Buscar

G.A unid_1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 62 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autores: Profa. Angélica Segóvia de Araujo
 Prof. Jorge Alexandre da Silva
Ginástica Artística
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Professores conteudistas: Angélica Segóvia de Araujo/Jorge Alexandre da Silva
Angélica Segóvia de Araujo
Graduada em Educação Física pela Fefisa (1984); Especialista em Ginástica Artística pela USP (1985); Pós‑graduada 
em Treinamento Desportivo pela FMU (1999); Docente da Universidade Paulista (UNIP) desde 2011; Professora de 
Ginástica Artística do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo desde 1989; Arbitra Estadual de Ginástica Artística; 
Coordenadora da Liga Escolar de Ginástica Artística de São Paulo desde 2010.
Jorge Alexandre da Silva
Graduado em Educação Física pela Osec (1989); Pós‑graduado em Treinamento Desportivo pela Universidade 
Gama Filho (2007); Docente da Universidade Paulista (UNIP) desde 2006; funcionário público concursado da Prefeitura 
Municipal de Barueri desde 1998, atuando nas funções de treinador de Ginástica Artística de 1998 a 2009, Gerente 
Esportivo de 2009 a 2015 e Diretor de Esportes em 2015.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Z13 Zacariotto, William Antonio
Informática: Tecnologias Aplicadas à Educação. / William 
Antonio Zacariotto ‑ São Paulo: Editora Sol.
il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2‑006/11, ISSN 1517‑9230.
1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título
681.3
?
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice‑Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice‑Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice‑Reitor de Pós‑Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice‑Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Vitor Andrade
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Sumário
Ginástica Artística
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ORIGENS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA ...........................................................................................................9
1.1 Definindo conceitos ...............................................................................................................................9
1.2 A ginástica desde a Antiguidade .................................................................................................... 10
1.3 A ginástica artística na atualidade................................................................................................ 11
1.3.1 A Federação Internacional de Ginástica e suas afiliadas .........................................................11
1.3.2 A ginástica artística pelo mundo ..................................................................................................... 13
1.3.3 A evolução técnica da ginástica artística brasileira .................................................................. 14
1.3.4 A distribuição da ginástica artística pelo Brasil ......................................................................... 16
2 HISTÓRIA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA ....................................................................................................... 18
2.1 Aspectos históricos da ginástica artística no Brasil ............................................................... 23
2.2 Aspectos históricos da Federação Internacional de Ginástica (FIG) ................................ 25
2.3 A ginástica artística nas olimpíadas ............................................................................................. 26
3 APARELHOS E PROVAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA............................................................................. 28
3.1 Prova de exercícios de solo............................................................................................................... 28
3.1.1 A prova de solo masculino ................................................................................................................. 30
3.1.2 A prova de solo feminino .................................................................................................................... 30
3.1.3 Origem da prova de solo ...................................................................................................................... 31
3.2 Prova de salto sobre a mesa ............................................................................................................ 31
3.2.1 Origem da prova de salto .................................................................................................................... 34
3.3 As barras paralelas simétricas ......................................................................................................... 36
3.3.1 Origem das paralelas ............................................................................................................................. 37
3.4 A prova de cavalo com alças ........................................................................................................... 37
3.4.1 A origem do cavalo com alças ........................................................................................................... 38
3.5 A prova de argolas ............................................................................................................................... 38
3.5.1 A origem das argolas ............................................................................................................................. 39
3.6 A prova de barra fixa ........................................................................................................................... 39
3.6.1 A origem da barra fixa .......................................................................................................................... 40
3.7 A trave de equilíbrio ............................................................................................................................ 40
3.7.1 A origem da trave de equilíbrio ........................................................................................................ 41
3.8 As barras paralelas assimétricas ..................................................................................................... 42
3.8.1 A origem das barras paralelas assimétricas ................................................................................. 43
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
3.9 Aparelhos auxiliares............................................................................................................................ 44
3.9.1 Minitrampolim ......................................................................................................................................... 45
3.9.2 Trampolim acrobático (cama elástica) ........................................................................................... 46
3.9.3 Tumbletrack ............................................................................................................................................... 46
3.9.4 Colchões ..................................................................................................................................................... 48
4 SEGURANÇA E AUXÍLIO MANUAL ............................................................................................................ 51
4.1 As formas de auxílio na ginástica artística ................................................................................ 51
4.2 O auxílio manual e o bom ajudante ............................................................................................. 52
