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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ECONOMIA CURSO DE DIREITO DISCIPLINA DE ECONOMIA APLICADA AO DIREITO SEMESTRE 2016/01 PROF. WILSON MARCHIONATTI PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 2 SUMÁRIO Sumário ....................................................................................................................................... 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA............................................................................................................ 9 PLANO DE ENSINO (TURMA QUARTA-FEIRA) ......................................................................................... 10 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 11 ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA ............................................................................................................ 12 Justiça, direito e economia ......................................................................................................... 13 Definição de direito ........................................................................................................................... 14 Economia ........................................................................................................................................... 14 Economia e direito ............................................................................................................................ 14 Exemplo 1 .......................................................................................................................................... 15 Exemplo 2 .......................................................................................................................................... 15 Exemplo 3 .......................................................................................................................................... 15 Economia e direito na lei brasileira ................................................................................................... 15 Buscando eficiência e justiça ............................................................................................................. 15 A EVOLUÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO ................................................................................................ 17 Definindo o capitalismo..................................................................................................................... 18 Capitalismo segundo Hunt ................................................................................................................ 18 Questionando as 4 características básicas de Hunt ...................................................................... 18 Sistemas e sobrevivência humana .................................................................................................... 18 A difícil arte de sobreviver ............................................................................................................ 19 Passagens do livro de Heilbroner (página 22) ............................................................................... 19 A sociedade primitiva .................................................................................................................... 19 Como chegamos até aqui? ............................................................................................................ 19 Passagens do livro de Heilbroner (página 22) ............................................................................... 20 Sociedade ainda autoritária .......................................................................................................... 20 Uma terceira solução .................................................................................................................... 20 Passagens do livro de Heilbroner (página 24) ............................................................................... 20 Feudalismo ....................................................................................................................................... 21 O nome capitalismo ......................................................................................................................... 21 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 3 De onde surge a classe capitalista? ................................................................................................. 21 Perguntas de sempre ....................................................................................................................... 22 Questionário ..................................................................................................................................... 22 Crescimento e desenvolvimento econômico ............................................................................... 23 Crescimento econômico .................................................................................................................... 24 Desenvolvimento econômico ............................................................................................................ 24 Crescimento econômico historicamente .......................................................................................... 24 Causas do crescimento econômico ................................................................................................... 24 PIB per capita .................................................................................................................................... 24 População VS crescimento econômico ............................................................................................. 25 Transição de pré para pós-malthusiano ............................................................................................ 26 Redução da população ...................................................................................................................... 26 Resposta ............................................................................................................................................ 26 Reação tardia ..................................................................................................................................... 27 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 28 Questionário ...................................................................................................................................... 28 Produção e crescimento ............................................................................................................. 30 Riqueza e produtividade ................................................................................................................... 31 Determinantes da produtividade ...................................................................................................... 31 Como aumentar a produtividade? .................................................................................................... 31 Como o estado pode influenciar o aumento da produtividade ........................................................ 31 Perguntas de sempre ....................................................................................................................... 33 Macroeconomia, parte 1 ............................................................................................................ 34 O que é a macroeconomia ................................................................................................................35 Objetos de estudo ............................................................................................................................. 35 Fluxo circular da renda ...................................................................................................................... 35 PIB ...................................................................................................................................................... 36 Produto, renda e despesa ................................................................................................................. 38 Poupança e investimento .................................................................................................................. 40 Valores reais VS valores nominais ..................................................................................................... 40 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 4 Inflação de demanda ......................................................................................................................... 40 Inflação de oferta .............................................................................................................................. 40 Efeitos da inflação ............................................................................................................................. 