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UNIVERSIDADE PARANAENSE MANTENEDORA Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC REITOR Carlos Eduardo Garcia Vice-Reitora Executiva Neiva Pavan Machado Garcia Vice-Reitor Chanceler Candido Garcia Diretorias Executivas de Gestão Administrativa Diretorias Executivas de Gestão Acadêmica Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Comunitários Cássio Eugênio Garcia Diretora Executiva de Gestão da Cultura e da Divulgação Institucional Cláudia Elaine Garcia Custodio Diretora Executiva de Gestão e Auditoria de Bens Materiais Permanentes e de Consumo Rosilamar de Paula Garcia Diretor Executivo de Gestão dos Recursos Financeiros Rui de Souza Martins Diretora Executiva de Gestão do Planejamento Acadêmico Sônia Regina da Costa Oliveira Diretor Executivo de Gestão das Relações Trabalhistas Jânio Tramontin Paganini Diretor Executivo de Gestão dos Assuntos Jurídicos Lino Massayuki Ito Diretora Executiva de Gestão do Ensino Superior Maria Regina Celi de Oliveira Diretor Executivo de Gestão da Pesquisa e da Pós-Graduação Régio Marcio Toesca Gimenes Diretor Executivo de Gestão da Extensão Universitária Adriano Augusto Martins Diretor Executivo de Gestão da Dinâmica Universitária José de Oliveira Filho Diretorias dos Institutos Superiores das Ciências Diretora do Instituto Superior de Ciências Exatas, Agrárias, Tecnológicas e Geociências Giani Andréa Linde Colauto Diretora do Núcleo dos Institutos Superiores de Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes, Ciências Sociais Aplicadas e Educação Fernanda Garcia Velásquez Diretora do Instituto Superior de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde Irinéia Paulina Baretta Diretorias das Unidades Universitárias Diretor da Unidade de Umuarama – Sede Nílvio Ourives dos Santos Diretor da Unidade de Toledo Roberto Ferreira Niero Diretora da Unidade de Guaíra Sandra Regina de Souza Takahashi Diretora da Unidade de Paranavaí Edwirge Vieira Franco Diretor da Unidade de Cianorte José Aparecido de Souza Diretor da Unidade de Cascavel Gelson Luiz Uecker Diretor da Unidade de Francisco Beltrão Claudemir José de Souza SEMEAD – SECRETARIA ESPECIAL MULTICAMPI DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Secretário Executivo Carlos Eduardo Garcia Coordenação Geral de EAD Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores nas Áreas de Educação, Linguística, Letras e Artes e Ciências Humanas Heiji Tanaka Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de Ciências Sociais Aplicadas Evandro Mendes Aguiar Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR Revisão de Normas Bibliográficas Inês Gemelli Diagramação e Capa Sandro Luciano Pavan * Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense – UNIPAR com todos os direitos da edição a ela reservados. U58e UNIPAR - Universidade Paranaense. Economia e sociedade / Vicente Afonso Gasparini ( Org.). – Umuarama : Unipar, 2014. 73 f. ISBN: 978-85-87505-79-8 1. Economia. 2. Ensino a distância - EAD. I. Universidade Paranaense. II. Título. (21 ed.) CDD: 330 SUMÁRIO ECONOMIA E SOCIEDADE Apresentação ....................................................................................................................... 5 Introdução ............................................................................................................................ 9 UNIDADE I: INTRODUÇÃO À ECONOMIA ................................................... 13 Objetivos da unidade ...................................................................................................... 13 Contextualização da unidade ...................................................................................... 13 O que é economia? ........................................................................................................... 14 Revisão histórica da economia ................................................................................... 18 São Tomás de Aquino ..................................................................................................... 19 Revolução industrial e o século XVIII ...................................................................... 19 Adam Smith ......................................................................................................................... 20 Karl Marx ............................................................................................................................. 23 John Maynard Keynes ..................................................................................................... 24 Pré-requisitos para compreensão da unidade ..................................................... 27 Atividades da unidade I ................................................................................................. 28 Materiais bibliográficos e livros complementares ............................................. 29 UNIDADE II: INTRODUÇÃO À ECONOMIA ................................................. 30 Objetivos da unidade ...................................................................................................... 31 Análise microeconômica ............................................................................................... 34 Estrutura de mercado ..................................................................................................... 37 Elasticidade ......................................................................................................................... 39 Atividades da unidade II ................................................................................................ 41 Materiais bibliográficos e livros complementares ............................................. 42 UNIDADE III: CONCEITOS DE MACROECONOMIA ........................... 445 Objetivos da unidade ...................................................................................................... 45 Contextualização da unidade ...................................................................................... 45 Atividades da unidade III .............................................................................................. 58 UNIDADE IV: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ................................................................................................................ 601 Os grandes desafios do mundo econômico ........................................................... 70 Atividades da unidade IV .............................................................................................. 72 Referências .......................................................................................................................... 73 Apresentação Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporâneo e o surgimento de um novo paradigma educacional frente às Tecnologias de Informação e Comunicação disponíveis que favorecem a construção do conhecimento, a revolução educacional está entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a sua missão como instituição formadora, com competência e comprometimento, optando por uma gestão mais aberta e flexível, democratizando o conhecimento científico e tecnológico, através da Educação a Distância. Sendo assim, a Universidade Paranaense – UNIPAR - atenta a este novo cenário e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autônomos, criativos, responsáveis, críticos e comprometidos com a formação de uma sociedade mais democrática, vem oferecer-lhe o Ensino a Distância, como uma opção dinâmica e acessível estimulando o processode autoaprendizagem. Como parte deste processo e dos recursos didático-pedagógicos do programa da Educação a Distância oferecida por esta universidade, este Guia Didático tem como objetivo oferecer a você, acadêmico(a), meios para que, através do autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a importância dele em sua formação profissional. Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educação a Distância da UNIPAR. Carlos Eduardo Garcia Reitor Seja bem-vindo caro(a) acadêmico(a), Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educação a distância, são compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e atividades presenciais obrigatórias, os quais individualmente e no conjunto são planejados e organizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos objetivos pedagógicos estabelecidos em seus respectivos projetos. As atividades de autoestudo, de caráter individual, compreendem o cumprimento das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de métodos e práticas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediação de recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação e comunicação. As atividades de tutoria, também de caráter individual, compreendem atividades de comunicação pessoal entre você e o tutor mediador, que está apto a: esclarecer as dúvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar informações sobre assuntos concernentes à disciplina; auxiliá-lo na execução das atividades propostas no material didático, conforme calendário estabelecido, enfim, acompanhá-lo e orientá-lo no que for necessário. As atividades presenciais, de âmbito coletivo para toda a turma, destinam-se obrigatoriamente à realização das avaliações oficiais e outras atividades, conforme dispuser o plano de ensino da disciplina. Neste contexto, este Guia Didático foi produzido a partir do esforço coletivo de uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se preocupa com a construção do seu conhecimento, independente da distância geográfica que você se encontra. O Programa de Educação a Distância adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade, e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado seja construído e apropriado de forma que, progressivamente, novos comportamentos, novas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por você. A interatividade será vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA, nele serão disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de tutoria que possibilitarão o desenvolvimento de competências necessárias para que você se aproprie do conhecimento. Recomendo que durante a realização de seu curso, você explore os textos sugeridos e as indicações de leituras, resolva às atividades propostas e participe dos fóruns de discussão, considerando que estas atividades são fundamentais para o sucesso da sua aprendizagem. Bons estudos! e-@braços. Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato Coordenadora Geral da EAD Caro(a) acadêmico(a), Este Guia Didático é composto de informações e exercícios de análise, interpretação e compreensão dos conteúdos programáticos da disciplina de Economia e Sociedade do Curso de Graduação em que você se encontra matriculado. O Guia Didático foi elaborado por um Professor Conteudista, embasado no plano de ensino da disciplina, conforme os critérios estabelecidos no Projeto Pedagógico do Curso. Abaixo, apresentamos, resumidamente, o currículo do Professor Conteudista responsável pela elaboração deste material: Disciplina: Economia e Sociedade Autor: Vicente Afonso Gasparini Mestre em Engenharia da Produção, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2000); Especialista em Administração da Qualidade e Produtividades pela Universidade Paranaense – UNIPAR (1997); Graduado em Economia pela Universidade Paranaense – UNIPAR (1990); atualmente é professor da Universidade Paranaense – UNIPAR, Campus Umuarama; Coordenador do Curso de Especialização - MBA em Gestão Empresarial. Tem experiência na área de gestão pública. Além do professor conteudista, existe uma equipe de professores e tutores mediadores devidamente preparados para acompanhá-lo e auxiliá-lo, de forma colaborativa, na construção de seu conhecimento. Bons momentos de estudos! e-@braços. Evandro Mendes Aguiar Coordenador do Núcleo de Cursos Superiores da Área de Ciências Sociais Aplicadas INTRODUÇÃO A economia tem relação direta com o comportamento humano, o comportamento dos sistemas econômicos e as relações políticas de um estado. Nesta circunstância estuda-se a construção da riqueza e a letargia de algumas regiões pelo mundo que não conseguem construir o bem estar de sua sociedade e, às vezes, não atendem as necessidades básicas, como a alimentação. A natureza contribui para que o homem através do uso da ciência e da tecnologia busque a transformação de recursos naturais, às vezes escassos, às vezes abundantes, em produtos abacados ou produtos finais, para ser entregue em um mercado para o devido consumo, com base em uma troca na mais elementar forma, que é a utilização da moeda. Nesse contexto nasce a complexa relação entre os homens, seus produtos e mercados, onde aparecem os produtores, os consumidores e os mediadores, formados pelo sistema monetário e as autoridades constituídas, que surgem como facilitadores do entendimento do sistema e sua complexidade. O estudo da economia e sua expansão baseiam-se nos fundamentos teóricos, que de certa forma pode parecer algo distante, mas que deve ser considerado como uma necessidade para a melhoria das condições sociais e atendimento às necessidades humanas, de bens de consumo e bens de serviços. Portanto, estudar economia deve ser visto como uma forma para aperfeiçoar os meios de produção, seja agrícola, industrial ou prestação de serviços em modelos inteligentes, utilizando técnicas avançadas e aprimoramentos intelectuais. Vale a pena analisar as sociedades que ao longo do tempo prosperaram seu meio, melhorando a qualidade de vida em vários sentidos, utilizando modelos de relações econômicas, seja produção, distribuição ou comercialização. Pode-se citar o Japão que, após a derrota na segunda guerra mundial, voltou-se para si e reiniciou um novo tempo, criando técnicas de produção industrial e desenvolvendo modelos simples, com o envolvimento de empresas, empregados e sociedade, em busca de alcançar um lugar ao sol em termos de relações econômicas como os demais países do mundo. Técnicas simples como a ferramenta da qualidade 5Ss, Just in time, Kanban, kaizen, utilizadas no mundo inteiro, inclusive pelas grandes montadoras de automóveis distribuídas por todos os cantos do mundo. Tem ainda na teoria o papel de desenvolver modelos macroeconômicos, com vistas às relações entre os países, pois existe todo um contexto logístico de trocas de produtos, retenção e liberação da moeda, e múltiplas circunstâncias que envolvem o comportamento social e político de um agrupamento de pessoas. Vale uma reflexão sobre as diferenças entre os valores da moeda de um país em relação a outro, ou de forma simples, analisar o valor da moeda “dólar americano” em relação as demais moedas do mundo e descobrir que não é obra do acaso, mas sim, atitude inteligente e pensada, com base em fundamentos econômicos, sociais e políticos. Modelos econômicos não significam que tudo funciona em todos os lugares, pois nessa equação precisam ser considerados outros fatores relacionados ao comportamento social, ao ambiente, à cultura formada ou adquirida, considerando qualidade e quantidade de recursos naturais como terra, água e minérios. Tudo isso, agregado à capacidade empresarial e gerencial de uma região, definiráefetivamente o quê e como será a economia de uma região. Fatores como a prática e o trabalho também são condicionantes a serem avaliados dentro dos modelos econômicos, pois a forma organizada de uma sociedade proporcionará o resultado necessário em termos de produção e geração de empregos. Assim, pode-se dizer que o trabalho, o emprego das melhores práticas e o emprego das melhores tecnologias são condições que podem ser estudadas e utilizadas de forma premeditada para a conquista dos melhores resultados, em termos de produção de bens e serviços e criação da riqueza material da sociedade. Isso fortalece a ideia de que o estudo econômico e sua prática podem conduzir a uma vida melhor em termos de produção e consumo de bens e serviços. Assim, podemos olhar a economia e sua abrangência, seja ela interna em nível de país, a funcionalidade, a organização geral de empresas, organizações e indivíduos, ou ainda a nível internacional, considerando as relações com a multiplicidade de países e suas formas de produzir e comercializar. Para melhor ilustrar essas ideias, abaixo enumeramos algumas questões que podem contribuir para a construção do pensamento econômico: A nível nacional: Atendimento das necessidades básicas da população; Desafios da geração de empregos; A manutenção de pleno emprego dos meios de produção; Indústria competitiva; Formação técnica para a competitividade; Valorização da moeda nacional; Controle de processos monetários de riscos, como a inflação; Comportamento do mercado interno do país; Agregação de valores nos meios econômicos de produção; Possibilidade de consumir bens e serviços por meio da população; Crescimento da economia de forma geral. A nível internacional: A globalização de mercados; A formação de blocos econômicos; Confrontos ideológicos entre nações; A proliferação de marcas e empresas multinacionais; Proteção de mercados internos; As diferenças econômicas gritantes entre as nações; As crises internacionais generalizadas; Catástrofes e crises ambientais; Monopolização de mercados e tecnologias; As relações entre importações e exportações. Vale lembrar que se trata apenas de algumas circunstâncias relevantes para o desenvolvimento e crescimento econômico, que outros fatores podem e devem ser considerados para uma análise mais abrangente da economia. Lembrar que a economia trata-se da ciência do comportamento, incluindo a cultura vigente do país, os indivíduos, os governantes, pois se trata de relações ou um processo de trocas, envolvendo toda uma complexidade. Neste contexto, o estudo da economia leva em consideração a vida em sociedade tratando-se de relações materiais que podem explicar e apontar os motivos que levam os homens a atitudes extremas, criando consequências que afetam inclusive outros agrupamentos sociais. Vale lembrar que muitas guerras entre nações são motivadas por interesses econômicos. A formação de blocos entre países já leva o nome de blocos econômicos. Portanto, em nome da economia e das relações econômicas muito se joga no meio social e nas relações locais e internacionais. Enfim, o estudo da economia pode ajudar apontar a causa da degradação de parte da humanidade constituída pela parcela pobre, como também apontar fatores e motivações que contribuíram e contribuem para a construção da riqueza. Indicando ainda, quais ações, sejam elas por meio dos indivíduos, empresas e governos, podem contribuir ou não para a obtenção do bem estar das sociedades. UNIDADE I: INTRODUÇA O A ECONOMIA OBJETIVOS DA UNIDADE Os objetivos a serem alcançados na unidade são: Conceituar economia e estabelecer relações entre os sistemas econômicos; Compreender os fundamentos econômicos, bem como a sua evolução; Identificar possibilidades e alternativas de modelos para o desenvolvimento