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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UFRN 
Assistente em Administração 
 
 
 
1. Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990 - Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das 
autarquias e das fundações públicas federais. ......................................................................................... 1 
 
Questões ........................................................................................................................................... 68 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1338266 E-book gerado especialmente para MARIA DAS GRACAS DIAS AMORIM
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Agente público refere-se àquela pessoa física a qual exerce uma função pública, seja qual for esta 
modalidade de função (mesário, jurado, funcionário público aprovado em concurso público, etc.). 
Agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da 
Administração Indireta.1 
Antes da Constituição atual, ficavam excluídos os que prestavam serviços às pessoas jurídicas de 
direito privado instituídas pelo Poder Público (fundações, empresas públicas e sociedades de economia 
mista). Hoje o artigo 37 exige a inclusão de todos eles. 
A denominação “agente público” é tratada como gênero do qual são espécies os agentes políticos, 
servidores públicos, agentes militares e particulares em colaboração. 
 
Agentes políticos: 
 
A primeira espécie dentro do gênero agentes públicos é a dos agentes políticos. Os agentes políticos 
exercem uma função pública (munus publico) de alta direção do Estado. Ingressam, em regra, por meio 
de eleições, desempenhando mandatos fixos ao término dos quais sua relação com o Estado desaparece 
automaticamente. A vinculação dos agentes políticos com o aparelho governamental não é profissional, 
mas institucional e estatutária. 
Os agentes políticos são, definidos por Celso Antônio Bandeira de Melo como os titulares dos cargos 
estruturais à organização política do País. Exemplos: Presidente da República, Governadores, Prefeitos 
e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários das 
diversas pastas, bem como os Senadores, Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores. 
Exercem funções e mandatos temporários. Não são funcionários nem servidores públicos, exceto para 
fins penais, caso cometam crimes contra a Administração Pública. 
 
Agentes de Fato 
 
Para que um ato administrativo seja praticado é necessário que o agente esteja legitimamente 
investido no cargo para que possa exercer a competência prevista em lei. Exemplo: “falta de requisito 
legal para investidura, como certificado de sanidade vencido; inexistência de formação universitária para 
função que a exige, idade inferior ao mínimo legal; o mesmo ocorre quando o servidor está suspenso do 
cargo, ou exerce funções depois de vencido o prazo de sua contratação, ou continua em exercício após 
a idade-limite para aposentadoria compulsória”.2 
 
Os atos praticados pelo agente de fato presumem-se válidos, com base na conformidade da lei, 
visando tutelar a boa-fé dos administrados. A validade dos atos decorre de exame caso a caso, visando 
assegurar a segurança jurídica e da boa-fé da população. Caso os atos praticados por agente público 
não sejam de sua competência, os mesmos serão considerados nulos, como no caso do usurpador de 
função. 
 
Agentes Militares 
 
Os agentes militares formam uma categoria à parte entre os agentes políticos na medida em que as 
instituições militares são organizadas com base na hierarquia e na disciplina. Aqueles que compõem os 
 
1 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, editora ATLAS, São Paulo, 2014: 
2 Di Pietro, Maria Sylvia Zanella, “Direito Administrativo” (13ª edição, São Paulo, Atlas, 2001, p. 221. 
1. Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990 - 
Regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias 
e das fundações públicas federais. 
1338266 E-book gerado especialmente para MARIA DAS GRACAS DIAS AMORIM
 
. 2 
quadros permanentes das forças militares possuem vinculação estatutária, e não contratual, mas o regime 
jurídico é disciplinado por legislação específica diversa da aplicável aos servidores civis. 
Assim, os militares abrangem as pessoas físicas que prestam serviços às Forças Armadas - Marinha, 
Exército e Aeronáutica (art. 142, caput, e § 3.º, da Constituição) - e às Polícias Militares e Corpos de 
Bombeiros Militares dos Estados, Distrito Federal e dos Territórios (art. 42), com vínculo estatutário sujeito 
a regime jurídico próprio, mediante remuneração paga pelos cofres públicos. 
 
Particulares em colaboração 
 
Os particulares em colaboração com a Administração constituem uma classe de agentes públicos, em 
regra, sem vinculação permanente e remunerada com o Estado. São agentes públicos, mas não integram 
a Administração e não perdem a característica de particulares. Exemplos: jurados, recrutados para o 
serviço militar, mesário de eleição. 
De acordo com Hely Lopes Meirelles, são chamados também de “agentes honoríficos”, exercendo 
função pública sem serem servidores públicos. Essa categoria de agentes públicos é composta, segundo 
Celso Antônio Bandeira de Mello, por: 
a) requisitados de serviço: como mesários e convocados para o serviço militar (conscritos); 
b) gestores de negócios públicos: são particulares que assumem espontaneamente uma tarefa pública, 
em situações emergenciais, quando o Estado não está presente para proteger o interesse público. 
Exemplo: socorrista de parturiente; 
c) contratados por locação civil de serviços: é o caso, por exemplo, de jurista famoso contratado para 
emitir um parecer; 
d) concessionários e permissionários: exercem função pública por delegação estatal; 
e) delegados de função ou ofício público: é o caso dos titulares de cartórios. 
Importante destacar que os particulares em colaboração com a Administração, mesmo atuando 
temporariamente e sem remuneração, podem praticar ato de improbidade administrativa (art. 2.º da Lei 
n. 8.429/92) e, enquanto exercerem a função, são considerados funcionários públicos para fins penais, 
respondendo, assim, pelos crimes que cometerem. A Administração Pública responde pelos danos 
causados a terceiros por este agente, voltando-se, depois, contra o agente público delegado. 
 
