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Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
 
 
Fundamentos 
Sociais e Históricos 
do Direito 
 
 
Unidade N° 2 - História do Direito 
Brasileiro 
 
 
 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
Yara Alves Gomes 
Revisão Técnica: Cauê Hagio Nogueira de Lima 
 
Introdução 
O Direito no Brasil possui matriz romano-germânica, isso quer dizer que em 
nosso país, os problemas de ordem jurídicos serão resolvidos não por bases 
processuais dadas por casos semelhantes que tenham ocorrido anteriormente; mas 
sim através de um conjunto de normas, denominados de ordenamento jurídico. 
No interior deste conjunto de leis que organiza a sociedade brasileira, 
devemos destacar a Constituição Federal, dado que esta e a norma jurídica mais 
importante e que fundamenta a existência de todas as demais. 
 Desta forma, para que construamos uma compreensão geral do 
ordenamento no Direito Nacional, faz-se necessário que você, estudante, entenda o 
contexto de criação e o desenvolvimento das Constituições Nacionais, o conceito de 
direito, suas fontes e, ainda, sua relação com a moral. 
 Bons estudos! 
1. História do Direito Brasileiro 
 
Figura 1 - Constituições. Fonte: Rádio Fazenda. 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
Iniciaremos nosso percurso de aprendizagem construindo um breve 
panorama a respeito das quantas Constituições que já tivemos em vigor em nosso 
país. 
Ocorre que no Brasil, por conta de alterações entre monarquia, regimes 
ditatoriais e democracia, e o caráter que cada espécie de governo tem por conta do 
regime que adota; o país passou por diversas constituições que refletem sua 
conjuntura social e cultura em cada contexto histórico. 
 
Você quer ler? O direito se manifesta através de dois grandes sistemas o romano-
germânico adotado pelo Brasil e ainda o sistema do common law utilizado por países 
como os Estados Unidos da América. Para saber mais sobre estes sistemas 
indicamos a leitura do seguinte artigo científico: 
<https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/O_%20que_%20e_%20a_%20Commo
n.htm>. 
 
1.1. A Constituição de 1824 
Com a independência do Brasil e sua desvinculação de Portugal, fez-se 
necessário que o país formulasse suas próprias regras. Por conta disso, Dom Pedro 
I, o responsável pela declaração de independência e então Imperador, aje e convoca 
uma Assembleia Constituinte, ou seja um grupo de cidadãos que escreveria as 
diretrizes básicas para o desenvolvimento da nação. 
Temos que após a independência e na formação da assembleia duas foram 
as forças políticas que exerceram influências no desenvolvimento do texto 
constitucional. Haviam de um lado os latifundiários (proprietário de terra) e os 
escravocratas (que apoiavam a escravidão). Ou seja, a possibilidade de 
representação plena da diversidade de camadas sociais no Brasil à época estava 
longe de se consumar. 
Dado que essas forças dominantes tinham, ainda, como interesse limitar o 
Poder do Imperador para elas mesmas dele se apossarem, o déspota agiu por 
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/O_%20que_%20e_%20a_%20Common.htm
https://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/O_%20que_%20e_%20a_%20Common.htm
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
dissolver a assembleia constituinte. Reuniu-se então com juristas de sua confiança e 
à portas fechadas seu grupo escreveria uma constituição. 
Assim, em 25 de Março de 1824, conhecer-se-ia esta Constituição que 
denominou este país como o Império do Brasil; estabelecendo que o país seria 
organizado sob as bases de uma Monarquia Hereditária e Constitucional. 
Impôs ainda a existência de quatro poderes vinculados ao Estado: o 
Legislativo, composto por senadores com mandato para a vida toda; o Judiciário, que 
seria de responsabilidade dos formados pelas Faculdades de Direito de São Paulo e 
Recife; e ainda o Executivo e o Moderador que seria de responsabilidade e exercício 
exclusivo do Imperador. 
Por fim, esta Constituição foi a única que declarou uma religião oficial ao país, 
determinando que o Brasil era católico; e perdurou com esta oficialidade por 65 
anos, quando seria proclamada a República. 
1.2. Constituição de 1891 
 Em consequência da alteração da forma de Estado do País de Monarquia para 
República, uma alteração constitucional que adaptasse o país para esta nova 
realidade seria, sem dúvida, necessária. 
 Por conta desta razão, logo após a Proclamação da República e por influência 
dos latifundiários (entre os quais devemos destacar os cafeicultores), a nova 
Constituição nacional foi formulada. 
 Destaca-se nesta Constituição que o país começou a se chamar Estados 
Unidos do Brasil, que o poder executivo passaria a ser exercido por um Presidente 
eleito, por aqueles que tivessem melhores condições financeiras (voto censitário). 
