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Disciplina Direito Penal

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Direito 
DIREITO PENAL I - CCJ0007 
Título 
SEMANA 15 
Aluno: Tarcísio Feitosa da Silva Matrícula: 2017 08 05 929 6 
Rio de Janeiro (RJ), 06 de novembro de 2017 
 
Caso concreto 
 
Leia a situação hipotética abaixo e responda, de forma objetiva e fundamentada, às 
questões formuladas: 
 
Ana Maria colocou um par de botas no sapateiro para consertar. Na ocasião, ela recebeu 
um comprovante da entrega das botas, contendo o preço, o prazo de entrega e uma 
observação em caixa alta e negrito, na qual constava que a mercadoria seria vendida para 
saldar a dívida do conserto, caso não viesse a ser retirada no prazo de três meses. Ana 
Maria, por esquecimento, não retornou para saldar o conserto e retirar suas botas. 
Transcorridos os três meses, suas botas foram vendidas pelo sapateiro. Revoltada com a 
venda de suas botas procurou um amigo advogado que a informou que o sapateiro havia 
cometido o delito de furto. (Questão de Concurso Público -MODIFICADA). 
A partir dos estudos realizados sobre a Teoria do Erro segundo a teoria finalista da 
conduta, responda às questões formuladas: 
a) Diferencie erro de tipo e erro de proibição. Responda de forma objetiva e 
fundamentada. 
 
O Tipo é a descrição legal da norma proibitiva, positivada, é a norma que descreve 
condutas (previstas abstratamente) que são criminosas. 
 
Ao praticar um fato o individuo se submete a descrição legal, tem-se o crime, surgindo ai o 
“ius puniendi” do Estado. Porém, podem ocorrer circunstâncias que, se objetivamente 
constatadas, excepcionarão o poder de punir ou a punibilidade do Estado e dentre estas 
exceções encontra-se o erro de tipo. 
 
Ao ler o art. 20, “caput”, do Código Penal iremos encontrar o erro de tipo, onde ocorre, no 
caso concreto, quando o indivíduo não tem plena consciência do que está fazendo, em seu 
imaginário pratica uma conduta lícita, quando na normativa a mesma é ilícita, mas que por 
erro, acredite ser inteiramente lícita. 
 
Devemos lembrar que o erro sobre o fato típico diz respeito ao elemento cognitivo, o dolo, 
vale dizer, a vontade livre e consciente de praticar ação ou omissão com produção do risco 
ao bem tutelado, ou assumir o risco de produzi-lo (Dolo Direto e Eventual 
respectivamente, CP art. 18, I). 
 
Ao observar o art. 20, caput, do CP, o erro de tipo exclui o dolo e, portanto, a própria 
tipicidade (como visto, o dolo foi deslocado para Tipicidade de acordo com a Teoria 
Finalista). 
 
No ERRO DE PROIBIÇÃO devemos lembrar o que dispõe o art. 21, CP: “O 
desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta 
de pena; se evitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço”. 
 
Neste instante surge uma idéia exata da distinção entre a ignorância da lei e ausência de 
conhecimento da ilicitude. 
 
Temos ai que o erro de proibição exclui a culpabilidade, por inexistência de potencial 
conhecimento de ilicitude. 
 
b) Qual a tese defensiva a ser apresentada pelo sapateiro? Responda de forma objetiva e 
fundamentada. 
 
A tese a ser defendia pelo sapateiro é o ERRO DE PROIBIÇÃO, devemos lembrar o que 
dispõe o art. 21, CP: O desconhecimento da lei é inescusável, mas erro de proibição exclui 
a culpabilidade, por inexistência de potencial conhecimento de ilicitude. Neste caso o 
sapateiro não tinha noção que seu ato estava contigo na esfera da injuridicidade. 
 
Questão objetiva. 
Analise as seguintes situações: 
I. Quando, por erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa 
que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime 
contra aquela, levando-se em consideração as qualidades da vítima que almejava. No 
caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do 
concurso formal. 
II. Há representação equivocada da realidade, pois o agente acredita tratar-se a vítima de 
outra pessoa. Trata-se de vício de elemento psicológico da ação. Não isenta de pena e se 
consideram as condições ou qualidades da pessoa contra quem o agente queria praticar o 
crime. 
III. Trata-se de desvio do crime, ou seja, do objeto jurídico do delito. O agente, 
objetivando um determinado resultado, termina atingindo resultado diverso do 
pretendido. O agente responde pelo resultado diverso do pretendido somente por culpa, se 
for previsto como delito culposo. Quando o agente alcançar o resultado almejado e 
também resultado diverso do pretendido, responderá pela regra do concurso formal. 
Tais ocorrências configuram, respectivamente: 
 
Resposta Certa: c) aberratio ictus; error in persona; aberratio criminis.

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