Servidores Públicos 
 
São servidores públicos, em sentido amplo, as pessoas físicas que prestam serviços ao Estado e às 
entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos 
cofres públicos. 
 
Já os servidores públicos em sentido restrito,são aqueles que possuem uma relação com o regime 
estatutário, que sejam ocupantes de cargos públicos efetivos ou em comissão e se submetam a regime 
jurídico de direito público. 
 
Os servidores públicos, por sua vez, são classificados em: 
 
1. Funcionário público: titularizam cargo e, portanto, estão submetidos ao regime estatutário. 
 
2. Empregado público: titularizam emprego, sujeitos ao regime celetista. Ambos exigem concurso. 
É o agente público que tem vínculo contratual, ou seja, sua relação com a Administração Pública decorre 
de contrato de trabalho. Possui, então, vínculo de natureza contratual celetista (CLT). Assim, o 
Empregado Público é regido pela CLT e o Servidor Público é regido por lei específica - no caso do servidor 
público federal, será regido pela Lei 8.112/90. 
 
3. Contratados em caráter temporário: são servidores contratados por um período certo e 
determinado, por força de uma situação de excepcional interesse público. Não são nomeados em caráter 
efetivo, que tem como qualidade a definitividade – art. 37, inc. IX, da Constituição Federal. 
 
O trabalho temporário é regulado pela Lei nº 6.019/74 - é aquele prestado por pessoa física a uma 
empresa para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou 
a acréscimo extraordinário de serviços. O vínculo empregatício do trabalhador temporário não se dá com 
a empresa tomadora de serviços, mas sim com a empresa de trabalho temporário. 
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. 3 
Essa modalidade de contratação tem como objetivo atender a serviços extraordinários de serviços 
(época de Páscoa e Natal), além de atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular 
e permanente. 
O contrato do trabalhador temporário deve ser feito de forma escrita, além de constar expressamente 
a causa que enseja sua contratação. 
Quanto ao prazo, este não poderá exceder 3 meses, caso seja a mesma empresa tomadora e o mesmo 
empregado, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social. 
No aludido instrumento deve constar expressamente o prazo que vigerá o contrato, data de início e 
término da prestação de serviço. 
 
Os agentes públicos são classificados da seguinte forma: 
 
- Agentes políticos: pessoas físicas que exercem determinada função (legislativa, executiva ou 
administrativa) descrita na Constituição Federal. São exemplos: deputado federal, senador, governador 
de estado, procurador do trabalho, entre outros. 
- Agentes administrativos: são servidores sujeitos a uma relação hierárquica com os agentes políticos, 
isto é, são os servidores públicos propriamente ditos (ocupam cargo efetivo ou em comissão e respeitam 
o estatuto da respectiva instituição na qual trabalham), os empregados públicos (trabalham em empresas 
públicas e respeitam a legislação trabalhista) e os servidores temporários (contratados temporariamente 
para suprirem necessidade temporária de excepcional interesse público). 
- Agentes honoríficos: pessoas que desempenham atividade administrativa em razão de sua 
honorabilidade (honra). Exemplos: mesário da eleição ou jurado convocado para júri de algum crime 
doloso contra a vida. 
- Agentes delegados: pessoas que recebem a incumbência de executarem, por sua conta e risco, um 
serviço público ou uma atividade de interesse público. Podem ser os notários, os registradores de imóveis, 
os tradutores públicos, os concessionários ou permissionários de serviço público, entre outros. 
- Agentes credenciados: pessoas que representam a Administração Pública em um determinado 
evento ou atividade. 
 
Normas Constitucionais Concernentes à Administração Pública e aos Servidores Públicos 
 
Neste item, abordaremos todos os artigos da seção I e II, do Capítulo VII “Da Administração 
Pública”, constante no Título III da Constituição Federal “Da Organização do Estado”. Iniciamos 
pela seção I “Disposições Gerais”: 
 
Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
 
A Administração Pública direta se constitui dos serviços prestados da estrutura administrativa da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Já a Administração Pública indireta compreende os 
serviços prestados pelas autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas 
públicas. 
É importante frisar que ambas as espécies de Administração Pública deverão se pautar nos cinco 
princípios estabelecidos pelo “caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988 (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência). 
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico 
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante 
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao 
administrador. Como já explicitado, para o administrador o princípio da legalidade estabelece que ele 
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já o 
princípio visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 5.º, II, da 
Constituição Federal de 1988. 
 
Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. Este 
estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução das 
atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não o 
interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da 
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. 4 
impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora, “a 
Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que 
é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”.3 
Ato contínuo, o artigo estudado apresenta o princípio da publicidade. Este tem por objetivo a divulgação 
de atos praticados pela Administração Pública, obedecendo, todavia, às questões sigilosas. De acordo 
com as lições do eminente doutrinador Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e 
contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e 
controle pelos interessados e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais...”4. 
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37 da Constituição da República Federativa 
do Brasil é o da eficiência. De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da 
eficiência “impõe a todo agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento 
funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser 
desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório 
atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros”. 5 
 
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode 
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor 
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação 
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo 
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviçopúblico”.6 
 
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos 
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; 
 
