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ETIÓPIA

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ETIÓPIA
A Etiópia é um dos países que mais cresce na África Sub-Saariana, mostrando um crescimento econômico notável nos últimos 5 anos. No entanto, os desafios permanecem, pois o país ainda é um dos menos desenvolvidos do mundo, classificado em 174º no ranking de 187 países do Índice de Desenvolvimento Humano do PNUD de 2011. Com cerca de 30% da população vivendo abaixo da linha de pobreza, o país tem uma prevalência de pessoas subnutridas em 40% da população, o que significa que 34 milhões de etíopes sofrem em alguma medida com a insegurança alimentar. A Etiópia tem a segunda maior população na África e há a previsão de que passe a Nigéria, o país mais populoso, em 2030 com uma estimativa de que 83% de seus 84 milhões de habitantes vivam em áreas rurais, as mais atingidas pela pobreza.
 Considerada uma das áreas de ocupação humana mais antigas do mundo, foi na Etiópia que encontraram os fósseis do mais antigo ancestral humano: Lucy, o Australopithecus. 
 No século VIII a.C., surgiu o Império de D’mt, considerado mais antigo, por acreditar-se que suas origens eram totalmente africanas. Abrangia também a Eritréia. Sua capital era Yeha. 
Imagem: Location map of Ethiopia / NordNordWest /Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada.
 No séc. IV a.C., D’mt cai, sendo seguido pela ascensão de vários reinos, até que, no séc. I, surge o Império Axumita, origem da atual Etiópia. 
 Eles se estabeleceram nas terras altas do norte do Planalto Etíope, dominando, logo em seguida, o sul. 
 No final do período da Antiguidade, do séc. I ao VI, Axum foi uma grande potência ao lado de Roma, Pérsia e China.
Obelisco de Axum
Imagem: King Ezanas obelisk at Aksum / Pzbinden7 / GNU Free Documentation License.
Localização geográfica
 Localizada nos limites entre o Egito, ao norte; 
 o Mar Vermelho, a leste; 
 o território dos kolas, a sudeste; 
 ao sul, os territórios dos galas (na margem direita do Nilo) e dos xiluques (na esquerda); 
 a sudoeste, o Darfur, e a oeste, o Saara.
Imagem: Localização de XY (ver arquivo) na região / TUBS / Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada.
História
 Chamados de abissínios e sabeus, o Reino da Etiópia foi o resultado da fusão de muitas tribos e reinos menores.
 Já no século IX, era conhecido como Reino de Sabá, sendo sua rainha, Makeda, também chamada de Belith, a qual havia sido recebida como grande chefe de Estado por Salomão, rei de Israel.
 A Etiópia, durante muito tempo, manteve relações econômicas e diplomáticas com os gregos.
Representação medieval da Rainha de Sabá.
Imagem: A rainha de Sabá a partir de manuscrito medieval / Conrad Kyeser / escola de Praga / Public domain.
Política
 A família real exercia funções de comando e administração no Estado.
 As várias províncias eram administradas por reis vassalos, a quem os gregos chamavam de arcontes, tiranos e etnarcas, mas a quem os próprios etíopes chamavam de negus.
 As mulheres exerciam influência na política, embora não pudessem reinar.
 Segundo relatos, Menelik, filho da rainha de Sabá com Salomão, fundou uma dinastia de quase três mil anos, chegando até Hailé Selassié.
Nobre etíope.
Imagem: A nobleman of Tigre / T. Lefebvre and others / Domínio público.
 O rei era visto como semidivino, e os súditos não podiam ver seu rosto, a não ser nas festas de Páscoa, Natal e a festa da cruz.
 Os monarcas etíopes levavam uma vida seminômade, viajando pelo império com um enorme séquito e vivendo em tendas.
 O nomadismo da corte se explicava pelas características geográficas da Etiópia: era mais fácil ir cobrar diretamente tributos dos súditos “visitando-os”.
Imagem: Haile Selassie, o último rei da Etiópia /G. Eric and Edith Matson Photograph Collection /American Colony (Jerusalem). Photo Dept., photographer / Domínio público.
