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RESPONSABILIDADE DOS PROVEDORES DE INTERNET 9 periodo

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FACULDADES DOCTUM
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE INTERNET
RESPONSABILIDADE POR POSTAGENS EM REDES SOCIAIS.
JUIZ DE FORA – MG
03/2017
PROVEDORES DE INTERNET
O provedor de serviço de internet é uma pessoa física ou jurídica que fornece serviços relacionados ao funcionamento da internet, ou por meio dela. As espécies dos provedores são:
Provedor de Backbone– é a estrutura física pela quais trafega grande parte dos dados transmitidos pela internet. È uma central de internet por onde passa os dados e em seguida distribuídos, ou seja, é um provedor que somente repassa a conectividade para os demais. Exemplos desses provedores são: Brasil Telecom, Embratel e Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Este tipo de provedor presta serviço para os provedores de acesso e hospedagem, que são os intermediários que vedem essa conectividade a terceiros, que são os destinatários finais de tais serviços.
Provedor de Acesso - O acesso a internet pode ser realizado por diversos meios, ou por meio de instituições ou órgãos públicos que disponibilizam a conexão, ou por provedores comerciais de acesso que permitem o uso em domicílios ou áreas comerciais. Uma conexão direta com o provedor backbone gera custos elevados, sendo assim, o meio comum de acesso é por provedores comerciais realizam contrato de uso.
Então o provedor de acesso é oque faz a conexão do usuário final com a internet, ou seja, eles realizam contratos com os provedores backbone, e repassam o uso para seus clientes que são os consumidores finais. Exemplos desses provedores são: Oi Velox, GVT, Power Line.
Provedor de e-mail – São provedores que necessitam de acesso a internet, e fornecem onerosamente ou gratuitamente contas de correio eletrônico, que podem ser acessadas somente após ser o usuário credenciado por seu endereço eletrônico e senha, com isso possibilita o envio e recebimento de mensagens eletrônicas e arquivos, que são armazenados em um servidor remoto podendo ser baixados e armazenados no dispositivo do usuário. Exemplo de provedores são Gmail, Yahoo, Uol.
Provedor de hospedagem – Esses provedores são pessoas jurídicas que prestam serviço de armazenamento de dados por acesso remoto, permitindo que terceiros possam acessar tais dados de acordo com as condições estabelecidas em contrato. Sendo assim são oferecidos dois serviços nesse provedor, um de armazenamento de arquivos no servidor e outro que possibilita o acesso a tais arquivos, este provedor pode escolher entre permitir o acesso a quaisquer pessoas ou apenas a usuários determinados. 
Sendo assim, pode se entender que o provedor de hospedagem é aquele que armazena todos os dados que uma pessoa jurídica ou física deseja apresentar no meio digital permitindo o acesso a pessoas determinadas ou não.Exemplos é a Locaweb que cria sites, lojas vituais e e-mails – através dos armazenamentos.
Esses provedores apenas armazenam os dados não realizando qualquer tipo de controle sobre esses dados, esse tipo de controle é realizado pelo provedor de conteúdo.
Provedor de conteúdo - È a pessoa jurídica ou física que veicula na internet através das informações prestadas pelo provedor de informação, através de servidores próprios ou de hospedagem. Esses servidores de conteúdo realizam um controle editorial prévio sobre as informações divulgadas. Exemplos dessa modalidade de provedor são Facebook, Twitter, Globo.com.
Provedor de Informação - Embora tenha semelhança com o Provedor de Conteúdo, esse provedor é a pessoa natural ou jurídica que disponibilizou a informação na internet. É o autor da informação, enquanto o provedor de conteúdo presta a informação a tornando acessível a terceiros, o provedor de informação é o criador dessa informação divulgada pelo provedor de conteúdo. Exemplo disso é o facebook, globo.com, Record News.
RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PROVEDORES DE INTERNET
Para determina a responsabilidade civil desses provedores é necessário primeiramente saber qual tipo de serviço é prestado.Como já dito, o provedor de internet se subdivide em de Acesso, e-mail, hospedagem, conteúdo e informação, e sua responsabilidade varia de acordo com o serviço.
O provedor de backbone não se enquadra como consumidor final, sendo assim afastada a responsabilidade da Lei 8.078/1990, tendo em vista que essa espécie de provedor oferece seu serviço para provedores de hospedagem e de acesso, ocasionando entre eles o contrato ensejando responsabilidade contratual aplicando-se as regras do art. 389 e seguintes, por inadimplemento das obrigações contratuais.
O provedor backbone deve oferecer, em igualdade de condições sua estrutura aos provedores de acesso de modo a não ocorrer odiosa discriminação e violação das normas de livre concorrência.
O provedor de acesso pode se enquadrado pela Lei de Proteção ao consumidor, tendo em vista que presta serviços direto ao consumidor final, tendo assim responsabilidade objetiva. Devem presta seus serviço de acordo com os termos contratos se responsabilizando pelas falhas ou má prestação de serviço, conforme art 14 e 20.
A extensão dos danos causados dependerá da atividade do consumidor contratante de serviços e da consequência decorrente do defeito. Tanto pode ocasionar prejuízo financeiros como no meio de uma transação a conexão falha e vencendo o prazo da negociação, sendo assim o provedor deverá indenizar pelo transtorno ocasionado. Como também pode causa danos de mero aborrecimento impossibilitando momentaneamente o acesso à rede, impedindo que seja visto algum conteúdo de um site.
Em qualquer caso a vítima deve demonstrar a existência do dano e o nexo de causalidade entre o defeito e dano, pedindo reparação de danos hipotéticos.
