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aulas Direito Civil 2 Completo

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Constitucionalização
Constitucionalização do direito civil: Movimento de constitucionalização de todas as matérias. Retira da esfera unicamente privada para ambas, pública e privada, ou seja, não atende só a esfera privada, mas também a pública, a coletiva.
A constitucionalização do direito civil, também chamada de direito civil constitucional, nada mais é do que a imposição de uma leitura dos institutos de direito civil conforme a Constituição Federal. A norma não deixa de ser de direito privado, mas, de direito privado interpretado conforme a Constituição Federal.
Imagine um contrato feito na antiguidade, como por exemplo, um empréstimo: João deve a Getúlio a quantia de 10.000 reais, caso João não pagasse, Getúlio teria o direito de tirar um pedaço de pele de João; o Estado nesse caso não poderia fazer nada, até porque, não existiam os direitos que existem nos dias de hoje (direitos humanos etc.).
Hoje não se poderia elaborar um contrato nesse feitio em razão da constituição, até porque, iria ferir o princípio da dignidade da pessoa humana, incluído no artigo 5º, inciso III da Constituição Federal. Assim não basta, apenas, olhar o contrato, mas também, as normas do direito público.
Ainda existem muitos contratos que violam o direito público, porém são passíveis de anulação. 
Através da Constituição acaba se alçando alguns direitos não incluídos no Código Civil.
Princípios norteadores do código Civil
a) Eticidade: agir com ética, com boa fé;
É aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis ("pacta sunt servanda"). No contrato tem que agir de boa-fé em todas as suas fases. Corolário desse princípio é o princípio da boa-fé objetiva.
b) Sociabilidade: direitos coletivos face aos individuais;
É aquele que impõe prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, respeitando os direitos fundamentais da pessoa humana. Exemplo: princípio da função social do contrato, da propriedade.
Quero contratar um plano de saúde. Posso escolher entre um plano A que custa 200 reais com cobertura local, um plano B nacional que custa 300, e um plano C mais amplo ainda que o B. Você contrata o A, mas quando necessita de recursos não disponibilizados naquele plano contratado não terá acesso àqueles incluídos no Plano B; nesse caso, não adianta clamar pela constituição, pois isso não dará direito. Você tem que aceitar aquilo que foi pactuado, não podendo pedir algo além.
c) Operabilidade: mais prática, menos onerosa. É um principio aberto que vai desde a elaboração até a aplicação.
É aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e sem grandes dificuldades na aplicação do Direito. A regra tem que ser aplicada de modo simples. Exemplo: princípio da concretude pelo qual se deve pensar em solucionar o caso concreto de maneira mais efetiva.
Exemplo: O exame de pezinho nos recém-nascidos é obrigatório; No entanto, a lei não especifica a origem dos recursos, como penalizar etc., logo não existe operabilidade. A operabilidade tem que vir antes da aprovação da lei, ou seja, ainda durante o processo de elaboração.
Unificação do Direito Obrigacional 
1850: Código Comercial
1916: Código Civil 
2002: Um Código Comercial, um Código Civil e mais um conjunto de leis extravagantes. Não é fácil lidar com vários institutos falando sobre o mesmo assunto.
Assim, o legislador pegou tudo isso, com a intenção de colocar dentro do Código Civil, mas como percebeu que não seria possível, ele incluiu toda a base de obrigações, revogando algumas legislações. O Código Civil inclui a primeira parte do Código Comercial; assim, não necessitando revogar o Código Comercial inteiro, foi revogada, apenas a primeira parte.
Novas definições devem obedecer a uma mesma base, novos tipos de créditos, obrigações tributárias etc.
Não há, pois que falar de unificação do direito em suas matrizes, isto é, com referência aos institutos básicos, pois nada impede que no tronco comum se alonguem e se desdobrem, sem se desprenderem, ramos normativos específicos que com aquelas matrizes continuam a compor o sistema científico do Direito Civil.
Estado de Sujeição: a pessoa se sujeita a alguma coisa. Relacionado a direito potestativo. Exemplo: Demissão sem justa causa; divórcio.
 No estado de sujeição há tão somente uma subordinação inelutável (que não cabe oposição) na esfera jurídica por ato de outrem, assim, no estado de sujeição, a pessoa não terá nenhum dever de conduta, devendo, apenas, sujeitar-se, mesmo contra a sua vontade.
Ônus jurídico: Consiste na necessidade de se observar determinada conduta para satisfação de um interesse ou para aquisição de um direito.
Faz promessa de compra e venda parcela em 60 vezes, quita o imóvel, mas tem que cumprir o ônus jurídico, que no caso é o registro do imóvel, e assim se tornar proprietário.
 
Estruturas ou Elementos Constitutivos das Obrigações.
São três os elementos constitutivos: subjetivos (sujeitos da obrigação, ou do ânimo), objetivos ou materiais (objetos), e o elemento virtual, abstrato (vínculo).
1. Sujeitos da Obrigação
São sujeitos da Obrigação: 
a) Credor: sujeito ativo = accipiens; 
b) Devedor: sujeito passivo = solvens (tem que cumprir a obrigação, cumprir uma conduta positiva ou negativa).
Exemplo: João vai dar um carro para Fernando; Fernando é o credor, possui o direito; João é o devedor, ele tem que entregar o carro a João.
Obrigação simples: Possuem apenas uma conduta. Exemplo: doar carro.
Obrigações complexas: Possuem mais de uma conduta.
João vai dar o carro por 50.000 a Fernando. Nesse caso, João é o credor e Fernando, o devedor.
Os sujeitos devem ser determinados ou determináveis. Não existe obrigação de sujeitos indeterminados.
Alguém pode ser ao mesmo tempo credor e devedor? Não pode, pois obrigação só existe com uma ou mais pessoas. Artigo 381.
Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
O incapaz pode ser sujeito? Sim, pode artigo 1º.
Art. 1 Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Eu tenho uma empresa, um sócio, e a empresa está me devendo. Sendo eu um sócio da empresa, posso autorizar um pagamento para mim? Pode ser feito, desde que eu represente a empresa (pessoa jurídica).
O Auxiliar representa a pessoa. Os auxiliar se constitui em sujeito? Não.
Você locou um imóvel, junto à imobiliária, você paga o condomínio, mas, a imobiliária não repassa. Nesse caso, você pode acionar a imobiliária.
2. Elemento Objetivo ou Material (Objeto da Obrigação)
Possui cunho patrimonial
a) Objeto Direto ou Imediato é a prestação
b) Objeto Indireto ou Mediato é o bem da vida.
Nomenclatura mais comum: Mediato, Imediato.
3. Elemento Virtual
 Credor – Prestação - Devedor
 Dar, fazer ou não fazer Débito (Schuld)
 ↓ $ ↓
Violação Inadimplemento
 ↓ ↓
Pretensão Responsabilidade (Haftung)
 (Art. 189) (Art. 391, 389.403)
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve: (fixa os prazos).
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Obrigação de
não fazer: Digamos que um professor trabalhe em uma única escola, ele vai receber mais ou menos que outro que pode dar aula em outras escolas? Resposta: O normal seria receber mais, pois ele ficará exclusivo para aquela escola.
Obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa; essa “alguma coisa” é o objeto mediato.
Exemplo: Eu vou dar um carro, então, objeto mediato é o carro. O objeto imediato é “dar”.
O bem da vida, neste caso é o carro, que é o objeto mediato.
Eu vou dar fazer ou não fazer o que?
Um pedreiro vai fazer um muro: Objeto mediato, o muro; Objeto Imediato: fazer.
Eu vou te dar uma caneta: imediato: dar; mediato: a caneta.
Professor Getúlio dá aula com exclusividade em uma faculdade: mediato: aula; imediato: dar;
Teorias do Vínculo Jurídico
Teoria Unitária ou Monista: O vínculo entre credor e devedor é um só. Este vínculo se compõe da relação de crédito e débito. Não existe a responsabilidade.
Teoria Dualista: Esta teoria defende que a obrigação é formada por um duplo vínculo:
a) Dever jurídico (Schuld; debitum); e 
b) Responsabilidade civil (Haftung; obligatio).
A teoria dualista nada mais é do que a existência do débito e a responsabilidade. Uma coisa não necessariamente precisa do outro.
Sujeitos das obrigações: Credor e devedor; O credor vai exigir a prestação. A prestação é a obrigação.
Vai haver a responsabilidade? De início não.
Digamos que um carro deveria ser entregue, mas não foi, houve um inadimplemento que viola o crédito (direito do credor), o devedor viola direito, nasce, então, para o credor a pretensão (desejo de exigir conduta positiva ou negativa que possui a tutela), nasce a responsabilidade do devedor.
Em caso de violação de credito, então, surge a responsabilidade: perdas e danos, atualização monetária etc. Pelo artigo 403 do Código Civil, apenas danos efetivamente devidos.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Devedor deve três meses de aluguel (inadimplente) (janeiro, fevereiro e março, cada valor de 1000 reais) se pagasse na data pagaria 1000, senão paga multa 10%, juros 1% mais atualização monetária. Portanto, a responsabilidade nem sempre corresponde ao valor da prestação.
