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TRABALHO INTERDISCIPLINAR 2017 2 (1)

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
ADMINISTRAÇÃO
RELATÓRIO DESCRITIVO SOBRE A USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO RIACHO DOCE, ASPECTOS SOCIAL E AMBIENTAL; GESTÃO DE PESSOAS E DIREITO EMPRESARIAL E DO TRABALHO.
CARMEN LUCIA M. P. DE SOUZA.
 gABRIELA DE OLIVEIRA SILVA
 IANDRA EUFRAZIO DA SILVA SOUSA
 Xique-Xique- BA
 2017
RELATÓRIO DESCRITIVO SOBRE A USINA HIDRELÉTRICA FOZ DO RIACHO DOCE, ASPECTOS SOCIAL E AMBIENTAL; GESTÃO DE PESSOAS E DIREITO EMPRESARIAL E DO TRABALHO.
CARMEN LUCIA M. P. DE SOUZA
 
 gABRIELA DE OLIVEIRA SILVA
 
 IANDRA EUFRAZIO DA SILVA SOUSA
Trabalho apresentado ao Curso de Adminisração da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, nas disciplinas Responsabilidade Social e Ambiental; Gestão de Pessoas e Direito Empresarial e do Trabalho.
Orientador: Profº. Elisete Alice Zanpronio de Oliveira; Emilia Yoko
Okayama; Everton Taveira
Cangussu; Elias Barreiros; Indiara Beltrame Brancher; Janaina Carla Vargas S. Testa; Natalia Branco Lopes; Aleksander Roncon; Nicole Cerci Mostagi e Eduardo Faria Nogueira.
Xique-Xique – BA
2017.
sumáriO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................4
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO........................................................................................6
3 RESULTADOS E DISCURSÕES.............................................................................7
4 GESTÃO DE PESSOAS..........................................................................................8
5 DIREITO EMPRESARIAL E DO TRABALHO........................................................13
6 CONCLUSÃO.........................................................................................................21
7 REFERENCIA BIBLIOGRAFÍCA............................................................................22
INTRODUÇÃO
1.1 CENÁRIO ENERGÉTICO NACIONAL
O conteúdo a seguir apresentado baseia-se no Balanço energético nacional publicado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2016).
Em 2015, a oferta interna de energia (total de energia demandada no país) aumentou 11,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep), anotando uma taxa de crescimento de 4,1% e atingindo 283,6 Mtep. Essa expansão torna-se ainda mais significativa ante a evolução do PIB nacional, de apenas 0,9% segundo as estimativas preliminares do IBGE.
Gás natural, petróleo e derivados responderam por 97% deste incremento. Isto se deve basicamente à redução na oferta interna de biomassa da cana, notadamente do etanol, e de hidroeletricidade. Uma vez que a produção de derivados, ainda que tenha aumentado não acompanhou o ritmo da demanda, houve, como consequência, maior importação de gasolina e diesel.
Outro reflexo foi à redução da proporção de renováveis na matriz energética. Contudo, essa participação manteve-se em patamar muito elevado, de 42,4%, significativamente acimada média mundial, calculada em 13,2% pela Agência Internacional de Energia.
No setor de energia elétrica, apesar do aumento de 1.835 MW na potência instalada do parque hidrelétrico, a oferta de energia hidráulica reduziu-se em 1,9% devido às condições hidrológicas observadas em 2015, especialmente na segunda metade do ano. A menor oferta hídrica explica o recuo da participação de renováveis na matriz elétrica, de 88,9% em 2014 para 84,5% neste ano. A potência eólica atingiu 1.894 MW, o que proporcionou uma geração que praticamente dobrou a fatia desta fonte na matriz elétrica nacional. O aumento do consumo final de eletricidade, de 3,8%, puxado pelas famílias e pelo setor de serviços, foi atendido com aumento da geração térmica convencional, especialmente das usinas movidas a gás natural, cuja participação na matriz cresceu de 4,4% para 7,9%%. 27. Como decorrência houve aumento das perdas na transformação (o rendimento da planta térmica na conversão para eletricidade é bastante inferior ao da usina hidrelétrica). Em 2012, o total de emissões antrópicas (resultantes da ação do ser humano)associadas à matriz energética brasileira atingiu 429 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (MtCO2-eq), sendo a maior parte (209,3 MtCO2-eq) gerada no setor de transportes. A intensidade de carbono na economia foi de 0,19 kgco2/US$ [2012] (no conceito de paridade do poder de compra). A economia brasileira permanece sendo, em média, 2 vezes menos intensa em carbono do que a economia americana, 1,3 vezes menos que a economia europeia e 4 vezes menos do que a economia chinesa. Em termos de emissões por habitante, cada brasileiro, produzindo e consumindo energia em 2012, emitiu em média 2,2 TCO2-eq, ou seja, cerca de quatro vezes menos do que um europeu, 9 vezes menos do que um americano e 3 vezes menos do que emite um chinês.
Apesar do aumento da geração térmica, o setor elétrico brasileiro emitiu, em média, apenas 82 kgCO2 para produzir 1 MWh. É um índice ainda muito baixo quando se estabelecem comparações internacionais. Por exemplo, os setores elétricos americanos e chineses emitem, respectivamente, 7 e 11 vezes mais.
A Figura 1 apresenta a evolução da produção de energia primária no Brasil, no período de 1970 a 2010. Nota-se que esta produção de energia primária baseia-se em cinco principais fontes, sendo elas: petróleo, gás natural, hidráulica, lenha e produtos da cana-de-açúcar.
Figura 1 – Produção de Energia Primária Nacional.
Fonte: (EPE, 2015) 
A Figura 2 apresenta a estrutura da oferta interna de eletricidade no Brasil, por fonte, em 2015.
Figura 2 – Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte – 2015.
Fonte: (EPE, 2015)
REFERÊNCIAL TEORICO
HIDRELÉTRICA DO RIACHO DOCE