41 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 41 Discussão sobre formação de poupança ........................................................................................... 41 Questionário ...................................................................................................................................... 42 Macroeconomia, parte 2 ............................................................................................................ 44 A moeda ............................................................................................................................................ 45 A moeda na economia moderna ....................................................................................................... 45 Controle sobre a moeda .................................................................................................................... 45 Funcionamento básico da política monetária ................................................................................... 46 Política fiscal ...................................................................................................................................... 46 Política cambial ................................................................................................................................. 46 Como crescer então? ......................................................................................................................... 46 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 47 Questionário ...................................................................................................................................... 48 Constituição Econômica ............................................................................................................. 50 Constituição econômica .................................................................................................................... 52 Imagine-se como descobridor de uma ilha e fundador de uma nação nesse mesmo local. .... 52 Economia nacional ............................................................................................................................ 52 O que é a Constituição econômica .................................................................................................... 52 Pré-constituição de 1988 .................................................................................................................. 52 Objetivos fundamentais da Constituição .......................................................................................... 52 Sistema econômico ........................................................................................................................... 53 Opções de sistema ............................................................................................................................ 53 Objetivos fundamentais da Constituição de 1988 ............................................................................ 53 O papel do Estado ............................................................................................................................. 54 Coordenação ..................................................................................................................................... 54 Contradições e conciliações .............................................................................................................. 54 Base do capitalismo ........................................................................................................................... 54 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 5 A Constituição de 1988 sobre a economia (art. 170, caput, e incisos II, III e IV) .............................. 55 Propriedade (título II) ........................................................................................................................ 55 Livre exercício (art 5º, XIII) ................................................................................................................ 55 Ordem econômica e financeira (título VII) ........................................................................................ 55 Recursos naturais .............................................................................................................................. 56 Órgãos de controle econômico - CADE ............................................................................................. 56 Principais agências do Brasil .............................................................................................................. 56 Instrumentos financeiros de regulamentação .................................................................................. 57 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 57 Questionário ......................................................................................................................... 58 Microeconomia – teoria do consumidor ..................................................................................... 59 Microeconomia ................................................................................................................................. 60 Aplicação ........................................................................................................................................... 60 Teoria do consumidor ....................................................................................................................... 60 Conectando com o direito ................................................................................................................. 60 Demanda e oferta ............................................................................................................................. 60 Demanda e preço .............................................................................................................................. 60 Demanda e preço de outros bens ..................................................................................................... 61Teoria da firma .................................................................................................................................. 61 Função de produção .......................................................................................................................... 61 Conectando com o direito ................................................................................................................. 61 Questionário ...................................................................................................................................... 62 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 63 Microeconomia – Estruturas de mercado .................................................................................... 73 Estruturas de mercado existentes ..................................................................................................... 74 Concorrência perfeita ........................................................................................................................ 74 Monopólio ......................................................................................................................................... 74 Fatores que mantém um monopólio ................................................................................................ 74 Oligopólio .......................................................................................................................................... 74 Conectando com o direito ................................................................................................................. 74 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 6 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 75 Questionário ...................................................................................................................................... 75 Externalidades ........................................................................................................................... 76 Externalidades negativas ................................................................................................................... 77 Soluções ............................................................................................................................................. 77 Externalidades positivas .................................................................................................................... 77 Soluções privadas às externalidades ................................................................................................. 77 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 78 Questionário ...................................................................................................................................... 79 Bens públicos ............................................................................................................................. 