
	Infecções na pele e nos olhos, como o tracoma e o tifo relacionado com piolhos, e a escabiose 
	» Fornecer água em quantidade adequada e promover a higiene pessoal e doméstica
	Associadas à água (uma parte do ciclo de vida do agente infeccioso ocorre em um animal aquático
	O patogênico penetra pela pele ou é ingerido.
	Esquistossomose 
	» Adotar medidas adequadas para a disposição de esgotos
» Evitar o contato de pessoas com águas infectadas
» Proteger mananciais
» Combater o hospedeiro intermediário 
	Transmitidas por vetores que se relacionam com a água
	As doenças são propagadas por insetos que nascem na água ou picam perto dela.
	Malária 
Febre amarela 
Dengue 
Elefantíase 
	» Eliminar condições que possam favorecer criadouros
» Combater os insetos transmissores
» Evitar o contato com criadouros
» Utilizar meios de proteção individual 
Fonte: http://www.esgotoevida.org.br/saude_saneamento.php
	
Grupos de Doenças
	
Formas de Transmissão
	
Principais Doenças Relacionadas
	
Formas de Prevenção
	Feco-orais (não bacterianas)
	Contato de pessoa para pessoa, quando não se tem higiene pessoal e doméstica adequada.
	Poliomielite 
Hepatite tipo A 
Giardíase 
Disenteria amebiana 
Diarréia por vírus 
	» Melhorar as moradias e as instalações sanitárias
» Implantar sistema de abastecimento de água
» Promover a educação sanitária 
	Feco-orais (bacterianas)
	Contato de pessoa para pessoa, ingestão e contato com alimentos contaminados e contato com fontes de águas contaminadas pelas fezes.
	Febre tifóide 
Febre paratifóide 
Diarréias e disenterias bacterianas, como a cólera 
	» Implantar sistema adequado de disposição de esgotos melhorar as moradias e as instalações sanitárias
» Implantar sistema de abastecimento deágua
» Promover a educação sanitária 
	Helmintos transmitidos pelo solo
	Ingestão de alimentos contaminados e contato da pele com o solo.
	Ascaridíase (lombriga) 
Tricuríase 
Ancilostomíase (amarelão) 
	» Construir e manter limpas as instalações sanitárias
» Tratar os esgotos antes da disposição no solo
» Evitar contato direto da pele com o solo (usar calçado) 
	Tênias (solitárias) na carne de boi e de porco
	Ingestão de carne mal cozida de animais infectados
	Teníase 
Cisticercose 
	» Construir instalações sanitárias adequadas
» Tratar os esgotos antes da disposição no solo
» Inspecionar a carne e ter cuidados na sua preparação 
	Helmintos associados à água
	Contato da pele com água contaminada
	Esquistossomose 
	» Construir instalações sanitárias adequadas
» Tratar os esgotos antes do lançamento em curso d’água
» Controlar os caramujos
» Evitar o contato com água contaminada 
	Insetos vetores relacionados com as fezes
	Procriação de insetos em locais contaminados pelas fezes
	Filariose (elefantíase) 
	» Combater os insetos transmissores
» Eliminar condições que possam favorecer criadouros
» Evitar o contato com criadouros e utilizar meios de proteção individual 
 Vale destacar que os investimentos em saneamento têm um efeito direto na redução dos gastos públicos com serviços de saúde, segundo a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA).
 Para cada R$ 1,00 (um real) investido no setor de saneamento economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na área de medicina curativa.
2.3 Baixa escolaridade e sua relação com o autocuidado.
Na família do Sr. J.S.S, o baixo nível de escolaridade acomete desde os pais e filhos. Como foi abordado anteriormente, depende principalmente da família a estruturação dos padrões de comportamento, hábitos, usos, costumes, valores e atitudes. Sendo assim esta constrói o alicerce para o adulto futuro. E famílias de baixa renda, onde baixa escolaridade é fator marcante, este indicador mostra-se fragilizado, pois diante do contexto social envolvido, é comum a falta de oportunidade dos pais em aperfeiçoar seu nível cultural.
Nesse contexto, muito freqüentemente, as mães acabam sendo as principais responsáveis pela inclusão dos filhos no meio social, fato este que contribui para os problemas sociais da atualidade. A baixa escolaridade dos pais acaba sendo um fator predisponente à baixa escolaridade dos filhos, tanto pelo não incentivo ao estudo, negligenciando o desempenho escolar dos mesmos quanto pelos valores prioritários da família.
Bem & Wagner (2006) e seu trabalho afirmam que é o nível socioeconômico a variável significativa para o comportamento humano, por abranger condições de vida diferenciadas que afetam principalmente a visão do homem sobre a realidade social.
Pais e mães pertencentes a níveis sociais mais elevados, com maior escolaridade, poder aquisitivo, etc., tenderiam a priorizar valores de autodireção nas crianças (autocontrole, responsabilidade, curiosidade, etc.), enquanto que famílias de nível socioeconômico inferior, com menor escolaridade, poder econômico, etc. se preocupam mais com valores de conformidade (limpeza, bons modos, obediência, etc. (BEM & WAGNER, 2006, p. 67).
Além disso, observa-se também em estudo dos mesmos autores que as famílias de baixo nível sócio-econômico têm a tendência de priorizar adesão a padrões externos de comportamento, podendo tal fator está associado ao senso comum de que o pobre é um ser necessitado, que deve sempre obedecer e respeitar as hierarquias e situações que lhe são impostas.
Portanto, com base no que foi esclarecido, pensa-se que a condição de pobreza deve ser considerada como um fenômeno multidimensional e diverso, o qual inclui aspectos sociais, culturais e econômicos, comprovados pela discriminação e exclusão, carência ou acesso limitado aos serviços destinados às necessidades básicas da família, níveis de renda inferiores aos requerentes de uma qualidade de vida equilibrada, e ainda frágeis condições de saúde e educação.
