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1 IPTU – Imposto sobre Propriedade Territorial Urbana Características do IPTU Tributo local •Onera os proprietários de imóveis localizados na área urbana da cidade. •Base de cálculo: valor venal do imóvel = valor de mercado •Alíquota prevista em lei. Aplica-se a alíquota ao valor venal do imóvel. •As alíquotas podem ser diferenciadas conforme o tipo de imóvel: residencial, comercial, industrial e terreno. O IPTU é geralmente cobrado por meio de LANÇAMENTO DE OFÍCIO que tem alto custo administrativo e financeiro O proprietário nem sempre reside no imóvel exigindo investimento em várias notificações de alto custo O único imóvel onde reside o proprietário é muito mais onerado que vários imóveis de um mesmo proprietário. A capacidade contributiva nem sempre é respeitada quando não há capacidade econômica No Brasil a base de cálculo do IPTU considera o terreno e a construção. Em alguns locais da Austrália e da Nova Zelândia a base de cálculo do imposto imobiliário é apenas o valor do terreno, desconsiderando-se a construção Com essa regra e mediante a aplicação de uma alíquota alta, o proprietário do imóvel tem forte estímulo a edificá-lo e a dar o melhor uso possível ao terreno no curto prazo. PECULIARIDADES No Brasil é rara a cobrança de IPTU de imóveis não regularizados. Na América Latina o preço médio do solo urbano regularizado e urbanizado é mais caro que o de países desenvolvidos, que apresentam elevada renda per capita, e Isso se deve a baixa taxação imobiliária dos países da região e a elevada informalidade. 2 Quanto mais elevada a tributação da propriedade imobiliária, menor será o preço dos imóveis para venda. Os assentamentos irregulares valorizam os assentamentos formais. O valor de mercado dos imóveis se altera quando há expectativa de regularização. Todo tributo incide sobre uma riqueza. O imóvel é uma riqueza mensurável. O IPTU é um tributo onde o sujeito passivo é facilmente identificável. O valor venal que constitui a base de cálculo do IPTU é facilmente apurado É possível respeitar a capacidade contributiva com leis de isenção e redução de base cálculo. O alto custo do lançamento de ofício pode ser diluído na eficiência da cobrança ou até substituído pelo lançamento por homologação. A cobrança do crédito tributário ou da dívida ativa pode ocorrer por meio de conciliações administrativas ou judiciais. Compete ao Município instituir impostos sobre (art. 156 CF) Art. 156 - Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. FATO GERADOR O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município (art. 32 CTN). Isenção art. 70 LC 7/73 Zona Urbana CTN - Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou 3 mantidos pelo Poder Público: Zona Urbana I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado. Zona Urbana § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior. No Código Civil Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Art. 1.248. A acessão pode dar-se: I - por formação de ilhas; II - por aluvião; III - por avulsão; IV - por abandono de álveo; V - por plantações ou construções. BASE DE CÁLCULO É o valor venal do imóvel (ou seja, o valor total de venda), pois o IPTU incide sobre imóveis por natureza ou acessão física (art. 33 CTN). 4 Valor Venal: Não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário. O valor venal do imóvel resultará dos seguintes elementos: 1. na avaliação do terreno, o preço do metro quadrado referente a cada face do quarteirão, a área do terreno e suas características peculiares; 2. na avaliação da construção, o preço do metro quadrado de cada tipo, a idade e a área 3. soma do valor do terreno ou da parte ideal deste, com o valor da construção e dependências. CONTRIBUINTE 1. proprietário do imóvel; 2. titular do seu domínio útil (enfiteuta ou foreiro); 3. seu possuidor a qualquer título Responsabilidade: Art. 131, I do CTN: o adquirente responde pelos tributos sobre o imóvel. Interpretação do STJ: Responsabilidade solidária. “ 1. Segundo o art. 34 do CTN, consideram-se contribuintes do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. 2. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que tanto o promitente comprador (possuidor a qualquer título) do imóvel quanto seu proprietário/promitente vendedor (aquele que tem a propriedade registrada no Registro de Imóveis) são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU.”(RESP 1111202/SP, REL. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, JULGADO EM 10/06/2009, DJE 18/06/2009) ALIQUOTAS As alíquotas podem ser progressivas, seletivas ou proporcionais. 1- PROGRESSIVAS EM FUNÇÃO DO VALOR VENAL DO IMÓVEL art. 156, §1º, inciso I da CF/88 – LC nº 40/01 – art. 39 2- SELETIVAS - ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO E O USO DO IMÓVEL 5 art.156, §1º, inciso II da CF/88 – LC nº 40/01 – art. 39 3- PROPORCIONAIS- ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS NO TEMPO art. 182, §4º, inciso II da CF/88. Atualmente, as alíquotas aplicadas são as seguintes: – imóveis residenciais: 0,85% – imóveis não-residenciais: 1,10% – terrenos: varia de 1,50% a 6,00% – terrenos com projeto arquitetônico de imóvel residencial aprovado pela PMPA: 0,95% – terrenos com projeto arquitetônico de imóvel não residencial aprovado pela PMPA: 1,20% – imóveis utilizados na produção agrícola: 0,03% Lançamento Lançado anualmente, tendo por base a situação do imóvel no exercício imediatamente anterior.O exercício financeiro tem início em 1º de janeiro. A partir dessa data o IPTU já é exigível As alterações na lei após 1º de janeiro devem ser efetivadas a partir do próximo exercício. Inscrição Cadastral O prédio e o terreno estão sujeitos à inscrição na Secretaria Municipal da Fazenda, ainda que ao abrigo de imunidade, de não incidência ou mesmo que beneficiados por isenção. A eficiência na cobrança do IPTU depende da: 1- ATUALIZAÇÃO DA PLANTA GENÉRICA DE VALORES 2- COBERTURA CADASTRAL 3- AVALIAÇÕES IMOBILIÁRIAS É possível cobrar alíquotas maiores de terrenos não edificados É possível que obras públicas causem valorização imobiliária (mais valia) Os recursos utilizados em programas habitacionais e urbanismo também valorizam os imóveis urbanos 6 PROPRIEDADE + FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Alteração conceitual do regime tradicional de propriedade - conceito dinâmico IPTU COMO INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL DO ESTADO através de alíquotas progressivas com finalidade preponderantemente fiscal e extrafiscal Princípios Constitucionais norteadores do IPTU Princípio da Igualdade Material •Deve-se tributar desigualmente os desiguais na medida de suas desigualdades •(Aristóteles, Rui Barbosa, Duguit, Habermas) •Igualdade tributária = Atendimento ao Princípio da Capacidade Contributiva •IPTU - aplicação obrigatória da Igualdade e do Princípio da Capacidade Contributiva - possibilidade de instituição de alíquotas progressivas Princípio da Capacidade Contributiva •Objetiva ou Absoluta - signo presuntivo de riqueza •Subjetiva ou Relativa - manifesta-se na Relação Jurídica Tributária - visa a correta distribuição da carga tributária por meio de uma BC e de Alíquotas que realizem a igualdade A Relação Jurídica Tributária se origina de um fato jurídico, um laço pessoal e não um vínculo entre pessoas e coisas - a classificação econômica de tributos reais e pessoais está superada. O Estado Social Democrático de Direito exige a personalização dos impostos Princípio da Vedação de Tributo com Efeito Confiscatório –A propriedade não pode ser ameaçada –Deve ser preservada –Ter