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petição dano moral e material FELIPE

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) DE DIREITO 
DA 18ª UNIDADE DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS DE 
FORTALEZA – CE. 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C TUTELA 
ANTECIPADA 
 
FELIPE LIMA DE SALES, brasileiro, solteiro, barman, RG. nº. 2007715681 –SSP-CE e CPF 
nº. 606.630.563-81, e-mail: j18012809@gmail.com, residente e domiciliado na Rua Itaquera, nº 
570, Casa “A”, Jangurussu, Fortaleza/Ce, CEP: 60.110-000, vem, com o devido respeito e 
acatamento, à presença de V. Exa., por meio de seu advogado que esta subscreve, ADRIANO 
CAÚLA DA SILVA, Brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/CE nº. 42.626, com 
endereço profissional, sito a Rua Coronel Jucá, nº 855, Aldeota, Fortaleza – CE, CEP 60.170-
320, endereço eletrônico: adrianocaula@yahoo.com.br. O que faz com base e funamentação nos 
arts. 3º, inciso I e 9º da Lei n.º 9.099/95; arts. 186 e 927 do Código Civil, bem como os arts. 2º, 
3º, 6º, inciso VIII, 39, inciso I todos da Lei n.º 8.078/90, propor a presente: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C TUTELA 
ANTECIPADA 
 em face de: ANTÔNIO ALVES DA SILVA FILHO LTDA, (Razão Social:AS Consórcio 
Nacional LTDA) empresa de capital privado, atividade principal 73.19-0-02- Promoção de 
vendas. Atividades secundárias: 64.93.-0-00 Administração de consórcio para aquisição de 
bens e direitos, 66.19-3-02 – Correspondentes de Instituições Financeirtas, 66.22-3-00 – 
Corretores e agentes de seguros, de planos de previdência complementar e de saúde, 82.91-
1-00 – Atividades de cobrança e informações cadastrais, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 
28.969.940.0001-02, com sede na Rua Raimunda da Silva, nº. 1001, CEP 65.075-060, Bairro 
Bom Jesus – São Luis – MA; NACIONALADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS 
EIRELI, Atividade Principal: 74.90-1-04 – Atividades de intermediação e agenciamento de 
serviços e negócios em geral, excetom imobiliários; Atividades Secundárias: 64.93-0-00 – 
Administração de consórcios para aquisição de bens e direitos, inscrita no CNPJ: 
mailto:j18012809@gmail.com
36.520.209/0001-23. Rua Sete de Abril, nº. 264, República, São Paulo – SP, portadora do 
endereço eletrônico: contato@consorciosnacional.com.br; quadro de sócios: JOÃO VICTOR 
SANTANA MOURA, 65 – Titular Pessoa Física Residente ou Domiciliado no Brasil; ZOOP 
TECNOLOGIA E MEIOS DE PAGAMENTO S.A. Atividade Principal: 66.19-3-99 – Outras 
atividades Auxiliares Dos Serviços Financeiros Não Especificadas Anteriormente; Atividades 
Secundárias: 62.02-3-00 – Desenvolvimento e Licenciamento De Programas Den Computador 
Customizáveis; 64.92-1-00 – Securitização De Créditos; 66.13-4-00 Aministração De Cartões de 
Crédito, inscrita no CNPJ: 19.468.242/0001-32. Situada no endereço: Av. Das Américas, nº. 700 
– BL 5 Salas 101 a 104 e 301 a 316, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 22.640-100, 
portadora do endereço eletrônico: suporte@zoop.com.br; quadro de sócios administradores: 
FABIANO TEIXEIRA DA CRUZ, Diretor e DAN FACCIO, Diretor; BUSSINES CRED, 
situada na Av. Santos Dumont, nº 771 – Centro Fortaleza – CE, CEP 60.150-160; pelos motivos 
abaixo descritos: 
 
 
I – DA JUSTIÇA GRATUITA 
Inicialmente, cumpre arguir que o Requerente, é defato pessoa pobre, na acepção jurídica 
da expressão, e declara não poder demandar em juízo sem prejuízo de seu próprio sustento e de 
sua família, em especial no caso concreto, pois encontra-se percebendo tão somente o valor de 
um salário mínimo, conforme documentos em anexos de comprovação; qual seja: cópia de sua 
CTPS, Assim, necessário que lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, nos termos 
do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, in verbis: 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos; 
Semelhantemente, o Código de Processo Civil tratou de forma concisa a possibilidade da 
concessão da gratuidade processual aos necessitados, vejamos os excertos abaixo: 
Art. 98º - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de 
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem 
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. 
mailto:contato@consorciosnacional.com.br
mailto:suporte@zoop.com.br
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10727456/inciso-lxxiv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
(...) 
Art. 99º - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial na 
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. 
(...) 
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por 
pessoa natural. 
Os ditames mencionados anteriormente se amoldam perfeitamente ao caso em apreço, 
isto posto, não há a possibilidade da parte autora buscar a tutela jurisdicional, sem que dita 
medida repercuta de forma negativa o cotidiano financeiro familiar, o que é vedado pelo 
ordenamento jurídico vigente. 
O Autor não dispõe de recursos para custear as despesas processuais, em razão da 
insuficiência financeira que o impossibilita de arcar com o valor das custas. 
Mister se faz informar que o Requerente encontra-se desempregado, e que seus 
rendimentos atuais apenas servem para manter sua própria subsistência e o de sua família. 
Em vista da hipossuficiência do Autor requer os beneplácitos da gratuidade da justiça. 
 
