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ADVOCACIA
ADVOCACIA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DE RIBEIRÃO PRETO/SP.
 
PEDE PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DA AÇÃO – FATOR IDADE
(art. 1211-A do CPC)
				____________, brasileiro, maior, viúvo, aposentado, residente e domiciliado na Rua ___, nº. ___, em ___________ – CEP .______________, inscrito no CPF(MF) sob o nº. ___________, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono regularmente constituído nos autos – instrumento procuratório anexo --, advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção da ___________, sob o nº. __________, onde, em atendimento ao preceito contido no art. 39, inc. I, do CPC, indica o endereço constante do timbre desta para as intimações necessárias, para ajuizar, com fulcro no art. 148, 166, 171, 186, 927, todos do Código Civil Brasileiro; Art. 14 do Código de Defesa do Consumidor c/c Art. 5º, incisos V e X, da Carta Política, a presente
AÇÃO DE ANULATÓRIA C/C REPARAÇÃO DE DANOS
(MORAL E MATERIAL)
COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
contra BANCO ________, instituição financeira de direito privado, com sua sede na Av. ________, nº. ________, em São Paulo(SP) – CEP nº. ________, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. _____________. 
INICIALMENTE 
1 - PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO NO PROCESSO
				O Autor, em face do que dispõe o Código de Processo Civil, assevera que é nascido em janeiro do ano de 1936 – documento comprobatório anexo --, fazendo jus, portanto, à prioridade na tramitação do presente processo, o que de logo assim o requer(doc. 01).
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Art. 1.211-A – Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 ( sessenta ) anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. ( com redação da Lei nº. 12.008/09 )
2 - REQUER, ADEMAIS, OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
				O Autor, de outro bordo, vem requerer a Vossa Excelência os benefícios da gratuidade de justiça, por ser pobre, o que faz por declaração neste arrazoado inicial(LAJ, art. 4º), através de seu bastante procurador, onde ressalva que não pode arcar com as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, em conformidade com as disposições da Lei nº 1.060/50, afirmação esta que a faz sob as penas da lei.
I – SÍNTESE FÁTICA
 	 			O Autor teve furtada sua carteira, na data de 09 de setembro próximo passado, a qual continha seu RG, CPF, seu cartão de saque de benefício de aposentadoria, além da quantia de R$ 37,00(trinta e sete reais). 
 				Imediatamente, tão logo percebeu o furto dos referidos documentos, o mesmo tivera o cuidado de comparecer à Delegacia Distrital correspondente à sua circunscrição e relatar os fatos mediante Boletim de Ocorrência(doc. 02). 
 				Passados alguns meses, o Autor fora surpreendido com a apresentação em seu extrato de um débito mensal de R$ 78,95(setenta e oito reais e noventa e cinco centavos), o que se comprova pelos extratos ora anexos(docs. 03/06). 
 				De pronto o mesmo entrou em contato com INSS, para averiguar o motivo do citado desconto, tendo sido informado, logo naquela ocasião, que os valores debitados mensalmente referiam-se a um empréstimo(consignado) feito junto ao Banco x.x.x.x S/A, no valor total de R$ .x.x.x. ( .x.x.x.x.x.x. ).
 				Logo em seguida, o Promovente ligou o citado banco, ora Réu, pedindo que lhe fosse restituído os valores debitados e a suspensão de débito, pois jamais havia feito empréstimo com o mesmo. A resposta foi negativa, visto que, segundo seus cadastros, a operação havia sido realizada “dentro da normalidade” e administrativamente nada poderia fazer. 
 				Sem delongas, inegavelmente isto trouxe ao Promovente seqüelas de ordem moral, posto que os descontos(indevidos) diminuíram sua já escassa capacidade financeira, deixando o mesmo inclusive incapaz de comprar seus remédios necessários, por conta da falta dos recursos financeiros. Há, mais, lógico, o dano material, na medida em que não houve contratação alguma com a instituição financeira Ré, sendo devido a indenização de forma a restituir o que foi até o momento indevidamente debitado de sua conta. 
				Cabia à Promovida verificar a correção da pessoa que habilitou-se a realizar negócio jurídico com a mesma, através de documentos adulterados. Portanto, a mesma agiu com auto grau de negligência e culpa, porquanto permitira que esse desiderato se concretizasse. 
II – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS			
2.1 – RELAÇÃO DE CONSUMO CONFIGURADA
 				O Autor é considerado consumidor por comparação, sendo submetido, pois, à Legislação Consumerista(STJ – Súmula 297). Como dito em linhas inaugurais, o Promovente não usufruiu dos préstimos bancários da instituição financeira ora Ré, entretanto fora prejudicado ao extremo, o que permite seja albergado pela legislação especial aqui mencionada. 
 				De outro bordo, temos a responsabilidade civil da Ré é objetiva, sendo, destarte, desnecessária a comprovação de culpa.