Este inciso demonstra a possibilidade de acesso aos cargos, empregos e funções públicas, mediante 
o preenchimento dos requisitos estabelecidos pela lei. Não obstante ainda permite o ingresso dos 
estrangeiros aos cargos públicos, obedecendo às disposições legais. Quando o inciso dispõe que os 
cargos, funções e empregos públicos são acessíveis, dependendo, todavia, de preenchimento de 
requisitos legais, estamos nos referindo, por exemplo, à aprovação em concurso público, dentre outras 
condições. 
 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
O inciso deixa clara a necessidade de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas 
e títulos para a investidura em cargo ou emprego público. É importante salientar que o concurso público 
levará em consideração a natureza e a complexidade do cargo ou emprego público. Desta maneira, não 
se poderá exigir do candidato ao cargo de gari, conhecimentos exigidos ao cargo de magistrado, pois 
seria uma afronta ao estabelecido no inciso em questão. Todavia, o inciso apresenta como exceção à 
necessidade de aprovação em concurso público as nomeações para cargo em comissão, declarado como 
de livre nomeação ou exoneração. Logo, as pessoas que, porventura, forem nomeadas para cargos em 
comissão - também denominados cargos de confiança - não necessitarão de aprovação prévia em 
concurso público, pois a lei declarou esses cargos como de livre nomeação e exoneração. Portanto, os 
agentes públicos nomeados em cargo de provimento em comissão não possuem estabilidade, ou seja, 
poderão ser exonerados sem necessidade de procedimento administrativo ou sentença judicial transitada 
em julgado. 
 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
 
Este inciso expressa o prazo de validade dos concursos públicos. De acordo com ele, o concurso 
público será válido por até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. Como é possível perceber, 
o prazo de validade do concurso não será necessariamente dois anos - poderá ser de 1 dia a 2 anos, 
dependendo do que for estabelecido no edital de abertura do concurso. Isso corre pelo fato de que o 
 
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005. 
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
6 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005. 
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. 5 
prazo estabelecido pelo inciso será de até 2 anos, não podendo ultrapassar esse lapso temporal. Todavia, 
o inciso apresenta a possibilidade de prorrogação do prazo de validade do concurso público por uma vez, 
pelo mesmo período que o inicial. Desta maneira, se o prazo de validade do concurso é de um ano e 2 
meses, a prorrogação também deverá ser de um ano e dois meses, ou seja, a prorrogação deverá 
obedecer ao mesmo prazo de validade inicialmente disposto para o concurso público. 
 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para 
assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
O prazo improrrogável previsto no edital de convocação diz respeito ao período de prorrogação, pois 
após este não há mais possibilidade de prorrogar o prazo de validade do concurso. Desta maneira, 
durante o prazo improrrogável é possível a realização de novo concurso público visando ao 
preenchimento da vaga semelhante. Todavia, os aprovados em concurso anterior terão prioridade frente 
aos novos concursados para assumir o cargo ou carreira. 
 
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e 
os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e 
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e 
assessoramento; 
 
Este inciso denota a possibilidade de admissão de funcionários para ocupação de cargos de confiança, 
que devem ser ocupados por servidores ocupantes de cargos efetivos e que se limitem apenas às 
atribuições de direção, chefia e assessoramento. 
Tal regra se justifica pelo fato de que não se deve permitir a admissão de pessoas estranhas nos 
cargos de chefia, direção e assessoramento. 
 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; 
 
Neste inciso estamos diante do desdobramento do direito de liberdade de associação, pois garante ao 
servidor público civil o direito à livre associação sindical. Conforme explicita o artigo 5.º, XX, da 
Constituição da República Federativa do Brasil - 1988, “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou 
a permanecer associado”. 
 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
 
Este inciso garante o direito de greve aos servidores públicos, que porventura queiram fazer 
reivindicações sobre os direitos da classe trabalhadora. Todavia, de acordo com o inciso em questão, tal 
direito deverá ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. A Lei nº 7783/89 - que 
disciplina o direito de greve dos servidores públicos - traz, em seu bojo, as atividades públicas que não 
podem ser interrompidas durante o curso da paralisação. De acordo com a lei supracitada, são atividades 
ou serviços essenciais: 
 
Art. 10 - São considerados serviços ou atividades essenciais: 
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e 
combustíveis; 
II - assistência médica e hospitalar; 
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; 
IV - funerários; 
V - transporte coletivo; 
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; 
VII - telecomunicações; 
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; 
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; 
X - controle de tráfego aéreo; 
XI - compensação bancária. 
 
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. 6 
Assim, é garantido o direito de greve aos servidores públicos, havendo, todavia, restrições ao seu 
exercício, para que a luta pelos direitos da classe trabalhadora não gere lesões à sociedade devido à 
interrupção da prestação de serviços básicos. 
 
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; 
 
De acordo com o inciso, a lei reservará uma determinada porcentagem dos cargos e empregos 
públicos para as pessoas portadoras de deficiências. De acordo com o artigo 5.º, § 2.º, da Lei nº 8112/90, 
aos portadores de deficiências serão reservadas até 20% das vagas oferecidas em concursos públicos 
para ingresso em cargos públicos. Exemplo: em um determinado concurso no qual estejam sendo 
oferecidas 100 vagas, no próprio edital de abertura do mesmo, por força da Lei supracitada, deverá 
constar que 20 vagas serão destinadas a portadores de deficiências físicas. 
 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade 
temporária deexcepcional interesse público; 
 
Conforme denota o inciso, é admissível a contratação de servidores públicos por tempo determinado, 
desde que seja para suprir necessidade temporária de excepcional interesse público. De acordo com a 
Lei nº 8745/93 indica como casos de excepcional interesse público: 
I- assistência a situações de calamidade pública; 
II - assistência a emergências em saúde pública 
III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; (Redação dada pela Lei nº 9.849, de 1999). 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante; 
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; 
( ) 
Além de outras atividades trazidos no inciso VI. 
 