4.3 Acidentes na ginástica artística ..................................................................................................... 53
4.4 Definindo prioridades ......................................................................................................................... 56
Unidade II
5 A PRÁTICA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA E SEUS BENEFÍCIOS ............................................................ 61
5.1 Ginástica artística – atividade física ............................................................................................. 62
5.1.1 Ginástica artística – atividade física formativa .......................................................................... 62
5.1.2 Ginástica artística – preparação física .......................................................................................... 63
5.1.3 Ginástica artística ao alcance de todos (saúde) ......................................................................... 64
5.2 Ginástica artística – esporte ............................................................................................................ 64
5.2.1 Ginástica artística – iniciação esportiva ....................................................................................... 65
5.2.2 Ginástica artística – nível intermediário ....................................................................................... 66
5.2.3 Ginástica artística – esporte de alto rendimento ...................................................................... 66
5.3 A importância da ginástica artística ............................................................................................ 67
5.3.1 Contribuição da ginástica artística.................................................................................................. 67
6 METODOLOGIAS DE ENSINO ....................................................................................................................... 69
6.1 Terminologias ......................................................................................................................................... 70
6.1.1 As posições básicas do corpo ............................................................................................................. 70
6.1.2 A relação executante aparelho .......................................................................................................... 70
6.1.3 O sentido do movimento ..................................................................................................................... 71
6.1.4 Descrição de exercícios ......................................................................................................................... 71
6.1.5 Posicionamento das mãos em suspensão ..................................................................................... 72
6.2 Padrões básicos de movimento ...................................................................................................... 74
6.2.1 Bases mecânicas da ginástica artística .......................................................................................... 81
6.3 As ações motoras (Leguet) ................................................................................................................ 82
6.4 As famílias (Carrasco) ......................................................................................................................... 84
Unidade III
7 A PRÁTICA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA E SUAS RELAÇÕES COM O CRESCIMENTO E 
DESENVOLVIMENTO DO PRATICANTE ......................................................................................................... 91
7.1 Por que os ginastas são baixos? ..................................................................................................... 91
7.2 Influências da prática da ginástica artística no desenvolvimento do praticante ...... 92
7.3 Por que a prática da ginástica artística é iniciada muito cedo? ....................................... 93
7.4 Fatores que podem influenciar o crescimento e maturação dos ginastas ................... 93
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
7.4.1 Iniciação precoce com cargas desproporcionais ........................................................................ 93
7.4.2 Dieta alimentar hipocalórica .............................................................................................................. 94
7.4.3 Treinamento excessivo .......................................................................................................................... 94
7.4.4 Prevenção e cuidados ........................................................................................................................... 95
8 CÓDIGO DE PONTUAÇÃO: PRINCÍPIOS E COMPOSIÇÃO DE SÉRIES ........................................... 96
8.1 Estrutura da ginástica artística em competições .................................................................... 98
8.1.1 Composição de uma equipe ............................................................................................................... 98
8.1.2 Arbitragem ................................................................................................................................................. 99
9
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Seja bem‑vindo ao programa de estudo EaD!
Nesta disciplina você vai compreender o conteúdo da ginástica artística com perspectivas pedagógicas 
de formação do cidadão e transformação social, bem como refletir sobre os aspectos pedagógicos e 
científicos do treinamento esportivo que possam facilitar e aprimorar o aprendizado.
O objetivo deste livro‑texto é inserir os alunos no universo cultural da ginástica artística. 
Ainda, pretende‑se facilitar o acesso aos conhecimentos básicos necessários para que sejam 
capazes de desenvolver e aplicar programas de iniciação de ginástica artística, proporcionando 
a condução da atividade de modo seguro e consciente, adaptando‑a de forma apropriada às 
diferentes situações, faixas etárias e condições dos praticantes, despertando a consciência crítica 
aos benefícios que a atividade pode proporcionar aos seus agentes. Tem o intuito fazer como 
que o aluno reconheça a ginástica artística como um conteúdo da Educação Física e oferecer 
conhecimentos técnicos e científicos a respeito da ginástica artística e sua aplicabilidade no 
mercado de trabalho. Ainda, almeja apresentar seus conceitos afins e a importância de conhecer 
e utilizar a sua terminologia.
Além de acompanhar as atividades propostas neste livro‑texto, é vital que o aluno consulteas 
referências bibliográficas indicadas, pois o material estudado não encerra o assunto.
INTRODUÇÃO
A ginástica artística é uma modalidade competitiva reconhecida pela Federação Internacional de 
Ginástica (FIG), dividida em gênero masculino e feminino.
A ideia deste livro‑texto é demonstrar o percurso e desenvolvimento dessa categoria desde a 
Antiguidade e seu inicio na Europa – a partir da escola alemã como a conhecemos hoje. Ainda, 
situar os alunos historicamente nas ocorrências ao longo dos tempos, as modificações de seu código 
de pontuação impostas pelas evoluções que a modalidade teve e seus métodos desenvolvidos 
para aprimoramentos. Como trabalhar com a ginástica artística nas diferentes possibilidades de 
atuação de um educador físico, em clubes, academias, na iniciação esportiva, como auxiliar outras 
modalidades esportivas e atividades extracurriculares. Essas são algumas das questões que este 
livro‑texto visa elucidar.
Na unidade I apresentaremos a origem da ginástica artística, seus conceitos, a sua prática 
desde sua origem e como ela está nos moldes atuais, suas confederações e onde é mais atuante. 
