Buscar

RESUMO CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA VICTOR LINHARES ANALISTA, TÉCNICO E OJ

Prévia do material em texto

Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: CRIMES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 Pra quem não me conhece, me chamo Victor Linhares, também sou concurseiro e 
atualmente sou Servidor Público Efetivo do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, mas continuo 
estudando para outros concursos. Vamos logo ao que interessa. Estamos na reta finalíssima para o 
concurso do TJPE, isto quer dizer que não temos mais tempo pra perder. Espero que isso possa 
ajudar para o estudo de vocês, pois assim como vocês, estudo todos os dias e sei o quanto é difícil a 
tão sonhada busca pelo cargo público. Gente, esse material eu faço de maneira gratuita, por favor 
não vendam, pelo amor de Deus. É pra ajudar quem quer crescer de maneira honesta. Qualquer 
coisa estou à disposição. Meu instagram é @victorhlinhares. Abraços. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 (ATUALIZADO EM 06.09.2017) 
 
 
 
 
 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
 
RESUMO DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 Fala galera, beleza? Esse assunto de Penal é muito cobrado. Se ele está no seu edital, 
pode ter certeza que pelo menos UMA questão é certa. É como Licitações. Se tiver no seu edital 
pode decorar a Lei 8.666, pregão, RDC, Registros e Preços, etc, etc, porque uma questão é 
garantida. Por quê? É simples. São temas delicadas, meio chatos às vezes, mas não difíceis. Eu 
particularmente odeio Empresarial, e tenho muita resistência em estudar, mas se está no edital temos 
que encarar, porque a idade de fazer só o que queremos já passou. 
 
 Pois bem, neste parte o Código Penal traz diversos crimes praticados por 
funcionários públicos contra a administração em geral (peculato, concussão, etc), os crimes 
praticados por particular contra a administração (resistência, desobediência, desacato, etc), os 
crimes praticados contra a administração estrangeira (dificilmente é cobrado) e os crimes contra a 
administração da justiça (falso testemunho, falsa perícia, auto-acusação falsa, etc). 
 
Então é o seguinte, temos um gênero (crimes contra a administração pública) e 
diversas espécies (praticados por funcionários, por particulares, contra a 
administração da justiça, etc). Fácil, né não? 
 
 Como aqui é resumo, considerando que não temos tempo para muito diálogo, eu vou 
resumir os crimes que, na minha visão, são os mais importantes para prova, certo? 
 
 Vamos começar? 
 
1. DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA 
A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
1.2 PECULATO 
 
 Dada às devidas proporções, o peculato é uma “apropriação indébita”, sendo que o 
autor do crime, via de regra, é o funcionário público que detém a posse da coisa móvel em razão do 
cargo. 
 O bem tem que ser móvel. Por que eu falei que via de regra o autor tem que ser 
funcionário público? É que o particular também pode cometer o crime de peculato caso atue em 
concurso de pessoas com o funcionário público. 
 
Exemplo: servidor do TJ, em coautoria com um colega (que não é servidor), 
subtraiu um notebook do Fórum. 
 
 Nesse exemplo, adotando-se a teoria monista (ou teoria unitária), adotada como regra 
em nosso CP, os autores devem responder pelo mesmo crime, considerando que ser funcionário 
público é elementar no crime de peculato, devendo haver comunicação, nos moldes do art. 30 do 
Código Penal.
1
 
 
 Há ainda as classificações do peculato, quais sejam: peculato furto, peculato desvio, 
peculato de uso, peculato culposo, peculato mediante erro de outrem, etc. Essas subespécies estão a 
partir do art. 312 do CP até o 313-B, cuja leitura é obrigatória caso você queira passar. 
 
 
1 Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
 É bom lembrar que no caso do peculato culposo, se o agente repara o dano antes da 
sentença irrecorrível, a punibilidade será extinta, no entanto, se a reparação for posterior, a pena 
deverá ser reduzida à metade. Isso é importante demais! 
 
1.3 CONCUSSÃO 
 
 O outro crime muito importante é o crime denominado concussão. Não é 
“concursão”, porque concursão é um concurso grande, de alto nível, rs. Desculpem, mas não resisti. 
 