garantida a sua utilização e aproveitamento Princípio da Progressividade – Assegura a capacidade contributiva – A realização da igualdade e da República – Atende aos objetivos do Estado Brasileiro – Justiça – Liberdade 7 – Solidariedade – Erradicação da Pobreza – Redução das Desigualdades Sociais Progressividade Fiscal do IPTU - art. 156, § 1º ENTENDIMENTO DO STF: RE 153.771-0 – MG – relator para Ac. Moreira Alves. Relator vencido – Min Carlos Velloso – Publicado na Revista Trimestral de Jurisprudência v. 162, p. 726-759. IPTU – Imposto Real – não se aplica o princípio da capacidade contributiva ao IPTU – não sendo admitida a Progressividade Fiscal. Somente é possível a progressividade extrafiscal – Art. 182, § 4º, II. Negou-se a progressividade constante do art. 156, § 1º (redação anterior à EC 29/00 - “§1º O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos de lei municipal,de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade”). Progressividade Fiscal do IPTU - art. 156, § 1º Emenda Constitucional nº 29 de 09/2000 – (art. 156, § 1º, incisos i e ii) Normas anteriores à EC 29/00– Celso Antônio Bandeira de MELLO – a Emenda não constitucionaliza normas inconstitucionais anteriores. TRF 4ª Região – entende possível a convalidação de lei originalmente inconstitucional – AI nº 1999.04.01.049258-2 – RS – DJ 27.10.99, p. 669). ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis Surgiu em 1809 como SISA. Em 1891 tornou-se matéria constitucional Constituição de 1938 fez uma divisão Em 1961 passa a ser de competência dos municípios Em 1965 junta ao ITBI e ao ICMD Em 1988 traz a redação vigente hoje HIPOTESE DE INCIDÊNCIA O ITBI, tem sua fonte na Constituição, no art. 156, inciso II. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de 8 direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; A Lei Complementar é o Código Tributário Nacional (Lei 5.172, de 25.10.66), que regula este tributo em seus artigos 35 a 42 Em termos de legislação ordinária., o ITBI, sendo da competência dos Municípios, tem legislação própria para cada um deles. FATO GERADOR É transmissão, por ato oneroso, de bens imóveis, excluindo-se a sucessão (causa mortis), é definido, com maior amplitude, no artigo 35 do CTN, nos seguintes termos: I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis, como definidos na lei civil; II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos anteriores. Casos de interesse: Na divisão de patrimônio na separação judicial Em caso de separação se o patrimônio for dividido na metade, não incide o imposto, pois não houve a transmissão da propriedade, mas tão somente partilha de bens que já pertenciam aos cônjuges. Porém, se uma das partes, ficar com uma parte do patrimônio imobiliário que corresponda a mais da metade, o ITBI incide sobre a respectiva diferença, como se tivesse havido uma transferência da propriedade. É constitucional a cobrança do ITBI para casos de usucapião? Não, porque no usucapião não há transmissão de bens, e sim aquisição originária, em correspondência com o direito que se perde. Indevido, portanto, o ITBI Aspecto temporal da hipótese de incidência. O momento em que o poder público passa a ter direito ao ITBI, onde surge a obrigação tributaria, é a ocasião da lavratura da escritura definitiva de compra e venda do imóvel. Aspecto espacial: local da ocorrência Sendo o imposto da competência dos municípios, o local da ocorrência do fato 9 gerador é o do município onde se localiza o imóvel objeto de transmissão, ou ao qual está ligada a cessão de direitos, independente do local onde foi lavrado à escritura Não há distinção entre zona urbana e rural, valendo, pois, para todo e qualquer imóvel. C.T.N art. 41, "o imposto compete ao Estado da situação do imóvel transmitido, ou sobre que versarem os direitos cedidos (...)". Aspecto pessoal da hipótese de incidência Sujeito ativo A competência tributária para a instituição do ITBI pertence aos Municípios Sujeito passivo O art. 42 do CTN deixou a critério de cada entidade política a eleição do contribuinte, que poderá ser qualquer uma das partes na operação tributada Sujeição passiva indireta Responsabilidade solidária pelo cumprimento da obrigação tributária ... CONTRIBUINTE X RESPONSAVEL Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada. Cessões de direitos: o cedente; Permuta, cada um dos permutantes em relação ao imóvel ou ao direito adquirido; Nas demais transmissões, o adquirente do imóvel ou direito transmitido. Se o adquirente não pagar o ITBI, poderá ser cobrado o imposto (respondem solidariamente): - Quem transmite o imóvel (vendedor); - do cedente (vendedor, na cessão) - dos oficiais do Cartório, se tiver havido irregularidade ao ser lavrada BASE DE CÁLCULO A base de cálculo do ITBI é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. (CTN, art. 38 e LC 197/89, art. 11°). Valor venal é "o valor de venda ou seja o valor demercado. A Base de cálculo do ITBI e do IPTU devem ser idênticas, como prescreve o Código Tributário Nacional, em seus artigos 33 e 38, porém como o valor venal do IPTU costuma estar (quase) sempre desatualizado e, portanto, defasado, o contribuinte acaba 10 pagando o ITBI calculado sobre um valor diferente de “valor venal” ao qual incide o IPTU. Na realidade o valor venal é constituído pelo resultado da estimativa fiscal efetuada pelo Agente Fiscal da Receita Municipal. Estimativa Fiscal Recurso Discordando da estimativa fiscal: contribuinte poderá solicitar, até a data de validade daquela estimativa, reclamação à Fiscalização da Receita Municipal, que procederá a uma reestimativa fiscal. art. 29) Pode o contribuinte juntar laudo de avaliação elaborado por profissional habilitado. ALÍQUOTA DO ITBI Regra: Alíquota de 3% ( art.16 LC 197/89). Grande parte da literatura vem discutindo casos de tributação progressiva do ITBI, se será constitucional ou não esta cobrança. Ex. Código Tributário de São Paulo. Exceções: I – nos financiamentos imobiliários residenciais, inclusive no consórcio para aquisição de imóvel, concedidos por meio de contrato de financiamento com garantia hipotecária ou por alienação fiduciária, com prazo não inferior a 5 (cinco) anos, que tenham força de escritura pública e desde que o valor da estimativa fiscal do imóvel seja igual ou menor do que o teto estabelecido para os financiamentos no âmbito do SFH: a) sobre o valor efetivamente financiado ou constante na carta de crédito, até o limite de 68.000 (sessenta e oito mil) UFMs: 0,5 % (zero vírgula cinco por cento); b) sobre o valor restante: 3% (três por cento). III - nas transmissões de terrenos destinados à construção de conjuntos residenciais de interessesocial em que os adquirentes sejam cooperativas habitacionais autogestionárias, a alíquota será de 1% (um por cento), atendidos os seguintes requisitos: a) para obtenção do benefício da alíquota reduzida, a cooperativa deverá apresentar a relação completa dos associados no momento da solicitação da guia de recolhimento do imposto; b) juntar declaração do DEMHAB, confirmando que a cooperativa habitacional é credenciada, é autogestionária e seus associados possuem renda média de até 10 (dez) salários mínimos. UFM(Unidade Financeira Municipal): R$ 2,7778 IMUNIDADE A CF instituiu a imunidade tributária em relação a esse imposto, tornando insuscetível de tributação as: 11 - transmissões decorrentes de conferência de capital, de fusão, de incorporação, de cisão ou de extinção de pessoas jurídicas, salvo se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, a locação de bens imóveis ou o arrendamento mercantil (art. 156, § 2º, I da CF). Peculiaridades da Imunidade 1 - A imunidade - União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios -- não se aplica aos imóveis relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar o imposto relativo ao bem imóvel. 