Destacaremos seus aspectos históricos – da Alemanha até sua chegada ao Brasil – e a origem da 
FIG. Vamos conhecer os aparelhos e provas que pertencem ao gênero feminino e masculino da 
ginástica artística.
10
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Na unidade II abordaremos a prática da ginástica artística e seus benefícios, acentuando a importância 
de se aprender ginástica artística e o seu valor no desenvolvimento motor da criança. Conheceremos 
seu desenvolvimento nos aspectos motor, psico‑afetivo e cognitivo. Analisaremos os vários métodos de 
treinamento, além de abordar um tema que é essencial para a prática dessa modalidade, a segurança.
Na unidade III vamos estudar um tema polêmico para a ginástica artística, o crescimento estatural, 
assunto muito discutido. Por fim, falaremos sobre seu código de pontuação e suas modificações ao 
longo dos anos.
11
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Unidade I
1 ORIGENS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
1.1 Definindo conceitos
A ginástica artística (GA), também conhecida no Brasil como ginástica olímpica, é uma das 
modalidades gímnicas de competição reconhecidas pela FIG. É dividida em GAF ou ginástica 
artística feminina (em inglês WAG) e GAM, ginástica artística masculina (MAG, em inglês), 
e a FIG considera os gêneros masculino e feminino como modalidades independentes. É 
um dos mais tradicionais esportes olímpicos, estando presente desde a primeira edição dos 
jogos da era moderna, 1896. Exige de seus praticantes muita força, flexibilidade, equilíbrio e, 
principalmente, coordenação motora. É necessária muita coragem e determinação por parte 
do praticante, pois os desafios são constantes e as exigências da modalidade requerem muitas 
horas de treinamento e dedicação. É um esporte individual, apesar de haver premiação por 
equipes nas competições.
Na GA o atleta se utiliza de grandes aparelhos fixos como base para a realização de suas rotinas (ou 
séries), podendo estar apoiado, equilibrado ou suspenso no equipamento. As provas são diferentes para 
homens e mulheres:
• homens: exercícios de solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, barras paralelas simétricas 
e barra fixa;
• mulheres: salto sobre a mesa, barras paralelas assimétricas, trave de equilíbrio e exercícios de solo.
Nas competições organizadas pela Confederação Brasileira de Ginástica, entidade responsável pela 
ginástica artística em nosso país, é adotada a seguinte divisão por categoria de idade:
• feminino: pré‑infantil: 9 e 10 anos; infantil: 11 e 12; juvenil 13 a 15; adulto: 16 em diante;
• masculino: pré‑infantil: 9 a 11; infantil: 12 a 14; juvenil 15 a 17; adulto: 18 em diante.
A matriz da ginástica artística é atribuída ao pedagogo alemão Johann Friedrich Ludwig Christoph 
Jahn, ou simplesmente Ludwig Jahn, que desenvolveu um método de treinamento físico visando à 
formação de jovens soldados, utilizando como referências as mais diversas atividades e equipamentos, 
alguns já existentes e outros que ele próprio desenvolveu.
12
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
 Saiba mais
Muitas informações sobre a ginástica artística podem ser encontradas 
nos sites das entidades oficiais da modalidade em âmbito regional, nacional 
e internacional:
<www.fig‑gymnastics.com>.
<www.cbginastica.com.br>.
<http://fpginastica.com.br/>.
1.2 A ginástica desde a Antiguidade
A prática de exercícios metodizados visando à melhoria da condição física ou mesmo o entretenimento 
remonta o início das civilizações humanas. Egípcios, gregos, romanos, chineses, indianos e tantas outras culturas 
desenvolveram metodologias e termos que até hoje são utilizados em nossas modalidades de ginástica.
Nas pirâmides, tumbas e papiros há inscrições e desenhos que nos mostram que os egípcios faziam 
exercícios acrobáticos muito parecidos com certos movimentos ginásticos da atualidade. Há 5.000 anos 
equilibrismo e contorcionismo eram utilizados na China para o treinamento de guerreiros e como forma 
de entretenimento.
Gregos e egípcios também realizam números de equilibrismo com bolas, algo muito similar à 
ginástica rítmica atual. Aliás, os gregos cunharam a palavra ginástica – gymnástiké, que em sentido 
literal significa “exercitar‑se nu”, que era a forma como eles costumavam se exercitar.
Os romanos utilizaram a ginástica para a preparação de soldados, sendo que o cavalo com alças 
atual e o antigo cavalo de salto são derivações do cavalo de pau usado por esse povo.
Exercícios executados em barras já eram feitos por gregos, chineses e até esquimós, que já efetuavam 
movimentos de rotação em torno delas, os famosos giros gigantes.
A partir de 1800 surgem na Europa movimentos que visavam à sistematização dos exercícios físicos 
para os mais variados fins, são as chamadas escolas europeias de ginástica. Estudiosos da Suécia, 
França, Inglaterra e Alemanha buscaram, através das atividades gímnicas, o desenvolvimento das raças, 
a prevenção de doenças, o treinamento de soldados, a manutenção da saúde dos trabalhadores, entre 
outras atribuições.