socioeconômico. CONTEXTUALIZAÇÃO DA UNIDADE Estudar economia é buscar compreender as diferenças entre sociedades e agentes econômicos, bem como identificar alternativas que melhor se adaptam à sociedade, levando em consideração o ambiente, seja ele físico, disponível na natureza, de comportamento e de formação cultural e as possibilidades climáticas, ou seja, compreender tanto as interações entre as variáveis que compõem a construção da riqueza, como também os meios de sobrevivência para a humanidade. Levando em consideração suas necessidades, bem como cada sociedade, cada indivíduo enxerga as formas da busca dos meios para sua sobrevivência e consequente criação dos excedentes para a garantia da sobrevivência das gerações futuras. Considerando as questões relacionadas, torna-se necessária uma viagem pelo tempo econômico, para identificar no que as épocas, o pensamento, os autores e as práticas econômicas contribuíram para o bem estar da humanidade, bem como se a mesma atendeu ou deixou de atender as suas necessidades, para buscar um modelo ou forma que satisfaça as necessidades do presente e do futuro. Para tanto, torna-se necessária a formação da base teórica com vistas à fundamentação econômica e suas variáveis para sua aplicação na busca dos melhores desempenhos econômicos diante dos desafios e necessidades humanas. O QUE É ECONOMIA? Mas o que é economia? Quais os princípios e leis que a regeu? Em que ela se fundamenta? De acordo com Vasconcelos (2005), a palavra economia deriva do grego Oikonomía (de óikos, casa, nómos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do estado, e pode ser assim definida. Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica: Escolha; Escassez; Necessidade; Recursos; Produção; Distribuição. Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de- obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade. Tem-se, então, um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se às necessidades humanas ilimitadas. Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade. Essa é a questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população. Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego, crescimento, déficit público, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não é assim, e a sociedade tem de tomar decisões sobre a melhor utilização de seus recursos, de forma a atender ao máximo as necessidades humanas. Rossetti (2000) cita que a economia é um estudo da Humanidade nas atividades correntes da vida; examina a ação individual e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à obtenção e ao uso das condições materiais do bem-estar. Assim, de um lado, é um estudo da riqueza; e, de outro, e mais importante, uma parte do estudo do homem. O caráter do homem tem sido moldado por seu trabalho quotidiano e pelos recursos materiais que emprega, mais do que por outra influência qualquer,à parte, a dos ideais religiosos. Os dois grandes fatores na história do mundo têm sido o religioso e o econômico. Aqui e ali, o ardor do espírito militar ou artístico predominou por algum tempo; mas as influências religiosas e econômicas nunca foram deslocadas do primeiro plano, mesmo passageiramente, e quase sempre foram mais importantes do que as outras todas juntas. Vista desta forma, a economia é um estudo dos homens tal como vivem, agem e pensam nos assuntos comuns da vida, mas diz respeito, principalmente, aos motivos que afetam, de modo intenso e constante, a condução do homem no campo das transações mercantis e dos negócios. E, como as transações e seus benefícios são mensuráveis, a economia conseguiu avançar mais que os outros ramos do estudo do homem; assim, como a balança de precisão do químico torna sua disciplina mais exata que outras ciências físicas, a balança do economista, apesar de mais grosseira e imperfeita, deu à economia uma exatidão maior do que a de qualquer outro ramo das ciências sociais. Naturalmente, em termos comparativos, a economia não tem a mesma precisão das ciências físicas exatas, pois ela se relaciona com as forças sutis e sempre mutáveis da natureza humana. É essencial notar que o economista não se arroga à possibilidade de medir os motivos e as inclinações humanas. Ele só o faz indiretamente, através de seus efeitos. Avalia as motivações da ação por seus resultados, do mesmo modo como o faz o cidadão comum, diferindo dele somente pelas maiores precauções que torna em esclarecer os limites de seu conhecimento. Alcança suas conclusões provisórias pela observação da conduta humana sob certas condições, sem tentar penetrar questões de ordem transcendental. Na utilização do conhecimento, considera os incentivos e os fins últimos que levaram à busca de determinadas satisfações. As medidas econômicas dessas satisfações são o ponto de partida da economia. Passemos, agora, a outro ponto. Quando dizemos que um resultado ou efeito é medido pela ação que o causou, não estamos admitindo que toda ação humana deliberada seja resultado de um cálculo econômico. As pessoas não ponderam previamente os resultados econômicos de cada uma de suas ações, nem todas as ações humanas são objeto de cálculo econômico; mas o lado da vida de que a economia se ocupa especialmente é aquele em que ocorre, com mais frequência, calcular os custos e os benefícios de determinada ação ou de um empreendimento antes de executá-lo, e em que é possível calcular seus resultados e efeitos. Aqui devemos ter presente que os motivos das ações humanas não residem, necessariamente, apenas em benefícios materiais, economicamente mensuráveis. Envolvidos pelas forças da concorrência, muitos homens de negócios, por vezes, são estimulados mais pela expectativa de vencer seus rivais do que propriamente por acrescentar mais a sua própria riqueza. Por outro lado, o desejo de obter a aprovação ou de evitar a censura de seus pares no meio social em que vivem, podem também levar comumente a ações e decisões de significativos efeitos econômicos. Podemos melhor ilustrar essas ideias enumerando algumas das principais questões estudadas pela economia, quais sejam: Quais as causas que afetam o consumo e a produção, a distribuição e a troca de riquezas; a organização da indústria e do comércio; o comércio exterior; as relações entre empregados e empregadores? Como estas questões são influenciadas umas pelas outras? Qual o alcance e a influência da liberdade econômica? Qual sua importância, efeitos imediatos e mais remotos? Até que ponto os inconvenientes da liberdade econômica, para os que dela não se beneficiam, justificam modificações em instituições como a propriedade e a livre empresa? Em que medida poderíamos fazer essas modificações sem enfraquecer a energia dos que promovem o progresso? Como deve ser distribuída a incidência de impostos entre as diferentes classes da sociedade? Quais os empreendimentos de que a sociedade, por ela mesma, deve encarregar-se e quais os que se farão por intermédio do governo? Em que medida o governo deve regulamentar a forma como os homens de empresa dirigem seus negócios? Sob que aspectos diferem os deveres de uma nação em relação à outra, em matéria econômica, dos que têm entre si os cidadãos de uma mesma nação? Assim considerada, a economia é o estudo das condições materiais da vida em sociedade e dos motivos que levam os homens a ações que têm consequências econômicas. São seus objetos os estudos da pobreza, enquanto estudo das causas da degradação de uma grande parte da humanidade; das condições, motivações e razões da riqueza; as ações individuais e sociais ligadas à obtenção do bem-estar. (MARSHALL, 1961). Portanto, para o seu entendimento sobre a conceituação da economia e obter informações primárias sobre a economia e a razão de seus estudos, faz-se necessário que você leia e entenda o capítulo 1, Introdução à Economia, páginas 1 a 14, do livro Fundamentos de Economia, de autores Marco S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia. Na leitura sugerida, encontra-se apenas uma breve introdução; porém, algumas questões devem começar a ser respondidas, como: Qual o conceito de economia? Quais os fundamentos dos problemas econômicos? Com o que e onde a economia se relaciona? Como pensar em um sistema econômico? Como dividir o estudo da economia? REVISÃO HISTÓRICA DA ECONOMIA Antes de seguir em frente, vale a pena uma breve revisão na conceituação histórica da economia, como ela vem sendo estruturada e os modelos seguidos pela sociedade, bem como as adaptações realizadas. Dessa forma, vamos repensar um pouco da história econômica; porém, antes de escrever sobre a história econômica, vale a lembrança que a economia, como qualquer forma de organização social, tem alguma relação com um ponto primitivo; neste caso, citamos o escambo para então seguirmos. Escambo - conforme o Novíssimo Dicionário de Economia de Paulo Sandroni (2002), significa troca de bens e serviços sem a intermediação do dinheiro. É o estágio mais primitivo nas relações de troca e caracteriza as sociedades de economia natural. Nas sociedades modernas, o escambo pode ressurgir em momentos de elevada taxa inflacionária, em que os consumidores perdem a confiança no papel moeda. Isso ocorreu na Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial, quando o marco hiperdesvalorizado foi substituído nas relações de troca mais simples pelo café e pelo cigarro. O escambo pode ocorrer também entre dois países, quando suas trocas se realizam à base de mercadoria por mercadoria. Logo após a descoberta do Brasil, o