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4.º do art. 39 somente poderão 
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada 
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; 
 
Conforme consta do inciso em questão, a remuneração dos servidores obedecerá ao disposto no artigo 
7.º, inciso XXX, da Constituição Federal, que dispõe os direitos tutelados aos servidores públicos. Tal 
artigo garante aos servidores públicos o seguinte direito: “XXX- proibição de diferença de salários, de 
exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”. 
Não obstante a garantia de tal direito aos servidores públicos, ainda se demonstra presente no inciso 
a garantia de revisão anual das remunerações dos servidores públicos, sempre na mesma data e sem 
distinção de índices. 
 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da 
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes 
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, 
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o 
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no 
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e 
aos Defensores Públicos; 
 
Este inciso explicita o teto para o pagamento dos servidores da Administração Pública, seja na esfera 
federal, estadual ou municipal. A regra geral estabelecida é que a remuneração e os subsídios dos 
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, 
dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos 
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
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. 7 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer 
outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal. O outro teto limita a remuneração nos Municípios ao subsídio do Prefeito e nos Estados, a do 
Governador. No Poder Legislativo, a limitação está alicerçada no subsídio dos Deputados Estaduais. 
 
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores 
aos pagos pelo Poder Executivo; 
 
Este inciso demonstra a limitação existente entre os Poderes da União. Nos cargos semelhantes 
existentes nos Poderes, os vencimentos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser 
superiores aos pagos pelo Poder Executivo. 
 
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de 
remuneração de pessoal do serviço público; 
 
De acordo com o eminente doutrinador Hely Lopes Meirelles, equiparar significa “a previsão, em lei, 
de remuneração igual à determinada carreira ou cargo. Assim, não significa equiparação a existência de 
duas ou mais leis estabelecendo, cada uma, valores iguais para os servidores por elas abrangidos. Já, 
vincular não significa remuneração igual, mas atrelada a outra, de sorte que a alteração da remuneração 
do cargo vinculante provoca, automaticamente, a alteração da prevista para o cargo vinculado”. 7(). 
Desta maneira, a Constituição proíbe que haja equiparação das remunerações dos servidores dos 
Poderes, retirando a iniciativa dos mesmos para a fixação da remuneração. 
 
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem 
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; 
 
Este inciso é claro em explicitar que a concessão de acréscimos pecuniários não serão computados 
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. Logo, é possível extrair dessa 
assertiva que os acréscimos concedidos aos servidores não serão utilizados na base de cálculo para 
concessão de outros acréscimos no futuro. 
 
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, 
ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos artigos 39, § 4.º, 150, II, 153, III, e 153, § 
2.º, I; 
 
Este inciso se refere à irredutibilidade dos vencimentos e subsídios dos ocupantes de cargos e 
empregos públicos, ou seja, da impossibilidade de redução no valor da remuneração dos mesmos. 
Todavia o próprio inciso traz em sua parte final algumas ressalvas, em que há possibilidade de redução 
dos subsídios e vencimentos. São elas: 
- Artigo 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos 
da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes 
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, 
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do 
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o 
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no 
âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e 
aos Defensores Públicos; 
- Artigo 37, XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados 
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; 
- Artigo 39, § 4.º - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os 
Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela 
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou 
outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no artigo 37, X e XI. 
 
7 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito AdministrativoBrasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005 
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. 8 
- Artigo 150 - Sem prejuízos de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedada à União, aos 
Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal: II- instituir tratamento desigual entre os contribuintes que 
se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou 
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou 
direitos; 
- Artigo 153- Compete à União instituir impostos sobre: III- renda e proventos de qualquer natureza; 
- Artigo 153 – Compete à União instituir impostos sobre: § 2.º - O imposto previsto no inciso III: I- será 
informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei. 
 
Desta maneira, será possível a redução dos vencimentos e subsídios nos casos supracitados. Um 
exemplo de redução a ser citado é o desconto do Imposto de Renda dos subsídios e vencimentos dos 
servidores públicos. 
 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade 
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI. 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; 
 
O inciso XVI e suas alíneas trazem a proibição de acumulação remunerada de cargos públicos, exceto 
se houver compatibilidade de horários – somente nos cargos descritos acima. 
É importante salientar a necessidade da compatibilidade de horários, pois se forem incompatíveis não 
será possível a acumulação de cargos públicos nos casos supracitados. Ademais, cabe ressaltar que nos 
casos em que é admitida a cumulação de cargos é necessária a observância do inciso XI, ou seja, das 
regras pertinentes ao teto de vencimento ou subsídio. 
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, 
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta 
ou indiretamente, pelo poder público; 
 
Este inciso demonstra que a acumulação de cargos não é aplicável somente aos órgãos da 
Administração Pública Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal), mas também aos órgãos da 
Administração Pública Indireta (Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de Economia 
Mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público). 
 
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência 
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; 
 
A Fazenda Pública é o órgão estatal que cuida das arrecadações do Estado. Diante disso, possui 
servidores públicos especialmente destinados para fiscalizarem e controlarem todos os fatos que 
guardem relação com tributos. 
Desta maneira, visando assegurar a moralidade da administração pública, os servidores admitidos nos 
cargos de fiscal terão livre acesso a informações - dentro da sua área de competência e jurisdição. 
 