A família do Sr. J.S.S acaba por ser vítima do meio o qual estão incluídos, e por isso, observam-se os problemas em sua composição familiar. A baixa escolaridade da filha é reflexo do nível de escolaridade dos pais, e mesmo acontece com a Sr. S.M.S.S apresentando 2º grau completo, não é suficiente para que esta consiga mudança em seu status sócio-econômico, não somente pela condição trabalhista em que se encontra, mas também pela qualidade da educação brasileira, que é deficiente e não atende às reais necessidades do seu povo.
 
2.4 Baixa renda familiar e problemas culturais que levam à sobrecarga de trabalho da genitora
Para Starfield (2004), a saúde de um indivíduo ou uma população é apontada por sua combinação genética, no entanto sofre ampla influência do ambiente social e físico, por atitudes culturais ou socialmente determinadas, bem como pela natureza da atenção à saúde oferecida. 
Fazendo a leitura dos relatos da Srª. V.S.S no estudo proposto, ela revela ser a responsável pelas atividades da casa, desde sua arrumação ao preparo dos alimentos, não havendo divisão das tarefas nem valorização da figura materna.
Em estudo realizado por Martin & Angelo (1999) o qual objetivou compreender a percepção das mães de uma comunidade de baixa renda na cidade de São Paulo, bem como o significado do seu papel na estrutura familiar e cuidado com os filhos, percebemos que está na figura materna a responsabilidade de prover, cuidar, administrar, educar e sociabilizá-los. As autoras referenciando Lynch & Tiedje (1991) afirma que as famílias de baixa renda possuem características peculiares da sua classe no processo de comunicação familiar e socialização dos filhos, há uma divisão de papéis entre os pais, cabendo à mulher a responsabilidade de sociabilizar e educar os filhos, e ao homem o sustento da família. Afirmam ainda que as interações familiares visam a resolução de problemas e não a prevenção desses, e que há a recusa dos homens em assumir ou participar mais ativamente nas atividades no trabalho doméstico e educação dos filhos.
Isso é válido para a família do Srº J.S.S, onde a mulher, mãe, Sra. V.S.S, é quem assume em sua totalidade as ocupações domésticas e inclusive a tarefa de cuidar de quem adoece na família. É, sobretudo, uma questão de gênero, onde a mulher adquire uma carga de trabalho superior ao que formalmente é percebido no meio social. No entanto, não podemos deixar de enxergar este fato como uma violência à mulher. Deslandes et al,(2000) apud MS, (1993) define violência doméstica como as distintas formas de violência interpessoal (agressão física, abuso sexual, abuso psicológico e negligência) que ocorrem dentro da família, sendo cometidas por um agressor (que possui laços de parentesco, familiares ou conjugais) em condições de superioridade (física, etária, social, psíquica e/ou hierárquica). 
Podemos perceber, portanto, que os pais desempenham seus papéis de forma frágil, sem reflexão e acabam não preparando os filhos para a divisão de tarefas, como na família do Srº J.S.S, acarretando uma violência à Sra. V.S.S que se encarrega de todo o trabalho doméstico e de cuidado da família. Sabemos que não deve ser considerado papel exclusivo da mulher todas as tarefas citadas anteriormente, contudo não podemos desconsiderar que a situação social a qual estão enquadradas contribui diretamente para a estruturação de tais concepções patriarcais e da sobrecarga do trabalho feminino nessa família.
Portanto, não adianta apenas nós, enquanto profissionais enfermeiros, discutirmos individualmente com a mulher sobre a sua função no seio familiar. É preciso que toda a família compreenda, sem desconsiderar os seus conceitos e concepções, que a divisão de tarefas é positiva no equilíbrio e qualidade de vida da mesma, de forma que todos os seus membros sejam responsáveis pela realização das tarefas domésticas. Uma forma interessante seria instigar a família a dividir as tarefas, enquanto o profissional,em conjunto, confeccionaria um material com a distribuição das atividades, feita pela própria família. Além disso, a temática em educação em saúde deve ser abordada em toda e quaisquer contato com essa família, ensinar hábitos higiênicos e alimentares saudáveis e acessíveis à família são questões que devem ser aprimoradas a cada consulta. 
2.5 Déficit no lazer
No estudo da família apresentado em nenhum momento foi citado quanto ao lazer desta, mostrando assim que essa família não tem atividades de lazer que vêem amenizar ou aliviar seus problemas da vida cotidiana, sendo um fator preponderante para esta situação a condição financeira e a sobrecarga da família.
Araújo et al (2007) afirma que com a globalização e automação do mundo do trabalho, os indivíduos encontram-se inseridos em atividades laborais as quais requerem agilidade, enquadrando-os em um cotidiano propício ao estresse, ansiedade e depressão. Diante disso a prática do lazer surge com uma forma de enfrentamento dessa realidade como possibilidade de reequilíbrio e relaxamento.
O lazer está intimamente ligado à qualidade de vida, portanto famílias de baixa renda são os maiores afetados com a impossibilidade de usufruir de maneira satisfatória. Entre as atividades enquadradas como lazer encontramos aquelas que estão centradas em interesses físicos, sociais, manuais, intelectuais, artísticos e turísticos. Os maiores problemas para o alcance destas limitações são os de ordem financeira, além disso, pode haver a predominância de uma cultura sem lazer.
Segundo Gomes & Pimentel (2006) mesmo havendo variação no conceito de qualidade de vida há consenso em alguns fatores como: o estado de saúde, a longevidade, a satisfação no trabalho, o salário, o lazer, as relações familiares, a disposição, o prazer e até a espiritualidade. Completa afirmando que o indivíduo possuidor da prática do lazer adquire conhecimento acerca de solidariedade e companheirismo.
As famílias de baixa renda as quais já convivem em um contexto de inquietações e desigualdades sociais, ainda são vítimas do descaso político no que diz respeito também ao direito ao lazer. Sabe-se que é dificultado o seu acesso a esta prática, não somente pela falta de recursos no financiamento do mesmo, mas também pelo acesso muitas vezes dificultado pela distância geográfica.