Se a Ivete Sangalo é contratada para fazer um show da virada, e ela não comparece, então surge uma responsabilidade, e o valor do dano deverá ser cobrado da Ivete. Em casos fortuitos, normalmente se resolve a obrigação.
Há necessidade de contratar?
Existem casos em que não há necessidade de contratar, principalmente se não envolver dinheiro. Mas, se existe cunho patrimonial, então há necessidade de contratar. 
Na sociedade de hoje há necessidade de contratar. 
O Código Civil define o que são obrigações?
O código civil não conceitua o que sejam obrigações, então quem vai fazê-lo é o doutrinador, a doutrina.
Obrigação não é um vínculo jurídico estático, mas sim, um processo contínuo, composto de sucessivos comportamentos, uma conduta dinâmica.
O que diz a Teoria da dualidade de Brinz?
São dois, os deveres decorrentes da obrigação: O dever originário, também denominado débito, ou “schuld”, e o dever secundário, também denominado responsabilidade ou “haftung”. Esses dois deveres compõem os elementos abstratos da obrigação e podem existir em conjunto ou mesmo separadamente.
 
Débito ou dever originário: A responsabilidade nasce, somente, quando existe o inadimplemento. Quando se cumpre o dever jurídico originário não se tem a responsabilidade.
Conceito de Obrigação (Clovis do Couto): É o processo dinâmico, ou seja, o conjunto de condutas coordenados do credor e do devedor, objetivando um fim comum, que é o adimplemento.
Exemplo: Alguém compra um carro, parcela em 60 vezes, no contrato, se atrasar três prestações consecutivas ou não, o carro é tomado. (foto inicial da obrigação: contrato). A conduta do credor e do devedor, no entanto, pode alterar isso. Digamos que o devedor pagou 10 prestações e atrasou três e perde o carro, para inicio do contrato serve bem. No entanto, o devedor pagou 55 prestações e atrasou três, então perde o carro, isso é injusto. Afinal, o objetivo era a transferência da propriedade, assim o estático fica injusto, ou seja, a realidade inicial foi alterada pela conduta do credor e do devedor. Nesse caso de alienação houve um pagamento substancial das prestações, e, assim, o bem pertence mais ao devedor do que ao credor, e assim não vai tomar o carro, no entanto, pode-se cobrar o restante do débito.
Ou seja, a dinamicidade altera a realidade. 
O vínculo é transitório: A obrigação não é perpétua. Assim, se eu paguei toda a minha dívida, então o vínculo acaba.
Requisitos das Obrigações:
a) Duas ou mais pessoas;
b) vínculo obrigacional;
c) objetivo (intenção).
Classificação quanto ao vínculo obrigacional
a) Obrigação Civil (Regra): Débito e responsabilidade;
b) Obrigação natural: Tem débito, mas não tem responsabilidade;
c) Obrigação Moral: Não tem nem débito e nem responsabilidade.
Classificação quanto ao vínculo Obrigacional
a) Obrigação Civil (Regra)
É aquela em que existe um vínculo que sujeita o devedor à realização de uma prestação positiva ou negativa no interesse do credor, estabelecendo um liame entre os dois sujeitos, abrangendo o dever da pessoa obrigada (debitum) e sua responsabilidade em caso inadimplemento (obligatio), o que possibilita ao credor recorrer à intervenção estatal para obter a prestação, tendo como garantia o patrimônio do devedor.
b) Obrigação Natural
É aquela em que o credor não pode exigir do devedor certa prestação, embora, em caso de seu adimplemento espontâneo ou voluntário, possa retê-la a título de pagamento e não de liberalidade. Exemplo: prescrição; existe a obrigação, mas não é passível de cobrança.
c) Obrigação Moral
Constitui mero dever de consciência, cumprido apenas por questão de princípios; logo, sua execução é, sob o prisma jurídico, mera liberalidade.
Exemplo: Uma pessoa doente comenta que, ao morrer, gostaria que seu imóvel fosse doado para seu enfermeiro. O parente que ouviu tal desejo não possui a obrigação de realizar a entrega do imóvel, mas pode fazer por questão de consciência. E, uma vez entregue, não pode ser tomado de volta, este é o efeito da obrigação moral.
Exceções
1. Obrigação dotada de débito, mas sem responsabilidade;
a) divida prescrita: Pagamento espontâneo - artigo 883 (Repetição do indébito)
Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei.
Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz.
Observação: Repetição do indébito (do latim “repetitio indebiti”) é tanto o direito quanto a medida processual na qual uma pessoa pleiteia a devolução de uma quantia paga desnecessariamente. Trata-se de uma modalidade de enriquecimento sem causa, fundamentada na inexistência da dívida e em um pagamento indevido por um objeto lícito. Por exemplo: Supondo que um consumidor compre um produto que custa noventa reais usando uma nota de cem e o vendedor não lhe dá nenhum troco. O nome da garantia que permite ao consumidor exigir a devolução dos dez reais pagos a mais é repetição do indébito.
No caso de dívida prescrita (artigo 189), o credor tem um direito que, se violado nasce a pretensão, seja ela uma conduta positiva ou negativa. Se a pretensão morre, então deixa de existir a responsabilidade, deixando de ser uma obrigação civil, pois existe o débito, mas não, a responsabilidade. Se a prestação é paga, a dívida deixa de existir.
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Art. 206. Prescreve: (fixa os prazos).
No caso de uma dívida prescrita,
o devedor pode pagar, embora ela não possa ser cobrada (artigo 882)
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
b) Dívida de jogo – artigo 814
Não se obrigam ao pagamento. Salvo jogos legais, se eu pagar uma dívida de jogo, então não é possível pedir de volta, exceto se o pagamento ocorreu por coação.
c) Pagamento Indevido, Caso da gorjeta. 
O pagamento de gorjeta ainda é opcional, ou seja, ela não pode ser cobrada, mas se pode pagar espontaneamente, só que, nesse caso, não pode haver devolução.
Mas, se essa gorjeta foi cobrada indevidamente (artigo 876), ou se, por um acaso, eu recebi algo que não era meu então tenho que devolver.
Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
Digamos que tenha caído em sua conta uma determinada quantia, então essa quantia tem que ser devolvida. 
O problema é quando a gorjeta se torna um pagamento indevido.
2. Responsabilidade sem débito próprio. 
É o caso de um fiador. Quem fez o contrato foi o locatário, quem tem a obrigação mensal é o locatário, quem tem obrigação de manter o imóvel é o locatário; porém a obrigação do fiador surge no inadimplemento do locatário. O débito não é do fiador, mas, sim, do locatário, mas por um imprevisto, passa o fiador a responder também.
Fontes do Direito Obrigacional
Fonte: De onde se originam as obrigações.
O próprio código já nos dá as fontes – Título V do Índice sistemático.
1ª Fonte: Contratos
É a principal fonte. Na compra e venda a obrigação do vendedor é dar o imóvel, e a do comprador é pagar o imóvel.
2ª Fonte: Declarações Unilaterais da Vontade
Por exemplo, pagar uma recompensa. 
3ª Fonte: Ato Ilícito Extracontratual (Responsabilidade Civil)
Pode-se citar como exemplo de extracontratual, o fato de alguém passar por um sinal vermelho e atropelar uma pessoa. No caso existe uma responsabilidade, mas nada tem a ver com algum contrato.
4ª. Fonte: Título de Crédito
Trata-se realmente de uma fonte?
Existe alguma divergência. Nem todos assim o consideram. A instituição Estácio aceita como tal, ou seja, uma fonte independente de obrigações.
Pode ser visto como declaração unilateral de vontade 
Exemplo: Notas Promissórias.
5ª Fonte: A Lei
A lei pode ser fonte, como por exemplo, alimentos.
Direito Real e Direito Obrigacional
Direito obrigacional considera duas ou mais pessoas, enquanto o direito real considera uma pessoa com uma coisa. Já as obrigações híbridas consideram o direito real e obrigacional.
Conceito de Direito Real
É aquele direito que recai diretamente sobre uma coisa. É aquele que atribui a uma pessoa prerrogativas sobre um bem, como, por exemplo, o direito de propriedade (direito sobre uma coisa).
Já o direito obrigacional considera o vínculo entre credor e devedor, entre pessoas, no qual o devedor se obriga a realizar uma determinada prestação (fazer ou não fazer), que se não cumprida pode ser exigida através da responsabilidade.
Características do Direito Obrigacional e do Direito Real
Direito Real:
1. Quanto ao objeto:
Incide sobre uma coisa;
2. Quanto ao sujeito passivo
a) É indeterminado, ou seja, não há como saber o outro sujeito que vai interferir, já que pode ser qualquer pessoa, inclusive até nem existir pessoa.
b) É oponível “erga omnis”, é oponível contra todos.
Oponível = que pode se opor.
3. Quanto à duração
É perpétuo (a propriedade é sua por toda a vida e se transfere aos herdeiros).
4. Quanto à formação
É “numerus clausus” (rol taxativo), ou seja, só existem aqueles fixados por lei (artigo 1225).