escambo foi intensamente empregado nas relações entre europeus e indígenas, para o carregamento de pau-brasil. Os índios cortavam a madeira e a deixavam na praia para ser colocada nos navios e recebiam em troca facas, espelhos e bugigangas de fabricação europeia. A conceituação do escambo tem por objetivo levar o aluno a pensar que o sistema econômico, dentro da sua evolução, ajuda as sociedades nas suas relações de troca, e a se organizarem a tal ponto, que a eficiência dos negócios atendam às suas necessidades, bem como organiza as demandas futuras. Com esta breve conceituação, passamos para a evolução histórica da economia, ou seja, um breve relato a partir do século XIII, com o pensador São Tomás de Aquino. SÃO TOMÁS DE AQUINO Tomás de Aquino (1225-1274) - considerado e conhecido como Santo, escreveu a obra “Suma Teológica”, com ideias sobre problemas econômicos sociais e políticos. Concorda com a propriedade privada, porém, defende o pensamento do “bem comum”. Em sua obra, trata também do comércio e da cobrança de juros, escrevendo sobre a moralidade, limitando-se ao “justo preço” e condena o enriquecimento através dos mecanismos acima.Para se saber mais sobre economia, religião e mercado, São Tomás de Aquino, a influência teológica na construção do pensamento econômico, sugere-se a leitura do capítulo I - Ciência Econômica e a economia de mercado, do livro “A Era do Economista - Fusfeld - Daniel R. 2001”. Após este relato do século XIII, vamos direto ao século XVIII, o qual é considerado o período das revoluções, mais especificamente a francesa, a intelectual, o iluminismo e, a que mais tem relação com a economia, “a revolução industrial”, pois, ao final do século acontecia um conjunto de transformações tecnológicas, nascia o sistema manufatura com trabalho assalariado, ou seja, a partir daí começou-se a pensar nos processos produtivos com inovações tecnológicas. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E O SÉCULO XVIII Neste ponto, o aluno deve pensar que, apesar do avanço com a revolução industrial, consequências surgem, pois na natureza tem a máxima de “causa, efeito”. Portanto, vale uma reflexão sobre como está organizada hoje as cidades, principalmente as regiões metropolitanas, as condições sociais dos trabalhadores e das questões do meio ambiente, que, durante o século XX sofrem profunda transformação em função da aceleração do consumo, o uso de energia e a multiplicação de aparelhos e suas várias opções. O final do século XVIII é rico em desenvolvimento de técnicas e vale destacar a criação de James Watt (1736-1819), a Máquina a Vapor de movimentos circulatórios. Seu nome foi dado à unidade de potência de energia WATT. A partir do final do século XVIII, com as descobertas, a estruturação das formas de pensamento e as novas formas de organização social, a economia ganha um novo rumo, e o pensador sugerido é Adam Smith. ADAM SMITH Adam Smith - (1723 - 1790), escocês, filósofo e professor universitário. Suas Obras: Teoria dos Sentimentos Morais (1759); A Riqueza das Nações: investigação sobre sua natureza e suas causas (1776), obra escrita bem próxima do período da revolução industrial. Essa obra exalta o individualismo, considerando que os interesses, livremente desenvolvidos, sejam guiados por uma “mão invisível”. Considerado o pai da economia moderna, desenvolve a ideia da riqueza das nações em um período do auge da Revolução Industrial (1776), ou o progresso de diversos elementos de produção, “uso de máquinas, controle da energia”, extração mineral. A escola de Adam Smith deixa a herança do Laissez-Faire, Laissez-Passer, “Deixa fazer, Deixa passar”, uma espécie de proclamação à liberdade mercadológica. Conforme Daniel R. Fusfeld (2001), Adam Smith foi o mais importante economista liberal. O grande teórico do liberalismo econômico e da política do laissez-faire é considerado, hoje, o fundador da Ciência Econômica Moderna. Curiosamente, enquanto vivo, foi mais conhecido por seus estudos de Filosofia do que de Economia, exercendo pouca influência na política econômica da época. As sementes de Ciência Econômica que ele plantou em vida só seriam colhidas bem mais tarde. Em 1751, foi lecionar na Universidade de Edimburgo e, no ano seguinte, tornou-se professor de Lógica em Glasgow, quando, repentinamente, uma oportunidade apareceu. A sorte parecia acompanhar o jovem professor, pois, no ano seguinte, tornou-se disponível uma vaga para a cadeira de Filosofia Moral - a disciplina preferida de Smith - e ele foi nomeado para o cargo. Ensinava Ética, tendo seu livro, Teoria dos Sentimentos Morais, sido publicado em 1759. Para o leitor moderno, a obra parece um pouco ultrapassada, mas interessante. A ideia fundamental é que os sistemas éticos desenvolvem-se por meio de um processo natural a partir de relações pessoais individuais - uma visão que reflete o interesse do século XVIII pelas leis naturais. O indivíduo decide se certas ações são corretas ou incorretas pela observação das reações dos outros a seu comportamento. Um consenso social desenvolve-se, então, consolidando os padrões de comportamento que beneficiam tanto a sociedade quanto o indivíduo. Este processo equivale a uma teoria anterior a da ação humana “orientada em direção ao próximo”. O livro teve sucesso imediato e foi bem aceito pela intelligentsia da época. A reputação de Smith aumentou e estudantes de toda a Europa vinham ter aulas com ele. Começou, então, a escrever um livro sobre Economia e a dar aulas sobre “Polícia, Justiça, Rendimentos e Armas”. Marco Antônio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia (2005) escrevem, que Adam Smith foi considerado precursor da moderna teoria econômica, colocada como um conjunto científico sistematizado, com um corpo teórico próprio. Smith já era renomado professor quando publicou sua obra, “A Riqueza das Nações”, em 1776. O livro é um tratado muito abrangente sobre questões econômicas que vão desde as leis do mercado e aspectos monetários até a distribuição do rendimento da terra, concluindo com um conjunto de recomendações políticas. Em sua visão harmônica do mundo real, Smith acreditava que se deixasse atuar a livre concorrência, uma “mão invisível” levaria a sociedade à perfeição. Adam Smith advogava a ideia de que todos os agentes em sua busca de lucrar o máximo acabavam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. É como se uma mão invisível orientasse todas as decisões da economia, sem necessidade da atuação do Estado. A defesa do mercado como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios para a coletividade, independentemente da ação do Estado. É o princípio do liberalismo. Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-faire. Considerava-se que a causa da riqueza das nações era o trabalho humano (a chamada teoria do valor- trabalho) e que um dos fatores decisivos para aumentar a produção era a divisão de trabalho, isto é, os trabalhadores deveriam especializar-se em algumas tarefas. A aplicação desse princípio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia de tempo e condições favoráveis para o aperfeiçoamento e invento de novas máquinas e técnicas. A ideia de Smith era clara. A produtividade decorre da divisão de trabalho, e esta, por sua vez, decorre da tendência inata da troca, que, finalmente, é estimulada pela ampliação dos mercados. Assim, é necessário ampliar os mercados e as iniciativas privadas para que a produtividade e a riqueza sejam incrementadas. Para Adam Smith, o papel do Estado na economia deveria corresponder apenas à proteção da sociedade contra eventuais ataques e à criação e à manutenção de obras e instituições necessárias, mas não à intervenção nas leis de mercado e, consequentemente, na prática econômica. O conjunto de obras de Adam Smith leva à criação da escola clássica, com pensamentos a partir da obra “A Riqueza das Nações”. A escola foi fundada também por David Ricardo e se desenvolveu nos escritos Thomas Robert Malthus (1766- 1834) e John Stuart Mill (1773-1836). Para saber mais sobre a escola clássica, Ricardo, Malthus e Stuart Mill, recomenda-se consultar o Novíssimo Dicionário de Economia “Paulo Sandroni”. Após analisarmos as obras do século XVIII, a revolução industrial, e o pensamento do mercado livre, avançaremos para o século XIX. O pensador sugerido para nosso estudo passa a ser Karl Marx e as doutrinas do socialismo. KARL MARX Karl Marx (1818 - 1883), filósofo e economista alemão, o mais eminente teórico do comunismo. Publicou violenta crítica ao capitalismo, e sua obra prima, sem dúvida, é “O Capital”. Desenvolveu o conceito “mais valia”, uma crítica à exploração do trabalho, relacionando as formas de pagamento ao trabalhador com o trabalho realizado. Marx é considerado o fundador da escola do pensamento econômico. Conforme o Novíssimo Dicionário de Economia, “Paulo Sandroni”, a Escola Marxista foi uma escola de pensamento econômico fundada por Karl Marx e Friedrich Engels e que consistenum conjunto de teorias econômicas (a mais-valia), filosóficas (o materialismo dialético), sociológicas (o materialismo histórico) e políticas, desenvolvidas a partir da filosofia de Hengel, o materialismo filosófico francês do século XVIII e Economia Política Inglesa do início do século XIX. A síntese dessas formulações foi apresentada em O Capital (1867) em que, a partir da teoria do valor-trabalho da Escola Clássica inglesa, Marx desenvolveu o conceito de mais-valia como trabalho excedente, não pago, fonte do lucro, do juro e da renda da terra. A