 CÓDIGO DO CONSUMIDOR 
Art. 14 – O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. (Não há destaques no texto original)
 				Por desvelo de nossa parte, revelamos notas jurisprudenciais que se coadunam com os fundamentos ora estipulados. 
RELAÇÃO DE CONSUMO REPARAÇÃO DE DANOS ASSINATURA DE REVISTA E CONTRATO VINCULADO DE CARTÃO DE CRÉDITO FRAUDE NEGATIVAÇÃO INDEVIDA DANO MORAL VALOR DA INDENIZAÇÃO 
1. De acordo com a redação do art. 17 do Código de Defesa do Consumidor, será considerado consumidor não apenas aquele que realizou contrato com o fornecedor, mas também aquele que foi vítima do evento danoso, devendo todos os fornecedores que causaram o dano figurar no polo passivo da demanda; 
2 Cliente bancário que viu seu nome ser utilizado indevidamente por terceiro para contratação de um cartão de crédito vinculado a uma assinatura de revista, sendo ônus tanto do Banco quanto da Editora evitar que fraudes desse tipo ocorram, arcando com os prejuízos que causar, não repassando tal responsabilidade ao consumidor, que jamais recebeu as revistas e não contratou o cartão de crédito; 
3 Considerando-se que a negativação indevida durou cerca de DOIS MESES, mostra-se razoável majorar a indenização para quantia equivalente a R$ 10.000,00 (dez mil reais), suficiente para reparar os danos causados e impingir aos réus o dever de aprimorar a prestação de seus serviços. RECURSO PROVIDO. (TJSP - APL 0045310-12.2011.8.26.0562; Ac. 6668064; Santos; Vigésima Câmara de Direito Privado; Relª Desª Maria Lúcia Pizzotti; Julg. 08/04/2013; DJESP 02/05/2013)
2.2 – DO DEVER DE INDENIZAR 
 				Esclarecido antes que a relação jurídica entabulada entre as partes é consumo, o Código de Defesa do Consumidor é aplicável à espécie, abrindo, no caso, a responsabilidade objetiva do Réu.
 				Ficou demonstrado cabalmente nos autos que houve fraude na concessão do empréstimo. 
				Se outra pessoa utilizou o nome e documento do Autor, passando a receber crédito em nome deste, somente a Ré é imputável a responsabilidade, pois que apenas ela poderia se cercar dos cuidados necessários à realização do contrato e conseqüente concessão de crédito. 
				 Ademais, as instituições financeiras são sabedoras que tal fraude é comum e, ainda mais por esta razão, deveriam redobrar os cuidados na realização dos contratos, certificando-se de que as pessoas interessadas não estejam praticando atos ilícitos, que possam prejudicar terceiros de boa-fé, como no caso. 
 		Ocorre que há relevante parcela de culpa a ser imputada à Promovida, ainda que eventualmente a mesma venha a provar que não seja palpável sua contribuição com terceiro fraudador, que deve ser considerada apenas como minorante: critério de fixaçãodo valor da indenização.
 				Vejamos as lições doutrinárias nesta banda de raciocínio:
“(...)
A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, indicada no inciso III do § 3º do art. 12 como hipótese de exoneração da responsabilidade do fornecedor, a rigor vai nos remeter ao inciso anterior – inexistência de defeito –, uma vez que, havendo culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro, por óbvio, não há defeito no produto. Se, por outro lado, houve defeito (tendo-se sempre em mente o “caput” do artigo 12 e seu parágrafo primeiro), e houver a concorrência e a culpa de terceiro ou do lesado, esta, obviamente, deixa de ser exclusiva e não se presta como eximente de responsabilidade, quando muito servindo como minorante, a exemplo das legislações européias.
Aliás, ressalte-se que a culpa da vítima ou de terceiro somente é objeto de cogitações, no direito comparado, quando concorrente com o defeito, como minorante da responsabilidade do fornecedor.(...)”(ALVIM, Arruda et alii. Código do Consumidor Comentado. 2ª ed. São Paulo: RT, p. 126)
 				Obviamente que o que se imputa à Ré não se trata de um ato ilícito doloso. Não há o elemento “vontade”, claro. Há, no entanto, um agir, ou uma forma de agir, que permite este tipo de acontecimento, e que deve, necessariamente, ser imputado àquele que por ela opta e que dela extrai suas vantagens.
 				Ocorre que a maneira eleita pela Promovida para realizar algumas de suas contratações traz consigo riscos que devem ser por ela assumidos.
 				É verdade que a dinâmica das transações diárias praticamente inviabiliza que todas as medidas de precaução sejam realizadas. Não é menos verdade que existem diversas formas de falsificação que dificultam, cada vez mais, a identificação. Ingressa-se, no entanto, em área de arbítrio da empresa, que ao optar por meios vulneráveis de contratação assume o risco por eventual contratação fraudulenta.
 				Em outras palavras: a fornecedora deve se responsabilizar pelos prejuízos causados a terceiros em razão da sua atividade. 
 				Este é o risco do negócio.
 				Com tal agir, resulta pertinente a responsabilização da Ré, independentemente da existência da culpa, nos termos do que estipula o Código de Defesa do Consumidor. 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
 