80 Definição de bens públicos ................................................................................................................ 81 Tipos de bens ..................................................................................................................................... 81 O estado e os bens públicos .............................................................................................................. 81 Ineficiência na produção ................................................................................................................... 81 O problema dos caronas ................................................................................................................... 82 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 82 Questionário ...................................................................................................................................... 83 Desigualdade de renda e pobreza ............................................................................................... 84 Como se mensura a desigualdade? ................................................................................................... 85 Filosofia política sobre a redistribuição ............................................................................................ 85 Políticas de redistribuição ................................................................................................................. 86 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 86 Movimento direito e economia .................................................................................................. 87 Movimento direito e economia......................................................................................................... 88 Direito ................................................................................................................................................ 88 Economia ........................................................................................................................................... 88 Convivência ....................................................................................................................................... 88 Definição do movimento ................................................................................................................... 89 Conceitos ........................................................................................................................................... 89 Contribuições do movimento (segundo Salama) ............................................................................. 90 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 7 Custo social e o teorema de Coase .............................................................................................. 91 Introdução ......................................................................................................................................... 92 Externalidades ................................................................................................................................... 92 Exemplo ............................................................................................................................................. 92 Outra solução .................................................................................................................................... 92 Custos de transação .......................................................................................................................... 92 Conclusão .......................................................................................................................................... 93 Cultura do litígio ................................................................................................................................ 93 Brasil .................................................................................................................................................. 93 Caso de estudo .................................................................................................................................. 94 Perguntas de sempre ........................................................................................................................94 Economia dos contratos ............................................................................................................. 96 O contrato ......................................................................................................................................... 97 A economia no contrato .................................................................................................................... 97 Arranjos contratuais .......................................................................................................................... 97 Quebras de contrato ......................................................................................................................... 97 Razões da existência do contrato ...................................................................................................... 97 Teoria dos contratos incompletos ..................................................................................................... 98 Assimetria de informações ................................................................................................................ 98 Risco moral ........................................................................................................................................ 98 Seleção adversa ................................................................................................................................. 98 Perguntas de sempre ........................................................................................................................ 99 Contratos de trabalho ....................................................................................................................... 99 Questionário ...................................................................................................................................... 99 Tradições do direito e eficiência econômica .............................................................................. 100 Tradições do direito......................................................................................................................... 101 3 tradições ....................................................................................................................................... 101 Qual é melhor? ................................................................................................................................ 102 Estudo de caso ................................................................................................................................. 103 Modelo de Rubin na common-law .................................................................................................. 103 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 8 Importante conclusão sobre a superioridade da common-law ...................................................... 103 Argumentos contrários.................................................................................................................... 103 Lobby ............................................................................................................................................... 104 Convergência ................................................................................................................................... 104 Perguntas de sempre ...................................................................................................................... 104 Questionário .................................................................................................................................... 105 Magistrados, judiciário e economia do Brasil ............................................................................ 106 Suposição para eficiência da economia .......................................................................................... 107 Visão da população (1999) .............................................................................................................. 107 Comparação com outros países (AMB e Banco Mundial) ............................................................... 107 Justiça RS em números (CNJ) .......................................................................................................... 108 Poder judiciário do Brasil em números (CNJ) .................................................................................. 109 Crescimento processos (AMB) ........................................................................................................ 