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Resumo Farmacotécnica I – Bloco 3 - Eduardo COMPRIMIDOS Definição - Formas farmacêuticas sólidas: compressão de pós ou grânulos utilizando matriz e punções. - Variação: tamanho, forma, espessura, coloração (identificação), dureza, desintegração e liberação (imediata, retardada, repetida, sustentada). Classificação - Tipo: . Liberação imediata: deglutição com água e desintegração no estômago, para liberação das partículas do fármaco que sofrem dissolução nos fluídos do TGI e posterior absorção no intestino. Ex: Aspirina, ASS, Anador. . Dispersíveis: o comprimido é colocado num copo com água sofrendo desintegração e posteriormente a solução formada é deglutida. Indicação: problemas de dores estomacais e gastrite. Crianças e idosos que tem dificuldade de deglutir cp Ex: Biofenac dispersível, Cataflam D. . Mastigáveis: administrados na cavidade bucal sendo a desintegração rápida devido ao ato da mastigação. Indicação: crianças e idosos com dificuldade de deglutição. Ex: Polivitamínicos e Vernífugos (desintegração e dissolução bucal e ação intestinal ou sistêmica) Antiácidos (desintegração bucal e ação estomacal). . Bucal ou Pastilhas: o comprimido sofre desintegração lenta, o fármaco é liberado lentamente para ação na cavidade bucal. Indicação: administração local (tópica). Ex: nistatina para tratamento de candidíase bucal; anestésicos e antibióticos para amidalites. . Sublingual: o comprimido é colocados na mucosa abaixo da língua e sofre desintegração imediata para a liberação do fármaco. A mucosa sublingual é muito úmida, fina e ricamente vascularizada. Ação cardíaca: após absorção o fármaco vai direto para o coração. Ex: nitroglicerina para tratamento da angina. . Intravaginal: administração de fármacos na mucosa vaginal. Ex: Naxogin® (nistatina, nimizarol, cloranfenicol) . Efervescentes: apresentam um sistema ácido-base (ácido cítrico- bicarbonato) que ao contato com água produz gás (CO2) que facilita a desintegração do comprimido e a dissolução do fármaco (início de ação mais rápido). Exemplos: Paracetamol, Aspirina efervescente, Antiácidos (Sonrisal®). . Comprimidos obtidos por múltiplas compressões: permite veiculação de fármacos incompatíveis em compartimento diferentes. Melhora a aceitação do produto (estratégia de Marketing) Existem 2 tipos de sistemas: sistema com múltiplas camadas e sistema reservatório núcleo Ex: Coristina D . Revestidos: produzidos por compressão e revestidos com material a base de açúcar (drágea), polímero (comprimidos peliculados), gelatina (gelcap). (Razões para o revestimento: proteção do fármaco (luz, calor, unidade), mascarar gosto e odor desagradável). - Liberação: I.Imediata II.Retardada III.Repetida IV.Sustentada e controlada Vantagens - Formas farmacêuticas sólidas sendo mais estáveis que as líquidas. - Excelente conservação (baixo teor de unidade inibe crescimento microbiano). - Fáceis de serem produzidos em larga escala o que torna o produto barato. - Doses precisas quando bem produzidos. - Possibilidade de revestimento para proteção do fármaco, liberação modificada (retardada ou repetida). - Facilidade de transporte (comprimidos têm dimensões pequenas). - Administração simples, conveniente, segura (pode ser feita pelo paciente). Desvantagens: - Fármacos pouco solúveis apresentam baixa absorção. - Desintegração pode causar problemas de irritação gástrica. Produção de comprimidos - Obtidos por compressão de pós e grânulos utilizando matriz e punções. • Fluidez (escoamento livre do alimentador para a matriz da máquina de compressão) (pode ser melhorada pela adição de deslizantes). • Compressibilidade (pós ou grânulos devem formar uma unidade compacta após compressão) (pode ser melhorada pela adição de AGLUTINANTES seco ou úmido). • Grânulos têm melhor fluidez e compressibilidade do que pós e por isso são utilizados na obtenção de comprimidos. - Métodos de preparação: Granulação via úmida - Granulação transforma a mistura de pós em grânulos, melhorando a fluidez e a compressibilidade. - Operações da granulação via úmida: Mistura (Fármaco, Diluente, Desintegrante) Molhagem dos pós (Solução do aglutinante) e Granulação (Tamis) Secagem do granulado (Estufa) Tamisação (Ajuste da granulometria) Mistura (LubrificanteE, Deslizante e Desintegrante) Compressão (máquinas excêntricas e rotativas): matriz e punções Atualmente a granulação pode ser efetuada em equipamentos sofisticados Leito fluidizado: mistura dos pós, granulação e secagem é efetuada no mesmo equipamento com economia de custo, espaço e tempo. - Excipientes para comprimidos: . Diluentes: fornecem volume a formulação permitindo ajuste do peso do comprimido (concentração variável). Exemplos: lactose, sacarose (solúveis) amido, celulose microcristalina, fosfato de cálcio (pouco solúveis). . Desintegrantes: promovem a desintegração dos comprimidos (uso de 2-10%). Absorvem água (intumescem), expandem