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Era Suas: o financiamento.


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Era SUAS: O financiamento da política de assistência social.
Em 2003, todos os esforços se voltaram para a construção do SUAS: Sistema Único de Assistência Social, com a IV Conferência Nacional de Assistência Social que delimitava algumas bases matriarcais como a territorialização, hieraquização das atenções em níveis de proteção básica e especial. Em 2004, houve uma fusão e foi fundado o MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a fome – e o documento sobre a Política Nacional de Assistência Social que norteou as diretrizes desse campo para todo o país. A PNAS tem três eixos balizadores que são a gestão, o financiamento e o controle social. Houve uma necessidade de tirar o modelo tradicional de operacionalizar o financiamento por práticas centralizadas, pontuais a partir de bases patrimonialistas e clientelistas engessada sob a lógica de repasse de recursos operados sob o viés de renda per capita.
O conceito de Seguridade Social foi incluído pela constituição de 1988 , no Capítulo II, do título “Da Ordem Social”. A assistência passou a ter regulações que a entendem como política de estado, não suscetível às variações de governo. As principais diretrizes estabelecidas pela PNAS para o financiamento da assistência social é que ele se dê: tendo como base o território; considerando o porte dos municípios; levando em consideração a complexidade dos serviços concebidos de maneira hierarquizada e complementar; com repasses regulares e automáticos; com o estabelecimento de pisos de proteção correspondentes ao nível de proteção; com confinanciamento; com a correspondência nos instrumentos de planejamento público;; efetuando projeções para a universialização da cobertura; garantindo revisão de regulação, intersetorialização com a saúde e educação. O financiamento deve ser descentralizado e participativo da assistência social operacionalizado pela via do SUAS. A PNAS atribui que os serviços devem ter financiamentos continuados, os programas e projetos devem ser financiados pela via dos fundos diretamente ou por meio de transferências respeitando prazos (os benefícios em espécie devem ser transferidos aos cidadãos). Há o diagnóstico socioterritorial (regional, municipal e intramunicipal) que norteie o planejamento das ações e também para a orçamentação garantindo a especificidades e diversidades de cada região. As emendas propostas devem se orientar por meio da PNAS e serem executadas com base em suas diretrizes.
Foi necessária a sua tradução em uma norma que operacionalizasse a assistência social no campo do financiamento como de fato uma política pública. A norma operacional Básica do SUAS – NOB/Suas buscou cumprir esse papel. Tendo em vista que a PNAS sempre visa a integração da gestão, financiamento e controle. A NOB estabelece que a gestão financeira do SUAS deve das ênfase nos Fundos de Assistência Social (Base legal, lei 4.320/64). Os fundos devem ser unidades orçamentárias e haver o controle social sobre recursos. As unidades orçamentárias representam mecanismos de captação e apoio financeiro aos programas orçamentários e às ações de sua área de atuação. Esse fundo não possui personalidade jurídica própria, ou seja, deve estar vinculado ao gestor da política de assistência social da referida esfera do governo. A NOB ainda, reforça o artigo 30 da Loas quando preconiza que cada esfera do governo deve contar com a alocação de recursos próprios em seu orçamento para o financiamento das ações finalisticas da área.
O Índice SUAS é calculado todo ano pelo MDS, sendo adotado sempre que há uma expansão de recursos para a proteção social básica e claro, transparecendo esse resultado. Ainda é complicado que o financiamento expresse o que a gestão busca e necessita desenvolver.
Sobre as condições gerais para a transferência de recursos federais: 
Em relação aos municípios, deve ser averiguado os níveis de gestão em que se encontram de acordo com a norma;
Constituir unidade orçamentária para cada fundo de assistência social;
Comprovar a execução orçamentária e financeira dos recursos próprios do tesouro e recebidos em cofinanciamento destinado a assistência social aprovadas pelos respectivos conselhos;
Corresponder aos critérios de partilha;
Comprovar o conhecimento e controle do conselho pelos relatórios anuais;
Alimentar as bases no SUAS-Web
Sobre os mecanismos de transferência dos recursos da assistência social, pela via dos fundos:
Repasse direto aos destinatários;
Aporte próprio e transferência fundo a fundo;
Repasse de recursos de maneira regular e automática para financiamento dos serviços de forma continuada nos níveis estabelecidos pela PNAS, com: Inserção no Suas-Web, liberação mensal dos recursos, cofinanciamento de consórcios e serviços de referência regional; Aprovação do conselho como condição e relatório de gestão.
Nova sistemática de convênios de caráter eventual e não continuados.
A NOB estabelece pisos de proteção social para a transferência de recursos destinados aos serviços de assistência social. São instituídos 7 pisos sendo três na Proteção Social básica e quatro na Proteção Social Especial (dois na média e dois na alta complexidade). A concepção de cofinanciamento busca pela provisão dos serviços prestados descentralizadamente, assim define-se as responsabilidades de cada ente federativo. Busca definir o percentual de participação de cada esfera na composição de pisos de proteção social estabelecidos.