partir da teoria da mais-valia, Marx analisa o processo de acumulação de capital no sistema capitalista, mostrando haver uma correlação entre a crescente acumulação e concentração de capital e a pauperização do proletariado e a proletarização da classe média, que causariam a eclosão das contradições básicas do sistema. Com o advento da escola de Marx e seus pensamentos, surge o socialismo moderno, ou seja, uma resposta à era industrial e crítica à nova ordem idealizadora pelos economistas clássicos. Fusela - Daniel R., 2001, comenta o socialismo e a conjuntura da época. Os acontecimentos econômicos e políticos do período de meio século, compreendido entre 1775 e 1825, compõem o pano de fundo para a compreensão do surgimento do socialismo moderno. A Revolução Industrial foi de suma importância, pois proporcionou uma elevação considerável no padrão de vida e nas oportunidades de enriquecimento das novas classes médias. Estava claro que as razões para a ocorrência de crescimento econômico eram a industrialização, o investimento em capital e o aumento de produtividade, e que toda expansão de oportunidades de mercado multiplicava ainda mais as possibilidades de avanço. Para os socialistas, no entanto, o industrialismo tinha outra face. Os operários recebiam baixos salários e, embora a remuneração nas fábricas fosse alta o suficiente para atrair trabalhadores do campo, o desemprego nas áreas rurais fazia com que eles aceitassem salários muito baixos. As jornadas de trabalho eram longas, uma quantidade considerável de mulheres e crianças era empregada em ocupações difíceis e perigosas, a disciplina da fábrica frequentemente era severa e rigorosa, e, em alguns locais, lojas pertencentes à própria fábrica beneficiavam-se de direitos exclusivos de venda aos empregados. Essas deficiências mostravam-se mais evidentes na primeira metade do século XIX, na Inglaterra, onde a Revolução Industrial tivera início. Após analisarmos obras do século XIX, marxismo, socialismo e comunismo, avançaremos para o século XX, e o pensador sugerido é John Maynard Keynes e a Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda. JOHN MAYNARD KEYNES John Maynard Keynes (1883 - 1946), o mais celebre economista da primeira metade do século XX, publicou a obra denominada a Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda. A ideia predominante era o liberalismo e a não participação do governo na economia. O estado cria condições do desenvolvimento, com controle macroeconômico e realizando as tarefas de infraestruturas. Em sua obra, dá-se início à moderna macroeconomia, que busca diagnosticar e evitar as flutuações nos preços, produtos e emprego. Na obra, Keynes agrupou inovações: a) A Natureza do Equilíbrio; b) O Horizonte de Análise; c) A Eficiência do Mecanismo de Mercado; d) O Papel do Economista; e) As Funções do Governo; f) O Processo Dinâmico de Ajuste de Quantidades e Preços. Na obra publica algumas questões relacionadas à presença da moeda na economia; porém, enquanto alguns economistas estavam hipnotizados pela noção de que a moeda era apenas um “véu sobre os fenômenos reais”, outros encaravam fatidicamente a depressão como um castigo cíclico que pune empresas e consumidores, pelos seus erros passados de especulação excessiva e erros na tomada de decisão. Ambas as interpretações impediam que a verdade fosse enxergada. Os primeiros viam a política monetária com efeitos nulos nas variáveis reais; os segundos, com a atenção voltada para explicações microeconômicas, não percebiam o caráter macroeconômico da questão. Consequentemente, a confusão reinante e a aparente irrelevância da Teoria Clássica favoreceram a disseminação das novas ideias propostas na Teoria Geral. Keynes abalou a fé cega no mecanismo de mercado como garantia do pleno emprego. Na Teoria Clássica, o mecanismo de preços de mercado tem duplo papel num sistema de decisões descentralizadas: primeiro, os preços de mercado resumem toda a informação necessária para a coordenação das atividades econômicas; segundo, os preços fornecem os incentivos suficientes para gerar os ajustes necessários nas quantidades. O equilíbrio no orçamento fiscal tão recomendado pelos economistas clássicos seria outro elemento a agravar as recessões. Keynes lembra que a queda na receita de impostos, motivada pela retração da renda, exige cortes nos gastos e investimentos públicos, que, por sua vez, agravam a recessão. A austeridade orçamentária tão perseguida pelos governos “responsáveis” deveria ser encarada, na verdade, como um fator exacerbado das flutuações cíclicas. Um governo responsável e consciente deveria preocupar-se não com o equilíbrio fiscal, mas com o desemprego. Um déficit, desde que resultante de aumento nos gastos públicos, seria algo desejável para retirar a economia da recessão. A moeda tem um papel importante na Teoria Geral, vista como um fenômeno monetário, a taxa de juros seria determinada pela oferta e demanda de moeda. A política monetária teria um papel crucial de manter deprimida a taxa de juros para estimular os investimentos privados, e, com eles, a renda e o emprego. Finalmente a Teoria Geral pode ser interpretada como uma mensagem contundente aos economistas para que abandonem o papel puramente contemplativo e assumam uma postura mais ativa perante os problemas macroeconômicos. Neste aspecto, parece que Keynes conseguiu o seu intento. Numa época em que os economistas preferiam o refúgio seguro do diletantismo acadêmico ao exame dos problemas reais, Keynes notabilizou-se pela defesa de uma teoria econômica revolucionária, pela inabalável confiança no seu modelo, e como incansável pregador de um novo programa político. Keynes teve participação deveras na criação dos organismos internacionais que procuram regular as economias e sugerir regras aos países em desenvolvimento como o F.M.I., “Fundo Monetário Internacional”, organização financeira internacional criada em 1944 e o BIRD - Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, conhecido também como banco mundial. É de Keynes algumas saídas clássicas para as conhecidas perguntas difíceis de serem respondidas. No período em questão, foi-lhe perguntado: se houver uma expansão econômica, uma utilização em massa dos recursos naturais, como ficará o planeta no ano 2000? Resposta do teórico: “até lá estaremos todos mortos”. Esta breve conceituação histórica, bem como as pesquisas sugeridas procura indicar que a formação do pensamento econômico segue uma espécie de lógica, ou seja, observa-se o ambiente e produz a obra; na sequência, verifica-se o ambiente, e estabelece-se uma crítica à obra, possibilitando, então, a produção de uma nova obra. Caso haja dúvidas, sugere-se aos alunos consultarem também: O Novíssimo Dicionário de Economia organizado por Paulo Sandroni, nele você poderá estudar os vários termos econômicos, bem como relacionar uma coisa com outra, pois o próprio dicionário é assim preparado, para possibilitar um entendimento sequencial dos termos econômicos; Introdução à Economia de José Paschoal Rossetti, na parte I - A Compreensão da Economia, Capitulo I - A Abrangência e as Limitações da Economia. Caro aluno, caso ainda persistam suas dúvidas, não vacile, entre emcontato com seu professor tutor. A valia desta unidade é considerar uma primeira visão da conceituação da economia. É preciso que você, caro aluno, tenha a compreensão de que o profissional das ciências aplicadas, as pessoas e a gestão empreendedora, precisa “dos meios produtivos” para descobrir quais caminhos atenderão às expectativas e às necessidades humanas; portanto, uma consideração prévia da economia pode ajudá-lo a compreender, interpretar as várias ocorrências econômicas, bem como construir modelos com base nos fundamentos. PRÉ-REQUISITOS PARA COMPREENSÃO DA UNIDADE Compreender a economia é compreender a história da humanidade. Buscar o conhecimento do porquê algumas sociedades milenares sucumbiram, enquanto sociedades mais jovens têm um desempenho econômico satisfatório que atende às expectativas sociais. Deve-se pensar que, ao longo da história da humanidade, o interesse econômico migrou de região para região, de império para império, e que isto hoje é imperativo mesmo que vivamos no chamado mundo tecnológico. Entender que o homem sempre primou e sempre primará pela sua sobrevivência e dos seus, independentemente das circunstâncias e de que tipo de esforço torna-se necessário fazer, ou seja, a luta pela sobrevivência, a luta pelo essencial, por aquilo que é básico e indispensável para a sobrevivência humana, este, sem dúvida, é o ponto crucial a que se deve chegar em nível de entendimento. ATIVIDADES PARA COMPREENSÃO DO CONTEÚDO Muitas vezes, você desejou entender por que sociedades com poucos recursos produtivos têm um desempenho satisfatório e conseguem uma riqueza ou renda per capita bem superior a outras sociedades com mais recursos, onde a natureza foi e está sendo generosa e, no entanto, enfrentam problemas das mais diferentes naturezas e não conseguem atender às condições básicas das pessoas. Pois se assim é, espera-se que você, através dos estudos, entenda estas diferenças, bem como alcance a compreensão de que a produção, a realização, o atendimento das necessidades partem, em um primeiro plano, da combinação dos fatores. Assim como existem muitas coisas livres, por exemplo, o ar, existem coisas que não são tão livres, como os recursos naturais, que, com conhecimento, desenvolvimento científico e tecnológico, ajudam na sua utilização, bem como nos melhores meios e melhores práticas para as transformações propostas. Atividades da Unidade I 1) Por que a economia não tem a precisão das ciências exatas físicas? 