Por força do art 24 do CDC, é vedada a exoneração contratual do fornecedor por realizar manutenção e adequação para melhoria de atendimento ao consumidor. Mas caso seja problemas internos como por exemplo quedas de energia frequente na central do provedor ocasionado danos ao consumidor, a luz do art 25 §2 do CDC, será responsabilizado por má prestação de serviço. Não afastando o direito de regresso a seu efetivo responsável. 
Provedor de e-mail responde da mesma forma que o provedor de acesso, tendo em vista que ambos se tratam de relação de consumo que podem se sujeita a falhas ou má prestação de serviços.
A extensão do dano ocasionando por esse provedor pode ser tanto financeiro por deixar de receber ou deixar de enviar um e-mail negocial ou pode ser de mero aborrecimento ao deixa de presta determinado serviço não enviando um e-mail particular por exemplo.
O provedor de e-mail deve assegurar o sigilo das mensagens armazenadas, permitindo o acesso somente mediante verificação de nome e senha do usuário. O sigilo de um e-mail pode ou não ser equiparado a uma correspondência convencional sendo protegida pelo art 5, inciso XII da Constituição Federal.
Em caso de danos a vítima deve demonstrar a existência do dano e o nexo de causalidade entre o defeito e dano, pedindo reparação de danos hipotéticos.
Os provedores de e-mail assim como provedor de acesso também são resguardos com base no art 24 do CDC períodos de manutenção e adequação para melhorar o serviço prestado. Assim também, são responsabilizados por problemas internos de empresas contratadas que prestam má qualidade de serviços ocasionando danos aos clientes do provedor de e-mail. Não impedindo seu direito de regresso a essas empresas.
O provedor de hospedagem se iguala aos já citado anteriormente, tendo responsabilidade objetiva e de natureza contratual, tendo em vista que podem causar danos como problemas técnicos que impossibilitem, exemplificativamente, o acesso ao web site ou a determinada informação, ou, ainda que permita o acesso livre a informações restritas. Sendo afastada a responsabilidade pertinente a conteúdo apresentado.
Nesse sentido, jurisprudência do STJ:
DIREITO DO CONSUMIDOR. OFENSAS PUBLICADAS EM BLOG E NECESSIDADE DE INDICAÇÃO DOS ENDEREÇOS ELETRÔNICOS PELO OFENDIDO.
Na hipótese em que tenhamsido publicadas, em um blog, ofensas à honra de alguém, incumbe ao ofendido que pleiteia judicialmente a identificação e rastreamento dos autores das referidas ofensas - e não ao provedor dehospedagem do blog - a indicação específica dos URLs das páginas onde se encontram as mensagens. Os blogssão páginas na internet cuja estrutura possibilita a rápida e constante atualização mediante acréscimo dos denominadosposts (comentários, artigos). Essas páginas são hospedadas por provedores, que não exercem controle sobre os conteúdos das páginas criadas e operadas pelos usuários. A esses provedores de hospedagem compete garantir o sigilo, a segurança e a inviolabilidade dos dados cadastrais dos usuários, bem como o funcionamento e manutenção das páginas na internet que contenham os blogs desses usuários. Não cabe ao provedor de hospedagem localizar os artigos ofensivos à honra do ofendido, fazer juízo prévio para fornecer-lhe os dados requeridos, tais como IPs e outros. Cabe ao interessado informar o respectivo URL (Universal ResourceLocator, isto é, localizador universal de recursos) em que se encontram os artigos/postscujo conteúdo se considera lesivo. Sem essa individualização, a providência do provedor se assemelharia a um rastreamento, ficando ao seu arbítrio o apontamento de interesses exclusivos do ofendido, podendo, inclusive, envolver terceiras pessoas com quem não tem relação alguma ou que não sejam responsáveis pelo que pretende o ofendido. É certo que a Constituição Federal, ao assegurar o direito à liberdade de manifestação do pensamento (art. 5º, IV), vedou o anonimato. Em razão disso, deve o provedor manter dados indispensáveis à identificação dos usuários. Isso decorre, inclusive, das disposições do art. 6º, III, do CDC, que instituiu o dever de informação nas relações de consumo. Observe-se, porém, que isso se aplica aos usuários que contrataram os serviços do provedor. Dessa forma, já que a CF veda o anonimato, os provedores de hospedagem de blogs têm de manter um sistema de identificação de usuários; todavia, não estão obrigados a exercer controle do conteúdo dos posts inseridos nos blogs. Deve o ofendido, portanto, realizar a indicação específica dos URLs das páginas onde seencontra a mensagem considerada ofensiva, sem os quais não é possível ao provedor de hospedagem deblogs localizar, com segurança, determinada mensagem considerada ofensiva. (REsp 1.274.971-RS, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 19/3/2015, DJe 26/3/2015).
Diante do contexto concluísse que a responsabilidade do provedor de hospedagem é de manter em sigilo os dados de seus clientes, e não fazer o controle de conteúdo postado, ficando a cargo do interessado indicar o URLs que gerou a ofensa, para que o responsável pela postagem, o provedor de informação, responda pelos danos apresentados.
Os provedores de hospedagem também são responsabilizados por falhas de seus equipamentos ou defeitos em seu sistema de segurança adotado contra invasão, perda dos dados armazenados, arquivos apagados indevidamente ou ataques de vírus de computador.
É importante ressaltar que todos esses danos são relacionados ao armazenamento, e não ao conteúdo que pertinente ao provedor de conteúdo.
Assim como os citados anteriormente com base no art 24 do CDC e resguardado o período de manutenção e adequação dos provedores para melhorar o serviço prestado. Como também se responsabilizam por danos ocasionados pelas empresas prestadoras de serviços empregadas pelo provedor de hospedagem, como falta de energia elétrica no fornecimento da empresa contratada ou problemas de conexão com o provedor backbone. Sendo resguardada o direito de regresso.