A família do Srº J.S.S, moradora do bairro do tomba, encontra-se exatamente na realidade de impossibilidade financeira do acesso ao lazer, uma vez que a cidade de Feira de Santana não oferece uma gama de opções. O que pode ser considerado lazer está limitado ao clientelismo sendo estes a ida a bares (o que favorece o desenvolvimento de problemas com o alcoolismo e o tabagismo), shopping center e cinema. Existe um parque da cidade no bairro Fraternidade, o qual é uma extensa área de verde, propícia para encontros familiares, caminhadas, contato com a natureza e com a tranqüilidade, e apesar da entrada gratuita, está em um local de difícil acesso. Já que o deslocamento do bairro Tomba ao Fraternidade só pode ser feito através de ônibus ou carro próprio. Os meios de transportes da cidade são considerados outro problema, pois analisando o porte da cidade compreende-se que o valor cobrado pelo uso desse serviço é abusivo, tornando-o inacessível para grande parte da população de baixa renda.
Diante do exposto não se pode negar que o esporte tem uma grande relevância em questões de lazer e sedentarismo em famílias de baixa renda, contudo não deve ser exclusiva por tornar-se impossibilitada diante de limitações físicas suscetíveis.
Democratizar o lazer implica em democratizar o espaço. Se o assunto for colocado em termos de vida diária, o cotidiano das pessoas, não há como fugir do fato: o espaço para o lazer é o espaço urbano (GOMES & PIMENTEL, 2006, p. 37).
Em estudo realizado no ano de 2007 por Araújo et al com a prática de lazer pela população da cidade de Feira de Santana observou-se que os motivos que os levam a prática destas atividades é em sua maioria pela diversão e recreação e/ou encontro com os amigos. No entanto, observou-se um baixo índice de lazer entre as mulheres devido à dupla jornada de trabalho, às exigências de trabalho doméstico e a ausência de divisão de trabalho entre o tempo de jornada, bem como à falta de tempo livre.
Está na Constituição de 1988 que o poder público deve incentivar o lazer como forma de promoção social e para isso é necessária a execução de políticas públicas, formulação de planos de ação, e a possibilidade de parcerias com instituições tanto públicas como privadas.
Seria papel da equipe de saúde conscientizar a família do Srº J.S.S e da Srª V.S.S de que o lazer não está apenas restrito às atividades relacionadas a clientelismo, podendo articular a unidade de saúde com o propósito de promover interação entre a comunidade, com a programação de um dia de lazer para a população. Neste dia poderiam ser realizas palestras as quais tratassem de assuntos voltados ao lazer, elucidando e propondo alternativas para a prática do mesmo. Entre as atividades a serem desenvolvidas na comunidade ou na própria residência, poderia ser proposto o cuidado com o jardim, o artesanato, a prática de exercícios físicos, a realização de leituras e a manipulação de instrumento musical. Dessa forma possibilitaria a retirada da família dos limites da própria casa, favorecendo o contato com a comunidade e até mesmo a atração para a unidade.
2.6 Sedentarismo
A prática de atividades físicas contribui não somente para prevenção de doenças crônicas de alta prevalência entre adultos e idosos, como também para o equilíbrio mental e físico. Pessoas ativas apresentam risco diminuído para o desenvolvimento de diversas doenças. No Brasil, segundo Siqueira et al (2008) o sedentarismo apresenta alta prevalência, o que causa custos elevados tanto diretos quanto indiretos para o sistema de saúde. Em seu estudo os autores levantaram que a prevalência do sedentarismo entre adultos e idosos com renda per capita menor que um salário mínimo, foi a de maior valor. Por outro lado o deslocamento ativo para o local de trabalho e as atividades físicas ocupacionais são muito comuns entre indivíduos de baixa renda.
Pessoas que trabalham com remuneração apresentam menor risco para sedentarismo em ambos os grupos etários. A auto percepção da saúde ruim esteve fortemente associada com o sedentarismo em ambos as faixas etárias. O fato de as pessoas identificarem ou não a prática de atividades físicas como um dos fatores mais importantes para a manutenção da saúde não se associou com a prevalência do sedentarismo. Da mesma forma, as pessoas que receberam prescrição para a prática de atividade física em unidades básicas de saúde não apresentam prevalência de sedentarismo, diferentemente daquelas que não receberam tal prescrição (SIQUEIRA, F. V. et al, 2008, p. 43).
Assim pode ser identificado claramente que a ação dos profissionais de saúde em prescrever atividade física promove efeito na adoção das práticas saudáveis, ainda que estes indivíduos estejam incluídos em grupos financeiros menos favorecidos.
A família do caso clinico na sua totalidade não realiza exercícios no seu cotidiano. Cabe aos profissionais do PSF promover ações que incentivem a comunidade a realizar exercícios físicos diários, conscientizando-os da importância dos mesmos na prevenção de doenças cardiovasculares, crônicas, entre outras.
É indubitável que o estímulo dos profissionais de saúde aos seus pacientes para que estes se tornem indivíduos menos sedentários com estilos de vida mais saudáveis condiciona um impacto significativo na melhoria dos índices de saúde populacional e nos custos relacionados à gestão dos serviços públicos de saúde. Para isso a promoção de projetos e ações estruturadas com a participação popular, além de investimentos nos serviços de atenção básica brasileira, que busquem organização do sistema, são fundamentais para o incentivo às práticas de atividades físicas e a diminuição do sedentarismo. Enquantotais mudanças não ocorrem seria cabível à equipe da unidade promover a conscientização da família quanto à importância dessas práticas principalmente diante dos problemas apresentados pelos pais que são de cunho hereditário, além de promover a responsabilização do autocuidado. Esta é uma proposta da clínica ampliada no trabalho de Campos (2003) a qual defende a responsabilização coletiva mediante o estabelecimento de vínculos entre a equipe e famílias, para que a educação em saúde promova o aumento da capacidade das pessoas serem terapeutas de si mesma.