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 759. de 2016)
XIII - a laje.
Só é direito real aquilo que a lei diz que é direito real.
5. Quanto ao Exercício
Incide diretamente sobre uma coisa sem a necessidade da existência de um sujeito passivo, afinal, não é necessária outra pessoa para ser proprietário. Existe uma pessoa e uma coisa.
Direito Obrigacional
1. Quanto ao objeto:
Exige o cumprimento de uma obrigação, ou seja, de uma prestação.
Existem apenas pessoas. 
2. Quanto ao sujeito Passivo
É determinado ou determinável.
Aqui eu sei quem é o sujeito passivo ou tenho como saber quem é o devedor (não é oponível “erga ominis”)
O efeito é “inter-partes” (entre as partes)
3. Quanto à duração
É transitório.
Pode ser atingido pela prescrição ou extinto pelo pagamento
4. Quanto à formação
Números abertos: Vai depender da vontade das partes, diferente do Direito Real, pode ser criado um ilimitado número de contratos, e, não somente, aqueles fixados em lei, como no Direito Real.
5. Quanto ao exercício
Exige um sujeito passivo, o devedor. 
Obrigações Híbridas
É a mistura entre o direito real e o obrigacional
a) Obrigações “propter rem” ( própria da coisa) ou “in rem” ou “ob rem” 
São obrigações que se constituem entre duas determinadas pessoas, em decorrência de uma coisa. Então o devedor está ligado ao vínculo não em razão de sua vontade, mas em decorrência de sua particular situação em relação à coisa.
Imagine um prédio. Como as pessoas fazem para gerir essas coisas comuns? Elas criam regras (convenção de condomínio), que consistem em regras para regularem pessoas; e só existem por causa da relação especial do proprietário com a sua coisa. Inclusive a taxa de condomínio.
Caso não se pague a taxa condominial, o condomínio pode tomar a sua coisa.
Condomínio: vários proprietários de uma coisa só coisa.
Existem condomínios que não possuem coisas comuns, nesse caso, pode não haver taxa condominial.
O que acontece é que se ganha uma obrigação por possuir a coisa, como é o caso, também, de um veículo Ganha a obrigação de pagar o IPVA que é próprio da coisa.
Não se trata somente de direito real, pois surge da relação entre as pessoas.
Se eu vender o imóvel, o comprador vai herdar a dívida de condomínio, ou seja, o novo proprietário passa a ser o devedor (caso do condomínio atrasado).
b) Ônus reais
São obrigações que limitam o uso, a fruição ou a disposição da propriedade, mas que não se confundem com os direitos reais de garantia.
Exemplo: Hipoteca, alienação fiduciária etc.
São, portanto, gravames que incidem sobre determinados bens.
Usar, fruir e dispor constituem direitos que você tem por possuir a propriedade. Existe um ônus sobre a propriedade. 
Se eu tenho o terreno e quero que meu irmão o utilize, então, eu posso dar o usufruto, por exemplo, uma casa. Nesse caso, o proprietário não pode usar ou alugar a casa, mas pode vender a casa, ou seja, quem tem o usufruto não pode vender. Quem comprar só vai poder usar quando quem tiver o usufruto morrer.
Isso é ônus reais: Não posso usar completamente.
Outro exemplo: tenho um terreno, na frente existe uma via pública e atrás um rio. Construo duas casas e digo que um dos proprietários que ele tem 50% do terreno. A pessoa de traz para ir para a via pública precisa de uma servidão, no caso servidão de passagem. É um ônus porque não se pode usar a servidão como quiser, pois é a passagem da casa de traz para chegar a via pública, que pode ter sido estipulada, por exemplo de 1m, ou seja, o restante pode usar. A metragem da servidão pode ser especificada na escritura, senão, do contrário será pelo uso.
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Casa 1 |
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.| |
Casa 2 | servidão |
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Rua 
Observação: Ônus reais não é a certidão que você tira no
cartório -> é só para saber se o imóvel tem qualquer tipo de ônus: hipoteca etc., e não só ônus real.
c) Obrigações com eficácia real
É aquela que deve ser respeitada por terceiros e depende de previsão legal para existir por se tratar de modalidade excepcional de obrigação.
Exemplo: clausula de vigência em contrato de locação de imóvel urbano (artigo 8ª da lei do inquilinato) 
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo.
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação.
Carlos alugou um imóvel para Débora (locatário), foi feito um contrato obrigacional, objeto imóvel. Carlos pode vender o imóvel, por exemplo, se ele alugou por 40 meses ele pode vender, por exemplo, aos 20 meses. Debora pode continuar ou não no imóvel? O contrato tem ligação às partes, então Débora não pode continuar. Agora, se Débora registrar o contrato de locação do imóvel, então aquele que comprar o imóvel terá que respeitar o contrato inicial, feito com o proprietário anterior. Essa é uma ação, normalmente, de iniciativa do locatário.
Classificação das Obrigações 
1. Quanto ao Objeto em relação a sua natureza
a) Dar
b) fazer
c) Não fazer.
Dar: tem por objeto a entrega de uma coisa móvel ou imóvel, certa ou incerta, pelo devedor ao credor;
A passagem é pela tradição
Vou comprar um sapato, mas o sapato só será meu depois que me for entregue. Ato do entregar.
Fazer: Tem por objeto a realização de um ato ou a confecção de uma coisa pelo devedor no interesse do credor.
Diferença entre dar e fazer: fazer, eu vou criar, eu vou realizar, o que é diferente de dar. Dar uma aula é fazer.
Dar uma escultura: se eu ainda vou confeccionar então é obrigação de fazer. Se eu for só entregar, então é obrigação de dar.
Confeccionar um contrato é um fazer.
Não fazer: Tem por objeto a abstenção lícita de um ato pelo devedor da qual resulta benefício patrimonial para o credor.
Exemplo: professor só dará aula naquela faculdade, então no contrato estará especificado que ele não poderá dar aula em outra faculdade (não fazer).
Agora, João do Pulo contrata com Zezinho que não venderá drogas no morro. No caso, é ILÍCITO.
2. Quanto à liquidez
a) Líquida
b) Ilíquida
Líquida: É certa quanto à existência e determinada quanto ao objeto.
Obrigação de dar coisa certa ou incerta; Na certa, o objeto é completamente individualizado: Exemplo: carro do ano tal, ano tal, RENAVAM tal etc. 
Agora se eu digo vou te dar um carro Fiat azul, então, ai temos uma coisa incerta, não individualizada.
Tem o conceito de certeza, de apuração.
Se o juiz diz que vai pagar o valor do aluguel mais três encargos, então, não se tem certo, assim, não existe liquidez, mas, sim, iliquidez.
Serve tanto para quantias como para objetos.
Ilíquida: São obrigações cujo objeto depende de apuração (prestação incerta). Deve converter-se em líquida para que seja possível o seu cumprimento.
Exemplo: Vou te dar um carro no valor de 15.000 reais; Neste caso, não se sabe modelo, etc.
3. Quanto ao Modo de Execução
a) simples
b) cumulativa
c) alternativa
d) facultativa
Simples 
São obrigações cuja prestação recai somente sobre uma coisa ou ato, ficando o devedor liberado ao cumpri-la.
Exemplo: tenho uma coisa só (vou dar um carro); quando eu realizar a entrega, o credor não pode exigir mais nada.
Cumulativa 
São obrigações em que o devedor se compromete a várias prestações, só ficando liberado ao cumprir todas elas.
Se eu tivesse que entregar um livro e uma aula, então entrego o livro, então o credor pode exigir uma aula.
Alternativa
O devedor se compromete a entregar uma coisa ou outra, ficando liberado ao entregar qualquer uma das duas.
Fica combinado de um produtor entregar ou uma tonelada de feijão ou uma tonelada de arroz. O contrato é feito em janeiro. Passados seis meses as safras de arroz e feijão estão prontas. No dia 10 de Julho o produtor vai ter que escolher qual enviar, e ele escolhe mandar o arroz. Nesse caso, o credor não pode reclamar, pois o produtor entregar uma ou outra.
João resolve emprestar 30.000 reais para Pedro adquirir um carro, e o compromisso de Pedro é entregar o dinheiro ou o carro. Pedro resolve entregar o carro, João é obrigado a aceitar, e não pode reclamar.
A opção pode ser do credor, do devedor, ou ainda de uma terceira pessoa. É livre a escolha. Regra geral, o devedor escolhe.
Imagine agora que Pedro tenha batido o carro; nesse caso, Pedro terá que entregar o dinheiro.
Facultativa 
Na opção facultativa, o devedor tem duas alternativas, mas somente uma faculdade.