2) Pode-se dizer que o estudo da economia é o estudo da riqueza ou da pobreza de uma sociedade? Por quê? Os setores de produção: Primário – Agrícola; Secundário – Industrial; Terciário – Serviços. 3) Teoricamente, a economia tem relação com o comportamento humano? Como? 4) Como se pode afirmar que decisões equivocadas afetam o desempenho econômico? 5) O que justifica a ampla discussão sobre a escassez? 6) Trabalhe com a seguinte afirmação: Para se obterem resultados satisfatórios é preciso entender o homem e seu ambiente. Os fatores de produção: Trabalho – Capital – Terra – Tecnologia – Capacidades empresariais. 7) Existe limitação para os desejos e necessidades humanas? Onde está o limite das necessidades? 8) Qual é efetivamente o problema econômico fundamental? Explique. 9) O que se entende por sistema econômico? Em que ele se fundamenta? 10) Nesta questão, pense e materialize como a sociedade, de um modo geral, juntamente com aquele que a governa, em face, frete aos problemas que têm relação entre si, “sociais, econômicos e políticos”, de alguma forma pode iniciar um estado de mudança? Como você se insere neste contexto? Explicite sua ideia. MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS E LIVROS COMPLEMENTARES FUSFELD, Daniel R. A era do economista. São Paulo: Saraiva, 2001. ROSSETTI, José Paschoal Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2000. SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. 9. ed. São Paulo: Best Seller, 2002. VASCONCELLOS, Marco Antônio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. UNIDADE II: INTRODUÇA O A ECONOMIA OBJETIVOS DA UNIDADE Esta segunda unidade tem por objetivo principal chamar a atenção do acadêmico para o mundo econômico próximo de nós, ou seja, observar se somos ou não capazes de ajudar no desenvolvimento local independentemente das políticas públicas; portanto, o objetivo final é demonstrar e entrelaçar o comportamento dos agentes econômicos com os resultados econômicos. Portanto, para atingir os objetivos sugere-se estudar: Relação da economia com outros ramos do conhecimento social; Conceituação de microeconomia; Leis de mercado; Estrutura de mercado; Efeito elasticidade. Para entender e estudar economia torna-se necessária a compreensão de que a ciência econômica também é comportamental; portanto, neste momento sugere-se um estudo a respeito da economia e os outros ramos do conhecimento social, ou seja, existem interações da ciência econômica com os outros ramos científicos. Para melhor entender esta inter-relação, observe a figura a seguir: FIGURA 1 - Relação da economia com outros ramos do conhecimento social FONTE: Adaptado de Rosseti, J. P. Introdução à economia. 18. ed. Rosseti (2000) comenta que a economia caracteriza-se como ciência social, ou seja, como ciência do comportamento humano. No Capítulo I, Rosseti afirma: A ciência política trata das relações entre a nação e o estado, ou seja, a forma de governo e a condução dos negócios públicos. A sociologia ocupa-se das relações sociais e da organização estrutural da sociedade; a Antropologia cultural volta-se para o estudo das origens e da evolução, da organização e das diferentes formas de expressão cultural do homem; a Psicologia ocupa-se do comportamento do homem, de suas motivações, valores e estímulos; ao Direito cabe observar a precisão ditada pelos usos, costumes e valores da sociedade, as normas que regularão os direitos e as obrigações individuais e sociais. É a Economia que, como as demais áreas, abrange apenas uma fração das ciências sociais, compete o estudo da ação econômica do homem, envolvendo essencialmente o processo de produção, a geração e a apropriação da renda, o dispêndio e a acumulação. De outro lado, porque pode influir no questionamento dos princípios e das aquisições conceituais desses mesmos campos. E vai ainda além, abrindo suas fronteiras à filosofia e à ética; à história e às diferentes manifestações da religião; à tecnologia e aos variados ramos que atualmente se ocupam do estudo do meio ambiente. Os economistas não têm seu trabalho limitado pelas ideias formais de uma única disciplina. As filosofias políticas e os princípios éticos a que subordinam seus valores, suas vidas e a variada gama de suas percepções procuram explicar muitas coisas que ultrapassam a lógica explícita de seu trabalho profissional. Os problemas econômicos não têm contornos bem delineados; eles se estendem perceptivelmente pela política, pela sociologia e pela ética, assim como há questões políticas, sociológicas ou éticas, que são envolvidas ou mesmo decorrentes de posturas econômicas. Não será exagero dizer que a resposta final às questões cruciais da economia encontra-se em algum outro campo, ou que a resposta a outras questões humanas, formalmente tratadas em outras esferas das ciências sociais, passará necessariamente por alguma revisão do ordenamento real da vida econômica ou do conhecimento econômico. Segundo esta concepção mais abrangente, os conflitos relacionados aos processos de produção, de acumulação da riqueza, de repartição, de difusão do bem-estar e da plena realização do bem-comum não se limitam às soluções encontradas na área econômica, bem comonão se encontram, isoladamente, em quaisquer outros ramos das ciências sociais ou em outros compartimentos do conhecimento humano. Cada um dos módulos do conhecimento humano, social ou experimental, não passa de uma fração de um todo maior, constituído por subconjuntos interdependentes, de soma unitária. Neste momento do estudo, queremos lhe transmitir que os resultados e desempenho econômico dependem da combinação de uma série de fatores. Portanto, atribuir responsabilidade pelo desempenho a um determinado setor pode constituir em decisão errada; deve-se, dessa forma, levar em consideração as variáveis do ambiente como um todo. Logo, neste momento, queremos chamar-lhe a atenção para o desempenho e resultados econômicos e dizer-lhe que o sucesso de uma sociedade passa necessariamente pelo comportamento e desempenho individual; assim, você, que está à busca de aprender e desenvolver-se, é parte integrante do desempenho social e econômico. Vale lembrar que as pessoas que têm possibilidade do aprendizado podem, no espaço de tempo, contribuir para a melhoria em questão. Aos profissionais das ciências empresariais cabe o papel de procurar entender as variáveis para agir de acordo com as necessidades do ambiente, buscar os melhores resultados empresariais e econômicos. A parte inicial da contextualização da Unidade II deve gerar alguns questionamentos por parte do aluno, como, por exemplo: O comportamento humano afeta o desempenho econômico? Uma sociedade pode afirmar que tem bom desempenho econômico, mesmo com problemas de outras naturezas? Para a manutenção do desempenho econômico, torna-se necessária a melhoria das condições sociais e políticas da sociedade? As políticas públicas devem, necessariamente, prever e trabalhar todo o contexto socioeconômico? Para o reforço do conteúdo, sugere-se a leitura do Capítulo III - da obra “Fundamentos de Economia” - Marcos Antonio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia. A leitura já sugerida na unidade anterior - Introdução à Economia, de José Paschoal Rossetti, na Parte I, Capítulo I - A Abrangência e as limitações da Economia, permite uma melhor visualização da existência de interfaces. ANÁLISE MICROECONÔMICA Neste momento do estudo, vamos tratar do assunto microeconomia, que decorre sobre o comportamento dos agentes econômicos que atuam na base do sistema, ou seja, os indivíduos, famílias, empresas e sua produção. Assim, como anteriormente escrito, o aluno deve entender que a forma de se organizar e produzir dos agentes na base microeconômica reflete diretamente nos resultados econômicos, salvo fatores de ordem macroeconômica. Portanto, a macroeconomia trata do sistema como um todo, onde as unidades individuais não têm poder de alteração, pois considera o macroambiente. A microeconomia trata das questões da base do sistema econômico; logo, pode ser alterada pelo comportamento e desempenho individual. Seguindo com a microeconomia, vamos analisar: A estrutura de mercado; O comportamento do consumidor; O comportamento dos produtores. Vamos iniciar tratando de um assunto popular: A Lei da Oferta e da Procura. de acordo com o Novíssimo Dicionário de Economia “Paulo Sandroni” - A lei da oferta e da procura define-se como “conceitos que designam a disponibilidade de bens e serviços à venda no mercado, por um lado, e sua demanda solvável, por outro. A correlação entre ambas fixa o preço de mercado para o comprador num momento dado, constituindo uma lei da circulação mercantil. Os preços se movimentam no sentido inverso da oferta e no sentido direto da procura: aumentam com a diminuição da oferta e com o aumento da procura. A formação de monopólios introduz um fator deformante nessas correlações. A lei da oferta e da procura explica as oscilações dos preços no mercado, porém não sua determinação básica, que é dada pelo valor dos bens. A representação gráfica da Lei da Oferta e da Procura é visivelmente fácil, conforme segue: Legenda: PR= preço; QT= quantidade; PC= procura; OF= oferta. Figura 2: Curva da procura FONTE: Elaborado pelo autor. Esta é a típica figura da procura, ao aluno solicita-se observar o preço, se for elevado, a quantidade