Foi na escola alemã que se desenvolveu a ginástica artística, idealizada por um de seus mais ilustres 
e controvertidos expoentes, o pedagogo Johann Friedrich Ludwig Christoph Jahn, pioneiro dessa 
modalidade olímpica.
13
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Figura 1 – Ludwuig Jahn em três fases de sua vida
Ludwig Jahn desenvolveu o seu método de treinamento físico, o turnkunst, nome que cunhou em 
substituição à palavra ginástica, um termo estrangeiro. Jahn, por ser um nacionalista convicto, não o 
aceitava. Seu trabalho se tornou a semente da ginástica artística atual. Da Alemanha a ginástica de Jahn 
se expandiu para o restante do mundo, e hoje é um dos esportes mais praticados e está presente em 
todos os continentes.
1.3 A ginástica artística na atualidade
1.3.1 A Federação Internacional de Ginástica e suas afiliadas
Atualmente a Ginástica Artística é organizada e difundida por diversas entidades esportivas 
oficiais e não oficiais, seja em âmbito regional, nacional ou mundial. A mais importante delas 
é a FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA, sediada em Lausanne na Suíça. A entidade 
possui um comitê para cada uma das sete modalidades de ginástica pelas quais responde, a 
saber: Ginástica Para Todos (ou Ginástica Geral), Ginástica Artística Feminina, Ginástica Artística 
Masculina, Ginástica Rítmica,Ginástica Acrobática, Ginástica de Trampolim e Ginástica Aeróbica 
Esportiva. Esses comitês são responsáveis pela elaboração e revisão de regras, organização dos 
eventos, pelos cursos de formação de árbitros e treinadores e demais atividades relacionadas às 
atividades gímnicas.
14
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
 Observação
A FIG é a mais antiga federação esportiva do mundo (foi criada em 
1881), a princípio com o nome de Federação Europeia de Ginástica.
 Saiba mais
PÚBLIO, N. S. Evolução histórica da ginástica olímpica. Guarulhos (SP): 
Phorte, 1998.
Federação 
Internacional de 
Ginástica
União 
Panamericana de 
Ginástica
União 
Europeia de 
Ginástica
União 
Africana 
de Ginástica
União 
Asiática de 
Ginástica
Figura 2 – Organograma das entidades continentais subordinadas à FIG e responsáveis 
pela organização das ginásticas em âmbito continental e pelas federações nacionais
FIG – Federação 
Internacional de 
Ginástica
CBG – Confederação 
Brasileira de Ginástica
Federações 
estaduais de ginástica
UPAG – União 
Panamericana 
de Ginástica
Entidade responsável pela organização e 
desenvolvimento das modalidades ginásticas em 
nível mundial, reconhecida pelo Comitê Olímpico 
Internacional (COI)
Entidade responsável pela organização e 
desenvolvimento das modalidades ginásticas no 
Brasil, reconhecida pela FIG e pelo Comitê Olímpico 
Brasileiro (COB)
Entidades responsáveis pela organização e 
desenvolvimento das modalidades ginásticas 
nos estados da federação, reconhecidas pela 
Confederação Brasileira de Ginástica
Entidade responsável pela organização e 
desenvolvimento das modalidades ginásticas 
nas américas, reconhecida pela FIG e pelo COI
Figura 3 – Hierarquia das entidades – da FIG às federações estaduais brasileiras
15
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
No Brasil a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) é a entidade responsável pela regulamentação 
de todas as competições oficiais das ginásticas competitivas e também dos eventos oficiais de Ginástica 
Para Todos, definindo as normativas e elaborando os calendários dos eventos nacionais, competitivos ou 
não. A CBG é filiada à FIG desde 1951 e é subordinada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Hoje a CBG 
conta com 24 federações estaduais filiadas.
A) B) 
Figura 4 – Logotipos oficiais da Federação Internacional de Ginástica (A) 
e da Confederação Brasileira de Ginástica (B)
Além das entidades oficiais, existem as ligas e federações não oficiais que procuram atender a 
seguimentos específicos, como federações escolares, ligas regionais e outros.
1.3.2 A ginástica artística pelo mundo
Até o início da década de 1990, a ginástica artística ainda era muito concentrada na Europa e na 
Ásia. Os países da Cortina de Ferro, formada pela extinta União Soviética, e nações do leste europeu 
dominavam o cenário internacional. Na Ásia a já tradicional escola japonesa e a emergente China 
também apresentavam bons resultados em competições.
Com o fim da Guerra Fria e o início de movimentos separatistas – que deram fim à União Soviética e 
criaram o sistema socialista em alguns países, muitas nações abriram suas economias e suas fronteiras. 
Então, diversos treinadores e ginastas de países desse antigo bloco puderam migrar para outras terras 
em busca de melhores oportunidades e condições de vida.