João empresta 15.000 reais, a Pedro, para pagamento em 10 de março. João combina com Pedro que por esses quinze mil Pedro irá pagar 16.000 reais, mas ele coloca uma ressalva que se Pedro estiver endividado ele poderá dar a João um carro nesse valor. Caso Pedro entregue 16.000 reais, a obrigação acaba. Se Pedro quiser dar o carro a obrigação também se extingue. Aparentemente, não existe diferença em relação à alternativa. Acontece que João deu uma faculdade a Pedro, ou seja, Pedro irá substituir se quiser, ou seja, mesmo que Pedro não tenha os 16.000 reais, o credor não pode exigir a prestação acessória, ou seja, o carro, mas somente o dinheiro. O credor, nesse caso, nunca poderá exigir a prestação acessória, mas, somente, a principal, ou seja, no caso, o dinheiro.
Diferente da facultativa, a alternativa, o devedor tem duas prestações principais, diferente da facultativa.
Obrigação alternativa: são obrigações que tem por objeto duas ou mais prestações, estando o devedor obrigado a cumprir qualquer uma delas, ou seja, o devedor se liberará da obrigação com o cumprimento de qualquer uma das obrigações, mediante escolha sua ou do credor.
Obrigação facultativa, são as obrigações em que é devida uma única prestação, sendo facultado ao devedor exonerar-se mediante o cumprimento da prestação diversa e pré-determinada, assim confere ao devedor a possibilidade de alterar o objeto da prestação. Ressalte-se que nesta modalidade de obrigação, o credor só poderá exigir a prestação pactuada, nunca podendo exigir a prestação diversa de exoneração, pois esta escolha cabe unicamente ao devedor.
4. Quanto à Estrutura
a) Simples: É aquela obrigação que possui um único devedor, um único credor e uma única prestação.
Exemplo: João emprestará seu livro a Marcos (comodato). Carlos dará uma caneta para Ana.
b) Complexa: É aquela obrigação em que há mais de um devedor, ou mais de um credor, ou mais de uma prestação.
João vai vender o seu carro para Ana e Ana lhe dará dez mil reais. Neste caso, existe duas prestações vender o carro e dar dez mil reais (complexa).
João empresta a Ana um livro (simples). A obrigação existe a partir do empréstimo.
5. Quanto ao Tempo de Adimplemento
a) Instantânea ou Momentânea: É aquela que se exaure com um só ato ou fato, ou seja, são cumpridas imediatamente após a sua constituição.
Fui a cantina comprar um café, peguei o café e paguei. 
b) Periódica: São aquelas obrigações que se perfazem em atos reiterados em um determinado espaço de tempo, de forma ininterrupta ou sucessiva.
 Repete-se ao longo de um período de tempo. Pode ser de 15 em 15 dias, 30 em 30 anos, ou seja, não é fixo, mas sim, que se repete.
Todo mês, no dia 10, tenho que fornecer frutas frescas para um mercado de João. No dia 10 de março, entrega morango, no dia 10 de bril entrega uvas.
c) De execução diferida: São obrigações cujo cumprimento deve ser realizado em um só ato, mas em momento
futuro.
Exemplo de obrigação de execução diferida: Teve uma época em que se comprava o carro, mas o carro seria entregue posteriormente, por exemplo, seis meses. A criação da obrigação era hoje, mas o cumprimento era posterior. 
Quanto aos elementos acidentais
a) Pura e Simples: São obrigações que não estão sujeitas a termo, condição ou encargo. Elas produzem efeitos imediatos. 
Não tem condição, encargo. Vou te dar a caneta. 
b) Condicional: É a obrigação que está subordinada a um evento futuro e incerto. Exemplo; Quando passar no vestibular de medicina eu te dou um carro.
(evento futuro e incerto) só se cumpre caso o evento ocorra.
c) A termo: É aquela obrigação subordinada a evento futuro e certo. Exemplo. No dia 15 de Março de 2017 eu te darei um livro de direito civil.
É um evento futuro e certo.
d) Com encargo ou Modal: É aquela que se encontra onerada por cláusula acessória que impõe ônus ao beneficiário.
Exemplo eu vou te doar esse terreno de um milhão de metros quadrados desde que você construa uma escola para a população rural da localidade.
Tem que cumprir um encargo.
Vou doar o terreno de 10 mil metros quadrados se você construí r uma creche para a população local.
6. Quanto à Pluralidade de Sujeitos:
a) Fracionais ou Parciais: São obrigações em que ha pluralidade de sujeitos respondendo cada um por parte da dívida. Assim, o credor só poderá exigir de cada devedor a sua respectiva cota.
Exemplo: Suponha que Débora emprestou para Fernando e Beto 10 mil reais. No dia 15 de Março é o termo da obrigação (vencimento) quanto cada um vai ter que dá a Débora? Cada um vai ter que dar cinco mil reais, pois a obrigação é fracionada, ou seja, só vai poder exigir o pagamento de Fernando de 5000 reais e de Beto 5000 reais. Caso Beto não pague, Débora só poderá exigir de Fernando cinco mil reais e não os cinco mil devidos por Beto.
b) Conjuntas ou Unitárias (indivisível): São obrigações em que há pluralidade de sujeitos, mas em que todos os devedores respondem por toda a dívida, uma vez que não há divisão de responsabilidade.
Eles devem em conjunto, uma coisa unitária, que não pode ser dividida. 
Exemplo: Debora vai receber de Fernando e Beto um cavalo. Não tem como Fernando entregar uma metade do cavalo e Beto a outra metade, ou seja, não tem como dividir, então, eles devem em conjunto. 
c) Solidárias: São obrigações em que ha pluralidade de credores ou devedores, cada um com direito ou obrigação à dívida toda.
Debora emprestou 10000 reais para Fernando e Beto. Fernando diz que se Beto não pagar ele paga a dívida toda sozinho, e Beto faz a mesma coisa. Chega o dia do vencimento, Fernando e Beto não entregaram o dinheiro. Debora pode cobrar a divida de Fernando sozinho? Sim, se Fernando não tiver ela pode cobrar de Beto. É irrelevante se a divida pode ser ou não dividida, pois cada um se compromete a pagar a dívida inteira.
Trata-se de uma exceção.
d) Disjuntivas: São obrigações em que há pluralidade de devedores que se obrigam alternativamente. Assim, a escolha de um dos devedores exonera o dever dos demais codevedores.
É a mais difícil de acontecer. Vamos supor que você deseja colocar no seu evento uma obra de arte. Só que você não tem ainda o tema definido, mas quer deixar garantido que determinados artistas façam aquela obra de arte. Assim, você contrata Ana, artista plástico, João, um escultor de renome, e Pedro, um conhecido pintor. Você paga adiantado e no dia do evento, escolhe Ana para executar, exonerando João e Pedro, ou seja, na data do evento você vai escolher quem vai executar.
e) Conexas: São obrigações que possuem uma causa comum, e, pela qual, vários devedores devem satisfazer prestações distintas ao mesmo credor.
Imagina que você vá às Casas Bahia para comprar um televisor. O vendedor vai oferecer algumas facilidades, além daquilo que você quer comprar, que pode ser outra mercadoria, ou mesmo uma garantia estendida. Para o comprador aparenta uma simples compra, em que tudo será providenciado pela loja, no entanto, para o transporte do bem, pode ser contratada uma transportadora, a garantia estendida será de responsabilidade de uma seguradora etc., ou seja, existem vários devedores independentes que vão cumprir uma etapa específica, mas, para você tudo isso é transparente, ou seja, você comprou apenas uma televisão.
 7. Quanto ao Conteúdo
a) De meio: Ocorre quando o devedor promete empregar seus conhecimentos meios e técnicas para obtenção de um determinado resultado sem, no entanto, comprometer-se por este.
Tenta alcançar o resultado mediante de técnicas, conhecimentos etc. para ganhar a causa.
b) de Resultado: Ocorre quando o devedor apenas se exonera da obrigação quando o resultado prometido é alcançado.
Você se compromete pelo resultado. Você dá certeza que vai obter o resultado. Mas, isso dentro da normalidade. O resultado é plenamente alcançável
Corretor de imóvel se compromete com o meio, mas não é certo vender o imóvel.
Advogado vai fazer um contrato, então nesse caso é de resultado.
No caso de um tratamento médico, então vai depender do tratamento.
Um dia uma mulher acorda, olha no sofá e vê o marido afogado em cerveja. Mas ela quer um marido sarado. Ela vai e obriga o marido fazer uma lipoaspiração, nesse caso é de resultado (em uma situação normal obtém o resultado).
Tem que tentar até que o resultado seja alcançado, caso não alcance o resultado.
c) De garantia: É a que visa eliminar um risco que pesa sobre o credor ou as suas consequências.
Quem está com o risco de não receber a prestação é o credor, não será o devedor. É o caso da exigência de um fiador.
Alguns doutrinadores colocam a de garantia como subespécie de obrigação de resultado. Para a Universidade Estácio prevalece essa corrente de classificação como majoritária.
8. Quanto ao objeto
a) Divisível: São obrigações que tem por objeto coisa ou fato passível de divisão. 
É passível de divisão.
Se eu tenho dinheiro eu posso dividir.
b) Indivisível: São as obrigações que tem por objeto coisa ou fato que não pode ser fracionado por sua natureza, por motivo de ordem econômica, por determinação legal, pela vontade das partes etc.
Se dividir perde a sua essência. Exemplo: um cavalo.