 					Existiu, em verdade, defeito na prestação de serviços, o que importa na responsabilização objetiva do fornecedor, ora Promovida.
DIREITO DO CONSUMIDOR. CANCELAMENTO INDEVIDO DO PLANO DE SAÚDE. PAGAMENTO DE PARCELAS COM ATRASO. INADIMPLÊNCIA NÃO CONFIGURADA. NECESSÁRIO DESBLOQUEIO DO CARTÃO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DANO MORAL CONFIGURADO. 
1. Acórdão elaborado de conformidade com o disposto no art. 46 da Lei nº 9.099/1995, 12, inciso IX, 98 e 99 do Regimento Interno das Turmas Recursais. Recurso próprio, regular e tempestivo. 
2. Defeito na prestação do serviço. A negativa de atendimento na rede de saúde, no momento em que o consumidor está adimplente com as mensalidades do plano de saúde, revela a obrigação da ré em indenizar por danos morais de forma objetiva, nos termos do art. 14 do CDC. 
3. Os comprovantes de pagamento das mensalidades, ainda que com atraso, são documentos hábeis a comprovar que a relação de consumo estava vigente, não sendo razoável o bloqueio do cartão do plano de saúde, uma vez que a empresa/ré recebeu os valores da autora. 
4. Não deve ser reduzido o valor da indenização, no valor de R$3.000,00, se esta foi fixada em conformidade com a gravidade da violação, necessidade de prevenção e condição financeira do agressor. 
5. Recurso conhecido, mas não provido. Custas e honorários advocatícios pela recorrente, no valor de 10% (dez por cento) da condenação. (TJDF - Rec 2012.07.1.009376-7; Ac. 673.551; Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal; Rel. Juiz Aiston Henrique de Sousa; DJDFTE 06/05/2013; Pág. 265)
 				Ademais, aplicável ao caso sub examine a doutrina do “risco criado”(responsabilidade objetiva), que está posta no Código Civil, que assim prevê:
CÓDIGO CIVIL
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.					
 				 