2 - A imunidade - templos de qualquer culto e os partidos políticos, inclusive suas fundações, as entidades sindicais dos trabalhadores, as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos da Lei - compreende somente os imóveis relacionados com as finalidades essenciais das entidades neles mencionadas. Definição de Atividade Preponderante art. 156, § 2º, I da CF: a - se mais de 50% da receita operacional da pessoa jurídica adquirente dos bens ou direitos decorrer das transações mencionadas no inciso IV, e b - se a preponderância ocorrer: 1 - nos dois anos anteriores e nos dois anos subseqüentes à data do título hábil a operar a transmissão, considerando um só período de apuração de quatro anos; ou - nos três primeiros anos seguintes à data da referida transmissão, caso a pessoa jurídica adquirente inicie suas atividades após a data do título hábil a operar a referida transmissão ou a menos de dois anos antes dela, considerando um só período de apuração de três anos. 3 - A pessoa jurídica adquirente de imóveis ou de direitos a eles relativos, nos termos do inciso IV deste artigo, deverá apresentar à Fiscalização da Receita Municipal, demonstrativo de sua receita operacional, no prazo de 60 dias, contados do primeiro dia útil subseqüente ao do término do período que serviu de base para a apuração da preponderância. 4 - Verificada a preponderância referida ou não apresentada a documentação prevista no § 4º deste artigo, tornar-se-á devido o imposto atualizado na forma prevista no §§ 7º e 8º do art. 11 desta Lei Complementar. TJRS APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. ITBI. TRANSFERÊNCIA DE IMÓVEIS EM INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL SOCIAL. ATIVIDADES PREPONDERANTES 12 IMOBILIÁRIAS. EMPRESA CONTROLADA. IMUNIDADE DESCARATERIZADA. SENTENÇA CITRA PETITA. SENTENÇA CITRA PETITA. Configura-se citra petita a sentença, uma vez que não foi apreciado um dos fundamentos que embasam a pretensão contida na inicial. Apesar do vício, de acordo com o disposto no artigo 1.013, § 3 º, do CPC, afigura-se possível a análise nesta esfera recursal. IMUNIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. Não houve pelo fisco equivocada interpretação do disposto no art. 156, § 2º, I, da CF. A exceção da parte final da norma engloba ambas as hipóteses nela previstas, tanto de "transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital", quanto de "transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica". A expressão "nesses casos", entre vírgulas, contempla as duas situações previstas no inciso. A apelante celebrou com Clianel - Administração e Participações LTDA, em 14/07/2010, sua controlada, contrato de comodato de 43 imóveis e, em 20/07/2010, de locação dos imóveis. No período em análise, as receitas de equivalência patrimonial da impetrante somaram R$ 818.665,45, e as de aluguéis de imóveis, R$ 217.124.24, totalizando R$ 1.035.789,69. As demais receitas contabilizadas atingiram apenas R$ 5.884,38. Apesar das receitas designadas de "equivalência patrimonial" não serem provenientes de ato praticado de forma direta pela impetrante, possuem origem em atividade imobiliária. E a autora é controladora da empresa que obteve os rendimentos em questão, baseado em contrato com ela firmado, em clara intenção de desvirtuar o pagamento do imposto. É indissociável o resultado financeiro da sociedade controlada ante a sociedade controladora, na hipótese dos autos. Não faz jus a impetrante à imunidade de ITBI postulada. APELAÇÃO DESPROVIDA. (Apelação Cível Nº 70074185257, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Almir Porto da Rocha Filho, Julgado em 09/08/2017) APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. ITBI. IMUNIDADE SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA. FALTA DE RECEITAOPERACIONAL NO PERÍODO DE APURAÇÃO DA PREPONDERÂNCIA. NÃO INCIDÊNCIA. As imunidades tributárias, enquanto limitações constitucionais ao poder de tributar, são exceções que têm por escopo a preservação de valores estabelecidos pelo poder constituinte como essenciais ao fortalecimento das instituições, à organização do Estado Democrático, bem como à garantia dos direitos fundamentais. A imunidade, ao obstar a incidência do ITBI nas transferências de imóvel para integralização de capital social, o faz com o objetivo de estimular a atividade empresarial, impulsionando a livre iniciativa e a economia do país. Incontroversa a inatividade da pessoa jurídica, a falta dereceita operacional não permite o exame da atividade preponderante, prova sem a qual não se confirma o benefício fiscal, já que exceção à regra da tributação. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelação Cível Nº 70073460230, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marcelo Bandeira Pereira, Julgado em 21/06/2017) NÃO INCIDENCIA LC 197/89 I - na transmissão do domínio direto ou da nua-propriedade; II - na desincorporação dos bens ou dos direitos anteriormente transmitidos ao patrimônio de pessoa jurídica, em realização de capital, quando reverterem aos primitivos alienantes; Ressalva: Apenas se receberem os mesmos bens ou direitos em pagamento de sua participação, total ou parcial, no capital social da pessoa jurídica. III – na transmissão ao alienante anterior, em razão do desfazimento da 13 alienação condicional ou com pacto comissório, pelo não-cumprimento de condição, pela falta de pagamento do preço, ou ainda por decisão judicial. IV - na retrovenda e na volta dos bens ao domínio do alienante em razão de compra e venda com pacto de melhor comprador; V - no usucapião; VI - na extinção de condomínio, sobre o valor que não exceder ao da quota- parte de cada condômino; VII - na promessa de compra e venda; VIII - na rescisão do contrato de promessa de compra e venda quando esta ocorrer pelo não-cumprimento de condição ou pela falta de pagamento, ainda que parcial; IX – na cessão do contrato de promessa de compra e venda que não esteja registrada no Cartório de Registro de Imóveis; LANÇAMENTO O lançamento do ITBI é realizado via declaração. Onde o contribuinte procura a Administração Publica, e fornece os dados para o calculo do valor a ser contribuído e ela diz qual será o montante. ITR – Imposto sobre Propriedade Territorial Rural LEGISLAÇÃO Constituição Federal – art. 153, VI Código Tributário Nacional – arts. 29 a 31 Leis federais ns. 9.393/96, 9.779/99 Decreto federal nº 4.382/02 MATERIALIDADE Propriedade, domínio útil, ou posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do Município, em 1º de janeiro de cada ano. Propriedade – Conceito que decorre do Código Civil (art. 1.228) relativo a “proprietário”, como sendo a pessoa que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e 14 o direito de reavê-la do poder de que quer que injustamente a possua ou detenha. FATO GERADOR O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. (CTN, art. 29; L. 9393/96, art. 1º). CF (art. 5º) Inciso XXII – é garantido o direito de propriedade Inciso XXIII – a propriedade atenderá a sua função social Domínio Útil – Direito de utilização e disposição, inclusive o de alienação, conferido ao foreiro, relativamente a prédio enfitêutico. A enfiteuse constituía direito real sobre coisa alheia (ex: terrenos de marinha – arts. 678 e 680 do Código Civil anterior que ainda vigora). Posse – Conceito que decorre do conceito possuidor, como