 Dentre outras mudanças, podemos citar a extinção do Poder Moderador e 
retirada da religião oficial que se estipulou. O Brasil passaria a ser, no âmbito da 
oficialidade das normas, o que até hoje se mantém sendo, um estado laico, ou seja, 
um Estado que se privaria de receber influências de uma religião oficial ou 
majoritária. 
1.3. Constituição de 1934 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
Devido à crise econômica vivenciada no ano de 1929, em diversos países no 
mundo, inclusive no Brasil, a República começou a sofrer com diversos movimentos 
sociais e greves que requeriam melhores condições de trabalho. 
Em razão destes movimentos, em 16 de julho de 1934, foi promulgada nossa 
terceira Constituição Pátria, a de menor duração, somente três anos. 
Neste período nosso presidente era Getúlio Vargas e este texto constitucional 
é conhecido por dar início a denominada Era Vargas da história nacional. 
Esta constituição tinha como objetivo organizar um regime democrático que 
permitisse a nação ter uma unidade e que fossem valorizados o bem estar social e 
econômico. 
As principais características desta Carta Maior são a reforma eleitoral que 
introduziu em nosso território o voto secreto e feminino e ainda a criação da Justiça 
do Trabalho e das Leis Trabalhistas – jornada de 8 horas diárias, repouso semanal, 
férias remuneradas (13º salário só mais tarde, com João Goulart). 
Aspecto importante deste período é que no ano de 1937, na vivência do 
período de guerra, Getúlio Vargas suspendeu as eleições e se autodeclarou 
presidente do Brasil por mais um período. E foi ele também o responsável por 
arquitetar o golpe de estado que estabeleceu a Constituição de 1937 que 
passaremos a explanar agora. 
1.4. Constituição de 1937 
Após três anos como Presidentes do Brasil e na iminência do encerramento 
do seu mandato (em um período em que a reeleição não era possível) Getúlio Vargas 
articula uma nova constituição, sob a justificativa de que o Brasil corria o risco de ser 
tomado pelos comunistas responsáveis por arquitetar o Plano Cohen. 
Vargas passou a exercer uma postura Ditatorial no comando do país, em um 
período denominado de Estado Novo. A constituição de 1937 recebe o apelido de 
Polaca, por ter sido inspirada na constituição do regime semifacista polonês em vigor 
na época. 
No que concerne especificamente ao texto constitucional, este se caracteriza 
por ser uma carta imposta à população. A norma foi posta em vigor sem que se 
constituísse uma assembleia que deliberasse sobre o seu texto. 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
Vargas ainda aboliu os partidos políticos e deixou de promover um plebiscito 
que escolheria um novo presidente, mantendo-se a frente do país. 
1.5. Constituição de 1946 
 Com o final da Segunda GuerraMundial, e a queda dos regimes totalitaristas, 
o governo Vargas perdeu forças, sendo que, após sua queda fez-se necessária uma 
nova ordem democrática que proporcionasse a redemocratização do país. 
 Partindo desta necessidade e após a eleição de um novo Congresso Nacional 
uma nova Assembleia Constituinte fora elaborada e no ano de 1946 foi promulgada 
a quinta Constituição Federal Brasileira. 
Suas principais características eram: República Federativa; Estado laico; A 
liberdade de pensamentos, sem censura, a não ser em espetáculos e diversões 
públicas; A inviolabilidade do sigilo da correspondência; A liberdade de consciência, 
de crença e de exercício de cultos religiosos; A inviolabilidade da casa como asilo do 
indivíduo; A prisão só em flagrante delito ou por ordem escrita de autoridade 
competente e a garantia ampla de defesa do acusado; Extinção da pena de morte; 
Três Poderes – Executivo Legislativo e Judiciário. 
1.6. Constituição de 1967 
A próxima constituição elaborada já ocorre em pleno exercício da Ditadura 
Civil-Militar em nosso país. Os primeiros movimentos para sua implementação 
vieram na forma de emendas. 
 Pois justamente, por meio de uma emenda constitucional, o Governo 
Brasileiro determinou que o país deveria combater quaisquer grupos ou atos de 
apoio aos países do Eixo Comunista. Devido a esta intenção, os militares passaram a 
ganhar espaço e ocupar cargos de chefia. 
Este conjunto de fatores implicaram na emenda constitucional do ano de 
1961, que paulatinamente foram alterando a Constituição de 1946 através de atos 
institucionais advindos da gestão Militar que tomava conta do país. Os atos se 
desenvolveram da seguinte forma: 
1) Ato Institucional nº1: Congresso Nacional foi convocado para eleger um novo 
presidente. Na ocasião foi eleito o general Humberto Castelo Branco. Esse Ato 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
Institucional concedia amplos poderes ao Executivo para decretar Estado de 
Sítio e suspender os direitos políticos dos cidadãos por até dez anos. 