110 Conclusões do estudo da AMB ........................................................................................................ 111 Pesquisas ......................................................................................................................................... 111 Conclusões dos estudos (ponto de vista dos magistrados)............................................................. 127 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 9 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA CODICRED DISCIPLINA SALA TURMA HORÁRIO 2515B-02 ECONOMIA APLICADA AO DIREITO 715 412 189 179 4LM 4NP Ementa Estudo das relações entre os sistemas jurídico e econômico a partir da compreensão de elementos microeconômicos e da nova economia institucional. Abordagem de conceitos básicos para o debate sobre Direito e Economia (Law and Economics) e Direito e Desenvolvimento (Law and Development). Objetivo da Disciplina Fornecer aos alunos uma introdução à Ciência Econômica e ao raciocínio econômico voltado à solução de problemas jurídicos e orientação de políticas públicas. Metodologia A Disciplina será ministrada, essencialmente, através de aulas expositivas e acompanhamento de apostila, além de vídeos selecionados, sempre com a participação direta dos alunos. Professor Wilson Marchionatti E-mail: wilson.marchionatti@pucrs.br Currículo Resumido Formação: Mestre em Finanças Internacionais pela Shanghai University of Finance and Economics (2011), bacharel em Economia pela PUCRS (2008) e Jornalismo pela PUCRS (2006). Experiência profissional: Chefe de Planejamento e Controle de Gestão do Scotiabank (2011 - 2014), Coordenador e criador do Estúdio de Finanças (desde 2011), profissional CFP, Coordenador de Captação e Desenvolvimento de Projetos de Extensão da PUCRS - Proex (desde 2015). PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 10 PLANO DE ENSINO (TURMA QUARTA-FEIRA) Aula/Data Atividades Procedimentos 1 2-mar Apresentação da disciplina 2 9-mar A evolução do sistema econômico 3 16-mar Crescimento e Desenvolvimento Econômico 4 23-mar Produção e crescimento 5 30-mar Macroeconomia, parte 1 6 6-abr Macroeconomia, parte 2 | Constituição econômica 7 13-abr P1 8 20-abr Microeconomia - teoria do consumidor e da firma 9 27-abr Microeconomia - Estruturas de mercado 10 4-mai Externalidades 11 11-mai Bens públicos | Desigualdade de renda e pobreza 12 18-mai P2 13 25-mai Movimento Direito e Economia 14 1-jun Custo social e teorema de Coase 15 8-jun Economia dos contratos 16 15-jun Tradições do direito e eficiência econômica 17 22-jun P3 18 29-jun Prova Especial 19 6-jul G2 AE - Aula Expositiva AD - Aula a distância LI - Laboratório de Informática TG - Trabalho em Grupo TI - Trabalho IndividualPUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 11 BIBLIOGRAFIA Referências Básica MANKIW, G. Introdução à Economia. Rio de Janeiro: Campus, 2000 Básica ZYLBERSTAJN, D.; SZTAJN, R. Direito & Economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. Básica TIMM, Luciano Benetti. Direito e economia no Brasil. São Paulo: Atlas, 2014. Complementar GALOR, Oded. Teoria unificada do crescimento econômico. World Economics, vol.9, n.2. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 12 ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA O que o aluno deve esperar do professor: 1) Daremos prioridade a um conteúdo prático e com utilidade para a profissão de vocês. 2) Vou cobrar o domínio do conteúdo exposto. 3) Estarei sempre disponível para ajudar vocês com o conteúdo. Entrem em contato pelo email wilson.marchionatti@pucrs.br, a resposta será sempre rápida. 4) Respeito e solidariedade às necessidades de vocês. Como serão as aulas: 1) Aulas expositivas com material eletrônico, que deve ser acompanhado pela apostila. Como serão as avaliações: 1) São 3 blocos de conteúdo, 3 provas. 2) Há a possibilidade de PS somente para quem perdeu alguma prova, sem exceções. 3) O conteúdo da PS é cumulativo. O que o professor espera do aluno: 1) Compreensão da importância do conteúdo e consciência de que dominá-lo vai ajudar na evolução profissional de vocês. Sobre arredondamentos: 1) A média final do semestre é arredondada para 7.0 somente se o aluno tirar 6.9. Não há arredondamento de 0.2 ou mais. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 13 JUSTIÇA, DIREITO E ECONOMIA PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 14 Definição de direito Kant: ”Direito é o conjunto de condições, segundo as quais, o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade”. “O direito é a arte de regular o comportamento humano”. Ivo Gico Jr. Economia Eco = casa; nomia = administração Ciência que tem como problema básico a escassez de recursos. “Ciência que estuda como o ser humano toma decisões e se comporta em um mundo de recursos escassos e as consequências de seus atos”. Ivo Gico Jr. Economia e direito Podem esses dois conceitos coexistirem pacificamente? Somente ambos juntos podem responder a duas questões básicas da existência humana: O que desejamos individualmente e socialmente? e Como as leis (ou ausência delas) podem auxiliar no alcance do que desejamos? Econom ia Direito PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 15 Exemplo 1 (Freakonomics) Cientista lança a hipótese que a liberação do aborto causou uma redução drástica dos níveis de criminalidade nos EUA desde a década de 70. A razão é simples: filhos indesejados tem grandes chances de se tornarem criminosos. Com a liberação do aborto os filhos indesejados deixam de nascer. Reflexão de um jurista tradicional: é aborto é um ato legal? Em que casos? Reflexão de um juseconomista: qual é a influência da lei ou da ausência de lei sobre o comportamento social quanto ao aborto? Quais são os efeitos desse comportamento social? Exemplo 2 Quando a China ainda era um país miserável, 1978 o líder político Deng Xiaoping iniciou uma revolução capitalista e disse: “Deixe uns enriquecerem primeiro”. Reflexão de um jurista tradicional: distribuição de riqueza desigual e apropriação de bens públicos é legal? Em que casos? Reflexão de um juseconomista: qual é a influência da lei ou da ausência de lei sobre o surgimento de empresas, geração de riquezas e surgimento de classes econômicas? Quais são os efeitos dessa situação? Exemplo 3 Movimentos internacionais buscam levantar recursos para alimentar a África. Reflexão de um jurista tradicional: doações são legais? Em que casos? Reflexão de um juseconomista: qual é a influência da lei ou da ausência de lei sobre o surgimento de doações internacionais? Quais são os efeitos dessas doações? Economia e direito na lei brasileira Lei de responsabilidade fiscal Lei trabalhista Buscando eficiência e justiça É preciso buscar a justiça, mas a eficiência também é importante. É preciso conhecer e analisar os comportamentos sociais e econômicos, pois o direito é um aspecto determinante da sociedade, mas não é o único e, em muitos casos, sequer é o mais importante. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 16 Um advogado que não estudou economia (...) pode bem tornar-se um inimigo público. Juiz Brandeis ... Todos os advogados deveriam procurar compreender a economia. Com sua ajuda aprendemos a considerar e a pesar os fins legislativos, os meios de alcança-los e o custo envolvido. Aprendemos que para obter algo é necessário abrir mão de outra coisa aprendemos a necessário abrir mão de outra coisa, aprendemos a comparar a vantagem obtida com a vantagem que renunciamos e a saber o que estamos fazendo quando escolhemos. Juiz O. W. Holmes PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 17 A EVOLUÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO Heilbroner, pág 15 a 42 Hunt, Introdução PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 18 Definindo o capitalismo Diversas e variadas definições de diferentes autores o Não há uma definição consensual o Nós economistas definimos um sistema econômico de acordo com seu modo de produção O que é modo de produção? o Tecnologias e forças produtivas + formas como essas tecnologias e forças se organizam para produzir Capitalismo segundo Hunt 4 características básicas: o Produção de mercadorias orientada para o mercado o Propriedade privada dos meios de produção o Existência de pessoas que precisam vender sua mão-de-obra em troca da sobrevivência o Comportamento aquisitivo pela maioria da população Questionando as 4 características básicas de Hunt Questionando as 4 características básicas de Hunt: o Se antigamente a produção não era orientada para o mercado, se produzia para quem? o Todos os meios de produção eram públicos? o Não havia trabalhadores? o A população não precisava fazer compras? Sistemas e sobrevivência humana “Desde que desceu das árvores o homem encarou o problema da sobrevivência, não como indivíduo, mas como membro de um grupo social. A continuidade de sua existência é testemunho de que ele conseguiu resolver o problema; mas a continuidade também da carência e da miséria, até mesmo nas mais ricas nações, é evidência de que essa solução foi, no