 Pois bem, o crime de concussão está previsto no art. 316 e tem como principal núcleo 
o verbo EXIGIR. Se ligue: o funcionário exige, para si ou para outrem, ainda que fora da função ou 
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
 
CUIDADO, porque essa exigência não pode ter grave ameaça e nem violência. 
Agora pronto, Victor. E como danado é isso? É que se tiver grave ameaça ou 
violência estará caracterizado o crime de extorsão do art. 158. Simples. 
 
 Exemplo: “A” é parado em uma Blitz, e o policial diz que ele vai ter que dar R$ 
200,00 para passar. Houve exigência? Sim. Mas Victor, até onde eu saiba, isso é corrupção passiva, 
né não? É não, bebê! Se ligue que na corrupção passiva o verbo é SOLICITAR ou RECEBER. 
Aqui eu exigi. Mas sem grave ameaça. 
 
 Continuemos. 
 
1.4 EXCESSO DE EXAÇÃO 
 
 Danado de nome esquisito é esse, omi? É só o nome mesmo, porque não tem nada de 
difícil. Esse crime é, digamos, uma qualificadora do crime anterior, porque altera a pena mínima e a 
máxima em abstrato, mas traz outro nome. 
 
 O excesso de exação é uma concussão específica, quando o funcionário público 
EXIGE (tá vendo aqui que é o mesmo verbo da concussão?) tributo ou contribuição social que 
SABE ou DEVERIA SABER indevido. Ou quando devido, emprega na cobrança meio vexatório 
ou gravoso, que a lei não autoriza. 
 
1.5 CORRUPÇÃO PASSIVA 
 
 Agora chegamos no crime mais cobrado desse tema. Meu amigo, pense num crime 
pra cair. Cai mais que bebo descendo ladeira de sandália havaiana. 
 
 É o seguinte, os verbos do crime são: SOLICITAR ou RECEBER, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora das funções ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem devida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 
 
 Aqui o agente SOLICITA ou RECEBE. Perceba que para que o crime chegue a ser 
consumado, basta que o funcionário solicite. Ou se não solicita, receba. 
 
 Na prática, como danado é isso? 
 
 É assim: pegue o mesmo exemplo da blitz lá em cima. Caso o policial solicite o 
valor, ainda que indiretamente como um “como é que você pode me ajudar?”, pronto, consumado o 
crime. Agora pense assim: se o policial nada pedir, e o motorista der R$ 100,00, também comete 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
crime, porque recebeu. 
 
 A pena ainda é aumentada de um terço se em consequência da vantagem (ou 
promessa de vantagem) o funcionário retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou pratica com dever 
funcional. 
 
 Agora o pulo supremo master hiper do gato. Se liguem nisso que vou dizer. 
 
Se o funcionário retarda esse ato, deixa de fazer esse ato, ou faz com infração de 
dever funcional CEDENDO A PEDIDO OU INFLUÊNCIA DE OUTRA 
PESSOA, fica caracterizado o crime de corrupção passiva QUALIFICADA, nos 
moldes do art. 317, §2º. Eu não vou transcrever aqui porque presumo que você 
tenha um Vade Mecum ou saiba acessar o site do Planalto. :) 
 
1.6 FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO 
 
 Esse é outro crime relevante em provas. Mas não tem muito o que falar. 
 
 O art. 318 do CP uso o verbo FACILITAR, com infração de dever funcional,a prática 
de contrabando ou descaminho. E o que é contrabando e descaminho? São crimes. Vamos ver os 
conceitos já já. 
 
1.7 PREVARICAÇÃO 
 
 Prevaricação também é o famosinho das bancas. 
 