2) Ato Institucional nº 2: A atuação dos militares levou a reações populares, 
principalmente por meio do voto popular. Nas eleições para governador, 
realizadas em 1965, os candidatos governistas foram derrotados em 11 
estados. O governo reagiu determinando que a eleição presidencial passasse 
a ser indireta. Também foram extintos os partidos políticos. Neste contexto, 
foi determinada a criação de dois partidos, a Arena (Aliança Renovadora 
Nacional), com apoio do governo, e o MDB (Movimento Democrático 
Brasileiro), que fazia a oposição. 
3) Ato Institucional nº 3: determinou que as eleições para governador fossem 
indiretas. 
4) Ato Institucional nº 4: o general Costa e Silva foi eleito presidente e a 
Constituição de 1946 foi revogada, sendo convocada uma comissão para 
elaborar um novo texto constitucional e outorgá-lo. 
5) Ato Institucional n°5: o presidente adquiria poderes como cassar os mandatos 
legislativos, executivos, federais, estaduais e municipais; suspender os direitos 
políticos dos cidadãos; demitir, remover, aposentar funcionários civis e 
militares; legislar por decreto e baixar outros atos institucionais 
complementares. No que diz respeito aos direitos do cidadão comum, o AI-5 
feria as garantias civis mais elementares. O governo retirou o direito a habeas 
corpus (liberdade provisória enquanto responde ao processo) aos acusados 
de crimes contra a segurança nacional; os acusados passaram a ser julgados 
por tribunais militares sem direito a recorrer. 
Após o Ato Institucional nº 4, o Brasil ficou sem Constituição, sendo que o AI-
5 serviu para estabelecer aspectos gerais que passaram a viger como se fossem a 
Constituição do país. 
Este ato ou como ficou conhecida a Constituição de 1967 confirmou os feitos 
e decisões do governo militar; restringiu os direitos trabalhistas; ampliou a Justiça 
Militar; e abriu espaço para a decretação posterior de leis de censura e banimento. 
1.7. A Constituição de 1988 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
De forma diversa da atuação de outros regimes militares sul americanos, no 
Brasil, buscou-se dar um aspecto de “governo representativo” ao regime, como forma 
de garantir certa estabilidade, entretanto, mesmo com essa tentativa de dar ares de 
representatividade ao regime e mascarar seu caráter autoritário, o governo militar 
sempre sofreu com a falta de legitimidade. 
Assim, a volta das eleições diretas sempre foi um assunto nas rodas sociais e, 
em períodos nos quais a oposição ao regime militar tentava se levantar com mais 
força, medidas mais autoritárias eram adotadas, tal como o AI-5 de 1968 que fechou 
o Congresso Nacional por praticamente um ano, deslocando as funções do legislativo 
para o executivo. 
Em razão dos diferentes empréstimos conseguidos pelo Estado brasileiro com 
o FMI (Fundo Monetário Internacional) os humores sociais em algumas camadas 
brasileiros eram bons, pois usufruiam de um bem-estar econômico, existindo assim 
zonas de alienação frente aos crimes da Ditadura. Entretanto, a insatisfação com o 
regime passou após o AI-5 a ser notada entre os civis e mesmo dentro das forças 
armadas, pois não havia um consenso acerca do futuro do regime militar, as 
tentativas de diminuir as ações repressoras e restabelecer a democracia sempre 
estiveram presentes. 
Com isso, em 1974 inicia-se o governo do presidente Ernesto Geisel que, num 
cenário de degradação da economia brasileira, começa a tomar ações que marcam 
o que muitos consideram o início da redemocratização brasileira, que possui como 
um dos principais marcos, a extinção do AI-5. 
Uma vez iniciado, na metade da década de 1970, o processo de 
redemocratização foi tomando forma, partidos políticos e entidades da sociedade 
civil iam ganhando espaço nas discussões, durante todo esse período sempre foi 
crescente o número de adeptos da ideia de que o regime militar não era um modelo 
de governo adequado às necessidades da sociedade brasileira à época. 
No ano de 1982, já no pluripartidarismo (voltou a vigorar em 1979), surge 
outro marco no processo de redemocratização, a convocação de eleições diretas 
para os governos estaduais, nas quais o PMDB (antigo MDB) obteve considerável 
sucesso, elegendo 09 governadores e diversos parlamentares para o Congresso 
Nacional. 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
Neste período se iniciava o movimento "Diretas Já", um movimento político de 
cunho popular que teve como objetivo a retomada das eleições diretas ao cargo 
de presidente da República no Brasil. 
Tal movimento contou com a participação de partidos políticos, 
representantes da sociedade civil, artistas e intelectuais. Mesmo sendo marcado por 
significativo apelo popular, o processo de eleições diretas só ocorreu em 1989. 
