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Filosofia da Educação Profa. Dra. Marta Amaral Aula 4 Objetivos da Aula Filosofia Medieval – Parte II Identificar fatores históricos que contribuíram para a fusão entre cultura árabe, filosofia grega e pensamento cristão Entender o contexto histórico que favoreceu o desenvolvimento da alta escolástica Conhecer a importância de São Tomás de Aquino e seu papel na escolástica Entender as ideias de Guilherme de Ockham, que contribuíram para o desmantelamento do grande sistema filosófico medieval 3 Fusão Cultural 4 Desenvolvimento de intensa atividade artesanal e comercial, no século XIII promoveu o surgimento de núcleos urbanos importantes que tiveram grande influência no enriquecimento de uma pequena parte da população Rompimento com o feudalismo favoreceu novas relações sociais e mobilidade social Aumento da atividade artesã Contexto cultural da Idade Média 5 Árabes, origem semita, até o século VI organizavam-se em tribos independentes com lideranças políticas próprias e politeístas A partir de 610 d.C um comerciante nômade chamado Maomé mudou a sociedade árabe, cria o Islamismo (submissão em árabe) inspirado no cristianismo e judaísmo, duas religiões monoteístas A cultura árabe 6 Maomé viu no monoteísmo uma forma de unificar as tribos árabes, vindo a se tornar o principal profeta do Islamismo após afirmar ter recebido a visita do anjo Gabriel que teria lhe revelado a existência de um Deus único, Alá (Deus no idioma árabe) A partir deste momento, dedicou sua vida para a conversão e união das cidades, tribos e povos árabes A cultura árabe 7 Impregnaram o mundo ocidental do pensamento aristotélico Avicena e Averrois, muito lidos nas escolas e universidades medievais A efervescência cultural durante a Idade Média foi alvo de forte influência árabe: Poesia: Mil e uma noites Matemática: algarismos arábicos, a álgebra e o emprego do zero, medicina, química, Astronomia, Geografia, Cartografia, até na criptografia A cultura árabe na filosofia da Idade Média 8 A cultura árabe 9 Império de Carlos Magno (768-814), Carolíngio, mais importante rei dos francos Destacou-se por conquistas militares e organização administrativa Organizou um exército forte: seus soldados, grandes proprietários de terras e camponeses equipados para a guerra Expandiu fronteiras com uma política voltada para o expansionismo militar Cristianismo e reforma educacional na Idade Média 10 Letrados responsáveis pela educação: monge Alcuíno de York e Teodulfo Cria a Escola do Palácio: centro cultural que repassa conhecimento para as escolas catedrais e monásticas Manutenção dos conhecimentos clássicos foi o objetivo principal desta reforma educacional Escolas funcionavam junto aos mosteiros (escolas monacais), aos bispados (escolas catedrais) ou às cortes (escolas palatinas) O projeto escolar de Carlos Magno 11 Nas regiões conquistadas construía fortalezas e igrejas e obrigava os povos conquistados a converterem-se ao cristianismo Investiu em cultura e educação e preservou a cultura greco-romana com a construção de escolas, criou um novo sistema monetário e estimulou o desenvolvimento das artes: Renascimento Carolíngio Eram ensinadas as sete artes liberais: aritmética, geometria, astronomia, música, gramática, retórica e dialética A reforma educacional na Idade Média 12 Carta-ordenança: Nós, Carlos, pela graça de Deus, rei dos francos e dos lombardos, patrício dos romanos [...[ fazemos saber à sua devoção[..] que juntos com nossos fieis, julgamos útil que os bispos e os monges sobre os quais o favor de Cristo nos deu o governo, cuidem não apenas de levar uma vida regular e de manter a nossa santa religião, mas também de meditar as belas letras e de dispensar a instrução aos que, graças a Deus, são capazes de aprender, segundo a capacidade de cada um O projeto escolar de Carlos Magno Escolástica Os primeiros e conturbados séculos da Idade Média europeia foram dominados pelo pensamento de Agostinho a partir das ideias platônicas Escolástica – ambiente de debate que deu origem as atividades intelectuais, artísticas e filosóficas Século XII há a valorização do saber refletida na criação das universidades e na ascensão da classe letrada Filosofia Medieval e Escolástica Na metade do século XII chegam às universidades as versões árabes das obras de Aristóteles Professores eram clérigos e lecionavam as sete artes liberais: gramática, retórica, lógica, aritmética, geografia, astronomia e música que constituiriam o currículo Há um choque cultural que muda o rumo do Ocidente em que o pensamento de Agostinho deixa de ser o centro e a filosofia natural aristotélica se desenvolve grandemente Escolástica Século IX até século XV Escolástica – latim scholasticus: sábio, estudioso, e do grego schola – discussão, palestra A questão-chave: conciliar fé e razão Filosofia grega + valores cristãos = filosofia da Idade Média Criação, Providência e Revelação Divina... 