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DIREITO PENAL III
Daniela Duque-Estrada
AULA 5. CRIMES EM ESPÉCIE. 
 
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL. 
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL.
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
AULA 5. CRIMES EM ESPÉCIE. 
.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL.
ESTUPRO - ART. 213, DO CÓDIGO PENAL.
QUESTÕES RELEVANTES.
O ato libidinoso pode se manifestar até mesmo sem o contato de órgãos sexuais ou ainda quando o agente obriga a vítima a praticar atos sexuais em si mesma para que o agente a contemple lascivamente. 
 Revogação do art.214, CP pela Lei n.12015/2009. Não houve abolitio criminis, mas, apenas, a denominada continuidade normativa.
A CLASSIFICAÇÃO DO ESTUPRO COMO TIPO MISTO ALTERNATIVO .
A tipificação do delito de estupro como Crime Hediondo (Lei n. 8.072/90) e seus consectários penais. 
 
 
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FIGURA QUALIFICADA
§ 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos.
§ 2o  Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos .
ASSÉDIO SEXUAL art.216-A, do Código Penal.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função."
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
Parágrafo único. (VETADO)
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos. 
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.
 Ausência de violência ou grave ameaça. 
→ Elementos. A superioridade hierárquica ou ascendência.
 do
 Tipo Especial fim de agir: obtenção de vantagem 
 ou favorecimento sexual.
O emprego é afeto à relações empregatícias de natureza privada; já cargo ou função, relações de natureza pública.
 Sujeito Ativo- delito próprio.
 Sujeito Passivo – inclusão dos menores de 18 anos (entre 16 e 17 anos)
 e Menor aprendiz, com idade superior a 14 anos (art.7º,XXXIII, CRFB/1988); 
 
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→ Consumação: delito formal - no momento em que é realizado o constrangimento à vítima, independentemente da obtenção da vantagem ou favorecimento sexual.
→ Concurso de pessoas no delito de assédio sexual. O constrangimento pode ser realizado para a obtenção de vantagem ou favorecimento de terceiro, sendo possível, desta forma o concurso de pessoas, caso o terceiro tenha conhecimento ou concorde com tal conduta.
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL.
A compreensão da expressão Vulnerável 
Grupo de Vulnerável é o conjunto de pessoas que por questões ligadas a gênero, idade, condição social, deficiência e orientação sexual, tornam-se mais suscetíveis à violação de seus direitos. 
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ESTUPRO DE VULNERÁVEL. art. 217A, do CP.
Art. 217-A, CP Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
QUESTÕES RELEVANTES.
→ A CLASSIFICAÇÃO DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL COMO TIPO MISTO ALTERNATIVO .
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→ Vulnerabilidade: caráter absoluto ou relativo? 
 → Possibilidade de exclusão de responsabilização penal em decorrência de erro de tipo.
 → A hediondez do estupro de vulnerável. Art. 1º, VI , da lei n.8072/1990.
As qualificadoras relativas ao resultado mais grave (lesão grave e morte) 
 
 § 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. 
 § 4o  Se da conduta resulta morte:  
 Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
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 AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL. 
Art. 225, CP.  Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
Parágrafo único.  Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
 
 Regra: ação penal pública condicionada à representação.
 Exceção: ação penal pública incondicionada no caso de menor de 18 anos 
 ou pessoa vulnerável. 
 
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DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE  PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE  EXPLORAÇÃO SEXUAL. 
Tutela-se a integridade e autonomia sexual.
→ Compreensão das expressões prostituição e exploração sexual : a exploração sexual pode caracterizar-se de quatro formas: prostituição; turismo sexual; pornografia e tráfico para fins sexuais (...)( FALEIROS, Eva). 
→ Figuras Típicas 
 Art. 228, CP. Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
 Art. 229, CP. Casa de prostituição. 
 
 Art. 230, CP. Rufianismo
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Art. 228, CP. Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
A conduta de “prostituição” é atípica; típica é a conduta de quem (terceiro) a explora. 
 Tutela-se a integridade e autonomia sexual, exigindo-se a habitualidade da conduta.
Delito material: não é necessário que a vítima atenda a algum cliente.
Tipo penal subjetivamente complexo.
 