O provedor de conteúdo respondera concorrentemente com o provedor de informação, desde que exerça o controle editorial prévio.
Nesse Sentido o Tribunal de Justiça do Paraná julgou improcedente o seguinte Agravo:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 642.400 - PR (2014⁄0321987-0)   RELATORA :MINISTRA MARIA ISABEL GALLOTTI AGRAVANTE : GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA ADVOGADO : EDUARDO LUIZ BROCK E OUTRO(S) AGRAVADO  : MARIELI FERREIRA RIBAS ADVOGADO : ADRIELI FERREIRA RIBAS   DECISÃO   Trata-se de agravo interposto por Google Brasil Internet Ltda contra decisão que negou seguimento a recurso especial, fundamentado nas alíneas "a" e "c" do inciso III do artigo 105 da Constituição Federal, manejado em face de acórdão proferido pela Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, assim ementado (fl. 397):    AÇÃO COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CRIAÇÃO DE PERFIL FALSO COM MENSAGENS OFENSIVAS EM PROVE- DOR DE SERVIÇOS DE INTERNET (ORKUT). DEVER DE FISCALIZAÇÃO DE CONTEÚDO PUBLICADO NO SITE QUE, PELA NATUREZA DO SERVIÇO E PELA IMPOSSIBILIDADE FÁTICA DE SUA OCORRÊNCIA, NÃO PODE SER CONSIDERADA ATIVIDADE INTRÍNSECA AO SERVIÇO  PRESTADO.  RESPONSABILIDADE OBJETIVA AFASTADA. REMOÇÃO DO PERFIL NÃO REALIZADO EM TEMPO HÁBIL MESMO APÓS NOTIFICAÇÃO. PRODUÇÃO DO CONTEÚDO DA NOTIFICAÇÃO POR PARTE DO PROVEDOR. PROVA POSSÍVEL POR SER DESTINATÁRIO FINAL DA NOTÍCIA. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. NEGLIGÊNCIA QUE PROLONGA A EXPOSIÇÃO VEXATÓRIA DA VÍTIMA.  PROCEDÊNCIA DA TOTALIDADE DOS PEDIDOS INICIAIS. ÔNUS SUCUMBENCIAL QUE CABE A PARTE VENCIDA. RECURSO DE, APELAÇÃO CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO.     A agravante sustenta, nas razões de recurso especial, ofensa aos arts. 186, 884, 927 e 944 do Código Civil; 333 do Código de Processo Civil; e 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, bem como divergência jurisprudencial, alegando a impossibilidade de inversão do ônus da prova, que não houve desídia em sua conduta e que não é responsável por atos praticados por terceiros. Aduz, ainda, que não é razoável o valor fixado a título de danos morais (R$ 10.000,00), requerendo sua redução. Não merece reforma o acórdão recorrido. O Tribunal de origem concluiu que não há obrigação do provedor em exercer controle prévio do conteúdo postado pelos usuários, mas que deve remover conteúdo ofensivo quando denunciado o fato  e, descumprida essa obrigação, surge liame entre o dano sofrido pelo usuário e a conduta omissiva do provedor. O entendimento do acórdão recorrido encontra respaldo na jurisprudência desta Corte, no sentido de que "a inércia do provedor que, após notificado pelo usuário, não promove a remoção da sua página de rede social com conteúdo ofensivo, enseja responsabilização civil"
Nesse julgado deixa claro que embora o Provedor de Conteúdo, obrigatoriamente não faça um prévio analise de publicação, como ocorre nas redes sociais que as publicações são lançadas de imediato sem prévia analise. Uma vez ocorrida a notificação de conteúdo ofensivo, o provedor deverá suspende-lo, caso queira posteriormente fazer análise da ofensa gerada pela publicação. Caso não haja a suspensão o Provedor de Conteúdo responderá solidariamente por responsabilidade civil
A responsabilidade dos conteúdos ilícitos será analisado de acordo com a matéria pertinente como em casos envolvendo abusos no exercício da liberdade de manifestação de pensamento ou de imprensa, serão aplicados o Código Civil e a Lei de Imprensa; nas hipóteses de violação de direitos autorais, será aplicada a Lei n. 9.610/1998; em casos de publicidade enganosa, informações incompletas ou incorretas referentes a produtos e serviços, deverá ser observado o Código de Defesa do Consumidor e as normas do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (CONAR); em caso de propaganda eleitoral abusiva, terão aplicação a Lei das Eleições (9.504 de 30.11.1997) e as portarias do Tribunal Superior Eleitoral.
Um exemplo da lei de imprensa na responsabilidade de conteúdo da internet é o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, decidindo que “o parágrafo único do art. 12 da Lei n. 5.250, de 1967 (Lei de Imprensa) enuncia que: são meios de informação e divulgação, para os efeitos deste artigo, os jornais e outras publicações periódicas, os serviços de radiodifusão e os serviços noticiosos. Sendo assim a internet na sociedade atual tem relevanteinteresse de serviço noticioso, afinal grande parte da população se encontra em contato com o mundo digital. Nesta visão a maioria dos Tribunais de Justiça tem utilizado a Lei de Imprensa, em analogia, para auxiliar em suas decisões. Mas apenas àquelas em que o provedor de conteúdo puder ser equiparado a uma empresa jornalística, de mídia ou de comunicação e em que a veiculação ocorrer de forma preponderantemente pública, passível de ser acessada por quaisquer pessoas ou por um grupo determinável de pessoas, em formato similar ao de um jornal ou revista eletrônica. Excluídas do âmbito de aplicação da Lei de Imprensa, as comunicações particulares realizadas via Internet, mensagens de correio eletrônico ou instantâneas, as comunicações que, embora públicas, não possam ser equiparadas a jornais ou revistas eletrônicas, como também web sites pessoais efóruns de discussão, aplicando-se o princípio geral do art. 186 do Código Civil para as ofensas ali geradas.