Após as eleições gerais para governadores e deputados, intensificaram-se as 
manifestações de diretas para Presidente, com isso e na perspectiva de eleições 
diretas, o deputado mato-grossense Dante de Oliveira apresentou em 1983 uma 
emenda constitucional. A proposta previa, ainda, o fim do Colégio Eleitoral. Se fosse 
aprovada, o voto direto ocorreria nas eleições de 1985. 
Ressalte-se que este período de elevação da insatisfação popular é 
acompanhado por uma crise econômica profunda, o número de desempregados era 
crescente e começaram a ocorrer algumas manifestações que foram crescendo e 
culminaram em ações violentas, inclusive saques ao comércio, na cidade de São 
Paulo. 
Nesse contexto a oposição, percebe a necessidade de se apropriar dessa 
força que surge nas ruas, como meio para levar o Brasil de volta a democracia. Aqui 
merece destacar a divisão que existia nas forças de oposição, a oposição institucional 
(PMDB, especialmente) e a oposiçãode esquerda que englobava os movimentos 
sociais e o Partido dos Trabalhadores. 
Dessa forma, os últimos meses do ano de 1983 e o ano de 1984 
testemunharam um crescimento acelerado do tamanho das manifestações nas ruas, 
por todo o Brasil. Como principal diferença das passeatas iniciais, agora as 
movimentações tinham uma liderança clara principalmente do PT. 
Foi então que se deu o desfecho do movimento “Diretas Já”, com a votação da 
emenda constitucional “Dante de Oliveira” que traria de volta a eleição direta para 
presidente da república. Apesar do amplo apoio popular sob capitania dos 
movimentos sociais e do Partido dos Trabalhadores, a oposição institucional 
mostrou força e conseguiu manobrar para que a EC não fosse aprovada. 
Portando, com o regime militar em seus últimos suspiros, o PMDB tendo a 
maioria no Colégio Eleitoral e a EC “Dante de Oliveira” não conseguindo votos 
suficientes para aprovação, estava selado o cenário político institucional que 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
acarretou na eleição do pmdbista Tancredo Neves para presidente, via colégio 
eleitoral, derrotando Paulo Maluf (PDS) por ampla margem de votos (480 votos 
contra 180). 
Em 1985, já num cenário de governo civil de José Sarney, devido ao 
falecimento de Tancredo, as atenções se voltaram de forma mais centrada para a 
necessidade de uma nova Constituição, o que se deu através da convocação de uma 
Assembleia Constituinte, com a eleição dos constituintes de forma direta nas eleições 
de 1986. 
Das eleições de 1986 sairiam os constituintes responsáveis pela elaboração 
da nova Constituição Brasileira. Participaram desse pleito 30 partidos, dos quais 12 
elegeram representantes para a Assembleia Nacional Constituinte, tendo o PMDB a 
maior bancada. As eleições de 1986 ocorreram no auge da euforia com o aparente 
sucesso do Plano Cruzado, gerando pouco debate em relação à Constituição. 
Destacam-se as seguintes características de nossa vigente Carta Magna: o 
Brasil começou a ser denominado de República Federativa do Brasil. A existência de 
uma reforma eleitoral que inclui o direito ao voto para os analfabetos e brasileiros 
entre 16 e 17 anos. 
Por fim, temos que ressaltar que após 5 anos da promulgação da 
Constituição Federal de 1988, o povo brasileiro foi convocado às ruas para que 
através de um plebiscito escolhesse se preferiria à volta da Monarquia ou que se 
mantivesse a República. Com isso em 1993 restou determinado que o país 
continuasse sendo uma República. 
Podemos extrair que o Brasil alterou suas constituições conforme foram 
alterados seus regimes. Vivenciamos um período de democracia e nossa sétima 
Constituição é fundamental à proteção de Direitos Fundamentais. 
1.8 Codificação, Decodificação e Redecodificação do Direito 
Civil Brasileiro 
 Conforme estudado na unidade anterior, assim como o Direito Constitucional 
o Direito Civil no Brasil foi objeto de constante mudanças. Com o objetivo de 
relembrar tal evolução, passemos à revisar o explanado na unidade anterior. 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
 Vivenciamos inicialmente um período de Codificação de um processo de 
organização sistemática de diversas normas que se relacionam com o determinado 
ramo jurídico que esta sendo estruturado. 
Em nosso país a codificação tem seu destaque no ano de 1916, quando da 
elaboração de nosso primeiro código, a codificação do direito advindo de diversas 
fontes retratou todo o processo cultural e histórico do momento em que 
vivenciávamos, ocorre que, com o passar dos anos, normas que estavam impostas 
nesta legislação destoavam da nova realidade do país. 
O divórcio não regulamentado passou a ser uma prática comum, o poder 
familiar não poderia mais ser exercido de forma absoluta e arbitrária. Por conta de 
tais aspectos passa a existir no país um fenômeno denominado de decodificação 
que consiste em uma separação do direito civil em diversas leis esparsas fora de um 
único código, mas que permitiam através de seus microssistemas a resolução eficaz 
de problemas sociais. 