II - DA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA 
Segundo o artigo 300, que trata da tutela antecipatória, é necessário para a sua concessão 
que o juiz se convença da verossimilhança da alegação contida na petição inicial, desde que 
devidamente provada nos autos, bem como que haja fundado receio de dano irreparável ou de 
difícil reparação. 
A prova inequívoca se vislumbra cabalmente nesta lide através de copias de contratatos 
assinados e carimbados por uma da empresas Requeridas, o que demonstra o valor de entrada 
pago na quatia de R$ 2.163,00 (Dois Mil, Cento Sessenta e Três Reais), na data de 25 de 
setembro de 2020, passsando a parte autora a ser titular de uma cota (2,173) de participação em 
consórcio, junto a Nacional Administradora de Consórcio, com o número de contrato: nº 3.991, 
e em ato contínuo ficando resposável por pagamentos mensais em parcelas de R$ 363,00 
(Trezentos e Sessenta e Três Reais), num prazo de 99 meses, a inciarem seu adimplemento em 
17 de outubro de 2020 frise-se, totalmente sem a sua vontade, visto ter sido vítima de 
propaganda enganosa, pois pensava o mesmo está diante de um financiamento de veículo. 
Conforme fora propagado e bastante esclarecido pelo preposto das Requeridas; Sr Gustavo 
Rodrigues. 
 A verossimilhança da alegação se identifica com o fummus boni juris e o periculum in 
mora, a qual está patente, pela exposição fática acima apresentada, que dão conta, notadamente, 
do dano ao direito do consumidor pela propaganda emganosa e o induzimento ao erro da parte 
Requerente, chegando este assinar documentos totalmente adverso do que fora propagado. E, 
sendo um contrato, frise-se, bem duvidoso e nebuloso, já que foi pactuado em meio a tantas 
mentiras e falsas promessas, onde envolve ainda quatro partes Requeridas. Ficar pagando tal 
obrigação só gerará mais prejuízos à parte Peticionante, deste modo o mais acertado será a 
antecipação dos efeitos da tutela no quesito cancelamento do contrato com a devida devolução 
dos valores até então pagos já evidenciados nas provasanexadas nesta exordial (cópia de 
contrato devidamente assinado) 
Assim Excelência, inegável, no caso em tela, a existência do fundado receio de dano 
irreparável e de justificado receio de ineficácia do provimento final, visto que se a parte autora 
continuar pagando tao consórcio seu direito de crédito junto às requeridas somente irá aumentar 
e consequentemente um futuro prejuizo maior ainda, pois este não pode agir por sua conta risco 
no não pagamento das parcelas sem que tenha o respaldo deste respeitável Juízo. 
O relevante fundamento da demanda também se justifica pela violação ao direito do 
consumidor quanto a questão da publicidade abusiva previsto no §2º, do art. 37, do CDC. Este se 
conjuga com o princípio da veracidade, pois reprime os desvios publicitários, especialmente no 
tocante ao desrespeito às normas constitucionais. 
Pugna-se, com fulcro nos artigo 84, § 3º da Lei 8.078/90, artigos 294 c/c artigos 300 do 
CPC, seja determinado que as partes Requeridas habilitem-se proceder com a não cobrança das 
parcelas vincendas e devolução dos valores pagos, até decisão final deste Respeitável Juízo. 
Presentes os requisitos autorizadores para a concessão da medida de urgência postulada, 
pela possibilidade de uma elevada oneração no prejuízo financeiro da parte autora, em caso de 
continuar com os pagamentos das parcelas do referido contrato (periculum in mora), efetuando 
diante de latente ilegalidade, haja vista, a propaganda enganosa e o induzimento ao erro da parte 
Requerente, o que levou o mesmo a contratar um produto nunca perseguido pelo mesmo. 
Já o (fummus boni iuris), consubstanciados pelo arcabouço probatório acostado e 
fundado receio de dano irreparável ao autor, ressaltando-se a atitude desidiosa das Requeridas, 
causando graves transtornos e prejuizos à parte autora, porque o produto que estaria adquirindo 
seria um financiamento e nunca um consórcio, cumprindo a este D. Juízo, deferir os efeitos DA 
ANTECIPAÇÃO DA TUTELA INAUDITA ALTERA PARS para que as empresas 
Requeridas, habilitem-se proceder com a não cobrança das parcelas vincendas e devolução dos 
valores pagos. 
III – DA COMPETÊNCIA DESTE JUIZADO ESPECIAL CIVIL 
A legislação atinente estabelece, como regra geral para determinação do juízo 
competente para o processamento e julgamento das causas de pequeno valor da Competência do 
Juizado Especial Civil, o domicílio do Réu, conforme preceitua o art. 4º, I, da Lei 9.099/95. 
O legislador, porém, com o desiderato de beneficiar o Autor, que se presume, juris 
tantum, ser a parte mais frágil da relação processual, bem como garantir uma melhor instrução 
processual, criou foros especiais para a propositura de certas ações civis perante o Juizado 
Especial Cível, preceituando que, a critério do Autor, nas ações de reparação de danos, poderá o 
mesmo ajuizar a ação em seu domicilio ou no local do ato ou fato. Assim prescreve o art. 4º, III, 
da Lei n.º 9099/95, in verbis: 
É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do foro: 
(…) 
III do domicílio do autor ou local do fato ou ato, nas ações para reparação de dano de qualquer 
natureza?. 
Diante do exposto no artigo sobredito, não há que se questionar da possibilidade 
jurídica conferida ao Autor para propor a ação de indenização para reparação de danos, quer seja 
moral ou material, no local do fato ou ato provocador do direito à obtenção da reparação dos 
danos. 
Na presente querela, o fato ou ato que serve como fundamento para a presente ação 
ocorreu na sede desta Comarca, a qual, também, é o domicilio do Autor, sendo este Juízo o 
competente para o processamento e julgamento do presente feito, não cabendo às Rés em futura 
resposta alegar incompetência deste órgão Judiciário, por ter sua sede em outra unidade judicial. 
Corroborando com o que foi exposto, vejamos os ensinamentos do mestre Humberto 
Theodoro Júnior: 
“A escolha entre os foros especiais é livre para o autor, não havendo 
ordem de preferência entre ele. Em qualquer hipótese, caber-lhe-á 
sempre a opção pelo foro geral do domicilio do Réu, ainda que se 
trate de uma das situações especiais contempladas pela lei(art. 4º, 
parágrafo único) Logo, não caberá ao demandado, na espécie, 
impugnar a exceção exercida pelo promovente. 
No mesmo diapasão trilha a inteligência jurisprudencial: 
DOMICÍLIO DO AUTOR. Exceção de Incompetência. Opção pelo 
autor na ação de reparação de danos. Rejeição. Ao autor se abre a 
opção da escolha do foro de seu domicilio no caso de ações para 
reparação de dano de qualquer natureza (Segundo Colégio recursal 
da Capital do Estado de são Paulo, Rec. 57, j. em 14-9-1996, Rel. Juiz 
Marciano da Fonseca). 
 