sendo a pessoa que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (Código Civil, art. 1.196). Distingue-se do mero detentor. Imóvel – Bem como o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente (Código Civil, art. 79). Imóvel Rural – Área contínua formada de uma ou mais parcelas de terras localizadas na zona rural do Município. Área contínua é a área total do prédio rústico, mesmo que fisicamente dividida por ruas, estradas, rodovias, ferrovias, ou por canais ou cursos de água. Zona Rural – Conceito extraído de critério jurídico de “zona urbana” (CTN – art. 32, § 1º). Entendida como aquela definida em lei municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos dois dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público, a saber: I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II – abastecimento de água; III – sistema de esgotos sanitários; IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar; V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do imóvel considerado. Obs – A inexistência de dois dos requisitos caracteriza zona rural. Não Incidência: I – pequena gleba rural, desde que o seu proprietário a explore só ou com sua família, 15 e não possua outro imóvel; II – imóveis rurais da União, dos Estados, do DF e dos Municípios; III – os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes; IV – os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, relacionados às suas finalidades essenciais. Pequena Gleba Rural – Imóvel com área igual ou inferior a 100, 50 ou 30 hectares, conforme a região. Súmula nº 45 do CARF: O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural não incide sobre áreas alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas. SUJEITO ATIVO União. O imóvel que pertencer a mais de um Município deverá ser enquadrado no Município onde fique a sede do imóvel; se não existir, será enquadrado no Município onde se localize a maior parte do imóvel. CONTRIBUINTE Contribuinte – Proprietário do imóvel rural, titular do seu domínio útil, ou possuidor, a qualquer título (usufruto; possuidor; compromissário comprador) Obrigados a cadastramento na Receita Federal do Brasil. Devem declarar o Valor da Terra Nua (VTN). Responsável – Sucessor a qualquer título (arts. 128 a 133 do CTN). BASE DE CÁLCULO Valor fundiário (CTN – art. 30), considerando os elementos seguintes: I – Valor da Terra Nua (VTN) – valor de mercado do imóvel, excluídos os valores relativos a (a) construções, instalações e benfeitorias; (b) culturas permanentes e temporárias; (c) pastagens cultivadas e melhoradas; e (d) florestas plantadas. II – O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro de cada ano de ocorrência do fato gerador, e será considerado auto-avaliação da terra nua o preço de mercado; III – Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias – os prédios, depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, currais, mangueiras, aviários, pocilgas e outras instalações para abrigo ou tratamento de animais, terreiros para secagem de produtos agrícolas, colocação de água, tanques, represas. IV – O VTNT (Valor da Terra Nua Tributável) é obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável e a área total do imóvel. 16 Área Tributável – Área total do imóvel, excluídas as áreas de (a) preservação permanente; (b) reserva legal; (c) reserva particular do patrimônio natural; (d) servidão florestal; (e) de interesse ecológico para proteção dos ecossistemas; (f) imprestáveis para a atividade rural. Restrições ao uso da Propriedade I – Invasão II – Inundação III – Tombamento IV – Requisição V – Desapropriação VI – Servidão ALÍQUOTAS Variáveis (0,03% a 20%) são aplicadas sobre o Valor da Terra Nua Tributável, considerando o grau de utilização. Cada imóvel tem uma alíquota específica pela área total e no respectivo grau de utilização. Progressividade – Tributação mais gravosa (alíquotas maiores) para os imóveis rurais inexplorados ou de baixa produtividade, para atender finalidade social e econômicae não incremento da receita (extrafiscalidade). Exemplo: um imóvel que mede acima de 5.000 há, cuja grau de utilização for maior que 80%, receberá uma alíquota de 0,45%, ao passo que se o mesmo imóvel tiver um grau de utilização de até 30%, sua alíquota será de 20,0%. Lançamento Espécie por homologação conforme art. 10 da Lei nº 9393/96: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. Progressividade: O ITR será progressivo e tem suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas. 17 CF/88: Art. 153, 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas Municípios. Fiscalização e cobrança. Será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. (CF88, art. 153, §4º, EC 42, 19/12/2003). Neste caso, 100% do ITR arrecadado fica com o Município. Se é a Receita quem arrecada, 50% ficam com a União e 50% com o Município. ITCD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação O ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos) é um tributo, modalidade Imposto, previsto na Constituição Federal de 1988 e foi instituído no Estado do Rio Grande do Sul pela Lei nº 8821/89 LEGISLAÇÃO Constituição Federal: Art. 155, I, e § 1º Lei nº 8.821/89 – RS: Lei instituidora do ITCD no RS Decreto nº 33.156/89 – RS: Regulamento do ITCD COMPETÊNCIA Na vigência da Constituição anterior podiam os Estados e o Distrito Federal instituir imposto sobre transmissão, a qualquer título, de bens imóveis por natureza e acessão física e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como sobre a cessão de direitos à sua aquisição. A transmissão era a qualquer título. Mais amplo, portanto, nesse aspecto, o âmbito do tributo. Entretanto, não abrangia os bens móveis, cuja transmissão fora da atividade comercial não ensejava tributo. A Constituição Federal de 1988 atribuiu aos Estados e ao Distrito Federal competência para instituir imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos (art. 155, inc.I). 18 O âmbito do tributo ficou, assim, ampliado quanto ao objeto da transmissão, que é agora qualquer bem ou direito. Ficaram, todavia, excluídas as transmissões a título oneroso. É estadual através da Secretaria da Fazenda – art. 155, I, CF. OBS: O fundamento da instituição do ITCMD pelos Estados está no art. 24, § 3º da CF. Aos Estados caberão a competência para legislar. As alíquotas variam de Estado para Estado. FUNÇÃO A função do imposto sobre heranças e doação é fiscal, vale dizer, esse imposto tem a finalidade de gerar recursos financeiros para os Estados e o Distrito Federal. FATO GERADOR O ITCMD têm como fato gerador toda transmissão de bem ou direitos a título gratuito, por causa mortis ou ato inter vivos, na modalidade Doação. O fato gerador ocorre tantas vezes forem o número de herdeiros, legatários ou donatários. Conforme art. 35, § único do CTN: “Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.” Princípios constitucionais aplicáveis • legalidade: Todo Tributo deve ser instituído através de lei; • anterioridade: A majoração do imposto somente surtirá efeito a partir do exercício financeiro subseqüente ao da publicação da lei tributária; • irretroatividade: A lei não se aplica a situações jurídicas ocorridas anteriormente ao seu advento; O imposto tem como fato gerador (art. 2º da Lei 8.821/89) a transmissão "causa mortis" e a doação a qualquer título, de: I - propriedade ou domínio útil de bens imóveis e de direitos a eles relativos; II - bens móveis, títulos e créditos, bem como dos direitos a eles relativos. Definição de Doação: qualquer ato ou fato em que o doador, por liberalidade, transmite bens, vantagens ou