Já a Lei de Direitos Autorais define que a publicação consiste no oferecimento de obra literária, artística ou científica ao conhecimento do público, com oconsentimento do autor, ou de qualquer outro titular de direito do autor, por qualquer forma ou processo. E a comunicação ao público é o ato mediante o qual a obra é colocada ao alcance do público, por qualquer meio ou procedimento que não consista na distribuição de exemplares. Por essa analise a publicação de livros e artigos acadêmicos é uma violação aLei de Direitos Autorais, tendo em vista, que os autores deixam de arrecadar pelo trabalho desempenhado, e muitas pessoas conseguem a ter acesso a esses trabalhos de fazendo download disponibilizados por pessoas sem ser a editora.
A Leiassegura a imediata suspensão ou interrupção da transmissão, retransmissão e comunicação ao público de obras artísticas, literárias ou científicas, de interpretações e de fonogramas porventura realizadas mediante violação dos direitos de seus titulares, qualquer que seja o meio ou o processo utilizado para a prática do ato ilícito.
Na abordagem do tema, Flavio Tartuce enfatiza que os “ambientes virtuais de relacionamento, responsabilizando-se a empresa que mantémo sítio digital. A responsabilidade pode ser configurada como objetiva, pois tais ambientes enquadram-se como de potencial risco de lesão a direitos da personalidade.
Nesse sentido o autor menciona a apelação Cível do TJMG:
"Apelação cível. Ação indenizatória. Dano moral. Ofensas através de site de relacionamento. Orkut. Preliminar. Ilegitimidade passiva. Rejeição. Responsabilidade civil objetiva. Aplicação obrigatória. Dever de indenizar. Reconhecimento. Quantum indenizatório. Fixação. Prudência e moderação. Observância necessária. Majoração indevida. Restando demonstrado nos autos que a apelante (Google Brasil) atua como representante da Google in c., no Brasil, fazendo parte do conglomerado empresarial responsável pelo site de relacionamento denominado 'Orkut ', compete-lhe diligenciar no sentido de evitar que mensagens anônimas e ofensivas sejam disponibilizadas ao acesso público, pois, abstendo-se de fazê-lo, responderá por eventuais danos à honra e dignidade dos usuários decorrentes da má utilização dosserviços disponibilizados. Desinfluente, no caso, a alegação de que o perfil difamatórioteria sido criado por terceiro, pois a empresa ré, efetivamente, não conseguiu identificá-lo, informando, apenas, umendereço de e-mail, também supostamente falso, restando inafastável a sua responsabilidade nos fatos narrados nestes autos e o reconhecimentode sua legitim idade para figurar no polo passivo da lide. Aplica-se à espécie o art. 927, parágrafo único, do Código Civil, que adota a teoria da responsabilidade civil objetiva, estabelecendo que haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, quando a atividade nom1almente desenvolvida implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. No arbitramento do valor da indenização por dano moral devem ser levados em consideração a reprovabilidade da conduta ilícita e a gravidade do dano impingido, de acordo com os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, cuidando-se para que ele não propicie o enriquecimento imotivado do recebedor, bem como não seja irrisório a ponto de se afastar do caráter pedagógico inerente à medida" (TJMG, Apelação Cível 1. 0024 .08. 04 13 02-4/00 11 , Belo Horizonte, 17 ." Câmara Cível, Rel. Des. Luciano Pinto, j. 18 .12 .2008, DJEMG 06.03 .2009).
Sendo assim é possível a responsabilidade objetiva do Provedor, tendo em vista que o mesmo não consegueidentifica o usuário que causou o dano, sendo assim responde pelo transtorno causado à vítima.
Por fim se entendesse que a responsabilidade dos provedores dependerá de sua área de atuação como citado anteriormente, Provedores de Acesso, Hospedagem e Backbone terá sempre responsabilidade contratual objetiva, tendo em vista que esses são prestadores de serviço e respondem em conformidade com o Código de Defesa ao Consumidor, já os provedores de Conteúdo tem Responsabilidade Civil Objetiva quando não consegue identificar o real causador do dano ou deixa de suspender o conteúdo ilícito em tempo hábil.
RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO BRASILEIRO DOS PROVEDORES DE SERVIÇOS DE INTERNET POR ATOS ILÍCITOS COMETIDOS POR TERCEIROS
 Vamos passar a análise da responsabilidade dos provedores em relação a ato ilícito cometido por terceiros, analisando cada espécie de provedor já definidos anteriormente, no presente trabalho. 
O provedor de backbone apenas disponibiliza o acesso à infra-estrutura por onde trafegam os dados na rede. É simples transmissor de informação e, como tal, evidentemente não exerce quaisquer atividades de edição, nem tampouco monitora as informações que trafegam por seus equipamentos, não podendo ser responsabilizado em qualquer hipótese pelo conteúdo destas.
Também não é possível aos provedores de backbone, pela própria natureza do serviço que fornecem, identificar e localizar os usuários dos provedores de acesso que contratam seus serviços, mas podem, apenas e tão-somente, informar quais provedores utilizaram ou não sua estrutura em períodos determinados. Assim se dá porque, tecnicamente, os usuários do provedor de backbone são apenas provedores de acesso e de hospedagem, e não provedores de informação (usuário em si). 