Ante o exposto, acha-se competente este r. Juízo, para o processamento e julgamento 
desta Ação de Indenização. 
 
IV - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO 
Tendo em vista o teor do Novo Código de Processo Civil, especialmente a redação 
presente no art. 3°, caput e §§ 2° e 3°, bem como o artigo 319, VII, solicita-se à Vossa 
Excelência que seja designada data para realização de audiência de conciliação. 
V - DOS OBJETOS DA AÇÃO 
A presente ação tem por objeto, a) a Condenação das empresas Rés ao pagamento de 
indenização por danos morais, causados ao Autor; b) A Restituição dos valores pagos; c) A não 
cobrança das parcelas do Referido contrato até ulterior decisão deste Respeitável Juízo 
 
VI - DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
O autor necessitando de uma aquisição de bem móvel (veículo), por meio de indicação de 
terceiros; qual seja sua prima; a qual frize-se, também foi vítima de tal ato lesivo, procurou a 
pessoa do Sr. Gustavo Rodrigues; este preposto das Requeridas, para proceder como referido 
contrato de financimento de veículo. 
Ao contatar a pessoa do Senhor Gustavo Rodrigue, o Sr. Felipe Sales (autor) começou 
suas perguntas quanto a possibilidade do referido contrato de financiamento, foi então que o 
Preposto das Requeridas começou suas explicações de como seria a política para tal aquisição 
do bem, segundo o mesmo: Gustavo Rodrigues, o cliente/consumidor entraria com um valor “x” 
https://jus.com.br/tudo/processo
de entrada, seu cadastro ia para análise e sendo aprovado o valor perseguido, o referido bem 
seria adquerido e repasado ao Consumidor, este por sua vez passaria a pagar as parcelas ao 
Credor em questão. 
Deste modo Excelência, tudo foi feito conforme o propagado e divulgado, no entanto as 
coisas não fluiram como deveriam fluir, chegando ao ponto de parte autora descobrir que na 
realidade o que havia acontecido era uma armadilha por meios de propagandas enganosas e 
indução ao erro levando o mesmo a contratar um produto nunca querido pela parte Peticionante. 
Assim Douto Julgador, contrariando qualquer expectativa depositada no referido negócio 
jurídico; compra do automóvel, o produto a que o mesmo estava assinando tratava-se de um 
consórcio e frise-se já ludribriando o autor a contratar um lance “’préfixado”, no valor de R$ 
2.163,00 (Dois Mil, Cento Sessenta e Três Reais), pois nos dizeres do sr Gustavo Rodrigues, tal 
valor de entrada referia-se à um “sinal” para a liberação da carta de crédito, e garantindo ao 
Requerente a certeza da aprovação e liberação do valor do veiculo perseguido pela parte autora. 
É mister, esclarecer ainda, de que antes das referidas assinaturas em nenhum momento o 
Sr. Gustavo Rodrigues, falou em consórcio ou mesmo em possibilidades de sorteios, mas sim de 
aprovação de crédito. 
Assim depois de assinado e repassado o referido valor foi que o preposto das Requeridas 
mencionou essa possivel assembléia, todavia, afirmando que o credito já estava aprovado e que 
era somente aguardar pelo sorteio e tudo estaria satisfeito dentro das expectativas da parte autora. 
Todavia exaurido o lápso temporal e chegado a data determinada para a liberação do 
crédito o que se daria por meio de assembléia; qual foi a surpresa da parte autora: a deque não 
foi contemplado e que poderia aumentar o valor do lance, configurando mais uma tentativa em 
lesar o consumidor. 
Diante de todo este transtorno, a parte autora entra em contato com a terceira Requerida, 
bem como com a pessoa do senhor Gustavo e estes afirmam, que nada podem fazer, e tão 
somente de que a parte autora poderia requerer um desistência do grupo consorcial, porém, tudo 
depedendo de sorteios dentre outras burocracias, bem como perda de parte do que foi dado como 
entrada. 
 
E assim, Excelência, ao sentir-se lesado, sem qualquer possibilidade de resolução do 
problema, muito menos sem ter a quem recorrer, não lhe restou outra alternativa senão a 
impetração desta demanda, pedindo ao Estado Juiz, que solucione todo esse problema sob o qual 
a parte autora encontra-se. 
Diante desta atitude injusta e ilegal efetuada pelas Rés, restou apenas ao autor recorrer as 
vias judiciais, para obter, em parte, o respeito pela sua honra e a diminuição do prejuízo, já 
provado, em seu direito patrimonial., pois jamais será totalmente restabelecida. 
VII - DO DIREITO 
 
VII - 1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO 
 
Inicialmente, urge mencionar que a Constituição Federal de 1988, no seu ARTIGO 
5º, XXXII, dispõe, in verbis, que: 
 
“Art. 5º. 
XXXII – O ESTADO PROMOVERÁ, NA FORMA DA LEI, A 
DEFESA DO CONSUMIDOR.”; 
(aditados nossos); 
Os ARTIGOS 2º e 3º, CAPUT da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), 
respectivamente, qualificam o consumidor e dispõe sobre seus direitos, destacando ser 
consumidor aquele que compra alguma coisa ou serviço, e fornecedor, aquele que vende ou 
presta serviço ao destinatário final. 
“Art - 2º. “ CONSUMIDOR É TODA PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA 
QUE ADQUIRE OU UTILIZA PRODUTO OU SERVIÇO COMO 
DESTINATÁRIO FINAL”. 
“Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, 
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização 
de produtos ou prestação de serviços”. 
 