 				Neste contexto, cumpre-nos evidenciar alguns julgados:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C.C. PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. 
Cobrança irregular referente a período posterior ao desligamento de energia elétrica em seu nome. Inscrição em cadastro negativo de proteção ao crédito por débito oriundo de tal cobrança irregular. Reconhecida responsabilidade objetiva da ré pelo dano causado. Teoria do risco atividade (art. 927, p. Único, CCivil). 2. Indenização moral fixada em valor moderado, inferior à pacífica jurisprudência do E. STJ a respeito do tema. Inexistência de enriquecimento sem causa. Manutenção da condenação da ré quanto à integralidade da sucumbência. Apelo improvido. (TJSP - APL 0356333-84.2009.8.26.0000; Ac. 6684790; Ribeirão Preto; Trigésima Quarta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Soares Levada; Julg. 22/04/2013; DJESP 03/05/2013)
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR. SÚM. 297 STJ. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS CADASTROS DE CONTROLE DE CRÉDITO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CDC ART. 14. DANO MORAL IN RE IPSA. REDUÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. PRECEDENTES DO STJ E TJ­CE. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA CONFIRMADA. 
1. Aplica­se o Código de Defesa do Consumidor aos casos envolvendo consumidores e os serviços prestados pelas instituições financeiras, conforme entendimento da Súmula nº 297 do STJ. 2. Aplica­se às instituições bancárias a responsabilidade objetiva advinda de sua qualidade de fornecedora na modalidade de prestadora de serviços de natureza bancária. Esta responsabilidade deriva da adoção da teoria do risco, segundo a qual a atividade desenvolvida pelo fornecedor, colocada à disposição no mercado de consumo e destinada a auferir lucros, está suscetível aos riscos que lhe são inerentes. 3. Com esteio no artigo 14 do CDC, o fornecedor de serviços deverá indenizar o consumidor pelos defeitos relativos à prestação de serviços, respondendo objetivamente, independentemente de culpa, devendo tão somente estar presentes os pressupostos da conduta, nexo causal e dano ou prejuízo. 4. A doutrina e a jurisprudência pátria vêm se posicionando pela desnecessidade de comprovar o prejuízo efetivamente experimentado, mas sim a violação do direito constitucionalmente previsto, operando­se a responsabilidade pelo simples fato da violação, constituindo o danum in re ipsa, que é presumido e decorrente do próprio fato; devendo a consumidora ser indenizada pelo dano moral sofrido com a inscrição indevida nos cadastros de proteção ao crédito, não se configurando mero dissabor do cotidiano. 5 A estimativa do quantum indenizatório por danos morais deve ser pautada nos critérios de proporcionalidade e razoabilidade, observando­se tanto a condição social do ofendido como a possibilidade financeira do ofensor. Assim, entendo que neste caso o valor de R$8.000,00 (oito mil reais) guarda proporcionalidade com a gravidade da ofensa, o grau de culpa e o porte sócio­econômico do réu, não se mostrando elevado e devendo, portanto, ser mantido, sem prejuízo da contabilização de juros moratórios a partir do evento danoso (Súmula nº 54 do STJ) e correção monetária a partir da presente fixação (Súmula nº 362 do STJ). 6. Além de ter sucumbido em parte mínima do pedido, observando­se o Princípio da Causalidade não seria justo que a autora tivesseque arcar com os honorários da parte adversa, porquanto fora a instituição financeira quem deu causa à demanda e à movimentação do aparato judiciário. 7. Face ao exposto, firme nos propósitos acima delineados, CONHEÇO do recurso para NEGAR­LHE PROVIMENTO, confirmando todos os termos da sentença adversada. (TJCE - AC 0755779­54.2000.8.06.0001; Oitava Câmara Cível; Relª Desª Maria Iraneide Moura Silva; DJCE 02/05/2013; Pág. 47)
APELAÇÕES CÍVEIS 
Ação declaratória de inexistência de débito c/c indenização por danos morais - Sentença de procedência – Insurgência de ambas as partes. Recurso da casa bancária demandada. Aduzida a existência do débito, porquanto não solicitado o encerramento da conta - Defendida a regularidade do registro do nome do autor em cadastros restritivos e consequente ausência de ato ilícito - Teses rejeitadas - Demonstração de que a conta corrente foi contratada exclusivamente para recebimento de salário - Dívida originada da cobrança de tarifas de manutenção e demais encargos no período posterior ao término da relação laboral, quando inativa a conta - Abusividade configurada - Falta de movimentação bancária que evidencia o desejo de encerrar a relação - Ausência de cientificação do consumidor quanto às consequências da inatividade - Princípios da transparência e boa-fé violados - Lançamentos de encargos que se mostram ilegais - Inscrição no rol dos inadimplentes indevida - Responsabilidade objetiva da instituição financeira - Inteligência do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor - Aplicação da teoria do risco da atividade econômica - Dano moral in re ipsa - Dever de indenizar inafastável. Juros da mora - Pretendida sua incidência somente a partir do arbitramento da indenização - Inviabilidade - Encargo que é devido desde o evento danoso - Exegese do enunciado da Súmula n. 54 do c. Superior Tribunal de Justiça. Reclamo de ambas as partes. Quantum indenizatório - Postulada a majoração pelo autor e a redução pela casa bancária demandada - Rejeição - Observância dos critérios da razoabilidade e proporcionalidade - Condenação que não deve servir como fonte de enriquecimento sem causa, mas, ao mesmo tempo, deve consubstanciar-se em sanção inibitória à reincidência - Imperativa a manutenção do montante arbitrado, o qual se mostra adequado e condizente com os fins a que se destina - Alteração que não deve ocorrer em não se verificando a irrisoriedade ou excessividade da verba indenizatória. Honorários advocatícios - Montante fixado pelo togado a quo que atende ao disposto no artigo 20, § 3. º, alíneas "a", "b" e "c", do código de processo civil - Decisum mantido incólume. Recursos conhecidos e desprovidos. (TJSC - AC 2012.037488-5; Lages; Quinta Câmara de Direito Comercial; Rel. Des. Cláudio Valdyr Helfenstein; Julg. 25/04/2013; DJSC 02/05/2013; Pág. 482)
							
 				O nexo de causalidade, por outro lado, fica evidenciado na medida em razão de um modo de conduta da Ré, somada à atitude de terceiro não identificado, o Autor teve valores descontados diretamente de seu benefício previdenciário, bem como se viu obrigado a procurar o Judiciário para ver realizado seu direito.
 				