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, 
definir as áreas de sua atuação; 
 
De acordo com MEIRELLES, “Autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza 
meramente administrativa, criadas por lei específica, para a realização de atividades, obras e serviços 
descentralizados da entidade estatal que as criou. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei 
instituidora e nos termos de seu regulamento. As autarquias podem desempenhar atividades 
educacionais, previdenciárias e quaisquer outras outorgadas pela entidade estatal-matriz, mas sem 
subordinação hierárquica, sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração e da condução de 
seus agentes”. 
O doutrinador supracitado explicita que Fundações são pessoas jurídicas de Direito Público ou 
pessoas jurídicas de Direito Privado, devendo a lei definir as respectivas áreas de atuação, conforme o 
inciso XIX, do artigo 37 da CF, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 19/98. No primeiro caso, 
elas são criadas por lei, à semelhança das autarquias; no segundo, a lei apenas autoriza sua criação, 
devendo o Poder Executivo tomar as providências necessárias à sua instituição. 
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. 9 
Ademais, o autor traz uma sucinta abordagem das entidades empresarias que englobam as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista. De acordo com o doutrinador, as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com a finalidade de prestar 
serviço público que possa ser explorado no modo empresarial, ou de exercer atividade econômica de 
relevante interesse coletivo. Sua criação deve ser autorizada por lei específica, cabendo ao Poder 
Executivo as providências complementares para sua instituição.8. 
 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; 
 
Este inciso demonstra a necessidade de autorização do Poder Legislativo na criação das autarquias, 
fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como na participação de qualquer 
delas em empresa privada. Esta condição explicitada pelo inciso em questão demonstra uma das 
atribuições do Poder Legislativo - que é a fiscalizatória. 
 
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações 
serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos 
os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições 
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
 
Este inciso traz, em seu bojo, o instituto da licitação: as obras, serviços, compras e alienações serão 
contratadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas 
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e 
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Todavia, o próprio inciso demonstra que existirão casos expressos em lei nos quais será dispensado 
o processo licitatório. As regras referentes ao processo licitatório, bem como os casos de dispensa do 
mesmo estão previstos na lei nº 8666/93. 
 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, 
terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive 
com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
 
Visando a um maior controle das receitas tributárias, este inciso demonstra que as administrações 
tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios - atividades essenciais ao 
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas - terão recursos prioritários 
para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de 
cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
 
§ 1.º - A publicidade dos atos,programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá 
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou 
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 
 
Este parágrafo proíbe que nos atos, programas, serviços e campanhas de órgãos públicos constem 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou serviços públicos. 
O parágrafo em questão busca extinguir a promoção de políticos por atos ou programas realizados, 
podendo somente constar conteúdo educativo. 
 
§ 2.º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da 
autoridade responsável, nos termos da lei. 
 
O parágrafo 2.º traz dois casos de nulidade, que também ensejarão a punição da autoridade 
responsável. De acordo com o parágrafo, se não houver a observância dos incisos II e III, artigo 37, 
operar-se-ão os efeitos supracitados. Desta maneira, explicita os incisos II e III, do artigo 37: 
 
 
8 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 
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. 10 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
 
Desta maneira, se não forem obedecidas as regras referentes à investidura em cargos públicos, bem 
como o prazo de validade dos concursos públicos, haverá não somente a nulidade do ato, como também 
a punição da autoridade. 
 
§ 3.º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, 
regulando especialmente: 
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção 
de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos 
serviços; 
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado 
o disposto no art. 5.º, X e XXXIII; 
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou 
função na administração pública. 
Este inciso tem por escopo assegurar a aplicação do princípio da eficiência declarado no caput do 
artigo 27 da Constituição Federal, permitindo que os usuários da Administração Pública participem da 
mesma e efetuem sua fiscalização. 
 
§ 4.º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda 
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas 
em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
 
De acordo com o parágrafo em questão, os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
A lei nº 8.429/92 traz, em seu conteúdo, a responsabilidade aplicada aos agentes públicos que 
cometerem atos de improbidade contra a Administração Pública. Cabe ressaltar que o próprio parágrafo 
4.º demonstra que, além da responsabilidade civil aplicada ao transgressor, poderá ser ajuizada a ação 
penal correspondente ao crime, para que ocorra a consequente punição do mesmo. 
 
§ 5.º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor 
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento. 
 
Este parágrafo demonstra que lei infraconstitucional estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos 
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as 
respectivas ações de ressarcimento. 
Preliminarmente, é importante salientar que prescrição consiste na perda do direito de ação pelo 
decurso do tempo. Assim, ultrapassado o lapso temporal exigido para o ingresso da ação, haverá 
prescrição e a ação não poderá ser proposta. 
A Lei nº 8429/92, em seu artigo 23, traz o prazo exigido para o ajuizamento de ações que visem apurar 
os atos de improbidade. Dispõe o referido artigo: 
 
Artigo 23 – As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: 
I - até cinco anos após o término do exercício do mandato, cargo em comissão ou de função de 
confiança. 
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com 
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. 
 
Assim, de acordo com o inciso V, do artigo 23, da Lei 8429/92, as ações para apuração dos atos de 
improbidade somente poderão ser propostas até cinco anos após o término do exercício do mandato do 
cargo em comissão ou de função de confiança. Após esse prazo, a ação não poderá mais ser proposta. 
 
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. 11 
§ 6.º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos 
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito 
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
Neste parágrafo estamos diante da responsabilidade do Estado por atos praticados pelos seus 
funcionários. A primeira explicita que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem 
a terceiros - está cuidando da responsabilidade objetiva. Esta espécie de responsabilidade expressa que 
na eventualidade do cometimento de uma conduta danosa por um funcionário em detrimento de um 
particular, haverá indenização, independentemente da comprovação de dolo (vontade de cometer a 
conduta danosa) ou culpa (quando o agente agiu por imprudência, negligência ou imperícia). Desta 
maneira, a responsabilidade objetiva exige somente a prova do nexo de causalidade entre a conduta 
danosa e o resultado, ou seja, é necessário que se prove que a conduta praticada pelo funcionário causou 
determinado dano, não havendo discussão de culpa ou dolo acerca do fato. 
Todavia, a segunda parte do parágrafo traz o instituto da responsabilidade civil subjetiva ao explicitar 
que será assegurado o direito de regresso do Estado contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
Assim, comprovada a ocorrência de dano ao particular pela conduta do funcionário público, e 
posteriormente pagar a indenização, o Estado poderá ajuizar ação de regresso contra o funcionário, 
visando ao recebimento da indenização paga ao particular. Entretanto, a responsabilidade aqui é diversa, 
pois será necessária a prova de que o funcionário cometeu a conduta, imbuído por dolo ou culpa. 
 