É mister destacar ainda, que os contratos de consórcio caracterizam verdadeiros contratos 
de adesão, tendo em vista não ser propiciada ao consumidor nenhuma discussão sobre as 
cláusulas e condições contratuais, sobre caindo-lhe simplesmente a imposição a adquirir ao 
pacto. 
Ademais, é cediço que o contrato de adesão celebrado entre os ora litigantes favorece em 
suas cláusulas as partes Rés, que vem a ser, insofismavelmente, a parte econômica e 
tecnicamente mais forte, de forma que ao consumidor, in casu, hipossuficiente e beneficiário da 
justiça gratuita resta uma posição de submissão jurídica, fato que obsta flagrantemente o seu 
direito de defesa. 
Logo, é bem claro que o caso em tela trata-se de uma relação consumerista, tendo em 
vista que o requerente “contratou” a aquisição do produto fornecido pela empresa acionada. 
Se assim o é, a análise do pedido exordial deverá ser realizada sob as determinações 
constantes no Código de Defesa do Consumidor, em observância aos arts. 2º e 3º do referido 
diploma legal. 
Deste modo Excelência, dúvidas não paira de que se está diante de uma clara relação 
consumerista. 
VII - 2. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Diante da situação de hipossuficiência de conhecimento e poder de defesa da parte 
Requerente, visto não dispor de conhecimento técnico, muito menos de aptidão para provar 
diversas vertentes pertinentes a essa lide, pede-se pela inversão do ônus da prova, para que só 
assim tenha sua facilitação de defesa dos direitos ora requeridos, nos termos do artigo 6º, VIII, 
do Código de Defesa do Consumidor. 
Tamanha é a vulnerabilidade do consumidor quanto ao fornecedor de produtos ou 
serviços na relação de consumo que o legislador procurou, de todas as maneiras possíveis, 
igualar essa gigantesca diferença, sendo tal situação, principalmente no artigo 6º, do código 
consumerista, como verificamos, in verbis: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - A FACILITAÇÃO DA DEFESA DE SEUS DIREITOS, 
INCLUSIVE COM A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, A SEU 
FAVOR, NO PROCESSO CIVIL, QUANDO, A CRITÉRIO DO JUIZ, 
FOR VEROSSÍMIL A ALEGAÇÃO OU QUANDO FOR ELE 
HIPOSSUFICIENTE, SEGUNDO AS REGRAS ORDINÁRIAS DE 
EXPERIÊNCIAS; 
(Grifos nossos). 
 O renomado doutrinador, Professor Humberto Theodoro Júnior, em sua obra 
sobre os direitos do consumidor, define o conceito de hipossuficiência, como vemos a seguir: 
“QUANTO À HIPOSSUFICIÊNCIA, TRATA-SE DE 
IMPOTÊNCIA DO CONSUMIDOR, SEJA DE ORIGEM 
ECONÔMICA, SEJA DE OUTRA NATUREZA, PARA APURAR E 
DEMONSTRAR A CAUSA DO DANO CUJA 
RESPONSABILIDADE É IMPUTADA AO FORNECEDOR. 
PRESSUPÕE UMA SITUAÇÃO EM QUE CONCRETAMENTE SE 
ESTABELEÇA UMA DIFICULDADE MUITO GRANDE PARA O 
CONSUMIDOR DE DESINCUMBIR-SE DE SEU NATURAL 
ONUS PROBANDI, ESTANDO O FORNECEDOR EM 
MELHORES CONDIÇÕES PARA DILUCIDAR O EVENTO 
DANOSO” 
E a razão é óbvia: o fornecedor é quem detém os meios e técnicas de produção, tendo, 
consequentemente, acesso aos elementos de provas relativas à demanda, isto é, o fornecedor esta 
em melhores condições de realizar a prova de fato ligado diretamente à sua atividade. 
Assim, Excelência em apertada síntese, os fatos acima declinados se demonstram 
suficientes para que o Ilustre Magistrado, do alto do seu notório saber jurídico solucione o caso. 
E, assim Douto Julgador, caracterizada a relação de consumo, a inversão do ônus da 
prova se opera automaticamente (ope legis), tornando-se desnecessária a análise da 
vulnerabilidade do consumidor, que, no caso, é presumida. 
Assim, por consequência, incumbe às Requeridas o ônus da prova do questionado vício 
do negócio jurídico no tocante a propaganda enganosa, bem como o induzimento ao erro da parte 
do consumidor. 
Então Excelência não há outra presunção, senão, a de que as empresas ora demandadas 
têm o objetivo tão somente de lesar ao consumidor com falsas promesas e induzir ao erro seus 
consumidores. 
VIII – DA PROPAGANDA ENGANOSA 
No âmbito das relações consumeristas, faz-se essencial ao consumidor, enquanto parte 
hipossuficiente, informações ou instruções claras que lhe forneçam condições para total 
compreensão do negócio jurídico pretendido. 
No presente caso o autor foi induzido a erro diante da informação de que se tratava de 
um aquisição de financiamente, não de um consórcio, sendo ainda, que para agravar mais ainda a 
situação, induziram o consumidor a contratar um lance prefixado, afirmando ser o sinal de 
entrada para a liberação do crédito pretendido pela parte autora, deixando claro nesta siuação, 
Excelência, de que a intenção das Requeridas é tão somente fazerem receitas a qualquer preço e 
enriquecer de forma ilicita, ferindo claramente o direito do consumidor. 
Esta proteção, vem claramente positivada no Código de Defesa do Consumidor, 
segundo o qual proibe e conceitua a publicidade enganosa, em art. 37, caput e § 1º: 
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
§ 1º. É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de 
caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro 
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a 
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, 
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 
 Amparado na Constituição Federal (5º, XXXII, e 170, V) o Código de Defesa do 
Consumidor prevê dentre os direitos básicos: 
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: 
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e 
serviços, com especificação correta de quantidade, características, 
composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os 
riscos que apresentam. 
A publicidade se insere, da mesma forma, como um direito inerente ao fornecimento, 
mas, com limites claramente dispostos no referidodiploma consumerista (CDC). 
Art. 6º (...) IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, 
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e 
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços 
O referido dispositivo legal protege o consumidor de qualquer informação ou 
comunicação de caráter publicitário capaz de induzi-lo a erro quanto ao produto ou serviço 
ofertado, como ocorre no presente caso. 
Trata-se de publicidade que infringe essa disposição legal contrariando os interesses de 
toda a coletividade causando prejuizos a um número incalculável de consumidores. 
Exige-se, portanto, que a publicidade seja verdadeira, completa e pautada na 
honestidade, a fim de que o consumidor possa fazer sua escolha de maneira consciente ainda na 
primeira oferta, como destaca o STJ em recente decisão sobre o tema: 
Esclarecimentos posteriores ou complementares desconectados do 
conteúdo principal da oferta (informação disjuntiva, material ou 
temporalmente) não servem para exonerar ou mitigar a enganosidade ou 
abusividade. Viola os princípios da vulnerabilidade, da boa-fé objetiva, 
da transparência e da confiança prestar informações por etapas e, assim, 
compelir o consumidor a tarefa impossivel de juntar pedaços informtivos 
esparramados em mídias, documentos e momentos diferentes. Em rigor, 
cada ato de informação é analisado e julgado em relação a si mesmo, pois 
absurdo esperar que, para cada produto ou serviço oferecido, o 
consumidor se comporte como Sherlok Holmes, improvisado e 
despreparado à busca daquilo que, por dever ope legis inafastável, 
incumbe somente ao fornecedor. Seria transformar o destinatário-
protegido, à sua revelia, em protagonista do discurso mercadológico do 
fornecedor, atribuindo e transferindo ao consumidor missão inexequível 
de vasculhar o universo inescurtável dos meios de comunicação, 
invertendo tanto, o ônus do dever legal como a ratio e o âmago do 
próprio microssistema consumerista. (Resp 1.802,787-SP, Rel.Min. 
Herman Benjamin. Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 
08/10/2019, Dje. 11/09/2020 
Na mesma linha é a Jurisprudência dos Tribunais: 
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – 
PROPAGANDA ENGANOSA E ABUSIVA – DANO MORAL 
CONFIGURADO – VALOR – PRINCÍPIOS DA 
RAZOABILIDADE E PORPORCIONALIDADE. É proibida a 
utilização de propaganda enganosa ou abusiva de acordo com o artigo 37, 
do Código de Defesa do Consumidor. – A veiculação de campanha 
publicitária que induza o consumidor a adquirir produtos, sob a crença de 
que tem chances especiasi de se tornar ganhador de concurso, caracteriza 
propaganda abusiva e enganosa por parte do fornecedor, ensejando a 
reparação dos danos morais sofridos em razão da falsa expectativa criada. 
– O arbitramento do quantum indenizatório deve obedecer aos princípios 
da razoabilidade e da proporcionalidade, bem como observar o caráter 
pedagógico, punitivo e reparatório da indenização. (TJ-MG – Apelação 
Cível 1.0708.10.003792-6/001, Relator (a): Des. (a) Aparecida Grossi, 
julgamento em 21/08/2020, publicação da súmula em 01/09/2020) 
Sobre o tema, leciona a doutrinadora Cláudia Lima Marques: 
Note-se que o artigo 37 do CDC não se preocupa com a vontade daquele 
que faz veicular a mensagem publicitária. Não perquire da sua culpa ou 
dolo, proíbe apenas o resultado: que a publicidade induza o consumidor a 
formar esta falsa noção da realidade. Basta que a informação publicitária, 
por ser falsa, inteira ou parcialmente, ou por omitir dados imçportantes, 
leve o consumidor ao erro, para ser caracterizada como publicidade 
enganosa. 
Portanto, diante da demostração inequívoca da propaganda enganosa, devem as 
empresas Requeridas serem condenadas a devolução dos valores pagos corrigidos 
monetariamente, bem como ao pagamento indenizatório por danos morais, nos termos a seguir 
dispostos: 
VIII.1 - DA RESTITUIÇÃO DA QUANTIA PAGA 
Diante da demonstração inequívoca do descumprimento de boa fé por parte das 
empresas Requeridas, insta consignar que diferentemente da expectativa gerada pela propaganda 
enganosa e promessa não cumprida feita pelo preposto das Peticionadas, o Autor não poderá ver 
satisfeito sua necessidade, que seria a quisição do automóvel ora perseguido. 
Desta forma, diante do desgaste ocasionado na relação de consumo com os réus, o 
reclamante não tem qualquer interesse na manutenção do contrato, pleiteando a restitução 
imediata da quantia despendida, corrigida e atualizada monetariamente, com fulcro no disposto 
do inciso II do § 1º do artigo 18, do CDC. 
IX - DANOS MORAIS 
Após longo embate doutrinário e jurisprudencial sobre a possibilidade de indenização 
do dano moral, a questão foi completamente superada por imposição de mandamento 
lapidarmente insculpido no art. 5º, inc. X, da Constituição de 1998: 
são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano moral ou 
material decorrente dessa violação. 
Seguindo a mesma linha de pensamento do legislador constituinte, o legislador 
ordinário assim dispôs sobre a possibilidade jurídica da indenização pelos danos morais, 
prescrevendo no art. 6º, VI, da Lei 8.078/90: 
Art. 6º – São direitos básicos do consumidor: 
(…) 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos ou difusos; 
SAVATIER define o dano moral como qualquer sofrimento humano que não é causado 
por uma perda pecuniária, abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade 
legitima, ao seu pudor, a sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à 
integridade de sua inteligência, as suas afeições, etc. 
Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais sofridos, não 
se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que atenue, em parte, as 
consequências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com a reparação pecuniária de um dano 
moral imposta ao culpado representar uma sanção justa para o causador do dano moral. 
A ilustre civilista Maria Helena Diniz, com a precisão que lhe é peculiar, assim se tem 
manifestado sobre a existência dos danos morais: 
Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda 
sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo 
dano e injustiça que sofreu, suscetível de proporcionar uma 
vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma de dinheiro 
recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que 
repute convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento. 
A reparação do dano moral cumpre, portanto, uma função de justiça 
corretiva ou sinalagmática , por conjugar, de uma só vez, a natureza 
satisfatória da indenização do dano moral para o lesado, tendo em 
vista o bem jurídico danificado, sua posição social, a repercussão do 
agravo em sua vida privada e social e a natureza penal da reparação 
para o causador do dano, atendendo a sua situação econômica, a sua 
intenção de lesar, a sua imputabilidade etc. 
Corroborando com o pensamento doutrinário da civilista alhures, assim se tem 
manifestado Guilherme Couto de Castro: 
Diante da impossibilidade de dar preço infligida ao lesado, há de se 
tangenciar os verdadeiros valores protegidos e para isso há de ser ter 
como paradigma elementos objetivos consubstanciados basicamente 
num duplo caráter, compensatório e punitivo. Sua fixação tem como 
fim, sob o primeiro ângulo, trazer benefício apto a, de certo modo, 
permitir um alívio à vítima, ajudando-a a liberar-se do sofrimento, 
ou reconfortando-a , através do percebimento pecuniário. Não se 
trata de pagar a dor já sentida, admitindo-se, isto sim, que o valor 
estipulado ao trazer benesse para quem padeceu sentimentalmente, 
implique uma compensação justa, já sob o aspecto punitivo o 
montante deve ser fixado de modo a não admitir que o agente saia 
lucrandoou plenamente satisfeito com a ilegal conduta. 
A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação, pois o dano 
moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende de prova de 
prejuízo de ordem material. 
Mesmo diante da imensurável dificuldade em arbitra-se o valor do quantum da 
indenização, ante a falta de reais parâmetros, doutrina tem se manifestado no sentido que ficará 
ao arbítrio do juiz a apreciação deste valor, levando-se em considerações algumas diretrizes, 
senão vejamos: 
A fixação do quantum competirá ao prudente arbítrio do magistrado 
de acordo com o estabelecido em lei, e nos casos de dano moral não 
contemplado legalmente a reparação correspondente será fixada por 
arbitramento. É de competência jurisdicional o estabelecimento do 
modo como o lesante deve reparar o dano moral, baseado em 
critérios subjetivos (posição social ou política do ofendido, 
intensidade do ânimo de ofender) ou objetivo (situação econômica do 
ofensor, risco criado, gravidade e repercussão da ofensa). 
Na mesma linha de raciocínio, a orientação emanada do Colendo Superior tribunal de 
Justiça é no sentido de que o valor da indenização por danos morais deve ser entregue ao 
prudente arbítrio do juiz que motivadamente deve atender à peculiaridade de cada caso concreto 
e tomar em consideração à sua dupla finalidade: reparatória e pedagógica. A primeira visa dar 
uma satisfação à vítima pelo dano sofrido, enquanto que a segunda tem o propósito de 
desestimular eventual reincidência do autor da lesão. Evidentemente o resultado final também 
leva em consideração as possibilidades e necessidades das partes de modo que não seja 
insignificante, a estimular a prática do ato ilícito, nem tão elevado que cause o enriquecimento 
indevido da vítima. 
O dano moral sofrido pelo Autor ficou cabalmente demonstrado, vez que além de ser 
induzido a contratar um produto que jamais contrataria se tivesse sido clarividenciado da 
realidade. Bem como ainda teve de desembolsar valores elevados pensando está repassando um 
“sinal” para a liberação do crédito 
Deste modo Douto Julgador, para que os direitos do autor sejam integralmente tutelados, 
requer que na prolação da sentença seja deferida na sua totalidade imputando a parte requerida 
todas as sanções pedidas nesta exordial. 
Diante dos fatos narrados e todos os dispositivos legais que amparam o direito da 
requerente, não resta aplicar outra solução senão a mais equânime para o caso em tela, sendo 
então a condenação por danos morais, bem como a devolução da quantia paga e o deferimento 
do pedido de tutela antecipada a medida de justiça que se impõe a fim de recompor o patrimônio 
imaterial da lesada. Isto com fundamento no artigo 5º, X da Constituição Federal, artigos 186, 
187, 927 e 944 todos do Código Civil, e as demais disposições do Código de Defesa do 
Consumidor aplicáveis ao caso em tela. 
 