2.3 – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
 				
A inversão do ônus da prova se faz necessária na hipótese em estudo, vez que a inversão é “ope legis” e resulta do quanto contido no Código de Defesa do Consumidor. 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
[ . . . ] 
 § 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
 
 I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
 
 II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
 
 				Ao Réu, portanto, caberá, face a inversão do ônus da prova, evidenciar se a culpa pela indevida formalização do empréstimo foi do consumidor, ora Autor, ou, de outro bordo, em face de terceiro(s), que é justamente a regra do inc. II, do art. 14, do CDC, acima citado. 
 				A tal respeito trazemos à baila as seguintes notas jurisprudenciais:
 			
APELAÇÃO. AUTORA E REU. CLONAGEM DE CARTÃO MAGNÉTICO. DANOS MATERIAIS E MORAIS RESPONSABILIDADE OBJETIVA. 
Saques de conta bancária efetuados por terceiro com utilização de cartão magnético clonado Relação de consumo. Dever de segurança não observado pela instituição financeira. Responsabilidade civil objetiva. Legitimidade passiva do Apelante para figurar no pólo passivo. Inteligência dos artigos 8.º e 14 do CDC e da Súmula nº 297 do STJ. ÔNUS DA PROVA. Fato de serviço. Inversão automática do ônus da prova. Ausência de provas da excludente de responsabilidade do art. 14, § 3o, do CDC. DANO MORAL. Configuração in re ipsa. Majoração do quantum reparatório, atendendo-se aos critérios da razoabilidade e da proporcionalidade. Recurso do Apelante-réu não provido e recurso da Apelante-autora provido. (TJSP - APL 991.09.096865-5; Ac. 4433557; Ribeirão Preto; Trigésima Sétima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Tasso Duarte de Melo; Julg. 07/04/2010; DJESP 30/04/2010)
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL CUMULADA COM PEDIDO DE RESSARCIMENTO. SUBTRAÇÃO FRAUDULENTA DE VALORES DE CONTA-POUPANÇA. CLONAGEM DE CARTÃO MAGNÉTICO. RESTITUIÇÃO. DANO MORAL. CONFIGURAÇÃO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. HONORÁRIOS. 
1 - Comprovada a efetivação de saques eletrônicos em uma mesma conta bancária, quase que simultâneos mas oriundos de localidades diversas, resta configurada a hipótese de clonagem do cartão magnético. 
2 - A teor do art. 14, § 3º, do CDC, cabe contra o banco-réu, responsável pelo serviço posto a disposição do cliente/consumidor, a inversão do ônus da prova, de modo a demonstrar a inexistência de fraude ou culpa exclusiva do autor. 
3 - O autor faz jus à restituição dos valores que foram subtraídos de sua conta-poupança, bem como à indenização pelo dano moral que suportou, quando, procurando saldar uma compra de combustível, teve o seu cartão recusado pelo sistema de pagamento online, por insuficiência de lastro bancário. 
4 - A indenização por danos morais deve ser fixada observando-se os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, de modo que o ressarcimento do ofendido pelo dano sofrido não lhe seja motivo de enriquecimento indevido, sem que seja esquecido, todavia, o caráter punitivo/educativo da reparação em relação ao causador do dano. É de majorar-se o valor da indenização para R$ 2.000,00, a fim de adequá-lo aos precedentes deste Tribunal. 
5 - Devem ser mantidos os honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do § 3º, do art. 20, do CPC. 6 - Apelação improvida e Recurso Adesivo parcialmente provido. (TRF 5ª R. - AC 445907; Proc. 2007.82.00.002890-7; PB; Quarta Turma; Rel. Des. Fed. Lázaro Guimarães; Julg. 26/05/2009; DJU 18/06/2009; Pág. 200) 
				