§ 7.º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da 
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. 
 
Tendo em vista que a Administração Pública é dotada de várias informações privilegiadas, o inciso 
supracitado traz a necessidade de edição de uma lei que disponha sobre os requisitos e as restrições ao 
ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações 
privilegiadas. 
 
§ 8.º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta 
e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmadoentre seus administradores e o poder 
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à 
lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos 
dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
 
O parágrafo 8.º trata da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta. Cabe recordar que a administração direta é composta pela União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, enquanto a indireta é composta por autarquias, fundações, 
sociedades de economia mista e empresas públicas. Desta maneira, de acordo com o parágrafo 
supracitado, a autonomia poderá ser ampliada por contrato firmado, cabendo, todavia, à lei dispor sobre 
o prazo de duração do contrato, controles e critério de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e 
responsabilidade dos dirigentes e a remuneração do pessoal. 
 
§ 9.º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e 
suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios 
para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
 
Este parágrafo estende o mandamento expresso no inciso XI às empresas públicas e às sociedades 
de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. 
 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos 
artigos 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei 
de livre nomeação e exoneração. 
 
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. 12 
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput 
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. 
 
De acordo com este parágrafo, as parcelas de caráter indenizatório, previstas em lei, que integram a 
remuneração dos servidores não serão computadas para efeito do limite remuneratório estipulado no 
inciso XI deste artigo. 
 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito 
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite 
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais 
e dos Vereadores. 
 
O texto legal acima traz o teto remuneratório que deverá ser obedecido pelos Estados e pelo Distrito 
Federal, cabendo aos mesmos fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e 
Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de 
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros 
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados 
Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
 
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato 
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego 
ou função; 
 
Se o servidor público passar a exercer mandato eletivo federal (Presidente da República), estadual 
(Governador do Estado) ou Distrital, deverá se afastar do cargo exercido, retomando-o no término do 
mandato. 
 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração; 
 
O servidor investido no cargo de Prefeito deverá se afastar do cargo. Todavia, o inciso em questão 
traz um privilégio ao servidor investido neste cargo, qual seja, a opção pela remuneração. Em que pese 
esteja o servidor afastado do cargo, ele poderá optar pela remuneração do cargo que exercia ou pela 
remuneração de Prefeito. Cabe ressaltar que no término do mandato o cargo será retomado. 
 
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo 
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; 
 
Caso haja compatibilidade de horários, o servidor público receberá as vantagens de seu cargo, 
emprego ou função, além da remuneração de Vereador. Todavia, se houve incompatibilidade entre o 
cargo exercido pelo funcionário e o mandato de Vereador, o mesmo deverá optar pela remuneração a ser 
recebida. 
 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; 
 
Este inciso demonstra que o tempo de afastamento do cargo público para o exercício de mandato 
eletivo deverá ser contado para todos os efeitos legais, inclusive para promoção por antiguidade. Todavia, 
não será contado para promoção por merecimento por motivos óbvios, haja vista que o mesmo não 
desempenhou suas funções no período em que estava exercendo o mandato eletivo. 
 
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados 
como se no exercício estivesse. 
 
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. 13 
De acordo com este inciso, mesmo que o servidor público esteja afastado de seu cargo para o exercício 
de mandato eletivo, os valores dos benefícios previdenciários serão determinados como se estivesse no 
exercício do seu cargo. 
 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública 
direta, das autarquias e das fundações públicas. 
 
Com base nesse parâmetro foi promulgada a Lei nº 8.112/90, que demarcou a opção da União pelo 
regime estatutário, no qual os servidores são admitidos sob regime de Direito Público, podem alcançar 
estabilidade e possuem direitos e deveres estabelecidos por lei (e que podem, portanto, ser alterados 
unilateralmente pelo Estado-Legislador). 
 
§ 1.º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório 
observará: 
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; 
II - os requisitos para a investidura; 
III - as peculiaridades dos cargos. 
 
Significa dizer que quanto maior o grau de dificuldade, tanto para ingressar no cargo, quanto para 
desenvolver as funções inerentes a ele, melhor deverá ser a remuneração correspondente. 
 
§ 2.º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o 
aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos 
para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes 
federados. 
 
Essas escolas possuem como objetivo a atualização e a formação dos servidores públicos, 
melhorando os níveis de desempenho e eficiência dos ocupantes de cargos e funções do serviço público, 
estimulando e promovendo a especialização profissional, preparando servidores para o exercício de 
funções superiores e para a intervenção ativa nos projetos voltadospara a elevação constante dos 
padrões de eficácia e eficiência do setor público. 
 
§ 3.º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7.º, IV, VII, VIII, IX, XII, 
XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de 
admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
 
Vamos conferir o que consta nos referidos incisos, do artigo 7.º da Constituição Federal: 
 
- Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo 
vedada sua vinculação para qualquer fim; 
- Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 
- Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 
- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
- Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
- Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada 
a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; 
- Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
- Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
- Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
- Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; 
- Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
- Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; 
- Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
- Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil; 
 
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. 14 
§ 4.º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários 
Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado 
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie 
remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
 
Ao falar em parcela única, fica clara a intenção de vedar a fixação dos subsídios em duas partes: uma 
fixa e outra variável, tal como ocorria com os agentes políticos na vigência da Constituição de 1967. E, 
ao vedar expressamente o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de 
representação ou outra espécie remuneratória, também fica clara a intenção de extinguir, para as mesmas 
categorias de agentes públicos, o sistema remuneratório que compreende o padrão fixado em lei mais as 
vantagens pecuniárias de variada natureza previstas na legislação estatutária. 
 