volume e rompem o comprimido. Exemplos: amido, glicolato de amido sódico, celulose, carboximetilcelulose sódica, polivinilpirrolidona, polivinilpirrolidona de cadeia cruzada (Crospovidona®). Eles podem ser adicionados no (a): . mistura de pós para o preparo do granulado (desintegrante intragranular). . granulado pronto antes da compressão (desintegrante extragranular). . Aglutinantes: melhoram as propriedades de coesão entres as partículas possibilitando a formação de grânulos (concentração de 2-10%). Exemplos: soluções de amido (10-20%), amido pré-gelatinizado, glicose (20-25%), sacarose, gelatina, carboximetilcelulose, metilcelulose, polivinilpirrolidona. Molhagem: adição da solução do aglutinante no pó e formação de uma massa úmida e coesa. Cuidado: Excesso de líquido forma grânulos duros (ruim). Falta de líquido forma de grânulos friáveis (desprendem pós fico). . Lubrificantes: reduzem o atrito entre comprimido e a superfície metálica da matriz e dos punções facilitando a ejeção do comprimido (Concentração de 0,1-1%). Exemplos: ácido esteárico, estearato de magnésio, parafina líquida. Cuidado a superfície dos comprimidos podem ficar coberta com lubrificantes que são hidrofóbicos retardando a desintegração. Tensoativos. . Deslizantes: melhoram as propriedades de fluxo dos pós ou grânulos do alimentador para a matriz da máquina de compressão Concentração de 0,1-1%. Exemplo: Óxido de sílica coloidal (Aerosil®). COMPRESSÃO • O granulado flui do alimentador para o orifício da matriz. • Punção superior desce e comprime o granulado formado o comprimido. • Punção superior retrai-se. • Punção inferior eleva-se e ejeta o comprimido iniciando um novo ciclo. - Tipos de máquinas de compressão: • Excêntrica: uma matriz / um par de punções, velocidade de compressão: 150-200 cp/min, produção em pequena escala, desenvolvimento e escala piloto. • Rotativa: várias matrizes e conjunto de punções, velocidade de compressão: 10000 cp/min, produção em grande escala (600 000 comprimidos por hora). Granulação via seca - A granulação é efetuada pela adição do aglutinante seco como Celulose microcristalina e Crospovidona® 1-Mistura de pós (fármaco, diluente, desintegrante, aglutinante seco, lubrificante e deslizante). 2- Compactação em comprimidos grandes (briquetes) 3-Fragmentação em moinhos formando grânulos 4-Tamisação 5-Mistura (lubrificantes) 6-Compactação a comprimidos: método utilizado para evitar a exposição de fármacos hidrolisáveis e termolábeis a umidade e calor (ácido acetilsalisílico: mantém estabilidade) Compressãodireta - Poucos fármacos são candidatos (aceitável fluidez e compressibilidade: KCl). - Compressão direta exige excipientes especiais: . Diluente: lactose Spray-Drying, celulose microcristalina, maltose cristalina e fosfato de cálcio. . Desintegrantes: amido para compressão direta, carboximetilamido. . Deslizante: Aerosil®. - Vantagens: Menor número de processos (mistura e compressão) tornando a produção mais rápida e barata. Problemas do processo de compressão Laminação ou “Binding” - Ranhuras, rugosidades e deformações - Causas: lubrificação insuficiente, umidade excessiva, matrizes e punções sujos. - Soluções: aumento do lubrificante, aumento do tempo de secagem, limpeza e ajuste da matriz e dos punções. Capeamento ou “Capping” - Comprimidos quebrados e lascados. - Causas: força de compressão excessiva, ar adsorvido, falta de aglutinante, secagem exagerada do granulado, matriz e punções sujos. - Soluções: ajuste da força de compressão, deaeração do material, aumento do aglutinantelimpeza do sistema das matrizes e dos punções. Avaliação de comprimidos - Espessura: diâmetro da matriz. - Uniformidade de peso: . determinação do peso médio de n = 20 comprimidos (média e desvio padrão) Peso comprimido (mg) % Desvio < 80 10 80-250 7,5 > 250 5 - Dureza: . Resistência a ruptura radial. . Equipamento: durômetro . Comprimidos muito duros apresentam dificuldade de desintegração produzindo alteração na liberação do fármaco. - Friabilidade: . Comprimidos friáveis desprendem partículas da sua superfície perdendo peso constantemente (constante erosão mecânica). Equipamento: friabilômetro . Permite-se perdas de peso até 1%. - Uniformidade de dose: . Coleta de n=10 comprimidos e análise do teor do fármaco (individualmente) (Média e Desvio Padrão) . Quantificação: HPLC, Espectrofotômetro, Fluorímetro - Desintegração: . Equipamento: desintegrador . Agitação meio aquoso - T 37°C . Simulação do movimento do T.G.I. . Desintegração deve ocorrer em 15 min - Dissolução: . Mede proporção fármaco dissolvido em tempo estabelecido sob condições padronizadas. . Parâmetros importantes: Temperatura (37 oC), meio de dissolução, aparato de agitação (pá, cesto) e velocidade de agitação. Acondicionamento - Frascos de vidro âmbar hermeticamente fechados com tampa - Frascos de vidro âmbar (boca larga) - Blister
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