O provedor de acesso limita-se a disponibilizar através de seus equipamentos informáticos conexão à Internet para seus usuários. É simples transmissor de informação, não exercendo quaisquer atividades de edição, nem tampouco monitora as informações que trafegam por seus equipamentos, não podendo, em princípio, ser responsabilizado pelo conteúdo destas.
Na maior parte dos casos, não há nexo de causalidade entre a conduta do provedor de acesso e determinados atos praticados por seus usuários ou por terceiros, sendo impossível ao provedor impedir sua ocorrência. As disposições do Código de Defesa do Consumidor não autorizam a aplicação da responsabilidade objetiva ao provedor de acesso pelos atos ilícitos porventura cometidos por seus clientes, tendo em vista que apenas age como intermediário, fornecendo-lhes o acesso à Internet.Em alguns casos, porém, a responsabilidade dos provedores de acesso por atos ilícitos praticados por seus usuários será subjetiva, decorrendo de eventual conduta omissiva, de negligência ou imprudência, tendo aplicação o art. 186 do Código Civil. Isto ocorrerá quando o provedor de acesso deixar de interromper a prestação dos serviços a um usuário que insista em praticar atos ilícitos utilizando-se da conexão oferecida pelo provedor, desde que este tenha sido previamente informado a esse respeito e desde que não haja dúvidas sobre a ilicitude da conduta perpetrada pelo usuário.
O provedor de correio eletrônico disponibiliza a seus clientesum nome e senha para uso exclusivo em um sistema informático que possibilita o envio e recebimento de mensagens, bem como oferece espaço limitado em disco rígido em um servidor remoto para o armazenamento de tais mensagens. Limita-se, portanto, a permitir somente ao usuário titular da conta o acesso ao serviço, armazenando e transmitindo suas mensagens. Desta forma, não exerce quaisquer atividades de edição e nem monitora as mensagens ou demais informações que envia, recebe, armazena ou que trafegam por seus equipamentos, não podendo, em princípio, ser responsabilizado pelo conteúdo destas.
 Assim como o provedor de acesso, a responsabilidade dos provedores de correio eletrônico por atos ilícitos praticados por seus usuários é subjetiva, decorrendo de eventual conduta omissiva, de negligência ou imprudência, tendo aplicação o art. 186 do Código Civil. Isto ocorrerá quando o provedor de correio eletrônico deixar de cancelar a conta de e-mail e a prestação de serviços a um usuário que insista em praticar atos ilícitos através de mensagens de e-mail, desde que o provedor tenha sido previamente informado a esse respeito e desde que não haja dúvidas sobre a ilicitude da conduta perpetrada pelo usuário. 
O provedor de hospedagem fornece espaço em seus servidores para um provedor de conteúdo armazenar arquivos, arquivos estes que podem ou não constituir um web site. É apenas distribuidor de informação, armazenando-a e possibilitando o acesso, sem exercer qualquer controle sobre seu conteúdo. Como visto, os serviços prestados por esta espécie de provedor constituem locação de espaço em disco rígido de acesso remoto, não podendo ser equiparados aos de hospedagem propriamente dita. Assim como uma livraria ou banca de jornais e revistas não controla o conteúdo das publicações que vende, o provedor de hospedagem não exerce quaisquer atividades de edição, nem monitora, em regra, as informações armazenadas em seus equipamentos, não podendo, em princípio, ser responsabilizado pelo conteúdo destas.
 A responsabilidade dos provedores de hospedagem por atos ilícitos praticados por seus usuários, também é subjetiva, advindo apenas de eventual conduta omissiva, de negligência ou imprudência, tendo aplicação o art. 186 do Código Civil. Isto ocorrerá quando o provedor de hospedagem deixar de bloquear o acesso à informação ilegal disponibilizada por um usuário, ou quando não o fizer em tempo hábil, desde que tenha sido previamente informado a esse respeito e desde que não haja dúvidas sobre a ilicitude da conduta perpetrada pelo usuário.
Os provedores de conteúdo serão responsáveis pelas informações de autoria de terceiros quando exercerem controle editorial sobre o que é ou não disponibilizado em seu web site. Em alguns casos, o conteúdo disponibilizado por usuários não é monitorado, nem tampouco sujeito à qualquer edição, especialmente quando a inserção das informações ocorre de modo automatizado ou imediato. Exemplificando, se mensagem difamatória é publicada em fórum de discussão, serviço de anúncios ou de bate-papo disponibilizado por um provedor de conteúdo que funciona em tempo real, tem-se que a ofensa é imputável somente ao autor da mensagem, pois não passou, para ser disponibilizada, por nenhum juízo de valor do provedor.
Haverá, responsabilidade quando o provedor de conteúdo, após analisar o teor da informação ilegal, optar por disponibilizá-la na Internet. Nesta hipótese, o provedor primeiramente exerce controle editorial sobre a informação e, posteriormente, decide publicá-la, entendendo ser interessante fazê-lo. Assim procedendo, assume, em conjunto com o autor da informação, os riscos inerentes à sua publicação e divulgação, sendo ambos responsáveis pela reparação dos danos porventura causados, a exemplo do que ocorre quando a ofensa se dá pela imprensa tradicional.
 Nessa breve análise, podemos concluir que a respeito da responsabilidade em relação a ato ilícito de terceiros, o provedor de backbone, por sua natureza de infra-estrutura apenas não será responsabilizado, já os provedores de acesso, correio eletrônico e hospedagem podem respondem por responsabilidade subjetiva, advindo apenas de eventual conduta omissiva, de negligência ou imprudência, tendo aplicação o art. 186 do Código Civil, advinda principalmente do não bloqueio de acesso ao provedor de informação denunciado ou que comprovadamente cometeu ato ilícito.O provedor de conteúdo que poderá responder subsidiária, por ter contato direto com o provedor de informação, e por ser responsável, por vezes, pelo controle dessas informações.