16 No novo contexto social e econômico as obras de Aristóteles acertam o “alvo” As preocupações científicas e empíricas na obra de Aristóteles se adequaram a esse novo contexto, devido a dois fatores fundamentais que são característicos do século XIII: 1. surgimento das universidades 2. criação das ordens religiosas (franciscanos e dominicanos) O pensamento aristotélico na Filosofia Medieval Escolástica (séculos IX ao XVI) A IM marcada por uma filosofia voltada para a resignação, intuição e revelação divina chega a um ponto de tensão ideológica que inverte alguns princípios São Tomás de Aquino (1225-1274), o grande nome da filosofia escolástica cujo pensamento privilegiou a atividade, a razão e a vontade humana Obra-prima de Aquino, Summa Theologica é vista como a maior obra da escolástica em que defende maior autonomia da razão na obtenção de respostas A Filosofia da Aquino Filosofia = fé cristã + pensamento do grego Isso parecia impossível, até herético, para boa parte dos teólogos da época Ideias aristotélicas respondiam melhor aos novos tempos que fazia uma transição de sociedade agrária para modo de produção urbana, atividade comercial, avanços tecnológicos e organização das guildas Por que? Aristóteles via razão e investigação intelectual em primeiro plano Realidade material como fonte primeira de conhecimento e satisfação pessoal A Filosofia da Aquino Revê a teologia cristã sob nova ótica, seguindo o princípio aristotélico de que cabe à razão ordenar e classificar o mundo para entendê-lo: princípio operacional do pensamento tomista Realismo tomista: contemplação inteligente da verdade que está enunciada na fé Centro de seu interesse: embora a razão esteja subordinada à fé, a razão funciona por si mesma, segundo as próprias leis Relação Fé x Razão O conhecimento não depende da fé nem da presença de uma verdade divina no interior do indivíduo, mas é um instrumento para se aproximar de Deus A inteligência é uma potência espiritual Sua filosofia acirra a tensão entre a tradição cristã medieval e a nova cultura e promove a criação das ordens mendicantes: São Francisco de Assis (1181/2-1226) e São Domingos de Gusmão (1170-1221) Todos têm uma essência Processo de abstração que vai da realidade concreta até a essência universal das coisas é um exemplo da dualidade entre ato e potência, princípio fundamental tanto para Aristóteles quanto para Aquino A essência das coisas: é necessário transformar em ato algo que está em potência, para isso é necessário utilizar a inteligência ativa Cada ser humano tem uma essência particular, à espera de ser desenvolvida e os instrumentos fundamentais são razão e prudência A filosofia de Tomás de Aquino baseada na metafísica aristotélica Realismo aristotélico O pensamento aristotélico tem um “telos”, ou seja uma finalidade, um propósito final Material, eficiente, formal, final Potência e Ato Movimento Guilherme de Ockham (1280 a 1349) Frade franciscano e filósofo escolástico inglês Teve suas ideias combatidas pela Igreja sendo acusado de heresia Sua obra marca a transição para o pensamento renascentista Mentor Duns Scotus que acentuou separação entre filosofia e teologia, razão e fé “Doutor Sutil“ afirma que Deus é objeto da teologia e o ser da metafísica A fé não pode fazer conhecer de maneira clara e inequívoca as verdades Guilherme de Ockham (1280 a 1349) A fé não pode apresentar argumentos que possam ser demonstrados A verdade manifesta por Deus não pertence ao mundo racional A filosofia não pode se submeter à teologia porque a teologia não é uma ciência, mas uma série de afirmações e sentenças que não se relacionam lógica e racionalmente Defendeu a tese de que a autoridade papal seria limitada pelo direito natural e pela liberdade dos cristãos e explicava os Evangelhos Tipos de conhecimento para Guilherme de Ockham Conhecimento abstrato - relações entre as ideias, sem nada garantir sobre sua conformidade com o real Conhecimento intuitivo traz a evidência imediata, assegurando a verdade e a realidade das proposições Só a intuição prova a existência das coisas, ponto de partida do conhecimento experimental, que generalizando o particular, chega ao universal, à lei O que é conhecimento intuitivo? Forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade concreta Navalha de Ockham ou Princípio da Parcimônia Princípio lógico revolucionário para sua época Traça a simplicidade como forma de conhecer as coisas, ou seja, qualquer explicação deve apelar ao menor número possível de fatores para explicar o fato em análise Defendia a intuição como ponto de partida para o conhecimento do universo Para ele filosofia era razão e teologia era crença e, portanto, coisas muito diferentes Sugestões de vídeos e leitura Filosofia Medieval De LIBERA, Alain. Filosofia Medieval. São Paulo:Loyola, 2004. https://www.youtube.com/watch?v=-TYAZVXM4J0 https://www.youtube.com/watch?v=EvT15mqsMJw https://www.youtube.com/watch?v=YtwRj4qV2Sg http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/index.htm https://www.youtube.com/watch?v=LVkalt_fhyk https://www.youtube.com/watch?v=OWRb5AEGHgs Obrigada!