procurada será baixa e vice e versa. Figura 3 - Curva da oferta FONTE: Elaborado pelo autor. Esta é a típica figura da oferta, ao aluno solicita-se observar que, se o preço é baixo, a quantidade ofertada é baixa e, se o preço é elevado, a quantidade ofertada será elevada. Deve-se, portanto, observar que a curva está iniciada em P = 1 e Q = 1, ou seja, preço e quantidade baixa. Figura 4 - Lei da oferta e procura FONTE: Elaborado pelo autor. Na figura acima, apresentamos as duas curvas “oferta e procura”. O ponto onde elas cruzam, chamamos de ponto de equilíbrio, ou seja, as quantidades e os preços estão em equilíbrio diante do mercado. Nesse ponto, chamamos a atenção para as práticas econômicas, lembrando que, no estudo microeconômico foi dado ênfase ao comportamento dos agentes econômicos. Portanto, o estudo da oferta e procura serve para empresas pesquisarem quais produtos serão aceitos no mercado e qual o preço que os consumidores estão dispostos a pagar. Para melhor compreensão do equilíbrio de mercado, sugere-se a leitura do Capítulo V, “Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado”, páginas 37 a 57 do livro Fundamentos de Economia, de Marcos Antonio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia (2005). ESTRUTURA DE MERCADO Para o aluno visualizar melhor e ter compreensão da Lei da Oferta e Procura, estudaremos a estrutura de mercado. Vale de princípio dizer que alguns produtos não oferecem condições de opção para os consumidores, que obriga a consumir apenas de um fornecedor, constituindo os monopólios, que é o caso de energia elétrica, água tratada e, em alguns casos, o transporte coletivo urbano. Nestes casos, constitui-se uma falha de mercado. Portanto há que se levar em consideração as variáveis de mercado, em função dos tipos de produtos, dos consumidores e sua forma de distribuição. De acordo com Rossetti (2000), existem nove combinações possíveis dentro da estrutura de mercado, conforme figura na sequência: QUADRO 1 - Combinação da estrutura de mercado. Oferta Procura Um só vendedor Pequeno número de vendedores Grande número de vendedores Um só comprador Monopólio bilateral Quase monopsônio Monopsônio Pequeno número de compradores Quase monopsônio Oligopólio bilateral Oligopsônio Grande número de compradores Monopólio Oligopólio Concorrência perfeita FONTE: Adaptado de Rosseti, J. P. Introdução à economia. 18. ed. Na tabela, encontramos o monopólio, monopsônio, oligopólio, concorrência perfeita; para o seu entendimento, de forma resumida, disponibilizamos o significado de cada tipo a seguir: Monopólio - Forma de organização de mercado em que uma empresa é a única a ofertar um determinado produto. Ex.: distribuição de energia elétrica. Oligopólio - Forma de organização de mercado em que poucas empresas detêm o controle do mercado. Ex.: Indústria automobilística. Monopsônio - Forma de estrutura de mercado em que existe apenas um comprador de determinado produto, que, em geral, trata-se de um produto primário. Ex.: Indústria regional é a única que compra toda produção agrícola de um determinado produto. Concorrência Perfeita - Forma de estrutura de mercado, onde os consumidores agem livremente, trocando de fornecedores ou produtos sem dificuldade. Ex.: Roupas, bebidas, etc. Ao falar em estrutura de mercado, deve-se considerar a variável preço final dos produtos, pois cada forma de organização influencia diretamente na formação de preços; como exemplo, o monopólio não tem concorrente, portanto a discussãodo preço fica restrito à empresa ou setor regulador, isto é um extremo. Noutro extremo, ocorre a concorrência perfeita, ou o mercado livre, onde a concorrência se faz presente e compradores e vendedores participam da formação de preços. Do lado dos vendedores, há busca de alternativas e produtos substitutivos, ou oferta da qualidade do produto e serviços; do lado dos compradores, há procura por melhores preços, prazos compatíveis e qualidade de produtos bem como alternativas de produtos substitutivos. Vale lembrar que em economia existe o “efeito substituição”, ou seja, produtos que os consumidores substituem facilmente, como, a carne bovina; se ocorrer uma elevação de preço, os consumidores substituem por carne suína, que, por sua vez, se acontecer uma elevação de preço, será facilmente substituída pela carne de aves, que, em caso de elevação de preço, pode ser substituída por outros produtos, inclusive de outras origens, que não animal. Neste ponto, vale uma reflexão sobre a oferta de produtos, se acontecer uma baixa oferta de produtos, fatalmente acontecerá uma elevação nos preços, gerando o processo inflacionário. Aqui, vale lembrar, consequências acontecerão para a sociedade. Logo, o equilíbrio de mercado, a oferta de produtos dentro de uma quantidade satisfatória, garante a funcionalidade do sistema econômico, bem como o bem estar das pessoas. ELASTICIDADE Para entendimento do mercado, preços e produtos, torna-se necessário um estudo sobre o conceito de elasticidade. Conforme o Novíssimo Dicionário de Economia, organizado por Paulo Sandroni, elasticidade é a relação entre as diferentes quantidades de oferta e procura de certas mercadorias, em função das alterações verificadas em seus respectivos preços. De acordo com esse conceito, as mercadorias podem ser classificadas em bens de demanda inelástica, ou fracamente elásticas, e bens de demanda fortemente elástica. Os primeiros englobam os bens de primeira necessidade, indispensáveis à subsistência diária da população. O sal é o mais característico entre os bens de demanda inelástica. Consumido em pequenas quantidades, mas se tratando de alimento indispensável à alimentação cotidiana, as alterações no preço do sal praticamente em nada afetam sua procura. Entre os bens de demanda inelástica, encontram-se, também, alguns produtos de luxo, utilizados pela camada mais rica da população que continua comprando esses artigos, mesmo que os preços se elevem bastante. Os bens de demanda fortemente elástica são aqueles que não são indispensáveis à subsistência da população e são geralmente utilizados pelos setores médios da sociedade. Selecionados cuidadosamente pelos consumidores, uma elevação do preço desses artigos acarreta imediata diminuição da demanda. Demanda fortemente elástica caracteriza, também, os artigos que podem ser facilmente substituídos por outros produtos similares. Existem duas categorias de elasticidade: 1) elasticidade perfeita, quando uma diminuta mudança nos preços provoca grande alteração no consumo; e 2) elasticidade imperfeita, quando uma mudança no preço não interfere na quantidade do consumo. A elasticidade também pode ser definida de forma matemática, como medida da força de reação de uma grandeza econômica, tomada como variável independente. Assim, a reação de uma grandeza quando a outra se altera, é expressa pela variação relativa da variável independente. Se duas grandezas econômicas, “a” e “b”, se relacionam segundo a equação b = f(a), designa-se por “N” a elasticidade de “a” em relação à “b”. O conceito de elasticidade estendeu-se a outros campos de estudo econômico, passando a englobar a elasticidade de custos, a elasticidade-renda, a elasticidade de produção e outras. Atualmente, é bastante utilizado em estudos de mercado, especialmente naqueles que se preocupam com a análise da procura, que engloba a elasticidade-preço, a elasticidade-renda e a elasticidade-mista. Ao final dessa unidade, esperamos que o aluno tenha a compreensão que o mercado, a oferta de produto, a geração de empregos, os preços, de um modo geral, também dependem da interferência dos agentes econômicos, “indivíduos, famílias, empresas”; portanto, à medida que o desempenho dos agentes econômicos melhora, o desempenho econômico também tende a melhorar. Podemos ouvir que a interferência governamental também tem papel fundamental no desempenho econômico, que é verdadeira; porém, neste ponto, estamos avaliando as condições microeconômicas. Queremos dizer ao aluno que o sistema funciona de forma agregada; à medida que um setor ou uma área puxa a melhoria do desempenho, outras áreas e outros setores também se beneficiam. Dessa forma, neste ponto, todos são convidados a sonhar, construir projetos e empreender novos negócios, pesquisar a vocação regional, pensar no melhor aproveitamento dos recursos naturais e, acima de tudo, buscar o aprendizado e apurar as melhores técnicas de elaboração do trabalho e estar sempre medindo o desempenho e buscando sempre as melhores referências. Atividades da Unidade II Querido(a) acadêmico(a), lembre-se de que você somente terá sucesso, realmente, se fizer todos os exercícios propostos. 1) Se a Economia faz interface com outras ciências, significa que podemos modificar os níveis de desenvolvimento e produção da sociedade. Diante da afirmação, escreva o que você pensa que pode ser feito? 2) Se a Economia se relaciona com a Psicologia e a Sociologia, e se houver um nível de melhoria do emprego e do trabalho, partindo da mudança do comportamento, automaticamente todos ganham. Você concorda, ou discorda? Por quê? 3) Se os produtores de uma determinada região resolverem comercializar apenas alguns tipos de produtos, abandonando outros, o que acontecerá com os preços dos produtos, de um modo geral? Por quê? 4) Às vezes escutamos nos noticiários que os produtores estão distribuindo de graça ou jogando fora certos produtos. Por que isso acontece? Como isso pode ser controlado e/ou evitado? 