IX.1 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO MORAL 
Conforme demonstrado pelos fatos narrados e provas que junta no presente processo, as 
empresas Requeridas deixaram de cumprir com suas obrigações primárias de cautela e prudência 
na atividade, causando constrangimento indevidos ao autor. 
Não obstante ao constrangimento ilegítimo, as reiteradas tentaivas de resolver a 
necessidade do autor ultrapassa a esfera dos aborrecimentos aceitáveis do cotidiano, uma vez que 
foi obrigado a buscar informações e ferramentas para resolver um problema causado pelas 
empresas Requeridas, as quais deveriam dá uma solução ao seu problema. 
Logo, no presente caso não se pode analisar isoladamente o constrangimento sofrido, 
mas a conjuntura de fatores que obrigaram o consumidor a buscar a via judicial. Ou seja, deve-se 
considerar o grande do autor nas reiteradas tentativas de solucionar o ocorrido sem êxito, 
gerando o dever de indenizar, conforme precedentes sobre o tema: 
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA C.C 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – CONTRATAÇÃO DE 
SERVIÇOS TELEFÔNICOS – PROPAGANDA ENGANOSA – 
DANOS MORAIS – CONFIGURAÇÃO – INDENIZAÇÃO 
DEVIDA – FIXAÇÃO DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS DA 
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. Sofre danos morais 
a pessoa que é induzida a erro, por meio de informações inverídicas e 
imprecisas, a contratar serviços telefônico, mas é surpreeendida com a 
cobrança de valores acima do contratado e o cancelamento unilateral do 
seu antigo plano de telefonia, além de ser tratada com indiferença e 
decaso ao tentar solucionar a questão. A fixação do valor da 
indeniozação por danos morais pauta-se pela aplicação dos princípios da 
razoabilidade e da proporcionalidade . (TJ-MG – AC: 
10447130019485001 MG, Relator: Rogério Medeiros, Data de 
Julgamento: 30/03/2017, Câmaras Cíveis/13ª CÂMARA CÍVEL, Data de 
Publicação: 07/04/2017). 
Trata-se da necessária consideração dos danos causados pela perda do tempo útil 
(desvio produtivo) do consumidor. 
IX.2 - DA RESPONSABILIDADE CIVIL PELO DANO MORAL 
 