§ 5.º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação 
entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto 
no art. 37, XI. 
 
§ 6.º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e 
da remuneração dos cargos e empregos públicos. 
 
O inciso XI do artigo 37 da Constituição refere-se aos tetos remuneratórios, quais sejam: 
- Teto máximo: Subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
- Teto nos municípios: O subsídio do Prefeito; 
- Teto nos Estados e no Distrito Federal: O subsídio mensal do Governador; 
- Teto no âmbito do Poder Executivo: O subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do 
Poder Legislativo; 
- Teto no judiciário: O subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa 
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos 
Defensores Públicos. 
 
§ 7.º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de 
recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e 
fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e 
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a 
forma de adicional ou prêmio de produtividade. 
 
Esses cursos são importantes para obter o envolvimento e o comprometimento de todos os agentes 
públicos com a qualidade e produtividade, quaisquer que sejam os cargos, funções ou empregos 
ocupados, minimizar os desperdícios e os erros, inovar nas maneiras de atender às necessidades do 
cidadão, simplificar procedimentos, inclusive de gestão, e proceder às transformações essenciais à 
qualidade com produtividade. 
 
§ 8.º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do 
§ 4.º. 
 
Ou seja, por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, 
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecidos, em qualquer caso, 
os tetos remuneratórios dispostos no art. 37, X da Constituição Federal. 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter 
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos 
e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste 
artigo. 
 
Para o regime previdenciário ter equilíbrio financeiro, basta ter no exercício atual um fluxo de caixa de 
entrada superior ao fluxo de caixa de saída, gerado basicamente quando as receitas previdenciárias 
superam as despesas com pagamento de benefícios. Já para o equilíbrio atuarial, deve estar assegurado 
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que o plano de custeio gera receitas não só atuais como também futuras e contínuas por tempo 
indeterminado, em um montante suficiente para cobrir as respectivas despesas previdenciárias. 
Para manter o equilíbrio financeiro e atuarial é imprescindível que o regime mantenha um fundo 
previdenciário que capitalize as sobras de caixa atuais, que garantirão o pagamento de benefícios futuros. 
 
§ 1.º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, 
calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3.º e 17: 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se 
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na 
forma da lei; 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos 
de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 88, de 2015). 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço 
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes 
condições: 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de 
idade e trinta de contribuição, se mulher; 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição.§ 2.º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão 
exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que 
serviu de referência para a concessão da pensão. 
 
§ 3.º - Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão 
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de 
previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. 
 
§ 4.º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria 
aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis 
complementares, os casos de servidores: 
I - portadores de deficiência; 
II - que exerçam atividades de risco; 
III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a 
integridade física. 
 
§ 5.º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação 
ao disposto no § 1.º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício 
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 
 
A redução só é permitida nos casos em que o tempo de contribuição é exclusivamente no magistério. 
Ou seja, não é possível somar o tempo de magistério com o tempo em outra atividade e ainda reduzir 05 
anos. A soma é possível, no entanto, sem a redução de 05 anos. 
 
§ 6.º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta 
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência 
previsto neste artigo. 
 
Os cargos acumuláveis são: Dois de professor; um de professor com outro técnico ou científico; dois 
cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
 
§ 7.º - Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento 
da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou 
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, 
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o 
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art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do 
óbito. 
 
§ 8.º - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o 
valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. 
 
O valor real se refere ao poder aquisitivo, em outros temos, se no início do recebimento do benefício, 
o beneficiário conseguia suprir suas necessidades com alimentação, saúde, lazer, educação. Após alguns 
anos, o mesmo benefício deveria, em tese, propiciar o mesmo poder aquisitivo. 
 
§ 9.º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de 
aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive 
quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades 
sujeitas à contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de 
proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. 
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo 
efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência 
social. 
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime 
geral de previdência social. 
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de 
previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, 
para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o 
limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201. 
§ 15 - O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do 
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por 
intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos 
respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado 
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do 
correspondente regime de previdência complementar. 
§ 17 - Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3.° 
serão devidamente atualizados, na forma da lei. 
§ 18 - Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime 
de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares 
de cargos efetivos. 
§ 19 - O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria 
voluntária estabelecidas no § 1.º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de 
permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para 
aposentadoria compulsória contidas no § 1.º, II. 
§ 20 - Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores 
titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, 
ressalvado o disposto no art. 142, § 3.º, X. 
§ 21 - A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de 
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na 
forma da lei, for portador de doença incapacitante. 
 
Art. 41 - São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso público. 
§ 1.º - O servidor público estável só perderá o cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
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III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
 
Referido instituto corresponde à proteção ao ocupante do cargo, garantindo, não de forma absoluta, a 
permanência no Serviço Público, o que permite a execução regular de suas atividades, visando 
exclusivamente ao alcance do interesse coletivo. 
 
§ 2.º - Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o 
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem,sem direito à indenização, 
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço. 
 
Reintegração é o instituto jurídico que ocorre quando o servidor retorna a seu cargo após ter sido 
reconhecida a ilegalidade de sua demissão. 
 
§ 3º - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, 
com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. 
 