2.7 Responsabilidades da família frente a idosos mudanças comportamentais.
O Srº. I.M.S.S e a Srª P.M.G que são os idosos da família vem apresentando comportamento agressivo e esquecimento de fatos recentes que é sugestivo para mal de Alzheimer no caso para o Srº I.M.S.S e para Srª P.M.G uma situação de possível depressão, portanto a família tem responsabilidade frente a essa situação como cuidadores dos idosos.
A Constituição da República Federativa do
Brasil, no artigo 229, dispõe que “os filhos maiores
têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice,
carência ou enfermidade”, em parceria com
o Estado e a sociedade( . Fernandes, MAO (org). Constituição da República Federativa do Brasil. 4ª ed. São Paulo (SP): RIDEEL, 2008 )
A família tem “o dever
de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua
dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direitoà vida”. ( . Fernandes, MAO (org). Constituição da República Federativa do Brasil. 4ª ed. São Paulo (SP): RIDEEL, 2008 )
Caldas (2003) apud Karsch (1998) constata que os indivíduos idosos buscam apoio nos familiares, amigos e grupos religiosos, que cumprem o papel de dispensar cuidados, fornecendo algum suporte àqueles cuja dependência exige que estejam sob a responsabilidade de outra pessoa. Portanto, o cuidador informal deveria e poderia ser visto como um agente de saúde e receber orientações direcionadas para prestar um cuidado adequado ao idoso, incluindo medidas preventivas para evitar a dependência precoce frente a situações de mudanças comportamentais, bem como orientações específicas sobre os cuidados com o idoso dependente que envelhece na comunidade. São importantes o suporte emocional e ligação da família a instituições que ofereçam apoio e qualidade de vida aos cuidadores principais, pois a sobrecarga física, emocional e sócio-econômica a que estas pessoas estão submetidas é imensa. 
Caldas (2003) afirma que não se pode esperar que cuidadores sobrecarregados e despreparados física e emocionalmente para cuidar de um idoso realize tal função da forma correta. Torna-se indispensável que essas pessoas sejam treinadas e supervisionadas pelos profissionais de saúde em sua assistência ao idoso, até que a família se sinta capaz de assumir esse papel com propriedade e segurança. Esse mesmo autor ainda ressalta a importância de se trabalhar a família para lidar com sentimentos de raiva e frustração e outros mais, que acompanham essa responsabilidade. 
Deve-se ter em mente que esse cuidado é dinâmico, assim como a resposta do paciente idoso a essa assistência. Como resultado de um assistência adequada, um idoso com mudanças comportamentais como a Srª P.M.G que tem um possível quadro de depressão pode tornar-se mais alegre com a presença de sua família nos seus cuidados e passar à tomar medidas estratégicas que facilitem as suas atividades sejam realizadas. Por exemplo, Srª P.M.G pode ser capaz de aderir regularmente à dieta específica para o hipertenso, se a família resolver adotar hábitos alimentares mais saudáveis no preparo de sua alimentação no lar da idosa e ao Srº I.M.S.S encaminhá-lo para um especialista para avaliação da memória episódica com suspeita de Alzheimer para confirmação ou afastamento dessa doença. Além disso, para Caldas (2003), a evolução da dependência do idoso pode ser prevenida se houver ambiente e assistência adequados. Tal aspecto preventivo deve ser abordado em programas nas unidades primárias de atenção à saúde. 
O Programa Saúde da Família pode ser uma estratégia eficiente para fazer face a esse desafio, mas seria necessário que a questão do cuidado ao idoso fosse incorporada pelo programa de forma específica, incluindo previsão de financiamento das ações e estabelecimento de uma rede de suporte institucional, o que ainda não foi feito. O cuidador informal poderia e deveria ser visto como um agente de saúde e receber orientações direcionadas para prestar um cuidado adequado ao idoso, incluindo medidas preventivas para evitar a dependência precoce e específicas sobre os cuidados com o idoso dependente e ainda com mal de alzheimer (CALDAS, 2003, p. 780).
Além disso, acreditamos que a parceria das unidades de saúde com associações comunitárias que promovam atividades culturais e/ou artísticas, de relaxamento corporal e atividade física é um importante veículo de prevenção de incapacidades e distração para o ser idoso. 
2.8 Condições de trabalho
O Srº J.S.S trabalha num presídio onde as condições de trabalho nesse locais são insalubres pois as unidades presidionais do Brasil apresenta superlotação de presos, são presidiários que muitas vezes estão com doenças amontoados numa cela pequena sem ventilação e pior sem uma assistência adequada de saúde contribuindo para esse fato a transmissão de doenças infectocontagiosas entre os presidiários e entre os agentes penitenciários que estão em contato constante com essas condições insalubres.
 Acrescentando ainda o fato da violência e conflitos entre quadrilhas e o tráfico de drogas dentro das unidades, com elevado número de rebeliões caracterizadas por grande violência. 
 Policiais e agentes penitenciários foram referidos por Tartaglini & Safran (1997) como profissionais submetidos a um alto risco para a doença relatada como estresse debilitante, estes autores encontraram prevalências de ansiedade, distúrbios de comportamento e abuso de álcool mais alto entre os agentes penitenciários do que na população em geral, relataram entre esses trabalhadores, uma prevalência de distúrbios emocionais de 18,6%, abuso de álcool de 4,5% e distúrbios da ansiedade de 7,9%, em outro estudo realizado em Nova Iorque, por Steenland et al. (1997) no período de 1991 a 1993, encontrou que os agentes penitenciários representavam um grupo de risco importante para infecção pelo bacilo da tuberculose, aproximadamente 33% dos novos casos de tuberculose entre os agentes, foram considerados ocupacionais por esses autores.(Santana, 1993).