 Retardar ou deixar de pratica, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
 Meu amigo, eu vou repetir dez vezes a frase mais importante desse artigo: 
 
 para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
 Acho que agora deu para perceber o quanto essa frase é importante, né? Pois é. Mas 
por quê? Porque se não for para SATISFAZER INTERESSE OU SENTIMENTO PESSOAL, será 
corrupção passiva qualificada, que falamos lá em cima. Vou até repetir o que falei lá em cima: 
 
 Se o funcionário retarda esse ato, deixa de fazer esse ato, ou faz com infração de 
dever funcional CEDENDO A PEDIDO OU INFLUÊNCIA DE OUTRA 
PESSOA, fica caracterizado o crime de corrupção passiva QUALIFICADA, nos 
moldes do art. 317, §2º 
 
 Ou seja, se o funcionário deixa de praticar o ato ou pratica com dever funcional A 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
PEDIDO DE OUTRO, é corrupção passiva qualificada. Por outro lado, se ele deixa de praticar o 
ato ou pratica com dever funcional para SATISFAZER INTERESSE OU SENTIMENTO 
PESSOAL, é PREVARICAÇÃO. 
 
 Tu não esquece isso NUNCA MAIS. <3 
 
 Mas num acabou não. Tem o salto master supremo do gato de novo. DE NOVO! 
SIM!!!!!! 
 Tá no art. 319 do Código Penal, que foi trazido em 2007 por uma lei que não lembro 
e tô com preguiça de ir olhar. Mas foi em 2007. 
 
 Quando o Diretor de Penitenciária e/ou agente público deixa de cumprir seu dever 
de vedar ao preso o acesso a APARELHO TELEFÔNICO, DE RÁDIO OU SIMILAR, com 
outros presos ou o mundo externo, o diretor e/ou agente deve(m) responder por 
PREVARICAÇÃO QUALIFICADA. Tá lá no art. 319-A do CP. 
 
 Se você só acredita se ver, abra o código e veja você mesmo. 
 
1.8 CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA 
 
 Gente, esse crime é um perigo. Cai demais, e muita gente (inclusive eu) erra. Já errei 
por desatenção, e se brincar ainda erro. Mas Deus é mais! 
 
 Esse crime é perigoso sabe por quê? Porque ele lembra muito a prevaricação. Leiam 
rapidinho aí o art.320. 
 
 Leu? Pronto. Vamos continuar. 
 
No art. 320 o funcionário público deixa de responsabilizar subordinado que cometeu 
infração no exercício do cargo, ou não leva o fato ao conhecimento da autoridade 
competente, por motivos de INDULGÊNCIA. 
 
 Sério, pegue esse nome indulgência e coloque na sua testa e fique se olhando no 
espelho até o dia da prova. Sabe o que é indulgência não? Nem eu. Vamos ao dicionário. 
 
 Segundo o dicionário, indulgência é o mesmo que perdão. 
 
 Ou seja, o servidor deixa de responsabilizar alguém porque perdoo. Isso não pode. 
Ele tem o dever legal de apurar a infração. Lá em Direito Administrativo a gente vê que existe 
discricionariedade na hora da aplicação da pena administrativa. Mas não há discricionariedade com 
relação à abertura de PAD ou Sindicância. A autoridade DEVE investigar e abrir o competente 
processo (PAD ou Sindicância, por exemplo). 
 
 Se a autoridade perdoa, comete o crime de prevaricação? NÃO, GENTE. Comete 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA. 
 
 Cuidado com a prevaricação. Parece com a prevaricação, e é aí que MORA O 
PERIGO. Mas como você leu esse resuminho feito por mim (momento em que estou me achando, 
(@valeumundo/obrigado/denada) você não vai confundir os institutos. 
 
Se ligue: na PREVARICAÇÃO vimos que o agente deixa de praticar o ato de ofício 
em razão de SENTIMENTO OU INTERESSE PESSOAL. Ele deixa de praticar 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
porque ele tá interessado em alguma coisa. Sabe aquele ditado “Hmmm, aí tem!”. 
Pronto!!! 
 
 Na condescendência criminosa ele deixa de responsabilizar o servidor porque 
perdoou. É um ato de indulgência. De perdão. 
 
 Só isso? Só. Vamos para o outro crime. 
 
1.9 ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 
 
 Crime previsto no art. 321 do CP. Geralmente quando cai, requer que a gente saiba os 
núcleos do tipo. Então decore: PATROCINAR. Esse é o núcleo. E como é isso? Gente, esse crime 
não é praticado por advogado não. A palavra patrocinar aí está escrita no sentido de defender, 
beneficiar, favorecer. É nada mais que o servidor usar o seu cargo ou função pública para defender 
um interesse privado. 
 