Após apreciarmos o cenário energético atual, vamos analisar o caso da Hidrelétrica do Riacho Doce. A Foz do Riacho Doce é a empresa detentora da concessão da Usina Hidrelétrica Foz do Riacho Doce. A empresa também implantou e administra e opera a Obra. Com quatro unidades geradoras, a Usina tem uma potência instalada de 855 megawatts. É energia suficiente para abastecer mais de 5 milhões de lares. 
Está instalado no Rio Doce, entre os municípios de Águas De Purificação, o município de Lotus. O eixo da Barragem encontra-se nas coordenadas geográficas 27º 08` 22,75``de latitude sul e 53º 02´ 50,59`` de longitude Oeste. A barragem da Foz do Riacho Doce tem 598 metros de extensão e 48 metros de altura e foi a primeira do Brasil a utilizar a técnica do núcleo asfáltico, comum em países da Europa e EUA.
O Vertedouro da Foz do Rio Doce é formado por Quinze Comportas que escoam a agua do reservatório não utilizada para geração de energia.
Bem sabemos que se por um lado a construção de uma Hidrelétrica gera inúmeros benefícios dentre eles: Energia Elétrica, Reservatórios d´água; Pratica de esportes; Pesca e criação de peixes; Controle de enchentes; lazer e entretenimento, além da geração de muitos empregos. Por outro lado, moradores perderão uma expressiva porção de terra produtiva, impactos ambientais pela interrupção da Piracema, Êxodo Rural e a historia de um povo que literalmente vai por água abaixo. 
Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) mais de 2,5 mil famílias foram atingidas direta e indiretamente pelas obras da Usina, dessas cerca de 600 ainda aguardam na justiça por pendências com o Consórcio Riacho Doce. Porém as recuperações de áreas estão sendo feitas, R$ 9 milhões estão sendo aplicada em recuperação, permitindo a preservação de diversas áreas de importância Biológicas, também a construção de uma Estação de Piscicultura amenizando o impacto da Piracema. 
RESULTADOS E DISCURSÕESRESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
Como relatamos anteriormente, existe um movimento que contesta o número de famílias atingidas pelo empreendimento Foz do Rio Doce. È o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que é um movimento popular brasileiro, surgido a partir do fim da década de 1970 com o objetivo de organizar os atingidos pela construção de barragens para a defesa de seus direitos é um movimento Social. Para entendermos melhor o conceito de Movimento social é uma "expressão técnica" que designa a ação coletiva de setores da sociedade ou organizações sociais para defesa ou promoção, no âmbito das relações de classes, de certos objetivos ou interesses - tanto de transformação como de preservação da ordem estabelecida na sociedade. O mesmo utiliza canais institucionais de participação cidadã – como conselhos e orçamentos participativos, Internet, Radio TV, manifestações e demais canais de comunicação, principalmente ONG´s voltadas ao Meio Ambiente.
Atualmente no mundo atual a tecnologia tem ajudado bastante na preservação do Meio Ambiente. Vamos ver como elas podem ajudar na preservação.
O termo "tecnologia" refere-se à aplicação do conhecimento para fins práticos. 
O termo "verde" (Green em inglês) refere-se à designação ao meio ambiente!
O campo de "tecnologia verde" engloba um grupo em constante evolução de métodos e materiais, de técnicas de geração de produtos que causem menos impacto ambiental. Diversas empresas vêm investindo na preservação do meio ambiente e também no desenvolvimento de produtos eletrônicos, energias renováveis, veículos entre tantos outros, que não sejam tão danosos à natureza tanto enquanto são usados, quanto no momento em que são descartados. Exemplos de tecnologia verde é a redução do consumo de energia, utilização de material reciclável ou criado a partir de fontes renováveis de energia e produtos reutilizáveis. 
A expectativa atual é que este campo trará inovação e mudanças na vida diária na magnitude semelhante à tecnologia de informação “explosão durante as últimas duas décadas”. Nesses estágios iniciais, é impossível prever o que a tecnologia "verde" poderá vir a abranger. 
Os objetivos que informam a evolução neste campo de rápido crescimento incluem: 
Sustentabilidade - Entende-se como o encontro das necessidades da sociedade de uma forma que pode continuar indefinidamente no futuro, sem danificar ou esgotando os recursos naturais. Em suma, a satisfação das necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades. 
GESTÃO DE PESSOAS.
O clima organizacional analisar a influência nas empresas e nas pessoas e como estes fatores afetam os trabalhadores em ambientes corporativos, considerando que este fenômeno interfere diretamente seu desenvolvimento, eficiência e produtividade. As pessoas são a essência das organizações, e analisar com maior precisão seu bem estar permite as empresas atributos para obterem diferencial competitivo.  A performance das empresas está diretamente ligada ao seu núcleo intelectual e o clima organizacional exerce impacto emocional nestes profissionais na medida em que os influenciam psicologicamente alterando sua motivação e satisfação. O clima organizacional influência na satisfação e no rendimento do trabalho, o conhecimento do ambiente organizacional colaborar com a melhoria da qualidade de vida dos colaboradores no trabalho, fazendo com que aperfeiçoem o desempenho da organização. 
Fala-se em clima organizacional para referir-se as influencias do ambiente interno de trabalho sobre o comportamento humano, uma vez que as empresas têm tentado conhecer melhor a dinâmica da vida organizacional, identificando as percepções que os funcionários têm em relação aos aspectos importantes da vida organizacional. Partindo então desse pressuposto é que foi construído o questionário de pesquisa de clima organizacional aplicado, onde se pretende mapear o nível de satisfação dos colaboradores buscando melhorias contínuas tanto para o colaborador quanto para a organização.
Figura 1- MEUS TRABALHOS E MEUS OBJETIVOS
	