mínimo, parcial” (Heilbroner). PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 19 A difícil arte de sobreviver Necessidades básicas (água, comida) Produção de bens (roupas, materiais para construção, medicamentos) Respeito à unidade familiar (a casa com seus pais a filhos) Segurança (garantia de não violência) Educação (passagem do conhecimento e cultura) Passagens do livro de Heilbroner (página 22) Uma comunidade moderna encontra-se à mercê de milhares de perigos: seus fazendeiros podem não produzir colheitas suficientes, seus ferroviários podem enfiar na cabeçade se tornar guarda-livros ou seus guarda-livros podem resolver tornar-se ferroviários; se poucos puderem oferecer seus préstimos como mineiros, como peritos na pudlagem do aço, como candidatos a vários cursos de engenharia — em uma palavra, se algumas das milhares das entrelaçadas tarefas a serem desempenhadas pela sociedade não forem realizadas —, a vida industrial se tornará desesperadamente desorganizada. A cada dia a comunidade encara a possibilidade de um colapso — não das forças da natureza, mas dos imprevisíveis desvios humanos. A sociedade primitiva Trecho do filme “2001: uma odisseia no espaço” Como chegamos até aqui? Tradição: o Famílias presas às terras. o Homens seguindo os ofícios dos pais. o O status de nobreza era passada de uma geração à outra. Autoridade: o Todos os aspectos econômicos eram controlados por uma autoridade. o Exemplo: feudalismo europeu Senhores feudais determinavam as economias locais PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 20 Passagens do livro de Heilbroner (página 22) Ao longo dos séculos o homem encontrou apenas três caminhos para evitar essa calamidade (colapso da sociedade). Assegurou sua continuidade organizando a sociedade em torno de tradição, transmitindo as várias e necessárias tarefas de geração a geração, de acordo com os usos e costumes: os filhos substituem os pais, e, assim, o padrão foi sendo preservado. “No antigo Egito”, diz Adam Smith, “por um princípio religioso, todo homem era levado a desempenhar a mesma ocupação que seu pai, e cometeria o mais terrível sacrilégio se mudasse para outra”.2 Da mesma maneira, até bem recentemente, na Índia, algumas ocupações eram tradicionalmente atribuídas de acordo com as castas; de fato, em boa parte do mundo não industrializado cada qual nasce para uma determinada tarefa. Pois bem, a sociedade pode resolver o problema de maneira diferente. Pode usar o chicote das regras autoritárias para garantir que as tarefas sejam realizadas. As pirâmides do antigo Egito não foram construídas porque um empreiteiro empreendedor enfiou na cabeça que iria construí-las, nem os Planos Qüinqüenais da União Soviética foram feitos porque concordavam por acaso com o costume do toma-lá-dá-cá ou do interesse individual. Tanto a União Soviética quanto o Egito eram sociedades autoritárias; política à parte, eles asseguravam a sobrevivência econômica por meio dos decretos de uma autoridade e por castigos que a suprema autoridade aplicava em cada caso. Por incontáveis séculos o homem lidou com o problema da sobrevivência de acordo com uma ou outra dessas soluções. Quer o problema fosse resolvido por tradição, quer por imposição, jamais chegou a esse campo especial de estudos denominado “economia”. Sociedade ainda autoritária Vídeo com exemplo de país autoritário. Uma terceira solução Um arranjo social em que não a autoridade ou tradição ditem as regras, mas que a livre interação de vontades seja capaz de manter o sistema produzindo os bens necessários para a sobrevivência da sociedade. Essa seria a ordem de mercado, um conceito complexo que vulgarmente chamamos Capitalismo. Passagens do livro de Heilbroner (página 24) Pois, ao contrário da simplicidade dos costumes e do comando, não era totalmente óbvio que se cada pessoa se preocupasse apenas com o próprio ganho a sociedade poderia subsistir. Também não estava muito PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 21 claro que todos os trabalhos sociais — tanto os sujos quanto os refinados — tinham que ser feitos mesmo que os costumes e o comando já não regessem o mundo. Quando uma sociedade não mais obedece à regra imposta, quem poderá dizer como as coisas irão terminar? Caberia aos economistas esclarecer esse enigma. Mas até que a idéia do sistema de mercado em si mesma ganhasse aceitação, não havia qualquer enigma a esclarecer. E até poucos séculos atrás, nem todos os homens ainda tinham certeza de que o sistema de mercado era viável sem suspeitas, desgostos e desconfianças. O mundo avançara durante séculos pelo confortável caminho da tradição e da imposição; para abandonar essa segurança pelas desconcertantes operações do sistema de mercado, fazia-se necessária uma espécie de revolução. (Heilbroner). Feudalismo Ver trecho do filme “Coração Valente”. O nome capitalismo Classe de capitalistas que possui capital. É assim que essa classe se mantém. De onde surge a classe capitalista? De onde o capital surgiu? A acumulação primitiva ocorre em 4 fontes: o cercamentos; o crescimento do comércio, revolução industrial; o sistema industrial de produção doméstica; o inflação de preços que beneficia o capitalista. No aparecimento das novas nações-estado a predominância dos capitalistas já é evidente, ao passo que para consolidar seu poder os Reis se apoiam na classe capitalista. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 22 Perguntas de sempre O que desejamos individualmente e socialmente? o Queremos uma sociedade baseada em tradição, autoridade ou liberdade? o Por que? Como as leis (ou ausência delas) podem auxiliar no alcance do que desejamos? o Que tipo de leis precisamos ter para obter o que desejamos (tradição, autoridade ou liberdade)? Questionário 1) Quando definimos um sistema pelo seu modo de produção, o que isso significa? 2) Descreva as 4 características que definem o sistema capitalista segundo Hunt. 3) O que Heilbroner quer dizer quando indica que antes do capitalismo a sociedade se organizava através da autoridade e tradição? Como funcionaria a terceira solução? PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 23 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO Oded Galor, livro Teoria Unificada PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 24 Crescimento econômico É o aumento da riqueza produzida. Modernamente chamamos de PIB. Não diz nada a respeito da distribuição de riqueza, nem do PIB per capita (riqueza total dividida pelo número de habitantes). Desenvolvimento econômico Está diretamente ligado ao conceito de PIB per capita. Mas não exclusivamente. Crescimento econômico historicamente Modelo malthusiano. o Crescimento da riqueza = aumento da população Causas do crescimento econômico Novas tecnologias. Novos recursos. Aumento dos fatores de produção como trabalho. PIB per capita Como a população acompanhava o crescimento do PIB, o PIB per capita permanecia sempre estagnado. Imagine a situação: Uma família tem 2 indivíduos e renda mensal de R$ 2 mil. Seu PIB per capita é de R$ 1 mil. Um ano depois tem um filho que não gera renda. Seu PIB per capita passa a ser de R$ 666,67, ou seja (2000/3). 25 anos depois o filho se torna um pequeno agricultor com renda de R$ 1 mil. O PIB per capita da família volta a ser de R$ 1 mil. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 25 Do ano 1000 a 1820 o PIB per capita do norte europeu cresceu somente 0.14% a.a, e 0% na África. Veja o PIB per capita de 0 a 2000 d.C. GDP = Gross domestic product, ou produto interno bruto em inglês. Crescimento pós-malthusiano PIB per capita aumenta abruptamente.População VS crescimento econômico Ocorre o descolamento da relação entre crescimento econômico e populacional. Imagine as situações: PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 26 Uma família tem 2 indivíduos e renda mensal de R$ 2 mil. Seu PIB per capita é de R$ 1 mil. Um ano depois tem um filho que não gera renda. Seu PIB per capita passa a ser de R$ 666,67, ou seja (2000/3). 