Os Estados Unidos receberam muitos desses treinadores. Entre os primeiros a chegar estava Bela 
Karolyi, técnico da romena Nádia Comaneci, ginasta campeã olímpica em Montreal em 1976 com 
apenas 14 anos e primeira ginasta a alcançar a nota dez na ginástica. Karolyi foi um dos responsáveis 
por elevar os EUA ao status de potência olímpica nesse esporte. Formou grandes ginastas: Mary 
Lou Retton, Betty Okino, Kim Zmeskal, Kristie Phillips e Kerri Strug, medalhistas em olimpíadas e 
campeonatos mundiais.
Esse êxodo de treinadores do bloco soviético, além de promover novos espaços para a prática da 
modalidade, ajudou a elevar o nível esportivo de muitos países, em especial no continente americano.
Os mapas a seguir ilustram bem a evolução da ginástica nas américas após a chegada dos estrangeiros:
16
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Campeonato mundial de ginástica artística 
de 1989 – Distribuição global de medalhas
Europa ...........................33 medalhas
Ásia ................................... 9 medalhas
América do Norte ......... 1 medalha
Figura 5 – Fim do século XX: a ginástica artística concentrada na Europa e parte da Ásia
Campeonato mundial de ginástica artística 
de 2013 – Distribuição global de medalhas
Europa ........................... 11 medalhas
Ásia ................................. 11 medalhas
América do Norte .......13 medalha
America do Sul ............... 1 medalha
Figura 6 – Grande evolução da ginástica na América e melhor distribuição pela Europa e Ásia
 Lembrete
Federação Internacional de Ginástica (FIG) é a entidade responsável 
pelas ginásticas competitivas em nível mundial e a Confederação Brasileira 
de Ginástica (CBG) exerce o mesmo papel em nível nacional.
1.3.3 A evolução técnica da ginástica artística brasileira
A exemplo do que ocorreu em outras partes do mundo, muitos treinadores estrangeiros aportaram 
no Brasil após a derrocada do comunismo. Ucranianos, romenos, russos, bielo‑russos e até cubanos 
vieram trabalhar a convite de clubes e até desenvolvendo nossas seleções nacionais.
17
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Entre 2001 e 2008, a seleção brasileira de ginástica artística foi comandada pelo ucraniano Oleg 
Ostapenko, formador de diversas medalhistas olímpicas e mundiais, como Tatyana Lysenko (dois 
ouros olímpicos em Barcelona – 1992), Tatiana Gutsu (também dois ouros na mesma olimpíada), 
Lilia Podkopayeva (vice‑campeã individual geral no Mundial de 1999). No Brasil, ajudou a aprimorar 
a técnica de ginastas como Daiane dos Santos e Daniele Hypólito, que posteriormente tornaram‑se 
medalhistas mundiais.
Ainda houve uma grande evolução dos resultados por equipe, inicialmente no gênero feminino, e 
mais recentemente no masculino.
Essa evolução interferiu nos resultados brasileiros em competições internacionais, trazendo visibilidade 
à modalidade. Atletas da ginástica se tornaram ídolos nacionais. Os irmãos Daniele e Diego Hypólito, 
Jade Barbosa, Daiane dos Santos e, atualmente Arthur Zanetti com sua inédita conquista olímpica, são 
inspiração para novos praticantes. Hoje a modalidade é conhecida e praticada em todo o Brasil.
O quadro a seguir demonstra a evolução técnica da equipe feminina do Brasil ao longo das duas 
últimas décadas:
Tabela 1 – Evolução dos resultados em ginástica artística 
feminina do Brasil em campeonatos mundiais, de 1995 a 2015
Ano País campeão Classificação do Brasil Ginasta brasileira mais bem colocada
1995 Romênia 21º Soraya Carvalho – 37º
1997 Romênia *** ***
1999 Romênia Somente individual Daniele Hypólito – 27º
2001 Romênia 11º Daniele Hypólito – 4º
2003 Estados Unidos 8º Camila Comin – 19º
2006 China 7º Daniele Hypólito – 21º
2007 Estados Unidos 5º Jade Barbosa – 3º
2009 *** (não houve CIV) Bruna Leal – 14º
2010 Rússia 10º Jade Barbosa – 15º
2011 Estados Unidos 14º Daniele Hypólito – 13º
2014 Estados Unidos 16º Daniele Hypólito – 34º
2015 Estados Unidos 9º Flavia Saraiva – 24º
Fonte: Gymnasticsresults.com (16 dez. 2016).
A ginástica artística masculina do Brasil também vem apresentandouma grande evolução, porém um 
pouco mais tardia que a feminina. Se a ginástica feminina tem conseguido classificar equipes completas 
para os jogos olímpicos desde 2004, os homens pela primeira vez tiveram uma equipe completa nos 
jogos do Rio de Janeiro. Foi a ginástica masculina que teve a honra de trazer a primeira medalha 
olímpica da ginástica brasileira, com o ouro de Arthur Zanetti na prova de argolas dos Jogos Olímpicos 
de Londres em 2012.