 Não há outros detalhes. É basicamente isso. 
 
 2. DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
 
 2.1 RESISTÊNCIA 
 
 A partir de agora veremos os crimes praticados por particulares. 
 
 Até então vimos os crimes praticados por funcionários públicos. Então vamos deixar 
de conversar e vamos! 
 
 O crime de resistência caracteriza-se, na verdade, quando o a gente se opõe à 
execução de ato LEGAL, mediante VIOLÊNCIA ou AMEAÇA a funcionário competente para 
executar o ato ou quem esteja prestando auxílio. 
 
 Tem mais: se o ato não chegar a ser executado em razão da resistência, eu tenho uma 
qualificadora, prevista no §1º do art. 329. 
 
 2.2 DESOBEDIÊNCIA 
 
 Aqui o núcleo é puramente DESOBEDECER a ordem legal de funcionário público. 
Perceba que aqui não há propriamente RESISTÊNCIA ao ato. Exemplo: determinação judicial 
para testemunha comparecer à audiência de instrução e julgamento. Caso ela não vá, poderá 
responder pelo crime de desobediência. Na prática o juízo determina a condução coercitiva para sua 
oitiva. É assim. 
 
2.3 DESACATO 
 
 Esse crime é, sem dúvidas, o mais complicado para a vida prática. Nos livros e na lei 
não é muito complicado. Na prática sim. Mas por quê? 
 
 Gente, é que desacatar um funcionário público é humilhá-lo, diminui-lo, ou seja, tratar 
de maneira mesquinha o funcionário público em razão da função que ele exerce. Mas, Victor, isso 
não é uma maneira de impedir que um particular emita juízo de valor acerca do funcionário 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
público? É sobre isso que o STJ vem se manifestando. 
 
 Mas chamar um um servidor público de feio é desacato? Não é. É crime contra a 
honra (injúria). 
 
 Há decisão do STJ no sentido descriminalizar o crime de desacato, por entender que 
a tipificação é incompatível com o artigo 13
2
 da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto 
de São José da Costa Rica). No STJ, essas foram as palavra do Ministro: 
 
“A criminalização do desacato está na contramão do 
humanismo, porque ressalta a preponderância do 
Estado – personificado em seus agentes – sobre o 
indivíduo”. 
 
 Desta maneira, realizando-se um controle de convencionalidade (exame de 
compatibilidade entre normas internas e tratados e convenções internacionais), o crime de desacato 
não haveria mais razão de existir. 
 
 Por outro lado, amigos, o STJ, no mesmo ano, reforçou em outro julgamento que o 
crime ainda continua existindo.Portanto, desacato ainda é crime. 
 
 2.4 TRÁFICO DE INFLUÊNCIA 
 
 Solicitar, exigir, cobrar, ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de 
vantagem, a pretexto de INFLUIR em ato praticado por funcionário. 
 
 Aqui alguém pede dinheiro, por exemplo, para falar com o servidor publico para dar 
uma “agilizadinha” no processo. 
 
 E mais, se o servidor alegar ou insinua que a vantagem é também destinada ao 
servidor público, a pena será aumentada da metade. 
 
 2.5 CORRUPÇÃO ATIVA 
 
 Os verbos do tipo são: OFERECER e PROMETER vantagem indevida a 
funcionário público. Lembra que vimos o crime de corrupção passiva? Pois é, aqui é o outro lado da 
moeda. Na corrupção passiva eu solicito ou recebo. Na corrupção ativa eu prometo ou ofereço. 
 
 Então, se o agente solicita R$ 100,00 para passar na blitz, e eu dou os R$ 100,00, 
então ele pratica corrupção passiva e eu pratico o crime de corrupção ativa? Não. E por quê? Por um 
simples motivo: o legislador não colocou o verbo DAR. Simples assim. Lembre-se que não há 
interpretação extensiva muito menos analogia in malam partem. Só há corrupção ativa se ao gente 
OFERECER ou PROMETER. O verbo DAR não tem no art. 333 do Código Penal. 
 