direitos de seu patrimônio, ao donatário que os aceita, expressa, tácita ou presumidamente, incluindo-se as doações efetuadas com encargos ou ônus. Regra Matriz de Incidência 19 AAssppeeccttoo MMaatteerriiaall:: O artigo 155, I da CF que prescreve a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos constitui o núcleo do tributo, dando-se ênfase ao verbo transmitir, em razão de mortis, qualquer bem ou direito (complemento). Aspecto Territorial: •Bens imóveis e respectivos direitos: Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal. •Bens móveis, títulos e créditos: Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; Compete ao ERGS quando: - o herdeiro ou legatário for domiciliado neste Estado, no caso de transmissão de bens móveis, títulos e créditos, e: a) o inventário ou arrolamento tiver sido processado no exterior; b) o "de cujus" era residente ou domiciliado no exterior, ainda que o inventário ou arrolamento tenha sido processado no País. - os bens móveis, títulos e créditos forem transmitidos em decorrência de doação em que o doador tiver domicílio neste Estado; - os bens móveis, títulos e créditos forem transmitidos por pessoa sem residência ou domicílio no País e o donatário for domiciliado neste Estado. Essa regra de competência é aplicada também à transmissão de direitos. Aspecto Temporal na Causa Mortis: O evento mortis é o marco temporal para a incidência do imposto sobre a transmissão causa mortis, inclusive sobre a mortis presumida. � na data da abertura da sucessão legítima ou testamentária, mesmo nos casos de sucessão provisória e na instituição de fideicomisso e de usufruto; � na data da mortis do fiduciário, na substituição de fideicomisso; � na data da ocorrência do fato jurídico, nos casos não previstos nas alíneas "a" e "b"; Aspecto Temporal Na doação: • De bens móveis, a materialização da transmissão se dá pela tradição. • De bens imóveis com o registro do título aquisitivo no Cartório de Registro de Imóveis. 20 a) na data da instituição do usufruto convencional; b) na data em que ocorrer o fato ou ato jurídico determinante da consolidação da propriedade, tal como nas hipóteses de extinção dos direitos de usufruto, de uso, de habitação e de servidões; c) na data da partilha de bem por antecipação da legítima; d) na data da mortis de um dos usufrutuários, no caso de usufruto simultâneo em que tenha sido estipulado o direito de acrescer ao usufrutuário sobrevivente; e) na data da transmissão da nua-propriedade; f) na data da formalização do ato ou negócio jurídico, nos casos não previstos nas alíneas "a" a "e". BASE DE CÁLCULO A base de cálculo desse imposto há de ser fixada pela lei da entidade competente para instituir o tributo. Deve ser, em princípio, o valor de mercado do bem objeto da transmissão. Pode ser menor. Não pode ser maior, posto que se estaria atingindo riqueza outra que não o próprio bem transmitido. BC: Valor venal dos bens e direitos, avaliado pela fazenda. A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens, dos títulos ou dos créditos transmitidos, apurado mediante avaliaçãoprocedida pela Fazenda Pública Estadual ou avaliação judicial, expresso em moeda corrente nacional e o seu equivalente em quantidade de UPF-RS, obedecidos os critérios fixados em regulamento. ( Art. 12 da Lei 8.821/89) Transmissão de direitos: valor venal do respectivo bem, título ou crédito, apurado conforme avaliação. Na hipótese de apuração da base de cálculo mediante avaliação judicial, a Fazenda Pública Estadual será previamente intimada para indicação de assistente técnico, nos termos da lei processual civil. Importante: Não serão deduzidos da base de cálculo do imposto os valores de quaisquer dívidas que onerem o bem, título ou crédito transmitido. A Fazenda Pública Estadual no inventário que se processe pela forma de arrolamento efetuará a avaliação no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do recebimento da solicitação referida no artigo 22, exceto se houver necessidade de diligência para a complementação de dados, hipótese em que o prazo contará da data da sua complementação. O contribuinte deverá fornecer à Fazenda Pública Estadual os elementos necessários para apuração da base de cálculo do imposto. 21 A Fazenda Pública Estadual poderá adotar procedimento eletrônico e simplificado para determinação da base de cálculo e apuração do imposto. Atualmente vigor o sistema DIT: formulário eletrônico utilizado por advogados e tabelionatos e destinado à prestação das informações relativas às transmissões de bens ou direitos sujeitos a incidência do Imposto sobre a Transmissão "Causa Mortis" e Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCD). Os usuários poderão preencher o formulário e enviá-lo via internet à Receita Estadual, recebendo em devolução a avaliação dos bens e o cálculo do imposto ou a sua exoneração. O próprio usuário poderá ainda emitir as guias de pagamento e a Certidão de Situação Fiscal. Prazo da Avaliação A base de cálculo estabelecida, expresso em moeda corrente nacional, prevalecerá por um mês, assim entendido o período de tempo contado do dia da avaliação ao seu correspondente do mês seguinte. Se não houver dia correspondente no mês subseqüente ao da avaliação, o prazo referido no "caput" findará no primeiro dia do mês seguinte a este. Findo o prazo referido no "caput" sem pagamento do imposto, a expressão em moeda corrente nacional da base de cálculo será atualizada monetariamente, dividindo-se, para tanto, o valor apurado de acordo com o "caput" do artigo anterior pelo valor da UPF- RS na data da avaliação e, a seguir, multiplicando-se o resultado pelo valor da UPF-RS na data do pagamento. Avaliação Fiscal As informações necessárias para fins de avaliação de bens e apuração do imposto serão prestadas através da Declaração de ITCD (DIT), emitida conforme instruções baixadas pela Receita Estadual, nos caso de inventário judicial. Da Avaliação Contraditória Discordando da avaliação, o contribuinte poderá, no prazo de 10 (dez) dias, contado da respectiva ciência, requerer avaliação contraditória (Art. 17 DECRETO Nº 33.156/89). A data inicio do prazo é quando o contribuinte for cientificado, considerando como data: •em que lhe for entregue o documento em que constou a avaliação pela repartição fazendária; •do recebimento, na repartição fazendária, da guia de arrecadação, na hipótese de ter imposto a pagar, ou da Certidão de Quitação do 22 ITCD, emitida conforme modelo previsto em instruções baixadas pela Receita Estadual, se não houver imposto a pagar; •do primeiro acesso à Declaração de ITCD (DIT) com a avaliação da autoridade fazendária, no endereço da Secretaria da Fazenda na Internet http://www.sefaz.rs.gov.br. Reavaliação Ex Oficio dos Bens Os bens, títulos e créditos, bem como os direitos a eles relativos, serão reavaliados sempre que o pagamento do imposto não se tenha efetivado no prazo de 2 (dois) anos, contado da data da última avaliação. Poderão, ainda, ser reavaliados os bens e direitos, de ofício ou a requerimento do interessado, quando circunstância superveniente venha a prejudicar a avaliação e desde que não tenha sido pago o imposto ou constituído o respectivo crédito tributário por atividade fiscal. Momento do Recolhimento – Art. 30 Decreto 33156/89 I - na transmissão de bens, títulos ou créditos decorrentes de sucessão legítima ou testamentária, em que o inventário se processe pela forma de: a) inventário judicial, no prazo de 30 dias, contado da data em que transitar em julgado a sentença homologatória do cálculo, ou, na falta desta, na data em que transitar em julgado a sentença