18
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Apesar desses relatos, como destaca Schiavon (2013), o bom desempenho técnico de nossas equipes 
competitivas em eventos internacionais nos últimos anos não reflete a realidade da ginástica brasileira.
 Observação
É importante ressaltar que a evolução da ginástica artística brasileira 
também é fruto de uma melhor preparação dos treinadores através de 
intercâmbios, maior participação em eventos internacionais e cursos.
1.3.4 A distribuição da ginástica artística pelo Brasil
A ginástica artística se encontra bem difundida pelo Brasil. A região Norte é a que apresenta o 
menor número de entidades ligadas às federações estaduais. A região Sudeste possui o maior número 
de entidades federadas, e a Federação Paulista de Ginástica é a que detém o maior número de filiados.
AM
3
RR
4
PA
2 MA
8
TO
4
GO
4
MS
6
SP
39
MG
15 ES
9
BA
5
CE
11
RN
18
PB 3
PE 8
AL 5
AL 5
RJ
33PR
11
SC
12
RS
21
DF
9
0
20
40
60
80
100
120
Sul Sudeste Centro 
Oeste
Quantidade de filiados por região
Nordeste Norte
Figura 7 – Quadro de entidades filiadas às federações estaduais por região
Embora haja praticantes de ginástica artística por todo o País, podemos observar uma grande 
desigualdade entre as regiões se comparadas às condições materiais, de conhecimento técnico, 
disponibilidade de locais para a prática etc. Mesmo nas regiões mais desenvolvidas do Sul e do Sudeste, 
19
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
poucos são os locais capazes de abrigar um trabalho de excelência. Como consequência dessa falta 
de estrutura, há em nossas competições uma grande disparidade de participantes por categorias. 
Tomemos como exemplo o Campeonato Brasileiro: enquanto nos níveis iniciantes (pré‑infantil e 
infantil) temos mais competidores e equipes, na categoria “Adulto” esse número é muito baixo. 
Isso ocorre devido a diversos fatores, como a falta de equipamentos adequados para o trabalho 
de ginastas de alto nível, desconhecimento técnico dos treinadores, mão de obra insuficiente (um 
mesmo treinador com diversas categorias), escassez de cursos especializados para a formação de 
treinadores, ausência de políticas públicas para o esporte de rendimento, entre tantos outros. Dessa 
forma, o trabalho iniciado não segue adiante e várias gerações de ginastas são perdidas. A tabela 
a seguir, com dados dos campeonatos brasileiros da modalidade nas categorias infantil e adulto, 
exemplifica bem essa situação:
Tabela 2 – Número de equipes e ginastas participantes do Campeonato 
Brasileiro de Ginástica Artística, edição 2015, categorias infantil (“A” e “B”) e Adulto
Categorias Equipes Total de equipes Atletas Total de atletas
Infantil
Infantil “A” 5
11
19
45
Infantil “B” 6 26
Adulto
Adulto “A” 4
4
20
20
Adulto “B” Não há Não há
Fonte: CBG (2016).
Schiavon (2013) observa que há a participação quase que exclusiva de ginastas e entidades das regiões 
Sul e Sudeste em campeonatos nacionais; entre 2003 e 2009, tivemos a presença em campeonatos 
brasileiros de uma ginasta pré‑infantil do Rio Grande do Norte e três infantis de Brasília em 2004, além 
de uma ginasta infantil do Pará em 2006.
Podemos afirmar que não há na prática ginástica artística de alto rendimento fora do eixo Sul‑Sudeste.
Segundo a autora, “os únicos dois centros de treinamento para a ginástica artística são o da Secretaria 
de Esporte do Estado do Paraná, Curitiba, e o Centro de Treinamento ‘Time Brasil’, inaugurado em 2012 
no Rio de Janeiro” (SCHIAVON, 2013).
Recentemente, como os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, vários conjuntos completos de 
equipamentos oficiais importados foram adquiridos pela Confederação Brasileira de Ginástica e 
Ministério do Esporte e distribuídos pelo País, com o intuito de habilitar outras regiões à formação 
de ginastas de competição. Contudo, alguns dirigentes e técnicos argumentam que esse tipo 
de ação só tem efetividade quando associada à formação de treinadores locais que consigam 
aproveitar bem os dispositivos e que estejam aptos a desenvolver as potencialidades de jovens 
talentos. Além disso, existe uma série de questionamentos quanto à distribuição do material, uma 
vez que são voltados à ginástica de alto rendimento e muitos dos centros agraciados não dispõem 
de ginastas desse gabarito.
20
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
 Saiba mais
GINÁSTICA recebe a maior quantidade de equipamentos 
em 40 anos. Portal Brasil, 28 ago. 2014. Disponível 
em: <http://www.brasil.gov.br/esporte/2014/08/
ginastica‑recebe‑maior‑quantidade‑de‑equipamentos‑em‑40‑anos>. 
Acesso em: 15 dez. 2016.