Por fim, temos que dispersar o direito civil em legislações atualizadas para 
com os anseios e objetivos sociais ocasiona ainda focos de insegurança jurídica. Esta 
insegurança reside no fato de que um sistema poderá começar a prever uma ordem 
que autoriza e outra que proíbe o mesmo ato o que deverá ser evitado e por esta 
razão voltamos à codificação através da edição do Código Civil de 2002. 
2. Conceito de Direito 
 A palavra Direito possui diversos significados sendo que nem todos estes são 
vinculados à teoria jurídica propriamente dita. Desta feita, com o intuito de 
proporcionar a você estudante o conhecimento amplo do conceito de direito, 
explanaremos neste tópico o conceito nominal e real do Direito. 
 Do mais ainda neste tópicos examinaremos as características dos 
ordenamentos jurídicos que permitem a construção e manutenção do direito como 
o conhecemos e vivenciamos em nosso cotidiano. 
2.1. Definição Nominal de Direito 
 O Dicionário Online de Português, conceitua o Direito como sendo “um 
substantivo masculino, reunião de regras e das leis que mantêm ou regulam a vida 
em sociedade; (Jurídico) Ciência que estuda essas normas, leis e regras, em seu 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
aspecto geral ou particular; Aquilo que é garantido ao indivíduo por razão da lei ou 
dos hábitos sociais. Permissão legal; Prerrogativa legal para impor ou para obedecer 
uma medida a alguém; Que expressa justiça. Que respeita as leis, as normas e os 
bons costumes; Que demonstra lealdade, honestidade e sinceridade; Que não tem 
erros nem falhas; Oposto ao lado esquerdo...” (DICIO, 2019). 
Diante dos significados apresentados pela definição nominal de Direito, 
podemos perceber que o direito estabelece diretrizes de comportamento que 
deverão ser seguidas por pessoas e ainda que é a qualidade de algo que está certo 
ou ainda uma simples forma de indicação de espaço. 
2.2. Definição Real de Direito 
Em que pese todos os significados possíveis advindo do conceito nominal de 
direito, temos que o sentido real deste é o que trata, de modo geral, do Direito como 
uma ordem. 
 É desta noção que disseminamos à ideia de que o direito é um conjunto de 
regras que serve a organização das relações sociais, normas que estabelecem como 
as pessoas devem se comportar. O direito impõe deveres que se descumpridos 
implicam na aplicação de penas, de sanções às pessoas. É o direito real, aquele que 
é jurídico e que cumpre à nós juristas estudar, e que molda as condutas sociais em 
conformidade com os objetivos da sociedade. É através deste que conseguiremos 
definir o que é certo e errado, proibido e permitido e o que deverá ou não ser punido. 
Ressalta-se que o direito não pode ser visto como ordem, em que pese 
cumprir a este impor deveres para a sociedade, o conjunto de normas, em realidade, 
estabelece uma grande moldura em torno da sociedade e pune aqueles que se 
comportarem fora de seus contornos. Ou seja, o direito não é ordem, é diretriz; é 
responsável por estabelecer o que deve ser e não o que é. 
Nosso estudo tem por base o direito em seu aspecto real, em sua postura de 
determinar juridicamente o lícito e o ilícito. 
2.3. Características do Ordenamento Jurídico 
Conforme leciona Antônio Gasperin, o autor, 
Norberto Bobbio, em ampliação ao estudo do positivismo jurídico, proposto 
por Kelsen, leciona que: norma jurídica é aquela cuja execução é garantida 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
por uma sanção externa e institucionalizada. Esse conceito leva 
necessariamente à concepção do direito como ordenamento, pois ao definir 
o direitoatravés da noção de sanção organizada e institucionalizada, 
pressupõe um complexo orgânico de normas – e não apenas um elemento 
individual da norma (GASPERIN, 2005). 
Ocorre que em uma sociedade o Direito preceitua normas que possuem e 
que não possuem sanções e que precisam ser organizadas através de um sistema 
que escalone as regras e possibilite uma resposta satisfatória aos problemas sociais 
através de critérios seguros. É neste contexto que surge a teoria do ordenamento 
jurídico de Norberto Bobbio. 
Lembrem-se que o conceito de Ordenamento Jurídico é: conjunto das normas 
de uma determinada ordem jurídico, o qual passamos a caracterizar. 
2.3.1. Unidade do Ordenamento 
De pronto a característica mais importante ao ordenamento jurídico é sua 
unidade, esta advém do fato de que, em que pese, existirem diversas fontes que 
compõe o Ordenamento e ainda um incontável número de normas não poderá 
existir incoerência no ordenamento, pois a manutenção da unidade, pois esta 
possibilita a organização de todo o direito. 