 Ainda nesse estudo viu-se que a prática de esporte e a disponibilidade de tempo para lazer, apareceram novamente minimizando o estresse apresentado. Srº J.S.S junto com o serviço de saúde de seu bairro deve buscar estratégias para aliviar as tensões e emoções do trabalho como a prática de atividades físicas pois a prática dessa traz benefícios como:
Emocionalmente ocorre uma melhora, pois ao se exercitar a auto-estima progride, diminuindo lentamente as emoções negativas, melhorando a sua qualidade de vida;
A oxigenação tecidual é elevada, ou seja, o exercício físico melhora o fluxo sanguíneo levando mais oxigênio e nutrientes para todas as regiões do corpo;
O sono melhora porque a prática de exercício físico auxilia na manutenção do peso corporal, contribuindo para que a pessoa durma melhor e tenha maior disposição vital. As pessoas muito acima do peso sofrem com a falta de disposição por não conseguir uma posição ideal e relaxante na hora de dormir;
Hipertensos com o auxílio da atividade física conseguem aumentar a rede de capilares em seus músculos. Assim, o sangue consegue difundir-se com maior facilidade reduzindo a pressão como um todo;
Durante o exercício é possível sintonizar harmonicamente sua mente e seu corpo, respeitando e conhecendo ainda mais seus limites;
O exercício físico fortalece o músculo e aumenta o metabolismo de cálcio fortalecendo assim os ossos;
Quando nos exercitamos regularmente,nossos músculos usam proporcionalmente mais gordura que glicose, e isto mantém os níveis de glicose sanguínea mais estáveis, diminuindo a fome;
A vida sexual melhora, pois o exercício físico faz com que você se sinta melhor com seu corpo, beneficiando sua performance sexual.
 Ainda Srº J.S.S deve fazer consultas periódicas com profissionais de saúde pois o mesmo já faz muito tempo que não freqüenta unidades de saúde vem se queixando de tosse persistente que é sugestivo para tuberculose tendo como fator para essa condição sua profissão como citado acima no qual o estudo revelou que os agentes penitenciários estão mais susceptíveis a tuberculose.
 A Srª S.M.S.S filha do casal, assim como seu pai também apresenta condições de trabalho que são prejudiciais para sua saúde pois a mesma trabalha como manicure desde os 15 anos de idade e vem se queixando de dores intensas na coluna lombar e no antebraço direito principalmente à noite e ainda câimbras nas pernas, inchaço e dormência, isso se deve a extensa jornada de trabalho aliada a posição desconfortante, sentada e de cabeça baixa que a mesma adota devido a sua profissão.
 Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 80% da população em todo o mundo terá, pelo menos, duas crises de dor na coluna durante a vida. A postura errada é um dos principais motivos para o mal, que é desencadeado pelo excesso de peso, permanência na mesma posição por muito tempo e falta de prática de exercícios.
 No Brasil, as lesões de coluna ocupam a segunda maior causa de aposentadoria por invalidez, conforme pesquisa da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), órgão ligado ao Ministério do Trabalho.
 A Srª V.S.S deve ser orientada pelo profissional de saúde que durante o trabalho deve tomar algumas medidas para prevenir essas dores e diminuir inchaço e as câimbras nas pernas como: não ficar muito tempo na mesma posição, procurar uma posição que facilite seu trabalho evitando esforços e excesso de peso, fazer alongamento num intervalo de uma cliente para outra, alimentar durante o trabalho evitando alimentos com excesso de gordura ou açúcar, ou seja, dá preferência a frutas e sucos assim estará evitando os desconfortos evidenciados por ela e ainda uma melhor qualidade de vida enfatizados nos seus problemas individuais.
Com relação as condições de trabalho da genitora a Srª V.S.S já foram citadas em um tópico anterior com relação a sobrecarga da genitora onde a mesma assume em sua totalidade as ocupações domésticas e inclusive a tarefa de cuidar de quem adoece na família onde é sobretudo, uma questão de gênero, onde a mulher adquire uma carga de trabalho superior ao que formalmente é percebido no meio social. 
2.9 Suspeita de contactantes de tuberculose e hanseníase
Segundo Veronesi (1996), a presença de comunicantes portadores de tuberculose e hanseníase em ambiente intradomiciliares possui maiores riscos de infecções do que os extradomiciliares. Ainda segundo o autor a proximidade (mesma cama, mesmo quarto, mesma casa) e o parentesco (mãe, pai, irmãos e outros) guarda uma relação direta e estatisticamente significante com a infecção e a doença entre os comunicantes. Quanto mais íntima e demorada a convivência maior a possibilidade de transmissão por isso a necessidade de investigar os membros mais próximos.
Com relação ao caso de tuberculose em que o Srº J.S.S apresenta sintomas suspeitos da doença e que ainda já apresentou a doença há um tempo deve tomar algumas medida profiláticas , para Veronesi (1996), deve-se, como medida profilática realizar a vacinação de BCG nos contactantes não vacinados (administrar 0,1 mL intradérmico no braço direito na altura da inserção do músculo deltóide) em caso de primovacinação realizar 1 a 2 cm acima da cicatriz vacinal, realizar teste tuberculínico (PPD) atentando para reação papular (0 a 4 mm – não reagente; 5 a 9 mm – reagente fraco e a partir de 10 mm – reagente forte). A transmissão se dá através do beijo, e pelas gotículas de pflugge que são gotículas de catarro. (Veronesi, 1996).
Há uma suspeita de hanseníase através dos distúrbios dermatológicos que a senhora V.S.S apresenta como caroços, hiperemia na pele, mialgias que são indicativo da reação do tratamento medicamentoso da hanseníase e o possível uso da prednisona que é um corticóide talvez esse, vem causando aumento do peso na Srª V.S.S , com isso deve realizar exame dermato-neurológico em todos os contactantes, atentando para alteração de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, presença de lesões de nervos (neurites). Encaminhar os contactantes para a unidade de referência para realização do teste de Mitsuda e quimioprofilaxia através da administração da BCG intradérmica. Segundo Sampaio & Rivitti (2001) o teste de Mitsuda não tem sido mais realizado em contatos na unidade de saúde, devido à impossibilidade de sua confecção em grande quantidade e pela dificuldade de sua interpretação por profissionais não especialmente treinados. Ainda segundo o autor, só deverão receber duas doses da vacina os contatos que não apresentarem nenhuma cicatriz da BCG, os demais que apresentarem receberão somente a segunda dose independente do tempo decorrido desde a aplicação da primeira dose.