25 anos depois o filho se torna um empresário com renda de R$ 20 mil. O PIB per capita da família passa a ser de R$7 mil. Transição de pré para pós-malthusiano Como ocorreu a transição do modelo de crescimento malthusiano para o modelo de crescimento moderno? A mudança veio de uma maior capacidade individual de produzir? Por exemplo: novos inventores, novos empresários, melhores advogados? Ou o que ocorreu foi uma diminuição da população, sem que houvesse queda na produção? Resposta: as duas coisas. A maior capacidade de produzir veio justamente da mudança no comportamento demográfico. Famílias passaram a priorizar a qualidade dos filhos e sua capacitação (já percebendo que o capitalismo exige mão de obra qualificada), deixando de lado a quantidade de filhos, que antigamente era importante para questões de sobrevivência e segurança. Tanto a mudança demográfica quanto o aumento da produção econômica ocorreram devido a maiores investimentos em capital humano. Redução da população A redução dos tamanhos das famílias é nítida ao longo dos últimos séculos. Mas se a sociedade seguisse o mesmo padrão de comportamento, as famílias deveriam aumentar. Afinal, com o passar dos séculos avançamos na medicina, mortalidade infantil, saneamento básico, urbanismo, redução do trabalho infantil. A população deveria aumentar! Resposta A redução dos tamanhos das famílias está intimamente ligada com os maiores investimentos em capital humano. As famílias, observando a nova realidade, gradualmente passaram a optar por qualidade da prole ao invés da quantidade. Isso reduziu drasticamente a taxa de natalidade, ao passo que aumentou intensamente a qualificação PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 27 e produtividade humana. Em países como a Inglaterra, a mudança demográfica iniciou já durante a Revolução Industrial, quando tornava-se evidente a necessidade de investimento em capital humano. Famílias percebem a necessidade de investimento em educação, saúde, boa condições de moradia, saneamento. Esse movimento reduz o crescimento de L, mas acelera radicalmente o crescimento de T, um fator conhecido como tecnologia (ou conhecimento), que multiplica o crescimento e desenvolvimento econômico. Reação tardia Essa mudança demográfica e econômica, no entanto, não ocorreu em todos os países no mesmo ritmo e tempo. A América Latina só o iniciou no século XX. Países pobres como Somália e Bangladesh ainda sequer o iniciaram. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 28 Perguntas de sempre O que desejamos individualmente e socialmente? o Crescimento ou desenvolvimento? Baixo ou alto pib per capita? Como as leis (ou ausência delas) podem auxiliar no alcance do que desejamos? o Que leis (ou ausência de leis) podem motivar os cidadãos a produzirem muito e com qualidade? Questionário 1) Diferencie crescimento e desenvolvimento econômico? 2) Cite causas concretas do crescimento econômico, vistas no cotidiano da economia. 3) Descreva o modelo de crescimento malthusiano. 4) Descreva o modelo de crescimento exógeno. 5) Descreva o modelo de crescimento endógeno. 6) Explique as 3 contradições expostas por Galor na Teoria Unificada do Crescimento Econômico. 7) Como pode se explicar a explosão do crescimento do PIB per capita, segundo Galor? 8) Por que sua teoria é “Unificada”? 1) Sobre crescimento e desenvolvimento econômico, conforme a teoria de Oded Galor, considere as seguintes afirmativas: I - O investimento em capital humano se revelou historicamente um propulsor fraco no aumento do PIB per capita, ao contrário da aceleração do ritmo de crescimento populacional. II - Houve uma mudança comportamental das famílias após o século XVIII que permitiu o aumento da produtividade humana, algo diretamente conectado à preocupação pessoal com qualidade de vida e redução do ritmo de crescimento populacional. III - A mudança comportamental das famílias após o século XVIII pode ser vista como tendo raízes macroeconômicas, no sentido de que foi sempre o governo que ditou os investimentos em capital humano e taxas de natalidade. Estão corretas as afirmativas: A) I . B) II. C) I e III. D) I e II. E) II e III. Gabarito 1) B PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 29 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 30 PRODUÇÃO E CRESCIMENTO Mankiw, livro Introdução à economia (capítulo 25) PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 31 Riqueza e produtividade Um país com alto PIB per capita tem disponível uma renda média alta para cada cidadão. Exemplo: País de 100 mil habitantes produz R$ 5 bilhões em mercadorias e serviços durante um ano. Significa que o PIB per capita é de U$ 50 mil por cidadão. Essa renda vem dos bens e serviços produzidos, que são mais abundantes e valiosos. Exemplo: se cada cidadão produz o equivalente a U$ 50 mil, um país com 100 mil habitantes de produção similar produzirá U$ 5 bilhões em mercadoria. Isso significa que cada pessoa deve ser capaz de produzir mais bens e serviços, ou seja, mais produtiva. Determinantes da produtividade Capital físico: equipamentos, ferramentas, máquinas, estruturas. Capital humano: conhecimento, educação, saúde Tecnologia: dominar as melhores maneiras de produzir Recursos naturais: são a matéria-prima sobre as quais se produz mercadorias com valor Como aumentar a produtividade? Se o objetivo é produzir, é preciso se tornar mais capaz, seja com conhecimento, ferramentas ou tecnologia. Qualquer alternativa que se opte, escolhe-se por fazer um investimento. A palavra investimento remete ao fato de que um certo valor será usado para aumentar a produção no futuro, ao invés de ser gasto em consumo imediato. Exemplo: empresário decide comprar uma nova máquina para aumentar sua produção, ao invés de comprar um novo carro para ter mais conforto. Exemplo: uma pessoa decide cursas uma graduação ao invés de gastar em festas e restaurantes. Como o estado pode influenciar o aumento da produtividade Estímulo ao investimento: Exemplo: reduzir impostos sobre máquinas e bens de capital. Estimular a poupança (ato de economizar), pois se a população economiza mais, haverá mais PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 32 dinheiro no sistema financeiro disponível para que financiamentos de empreendimentos. Investimento estrangeiro: se as forças econômicas não se mobilizam para aumentar investimentos, o país pode permitir que estrangeiros que tem dinheiro acumulado empreendam dentro do país. Exemplo: um empresário do ramo de supermercados pode ver que as oportunidades em seu país já estão esgotadas, mas que em um país da África ainda há espaço para investir e lucrar. O país africano deve decidir se aceita o investimento estrangeiro ou não. Educação:o próprio estado pode criar mecanismos para incentivar a educação e consequentemente aumentar o conhecimento das pessoas. Para fazer isso ele pode criar escolas, bolsas, transporte gratuito para estudantes, etc. Mas esse investimento tem custo, que o estado financia tributando outras atividades da economia, como produtos de consumo, renda de assalariados, etc. Saúde, nutrição, saneamento básico: para o trabalhador ser produtivo é necessário que tenha um condição saudável. O estado pode tentar promover esses benefícios por meio de hospitais, estações de tratamento de esgoto, alimentação subsidiada, etc. Novamente esses gastos deverão ser cobertos com tributos. Exemplo: estado cria posto de saúde em local carente. Direitos de propriedade e estabilidade política: não basta o trabalhador ser produtivo se não estiver empregado em empreendimentos que desejam produzir. Os empreendedores, por sua vez, só vão desejar produzir se tiverem a expectativa de que poderão ter lucros. Quanto mais os direitos de propriedade dos empreendedores estiverem garantidos, maior será sua vontade de investir em empreendimentos. Exemplo: você construiria um supermercado em um país que pode a qualquer momento pode entrar em guerra? Ou que está prestes a decretar o socialismo? "O jurista em geral não é treinado para compreender o que é uma estrutura: assim, está mais apto a perceber uma árvore (as partes) do que uma floresta (sociedade)." Quando um magistrado num processo de despejo resolve proteger o idoso que não paga há algum tempo o aluguel (parte pretensamente mais fraca) em detrimento dos proprietários (parte pretensamente mais forte), mesmo com a boa intenção de fazer justiça social, ele sinaliza para todos os outros proprietários de imóveis para não alugarem para idosos. Ele acaba prejudicando os idosos. O mercado é implacável e responde a intervenções como esta em detrimento do grupo que justamente o magistrado pretendia proteger. Como foi dito anteriormente, os fins serão distorcidos e a justiça social almejada ficará prejudicada. (Reinaldo Lopes, professor da USP) Livre comércio: um país pode adquirir de outros países produtos, máquinas e tecnologias que não é capaz de produzir. Ao se concentrar em produzir aquilo no qual é mais produtivo, esse país consegue ter acesso a mais e melhores produtos do que se tivesse que produzir tudo sozinho. Por isso, no curto prazo o livre comércio tente a aumentar a produtividade. Se esse aumento de produtividade inicial for acompanhado por mais investimentos em educação, máquinas, tecnologia e etc, o país conseguirá produzir mais e criar mais produtos PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 33 valiosos, gerando ainda maior produtividade. Mas se o aumento inicial de produtividade significar uma acomodação dos trabalhadores e empreendedores locais, o país pode ficar preso em um modelo de produção, limitando sua produtividade. Pesquisa e desenvolvimento: o estado pode estimular a criação de tecnologias incentivando pesquisas científicas, áreas de estudo estratégicas como engenharia, etc. Exemplo: NASA nos EUA, Embrapa no Brasil. Perguntas de sempre O que desejamos individualmente e socialmente? o Queremos alta ou baixa produtividade? Como as leis (ou ausência delas) podem auxiliar no alcance do que desejamos? o Você concorda que esses fatores são fundamentais para determinar o quanto uma sociedade