2 HISTÓRIA DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
Como vimos, a ginástica artística (GA) iniciou‑se no século XIX na Alemanha. Johann Friedrich 
Ludwig Christoph Jahn era filho de um pastor protestante, teórico nacionalista e homem político. 
Nasceu em Lanz, nas cercanias de Lenzen, aldeia de Brandenburgo na atual Alemanha, em 11 de 
agosto de 1778. Jahn era professor em Berlim, e em 1811 criou o primeiro campo de ginástica ao 
ar livre, na floresta de Hasenheide. A ginástica artística atual, com seus aparelhos sofisticados, teve 
muita influência dos métodos e aparelhos, que foram improvisados em árvores e utilizados por Jahn 
para fins militares.
Tudo começou em 1806, quando houve um confronto entre a França e a Prússia na Batalha de 
Jena. Napoleão rompe acordo com o rei Frederico Guilherme III, invadindo a Prússia. A derrota nesta 
batalha influenciou as atitudes do professor Jahn, que resolveu promover a prática de exercícios para a 
preparação física dos jovens prussianos a fim de expulsar o exército invasor.
Não houve planejamento adequado das tropas prussianas. Então, houve desordem e confusão, 
fazendo com que a derrota se transformasse em um verdadeiro desastre. A corte de Berlim não tomou 
precaução para a possibilidade de uma possível derrota.
Jahn resolveu estimular a mocidade prussiana para se preparar fisicamente para expulsar o exército 
invasor. O trabalho de Jahn foi a célula mater da ginástica olímpica, também chamada de ginástica 
artística. Ele lecionava num instituto e ele era o responsável pela saída bissemanal dos alunos. Fazia 
excursões em dias livres à floresta Hasenheide (parada das lebres), onde realizava batalhas simuladas. 
Em 19 de junho de 1811, foi inaugurado o primeiro local para a prática de ginástica alemã ao ar livre, 
denominado Volks Park (parque do povo).
Nas palavras de Jahn (1816): “Caminhar, correr, saltar, lançar, sustentar‑se são exercícios que nada 
custam, que podem ser praticados em toda parte, gratuitos como o ar. Isso o Estado pode oferecer a 
todos: para os pobres, para a classe média e para os ricos, tendo cada um sua necessidade” (NUNOMURA; 
PICCOLO, 2005).
Como afirma Públio (2008): “Ao passear pelo lado oeste do parque, passa‑se pelo Jahn Eiche (o 
carvalho de Jahn). A história conta que aos galhos dessa árvore, com mais de 400 anos de idade e 
tombada pelo governo alemão, foram realizadas os primeiros ensaios e treinos de ginástica”.
21
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 Dia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Os aparelhos de ginástica eram feitos com recursos próprios, pelos ginastas, que também faziam 
a manutenção e ampliação dos aparelhos utilizados. O interessante é que todos podiam praticar esta 
atividade física, e com o tempo adultos da cidade de Berlim se juntaram aos alunos dos ginásios locais. 
Neste primeiro ano foram vistas cerca de 300 pessoas, e em 1812 este número chegava a 500 pessoas 
exercendo as atividades. Para Jahn, a vestimenta a ser usada para o exercício deveria ser durável e 
permitir todos os movimentos do corpo. Sugeria que todos os uniformes fossem iguais, casaco e calças, 
de linho cru, de cor cinza, para evitar distinção entre pobres e ricos. Ainda considerava que o campo de 
ginástica deveria estar localizado no meio do verde, longe da cidade e de suas más influências.
Na realidade existiram três campos na floresta de Hasenheide, o primeiro foi de 1811 a 1812; o 
segundo, de 1812 a 1819/20; e o terceiro de 1844 a 1934.
Figura 8 – O primeiro turnplatz (campo de ginástica), 1811‑1812
Figura 9 – O segundo turnplatz de 1812‑1819/20
Figura 10 – O terceiro turnplatz de 1844‑1934
22
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Jahn proíbe a palavra gimnasia e a substitui por turnkunst, por considerar o caráter nacionalista em 
seu sistema, e por sua origem alemã.
As palavras inventadas por Jahn tornaram‑se termos técnicos da ginástica em aparelhos na Alemanha. 
São elas: turnen – praticar ginástica; turnplatz – local de ginástica; turner – ginasta; voltigieren – 
balançar, voltear; torner – lutar, brigar; turntag – dia da ginástica; e turnkunst – arte ginástica.
Conforme Públio (2008) destaca: “O turnen tinha também o objetivo moral: alcançar autoconfiança, 
autodisciplina, independência, lealdade e audiência. Essas eram as metas a serem atingidas por meio de 
atividades completas e informais”.
Muitas vezes Jahn afirmou que a ginástica para ele era um elemento vital para a educação popular e 
deveria “resgatar a regularidade da formação humana, atribuindo importância ao corpo, em contraponto 
à espiritualização exclusiva, contrabalançando o refinamento através da masculinidade reconquistada, e 
abranger e envolver o homem como um todo, numa convivência jovial”.