3. PROBLEMAS INDIVIDUAIS
Após o levantamento dos problemas coletivos, foi proposto o levantamento dos individuais, nestes deveríamos estruturar um plano para a consulta, bem como estruturar novos questionamentos de acordo com a necessidade de obtenção de mais dados. Além disso, devemos articular meios os quais promovam a resolutividade dos problemas e propor indicadores para avaliação dos resultados das ações.
Antes de iniciar tais propostas achamos ser cabível trazermos considerações preliminares sobre o trabalho em equipe na Estratégia Saúde da Família, o controle social no sistema único de saúde, e o papel da integralidade na atenção à saúde, pois são facilitadores na execução da assistência.
A integralidade no cuidado de saúde está localizada como protagonista no desenvolvimento do trabalho em equipe na Estratégia Saúde da Família. Segundo Araújo & Rocha (2005) para a prática efetiva do trabalho em equipe é de extrema importância: conhecer e identificar s problemas de saúde e situação de risco; realizar o planejamento das atividades a serem desenvolvidas e programar para participação comunitária; estabelecer vínculo e confiança com os usuários mediante conduta ética; resolver os problemas de saúde em nível de atenção básica; garantir o acesso à comunidade dentro de um tratamento de referência e contra-referência; prestar atendimento integral à demanda adscrita; coordenar e participar de grupos de educação em saúde; promover ações intersetoriais para o enfrentamento dos problemas identificados; incentivar a participação ativa da comunidade nos conselhos locais de saúde. Isso se dá porque a estruturação do trabalho em equipe multidisciplinar por si só não garante a ruptura com a dinâmica médico-centrada, deve haver a preocupação com a forma de produzir o cuidado, de modo que favoreça a troca de conhecimento e articulação do campo de produção de cuidado comum a todos os membros, pois o aprisionamento de cada componente da equipe em seu campo específico de saberes e práticas limitam o processo de trabalho.
Os conselhos de saúde deveriam assumir o papel de formuladores de estratégias e atuar no controle da execução das políticas de saúde, tudo isso, segundo Assis (2003) para garantir representatividade de seus membros, visibilidade de suas proposições, transparência das relações e articulação com a sociedade. Infelizmente esse cenário de transparência não é visualizado e, assim como aponta Assis (2003) percebe-se a burocratização dos Conselhos de Saúde, autoritarismo e manipulação dos gestores locais, recursos insuficientes, baixa capacidade resolutiva da rede de serviços, centralização do poder, modelo de atenção pautado no pronto-atendimentomédico, interferência político-partidária; cobrança camuflada nos serviços privados contratados pelo SUS. Sendo necessário, diante isso: 
[...] criação de mecanismos para que a legislação deixe de ser apenas um instrumento legal e passe a concretizar um espaço democrático de construção coletiva, no atendimento às demandas da população (ASSIS, 2003, p. 333).
Garantindo, portanto um sistema de saúde universal, resolutivo e gerido pela sociedade.
O atendimento integral constitui outro fator de grande relevância no atendimento à saúde da população. É importante que a equipe entenda o paciente não como um fator que provoca sofrimento, reduzindo-o. O indivíduo é um ser composto de complexidades e necessita de atendimento ampliado que abarque as mais diversas dimensões.
As necessidade dos serviços assistenciais de uma população não se reduzem às necessidades de atendimento oportuno de seus sofrimentos. Como também não se reduzem às necessidades de informações e intervenções potencialmente capazes de evitar um sofrimento futuro. As necessidades não se reduzem àquelas apreensíveis por uma única disciplina como a epidemiologia, ou como a clínica. Novamente, o princípio da integralidade implica em superar reducionismos (MATTOS, 2006, p. 62).
Sendo assim, a articulação de tais pontos é crucial no funcionamento efetivo do sistema de atenção básica, e tentaremos aproximá-lo da realidade a qual a família do Srº J.S.S encontra-se inserida.
As consultas deverão ser iniciadas com a apresentação do profissional, aferição do peso e altura do cliente e a conversa deverá ser iniciada, antes do final da consulta os sinais vitais precisam ser aferidos e tudo deve ser registrado.
ORIENTAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA OS PROBLEMAS INDIVIDUAIS
3.1 Problemas individuais da Srª V.S.S.
Aumento da circunferência abdominal;
Obesidade;
Suspeita de Hipertensão Arterial;
Edema e dores intensas em MMII
Suspeita de Diabetes Mellitus;
Anemia;
Dislipidemia;
Suspeita de Reação Hansênica tipo 2;
Não adesão ao tratamento de Hanseníase;
Desgate do papel de cuidador e sobrecarga de tarefas domésticas;
Foi identificado na Sra. V.S.S., um aumento da circunferência abdominal (CA= 90cm), sendo o aceitável CA= 88cm e IMC= 33,06 Kg/m2, o que evidencia uma obesidade de grau I do tipo andróide caracterizada pela deposição de gordura central. Com base nos dados informados podemos supor várias alterações, tais como aumento de peso, dos níveis de triglicérides e do colesterol. Em relação ao aumento de peso, este pode ser decorrente da associação entre sedentarismo, inatividade física, má alimentação e ainda o uso de corticóide (prednisona).
A prática de atividades físicas contribui não somente para prevenção de doenças crônicas de alta prevalência entre adultos e idosos, como também para o equilíbrio mental e físico. Cabrera (2005) afirma que a obesidade andróide é o aumento de tecido adiposo na região abdominal, e é considerada um fator de risco para diversas morbidades, como doenças cardiovasculares, diabetes, dislipidemias, entre outras.