(artigos 257 e 258)
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Eu posso dividir um diamante. Mas, se eu vou reduzir acentuadamente o valor, então se torna indivisível. No caso do diamante, o tamanho faz diferença.
 Mas, isso vai depender da utilização que eu vou fazer.
Um terreno pode ser divisível, mas se houver por lei uma limitação no tamanho do terreno, não se vai conseguir dividir.
Tudo vai depender da situação vai depender da finalidade, e assim, um objeto pode ser divisível ou indivisível.
Dinheiro é divisível, só que quando eu faço financiamento o banco te dá um boleto para você pagar inteiro.
Obrigações Reciprocamente Consideradas
(artigo 92 Código Civil)
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
1. Principal
A obrigação existe por si só
2. Acessória
Está vinculada a outra obrigação, a principal.
Num contrato de locação tenho que pagar 20 reais por mês, que é o principal, enquanto a multa pelo atraso é acessória, e ligada à prestação mensal.
Se uma obrigação principal se resolve, então a acessória também se resolve. Agora, se a obrigação acessória deixar de existir a obrigação principal não cai.
Obrigação de dar coisa certa
Vou dar algo determinado, não tem como confundir o objeto.
Obrigação de dar: é dar coisa certa, determinada.
É diferente de dar uma coisa incerta, ou seja, aquela que no futuro passa a ser determinada.
Dar é colocado de acordo com a tradição.
a) Entregar
b) Restituir
Conceito:
É a modalidade de obrigação em que o devedor se compromete a entregar ou a restituir um objeto perfeitamente determinado, considerado em sua individualidade. Trata-se, portanto, de obrigação perfeitamente individualizada.
Prestação diferente (artigo 313)
Digamos que eu compre uma fazenda, pois não quero mais trabalhar como advogado, mas sim com gado. Vou até a fazenda do Zé das Couves, pego a pick-up, e dou uma volta pela fazenda, observo o pasto, onde os bois ficam. Passo por onde estão as vacas, e vejo uma vaca, e me imagino tirando leite daquela vaca. Gosto de uma determinada vaca, uma espécie de “vaca maravilha”, e pergunto para o Zé quanto custa, e eu compro a vaca. Só que o Zé não quer entregar a vaca, e, então, no dia seguinte chego de caminhão para apanhar a vaca, mas o Zé entrega um touro, dizendo que queria ficar com a vaca, mas não queria me dar prejuízo, e afirmando que o touro vale muito mais, mas, eu quero a vaca e não aquele touro.
No entanto, eu não sou obrigado a aceitar prestação diversa mesmo que seja de muito maior valor, ou seja, (artigo 313) o que se pactuou tem que ser cumprido.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Acessórios (artigo 233)
Entende-se por bens principais, aqueles bens que tem existência própria, autônoma, que existe por si só, abstrata ou concretamente.
Já, bens acessórios são aqueles cuja existência depende do principal.
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Um bem acessório acompanha o principal, mas, dependendo da situação pode não acompanhar, ou seja, vai ter que analisar o costume para saber se o bem vem ou não acompanhado do acessório.
Por exemplo, não necessariamente um veículo pode vir com um som, no entanto, se estiver no contrato, então o som deve vir junto com o bem principal.
Considerando o costume, por exemplo, um veículo de menor valor não vem com som de fábrica, porém, ao adquirir um veículo de luxo, ele vem com som de fábrica.
Acessórios determinados em lei são obrigatórios. 
Outro exemplo seria o de uma casa, que poderia incluir o mobiliário, ou não, mas, se estiver estipulado em contrato, a mobília deverá ser incluída.
Obrigação de entregar
Tradição (artigo 1267 e artigo 1227)
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (artigos. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único. Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
a) Tradição Real: é aquele em que realmente a coisa sai da mão do devedor e vai para o do credor.
Ocorre quando a coisa for realmente entregue a outra pessoa
b) Tradição Simbólica: quando uma coisa ou um ato simbolizar a entrega da coisa.
É o mesmo que a tradição real, só que ao invés do credor receber a coisa ele recebe algo que simboliza a coisa, ou seja, é a entrega de algo que simboliza, mas que não é a entrega real.
Por exemplo, numa sapataria, na hora em que você paga pelo sapato, você recebe um papel, que permitirá a entrega do sapato pelo setor de expedição. 
Em se tratando de bens imóveis, a propriedade do bem somente é adquirida através o registro do imóvel, ou seja, é diferente, pois para adquirir a propriedade é necessário o registro. Para os bens móveis não é assim, basta que o bem seja entregue.
Perecimento (Perda Total da Coisa)
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
1. Perda sem culpa do devedor (artigo 234 primeira parte).
Por exemplo, se houver uma chuva forte, uma enchente, um veículo pode ter o perecimento, ou seja, a perda total, nesse caso, a obrigação se extingue. Evidentemente, se o veículo já tiver sido pago pelo credor, o dinheiro deverá ser devolvido. O mesmo acontecerá em caso de furto do veículo.
Trata-se de um caso fortuito ou de força maior (mão de Deus)
Caso Fortuito: é o evento que não se pode prever e que não podemos evitar, como por exemplo: tempestades, furacões, raios etc.(mão de Deus).
Caso de Força Maior: Fatos Humanos ou Naturais, que podem até ser previstos, mas da mesma maneira não podem ser impedidos, como por exemplo: guerras, revoluções etc.
2. Perda com culpa do devedor (artigo 234 Segunda Parte).
Segundo a lei, o devedor deverá devolver o valor pago corrigido e indenizar o credor pelas perdas e danos sofridos, apurados pelo prejuízo que efetivamente suportado pelo credor, como também, os lucros que por ventura deixou de perceber em virtude da perda da coisa.
Por exemplo, Cristiano dirigindo um carro, ultrapassa um sinal vermelho, bate em um poste, e acontece a perda total do veículo. O carro deveria ser entregue por Cristiano a Rogério, mas tal fato não irá acontecer em razão da batida, ou seja, Cristiano não vai entregar a coisa. Não dá para substituir, e a lei determina que se deva entregar o equivalente em dinheiro mais perdas e danos.
Deterioração (Perda Parcial)
1. Deterioração sem culpa do devedor (artigo 235)
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
É a perda parcial da coisa. É o caso, por exemplo, de cair granizo em cima do carro e amassar, ou seja, houve o dano, mas não perda.
Por exemplo, em caso fortuito, o carro vai ser entregue com o dano, mas deverá ser abatido o valor do prejuízo, ou seja, tem que haver um abatimento proporcional ao dano, ou, por opção, o credor poderá desfazer o contrato, mas, nesse caso, sem perdas e danos. Fica claro que a escolha será do credor. (acabar com a obrigação).
Para este caso, a lei diz que o credor pode desfazer o negócio e ter a restituição do valor pago, ou o credor pode aceitar o bem danificado, desde que o devedor faça um abatimento no preço, proporcional ao prejuízo gerado na coisa.
2. Deterioração com culpa do devedor (artigo 236).
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. 
Sendo o culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, sendo abatido o valor do dano, mais perdas e danos. A escolha será do credor.
Ou seja, o credor aceitará o valor do bem ou o valor do bem abatido do valor dos danos mais perdas e danos.
Quanto aos melhoramentos e frutos (artigo 237)
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Digamos que Rogério (devedor) tenha que entregar uma vaca para Cristiano. No entanto Rogério descobre que a vaca está prenhe, portanto é como se o bem estivesse com melhoramentos, no caso uma futura vaquinha. Acontece que, até a tradição, a vaca pertence a Rogério, que em razão disso poderá pedir um valor a mais. Caso Cristiano não aceite, não vai poder receber a vaca, e a obrigação se extingue.
Caso a vaquinha venha a nascer antes da tradição, então pertence ao devedor, Rogério, e aí não fará sentido pedir um aumento
de preço.
Outro exemplo: Rogério vendeu uma casa para o Cristiano. Ao receber a casa, Cristiano verifica a existência de uma mancha preta no piso, e ao retirar o piso, descobre que no local existe uma jazida de petróleo. Evidentemente o petróleo é do Estado, mas o direito de exploração será do Cristiano, e não do Rogério.
Obrigação de Restituir
Conceito: São obrigações em que a coisa pertence ao credor, sendo que a tradição somente transmite temporariamente a posse da coisa, portanto, impõe ao devedor o dever de devolver (por nova tradição) a coisa no prazo ajustado ou alcançada a finalidade para a qual foi destinada, e por isso se exige do devedor o dever de conservação e zelo pela coisa.
Restituir é devolver.
Imagine uma locação. O credor (locador) vai entregar a coisa para o locatário, e o locatário vai ter que restituir a coisa posteriormente. 
No caso da restituição a coisa não muda de mãos, mas, sim, a posse. 
Caso de Perecimento da coisa a ser restituída:
1. Perecimento sem culpa do devedor (artigo 238)
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Credor sofre a perda e a obrigação se resolve, ressalvados os direitos até o dia da perda.