Conforme disposto nos fatos iniciais, o :consumidor teve que desperdiçar seu tempo útil 
para solucionar problemas que foram causados pelas empresas Rés que não demonstraram 
qualquer intenção na solução do problema, obrigando o ingresso da presente ação. 
Este desgaste fica prefeitamente demonstrado por meio de consversas de whatsap, onde 
a parte autora tentou solucionar o referido problema. 
Este transtorno involuntário é o que a doutrina denomina de DANO PELA PERDA DO 
TEMPO ÚTIL, pois afeta diretamente a rotina do consumidor gerando um desvio produtivo 
involuntário, que obviamente causam angústia e stress. 
Humberto Theodoro Júnior, ao lecionar de forma simples e didática sobre o tema, 
destaca: 
Entretanto, casos há em que a conduta desidiosa do fornecedor provoca 
injusta perda de tempo do consumidor, para solucionar problema de vício 
do produto ou serviço. (...) O fornecedor, desta forma, desvia o 
consumidor de suas atividades para "resolver um problema criado" 
exclusivamente por aquele. Essa circunstância, por si só, configura dano 
indenizável no campo do dano moral, na medida em que ofende a 
dignidade da pessoa humana e outros princípios modernos da teoria 
contratual, tais como a boa-fé objetiva e a função social: (...) É de se 
convir que o tempo configura bem jurídico valioso, reconhecido e 
protegido pelo ordenamento jurídico, razão pela qual, "a conduta que 
irrazoavelmente o viole produzirá uma nova espécie de dano existencial, 
qual seja, dano temporal" justificando a indenização. Esse tempo perdido, 
destarte, quando viole um "padrão de razoabilidade suficientemente 
assentado na sociedade", não pode ser enquadrado noção de mero 
aborrecimento ou dissabor." (THEODORO JÚNIOR, Humberto. Direitos 
do Consumidor. 9ª ed. Editora Forense, 2017. Versão ebook, pos. 4016) 
 