Religião
 Os etíopes se relacionaram com várias tradições religiosas:
 religiões tradicionais animistas, relacionadas ao culto dos ancestrais e de espíritos da natureza;
 o Judaísmo, trazido, segundo a história, por Makeda. Os etíopes judeus são chamados de falachas;
 o Cristianismo foi imposto pelos romanos e influenciado pelo cristianismo copta do Egito.
 A Etiópia tornou-se, assim, a grande nação cristã da África, mesmo mantendo relações com povos islamizados.
Imagem: Outbuilding supposedly containing the Ark of the Covenant at Tzion Maryam church in Axum Ethiopia / Adam Cohn / Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0.
Economia
 Graças ao clima, ao solo e às demais condições desfavoráveis, não se desenvolveu uma agricultura suficiente para garantir a riqueza do Império.
 Destacaram-se, por isso, no comércio, já que a região esta entre os três grandes continentes do Velho Mundo: África, Europa e Ásia.
 Tecidos, sal, cauri, peles, especiarias, café, entre outros, eram os produtos comercializados pelos etíopes.
 Alguns também se dedicavam à pirataria.
Imagem: Uma das duas moedas Representando Ousanas e um rei Anonymous / Steve Evans / Walters Art Museum / Domínio público.
Cultura
 Os etíopes possuíam uma rica cultura, caracterizada por seus próprios elementos e os dos povos vizinhos.
 Utilizavam uma escrita, como alfabeto Ge’ez.
 O Velho Testamento é o livro mais sagrado para os antigos etíopes.
Imagem: Escrita Ge’ez. The S.S. Teacher's Edition: The Holy Bible.'' New York: Henry Frowde, Publisher to the University of Oxford, 1896 / Disponibilizado por Llywrch / Domínio público.
No século X, o reino de Axum escassamente tinha acesso ao mar, sendo isolado pelas forças árabes islâmicas. Os árabes chamavam o país empobrecido e desintegrado de "Al-Habashat", que significa povo mestiçado (entre negros e árabes), e é por esse nome que a Etiópia ainda é chamada na língua árabe. "Habesh" ou "Habesha" é uma palavra usada com freqüência mesmo na Etiópia, para distinguir as pessoas cristãs do norte do país.
Esse termo deu origem ao uso do nome Abissínia pelos europeus. Abissínia era uma região no norte da Etiópia moderna que era unida por uma cultura, uma família lingüistica, uma religião (cristianismo ortodoxo) e uma raça mestiçada que consistia de vários reinos rivais, unidos e divididos por diferentes períodos da história. Isolados do mar, os reinos da Abissínia começaram a sua expansão para sul, colonizando o interior da região inteira, enquanto os povos do litoral estavam sob a influência dos povos islâmicos.
O país moderno da Etiópia foi criado no final do século XIX pela rápida expansão territorial promovida pelos reis de Abissínia, com o apoio militar das potências coloniais européias. Esse apoio, principalmente de Portugal, foi decisivo desde o século XVI para evitar a invasão muçulmana da região.
A Inglaterra utilizou os reinos de Abissínia como fonte de mercenários contra as forças muçulmanos na região, enquanto a França construía um caminho de ferro desde sua colônia portuária no Djibouti até a capital de Abissínia, Adis Abeba, para penetrar o mercado do interior do continente. Nenhuma das potências coloniais da Europa, além da Itália, tentou colonizar o país, pois, à época, era uma das regiões mais pobres e menos atrativas para colonizar, por sua topografia de difícil acesso, que não favorecia a construção de infraestruturas modernas. A Itália, sendo um dos últimos países a entrar na era do colonialismo, ficou com o que ainda estava disponível para ser colonizado. A Itália tentou invadir a Abissínia desde a Eritréia em 1896 mas não conseguiu. No início do século XX, a Abissínia foi reconhecida como o reino independente da Etiópia e foi convidada para a Conferência de Berlim, na qual as potências coloniais decidiram a partilha da África.