Exemplo: Caso de locação de um imóvel
Janeiro: início do contrato
Fevereiro: pagou aluguel
Março: não pagou
Abril: não pagou
Maio: não pagou
Mas, a casa caiu em 1º de Abril. Então, o credor ficará com o prejuízo, mas o locatário terá que pagar os aluguéis não pagos até o dia da perda. Assim, receber os aluguéis de Fevereiro e Março, e como a perda se deu no primeiro dia de Abril, o proprietário não receberá o aluguel daquele mês, mas se fosse outro dia, o locatário teria que pagar o aluguel proporcional aos dias de usufruto do imóvel naquele mês.
2. Perecimento com culpa do Devedor (artigo 239)
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Se o locatário, executando obras no imóvel, provoca a ruptura da estrutura e a perda do imóvel, então, nesse caso, o locatário terá que pagar o equivalente mais perdas e danos. Esse valor será aquele que o imóvel valia na época em que a casa caiu pelo valor de mercado.
“Res perit dominu”: para o dono, para o credor.
Deterioração da coisa restituível
a) Deterioração sem culpa do devedor (artigo 240 primeira parte)
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Caso do comodato, Paulo emprestou a casa para o fim se semana a Pedro. Metade do telhado foi arrancada por um vendaval. Pedro simplesmente devolve a casa a Paulo, sem direito à indenização, em razão de caso de fortuito;
b) Deterioração com culpa do devedor (artigo 240 segunda parte, combinado com 239).
Caso a varanda da casa caia por culpa de Pedro, então ele vai ter que reparar o telhado (artigo 239).
Melhoramentos acrescidos e frutos na obrigação de restituir 
(artigos 242 e 241)
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
a) O devedor de boa fé tem direito aos frutos percebidos, mas não terá direito aos frutos colhidos antecipadamente.
Imagine uma fazenda que pertence a Cristiano. O devedor Rogerio quer empreender, mas o Cristiano quer que Rogerio cuide do pomar, que dá frutos em janeiro e Julho. O contrato perdura por anos e anos, mas vai encerrar em junho. Digamos que estamos em dezembro, assim em janeiro Rogerio retira os frutos das árvores, mas elas deram frutos em dezembro; em junho elas também dão frutos, mas Rogerio colhe em junho, e não em Julho, mas, de qualquer forma, ele vai ter que entregar os frutos a Cristiano.
b) O devedor de má fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como por aqueles que por sua culpa deixou de receber.
Rogério vai colher os frutos de janeiro, e os frutos ficarão para ele, o devedor. Em Junho ele colhe os frutos antecipadamente, os frutos estão verdes, e ele não toma as precauções para que viabilize a próxima safra, ou seja, ele colheu antecipadamente, não cuidou, agindo de má fé. Assim, ele vai ter que indenizar os frutos que colheu, assim como, aqueles que ele deixou de colher pelo prejuízo da safra.
c) Quanto aos melhoramentos e acrescidos, em que houve dispêndio ou trabalho do devedor, estando de boa fé, este terá direito a indenização quando as melhorias forem úteis ou necessárias.
Tem que lembrar o conceito de benfeitoria necessária: é aquela que se não for efetuada haverá a perda do imóvel (ver as demais)
Rogerio alugou a casa de Cristiano; ao final do contrato Cristiano tem que restituir a casa, isso no mês de julho de 2017. Mas em março, começa a temporada de chuvas, ele vai ao telhado da casa e verifica que está bem precário, podendo até cair. Rogério liga para Cristiano e não o encontra. Já vai começar a chover, e ele não tem tempo, sendo obrigado a fazer uma benfeitoria, reformando todo o telhado; Trata-se, então de uma benfeitoria necessária.
Aproveitando, ele também instala grades nas janelas, o que é útil, além de uma piscina, que é uma benfeitoria voluptuária. 
Benfeitoria útil, que apresenta alguma utilidade, como no caso de colocação de grades na janela para dificultar um assalto. A benfeitoria voluptuária serve apenas de conforto, como é o caso de uma piscina.
Se as benfeitorias forem feitas de boa fé, o locador vai ter que indenizar as benfeitorias úteis e necessárias, mas não as voluptuárias. Caso Cristiano não tenha dinheiro para indenizar Rogério, este vai poder ficar no imóvel, até que o valor dos alugueis pagos perfaça o total a indenizar. Por exemplo, se o aluguel for de 500 reais e o valor a indenizar for de 6.000 reais, então Rogério poderá permanecer no imóvel durante 12 meses. 
d) Quanto aos melhoramentos e acrescidos, em que houve dispêndio ou trabalho do devedor, estando este de má fé, só será indenizado quanto às benfeitorias necessárias.
Digamos que Rogerio seja pedreiro, e pensa gastei o dinheiro, estou duro, Acontece que em várias obras em que Rogério é responsável, existe material sobrando. Aí, ele aproveita esse material para reparar o telhado, reformar o banheiro e fazer uma churrasqueira. Obviamente, ele está de má fé, e assim, ele somente será indenizado pelas benfeitorias necessárias. Cristiano, dono do imóvel, volta duro da viagem, então ele não terá dinheiro para pagar os três mil. Rogério terá que sair, mas para reaver o dinheiro Rogério terá que entrar em juízo para receber.
e) Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que não houve dispêndio ou trabalho do devedor.
Neste caso, lucrará o credor, sem o dever de indenizar.
Imagine que uma casa fica ao lado de um rio. Ocorre uma forte chuva, que traz um pedaço de terra, acrescendo ao terreno, e o rio está mais afastado. Houve trabalho ou dispêndio? Não, então o proprietário vai lucrar. Não vai ter que indenizar nada a ninguém.
Obrigação de dar coisa Incerta 
Conceito: Nesta espécie de obrigação a coisa não é única, singular ou exclusiva, como na obrigação de dar coisa certa. É, na verdade, uma coisa genérica, determinável pelo gênero e pela quantidade. Ao invés de uma coisa determinada, temos uma
coisa determinável.
A coisa não é exata, não está determinada, a coisa é determinável.
Em algum momento ela deixará de ser determinável e será determinada, certa, ou seja, é uma condição temporária.
A coisa é determinável; a coisa nunca pode ser indeterminável; a indeterminação está na obrigação (temporariamente).
Uma coisa é determinável pelo gênero ou pela quantidade (artigo 243)
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Em relação à coisa Incerta, eu tenho gênero e quantidade, enquanto na certa eu tenho a qualidade.
Você é dono de uma fabrica e encomendou uma tonelada de papelão para embalagem, Não se sabe exatamente onde o papelão vai ser aplicado. È uma coisa incerta.
Uma pessoa vai à concessionaria e adquire um carro, mas não sabe exatamente qual, pois a concessionária ainda irá escolher dentro das características pedidas. Se ela não tiver o carro, vai ter que arrumar um, pois o carro não foi especificado.
Principio da qualidade intermediária, ou de média qualidade: O devedor terá que dar a coisa de média qualidade. Não é obrigado a dar a melhor, mas, também, não a pior. O credor pode escolher aceitar a pior, mas não pode exigir a melhor.
Princípio do meio-termo ou da qualidade média: o devedor está proibido de escolher o objeto de pior qualidade, mas não está obrigado a entregar o da melhor. Exemplo: se eu tenho que entregar cinco sacas de café, não preciso escolher o melhor café, mas também não posso dar o pior.
Se, por força do contrato, a escolha competir ao credor, também deverá ser observado o princípio do meio-termo. O credor está proibido de cobrar o melhor, mas não está obrigado a aceitar o pior.
Para determinar eu tenho que escolher, esse ato de escolha é chamado de concentração e esse ato é do devedor. Concentração é qualquer ato que individualize a coisa.
Concentração (artigo 244)
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Conceito: É o processo de escolha da coisa devida de média qualidade (princípio da qualidade intermediária, ou qualidade média) feita em regra pelo devedor. A concentração implica em qualquer ato de individualização da coisa, como por exemplo, separação, pesagem, medição, contagem, expedição etc. (tudo vai depender do caso concreto).
A escolha é sempre do devedor?
Nem sempre é, mas, em regra o é. No entanto, a escolha poderá ser do credor.
Momento da concentração: É o que melhor convir às partes. 
Mudança da coisa incerta para certa 
(artigo 245).
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Eu tinha a obrigação de dar um carro de 60.000, o que é uma obrigação incerta; Porém, dadas todas as características do veículo, ela será, então, certa.
Uma concessionária estava negociando um carro com um cliente, e o vendedor ofereceu um veículo no valor de 15.000 reais (obrigação incerta), prometendo entregar o carro num prazo de dois dias. No entanto, ao levar o carro para o comprador, o vendedor ultrapassou o sinal vermelho e bateu com o carro, com perda total. Nesse caso, existe uma obrigação de dar coisa certa (já escolha já tinha sido feito), e, portanto, o vendedor terá que dar o equivalente e mais perdas e danos.
Regra do “Genus nunquam Perit” (artigo 246)
Significa que o gênero nunca perece.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
E se fosse antes da escolha (obrigação ainda incerta)? Um veículo, digamos de 40.000 reais ainda iria ser escolhido, mas antes disso, a concessionária devido a uma chuva intermitente perde todos os carros. A concessionária não vai poder se escusar da obrigação, até porque o gênero nunca perece, e assim ela vai ter que dar um carro de 40.000 reais independente de ter na concessionária ou não. Se fosse certa seria diferente (cessaria a obrigação por caso fortuito).