	Discordo totalmente 
	Discordo
	Concordo
	Concordo totalmente
	1.1 Meu trabalho requer utilizar minhas habilidades e conhecimentos
	
	
	
	
	1.2 Tenho oportunidades para comunicar minhas ideias e sugestões a minha direção e área
	
	
	
	
	1.3 Eu gosto do trabalho que realizo
	
	
	
	
	1.4 Somos incentivados a serem inovadores
	
	
	
	
Figura 2 – A ORGANIZAÇÃO E O AMBIENTE DE TRABALHO.
	
	Discordo totalmente 
	Discordo
	Concordo
	Concordo totalmente
	2.1 O ambiente de trabalho atende as minhas necessidades físicas
	
	
	
	
	2.2 É fácil conseguir a colaboração das pessoas de outras áreas
	
	
	
	
	2.3 A empresa demonstra preocupação com a segurança no trabalho
	
	
	
	
	2.4 Em minha área de trabalho se comemoram os resultados
	
	
	
	
Figura 3 – APOIO DA CHEFIA E DA ORGANIZAÇÃO
	
	Discordo totalmente 
	Discordo
	Concordo
	Concordo totalmente
	3.1 Sempre que necessito, meu chefe está disponível para ajudar a resolver as dificuldades que encontro em meu trabalho.
	