RESPONSABILIDADE POR POSTAGENS EM REDES SOCIAIS.
Há pouco tempo atrás, ter acesso a internet, telefones celulares, computadores, era para poucas pessoas. A comunicação em si não era de tão fácil acesso como hoje. Até as crianças, que foram criadas nessa geração tecnológica, já estão conectadas às redes sociais. A comunicação sofreu gigantesca mudança, esta faz parte do nosso dia a dia, pois conseguimos buscar informações imediatas sobre qualquer assunto, conversar com qualquer pessoa em tempo real, e dentre outras funções.
Hoje, rapidamente, se pode obter instantaneamente informação sobre quase tudo e sobre quase todos, assim como praticar diversos atos comerciais, assistir filmes, controlar aparelhos domésticos e acessar milhares de aplicativos que mudaram a vida das pessoas.
As chamadas “redes sociais” também transformaram o relacionamento entre as pessoas. Em pouco tempo - nesta sociedade da informação instantânea e das demandas imediatas - cabe ao direito também a árdua tarefa de acompanhar e proteger a sociedade daqueles que a utilizam para causar prejuízo à terceiros, praticar atos de cunho injurioso, difamatório ou calunioso, ou mesmo contra aqueles que promovem a sistemática violação de direitos básicos previstos no Art. 5. da Constituição Federal.
Há pessoas que pensam que podem postar de tudo nas redes sociais, pensam que seus atos não vão gerar conseqüências, mas o mundo virtual é tão democrático quanto o real. Podemos encontrar diversas demandas envolvendo pedidos de indenização decorrentes da utilização inconveniente deste meio de interação das pessoas.
É necessário utilizar o bom senso no momento de realizar certos tipos de postagens, compartilhamentos e comentários nas redes sociais, pois esta ação gerará responsabilidade sobre tal pessoa. Há de se atentar na fiscalização e orientação dos menores, para que os pais não venham a ser chamados a responder às ações judiciais decorrentes dos atos praticados por eles na internet, mas precisamente quando se relacionam com outros nas redes sociais.
Não há dúvida que em caso de violação de direitos e lesões aos prejudicados, através de atos praticados nas “redes sociais”, o causador do dano ou seus responsáveis legais poderão ser chamados a reparar o dano moral e material causado, o que, em alguns casos, pode corresponder até mesmo ao custeio de tratamento psicológico ao ofendido, tamanha é a possibilidade de lesão causada.
Evidente, entretanto, que a liberdade de expressão - sempre tão defendida e valorizada com uma das maiores e mais importantes conquistas da nossa sociedade moderna – encontra-se em outro patamar, pois em alguns casos pode existir uma linha tênue entre o que é manifestação ilícita e do que se trata de liberdade de expressão. Veja o exemplo a seguir:
Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PEDIDO COMINATÓRIO RELACIONADO À EXCLUSÃO DE REDE SOCIAL DE VÍDEO SUPOSTAMENTE OFENSIVO. DIREITO CONSTITUCIONAL À MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO. Não há, em princípio, inconstitucionalidade e tampouco ilegalidade na manutenção de página na rede mundial de computadores para reclamar ou informar, mesmo que negativamente, sobre fatos do cotidiano ou sobre produtos disponibilizados no mercado, como no caso em exame. O direito funda-se na garantia constitucional de liberdade de manifestação do pensamento e na liberdade de expressão, asseguradas pela democracia e pelo Estado constitucional plenamente aclamadoapós 1988. Respeitar a liberdade não é permitir que se faça uso do poderoso meio de comunicação que é a internet para promover a prática de ilícitos e ofensas à honra e dignidade das pessoas. No caso em exame, embora a autora insista que houve abuso do réu no exercício do direito constitucional à manifestação do pensamento, não é o que se vê do exame do vídeo juntado aos autos. Diante disso, exerceu o réu regularmente o direito constitucional à manifestação do pensamento, exatamente como considerou a sentença. Sentença de improcedência do pedido mantida. Recurso não provido.
Os casos de indenização e condenações por danos morais e materiais em face de comentários ou compartilhamentos de conteúdos lesivos ao direito de terceiros tem se tornado diariamente uma rotina nos tribunais, devendo haver uma mudança no referencial da indenização fixada para que ocorra uma justa e adequada reparação dos danos sofridos.
Na análise da jurisprudência realizada, em tribunais de todo o país, se verifica que os valores ainda não representam a devida e eficaz reparação que um dano sofrido nas “redes sociais” causa à vitima, que muitas vezes pode decretar a permanência de danos psicológicos irreparáveis.
A lei é clara quando diz no Art. 932 do Código Civil que: 
São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
E os nossos tribunais têm formado uma jurisprudência que vem enfrentado - caso a caso - a questão, deixando para a ampla análise da prova a verificação da existência do ato ilícito, dano moral e a sua extensão.
A liberdade e a responsabilidade jamais se divorciarão nas “redes sociais”, como forma de preservar a própria dignidade da pessoa humana.
Quanto à relação de trabalho exposta, mormente em tempos em que a honorabilidade de uma pessoa e/ou empresa pode ser destruída através de boatos no Facebook, mister se faz proteger-se amplamente a imagem, determinando-se a condenação por danos morais para quem a viole.
Na imensa maioria dos casos, quem pratica esses ilícitos acredita piamente que a Internet é um lugar onde tudo é permitido, porém felizmente não é esta a situação e, com certa freqüência, pessoas físicas e até mesmo provedores de internet, são condenados por conteúdos ofensivos, independente de onde estejam sediados.