homologatória da partilha ou da adjudicação, e, em qualquer hipótese, antes da expedição dos formais; b) inventário e partilha por escritura pública, antes de sua lavratura; II - na transmissão de bens, títulos ou créditos decorrentes de sucessão legítima ou testamentária em que o inventário se processe pela forma de arrolamento, se a partilha se formalizar: a) por escritura pública, antes de sua lavratura; b) por termo nos autos, no prazo de 30 dias, contado de sua lavratura ou, na data do trânsito em julgado da respectiva homologação ou julgamento, na hipótese dessa data ocorrer antes do referido prazo; c) por escrito particular, no prazo de 30 dias, contado da data de sua assinatura, ou, na falta desta, na data do trânsito em julgado da respectiva homologação, e, em qualquer hipótese, antes do registro no órgão competente, quando exigido; d) nos termos do art. 34, antes da propositura da respectiva ação; III - na extinção de usufruto, de uso, de habitação e de servidão, na reversão de usufruto e na substituição de fideicomisso: a) antes da lavratura, quando forem formalizadas por escritura pública; b) antes do cancelamento da averbação no ofício ou órgão competente, nos demais casos; IV - na dissolução da sociedade conjugal, relativamente ao valor que exceder à meação transmitida de forma gratuita: a) antes da lavratura, se for formalizada por escritura pública; b) no prazo de 30 dias, contado da data em que transitar em julgado a sentença homologatória do cálculo, ou, na falta desta, na data em que transitar em julgado a sentença homologatória da partilha, e, em qualquer hipótese, antes da expedição dos formais e antes do registro do ato no ofício ou órgão competente, quando exigido; 23 V - na doação de bens, títulos ou créditos, que se formalizar por escritura pública, antes de sua lavratura; VI - na doação de bens, títulos ou créditos, que se formalizar por escrito particular, no prazo de 30 dias, contado da data da assinatura deste e antes do registro do ato no Ofício ou órgão competente, quando exigido, na hipótese dessa data ocorrer antes do referido prazo; VII - na cessão de direitos hereditários de forma gratuita: a) antes da lavratura da escritura pública, se o contrato tiver por objeto bem, título ou crédito certo e determinado; b) no mesmo prazo previsto na alínea "a" do inciso I deste artigo, quando a cessão se formalizar nos autos do inventário, mediante termo de desistência, ou por escritura pública, quando esta se referir à totalidade da herança ou fração; c) no mesmo prazo previsto na alínea "b" do inciso I deste artigo, quando a Cessão se formalizar na própria escritura pública de inventário e partilha; VIII - nas transmissões "causa mortis" ou doações de bens, títulos ou créditos não referidas nos incisos anteriores, no prazo de 30 dias, contado da ocorrência do fato gerador e antes do registro do ato no ofício ou órgão competente, quando exigido, na hipótese dessa data ocorrer antes do referidoprazo. CRITÉRIO PESSOAL Sujeito Ativo: É o credor da obrigação tributária, é a pessoa a quem a lei atribui o direito subjetivo de exigir o tributo. A CF atribui competência para legislar sobre o ITCMD aos Estados e ao Distrito Federal, portanto, tem-se estes entes como sujeitos ativos do referido imposto. Sujeito Passivo: ÉÉ a pessoa de quem se exige o cumprimento da prestação, ou seja, é aquele a quem a lei determina o dever jurídico de cumprir a prestação pecuniária. CONTRIBUINTE Na ausência de dispositivo constitucional a respeito, o legislador da entidade tributante tem relativa liberdade para definir o contribuinte desse imposto. Em se tratando de herança, logicamente deve ser contribuinte o herdeiro, ou legatário. Em se tratando de doação, o contribuinte pode ser, em princípio, tanto o doador como o donatário. Contribuinte do imposto é (Art. 8.º da Lei 8.821/89): I - nas doações: a) o doador, quando domiciliado ou residente no país; b) o donatário, quando o doador não for domiciliado ou residente no país; c) o nu-proprietário, na extinção do usufruto por mortis do usufrutuário; d) o beneficiário: 1 - na mortis de um dos usufrutuários, em se tratando 24 de usufruto simultâneo em que tenha sido estipulado o direito de acrescer ao usufrutuário sobrevivente; 2 - na renúncia de usufruto; 3 - na extinção de direito de uso, de habitação e de servidões; II -nas transmissões "causa mortis", o beneficiário ou recebedor do bem ou direito transmitido. ALÍQUOTAS O imposto sobre heranças e doações terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal (Constituição Federal, art. 155, § 1º, inc. IV, CF). Salvo essa limitação, prevalece a liberdade dos Estados e do Distrito Federal para o estabelecimento de tais alíquotas. Fatos geradores posteriores a 30/12/2009 · Na transmissão “causa mortis”: 4%. · Na transmissão por doação: 3%. Ver os artigos 18 e 19 da Lei 8.821/89. O valor atualizado da UPF-RS (Unidade Padrão Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul) pode ser obtido no Apêndice XXIV da Instrução Normativa 45/98 RESPONSÁVEL PESSOAL ( Art. 9.º da Lei 8.821/89): São pessoalmente responsáveis: I - pelo pagamento do imposto: a) o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, quanto ao devido pelo "de cujus" até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, legado ou meação; b) o espólio, quanto ao devido pelo "de cujus", até a data da abertura da sucessão; II - pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração da lei, contrato social ou estatuto: a) as pessoas referidas no artigo 11; b) os mandatários, prepostos ou empregados; c) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas, limitada esta responsabilidade ao período de exercício do cargo. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO (Art. 10 da Lei 8.821/89): São solidariamente obrigados pelo pagamento dos créditos correspondentes a obrigações tributárias: 25 I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - o donatário, quanto ao devido pelo doador residente ou domiciliado no País, inclusive no tocante à doação ou doações anteriores; III - o doador residente ou domiciliado fora do País, quanto ao devido pelo donatário. Art. 11 da Lei 8.821/89: Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este, nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - os pais, pelo imposto devido pelos seus filhos menores; II - os tutores e curadores, pelo imposto devido por seus tutelados e curatelados; III - os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido por estes; IV - o inventariante, pelo imposto devido pelo espólio; V - os servidores públicos, os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelo imposto devido sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de seu ofício. Parágrafo único - O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Imunidades - Art. 5º I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - os templos de qualquer culto; III - os partidos políticos, inclusive suas fundações; IV - as entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observado o disposto nos parágrafos 3º e 4º deste artigo; V - os livros, os jornais, os periódicos e o papel destinado à sua impressão. Não Incidência – art. 6 I - na renúncia à herança ou legado, desde que feita sem ressalvas, em benefício do monte e não tenha o renunciante praticado qualquer ato que demonstre aceitação; II - na extinção de usufruto, se tiver sido tributada a transmissão da nua- propriedade até 28 de fevereiro de 1989; III - na doação, quando esta corresponder a uma operação incluída no campo de incidência do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadoria e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. IV - na extinção do condomínio, quando o valor transmitido não superar a cota- parte de cada condômino; 26 Isenção – Art. 7 I - de imóvel urbano, desde que seu valor não ultrapasse o equivalente a 4.379 (quatro mil trezentas e setenta e nove) UPF-RS e o recebedor seja ascendente, descendente ou cônjuge, ou a ele equiparado, do transmitente, não seja proprietário de outro imóvel e não receba mais do que um imóvel, por ocasião da transmissão. II - decorrente da extinção de usufruto, de uso, de habitação e de servidão, quando o nu-proprietário tenha sido o instituidor. III - decorrente de doação em que o donatário for a União, o Estado do Rio Grande do Sul ou município deste Estado. IV - de imóvel rural, desde que o recebedor seja ascendente, descendente ou cônjuge, ou a ele equiparado, do transmitente, e, simultaneamente, não seja proprietário de outro imóvel, não receba mais do que um imóvel de até 25 (vinte e cinco) hectares de terras por ocasião da transmissão e cujo valor não ultrapasse o equivalente a 6.131 (seis mil cento e trinta e uma) UPF-RS. V - decorrente da extinção de usufruto, de uso, de habitação e de servidão, relativos a bens móveis e imóveis, títulos e créditos, bem como direitos a eles relativos, quando houver sido tributada a transmissão da nua-propriedade. VI - decorrente de doação em que o donatário seja alguma das entidades referidas nos incisos II, III e IV do artigo 5º; VII - de roupas, de utensílios agrícolas de uso manual, bem como de móveis e aparelhos, de uso doméstico. VIII - "causa mortis" por sucessão legítima, cuja soma dos valores venais da totalidade dos bens imóveis situados neste Estado, bens móveis, títulos e créditos, bem como os direitos a eles relativos, compreendidos em cada quinhão, avaliados nos termos do artigo 12, não ultrapasse a 10.509 (dez mil quinhentas e nove) UPF-RS. IX - cujo valor do imposto devido constante no documento de arrecadação resulte em quantia inferior ao equivalente a 4 (quatro) UPF-RS. X - no período de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2014, conforme relação de beneficiários, termos e condições previstos em instruções baixadas pela Receita Estadual, por doação de bens ou direitos, ocorrida no Brasil ou exterior, relacionada à realização das competições Copa das Confederações da FIFA de 2013 ou Copa do Mundo da FIFA de 2014.Observações Importantes O valor do bem ou direito na transmissão causa mortis é atribuído na avaliação judicial e homologado pelo Juiz; Embora a Súmula 113 do STF estabeleça que o ITCMD seja calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação, a jurisprudência posterior assentou ser possível a fixação de tal momento na data da transmissão dos bens. Na doação, como o imposto incide sobre a transmissão gratuita de qualquer bem ou direito, é imprescindível que ocorra a mudança jurídica de sua titularidade, 27 mediante o empobrecimento do doador e o enriquecimento do donatário. LANÇAMENTO O lançamento desse imposto é feito, em princípio, por declaração. O contribuinte oferece ao Fisco os elementos necessários ao respectivo cálculo. Às leis das entidades tributantes cabe estabelecer o procedimento a ser adotado em cada caso. IPVA O IPVA foi instituído pela EC nº 27 de 28/11/1985, que acrescentou o inciso III ao art. 23 da CF/1967, de acordo com a EC nº 1/1969 e é o sucessor da antiga TRU (Taxa Rodoviária única). Diz o artigo 155 da CF/88: DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; III - propriedade de veículos automotores. RS: DECRETO Nº 32.144/8DECRETO Nº 32.144, DE 30 DE DEZEMBRO DE 19855 Os Estados e o DF exigem o IPVA com base nas respectivas leis, porém não há lei complementar para atender à regra da alínea “a” do inciso III do art. 146 da CF: Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; Argumenta-se que a instituição e cobrança podem ser feitas com a edição de lei estadual, 28 tendo por fundamento o § 3º do art. 24 da CF/88 e o § 1º do art. 32 da CF/88: Embora não haja normas gerais relativas ao IPVA em lei complementar, conforme exige o art. 146, III da CF/88, os Estados e o DF exercem a competência legislativa plena para satisfazer as suas peculiaridades, conforme autoriza o art. 24, § 3º c/c art. 32, § 1º da CF/88. Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Fato Gerador • O fato gerador do IPVA, embora não previsto em lei complementar, é a propriedade do veículo automotor, assim entendido qualquer veículo com propulsão por meio de motor, com fabricação autorizada e destinada ao transporte de mercadorias, pessoas ou bens como automóveis, motocicletas, embarcações e aeronaves, mas em decorrência do licenciamento. CTB – Anexo I VEÍCULO AUTOMOTOR: todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico). Fato Gerador = Propriedade • Assim, o fato gerador é a propriedade e não a posse, a mera detenção ou o próprio uso. • Por isso as indústrias automobilísticas e as revendedoras de automóveis não pagam o IPVA, pois não licenciam o veículo produzido. O fato gerador ocorre, via de regra, no dia 1º de janeiro de cada exercício, como só ocorre com os tributos incidentes sobre o patrimônio (ser proprietário) Em relação aos veículos novos, o fato gerador ocorre na aquisição No caso de importação de veículos, quando se considera a data do desembaraço aduaneiro para fins de incidência do tributo. 29 Também considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se perde a imunidade ou a isenção. IPVA •A questão gera polêmica quando se pretende incluir no campo competencial do IPVA as aeronaves, cujo conceito legal pode ser extraído do art. 106 da Lei nº 7.565/86 (Código Brasileiro de Aeronáutica):Art. 1ei 7.565/86 (Código Brasileiro de Aeronáutica): Art. 106. Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas. Barcos e aviões não devem pagar IPVA, decide • Embarcações e aeronaves não devem pagar o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Esta foi a decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ao dar provimento, por maioria, ao Recurso Extraordinário (RE) 379572. • O recurso foi interposto contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ- RJ), que havia julgado válidos os artigo 5º, II, da Lei estadual 948/85 e o artigo 1º, parágrafo único do Decreto 9146/86. Estes dispositivos faziam incidir o IPVA sobre proprietários de veículos automotores, incluindo embarcações e aviões. arcos e aviões não devem pagar IPVA, decide STF • No início do julgamento, na sessão de 20 de setembro de 2006, o relator, ministro Gilmar Mendes, votou para negar provimento ao recurso, rememorando os julgamentos dos RE 134509 e 255111. As decisões desses recursos foram no sentido de considerar incabível a cobrança do IPVA para embarcações e aeronaves, afirmando que este imposto sucedeu a Taxa Rodoviária Única, que historicamente exclui embarcações e aeronaves. • Naquela ocasião, acompanharam o relator os ministros Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto e Sepúlveda Pertence. O ministro Joaquim Barbosa abriu divergência por entender que “a expressão ‘veículos automotores’ seria suficiente para abranger embarcações, ou seja, veículos de transporte aquático”. Barcos e aviões não devem pagar IPVA, decide STF • O julgamento foi suspenso com o pedido de vista dos autos pelo ministro Cezar Peluso. Voto Vista: Ao retomar o julgamento do RE na sessão plenária de hoje, o ministro Cezar Peluso afirmou ter ficado convencido do acerto dos precedentes lembrados pelo relator durante seu voto. Por isso, votou também no sentido de dar provimento ao recurso, sendo