produz: Motivação individual Coordenação entre indivíduos Previsibilidade e capacidade de planejamento PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 34 MACROECONOMIA, PARTE 1 Mankiw, livro Introdução à economia (capítulo 23 e 30) PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 35 O que é a macroeconomia Estudo a economia em nível macro. Seu objeto de estudo é o nível agregado. Exemplos: o Total produzido pela economia nacional (país). o Total consumido no país ou em determinada região. Objetos de estudo Preços (de mercadorias, juros, salários, inflação, câmbio). Quantidade de bens produzidos (produção total, PIB, PIB per capita). Quantidade de fatores de produção empregados (nível de emprego, renda). Fluxo circular da renda PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 36 PIB Produto interno bruto (PIB) é a soma de todas as riquezas produzidas em um período. Pode ser visto na ótica da produção, renda ou despesa. Em economia costuma-se formular: o PIB = C + I + G + (Exp – Imp) PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 37 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 38 Produto, renda e despesa Como podemos ver os valores da economia? Você já parou para pensar sobre um produto (garrafa de água) que você consome? Esse produto tem 3 dimensões: o É um consumo: você gasta R$ 3,00 para obtê-lo. o É um produto: alguém o produziu e levou ao mercado, cobrando R$ 3,00. o É uma renda: diversas pessoas participam dos R$ 3,00 pelos quais o produto foi vendido: O empresário que empreende a empresa responsável por embalar a água. O trabalhador que é pago pelo empresário. O governo que recebe impostos. Eventuais proprietários de imóveis ou terras que alugam suas propriedades (o galpão para embalar a água, por exemplo). Credores que emprestam dinheiro para o empreendimento. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 39 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 40 Poupança e investimento Poupança é a parcela da renda disponível não gasta. Poupança = Renda total – Consumo – Gastos do Governo – Importações Investimento é o gasto com bens não consumidos no período, e que aumentam a capacidade produtiva para o período seguinte. São gastos transformados em bens de capital ou aumento dos estoques. Valores reais VS valores nominais Ao mensurar a variação de valores é preciso diferenciar o que é variação real e nominal. o Ex: O PIB aumentou de R$ 1 trilhão para R$ 1,1 trilhão. Mas a inflação foi de 10%. Então o PIB aumentou 4,76%. o Cálculo = 1,1/1,05 = 1,0476 Inflação de demanda Procura é maior que a oferta de bens. o É um fenômeno que acontece não só com dinheiro, mas com qualquer coisa que tenha a propriedade de escassez. o Imagine uma festa onde o único atributo de atração é o valor da roupa. O preço da roupa é a moeda de troca. Se houver poucos homens vestidos com roupas caras, as mulheres tenderão a contentar com roupas mais baratas. Se todos os homens se vestirem com roupas caríssimas, a demanda por parte das mulheres selecionará roupas de valor mais elevado. Para monetaristas, a causa da inflação de demanda está recorrentemente associada ao excesso de moeda na economia (crédito, emissão de dinheiro). Para fiscalistas, a causa está em gastos excessivos no consumo, investimento e despesas do governo. Inflação de oferta Oferta de bens não comporta a demanda. Ex: seca causa quebra de safra. A redução da produção faz com que produtores vendam o que puderam colher por muito mais, já que a necessidade da população segue inalterada. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 41 Efeitos da inflação Redução do poder aquisitivo, sobretudo de quemnão consegue se proteger indexando seus ganhos e poupança. Encarecimento do produto nacional, diminuindo exportações. Piora no ambiente de negócios, com empresários tornando-se reticentes quanto a decisões de investimentos e aumento de produção. Imprevisibilidade e desarticulação da eficiência econômica. Perguntas de sempre O que desejamos individualmente e socialmente? o O que queremos da produção econômica? o O que queremos dos preços? o O que queremos da poupança e investimento? Como as leis (ou ausência delas) podem auxiliar no alcance do que desejamos? o Como produzir mais (discutido nos capítulos anteriores). o De onde vem o investimento? o Se a inflação surge quando a demanda é maior do que a oferta, como fazer com que isso não ocorra? Discussão sobre formação de poupança O FGTS é uma forma de obrigar a formação de poupança. É bom? Leias os 3 artigos sobre Incentivo à formação de poupança e reflita sobre as questões abaixo. - O que é déficit habitacional? - Os gastos que são feitos para preencher o déficit habitacional (por exemplo: construir prédios) são gastos com consumo ou investimento? De onde os recursos para esses empreendimentos vem? - O FGTS é uma poupança obrigatória com objetivo de garantir direitos ao trabalhador, forçar a criação de poupança ou fomentar investimentos que preencham o déficit? - Qual é o limite razoável para que o estado interfira na decisão privada de poupança, gasto e investimento? PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 42 Questionário 1) Descreva em detalhes o fluxo circular da renda. 2) Sob quais pontos de vista a riqueza de uma nação pode ser vista? 3) Qual é a origem da poupança e qual sua relação com investimentos? 4) Descreva o PIB e seus componentes. 5) Diferencie variações reais de variações nominais. 6) Diferencie as inflações de demanda e oferta. 7) Explique a implantação do Plano Real. 1) Considere as seguintes afirmações: A) No fluxo circular da renda, as empresas pagando pela mão-de-obra das famílias representa o fluxo de bens e serviços. B) O fluxo circular da renda trata do fluxo financeiro, enquanto o fluxo circular de mercadorias trata de bens e serviços. C) O fluxo circular da renda mostra a interação física e monetária de 2 tipos de agentes econômicos (famílias e empresas) em dois mercados (de fatores e de produtos). Estão corretas as alternativas: A) I B) II C) I e II D) I e III E) III 2) Sobre o PIB: i. Quanto maior o PIB maior é o consumo interno, dado que o primeiro é determinado pelo segundo. ii. A sigla significa Produção Interna Básica. iii. É composto pelos elementos econômicos básicos de Consumo, Gastos do Governo, Investimentos e Balança Comercial, essa última sendo resultado de Importações menos exportações. Estão corretas as alternativas: A) I B) II C) III D) I e II E) Nenhuma afirmativa está correta. 3) Sobre a poupança, considere: I) É um indicador importante para o crescimento e desenvolvimento de um país. II) Remete à parcela de renda disponível não gasta pelos agentes econômicos. III) Tem uma relação umbilical com os investimentos, já que os mesmos são provenientes da parcela de renda disponível não gasta. Estão corretas as alternativas: A) I e III B) II e III C) III D) I e II E) Todas estão corretas PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 43 4) Ainda sobre poupança, considere: I) Em ciência econômica, a palavra poupança remete exclusivamente à caderneta de poupança de instituições financeiras. II) Poupança é um conceito também aplicável às finanças do governo, que apresentará poupança se gastar menos do que o total recolhido com impostos e outras receitas. III) A poupança pode ser realizada por famílias e empresas, representando em todos os casos a parcela da renda disponível não gasta. Estão corretas as alternativas: A) I e III B) II e III C) III D) I e II E) II. 5) Sobre a inflação é INCORRETO afirmar: A) A inflação de demanda ocorre quando há um aumento na procura de bens, superando a oferta existente. B) A inflação de oferta ocorre quando há um aumento na oferta de bens, superando a procura existente. C) A inflação tem como um de seus efeitos dificultar o ambiente de negócios. D) A inflação tem como um de seus efeitos reduzir o poder de compra da população. E) A inflação tem como um de seus efeitos o encarecimento do produto nacional e a redução das exportações. Gabarito 1 - E 2 - E 3 - E 4 - B 5 - B PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 44 MACROECONOMIA, PARTE 2 Mankiew, livro Introdução à economia (capítulo 33) PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 45 A moeda Funções: o Instrumento de troca o Unidade de conta o Reserva de valor Em última análise moeda = crédito, confiança, poder de compra o O papel-moeda tem valor irrisório, ao contrário das antigas moedas cunhadas me ouro e prata. O que vale é a confiança geral de que ela pode ser trocada por coisas com valor. o Conta-se uma história de que em um povoado uma grande rocha no fundo do rio era usada como moeda. Seu proprietário podia trocá-la pois ela tinha valor, e esse valor provinha da crença por parte de todos de que aquela coisa tinha proprietário com direito de alienação. A moeda na economia moderna A moeda é responsável pelo pagamento e circulação de bens e serviços. Os montantes de moeda disponíveis são classificados de acordo com sua liquidez. São os agregados monetários: o M0 = moeda em poder do público (papel + moedas metálicas) o M1 = M0 + depósitos à vista em bancos comerciais o M2 = M1 + depósitos especiais + poupança + títulos emitidos por instituições financeiras o M3... M4 Controle sobre a moeda Controlar a moeda é de extrema importância para economia. Falta ou excesso de moeda pode gerar alterações na demanda por produtos, no custo do dinheiro e até graves recessões, como foi o caso da crise de 1929. Durante a crise de 2008-2009 os governos souberam contornar o problema aumentando a oferta de moeda. O responsável pela política monetária nacional é o Banco Central. Ele tem a responsabilidade de zelar quantidade ótima de oferta de moeda, que influencia o nível de emprego, taxa de inflação, investimentos. PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 46 Funcionamento básico da política monetária Banco central pode aumentar a oferta de moeda recomprando títulos da dívida pública em poder do público Isso faz com que o dinheiro em circulação aumente O que ocasiona o aumento da demanda via consumo e investimentos (menor taxa de juros) Resultado no curto prazo é aumento do PIB Por que não manter a oferta de moeda sempre em expansão No longo prazo, aumentar a oferta de moeda mais do que a capacidade produtiva da economia só gera inflação? Política fiscal Também é capaz de alterar o nível de renda e emprego da economia Se o governo diminui tributos ou aumenta seus gastos, está estimulando a demanda e a produção Resultado = aumento do PIB Por que não aumentar os gastos públicos continuamente? Muitos governos já fizeram isso. O resultado é endividamento público, que precisa ser coberto via pagamento de juros, como acontece com o Brasil até hoje e agora gravemente com a Europa. Política cambial É possível impactar o nível de renda e emprego mudando a taxacambial. Quando o real é desvalorizado, crescem as exportações. Resultado = PIB aumenta Por que não desvalorizar continuamente o câmbio? Manipulação cambial tende a ser neutralizada no longo prazo. Isso ocorre porque o fluxo de exportações gera a entrada de moeda estrangeira, que fatalmente conduzirá à revalorização da moeda nacional. Como crescer então? Se não é possível burlar as regras do jogo para impulsionar a economia, então de que forma é possível garantir crescimento e desenvolvimento econômico contínuos? PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 47 A teoria econômica tradicional defende que crescimento e desenvolvimento econômico é um processo complexo resultante de: o Aumento da capacidade produtiva (investimentos, infra-estrutura, mão-de-obra) o Aumento da produtividade Perguntas de sempre O que desejamos individualmente e socialmente? o O que queremos das políticas econômicas? Como as leis (ou ausência delas) podem auxiliar no alcance do que desejamos? o O Estado deve incentivar a produção por meio de aumento de linhas de crédito para consumidores? o O Estado deve aumentar os impostos para melhorar os serviços como transporte público? Esses serviços devem ser gratuitos? o Quando o Estado aumenta a oferta de vagas de emprego por meio de concurso público, isso é bom ou ruim? o O governo deve controlar o preço da gasolina para ajudar o bolso do cidadão? o O dólar deve ser valorizado ou desvalorizado? PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 48 Questionário 1) Descreva as funções da moeda. 2) O que é oferta de moeda, qual sua importância e quem a controla? 3) Descreva como funciona a política monetária e seus efeitos. 4) Descreva como funciona a política cambial e seus efeitos. 5) Descreva como funciona a política fiscal e seus efeitos. 6) Que diferença básica você visualiza entre as políticas vistas e as causas que podem garantir crescimento econômico sustentado? 1) Sobre a moeda e suas funções, considere: A) Moeda em economia representa somente a moeda metálica ou materiais preciosos como ouro e prata. B) A moeda modernamente é vista como símbolo de crédito, confiança, poder de compra, sendo seu valor desconexo do valor material (físico) do papel-moeda ou moeda metálica. C) As funções da moeda na economia moderna são de transação, unidade de conta e reserva. Estão corretas as alternativas: A) I e III B) II e III C) III D) I e II E) II. 2) Sobre política monetária é correto afirmar: a) No Brasil, a política monetária não pode ser manuseada pelo Banco Central. b) No Brasil, é uma ferramenta de política econômica utilizada exclusivamente pelo Ministério da Educação. c) Tem como uma de suas principais atribuições controlar a oferta de moeda. d) A política monetária não guarda relação direta com o nível de preços ou inflação. e) Todas estão incorretas. 3) Sobre a política fiscal, considere: A) A utilização constante de política fiscal expansionista pode causar problemas de endividamento público. B) O governo pode estimular a economia aumentando seu nível de gastos, por exemplo, com programas de distribuição de renda às famílias e obras públicas. C) A redução de impostos representa uma política fiscal expansionista (estímulo econômico). Estão corretas as alternativas: A) I e III B) II e III C) III D) I e II E) I, II e III. 4) Quanto à política cambial, considere: A) A taxa de câmbio pode influenciar o nível de produção, dado que afeta diretamente as exportações e importações, os dois componentes da balança comercial. B) Uma valorização cambial da moeda nacional tende a estimular as exportações. C) Uma desvalorização cambial da moeda nacional tende estimular as importações. Estão corretas as alternativas: A) I PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 49 B) II C) III D) I e II E) I e III. Gabarito 1 - B 2 - C 3 - E 4 - A PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 50 CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA Livro USP, parte de Macroeocnomia Artigo Max Weber Sobre direito PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 51 PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 52 Constituição econômica Imagine-se como descobridor de uma ilha e fundador de uma nação nesse mesmo local. Quais seriam as leis econômicas? Famílias que se mudassem para esse local poderiam ser proprietários de terra? De empresas? De outros seres humanos? Uma pessoa poderia empregar outra pessoa sem contrato, desde que demonstrasse tratamento justo? Ou seria obrigatório fazer um ritual sagrado de dança antes do início de um vínculo empregatício, demonstrando comprometimento espiritual entre ambas as partes? As pessoas poderiam decidir quanto pagar de imposto? E no que seriam utilizados esses impostos? Economia nacional Uma economia nacional é composta de diversos agentes: o Empresas. o Trabalhadores. o Consumidores. o Governo. As leis são um componente fundamental da economia. São as leis que definem as “regras do jogo econômico”, segundos as quais os agentes vão jogar. O que é a Constituição econômica A Constituição econômica = princípios e regras fundamentais da ordem econômica do país. Pré-constituição de 1988 Período caracterizado pela supressão de direitos constitucionais, pela hipertrofia do Poder Executivo em relação aos demais Poderes e pelo centralismo federativo na União, em detrimento da autonomia dos Estados. Objetivos fundamentais da Constituição Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Garantir o desenvolvimento nacional; PUCRS| Mercado Financeiro | Semestre 2016/01 | Prof. Wilson Marchionatti | Pág. 53 Erradicar a pobreza e a marginalização; Reduzir as desigualdades sociais e regionais. Foi a oitava constituição da história da país. Coloca-se no topo do ordenamento jurídico e tem validade perante todos outros formatos normativos. Sistema econômico “Um particular conjunto orgânico de instituições, através do qual a sociedade irá enfrentar ou equacionar o seu problema econômico" “É o conjunto de instituições destinado a permitir a qualquer grupo humano administrar seus recursos escassos com um mínimo de proficiência, evitando o quanto possível o seu desperdício ou malbaratamento“ (Fábio Nusdeo). Opções de sistema Capitalismo = "fundamentado na propriedade privada de bens e produção, na livre concorrência, na iniciativa privada, funcionando de um modo geral nos Estados que não se orientam pelo tipo de economia coletivizada“. Socialismo = "fundamentado na propriedade coletiva dos meios de produção, implantado na extinta União Soviética e na China e durante muito tempo no Leste europeu“ (Pinto Ferreira). Objetivos fundamentais da Constituição de 1988 “O sistema capitalista aponta para a chamada economia de mercado, na medida em que são as próprias condições deste mercado que determinam o funcionamento e equacionamento da economia (liberdade). Daí a idéia da "mão invisível", a regular e equilibrar as relações econômicas, entre oferta e procura". (André Ramos Tavares). Em um capitalismo puro cabe ao Estado apenas garantir as condições para que esse sistema desenvolva-se livremente. Mas a constituição deixa clara a necessidade "de uma ampla e coordenada atuação do Estado
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