2.4 – “PRETIUM DOLORIS” 
 				O abalo psicológico sofrido pelo Autor, maiormente em face de sua avançada idade, em razão dos indevidos descontos é evidente e inarredável. A angústia, a preocupação, o incômodo são inevitáveis e inegáveis. Ademais, o fato de ser cobrado injustamente trouxe ao mesmo sensação de impotência e alterações de ânimo que devem ser entendidas como dano moral. É presumível e bastante verossímil o alegado desconforto sofrido pelo Promovente ao perceber que seus parcos rendimentos, oriundos da aposentadoria, restaram diminuídos pelo desconto de um empréstimo que não contratou. 
 				Pelas normas de consumo, resulta expressa a adoção da responsabilidade civil objetiva, assim conceituada pela professora Maria Helena Diniz: 
"Na responsabilidade objetiva, a atividade que gerou o dano é lícita, mas causou perigo a outrem, de modo que aquele que a exerce, por ter a obrigação de velar para que dele não resulte prejuízo, terá o dever ressarcitório, pelo simples implemento do nexo causal. A vítima deverá pura e simplesmentedemonstrar o nexo da causalidade entre o dano e a ação que o produziu" (in, Curso de Direito Civil Brasileiro, 17ª ed. , Saraiva, 2003, 7º vol. P. 53). ( destacamos )
 				De outro plano, o Código Civil estabeleceu-se a regra clara de que aquele que for condenado a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação patrimonial e pessoal do lesado seja recomposta ao estado anterior. Assim, o montante da indenização não pode ser inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto. HhÁ 	
			
CÓDIGO CIVIL
Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano.
	