2.3.2. Construção escalonada do ordenamento 
Para explicar a Construção escalonada do ordenamento voltemos aos 
ensinamentos do Professor Gasperin: 
Bobbio aceita a teoria da construção escalonada do ordenamento proposta 
por Kelsen, a qual pressupõe que as normas de um ordenamento não estão 
todas em um mesmo plano. Há, portanto, normas superiores e normas 
inferiores, sendo que as inferiores dependem das superiores. Subindo-se das 
normas inferiores à superiores, chega-se a uma norma suprema, que não 
depende de nenhuma outra norma superior, e sobre a qual repousa a 
unidade do ordenamento (GASPERIN, 2005). 
Observem que esta norma suprema que possibilita o fechamento lógico do 
sistema é a norma fundamental, ou como conceituado por Kelsen a Norma 
Hipotética Fundamental. Atenção! Sem uma norma fundamental, todas as demais 
normas seriam amontoadas e não existiria um ordenamento. 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
2.3.3. A Coerência do Ordenamento Jurídico 
Como apontamos anteriormente a problemática da coerência tem sua origem 
na existência de diversidade das normas que compõem o sistema jurídico que são 
emanadas de diversas fontes e que apresentam oposições entre si. É neste aspecto 
que podemos observar à existência de divergência entre Kelsen e Bobbio, pois para 
Kelsen um confronto entre normas poderia existir e se manter no sistema algo que 
para Bobbio é impossível, pois para este autor o ordenamento deve ser uma 
totalidade completamente ordenada. 
2.4. Antinomias 
“Antinomia é a existência de normas incompatíveis entre si dentro de um 
sistema jurídico” (GASPERIN, 2005). 
Ao definir-se normas incompatíveis como aquelas que não podem ser ambas 
verdadeiras, Bobbio, em sua obra Ordenamento Jurídico, reduziu as hipóteses de 
incoerência entre as normas as seguintes situações: 
A. Há contrariedade em uma norma que ordena e outra que proíbe fazer 
algo. 
B. Entre uma norma que ordena e outra que permite fazer algo. 
C. E, por fim, em uma norma que proíbe e outra que permite fazer algo. 
Do mais ressalte-se que é essencial à ocorrência de antinominas que as duas 
normas que apresentam contrariedade sejam do mesmo ordenamento e ainda que 
estejam no mesmo de validade: temporal, espacial, pessoal e material. 
Atenção! A antinomia é classificada como: jurídica, nas situações em que duas 
normas são incompatíveis, esta antinomia é conhecida como própria; existindo 
ainda antinomias impróprias as que observem as situações, explicadas da seguinte 
forma, por Antônio Gasperin (2005): 
● Antinomia de princípio – refere-se ao fato dos ordenamento 
jurídicos serem normalmente inspirados em valores 
contrapostos, como, por exemplo, liberdade e segurança; 
● Antinomia de avaliação – ocorre quando um delito menor é 
punido com uma pena mais grave que um delito maior. 
● Antinomias teleológicas – têm lugar quando existe uma oposição 
entre a norma que prescreve o meio para alcançar o fim e a que 
Fundamentos sociais e históricos do Direito - Unidade n° 2 - História do Direito Brasileiro 
 
prescreve o fim, de modo que se aplicou a primeira não chegou 
ao fim estabelecido na segunda. 
2.4.1. Critérios para solução de Antinomias 
Ao tentar solucionar as antinomias, pode-se deparar com duas situações 
diferentes: a possibilidade de resolvê-las através de critérios próprios e ainda a 
impossibilidade de solução pela não aplicação de tais critérios. 
A autora Silvia Varella, leciona que: “às antinomias da primeira situação Bobbio 
chamará de antinomias aparentes (ou solúveis) e às da segunda situação de 
antinomias reais (ou insolúveis)” (Varella, 2012). Continuando a autora descreve que 
as regras fundamentais para a solução das antinomias aparentes (solúveis) são três: 
● critério cronológico – é aquele no qual, entre duas normas 
incompatíveis, prevalece a norma posterior (lex posterior derogat priori). 
● critério hierárquico – é aquele pelo qual, entre duas normas 
incompatíveis, prevalece a hierarquicamente superior (lex superior 
derogat inferiori). 
● critério da especialidade - é aquele pelo qual, entre duas normas 
incompatíveis, uma geral e outra especial (ou excepcional), prevalece a 
segunda (lex specialis derogat generali) (Varella, 2012). 
Agora, em se tratando de antinomias que não podem ser resolvidas por estes 
critérios caberá ao o juiz ou intérprete tem três possibilidades: 1) elimina uma das 
normas (interpretação ab-rogante), 2) elimina as duas (dupla ab-rogação) ou 3) 
conserva as duas (interpretação corretiva). 