	
	
	
	3.2 Meu chefe faz elogios quando realizo um bom trabalho
	
	
	
	
	3.3 O dialogo é utilizado para resolver todos os problemas da empresa
	
	
	
	
	3.4 As mudanças realizadas pela empresa são planejadas
	
	
	
	
Figura 4 – TRABALHO EM EQUIPE
	
	Discordo totalmente 
	Discordo
	Concordo
	Concordo totalmente
	4.1 Na empresa se leva em conta minha opinião para melhorá-la
	
	
	
	
	4.2 Temos oportunidades para buscar soluções com pessoas de outras áreas para problemas que afetam ambas as partes.
	
	
	
	
	4.3 No meu grupo de trabalho existem disputas profissionais
	
	
	
	
	4.4 No meu grupo de trabalho sou excluída das decisões.
	
	
	
	
Bem, como podemos observar estas pesquisas é importante para conhecermos as opiniões dos colaboradores, o que pensam em respeito da organização, assim os Diretores podem alterar ou melhorar as falhas pendentes e concentrar esforços para suprir as necessidades dos colaboradores.
5. DIREITO EMPRESARIAL E DO TRABALHO.
Atualmente não é notória a preocupação em se questionar o fato da possibilidade de que o planeta tenha chegado ao seu limite. Mas para alguns estudiosos, medidas urgentes precisam ser tomadas para se evitar o colapso ambiental.
Ao longo do tempo têm-se agrupado os participantes desta história, que são considerados como os desenvolvimentistas, que são entendidos como o grupamento que enfatiza exclusivamente o crescimento econômico; os santuaristas, para quem a preservação é tudo e o crescimento econômico nada; e os sustentabilistas, fruto do entrechoque entre as duas correntes anteriores, segundo os quais, mais do que possível é imprescindível conciliar o crescimento econômico com a preservação ambiental.
Assim, os desenvolvimentistas dirão que, preocupação ambiental é coisa de ecologista desempregado, haja vistas que as regiões que mais pressionam pela preservação ambiental são precisamente as que mais destroem o meio ambiente. E, por consequência, enfatizam que a preservação ambiental trava o desenvolvimento. 
 Já para os santuaristas, o crescimento econômico, especialmente da região amazônica e de países africanos, não representou qualquer tipo de inclusão social da população mais pobre; portanto, não há razão para o uso dos recursos naturais desses países, cuja utilização, em última análise, compromete o equilíbrio ambiental.
E os denominados sustentabilistas alegam que não existe esta contradição acerca de haver possibilidade de crescer economicamente, inclusive utilizando os recursos naturais sem implicar em agressão ambiental, à medida que há uma razoável quantidade de instrumentos científicos capazes de minorar esses impactos. 
Considera-se assimque o fato é que, independentemente de ponto de vista de várias fontes, ainda não se questiona os limites ambientais do planeta. Sopesando sobre esta questão deve-se avaliar que em consenso generalizado, para os maiores poluidores do planeta são necessárias medidas urgentes precisam a serem tomadas no sentido de se prevenir ou evitar o colapso ambiental mundial. 
O meio ambiente sustentável tem seu custo, este que a exemplo do Brasil, embora não esteja compelido a fazer qualquer redução de emissão de gases do efeito estufa, tem adotado, além do crescente rigor na questão do manejo de florestas, uma série de medidas na busca de um meio ambiente saudável. Dentre elas, experiências concretas de redução desses gases por meio de mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e a exigência, por parte de setores poluentes, como o automotivo, da adoção de tecnologias que reduzam a emissão de poluentes. 
É notório que o meio ambiente saudável acarreta em custos. Mas em sociedades de mercado capitalista, os detentores do capital não se encontram ainda dispostos a reduzir sua margem de lucro para incorporarem novas tecnologias que minorem o impacto ambiental. Uma solução dentre infinitas outras encontradas para tal consta como a opção de repassar o custo para o consumidor, o que significa reduzir o alcance de quem pode comprar e, mais grave ainda para o mercado, reduzir a competitividade das grandes empresas, em contrapartida se percebe que tais procedimentos versam a priori em decisões é exclusivamente políticas. 