 Então quem dá comete o quê? Nada. Fato atípico. 
 
 Vamos ao próximo tipo penal. 
 
 
 
2 Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e 
difundir informações e idéias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa 
ou artística, ou por qualquer outro processo de sua escolha. 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
 2.6 DESCAMINHO 
 
 Falamos lá em cima que iríamos comentar sobre descaminho, porque o art. 318 traz o 
crime Facilitação de Contrabando ou Descaminho, daí eu disse que mais abaixo viríamos os 
conceitos. Pronto. Chegou a hora! 
 
 O art. 334 diz que quem ILUDE, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou 
imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria, pratica descaminho. Como 
é isso, omi? Agora deu foi um branco. 
 
 Omi, se ligue. Você vem dos EUA para o Brasil e traz um iphone, e para não ser 
taxado pela alfândega (considere que tenha que pagar o tributo), você esconde nas roupas, sei lá, 
mas você dá um jeito de não pagar o tributo relativo à entrada de mercadoria no país. Pronto. 
Praticou o crime de descaminho. Perceba que sua mercadoria não é proibida, você só não pagou o 
tributo (imposto) equivalente. 
 
 2.7 CONTRABANDO 
 
 Crime previsto no art. 334-A do CP. É muito conhecido. Passa na TV todo dia. 
 
 “Fulano é preso contrabandeando droga”. 
 
 O art. 334-A traz a seguinte frase: IMPORTAR ou EXPORTAR mercadoria 
proibida. 
 
 Perceba que aqui, diferente do descaminho, a mercadoria é PROIBIDA. Além disso, 
se o crime é praticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial, as penas aplicam-se em dobro. 
 
 3.DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
 
 3.1 DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA 
 
 Galera, no crime de denunciação caluniosa (cuidado para não confundir com calúnia) 
alguém dá causa à instauração de investigação policial, processo judicial, administrativo, inquérito 
civil, ação de improbidade contra alguém, imputando-lhe CRIME (cuidado, não cabe contravenção 
penal) que O SABE INOCENTE. É exemplo que você quer? Então toma: 
 
 “A” vai até a delegacia e diz que “B” praticou crime. O delegado abre inquérito 
policial para apurar. Ao fim, percebe-se que “A” sabia que “B” era inocente. Houve a consumação 
do crime do art. 339 do CP (denunciação caluniosa). Gente, agora se liguem, que esse crime parece 
muito com o crime de “comunicação falsa de crime ou contravenção”, previsto no art. 340, que vou 
falar agora. 
 
3.2 COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO 
 
 Vemos claramente que nesses crime é possível a contravenção, diferente do crime 
anterior. Aqui alguém provoca a ação da autoridade, comunicando a ocorrência de CRIME ou 
CONTRANVEÇÃO que sabe não ter se verificado. É exemplo que você quer? Então toma: 
 
 “A” liga para a Polícia, passando um “trote”, dizendo que na rua tal um homem está 
vendendo drogas”. 
 
Material Produzido por Victor Linhares. Meu instagram é @victorhlinhares 
 
 Vender drogas é crime? É. A comunicação foi falsa? Foi. Crime consumado. Mas 
lembre-se que a comunicação falsa de contravenção também é crime. 
 
3.4 AUTO-ACUSAÇÃO FALSA 
 
 Aqui já é meio auto explicativo. Acusar-se perante autoridade de CRIME inexistente 
ou praticado por outrem. Aqui tem que ser CRIME inexistente. 
 
 3.5 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA 
 
 Alguém faz afirmação falsa, ou nega ou cala a verdade como testemunha, perito, 
contador ou intérprete em processo JUDICIAL, ADMINISTRATIVO, INQUÉRITO 
POLICIAL, ou em JUÍZO ARBITRAL. 
 
 As penas são aumentadas de um sexto a um terço se o crime é praticado mediante 
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, 
ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 
 
 *******SE LIGUE NO PULO DO GATO: fato deixa de ser punível se, antes da 
sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
 
 Valeu, pessoal. Leiam os demais artigos. Comentei os que mais caem nas 
provas. 
 Abraços, contem comigo. 
 
 Victor Linhares.

Continue navegando