 
Você quer ver? Ordenamento Jurídico. Para que o tema fique mais claro e prazeroso 
indicamos a vídeo aula presente no vídeo: O ORDENAMENTO JURÍDICO – Introdução 
ao Estudo do Direito – Mascaro. Canal GEN Atlas. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=GgRX5W64EZw>. 
 
https://www.youtube.com/channel/UCucbLdf3RPhhgEh60Ot8cmg
https://www.youtube.com/channel/UCucbLdf3RPhhgEh60Ot8cmg
https://www.youtube.com/watch?v=GgRX5W64EZw
https://www.youtube.com/watch?v=GgRX5W64EZw
https://www.youtube.com/watch?v=GgRX5W64EZw
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3. Direito e Moral 
 Sabendo que o Direito é o conjunto de normas jurídicas que tem como 
objetivo regulamentar a sociedade, é nosso dever neste tópico compreender a 
relação existente entre Direito e Moral. 
 Vamos iniciar observando o conceito de moral. Com origem na palavra latina 
moralis, a Moral consiste em um conjunto de práticas, de comportamentos 
padronizados, comuns a um determinado povo ou setor de uma sociedade em uma 
determinada época. 
Atualmente nós utilizamos da moral para orientação de comportamento dos 
indivíduos em sociedade. Ou seja, usamos da moral para estabelecer padrões do 
que é aprovado ou rejeitado pela sociedade. 
 Perceba que assim, com o Direito à Moral, visa-se estabelecer padrões de 
comportamento, dando sentido às ações das pessoas para que a convivência 
humana seja pacífica. As ações humanas em sociedade então podem ser praticadas 
e avaliadas sob dois olhares, o da moral e o do direito. 
 Percebam, existem regras que cumprimos de forma obrigatória, pois são 
impostas, e caso não sejam cumpridas existirá uma punição. Estas regras são as 
jurídicas, como por exemplo, o não pagamento de uma dívida na data de seu 
vencimento enseja juros e multa. 
E existem regras de ordem moral que tem como objetiva o equilíbrio das 
relações entre os indivíduos que convivam na sociedade, que estabeleçam regras de 
comportamento, como por exemplo, a não utilização de bermuda para ir ao fórum. 
 Assemelha-se a moral e o direito pelo fato de que ambos são utilizados para 
estabelecer padrões de comportamento à sociedade. 
3.1. A Diferenciação da Moral e do Direito 
 A diferença observada entre a Moral e o Direito reside na imperatividade,ou 
seja, no fato do Direito ser coercitivo. 
O Direito possui uma força, um poder que a moral não tem, podendo impor 
sanções, punições àqueles que não o respeitarem. 
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Você sabia? Ética e Moral não são a mesma coisa. Em que pese, em nosso cotidiano 
ser muito comum as pessoas usarem ética e moral como se estas tivessem o mesmo 
conceito em realidade à ética consiste em um modo de se comportar, ela é em 
síntese, o desenvolvimento individual da moral. É à prática dos padrões de 
comportamento determinados como bons ou ruins pela sociedade. 
 
4. Fontes do Direito 
As normas jurídicas não são as únicas do direito, ou seja, não é somente nas 
leis e nas constituições que o Direito nasce. Precisamos compreender de início que 
o Direito nasce não só no Poder Legislativo do Estado, este também surge de fatores 
éticos, sociais, históricos e políticos. 
Com isso podemos concluir que, fontes do direito, são todos os modos de 
manifestações formais (Poder do Estado) ou reais (Convivência Social) capazes de 
criar padrões de comportamento que a sociedade adote em seu cotidiano como 
uma regra de comportamento. 
Não se esqueça, o direito deve acompanhar o desenvolvimento das 
sociedades e é através de suas fontes que tal tarefa é concretizada. O direito formal 
tende a ser atrasado, pois este somente é criado após uma mudança social, logo são 
as fontes, principalmente as reais, que permitem que o direito não deixe de ser capaz 
de regulamentar a sociedade. 
4.1. As classificações das fontes do Direito 
Sendo as fontes necessárias à atualização do direito e a manutenção de seu 
poder de regulamentar a sociedade, vamos agora aprender quais são estas fontes. 
Para que o estudo seja eficaz as fontes do Direito serão expostas através de 
sua classificação que as distingue entre fontes reais ou formais. 
4.1.1. Fontes reais 
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As fontes reais ou materiais devem ser buscadas em meios de origem do 
direito que nascem através de fatores éticos, sociológicos, históricos e políticos, ou 
seja, que produzam o direito extraindo este da sociedade. 
Compreenda que não é apenas o Poder do Estado que cria o Direito, mas à 
associação de pessoas também produz normas. Desta forma, um contrato é uma 
fonte do direito, o regulamento de uma escola, ou de uma academia. E são estas 
formas de regularização da vida em sociedade o que se classifica como fonte real do 
Direito. 