A prática de exercícios físicos propicia benefícios à saúde, como um melhor controle da hipertensão arterial, da própria obesidade, do diabetes mellitus, da hipercolesterolemia, uma vez que este esta associada a redução do peso e por sua vez preveni o sobrepeso e a obesidade, um dos principais fatores de risco para essas patologias. Devemos orientar e estimular a cliente a realizar atividade física com maior freqüência, para que essa possa estar aumentando o tempo e a freqüências das caminhadas. O exercício físico regular, aeróbico, como caminhada diária, é o suficiente para a obtenção da capacidade física moderada e se associa a um melhor estado de saúde, com redução da mortalidade por todas as causas, e particularmente por câncer e doenças cardiovasculares (PIERIN, 2004).
 Cabe a equipe de enfermagem atentar a esta cliente para a importância da atividade física, tendo em vista os problemas de saúde a que esta sujeita assim esclarecendo a respeito de como essa prática deve ser desenvolvida; uma atividade regular de 30 a 60 minutos por dia, com roupas e calcados apropriados, em horários que não esteja muito exposta a radiação solar como pela manha ate às 9h e a partir das 17h, e orientar quanto a importância de se alimentar antes da realização de qualquer exercício. 
 Os hábitos alimentares saudáveis devem seguir um esquema de três refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. É importante que se inclua diariamente: cereais (arroz, milho, pães e massas); carboidratos (batata, aipim); legumes, frutas, verduras nas refeições; leite e seus derivados (fonte de cálcio) e porção de carnes magras, aves ou ovos, ingerindo-os de preferência grelhados - todos os outros alimentos são fonte de proteínas, vitaminas e minerais; óleos vegetais (azeite ou margarina); fibras (encontrados em cereais, pães integrais, frutas cruas, vegetais folhosos verde-escuro e legumes) e beber no mínimo 2 litros de líquidos (água e sucos) por dia;
 Em contrapartida deve-se reduzir a ingestão de alimentos hiperglicêmicos, hiperssódicos e hiperlipídicos (embutidos, como: salsicha, presunto, hambúrguer, charque, mortadela, frituras, salgadinhos), podendo assim substituir o sal por hortaliças, especiarias como a salsa, coentro, cebolinha, alho, cebola e ervas frescas e secas, ou suco de frutas como o limão; restringir a ingestão excessiva de carboidratos, de refrigerantes, biscoitos recheados, sucos industrializados, bolos e sobremesas doces. Pois como a Sra. V.S.S é portadora de DM e HAS estes alimentos elevam os níveis glicêmicos e da pressão arterial, respectivamente.
 Como profissional de saúde, você deve orientar seu pacientes sobre o papel fundamental da nutrição para a manutenção da saúde física. Quando você escolher materiais impressos, leve em consideração a constituição étnica, o nível educacional, a capacidade visual e a língua principal do leitor a qual se destina (FELTEN, 2005).
 Conscientizar a Sra.V.S. que a alimentação é um dos pilares básicos do tratamento e controle tanto da HAS como do diabetes evitando assim possíveis complicações, além de trazer benefícios para a sua saúde. 
 A hipertensão arterial é definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg e uma pressão diastólica maior ou igual a 90mmHg, em indivíduos que não estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva (BRASIL, 2002). Qualquer pessoa pode apresentar pressão arterial acima dos padrões esperados sem que seja hipertensa. No entanto a permanência desses níveis elevados, em múltiplas aferições, em horários, posições (repouso, deitado ou sentado) e lados diferentes confirma a hipertensão arterial. (Leila e Débora, 2009). Segundo Pierin (2004), os riscos são aparentemente proporcionais aos valores pressóricos dos indivíduos. Como principais riscos podemos levantar: a ocorrência de infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, insuficiência renal e hemorragia retiniana. (Brunner & Suddart, 2005)
 A enfermeira durante as consultas deve questionar as informações que o paciente tem sobre HAS, esclarecer possíveis dúvidas, ressaltar o que é a doença, quais as possíveis complicações e enfatizar sobre a importância do tratamento. Tendo como objetivo promover o cuidado dessa paciente através da monitorização dos níveis pressóricos, prevenindo-a dos efeitos adversos. Devemos ensinar a cliente a aderir ao esquema terapêutico através: de alterações no seu estilo de vida, da ingestão dos medicamentos conforme prescrição e consultas regulares ao serviço como forma de monitorar a evolução, identificar e tratar quaisquer complicações da doença e terapia, integrando-a ao programa. No exame físico devem ser observadas as condições dos membros, distribuição das veias, mobilidade, sensibilidade, oxigenação das extremidades, temperatura e pulsos periféricos. 
As orientaçõesque devem ser fornecidas para alcançar tais metas constituem um tripé: alimentação, exercícios físicos e tomada rigorosa da medicação. 
Com relação à alimentação é importante enfatizar uma dieta com suplementação em Fe, K, Ca e Mg. O potássio promove a redução da pressão arterial, podendo ser encontrado em feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escura, banana, melão, cenoura, beterraba, tomate e laranja. Já o ferro pode ser encontrado no feijão, vegetais de cor verde - escuro, fígado, beterraba, quiabo, entre outros, para assim estar prevenindo também a anemia.
Independente do peso, para melhor regime terapêutico, é indicado a realização de uma prática física.
Em relação à medicação devemos conscientizar a necessidade do uso do medicamento corretamente para que possa ser avaliada a eficácia do remédio em estar controlando a pressão, atentando para a posologia correta e sua utilização diariamente, mesmo que os níveis pressóricos estejam satisfatórios. Além de explicar como o medicamento age, quais são os seus possíveis efeitos, para que a cliente procure o serviço de saúde caso sinta algo. Segundo o AME (2005-2006), o paciente deve ser instruído a tomar a medicação exatamente conforme recomendado, e não interromper o tratamento sem o conhecimento da equipe de saúde, mesmo que alcance melhora. É importante que seja feito aferições freqüentes da pressão arterial da paciente para assim estarmos reconhecendo qualquer risco para lesão de órgãos-alvo.