 As questões ambientais, ao logo do tempo, vêm se sobressaindo em lugares de destaque em se tratando das preocupações sociais e econômicas. Desta forma foi percebido que por volta dos anos 70 surgia certa crença generalizada de que o crescimento econômico de uma nação seria a fonte da maioria dos problemas ambientais. Entretanto, se pode perceber que a partir dos anos 90 alguns economistas dirigem discussões com o intuito de argumentar em sentido contrário a esta visão, alegando que seria extremamente pessimista, e, que, na medida em que se forem rejeitas as alterações tecnológicas, educacionais, econômicas e políticas que acompanham o desenvolvimento de uma nação, é que se poderão amenizar os problemas ambientais. Assim, vale mencionar que é imperativo, atualmente, se ampliar estratégias eficazes no que concerne o desenvolvimento sustentável voltadas para o amadurecimento das economias sem que o meio ambiente seja degradado. 
Para tratarmos da ordem econômica constitucional devemos antes mencionar algumas noções sobre “ordem econômica” e “Constituição econômica”.
Para Eros Roberto Grau, a ordem econômica, ainda que se oponha a ordem jurídica[1], é usada para referir-se uma parcela da ordem jurídica, que compõe um sistema de princípios e regras, compreendendo uma ordem pública, uma ordem privada, uma ordem econômica e uma ordem social (GRAU, 2004, p. 51).
André Ramos Tavares que também concebe a ordem econômica com uma ordem jurídica da economia, a define como sendo “a expressão de certo arranjo econômico, dentro de um específico sistema econômico, preordenado juridicamente. É a sua estrutura ordenadora, composta por um conjunto de elementos que confronta um sistema econômico.” (TAVARES, 2006, p. 81).
Vital Moreira assevera que a ordem econômica possui diversos sentidos:
“- em um primeiro sentido”, "ordem econômica" é o modo de ser empírico de uma determinada economia concreta; a expressão, aqui, é termo de um conceito de fato (é conceito do mundo do ser, portanto); o que o caracteriza é a circunstância de referir-se não a um conjunto de regras ou a normas reguladoras de relações sociais, mas sim a uma relação entre fenômenos econômicos e matérias, ou seja, relação entre fatores econômicos concretos; conceito do mundo do ser exprime a realidade de uma inerente articulação do econômico como fato;
- em um segundo sentido, “ordem econômica” “é expressão que designa o” conjunto de todas as normas (ou regras de conduta), qualquer que seja a sua natureza (jurídica, religiosa, moral etc.), que respeitam à regulação do comportamento dos sujeitos econômicos; é o sistema normativo (no sentido sociológico) da ação econômica;
- “em um terceiro sentido, “ordem econômica” significa ordem jurídica da economia.” (MOREIRA apud GRAU. 2004 p. 57-58).
A expressão “ordem econômica” adquiriu dimensão jurídica a partir do momento em que as constituições dos Estados passaram a discipliná-la sistematicamente, fato este que se iniciou com a Constituição do México de 31 de janeiro 1917[2] e a Constituição alemã de Weimar de 11 de agosto de 1919[3]. No Brasil, através da Constituição de 16 de julho 1934. [4]
Neste momento ocorre uma transição de um modelo econômico liberal, pautado na regra do “laissez faire, laissez passer”, onde o Estado deve abster-se de qualquer regulação, pois melhor do que ele, “a mão invisível” de que fala Adam Smith regularia a economia. Entra em cena o modelo econômico intervencionista estatal, inaugurando o Estado Social, que passa a regular sistematicamente a vida econômica, dando ensejo ao surgimento das chamadas Constituições econômicas.
Para Vital Moreira a Constituição econômica:
“(...) é, pois, o conjunto de preceitos e instituições jurídicas que garantindo os elementos definidores de um determinado sistema econômico, instituem uma determinada forma de organização e funcionamento da economia e constitui, por isso mesmo, uma determinada ordem econômica; ou, de outro modo, aquelas normas ou instituições jurídicas que, dentro de um determinado sistema e forma econômicos, que garantem e (ou) instauram, realizam uma determinada ordem econômica concreta” (MOREIRA apud TAVARES, 2006, p. 75).
Com a Constituição econômica, a economia assume feição jurídica, ou seja, ocorre uma juridicização de temas econômicos em sede constitucional. Já para Eros Roberto Grau, as Constituições econômicas não ensejaram na verdade a constitucionalização da ordem econômica, posto que “a ordem econômica, parcela da ordem jurídica, aparece como uma inovação deste século, produto da substituição da ordem jurídica liberal por uma ordem jurídica intervencionista” (GRAU, 2004, p. 62). Tal fato implica afirmar que a relativa ausência de normas econômicas em cartas políticas anteriores não significa a inexistência de uma Constituição econômica e muito menos de uma ordem econômica.