A regra a ser seguida só será conhecida pela concentração, ou seja, se for antes da escolha é incerta, depois da escolha é certa.
No entanto, independente da regra, toda vez que houver prejuízo pode-se pedir perdas e danos.
 A exceção seria por uma obrigação genérica delimitada ou de existência restrita.
Obrigação genérica delimitada 
Imagine que eu seja um colecionador de carros, e com meus carros, faço algumas exposições. Imagine agora que eu faça um contrato com uma pessoa, pelo qual ela me daria um dos três carros em que o Ayrton Sena foi campeão, e ele tem os três carros, e só existem esses três carros. Se um dia antes da escolha esses carros forem furtados, e, portanto, esses veículos estariam em local desconhecido, então ele não teria como entregar, ou seja, o gênero acabou, e ele não teria como substituir. Dessa forma, como não tem mais gênero, então não tem mais obrigação, ou seja, não vale a regra do artigo 246 (caso fortuito ou força maior), pois o gênero pereceu, então acabou.
Projeto de Lei 6.960/2002 acrescenta uma segunda parte ao art. 246: “salvo se se tratar de dívida genérica limitada e se extinguir toda a espécie dentro do qual a prestação está compreendida”.
Imagine que eu vou entregar cavalo premiado do meu haras, no entanto, devido a uma doença, todos os cavalos morrem, e assim não tenho como entregar, pois o gênero acabou. Nesse caso, como foram delimitados quais os cavalos, a obrigação cessaria. No entanto, se não tivessem sido delimitados, eu teria que entregar um cavalo premiado não interessando de onde fosse.
Assim, o princípio segundo o qual o gênero nunca perece é falível e comporta temperamentos, sendo uma exceção a esse princípio uma obrigação em que o gênero é limitado (obrigação genérica delimitada ou de existência restrita), isto é, o gênero não existir com abundância suficiente e assim haver a possibilidade de desaparecer. Caso isso aconteça, tornará inviável o atendimento da obrigação acarretando, por conseguinte, a extinção da obrigação.
Exemplos: Objetos raros, animais de um determinado haras ou criadouro, materiais químicos raros, itens de coleção de pouca abundância.
Obrigações Pecuniárias (artigo 315 do Código Civil)
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.
Uma pergunta: Obrigação de dar dinheiro é uma obrigação de dar coisa certa ou incerta? 
Se eu tenho dinheiro, e empresto 1.000 reais em cem notas de 10 reais, não vou pagar exatamente com as mesmas notas, então se trata de uma obrigação de dar coisa incerta. No entanto, isso é alvo de algumas discussões. 
Daí se colocou as obrigações pecuniárias.
Obrigação pecuniária é a obrigação de entregar dinheiro, ou seja, de solver dívida em dinheiro.
O real é a moeda de curso forçado no Brasil, e isso se deve a necessidade do Estado ter soberania. 
Imagine se o Brasil passasse a utilizar a moeda de outro país, e ela viesse a ficar rara. Isso seria um problema.
Assim, dar dinheiro é dar dinheiro do país. As dividas são pagas em moeda corrente. 
a) Dívidas pecuniárias
São aquelas que têm por objeto uma prestação em dinheiro. O objeto é o próprio dinheiro. 
b) Dívidas de valor
São as que o dinheiro não constitui o objeto da prestação, mas, apenas, representa o seu valor.
No caso de alimentos, o objeto da prestação é o dinheiro? Não, a obrigação é dar alimentos. 
O juiz condena um pai a dar 30% de alimentos. A obrigação é de pagar 300 reais se o pai recebe 1000 reais, mas se receber 10.000 a obrigação será de 3.000 reais.
O dinheiro só representa o valor.
Dar um plano de saúde, pagar a escola etc. para a criança é alimentos. Assim, nem sempre precisa ser em dinheiro.
c) Princípio do nominalismo;
Dar nome quer dizer que estou rotulando, nomeando, atribuindo a uma determinada coisa um nome, um símbolo.
O Código Civil adotou o princípio do nominalismo, pelo qual se considera como
valor da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado, no ato da emissão ou cunhagem. Assim, o devedor de uma quantia em dinheiro libera-se entregando a quantidade de moeda mencionada no contrato ou título da dívida, e em curso no lugar do pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação.
Eu tenho uma moeda de um real. No momento que ela foi cunhada ela recebeu um valor nominal, que corresponde ao seu valor. Dez anos depois continuará sendo de um real. O nome que dá aquela nota no momento da cunhagem é o valor que ela terá para sempre.
O que muda na verdade é o valor dos objetos, não o nome, assim com o decorrer do tempo, vai se adquirir menos coisas com aquela moeda.
Clausula de escala móvel: atualização monetária conforme a perda inflacionária.
Digamos que você sofreu um acidente em janeiro de 2010. O processo levou 16 anos para ser julgado. Na época do acidente, o valor do carro era de 10.000 reais. O juiz determinou juros e correção não a partir da data do fato, mas sim, da sentença, ou seja, houve a perda sete anos de valorização. Certamente, não vou conseguir adquirir a mesma coisa. 
JUROS: conceito: constitui uma remuneração de uso de capital alheio que se expressa pelo pagamento ao dono do capital de quantia proporcional ao seu valor e ao tempo de sua utilização
d) Pagamento em ouro e moeda estrangeira (artigo 318)
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
Você vai pagar um aluguel de 1000 dólares? Não pode, o contrato tem que ser em real. Você não pode criar mecanismos para indexar o valor em outra amoeda, como por exemplo, em dólar.
Existem contratos em outras moedas, mas isso acontece em casos especiais.
e) Pagamento por medida ou peso (artigo 326)
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
Digamos que eu esteja comprando uma fazenda e 1000 hectares. Eu sou do Rio de janeiro, o devedor é de Minas Gerais, o contrato foi feito em São Paulo, mas o terreno fica no Rio Grande do Sul. No entanto, é sabido que determinadas medidas possuem equivalências numéricas diferentes em diferentes lugares, ou seja, qual dessas equivalências numéricas irá valer para a transação? O valor que será considerado será o do Rio Grande do Sul, que é o lugar da execução. No entanto, poderá ser considerada outra equivalência se existir um acórdão no contrato. 
(não entendi)***********Teoria da imprevisão: constitui uma exceção do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sum servana) assim trata-se da possibilidade que um pacto seja alterado a despeito da obrigatoriedade sempre que as circunstancia que envolverão a sua formação não forem as mesmas no momento da execução de modo a prejudicar uma parte em detrimento da outra em face de um acontecimento imprevisível.
=.=.=.=.=.=.=.=.=.=.
Escolha ...Devedor (244). O devedor é que fica preso à qualidade média. Não é obrigado a dar o melhor, mas não pode dar a pior .. Princípio da qualidade média. Agora se a escolha for do credor não existe regra ... (1915 – Legado de coisa genérica)
Caso Concreto ... 1.
a) Entende-se que sim, pois conforme frisa o autor a partir da citação de Fernando Noronha, página 4 é possível conceber a hipótese de uma pessoa viver uma vida inteira sem necessidade de conhecer o direito das sucessões ou a maior parte do direito de família, ou até as partes mais significativas do direito das coisas. Mas não é possível viver a margem daquelas atividades do dia a dia regidas pelo direito das obrigações.
b) Sim.
c) Sim.
Questão objetiva:
De acordo com a jurisprudência do ...
Numero 1, 3 corretas .. letra b)
Caso Concreto 2
a) Obrigação de dar; liquida, alternativa
b) A impossibilidade do cumprimento de uma obrigação não exime a outra. Nesse caso, deverá Vitor pagar a quantia correspondente ao carro.
Multipla ecolha :
Letra a)
=.=.=.=.=.=.=.=.=.
Obrigações de Fazer (artigo 247,248 e 249)
Conceito: A obrigação de fazer abrange o serviço humano em geral, seja ele material ou imaterial, a realização de obras ou artefatos, ou a prestação de fatos que tenham utilidade para o credor. A prestação consiste assim em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. 
É o ato ou serviço.
Exemplo: Contratar o pedreiro para fazer o muro.
Contrato de empreitada com fornecimento de material e serviço: duas obrigações com duas prestações. Tem que verificar quais tipos de obrigações.
Contratos preliminares tem a obrigação de fazer.
Espécies
Pode ser fungível, impessoal, ou material. 
Fungível: algo que pode ser trocado por outro. Aqui são fatos que podem ser executados por outras pessoas, ou seja, podem ser executados por devedor ou terceiro.
Contrato um empreiteiro para fazer muro de contenção na minha casa. Ele pode fazer ele mesmo, ou pode mandar um empregado executar. O importante aqui é a realização do ato, assim posso trocar o executor.
Infungível ou Imaterial: Não pode ser substituído. No caso tem que ser feito pelo próprio devedor. Não podem ser executadas por um terceiro.