4.1.2. Fontes formais 
Formais são as fontes que que se referem a uma norma jurídica que existe e 
que demonstra como os juristas a aplicam no cotidiano Jurídico. Esta modalidade de 
origem do direito pode ou não ser vinculada ao Estado 
As fontes estatais (com origem no Estado) não são propriamente produtoras 
de direto. Em realidade, estas são o Direito próprio como a lei. As fontes materiais 
são por onde o direito positivo se expressa (normas com legítima força, vigência e 
eficácia), por meio do qual, as regras sociais são impostas às pessoas. 
Essas fontes são: 
a) Legislação: resultado do procedimento de constituição do ordenamento 
Jurídico praticado por vários órgãos estatais. Tais órgãos formulam e 
promovem as legislações que criam. A legislação comporta diversos atos de 
criação de normas previstos na Constituição Federal Brasileira. 
Neste sentido temos o Artigo 59 da Constituição Federal, o qual a 
leitura é indicada, que elenca como instrumentos normativos do país: a lei 
constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, medidas 
provisórias, decreto Legislativo e resoluções do Senado. 
Atenção! Não se desespere caso não reconheça essas formas de 
legislar, de produzir, o direito. Este é o momento se compreende que existem 
essas formas e que elas são fontes formais que nascem se atos do Estado. O 
conceito, características e funções destas serão lecionados num próximo 
momento a você. Não se esqueça o conhecimento é um processo de 
construção e está é sua base que deve ser sólida para sustentar tudo que está 
por vir. 
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Os instrumentos apontados consistem ainda de fontes primárias, 
formais e estatais, isso porque possuem força de lei maior do que as 
legislações secundárias que são subordinadas às primárias, pois sem estas 
não teriam eficácia. 
São normas secundárias: os decretos regulamentares, as instruções 
ministeriais, circulares, portarias. 
b) Produção Jurisprudencial: assim como as normas (primárias ou 
secundárias) são fruto da atividade do Estado (atividade legislativa) a produção 
Jurisprudencial também o é, sendo que o que diferencia estas é que a 
produção jurisprudencial é o resultado da atuação do Poder Judiciário. As 
decisões proferidas pelo Judiciário formam em conjunto a denominada 
jurisprudência. Destaca-se nessa produção do Poder Judiciário a Súmula 
Vinculante. 
 
Você sabia? Súmulas Vinculantes consistem em um posicionamento adotado pelo 
Supremo Tribunal Federal após reiteradas decisões sobre a mesma matéria que tem 
como objetivo proporcionar maior estabilidade à jurisprudência e facilitar o trabalho 
do advogado e dos tribunais, simplificando o julgamento das questões mais 
frequentes, sendo que esta modalidade de Súmula, Vinculante, tem força de lei. 
 
Em relação às fontes formais não Estatais, estão são responsáveis por gerar o 
Direito e não são produzidas pelo Estado. Nesta modalidade de fonte temos, os 
costumes e a doutrina. 
c) Costumes: estes constituem a mais antiga forma de produção do Direito, o 
costume é o resultado de práticas sociais que se desenvolvem tão 
constantemente que passam a ser compreendidas como se leis fossem. O 
autor Alípio Silveira ao tratar do tema ressalta o fato de que o costume jurídico 
é formado por dois elementos necessários: o uso e a convicção jurídica, que 
integram o processo total da formação do direito consuetudinário (SILVEIRA, 
p. 262). 
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d) Doutrina: A fonte não estatal denominada de doutrina, consiste em 
realidade, em toda a produção científica realizada por atividades de pesquisa, 
opiniões fundamentadas, conteúdo ensinado por professores, pareceres 
técnicos. 
 As fontes do Direito, então, são todos os meios responsáveis pelo nascimento 
do Direito e que proporcionam a este evoluir acompanhando a sociedade. 
Síntese 
 Agora você tem a noção da importância de observarmos a evolução das 
práticas de construção do ordenamento jurídico, tendo podido, por exemplo, 
observar como os processos de transição social e política influenciaram na 
constituição das normas fundamentais da sociedade brasileira. 
Nesta unidade você teve a oportunidade de: 
1. A compreensão da evolução do direito no decurso da existência do Brasil. 
2. A identificação dos movimentos históricos que levaram ao surgimento do 
direito brasileiro. 
3. Capacitar o alunado a comunicar-se verbalmente e por escrito, bem como 
interpretar textos, atos e documentos jurídicos, que lidem com o tema exposto 
na unidade. 
4. Identificar as diferentes dimensões do estudo das ciências normativas e as 
respectivas correlações dogmáticas na construção do pensamento jurídico. 
5. Compreender o que são fontes do Direito e qual a importância destas. 
 
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