				Nesta esteira de raciocínio, emérito Julgador, cumpri-nos demonstrar a extensão do dano( e não o dano ). 
DANO MORAL 
 				Dano moral, conforme o conceitua S.J. de Assis Neto é a lesão ao patrimônio jurídico materialmente não apreciável de uma pessoa. É a violação do sentimento que rege os princípios morais tutelados pelo direito. (Dano Moral - Aspectos Jurídicos, Ed. Bestbook, 1ª ed., segunda tiragem, 1.998.).
 				Acerca desta mesma questão ensina Carlos Alberto Bittar: 
"Qualificam-se como morais os danos em razão da esfera da subjetividade, ou do plano valorativo da pessoa na sociedade, em que repercute o fato violador, havendo-se, portanto, como tais aqueles que atingem os aspectos mais íntimos da personalidade humana (o da intimidade e da consideração pessoal), ou o da própria valoração da pessoa no meio em que vive e atua (o da reputação ou da consideração social). "Localiza-se, assim, a temática dos danos morais na teoria da responsabilidade civil, na exata medida da consideração da pessoa em si, ou em suas projeções sociais, individualizando-se aqueles nas lesões às sedes assinaladas. São, no fundo, reações na personalidade do lesado e agressões ou a estímulos negativos recebidos do meio ambiente através de da ação de terceiros, que atinjam seus bens vitais, no dizer de Lanrenz. "Com isso, os danos morais plasmam-se, no plano fático, como lesões às esferas da personalidade humana situadas no âmbito do ser como entidade pensante, reagente e atuante nas interações sociais, ou conforme os Mazeaud, como atentados à parte afetiva e à parte social da personalidade". (BITTAR, Carlos Alberto. Reparação Civil por Danos Morais. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999. 3ª ed. rev., atual e ampl. 2ª tir., págs.45 e 46).
 				Quanto ao valor da reparação, tocantemente ao dano moral, assevera Caio Mário da Silva Pereira, in, Responsabilidade Civil, 8ª ed. p.97, Ed. Forense que: 
“... quando se cuida de reparar o dano moral, o fulcro do conceito ressarcitório acha-se deslocado para a convergência de duas forças: `caráter punitivo` para que o causador do dano, pelo fato da condenação, se veja castigado pela ofensa que praticou; e o `caráter compensatório` para a vítima, que receberá uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido. Deve ser considerado, também, o objetivo pedagógico e ao mesmo tempo coercitivo, no sentido de que a vida das pessoas seja considerada com maior valor, com maior segurança e atenção a qualquer sintoma ou desconforto vivenciado pelo paciente, assim como a suas peculiaridades.
 				No caso em debate, ficou cabalmente demonstrada a ilicitude do defeito na prestação do serviço, inclusive com a subtração da parca aposentadoria do Autor, dificultando sobretudo manutenção da saúde pela impossibilidade de adquirir seus remédios, em face da subtração mensal dos valores pelo fraudulento empréstimo, o que não se pode negar que este fato trouxe a mesma forte constrangimento, angústia e humilhação, capazes, por si só, de acarretar dano moral de ordem subjetiva e objetiva. 
 				Desta maneira, o nexo causal ficou claríssimo. Logo, evidente está o dano moral suportado pela Autora, devendo-se tão-somente ser examinada a questão do quantum indenizatório. 
 				É certo que o problema da quantificação do valor econômico a ser reposto ao ofendido tem motivado intermináveis polêmicas, debates, até agora não havendo pacificação a respeito. De qualquer forma, doutrina e jurisprudência são pacíficas no sentido de que a fixação deve se dá com prudente arbítrio, para que não haja enriquecimento à custa do empobrecimento alheio, mas também para que o valor não seja irrisório. 
 				Ademais, a indenização deve ser aplicada de forma casuística, supesando-se a proporcionalidade entre a conduta lesiva e o prejuízo enfrentado pelo ofendido, de forma que, em consonância com o princípio neminem laedere, inocorra o lucuplemento da vítima quanto a cominação de pena tão desarrazoada que não coíba o infrator de novos atos. 
 				Dever-se-á observar, desta maneira, a partir das condições financeiras do Autor( beneficiário do INSS ) e da Ré, instituição financeira de grande porte, bem como o grau de ilicitude da conduta em estudo. 
2.5 – RELAÇÃO DE CONSUMO 
DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO VALOR INDEVIDAMENTE SACADO
 				De bordo, os valores indevidamente descontados deverão ser restituídos de forma dobrada, à luz do que rege o § único do art. 42, do Código de Defesa do Consumidor. 
AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS CONTRA ENTIDADE FINANCEIRA. CHEQUES FRAUDADOS INDEVIDAMENTE COMPENSADOS. SALDO BANCÁRIO QUE RESULTOU NEGATIVADO, IMPOSSIBILITANDO AO CLIENTE O USO DO CARTÃO DE CRÉDITO PARA EFETIVAR PAGAMENTOS. ERRO GROSSEIRO E DEMORA DO BANCO NA SOLUÇÃO DO PROBLEMA, O QUE ENSEJOU NOTÓRIOS PREJUÍZOS AO CORRENTISTA, QUE, POR ALGUNS DIAS, NÃO TEVE COMO USAR E GOZAR DOS SEUS SALDOS BANCÁRIOS. CULPA OBJETIVA DO BANCO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL, DEVIDA. OBRIGAÇÃO DE RESTITUIÇÃO EM DOBRO DOS VALORES INDEVIDAMENTE SACADOS (CDC, ART. 42, PARÁGRAFO ÚNICO). PRECEDENTES JURISPRUDENCIAL JÁ EXISTENTES:"APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. SAQUE INDEVIDO DE CONTA CORRENTE. PROCURAÇÃO COM ASSINATURA FALSA. PREJUÍZO DEMONSTRADO. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. RECURSO DESPROVIDO. "Não há como se eximir a instituição bancária da responsabilidade de reparar os prejuízos decorrentes da inércia de seu preposto, ainda que este tenha sido levado a erro, por procuração falsa, embora com firma reconhecida. Essa responsabilidade resulta do dever de guarda, que é inerente ao contrato bancário, no qual, acima de tudo se deve zelar pela proteção do numerário que mantém" (apelação cível n. 2002.001036-7, de são José. Relatora: Desa. Salete Silva sommariva). "ação de repetição de indébito. Furto de cartão de crédito. Débitos de terceiros. Relação de consumo. Responsabilidade objetiva. Restituição do valor pago em dobro. Possibilidade. Pagamento indevido. Parágrafo único do artigo 42 da Lei n. 8.078/90. Recurso conhecido e improvido" (recurso cível n. 5.332 (2006.100639-3), da capital (foro distrital do norte da ilha. Juizado especial cível) relatora: Juíza rejane andersen).. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. (TJSC - Rec. 2007.700480-0; Itajaí; Sétima Turma de Recursos Cíveis e Criminais; Rel. Juiz José Carlos Bernardes dos Santos; DJSC 23/05/2008; Pág. 482) 
IV – DA TUTELA ANTECIPADA
 				Os descontos indevidamente efetivados incidem sobre pensão por morte, ou seja, verba de caráter alimentar, com valor equivalente a um salário mínimo, o que, por si só, revela fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, circunstância esta suficiente para caracterizar a urgência do provimento. 
O art. 84 da lei consumerista autoriza o juiz a conceder a antecipação de tutela, e mais, “Sendo relevante o fundamento da demanda” deve o Juiz impor uma multa diária para que não haja por parte do prestador dúvidas em cumprir imediatamente o designo judicial:
Art. 84 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° - A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossívela tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° - A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287 do CPC).
§ 3° - Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° - O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° - Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Não bastasse o comando emanado do Código de Defesa do Consumidor, o Código de Processo Civil também autoriza o Juiz a conceder a antecipação de tutela “existindo prova inequívoca”:
Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - ...
§ 1° - Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.
§ 2° - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 3° A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4° e 5°, e 461-A.
 No presente caso, estão presentes os requisitos e pressupostos para a concessão da tutela requerida, existindo prova inequívoca e verossimilhança das alegações, além de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
O fumus boni júris caracteriza-se pela juntada de documento, dotado de fé pública, o qual relata a ocorrência do furto dos documentos do Autor. 
Evidenciado, igualmente, está o periculum in mora, eis que a demora no resultado desta querela, irá onerar financeiramente em demasia o Autor, o qual detém parcos recursos para sobreviver e, ainda por cima disto, ter que parcialmente ver reduzida sua aposentadoria em face do fraudulento empréstimo, não podendo sequer mais pagar os remédios que se fazem necessários ao gozo de uma boa saúde.
À luz do art. 273, I, do CPC, a antecipação dos efeitos da tutela deve ser concedida se estiverem presentes a verossimilhança das alegações do requerente e o risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Neste diapasão, mostra-se inquestionável a concessão da tutela, para possibilitar a suspensão dos descontos do empréstimo em liça. 
A reversibilidade da medida também é evidente, uma vez que a requerida, se vencedora na lide, poderá ressarcir-se dos valores eventualmente tidos por corretos e devidos, quando assim ficar definido nesta lide, por definitivo.
DIANTE DISTO, REQUER-SE, COMO TUTELA ANTECIPADA, INAUDITA ALTERA PARS, MEDIDA JUDICIAL NO SENTIDO DE:
A) Determinar a suspensão imediata dos descontos do empréstimo originário do contrato nº. x.x.x.x, onde figuram o ora Autor e a Ré, bem como a devolução imediata de todos os valores descontados a título de empréstimo, inclusive que se abstenha de apontar a pretensa dívida em cadastros de inadimplentes;
B) em sendo deferida a tutela antecipada ora pleiteada, pleiteia-se que a Ré seja instada a cumprir a determinação judicial no prazo máximo de 10(dez) dias, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 500,00(quinhentos reais), até o limite de R$ 20.000,00(vinte mil reais) . 
 