Bruno miragem, no mesmo sentido destaca: 
Por outro lado, vem se admitindo crescentemente, a partir de 
provocações doutrinária, a concessão de indenização pelo dano 
decorrente do sacrificio do tempo do conumidor em razão de 
determinado descumprimeto contratual, como ocorre em relação à 
necessidade de sucessivos e infrutíferos contatos com o serviço de 
atendimento do fornecedor, e outras providências necessárias à 
reclamação de vícios no produto ou na prestação de serviço. 
(MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do Consumidor – Editora RT, 
2016. Versão e-book, 3.2.3.4.1) 
 
Nesse sentido: 
Então, a perda injusta e intolerável do tempo útil do consumidor 
provocada por desídia, despreparo, desatenção ou má-fé (abuso de 
direito) do fornecedor de produtos ou serviços deve ser entendida como 
dano temporal (modalidade de dano moral) e a conduta que o provoca 
classificada como ato ilícito. Cumpre reiterar que o ato ilícito deve ser 
colmatado pela usurpação do tempo livre, enquanto violação a direito 
da personalidade, pelo afastamento do dever de segurança que deve 
permear as relações de consumo, pelainorbservância da boa-fé 
objetiva e seus deveres anexos, pelo abuso da função social do contrato 
(seja na fase pré-contratual, contratual ou pós-contratual), e, em último 
grau, pelo desrespeito ao princípio da dignidade da pessoa humana 
(GASPAR, Alan Monteiro. Responsabilidade civil pela perda indevida 
do tempo útil do consumidor. Revista Síntese: Direito Civil e Processo 
Civil.n. 104, nov-dez/2016,p.62). 
O STJ, nessa linha de entendimento já reconheceu o direito do consumidor à 
indenização pelo desvio produtivo diante do desperdício do tempo do consumidor para 
solucionar um problema gerado pelo fornecedor, afastando a idéia do mero aborrecimento, in 
verbis: 
Adoção, no caso, da teoria do Desvio Produtivo do Consumidor, 
tendo em vista que a autora foi privada de tempo relevante para 
dedicar-se ao exercício de atividades que melhor lhe aprouvesse, 
submetendo-se, em função do episódio em cotejo, a intermináveis 
percalços para a solução de problemas oriundos de má prestação do 
serviço bancário. Danos morais indenizáveis configurado. (...) Com 
efeito, tem-se como absolutamente injustificável a conduta da instituição 
financeira em insistir na cobrança de encargos fundamentalmente 
impugnados pela consumidora, notório, portanto, o dano moral por ela 
suportado, cuja demonstração evidencia-se pelo fato de ter sido 
submetida, por longo período {por mais de três anos, desde o início da 
cobrança e até a prolação da sentença}, a verdadeiro calvário para obter o 
estorno alvitrado, cumprindo prestigiar no caso a teoria do Desvio 
Produtivo do Consumidor, por meio da qual sustenta Marcos Dessaune 
que todo tempo desperdiçado pelo consumidor para a solução de 
problemas gerados por maus fornecedores constitui dano indenizável, ao 
perfilhar o entendimento de que a “ issão subjacente dos fornecedores é – 
ou deveria ser – dar ao consumidor, por intermédio de produtos e 
serviços de qualidade, condições para que ele possa empregar seu tempo 
e suas competências nas atividades de sua preferência. Especialmente no 
Brasil é notório que incontáveis profissionais, empresas e o próprio 
Estado, em vez de atender ao cidadão consumidor em observância à sua 
missão, acabam fornecendo-lhe cotidianamente produtos e serviços 
defeituosos, ou exercendo práticas abusivas no mercado, contrariando a 
lei. Para evitar maiores prejuízos, o consumnidor se vê então compelido a 
desperdiçar o seu valioso tempo e a desviar as suas custosas 
cumpetências – de atividades como o trabalho, o estudo, o descanço, o 
lazer – para tentar resolver esses problemas de consumo, que o 
fornecedor tem o dever de não causar. Tais situações corriqueiras, 
curiosamente, ainda não haviam merecido a devida atenção do Direito 
brasileiro. Trata-se de fatos nocivos que não se enquadram nos conceitos 
tradicionais de ‘dano material’, de ‘perda de uma chance’ e de ‘dano 
moral’ indenizáveis. Tampouco podem eles (os fatos nocivos) ser 
juridicamente banalizados como meros dissabores ou percalços na vida 
do consumidor, como vêm entendendo muito juristas e tribunais. 
(http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogado-leis-
jurisprud~encia/71/desvio-produto-doconsumidor-tese-do-advogado-
marcos-ddessaune-255346-1,asp) (...). (AREsp 1.260.458/SP – Ministro 
Marco Aurélio Bellize). 
Portanto, trata-se de notório desvio produtivo caracterizado pela perda do tempo que lhe 
seria útil ao descanso, lazer ou de forma produtiva, acaba sendo destinado na solução de 
problemas de causas alheias à sua responsabilidade e vontade 
A perda do tempo de vida útil do consumidor, em razão da falha da prestação do serviço 
não constitui mero aborrecimento do cotidiano, mas verdadeiro impacto negativo em sua vida, 
devendo ser INDENIZADO 
IX - 3. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO 
Para fixar o valor indenizatório do dano moral, deve o juiz observar as funções 
ressarcitórias e putativas da indenização, bem como a repercussão do dano, a possibilidade 
econômica do ofensor e o princípio de que o dano não pode servir de fonte de lucro. Nesse 
sentido, esclarece Sérgio Cavalieri Filho que: 
“(...) o juiz, ao valor do dano moral, deve arbitrar uma quantia que, de 
acordo com seu prudente arbítrio, seja compatível com a reprovabilidade 
da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado 
pela vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições 
http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogado-leis-jurisprud~encia/71/desvio-produto-doconsumidor-tese-do-advogado-marcos-ddessaune-255346-1,asp
http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogado-leis-jurisprud~encia/71/desvio-produto-doconsumidor-tese-do-advogado-marcos-ddessaune-255346-1,asp
http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogado-leis-jurisprud~encia/71/desvio-produto-doconsumidor-tese-do-advogado-marcos-ddessaune-255346-1,asp
sociais do ofendido, e outras circunstâncias mais que se fizerem 
presentes”. 
 
