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História do Direito Caso 14

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CAMPUS WEST SHOPPING
Aluno: Robson José da Silva Matrícula: 2016.01.15592-1
Disciplina: História do Direito Brasileiro Prof. Claudio
Curso: Direito Turno: Manhã
CASO CONCRETO 14
Este movimento ocorreu nos meses iniciais de 1992, logo após as denúncias de corrupção do governo Fernando Collor. A CPI julgava o caso e os estudantes se manifestavam exigindo o impeachment do presidente. O movimento tornou as ruas das principais cidades brasileiras e recebeu esse nome justamente porque os estudantes reuniam-se com seus rostos pintados com as cores da bandeira do Brasil, verde e amarelo, de forma a manifestar sua insatisfação contra a corrupção na presidência. A pressão do movimento dos Caras Pintadas foi de tal ordem que o Congresso Nacional se sentiu forçado a julgar o caso e concluir pela deposição do presidente.
Aqui, trata-se de estabelecer, mesmo que de forma superficial, já que o aluno estudará o conceito de forma mais profunda no semestre subseqüente, na disciplina de Ciência Política, a diferença entre o afastamento do Cargo do Chefe do Poder Executivo pela via institucional e pela via golpista. Enquanto o primeiro segue o procedimento estabelecido pela ordem jurídica o outro é ilegal, no sentido de que não segue os procedimentos legal e constitucionalmente previstos. Neste sentido, reserva-se à palavra golpe, quando este ato ilegal não possui apoio da comunidade política e revolução, quando, embora ilegal, encontra apoio da comunidade política. No caso de João Goulart, claramente tratou-se de um golpe, já que embora os militares tenham tentado conceder ares de juridicidade aos atos institucionais, estes foram criações arbitrárias, artificiais, sem fundamento constitucional e, neste sentido, tipicamente golpistas. Por outro lado, o procedimento de afastamento do presidente Collor seguiu os padrões constitucionalmente previstos, caracterizando o respeito à ordem legal institucionalizada. Neste sentido, não se trata de prática golpista e sim um ato e juridicamente respaldado.
Observa-se que os casos de corrupção são, infelizmente, uma permanência no processo histórico brasileiro. Pra tanto deverá citar algumas das características herdadas do Estado português, principalmente a visão patrimonialista, e a dificuldade do homem público brasileiro de separar o que é privado e, portanto é seu, do que é do Estado e , portanto, é público. De qualquer forma, a corrupção parece estar tão disseminada na estrutura do Estado que esse é o grande desafio das futuras gerações: implementar uma mentalidade de probidade e moralidade na esfera pública.
No que se refere à segunda questão, a proposta é mostrar que o direito não deve ser visto apenas como uma reprodução passiva da mentalidade de um povo, mas pode ele próprio agir como catalisador da realidade social. Parece ter sido o caso do recolhimento da união estável de pessoas do mesmo sexo por parte do Supremo Tribunal Federal. Embora seja possível imaginar que a maior parte da conservadora sociedade brasileira não aderisse à idéia no momento da decisão, o que se observa é que a jurisdição do fato ( união estável entre pessoas do mesmo sexo) vem auxiliando na sua legitimação perante o corpo social. Neste sentido, se por um lado é difícil imaginar que um direito possa ser implementado violando os padrões culturais e civilizadores de uma determinada comunidade político-social, não é razoável descartá-la como um poderoso instrumento de incentivo a determinações práticas e concepções, que acabam por auxiliar na reconfiguração das estruturas mentais de um determinado grupo social.

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