Em relação as dores nos MMII e ao edema deve-se enfatizar: medidas de autocuidado como usar meias elásticas, evitar roupas apertadas e ficar de pé por períodos longos; elevar as pernas e praticar exercícios físicos que estimulem a contração muscular, pois reduzem o acúmulo de sangue no sistema venoso e estimulam a sua circulação pelas veias; orientar como realizar massagens que estimulem o retorno venoso, pois colabora para amenizar as dores. Quanto ao edema devemos estar investigando a intensidade do mesmo utilizando a escala das IV cruzes (++++), questionar em que ocasião é mais percebido, se é pela manhã ao acordar, se é mais vespertino (em especial no final da tarde). Orientar estar elevando os pés seja no momento de dormir ou durante algum repouso diário, de forma a estar facilitando o retorno venoso. 
É necessário que dona V.S. realize exame de sangue para verificar os níveis de ácido úrico no sangue, de forma a estar afastando a suspeita de artrite gotosa, caracterizada por Tortora e Grabowski (2002) como quantidade elevada de ácido úrico no sangue, esse em excesso reage com o sódio formando um sal chamado ureato de sódio, e esses cristais acumulam-se nos tecidos moles, em especial nas articulações, causando inflamação, inchaço e dor aguda.
Devemos ainda estar solicitando a realização de exames laboratoriais de rotina, como: hemograma completo, glicemia de jejum, colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos, sumário de urina, creatinina, uréia e parasitológico de fezes. Fazendo uma associação para o controle do diabetes, poderemos também estar pedindo a dosagem da pós-prandial e da hemoglobina glicosada. Orientando quanto aos cuidados para realização dos exames, como: manter jejum de 8-12 horas para glicemia em jejum; no sumario de urina - colher a primeira urina do dia, realizar higiene da genitália antes da coleta, desprezar o primeiro jato de urina e o restante por no coletor; no parasitológico de fezes - não coletar as fezes misturadas com urina; entre outras orientações.
 O diabetes, de acordo com o Ministério da Saúde (2006), é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e está associada a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos como: olhos, rins, nervos, cérebro, vasos sanguíneos e coração. Entre as principais causas de mortalidade está: insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular. 
 O diabetes pode ser resultante de defeitos da secreção ou ação da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas que controla o nível de glicose no sangue ao regular sua produção e armazenamento) envolvendo processos patogênicos específicos como destruição das células beta do pâncreas, resistência da ação insulínica e distúrbios em sua secreção. (BRUNNER & SUDDART, 2002). 
 O profissional de enfermagem deve rastrear a presença de fatores de risco indicativos da doença, como idade >45 anos, sobrepeso (Índice de Massa Corporal IMC >25), obesidade central (cintura abdominal >88 cm para mulheres), hipertensão arterial (> 140/90 mmHg), colesterol HDL menor que 35 mg/dL e/ou triglicerídeos maior ou igual a 150 mg/dL que são indicados em indivíduos assintomáticos. Observando-se um risco elevado para diabetes tipo 2, faz-se necessário uma investigação diagnóstica laboratorial com glicemia de jejum e/ou teste de tolerância à glicose para confirmação do diagnóstico. (BRASIL, 2006)
O tipo que a Sra. V.S.S possivelmente apresenta é do tipo 2, que esta relacionada a deficiência relativa de insulina. E assim como no tratamento para HAS, o individuo deve associar o tratamento medicamentoso com a realização de atividades físicas e mudança dos hábitos alimentares (como já foi esclarecido anteriormente). Devem ser levados em consideração os hábitos alimentares da cliente, o estilo de vida e os horários usuais de alimentação. 
Com relação alimentação, devem-se orientar quanto a importância de fazer as refeições fracionadas, 5 a 6 por dia, pois passar um tempo prolongado sem se alimentar pode causar hipoglicemia.(Leila e Débora, 2008). Segundo Brunner & Suddart (2002) no plano de alimentação para o diabético devem ser focalizados o percentual de calorias originárias de carboidratos, proteínas e lipídeos. Os alimentos ricos em carboidratos apresentam efeito máximo sobre os níveis sangüíneos de glicose, por serem digeridos com maior rapidez que os outros alimentos, e rapidamente convertidos em glicose. É importante a presença de fibras na dieta, pois estes desempenham efeitos na diminuição do colesterol total e da lipoproteína de baixa densidade (LDL) do colesterol no sangue, além de melhorar os níveis sangüíneos de glicose, levando a uma diminuição da necessidade de insulina exógena.
Quanto à prática de exercício, sabe-se da sua importância no tratamento não somente de doenças, mas para a própria manutenção da vida. Entretanto é importante atentar também para essa prática, porque no tratamento do diabetes pode haver a diminuição da glicemia que está associado ao aumento da captação de glicose pelos músculos. Os exercícios melhoram a circulação e o tono muscular, altera os lipídeos sanguíneos, aumentando os níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL) e diminuindo os níveis de colesterol total e de triglicerídeos, fatores esses de extrema importância a portadores de diabetes, que são susceptíveis a doenças cardiovasculares. 
 Em se tratando da Sra. V.S.S, a qual refere dor nos MMII, essa prática de exercícios físicos deve iniciar de maneira moderada, como em caminhadas, sendo aumentada de maneira gradual. Além disso, deve ser recomendado o uso de calçados adequados com meias e a realização de inspeção dos pés a fim de evitar o desenvolvimento de lesões. Na consulta não pode deixar de se orientar que os pés em diabéticos possuem má circulação e por isso pode desenvolver lesões de grande porte, devendo realizar secagem da parte entre os dedos, fazer uso de hidratante para evitar o ressecamento; no entanto corte das unhas, remoção de calos, unhas encravadas e deambulação sem calçado devem ser desestimulados. (BRASIL, 2006).
Com relação ao uso da medicação, devemos estar questionando a cliente qual o medicamento que usa, para informar como age no organismo, adequar a posologia, esclarecer dúvidas quanto as possíveis reações e ensinar como agir caso ocorra. Além de enfatizar que para controle da doença e prevenção de complicações faz-se necessário o uso correto do remédio associada a alimentação adequada e prática de exercícios.

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