A jurisprudência fornece elucidativos precedentes sobre à utilização dos citados critérios 
de mensuração do valor reparatório: 
A indenização do dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não 
se justificando que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento 
sem causa, com manifestos abusos e exageros, devendo o arbitramento 
operar-se com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte 
econômico das partes, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela 
doutrina e pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua 
experiência, e do bom-senso, atendo à realidade da vida e às 
peculiaridades de cada caso. Ademais, deve ela contribuir para 
desestimular o ofensor repetir o ato, inibindo sua conduta antijurídica 
(RSTJ 137/486 e STJ-RT 775/211). 
De todo modo, Excelência, levando em consideração o patrimônio das partes Requeridas, 
a reiteração nas suas práticas lesivas aos direitos de seus consumidores, que pedagogicamente 
falando, as Rés pelo que se presume ainda não sofreram uma sanção que de fato possa ser por 
esta repensado os seus atos lesivos, pede-se que seja esta condenada exemplarmente a indenizar 
por Danos Morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), face aos constrangimentos e 
transtornos sofridos pela promovente, bem como a falta de respeito para com o consumidor por 
parte das promovidas, e por toda a perda do tempo útil necessário, tudo isso não somente em 
caráter punitivo, bem como, em caráter preventivo/pedagógico. 
 
X - DOS PEDIDOS 
Ante o exposto: 
I – Requer o deferimento postulado dos beneplácitos da gratuidade da justiça, em razão 
de não ter condição de arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, sem 
prejuízo do sustento próprio e de sua família, estando, assim enquadrado na situação legal de 
necessitado. 
II – Seja deferida a ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA INAUDITA 
ALTERA PARS, por força dos artigos, 84, § 3º da Lei 8.078/90, artigos 294 c/c arts. 300 do 
CPC; 
III - Requer a citação das partes promovidas para audiência de conciliação, no endereço 
constante nesta, para ser tentada uma composição amigável que atenta às necessidades de ambos; 
IV – Que seja as Requeridas condenadas a Restituição das quantias pagas, 
V – Seja ainda condenada exemplarmente as Requeridas a indenizar por Danos Morais 
no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), face aos constrangimento e transtornos sofridos pelo 
promovente, bem como a falta de respeito para com o consumidor por parte das promovidas, e 
por toda a perda do tempo útil necessário, tudo isso não somente em caráter punitivo, bem como, 
em caráter preventivo/pedagógico. 
VI – A inversão do ônus da prova de acordo com o art. 6º, VIII da Lei 8.078/90, ante a 
verossimilhança das alegações e da hipossuficiência técnica da parte autora 
VII - Requer que seja decretada a revelia das promovidas e proferida julgamento 
antecipado da lide, caso as mesmas não compareçam a qualquer das audiências a serem 
designada no curso do processo que instaurar-se-ácom esta inicial; 
Protesta provar o alegado por todas as provas admissíveis em direito, especificamente, 
pelos documentos anexos a esta inicial, bem como, pela prova testemunhal que poderá ser 
arrolada, caso necessário, no curso deste. 
XI – VALOR DA CAUSA 
XI.1 – VALOR DA CAUSA 
 
Especificação dos valores: 
Valor da entrada R$ 2.163,00 
Dano moral configurado R$ 10.000,00 
TOTAL____________________________R$ 12.163,00 
 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 12.163,00 (Doze Mil Cento e Sessenta e Três reais e Zero 
Centavos); 
 
Fortaleza – CE, 22 de Outubro de 2020. 
 
 
 
ADVOGADO 
ADRIANO CAÚLA DA SILVA 
OAB/CE nº. 42.626

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