A moderna Etiópia
O Império Etíope
A seguir à Primeira Guerra Mundial, a Abissínia, na forma de Império Etíope e governada pelo imperador Hailé Selassié, integrou a Liga das Nações, e apenas perdeu a sua independência entre 1936 e 1941, quando o exército de Benito Mussolini invadiu–a dando
início a segunda guerra ítalo-etíope. A Itália possuía duas pequenas colônias no Corno de África, a Eritreia e a Somalilândia, e tinha vontade de se tornar um império, aliando-se à Alemanha Nazi – mas o negus recuperou-a, com auxílio da Grã-Bretanha (onde se tinha refugiado) e da África do Sul e começou a modernizar o país. Apesar de a Etiópia nunca ter sido colonizada pelo expansionismo europeu, ela mesma foi, na sua época de ouro, colonialista e expansionista, pois colonizou grandes territórios na região no final do século XIX, que nunca haviam pertencido nem desejaram pertencer à Etiópia e que estão ainda lutando pela sua independência.
Entre 1987 e 1991 o estado etíope foi uma república socialista com o nome de República Democrática Popular da Etiópia.
A independência da Eritreia
Em 1961 começava a luta pela independência da Eritreia (ocupada pela Etiópia). Em 1963 Etiópia participou na fundação da Organização da Unidade Africana, que colocou a sua sede em Adis Abeba. Em 1974, o imperador foi deposto num golpe militar, liderado por Mengistu Haile Mariam, mas o governo despótico que se seguiu, de carácter marxista e dirigido por um comando militar, o Derg, não conseguiu, nem desenvolver, nem estabilizar politicamente o país e em 1991, este governo foi deposto por um movimento de guerrilha duma minoria étnica do norte do país, FLPT (Frente pela Liberação do Povo de Tigray) ou popularmente chamado "Weyane". Os FLPT apenas representam 5% do povo da Etiópia mas foram comandados por um meio-eritreu, Meles Zenawi e apoiados pelos independentistas eritreus do FLPE, Frente pela Liberação do Povo Eritreu.
Como Presidente interino e Primeiro Ministro, cargo que ocupa até hoje, Zenawi consentiu, sob pressão dos eritreus, com a independência da Eritreia da Etiópia em 1993, pondo momentaneamente fim a cerca de 30 anos de guerra. Uma Assembleia Constitutiva foi construída pelo FLPT em 1994, no ano seguinte, foi proclamada a República Federal Democrática da Etiópia. Os resultados das eleições gerais desse ano foram rejeitados por todos os observadores internacionais por violações graves dos direitos humanos e democráticos, mas mesmo assim Meles Zenawi proclamou-se Primeiro Ministro.
Em 1997 a Eritreia introduziu a sua própria moeda corrente, a Nakfa, separando a sua economia da Birr etíope. O conflito de fronteiras começou em Maio de 1998 com o assassinato de oficiais eritreus na aldeia de Badme por militares etíopes que ocupavam a zona. A Eritreia retomou a zona e a Etiópia declarou a guerra pouco depois, iniciando uma guerra aberta por cinco frentes ao longo da toda a fronteira e com bombardeamentos aéreos sobre a capital da Eritreia. Eritreia respondeu e a guerra continuou até o dia 17 de Maio (o dia das eleições na Etiópia) quando o governo etíope lançou uma grande ofensiva ocupando um quarto do território eritreu e refugiando um terço do povo, plantando minas nas terras mais férteis da Eritreia e causando o equivalente a 850 milhões de dólares de destruição à infraestrutura da Eritreia.
Meles Zenawi proclamou que ganhara as eleições da Etiópia, e tinha proibido desta vez a presença de observadores internacionais. A guerra terminou com mais de 100 000 mortos em 2000 depois da intervenção da ONU pondo uma zona desmilitarizada de 25 km ao longo do lado eritreu da fronteira com 4500 capacetes azuis da ONU. Em Abril de 2002, o Tribunal Internacional de Justiça na Haia acabou com o trabalho de delinear a fronteira entre os dois países, pondo a aldeia disputada de Badme na Eritréia e obrigando a Etiópia a compensar a Eritréia pela destruição que causou durante a sua invasão. A Eritréia aceitou a decisão, a Etiópia rejeitou-a e a ameaça de guerra ainda persiste.
http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2009/12/historia-da-etiopia.html

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