Ivete Sangalo é contratada para fazer o show. Se ela não vier, não tem como substituir. Contrato pelos atributos pessoais, só pode ser executada pelo próprio devedor.
1ª hipótese: Pacto 
2ª hipótese: Decorrente da própria natureza da prestação – personalizada ou intuito pessoal.
Não tem como algum outro fazer um show da Ivete. Não vai haver cover que preencha o espaço de Ivete; Ivete é contratada pelos seus dotes. 
Eu posso colocar uma cláusula de vínculo em um contrato para que somente aquele devedor execute. Por exemplo, quero que o próprio empreiteiro faça uma determinada parte da obra, e não um empregado, então, com essa cláusula eu torno a obrigação infungível.
Descumprimento da obrigação de fazer.
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível (executável).
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
a) Descumprimento sem culpa (artigo 248, 1ª parte);
Se for sem culpa não vai ter perdas e danos, ou seja, resolve-se a obrigação.
b) Descumprimento com culpa e recusa ao cumprimento (artigo247, 248 2ª parte, artigo 475). 
A Ivete não pode se recusar a fazer se houver contrato. 
O artigo 475 obriga o devedor cumprir, mas não por coerção física, até em razão da Constituição Federal. No entanto, o juiz pode determinar a execução do serviço. Se não fizer vai pagar por perdas e danos. 
Tanto faz que seja obrigação fungível ou infungível, em relação à culpa ou recusa;
Nesse caso, cabem perdas e danos. 
c) Descumprimento e execução por terceiro (artigo 249). Dia 06/09/2017
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Um empreiteiro foi contratado para fazer um muro. Chegou no dia combinado e ele não executou. Só posso substituir aquele empreiteiro com autorização judicial (entrar com uma ação). O empreiteiro, então, deverá pagar perdas e danos. Se ele recebeu o pagamento pelo serviço, então vai ter que devolver o dinheiro recebido e mais perdas e danos. Se houver emergência na construção do muro, então será possível contratar outra pessoa, se essa outra pessoa cobrar cinco mil reais (normalmente em obras de urgência o valor do serviço é maior), então posso cobrar daquele empreiteiro
os cinco mil reais. 
Tinha plano de saúde. Precisou fazer uma cirurgia com emergência, mas o plano não tem prestador. Foram pagos pela cirurgia 100.000 reais, então, o plano terá que reembolsar 100.000 reais. 
Se não houvesse a emergência, teria que entrar em juízo, o juiz daria um prazo de execução e mais uma multa. Se ainda assim não executasse, somente assim, poderia contratar outro para executar.
Obrigação de Não Fazer
Conceito:
Tem por objeto a abstenção lícita de um ato pelo devedor da qual resulta benefício patrimonial para o credor.
As obrigações são positivas quando a prestação do devedor implica em dar ou em fazer alguma coisa e negativas quando importam numa abstenção. 
Relembrando, é tradicional a distinção entre obrigações de dar, fazer e não fazer, que ainda é feita pelo Código Civil. A obrigação de dar consiste em transferir a posse ou transmitir a propriedade de um objeto ao credor, enquanto a obrigação de fazer importa na realização de atos ou serviços no interesse do credor.
Obrigações de não fazer envolvem abstenção ou tolerância. 
Exemplo, um artista faz um contrato com uma emissora cujo teor o impede de não aparecer na programação de qualquer outra emissora.
Existem contratos que incluem obrigações de fazer e não fazer, como, por exemplo, um surfista é contratado para fazer propaganda de uma marca de materiais esportivos. No entanto, existe um contrato anterior, em que ele se compromete a não comparecer em outras emissoras que não a Globo. Fica evidente que isso compromete a divulgação daquela marca, ou seja, um contrato desse tipo tem que ser redigido com muito cuidado, de modo a atender às expectativas de ambos os contratantes. 
No entanto, em um evento público, qualquer um pode fazer, por exemplo, a filmagem daquele surfista.
É possível contratar qualquer obrigação de não fazer? 
A resposta seria não, pois a autonomia da vontade tem um limite, ou seja, os direitos fundamentais. Por exemplo: Eu não posso obrigar a alguém a se converter a uma determinada religião. 
Descumprimento de obrigação de não fazer
1. Descumprimento sem culpa (artigo 250)
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Você tem um terreno de frente par o mar, na parte de traz do terreno, obedecendo ao gabarito imposto pela prefeitura, o construtor constrói um prédio de três primeiros pavimentos, cujos apartamentos possuem varanda e vista para o mar. Logo depois que os apartamentos foram de entregues, houve uma alteração no gabarito, permitindo que fosse construído prédios de até seis andares. O construtor resolveu construir um prédio de seis andares na parte da frente do terreno, e o fez todos os apartamentos com varanda e frente para o mar. Aqueles que adquiriram apartamentos na parte de fundos do terreno podem pedir indenização? Não. Pois o devedor não teve culpa.
O exemplo clássico é do devedor que se compromete a não levantar muro, para não tolher a visão do vizinho, e vem a ser intimado pelo Poder Público a fazê-lo. Na dicção do Código, extingue-se a obrigação. A imposição da municipalidade tem o condão de fazer desaparecer a obrigação de não fazer. 
Se a impossibilidade de abster ocorreu por culpa do devedor, deve ele indenizar o credor
2. Descumprimento com culpa
(artigo 251)
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Duas possibilidades:
a) Com viabilidade de desfazimento
Um construtor compra os terreno A e B para fazer um condomínio. Constrói as casas de trás com dois andares e as da frente com somente um andar. A exceção das casas de frente para o mar, todos tem direito de construir um andar superior, até porque essas casas dando frente para o mar não podem atrapalhar os blocos da fileira de traz. Assim, obrigam-se as partes a nunca tirarem a vista de outro. No entanto, um dos proprietários da frente construiu um segundo pavimento, portanto com culpa. Nesse caso é possível desfazer. Tem as mesmas regras das obrigações de dar, ou seja, com urgência não tem necessidade de ação, senão com autorização do judiciário.
b) Sem viabilidade de desfazimento 
Você não deve divulgar o segredo da Coca Cola, mas se o fizer, então, não tem como desfazer, então só cabe à Coca Cola pedir perdas e danos.
Obrigações Alternativas
Nesse caso, a escolha cabe, em regra, ao devedor (artigo 252 do Código Civil).
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1º. Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2º. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3º. No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º. Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Rogério tem que dar a Cristiano ou um carro ou uma moto. Se Rogério, por exemplo, entregar a moto, Cristiano não vai pode reclamar.
O que torna possível a execução da obrigação?
O que torna possível é a escolha. Para efetuar a entrega eu tenho que escolher, tem que haver a concentração. Tem ligação com dar coisa certa. Eu tenho as prestações certas, determinadas, só tenho que escolher uma delas. Se o contrato não falar nada a escolha será do devedor.
Deve ser aplicado o princípio da qualidade intermediária?
Não se deve aplicar porque não existe meio termo: a escolha é entre um carro e uma moto e não entre vários carros e várias motos.
Princípio da Indivisibilidade do pagamento (artigo 252 parágrafo 1º)
Imagine que ao invés de um carro e uma moto fosse uma tonelada de arroz (especificado) ou meia tonelada de feijão (também especificado). Digamos que Rogério encontrou alguém para comprar ½ tonelada de arroz e ¼ de tonelada de feijão por um valor bem maior. Então Rogério vai poder entregar 1/2 de tonelada de arroz, e 1/4 de tonelada de feijão?
Isso não poder ser feito, não serve ½ tonelada de arroz e ¼ de feijão, até porque não foi o compactuado. Ou é a prestação A ou a prestação B.
Obrigações com prestação periódica 
(artigo 252 parágrafo 2º do Código Civil)
Rogerio contratou com o Extra que entregaria semanalmente o que tivesse de melhor entre frutas ou verduras. Fez um contrato por cinco anos, e assim, toda semana tinha que entregar frutas ou verduras. Na primeira semana entregou verduras, assim como nas semanas subsequentes durante seis meses. Acontece que passado esse período, a expectativa do Extra é que Rogério entregue verduras, mas aí ele entrega frutas. Embora o Extra não queira frutas, mas sim, verduras, o Extra não pode reclamar, ou seja, Rogério cumpriu o que foi pactuado. 
Suprimento Judicial 
(artigo 252 parágrafos 3º e 4º do Código Civil). 
Se quem deveria escolher não puder fazê-lo, então a escolha caberá ao juiz. 
Assim, no caso das frutas e verduras, conforme mostrado acima, se Rogerio não conseguir escolher, o supermercado poderá recorrer ao juiz, e o juiz então vai decidir, ou seja, vai haver o suprimento judicial.
Uma alternativa não judicial seria a partir de uma conciliação. 
Perecimento das prestações (deterioração = perda parcial / perecimento = perda total)
Como existe mais de uma opção de prestação então existem mais varáveis a examinar, até porque, pode ser uma prestação ou outra.
1. Perecimento de uma das prestações sem culpa do devedor (artigo 253)
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Suponha que Cristiano deva entregar

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