No Estado do Rio Grande do Sul, o Facebook fora condenado em R$ 5000,00 (cinco mil reais) por ter, como prestador de serviço, após ser notificado, ter mantido perfil falso de usuário, algo que, obviamente afeta a sua honra e imagem, tratando-se, destarte, de dano moral presumido [dano in reipsa]. Citamos abaixo entrecho do julgado:
TJ-RS - Apelação Cível AC 70064315039 RS (TJ-RS) 
Data de publicação: 04/05/2015 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FACEBOOK. CRIAÇÃO DE PERFIL FALSO. DENÚNCIA DE ABUSO COMPROVADA. OMISSÃO DO RÉU. LEI 12.965 /2014 INAPLICÁVEL. "TEMPUS REGIT ACTUM". CONFIGURAÇÃO DO ILÍCITO. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. 1. Lei 12.965 /2014 inaplicável. Nítida aplicação do brocado jurídico "tempus regitactum" que sedimenta serem os atos jurídicos regidos pela lei da época em que ocorreram. 2. Ação de indenização por danos morais proposta em desfavor de empresa proprietária de rede social. Criação de página falsa, lançando conteúdo prejudicial à vida da parte autora. 3. Código de Defesa do Consumidor aplicável na espécie, pois a requerida se insere no conceito de fornecedor de serviços previsto no art. 3º, § 2º, do CDC. Tratando-se de atividade de risco - com a qual a ré aufere lucro -, em que qualquer pessoa pode facilmente criar falsos perfis, causando, assim, dano à honra e imagem de outrem, é caso de responsabilidade civil objetiva, nos termos do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. Ou seja, se este risco é inevitável e o réu o assume, diante dos benefícios que obtém, responde pelos prejuízos. 4. Caso concreto em que comprovada a denúncia do abuso ao demandado que se omitiu em tomar as providências necessárias ao seu alcance para fazer cessar o dano alegadamente sofrido. Dano moral verificado. 5. Quantum indenizatório mantido em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), nos termos em que... Fixado na sentença, considerando as peculiaridades do caso concreto, e os parâmetros comumente adotados por esta Corte. 6. Valor dos honorários mantidos, uma vez que de acordo com o artigo 20, § 3º, do Código de Processo Civil. APELO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70064315039, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Julgado em 29/04/2015).
Responsabilidade na internet
De forma geral, a responsabilidade por atos na internet é idêntica àquela causada por atos no mundo físico. Não há norma jurídica que dê isenção às pessoas para praticar atos ilegais na internet.
A responsabilidade por ato praticado na internet pode surgir em qualquer das formas de utilização dela. Pode ocorrer em redes sociais, na troca de e-mails e arquivos, na negociação de um contrato, na compra de bens em lojas virtuais (o comércio eletrônico ou e-commerce), em blogs e em qualquer outro site ou forma de interação eletrônica, inclusive por meio de celulares.
Isso não significa que as pessoas devam andar assustadas por usar a internet. O uso normal da rede não gera responsabilidade alguma, por si só. Apenas atos ilícitos podem gerar a responsabilização de alguém.
Um mesmo ato ilícito pode gerar diferentes formas de responsabilidade, pois, no Direito brasileiro, elas são relativamente autônomas entre si. Por exemplo, alguém pode causar dano à outra pessoa (o que gera responsabilidade civil) sem que isso seja crime (responsabilidade penal).
Responsabilidade civil
A responsabilidade civil surge quando alguém causa dano à outra pessoa. Quando o dano atinge o patrimônio de alguém, é chamado de dano material. Imagine, por exemplo, que alguém envie um arquivo malicioso (o chamado malware) a outra pessoa e esse arquivo cause problemas no computador do destinatário, que se verá obrigado a contratar alguém para resolvê-lo. O remetente do arquivo poderá ser condenado a pagar os danos que causou à vítima.
Pode surgir responsabilidade civil também quando alguém causar dano psicológico em outra pessoa, o chamado dano moral. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando alguém ofenda a honra de outra pessoa em rede social ou blog, em mensagens, comentários, respostas ou por qualquer outra forma.
A responsabilidade civil, portanto, nasce com a ocorrência de dano e gera direito à indenização da vítima por parte do ofensor. Sua consequência é de natureza estritamente econômica, patrimonial.
O problema da prova
No caso de ato ilícito cometido pela internet, às vezes a prova é fácil, pois é possível gravar o texto, imagem, vídeo ou som que represente o ato. Isso pode ser feito diretamente pelo ofendido, por meio da gravação da imagem da tela do computador (pelo comando Print screen ou equivalente), pela gravação do email, pela impressão em papel (hardcopy) ou em formato PDF dos arquivos ou por qualquer outra forma.
A gravação dos dados pode ser feita pela vítima ou por outra pessoa que tenha conhecimento do fato, como, por exemplo, se o usuário de uma rede social vir ofensa a pessoa que não tenha acesso àquela mesma rede social.
Se o texto ou imagem ofensivo não estiver mais disponível no site ou programa onde foi lançado, existem ainda pelo menos duas possibilidades: (a) o advogado da vítima (ou o Ministério Público ou a polícia, conforme o caso) pode solicitar ao responsável pelo site ou programa que lhe envie os arquivos gravados em seus computadores; (b) a vítima pode indicar ao juiz pessoas que tenham tido conhecimento do ato e possam depor como testemunhas.
De toda forma, caberá ao advogado da vítima (ou ao Ministério Público ou à polícia, de acordo com a situação) avaliar a melhor forma de obter as provas do ato.