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor estável, que teve o seu cargo extinto ou 
declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração proporcional ao tempo de 
serviço, à espera de um eventual aproveitamento. 
Desde já, cumpre-nos ressaltar: o servidor estável que teve seu cargo extinto ou declarado 
desnecessário não será nem exonerado, nem - muito menos – demitido; será posto em disponibilidade! 
Segundo a doutrina majoritária, o instituto da disponibilidade não protege o servidor não estável quanto 
a uma possível extinção de seu cargo ou declaração de desnecessidade. Caso o servidor não tenha, 
ainda, adquirido estabilidade, será exonerado ex-officio. 
 
§ 4.º - Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
 
A Avaliação de Desempenho é uma importante ferramenta de Gestão de Pessoas que corresponde a 
uma análise sistemática do desempenho do profissional em função das atividades que realiza, das metas 
estabelecidas, dos resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. 
 
CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA 
 
A Constituição federal, em vários dispositivos, emprega os vocábulos cargo, emprego e função para 
designar realidades diversas, porém que existem paralelamente na Administração. Cumpre, pois, 
distingui-las. 
Para bem compreender o sentido dessas expressões, é preciso partir da ideia de que na Administração 
Pública todas as competências são definidas na lei e distribuídas em três níveis diversos: pessoas 
jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos (Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e 
servidores públicos; estes ocupam cargos ou empregos ou exercem função. 
 
Cargo público: é o lugar dentro da organização funcional da organização funcional da Administração 
Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, submetidos ao 
regime estatuário, tem funções específicas e remuneração fixada em lei ou diploma a ela equivalente. 
Para Celso Antônio Bandeira de Melo são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a 
serem titularizadas por um agente. São criados por lei, previstos em número certo e com denominação 
própria. 
Com efeito, as várias competências previstas na Constituição para a União, Estados e Municípios são 
distribuídas entre seus respectivos órgãos, cada qual dispondo de determinado número de cargos 
criados por lei, que lhes confere denominação própria, define suas atribuições e fixa o padrão de 
vencimento ou remuneração. 
Criar um cargo é institucionalizá-lo, atribuindo a ele denominação própria, número certo, funções 
determinadas, etc. Somente se cria um cargo por meio de lei, logo cada Poder, no âmbito de suas 
competências pode criar um cargo através da lei. 
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A transformação ocorre quando há modificação ou alteração na natureza do cargo de forma que, ao 
mesmo tempo que o cargo é extinto, outro é criado. Somente se dá por meio de lei e há o aproveitamento 
de todos os servidores quando o novo cargo tiver o mesmo nível e atribuições compatíveis com o anterior. 
A extinção corresponde ao fim do cargo e também deve ser efetuada por meio de lei. 
O art. 84, VI, “b” da Constituição Federal traz exceção ao atribuir competência para o Presidente da 
República para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos. 
 
Empregos públicos: são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por 
pessoas contratadas para desempenhá-los, sob relação jurídica trabalhista e somente podem ser criados 
por lei. 
 
Função pública: é a atividade em si mesma, é a atribuição, as tarefas desenvolvidas pelos servidores. 
São espécies: 
a) Funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e 
destinadas ás atribuições de chefia, direção e assessoramento; 
b) Funções exercidas por contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária 
de excepcional interesse público, nos termos da lei autorizadora, que deve advir de cada ente federado. 
 
Acumulação de Cargos, Empregos e Funções Públicas: 
Em regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a acumulação remunerada de cargos ou empregos 
públicos. Porém, a Constituição Federal prevê um rol taxativo de casos excepcionais em que a 
acumulação é permitida. Importantíssimo destacar que, em qualquer hipótese, a acumulação só será 
permitida se houver compatibilidade de horários e observado o limite máximo de dois cargos. 
As hipóteses de acumulação constitucionalmente autorizadas são: 
a) a de dois cargos de professor (art. 37, XVI, a); 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b); 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas 
(art. 37, XVI, c); 
d) a de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública (art. 38, III); 
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério (art. 95, parágrafo único, I); 
f) a de um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério (art. 128, § 5º, II, d). 
 
Investidura é um ato complexo, exigindo, segundo Hely Lopes Meirelles, a manifestação de vontade 
de mais de um órgão administrativo – a nomeação é feita pelo Chefe do Executivo; a posse e o exercício 
são dados pelo Chefe da Repartição. 
 
O art. 37, inc. I, da Constituição Federal dispõe que os brasileiros e estrangeiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei terão acesso aos cargos, aos empregos e às funções públicas. 
Essa norma é de eficácia contida. Enquanto não há lei regulamentando, não é possível sua aplicação. 
A Constituição Federal permitiu o amplo acesso aos cargos, aos empregos e às funções públicas, porém, 
excepciona-se a relação trazida pelo § 3.º do art. 12 da Constituição Federal, que define os cargos 
privativos de brasileiros natos: 
 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas. 
VII - de Ministro de Estado da Defesa 
 
O art. 37, inc. II, da Constituição Federal estabelece que para a investidura em cargo ou emprego 
público é necessário a aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego. 
A exigência de concurso é válida apenas para os cargos de provimento efetivo – aqueles preenchidos 
em caráter permanente. 
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Os cargos preenchidos em caráter temporário não precisam ser precedidos de concurso, pois a 
situação excepcional e de temporariedade, que fundamenta sua necessidade, é incompatível com a 
criação de um concurso público. 
Para os cargos em comissão também não se exige concurso público (art.37, inc. V), desde que as 
atribuições sejam de direção, chefia e assessoramento. Esses devem ser preenchidos nas condições e 
nos percentuais mínimos previstos em lei. 
Para as funções de confiança não se impõe o concurso público, no entanto

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