V – DOS PEDIDOS
				Em arremate, requer o Autor que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Determinar a citação da Requerida, por Carta, com Aviso de Recepção, para, querendo, apresentar defesa, com as cominações de estilo;
b) pleiteia-se seja confirmada, por definitivo, a tutela antecipada ora requerida nesta peça vestibular;
 
C) como questão de fundo, seja a reconhecida a ausência de relação jurídica entre o Autor e a Requerida, anulando o contrato de empréstimo nº 000000, e, passo seguinte, condená-la a:
1 – Reparar o dano material sofrido, restituindo-se todos os valores debitados na conta do autor, a título do empréstimo ora em debate, e em dobro, devidamente corrigido com juros e correção monetária, contados a partir do evento danoso, ALÉM DE CUSTAS E HORÁRIOS ADVOCATÍCIOS; 
2 – Reparar o dano moral sofrido pelo autor, no mínimo na importância de 30(trinta) vezes o valor do empréstimo;
D) requer, mais, que a promovida seja condenada a não inserir o nome do autor em quaisquer órgãos de restrições, além de abster-se de inscrição junto ao SISBACEN(CADIN, SCI e CCF), sob pena de multa diária de R$ 500,00(quinhentos; caso assim tenha procedido, seja determinada sua exclusão de pronto, sob pena de incorrer na multa acima; 
E) pede, de logo, como prova, que a requerida seja instada a apresentar em juízo toda a documentação pertinente ao empréstimo (CPC, art. 355 e segs.), onde se possa, sobretudo, indetificar aquele(s) que permitiu(iram) a abertura da(s) conta(s), concedeu(eram) o crédito; 
F) protesta provar o alegado por toda espécie de prova admitida(CF, art. 5º, inc. LV), nomeadamente pelo depoimento do representante legal da ré, pena de tornar-se confitente ficta, oitiva de testemunhas, inclusive inversão do ônus da prova, perícia, tudo de logo requerido.
Dá-se à causa o valor de R$ ___________________
	Respeitosamente, pede deferimento.
__________, __ de ____ do ano de ________.
 ______________________ 
		 	 Advogado(a)
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