5) Pense e escreva: Se o nível de conscientização dos consumidores melhorar em termos de escolha de produtos, isso afetaria a oferta de bens e serviços? Por quê? Como se dá este processo? Explique. 6) Nesta questão, vamos pensar na quantidade de produtos, ou seja, se a sociedade e os agentes econômicos, de um modo geral, melhorarem a performance dos bens e serviços, trabalharem com mais capacitação humana, buscarem a melhor utilização dos insumos e matérias primas, todos passam a ganhar, e isto reflete diretamente na oferta de bens. Você concorda com a afirmação? Diante dos estudos da oferta e da procura, você acha que podemos melhorar os níveis de oferta e preço? Você acredita que novos bens e serviços podem ser oferecidos? Qual seria o papel da Tecnologia? 7) Você concorda que o sistema econômico pode ser considerado como uma corrente em que o elo mais fraco representa o máximo da força? Pense a respeito e expresse seu pensamento de forma concisa. 8) O que você julga poder fazer para mudar e/ou melhorar a performance dos resultados econômicos em nível macroeconômico? 9) Pelo país existem muitos desperdícios, como em acidentes de trânsito, vandalismo, acúmulo de lixo em locais impróprios, desrespeito ao direito de ir e vir dos cidadãos, o descumprimento de leis entre outras coisas. Pense como tudo isto afeta o desempenho econômico do país. Pense e escreva o quanto tudo isto custa para a sociedade. 10) Finalizando: o bem estar de uma família está mais na atitude ou falta de atitude da própria família ou no sistema como um todo? Como você resume isto? Existem outros agentes que participam dessa relação? MATERIAIS BIBLIOGRÁFICOS E LIVROS COMPLEMENTARES Para concluir essa unidade, já que estamos fechando o Capítulo II da disciplina, sugere-se para reflexão e reforço do pensamentoeconômico assistir, interpretar e discutir o filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplim, trata-se de um clássico do início do século XX, que retrata toda a ideia de expansão da atividade econômica, do homem econômico e, acima de tudo, agregará valor nas outras áreas do conhecimento humano, como a Sociologia e a Política. Um outro filme, “ A Lista de Schindler”, pode ajudar a observar a agonia humana, à busca de suas necessidades, como também a defesa daquilo que o homem julga dono, mas que, conforme a forma de agir, pode significar um custo muito elevado para a humanidade. Como bibliografia complementar recomenda-se a leitura dos Capítulos 4 - Introdução à Microeconomia, 5 - Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado e 7 - Estruturas de Mercado, do livro “Fundamentos de Economia” de Marco Antônio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia, Editora Saraiva, 2. ed. 2005. UNIDADE III: CONCEITOS DE MACROECONOMIA OBJETIVOS DA UNIDADE Com a Unidade III, sugere-se o entendimento dos mecanismos de controle econômico, bem como as relações internacionais e a necessidade de maior interação nos sistemas econômicos para a continuidade da evolução do sistema, bem como a busca constante do atendimento das necessidades humanas. Neste contexto vamos avaliar: Inflação; Moeda; Economia positiva e normativa; Planejamento econômico; Economia fechada e aberta; Conceitos convencionais do PIB ao RPD. CONTEXTUALIZAÇÃO DA UNIDADE Na Unidade anterior foi apresentado um breve conceito sobre a microeconomia, focando a lei da oferta e da procura, como também a elasticidade e a estrutura de mercado. Para melhor compreensão e fazer com que o aluno torne-se um agente econômico eficaz, é necessário, antes de tudo, a compreensão de alguns conceitos de nível macroeconômico. O objetivo não é fazer compreender os efeitos macroeconômicos e as políticas públicas que alteram o rumo do desempenho econômico e social, mas criar uma espécie de compreensão em termos do sistema e tomar decisões acertadas quando do investimento e/ou lançamento de novos produtos, isto dentro da perspectiva do comportamento do sistema econômico. Situações como a inflação, as variações do mercado financeiro, os chamados planos econômicos lançados pelos governos, entre outros assuntos, afetam diretamente os sistemas macroeconômicos e têm impacto direto no bolso dos consumidores, afetando, por tabela, a produção e, de forma direta, inflacionando nas curvas que comandam os mercados. Neste contexto e na sequência dos estudos, alguns aspectos devem ser pensados, como: A inflação prejudica a sociedade? Com a presença da inflação complica a vida de quem compra e vende? E o dinheiro como fica? Como planejar para o futuro, com a incerteza dos preços? E as medidas governamentais, podem beneficiar uns e prejudicar outros? Estas são algumas questões entre muitas que devemos perguntar para, efetivamente, ter o entendimento das teorias da economia. Portanto, vamos iniciar estudando para compreender o fenômeno chamado inflação. Inflação, de acordo com o Novíssimo Dicionário de Economia, Termos Econômicos, de Paulo Sandroni, é o aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda do poder aquisitivo de moeda. É um fenômeno monetário, e isso coloca uma questão básica: se é a expansão da oferta de moeda que tem efeito inflacionário, ou se ela ocorre como resposta à maior demanda de moeda provocada pela inflação. A inflação normalmente pode resultar de fatores estruturais (inflação de custos), monetários (inflação de demanda) ou de uma combinação de fatores. Entretanto, independentemente da causa inicial do processo de elevação dos preços, a inflação adquire autonomia suficiente para se autoalimentar por meio de reações em cadeia (a elevação de um preço “puxando” a elevação de vários outros). Desse modo, configura-se a chamada espiral inflacionária. Na ausência de um mecanismo de correção monetária, a inflação tende a favorecer os devedores e especuladores, prejudicando os credores, as classes de renda fixa, os pensionistas e os investidores conservadores. Ela redistribui a renda entre setores (por exemplo, agricultura/indústria) e/ou grupos de renda (por exemplo, lucros/salários). Além disso, a inflação tende a mudar os hábitos de consumo e a incentivar a aplicação em bens de valorização garantida, mesmo com o surto inflacionário (joias, imóveis, etc.) E pode, ainda, estimular a queda da poupança, se a remuneração desta não se adaptar aos novos níveis de aumento de preços. Conforme se observa, o fenômeno da inflação pode ocorrer por vários motivos, inclusive se houver uma queda na produção de bens e serviços disponível para a sociedade, gerando uma elevação de preços, prevalecendo a lei da oferta e da procura, ou seja, continuando a procura e diminuindo a oferta e o aumento de preço, o que provoca a inflação. Para melhor compreensão, sugere-se a leitura do Capítulo 13: Inflação, páginas 184 a 191, do livro Fundamentos da Economia, de Vasconcellos, Marco Antonio S. e Garcia E. Manuel, 2ª ed. 2005 - Editora Saraiva. Nessa leitura, o aluno observará os vários tipos de inflação que podem ocorrer, bem como o que provoca o processo inflacionário. No Novíssimo Dicionário de Economia, Termos Econômicos, de Paulo Sandroni, encontramos os vários tipos de inflação, o que serve também como complemento para o aprendizado do aluno. Após as leituras, sugerimos ao aluno que pense na existência de metodologias para medir a inflação no Brasil, se existem vários índices que indicam ou não a presença da inflação. O I.C.V. (índice do custo de vida), o I.G.P. (índice geral de preços), o I.C.A. (índice de custos no atacado) e muitos outros servem como parâmetros para reajustes de salários e contratos. Deve-se, também, tomar ciência de que o aumento de preços e a geração da inflação afeta, principalmente, o que é básico para a população; portanto, todo índice que mede o custo de vida e que reflete o aumento de salários e contratos leva em consideração o custo dos produtos de necessidade básica. Partindo desse princípio, o aumento de gêneros alimentícios tem o maior peso, porque todas as pessoas precisam se alimentar; o aumento do transporte tem peso relativamente alto, devido às possibilidades de transporte; uma obra de arte ou aumento do ingresso do cinema, pouco reflete no índice, porque a população pode passar sem consumi-los. Outro fator a ser considerado é a moeda, ou seja, a ausência de inflação ajuda a fortalecer a moeda do país, pois, se os preços dos bens e serviços sobem constantemente, a moeda torna-se desvalorizada, o que não é interessante para o país e, de um modo geral, a sociedade é penalizada com os mecanismos de juros e correção monetária. Portanto, caro aluno, neste momento você é convidado a pensar na moeda correspondente de seu país. No caso do Brasil, o Real (R$), e olhá-la como se fosse uma bandeira que representa o meio de troca entre as pessoas no país, e também medir o esforço e a produção de cada um. No entanto, o respeito pela moeda e os cuidados estão diretamente relacionados à educação e cultura do povo. Vale lembrar que o controle da inflação torna-se necessário, isto para evitar descontrole de toda a situação econômica. Segundo nosso estudo, torna-se imperativo o entendimento sobre os planos econômicos, pois existem medidas econômicas que são verdadeiras medidas políticas e vice e versa. Neste contexto, vale lembrar que existe a economia normativa e a economia positiva, ou seja, a economia positiva trata a realidade como ela é, e a economia normativa considera mudanças através de mecanismos de controle governamental; Assim, consideram-se planos econômicos, a economia política e os chamados pacotes
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