Diante de todo o exposto, parafraseando André Ramos Tavares, temos que “a ordem econômica constitucional seria o conjunto de normas que realizam uma determinada ordem econômica no sentido concreto, dispondo a cerca da forma econômica adotada” (TAVARES, 2006, p. 83.).
5.1 A Ordem Econômica Constitucional da Constituição de 1988.
As bases constitucionais do atual sistema econômico brasileiro encontram-se dispostas no Título VII, “Da Ordem Econômica e Financeira”, nos arts. 170 a 192.
José Afonso da Silva assevera que a ordem econômica, consubstanciada em nossa Constituição vigente é uma forma econômica capitalista, porque ela se apoia inteiramente na apropriação privada dos meios de produção e na iniciativa (SILVA, 2001, p. 764). Em outro sentido, Raul Machado Horta afirma que o texto constitucional na ordem econômica está “impregnada de princípios e soluções contraditórias. Ora reflete um rumo do capitalismo liberal, consagrando os valores fundamentais desse sistema ora avança no sentido de intervencionismo sistemático e do dirigismo planificador, com elementos socializadores” (HORTA apud MORAES, 2008, p. 796.). Vejamos o disposto no art. da Carta de 1988:
“Art. 170”. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviçose de seus processos de elaboração e prestação;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. “É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.”
Pela leitura do dispositivo constitucional podemos inferir que a Ordem Econômica Constitucional brasileira tem como fundamentos a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa privada.
A valorização do trabalho humano é também fundamento da República Federativa do Brasil, nos termos no art. 1º, inc. IV da CF/88, nos levando a crer que a valorização do trabalho é um princípio, e mais precisamente, segundo a lição de J. J. Gomes Canotilho, um “principio político constitucionalmente conformador” (CANOTILHO, 2006, p. 201.). Manoel Gonçalves Ferreira Filho afirma que a valorização do trabalho é princípio sublinhado pelo constituinte dentro da linha firmada pela doutrina social da igreja, como sendo um valor cristão (FERREIRA FILHO, 2007, p. 361.). Já Eros Roberto Grau assevera que esta caracterização principiológica, denota uma preocupação com um tratamento peculiar ao trabalho que, “em uma sociedade capitalista moderna, peculiariza-se na medida em o trabalho passa a receber proteção não meramente filantrópica, porém politicamente racional”. Seguindo este raciocínio e conforme os dizeres de Nagib Slaib Filho, é inegável que o trabalho diz respeito ao fator social da produção, “porém ele está muito além da necessidade econômica de suprir as necessidades materiais – é uma necessidade, inerente à natureza humana e ao instituto da auto preservação e progresso pessoal” (SLAIB FILHO, 2006, p. 702). José Afonso da Silva por sua vez, alerta que nossa ordem econômica embora de natureza capitalista que “dá prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os demais valores da economia de mercado” (SILVA, 2001, p. 766).
A livre iniciativa, como segundo fundamento da ordem econômica, á seu turno, também é fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, inc. IV da CF/88). Trata-se, pois, também de “princípio político constitucionalmente conformador”, que segundo Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior possui uma densidade normativa, da qual se pode extrair a “faculdade de criar e explorar uma atividade econômica a título privado” e a“ não sujeição a qualquer restrição estatal, senão em virtude de lei” (ARAUJO; SERRANO JUNIOR, 2006, p. 466). Nesse sentido, salienta André Ramos Tavares que o postulado da livre iniciativa tem uma conotação normativa positivada (liberdade a qualquer pessoa) e um viés negativo (imposição da não intervenção estatal) (TAVARES, 2006, p. 83).
José Afonso da Silva comenta que a livre iniciativa consagra uma economia de mercado, de natureza capitalista, já que a iniciativa privada é um princípio básico da ordem capitalista, e afirma também que “a liberdade de iniciativa envolve a liberdade de indústria e comércio ou liberdade de empresa e a liberdade de contrato”. Porém, em contrapartida, Eros Roberto Grau, reconhece e insiste que a liberdade de iniciativa não se identifica apenas com a liberdade de empresa, pois ela abrange todas as formas de produção individuais ou coletivas, dando ensejo às iniciativas privada, cooperativa, autogestionária e pública (GRAU, 2004, p. 186-187). Contudo, é certo que é fundamental o reconhecimento de que a livre iniciativa tem seu ponto sensível na chamada liberdade de empresa, que pode ser entendida sobre três vertentes: “liberdade de investimento ou acesso; liberdade de organização; liberdade de contratação” (VAZ apud ARAUJO; SERRANO JUNIOR, 2006, p. 465).