acompanhado pelo ministra Cármen Lúcia. O ministro Marco Aurélio votou acompanhando a divergência, para negar provimento ao recurso. Dessa forma, por maioria, seguindo o voto do relator, ministro Gilmar Mendes, o Plenário do STF deu provimento ao Recurso 30 Extraordinário (RE) 379572. Importante chamar a atenção para decisões do STF, no sentido de que o IPVA só deverá incidir sobre veículos automotores terrestres (vide publicação no Informativo do STF nº 270 de 27 a 31/05/2002). Ademais, o veículo automotor é licenciado pelo Município e a aeronave é licenciada pela União (dado que circulam no espaço aéreo, não em rodovias de qualquer Estado, mas em aerovias). IPVA: Incidência sobre Embarcaçência dos Estados e do Distrito Federal para institue RE 134.509-AM, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence, 29.05.2002. RE-134509)IPVA: Incidência sobre Aeronaves RE 255.111-SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdãoMin.Sepúlveda Pertence, 29.05.2002. (RE-255111) IPVA a veículos aéreos e aquáticos (Notícias Agência Câmara) •A Câmara analisa projeto de lei complementar que estende o Imposto de Veículos Automotores (IPVA) aos veículos aéreos e aquáticos (PLP nº 343/13). A Constituição de 1988 prevê a incidência do IPVA apenas para os veículos automotores. •A proposta, do deputado Assis Carvalho (PT-PI), não prevê a tributação de veículos de uso comprovadamente comercial, destinados à pesca, aos serviços de táxi, ao transporte de passageiros e de cargas. Também não incluiu no texto tratores, caminhões, aviões agrícolas de pulverização e implementos agrícolas. 10/02/2014 - Projeto estende IPVA a veículos aéreos e aquáticos (Notícias Agência Câmara) •De acordo com Carvalho, o Brasil possui a maior frota de aviões executivos do hemisfério sul, uma média de 12 mil aeronaves registradas, e uma frota náutica esportiva em torno de 168 mil unidades. •Para o deputado, nesse contexto, seria possível reduzir sensivelmente as alíquotas aplicadas atualmente sobre carros e motos, além de favorecer os empreendedores individuais e das empresas urbanas e rurais. "A medida vai garantir maiores recursos aos estados e municípios, devido à arrecadação maior de imposto", afirmou Carvalho. Tramitação: A proposta, que tramita em regime de prioridade, será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário. Base de Base de cálculo é o valor médio de mercado dos veículos automotores. 31 � - Na hipótese de veículos novos, considera-se valor médio de mercado o constante no documento fiscal, incluído o valor de opcionais e acessórios. � - Inexistindo a obrigatoriedade de emissão de documento fiscal, considera-se valor médio de mercado o constante em documento relativo à transmissão da propriedade � No caso de internamento de veículos automotores importados para uso do importador, considera-se valor médio de mercado o constante do documento de importação, convertido em moeda nacional pela taxa cambial vigente na data do desembaraço aduaneiro, acrescido dos impostos incidentes e das demais despesas incorridas Atente-se ao fato de que a EC 42/2003 dispôs na parte final do art. 150, § 1º da CF/88, que é exceção à anterioridade nonagesimal a alteração da base de cálculo do IPVA. Portanto, é possível que se proceda à fixação legal do valor venal de um veículo automotor, no fim de ano, e que tal modificação possa ser aplicada no 1º dia do exercício financeiro seguinte. • Exemplo: Lei número tal, publicada em 31 de Dezembro de 2013 altera o valor venal de um certo veículo automotor. Esse aumento legal será eficaz no dia seguinte, ou seja, em 1º de Janeiro de 2014, pois é uma exceção à regra dos 90 dias. Alíquotas A Emenda Constitucional nº 42 de 19/12/2003, criou o § 6º do art. 155, estabelecendo as seguintes regras para o IPVA: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: III - propriedade de veículos automotores. § 6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. I - 3% (três por cento), no caso de propriedade de veículos automotores dos tipos automóvel, camioneta e motor-casa, e, no caso de aeronave e embarcação, se de lazer, de esporte ou de corrida; 32 II - 2% (dois por cento), no caso de propriedade de veículos automotores dos tipos aeronave e embarcação, exceto de lazer, de esporte ou de corrida e dos tipos motocicleta, motoneta, triciclo e quadriciclo; III - 1% (um por cento), no caso de propriedade de veículos automotores dos tipos caminhão, caminhão-trator, ônibus e microônibus. IV - 1% (um por cento), no caso de veículos automotores, exceto os veículos dos tipos motor-casa, aeronave, embarcação, motocicleta, motoneta, triciclo e quadriciclo, de propriedade de empresas locadoras de veículos, utilizados na atividade de locação para terceiros. Contribuinte Contribuinte O contribuinte do IPVA é o proprietário de veículos automotores sujeitos a registro e/ou licenciamento em órgão federal, estadual ou municipal, neste Estado. Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; São solidariamente responsáveis pelo pagamento do imposto e acréscimos devidos: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - proprietário de veículo automotor que o alienar, a qualquer título, até o momento do registro da comunicação no órgão público de trânsito encarregado do registro e licenciamento, inscrição ou matrícula; III - o adquirente ou remitente do veículo automotor, em relação aos débitos do anterior ou dos anteriores proprietários Lançamento Lançamento do IPVA é feito de ofício. A Secretaria da Fazenda do Estado emite o documento e o envia anualmente para o proprietário do veículo. A propriedade prova-se pelo CRV – Certificado de Registro de Veículo. Outrosição das Receitas Repartição de Receitas: A repartição das receitas tributárias do IPVA será feita por rateio de 50% para o Estado e 50% para o Município, onde for efetuado o licenciamento do veículo (art. 158, III, CF/88): Art. 158. Pertencem aos Municípios: III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; Para veículos utilizados em atividades de interesse socioeconômico específico (agroindústria, transporte público de passageiros, terraplenagem), haverá isenção. Art. 4º 33 Decreto n. 32.144/85 Imunidade Quanto aos veículos das pessoas jurídicas de direito público, dos templos e das instituições de educação e assistência social, haverá imunidade (art. 150, VI, alíneas “a”, “b” e “c” da CF/88. Hipóteses de Furto ou Roubo Veículos Furtados/Roubados Art. 4. Decreto 32.144/95 § 4º - Será dispensado o pagamento do imposto se ocorrer perda total do veículo por furto, roubo, sinistro ou outro motivo que descaracterize o seu domínio útil ou a sua posse. 5º - A dispensa de que trata o parágrafo anterior será concedida pela Fiscalização de Tributos Estaduais, segundo instruções baixadas pela Receita Estadual. (Substituída a expressão "Departamento da Administração Tributária" por "Receita Estadual" pelo art. 2º (Alteração 094) do Decreto 48.882, de 23/02/12. § 6º - A dispensa do pagamento do imposto, na hipótese dos §§ 4º e 5º, no exercício em que se verificar a ocorrência, desonera o interessado do pagamento do tributo devido na proporção do número de meses em que o titular do veículo não exerceu seus direitos de propriedade e posse e, nos casos de furto ou roubo, enquanto esses direitos não forem restaurados. § 7º - Nos casos de veículos furtados ou roubados, sempre que forem restaurados os direitos de propriedade e posse violados, o contribuinte deve comunicar o fato, imediatamente e por escrito, à Fiscalização de Tributos Estaduais (art. 12, § 2º)
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