TJSC - Tribunal determinaque cliente insatisfeita apague comentário ofensivo no Facebook
A 3ª Câmara Civil do TJ, em análise de agravo de instrumento, determinou que consumidora retire temporariamente a publicação no Facebook de um comentário ofensivo contra empresa que lhe vendeu um veículo. A mulher postou em seu perfil na rede social que a empresa age de má-fé e engana os clientes. Em apelação, a concessionária afirmou que a compradora extrapolou os limites do direito à liberdade de expressão e que, após o comentário na rede social, a procura por seus serviços diminuiu.
O relator, desembargador Marcus Tulio Sartorato, explicou que a Constituição privilegia o direito à manifestação do pensamento, mas não autoriza a violação da honra e imagem alheias. "Por um lado, descontentamentos, críticas e opiniões negativas não podem ser censurados, pois fazem parte do convívio humano e social, ainda mais em uma sociedade democrática.
Por outro lado, calúnias, difamações e injúrias constituem não só excesso civil mas também ofensas penais praticadas por meio da palavra, motivo pelo qual hão de ser, no mínimo, submetidas a controle a posteriori, por meio de mitigação de efeitos e de efetiva reparação de danos", concluiu o magistrado. A câmara ressaltou que a autora pode continuar a manifestar seu pensamento de forma livre nas redes sociais - a medida adotada serve apenas para conter os possíveis danos do ato até o julgamento final desta ação. A decisão foi unânime (Agravo de Instrumento nº 0020340-63.2016.8.24.0000).
Fonte: Tribunal de Justiça de Santa Catarina e AASP - http://www.aasp.org.br/aasp/noticias/visualizar_noticia.asp?id=50291HYPERLINK "http://www.aasp.org.br/aasp/noticias/visualizar_noticia.asp?id=50291&tipo=D"&HYPERLINK "http://www.aasp.org.br/aasp/noticias/visualizar_noticia.asp?id=50291&tipo=D"tipo=D
TJSC - Consumidora tem direito de criticar serviço ineficiente através das redes sociais
A 5ª Câmara Civil do TJ manteve sentença da comarca de São Bento do Sul que julgou improcedente ação de indenização por danos morais ajuizada por uma empresa de comércio de veículos contra uma cliente que, insatisfeita com a compra efetuada, postou comentários críticos nas redes sociais. Consta nos autos que o veículo apresentou defeito menos de um mês após adquirido pela consumidora.
A empresa, contudo, alegou que a mulher extrapolou os limites da liberdade de expressão e causou dano à concessionária com a exposição pública de seus comentários. A cliente disse que, antes das críticas, procurou a empresa em busca de amparo, sem contudo receber qualquer atenção. Acrescentou também que, insatisfeita com o serviço, apenas relatou o que ocorreu em seu Facebook, sem contudo ofender ou xingar a empresa. O desembargador Henry Petry Junior, relator da matéria, interpretou que a postagem não configura ato ilícito, pois a cliente apenas divulgou a conduta ilegal da apelante. "Assegurado está a todos, então, o direito de divulgar suas opiniões por qualquer meio seja por jornais impressos, livros, rádio, internet, televisão etc", afirmou o relator.
A divulgação dos fatos nesta circunstância é direito da consumidora. A decisão foi unânime (Apelação n. 0301839-76.2014.8.24.0058).
Fonte: Tribunal de Justiça de Santa Catarina e AASP - http://www.aasp.org.br/aasp/noticias/visualizar_noticia.asp?id=49647HYPERLINK "http://www.aasp.org.br/aasp/noticias/visualizar_noticia.asp?id=49647&tipo=N"&HYPERLINK "http://www.aasp.org.br/aasp/noticias/visualizar_noticia.asp?id=49647&tipo=N"tipo=N
Indenizar nada mais é que tornar indene, isto é, retornar ao status quo ante, isto é, à exata situação em que se encontrava antes da ocorrência do dano. Com efeito, se isso – em tese é possível – a quem sofre um dano material, podemos, contudo, afirmar que não o é a quem sofre um dano extrapatrimonial. 
REFERÊNCIA:
TARTUCE, Flávio Manual de direito civil: volume único I FlàvioTartuce. 6. ed. rev., atual. eampl. - Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016. p. 560-568
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/178388780/agravo-em-recurso-especial-aresp-642400-pr-2014-0321987-0, acessado em 15 de março de 2017.
https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/noticias/183142397/resumo-informativo-558-do-stj, acessado em 15 de março de 2017.
https://tj-sp.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/204415272/apelacao-apl-86499420138260196-sp-0008649-9420138260196, acessado em 15 de março de 2017.
https://tj-rs.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/185399833/apelacao-civel-ac-70064315039-rs, acessado em 15 de março de 2017.
PAPINI, Paulo Antonio. Responsabilidade Civil. Utilização da Dano Moral como meio de se estimular condutas social, jurídica e eticamente responsáveis. Análise de Lead Case. Disponível em: https://papini.jusbrasil.com.br/artigos/336960216/responsabilidade-civil-utilizacao-da-dano-moral-como-meio-de-se-estimular-condutas-social-juridica-e-eticamente-responsaveis-analise-de-lead-case?ref=amp, acessado em 15 de março de 2017.
LEONARDI, Marcel – Responsabilidade Civil dos Provedores de Serviços de Internet Disponível em http://leonardi.adv.br/wp-content/uploads/2011/04/mlrcpsi.pdf, acessado 15 de março de 2017
ALMEIDA, Juliana Evangelista De , Responsabilidade civil dos provedores de serviços de Internet Disponível em http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/13374/material/Responsabilidade%20civil%20dos%20provedores%20de%20internet%20-%20Juliana%20Evangelista.PDF, acessado em 15 de março de 2017.

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