É importante registrar também, que estes fundamentos da valorização do trabalho humano e da livre iniciativa têm por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
Existência digna é a finalidade ou objetivo da ordem econômica. Registre-se que o texto constitucional no art. 1º, inc. III enaltece também a dignidade da pessoa humana a fundamento da República Federativa do Brasil. A dignidade da pessoa humana (ou existência digna) fundamenta e confere unidade não apenas aos direitos fundamentais, mas também à ordem econômica. Nesse sentido é a conceituação de José Afonso da Silva:
“Dignidade da pessoa humana é um valor supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem, desde o direito à vida. “Concebido como referência constitucional unificadora” de todos os direitos fundamentais [observam Gomes Canotilho e Vital Moreira], o conceito de dignidade da pessoa humana obriga a uma densificação valorativa que tenha em conta o seu amplo sentido normativo-constitucional e não qualquer ideia apriorística do homem, não podendo reduzir-se o sentido de dignidade humana à defesa dos direitos pessoais tradicionais, esquecendo-a nos casos de direitos sociais, ou invoca-la para construir ‘teoria do núcleo da personalidade’ individual, ignorando-a quando se trate de garantir as bases da existência humana. Daí decorre que a ordem econômica há de ter por fim assegurar a todos existência digna (art. 170), a ordem social visará à realização da justiça social (art. 193), a educação o desenvolvimento da pessoa e o seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205) etc., não como meros enunciados formais, mas como indicadores do conteúdo normativo eficaz da dignidade da pessoa humana”. (SILVA, 2001, p. 109)
6. CONCLUSÃO
Sabemos que o desenvolvimento econômico sempre se chocará com a preservação Ambiental, com tudo as pessoas tem o direito de assegurar a sua existência digna, as grandes obras, sejam ela de qualquer natureza, devem se preocupar muito com a defesa do meio ambiente, não podemos apenas construir uma obra, dizer que vamos gerar empregos, trazer o progresso e simplesmente esquecermo-nos da vida local, da subsistência das pessoas, a Constituição Federal nos garante isso, no Artigo 170 inciso VI. 
Estudos ambientais e ações preventivas devem ser redigidos com mais rigor, a existência Digna de uma pessoa ou comunidade é muito mais importante que a construção de Barragens ou outra obra qualquer, Contudo necessitamos de determinados projetos e obras, para geração de empregos e renda. Trabalhar o Progresso em harmonia com o Meio ambiente é a saída perfeita para a subsistência das pessoas. 
7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEGRETTI, M.. A Construção social de politicas publicas. Chico Mendes e o movimento dos seringueiros. Disponível em http://ojs.c3sl.ufpr/index.php/made/article/viewfile/13423/9048. 
AVONA, M. E. Gestão de Pessoas. Londrina: Editora e distribuidora Educacional S.A., 2015. 224 p.
CABRAL, A. R. N.. LEONETTI, C. A.. Uma ordem econômica sustentável junto ao principio constitucional da defesa do ambiente. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/cod=99880ac6c3bbe603. Data de acesso: Jul. 2017.
CANOTILHO, J. J. Gomes (José Joaquim Gomes), 1941: Direito Constitucional e Teoria da Constituição.
DELBONO, B. de F.. Responsabilidade social e ambiental. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Disponível em: http://www.epe.org.br.
FILHO, Manoel Gonçalves Ferreira. Curso de Direito Constitucional - 33ª Edição 2007.
Graus, Eros Roberto-- A ordem Econômica na Constituição de 1988. 9ª Edição; 07.04.2010.
GOHN, M. da G. Teoria dos movimentos sociais: Paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Ed. Loyola, 2002.
SILVA, José Afonso da, 1925. Curso de Direito Constitucional Positivo.
Tavares, André Ramos, 1972- Curso de direito constitucional / André Ramos Tavares. - São Paulo: Saraiva 2006. 1208 p.

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