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Art. 229, CP. Casa de prostituição
O bem jurídico extrapola a liberdade/autonomia sexual e tutela-se o interesse da coletividade - busca evitar a proliferação de todas as formas de lenocínio .
Delito habitual.
A prostituição na própria residência e a não ocorrência de crime;
 Não se exige o intuito de lucro como elemento subjetivo do tipo.
O concurso de pessoas entre o proprietário e a pessoa que usa o imóvel como casa de prostituição - locador e locatário; desde que o locador tenha conhecimento da utilização do imóvel como casa de prostituição.
 
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Confronto entre os delitos de favorecimento à prostituição e casa de prostituição.
 O delito previsto no art. 228, CP prevê uma conduta genérica, na qual se facilita a prostituição.
↓
O art. 229, CP, face à sua habitualidade, absorve o delito previsto no art.228, CP , por ser crime-meio para a sua prática.
Art. 228, CP. Rufianismo.
Para Luiz Regis Prado o rufianismo “pode ser descrito
como a atividade do agente que explora economicamente uma ou mais pessoas que praticam a prostituição, tirando proveito total ou parcial de tal atividade.
Delito permanente e habitual.
Possibilidade do reconhecimento do concurso de crimes entre as figuras típicas previstas nos art. 229 e 230, do CP.
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DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA.
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA – ART.288,CP.
Concurso necessário de agentes.
Delito autônomo, permanente.
Consumação. Crime Formal.
Possibilidade de concurso de crimes com as condutas majoradas de furto e roubo, bem como a extorsão mediante sequestro qualificada pelo concurso de pessoas.
Confronto com o delito de associação criminosa – Art.288-A, CP.
Confronto com as figuras previstas nas leis n.8072/1990 e 11.343/2006.
 
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DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA.
MOEDA FALSA. Art.289, CP
Tutela-se a própria credibilidade do Sistema Financeiro Nacional.
Configuram-se como delitos vagos.
Consuma –se com a efetiva falsificação, em qualquer de suas modalidades.
Uma única nota falsa é capaz de atingir e denegrir a fé pública, face à natureza do bem jurídico tutelado;
Para a caracterização do crime em tela, é imprescindível a imitatio veritatis (imitação da verdade), ou seja, exige-se que a cédula falsa tenha a eficácia de enganar o homem médio, induzindo a engano número indeterminado de pessoas.
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Não se exige perfeição na imitatio veri, mas, é realmente necessário que a coisa falsificada contemple as mesmas características exteriores da moeda verdadeira.
Não incidência do princípio da insignificância. 
Os petrechos para falsificação, a falsificação e colocação em circulação da moeda falsa, quando o sujeito ativo é a mesma pessoa: conflito aparente de normas a ser solucionado pelo princípio da consunção (art.291, CP).
Aquele que, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação depois de conhecer a falsidade, responde pela figura do art.289, §2º, CP.
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A conduta consistente em formar cédula representativa de moeda com fragmentos de cédulas verdadeiras configura crimes assimilados ao de moeda falsa (art.290, CP)
A competência para julgamento do crime.
 I. Caracterizado o delito de moeda falsa, a competência para processo e julgamento será da Justiça Federal.
 II. No caso de falsificação grosseira e consequente caracterização do delito de estelionato, a competência para processo e julgamento será da Justiça Estadual – Verbete de Súmula n. 73, do Superior Tribunal de Justiça.
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DISTINÇÃO ENTRE FALSIDADE MATERIAL E IDEOLÓGICA.
 A falsidade material altera a forma do documento, construindo um novo ou alterando o que era verdadeiro. 
 Na falsidade material há dois tipos penais distintos: falsidade de documento público 
 falsidade de documento particular.
A falsidade ideológica, provoca uma alteração de conteúdo, total ou parcial.
 O documento não foi emitido pela autoridade competente ou pelo verdadeiro subscritor.
Falsificação e uso de documento público falso pelo falsário.
Neste caso, o delito previsto no art.304, do Código Penal será absorvido pelo art.297, do Código Penal, haja vista configurar mero exaurimento (pós fato impunível).
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 Após a aula, não esqueça de ler :
Os artigos. 213, 216-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B, 225, 226 e 111, V, 229 a 231, do Código Penal.
Os artigos 288, 288-A, do Código Penal.
Art. 1º, V, VI e VII, e art. 8º da lei n.8072/1990 (Lei de Crimes Hediondos).
Art. 35, da lei n.11343/2006 (Lei de Drogas).
Verbete de Súmula n.711, do Supremo Tribunal Federal.
Professora Daniela de Oliveira Duque-Estrada de La Peña. 
 
Link Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5839954147890620.

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