Em março de 1813, o rei Frederico Guilherme publicou o manifesto A meu povo, e Jahn, 
acompanhado de 137 ginastas, participaram ativamente na libertação nacional contra o poderio 
estrangeiro de Napoleão, sendo Jahn o comandante do terceiro batalhão. Então, o campo de ginástica 
foi destruído por vândalos. Em 1815 foi reconstruído e ampliado, a paz retorna e os alunos são 
divididos em grupos, de acordo com a idade, categoria e capacidade, estabelecendo uma hierarquia. 
Em 1817 estava tão ampliado, que comportava de 1.400 a 1.600 ginastas, com condições de praticar 
as atividades simultaneamente.
Em 1816 Jahn, junto com E. B. Eiselen lança sua grande obra: Die deutsche turnkunst (A arte alemã 
da ginástica), que nada mais é do que sua experiência desta prática em Hasenheide, Berlim.
Figura 11 – Desenhos da capa do livro Die deutsche turnkunst
Jahn introduziu alguns aparelhos já conhecidos e outros da sua página, invenção e adaptação. A 
barra horizontal, embora conhecida anteriormente, foi direcionada e tornou‑se popular no playground 
do Jahn. As barras paralelas surgiram lá, mas não se sabe quem as inventou. Esse aparelho foi idealizado 
para fortalecer os braços e o corpo em exercícios de volteio (giros no cavalo) (PÚBLIO, 2008).
23
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Existiam muitos outros aparelhos como:
• um tronco de árvore sobre suportes, a 152 cm do chão (precursor da trave de equilíbrio);
• pares de postes para salto em altura;
• carneiros ou cavalos de voltear (precursores do cavalo com alças);
• um mastro de navio com 15 m de altura, com barras horizontais no alto das quais pendiam cordas;
• três mastros para escalada muito lisos;
• o mastro triplo, compostos de mastros ligados por traves horizontais com corda e uma escalada 
inclinada;
• diversas barras horizontais, em diferentes alturas, para exercícios de suspensão;
• pistas para corridas em linha reta e em círculos;
• local de arremesso de dardos;
• área para lutas livres.
A partir de 1814, o ponto alto das atividades era o Festival de Ginástica, feito em comemoração da Batalha 
de Leipizig, sempre em 18 de outubro, quando milhares de pessoas compareciam para assistir às apresentações. 
Jahn criou as sociedades de ginástica alemã (turverine), enquanto a Alemanha introduziu as demonstrações de 
massa, onde participaram 6 mil ginastas no primeiro festival, organizado em Berlim, em 1861.
Após a vitória sobre Napoleão, o grande sonho de Ludwig Jahn era a unidade alemã, que foi frustrado 
no Congresso de Viena, quando se manteve a separação da Prússia em pequenos estados independentes. 
Um movimento de oposição passa a ser formar entre os jovens. Por sua influência sobre os estudantes 
e sua clara posição sobre o assunto, Jahn passa a ser perseguido e considerado como revolucionário por 
incitar os jovens à subversão. Em junho de 1819, acusado de coautor de um assassinato, ele é detido, 
reclusão que dura até 1825, para depois ser recluso a uma residência forçada.
Por conta da conotação política dada à ginástica por Jahn, ocorre o Bloqueio Ginástico, que vigora 
de 1820 a 1842, quando os turnplatz são fechados e toda terminação contendo o radical turn censurada.
E. B. Eiselen, discípulo de Jahn, salvou a ginástica durante essa época difícil. Iniciou a ginástica 
em salões e estimulou sua prática pelas mulheres. Com isso os turnens (ginastas) passaram a treinar 
em salas fechadas. Exercícios que dependiam antes de grandes espaços físicos (corridas, arremessos, 
lançamentos) foram excluídos e os aparelhos adaptados e ampliados para facilitar a execução de novos 
movimentos. Os artefatos foram modificados para que coubessem em lugares pequenos. A FIG situa 
neste momento a origem da ginástica artística, por volta de 1820.
24
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Jahn reabilitou‑se em 1825, mas forçado a ficar em sua residência sob vigilância policial, foi proibido 
de fazer qualquer contato com a população estudantil e também de residir em Berlim ou em qualquer 
cidade universitária.
Em 1840 Jahn é liberado definitivamente e condecorado por Frederico Guilherme IV com a Cruz de 
Ferro, alta distinção alemã, pela coragem na guerra da independência do país.
Em 1842, ao fim do Bloqueio Ginástico, a educação física na Alemanha era feita em ambientes 
fechados e a ginástica de Jahn encontra terreno fértil para desenvolver‑se.
O bloqueio da ginástica ocorreu no período de 1820 a 1842, o que ocasionou a emigração de diversos 
ginastas alemães que difundiram a modalidade para o mundo inteiro.
Em 1848, toma partido no Parlamento Germânico, que se reuniu em Frankfurt, tornando‑se 
autoridade como deputado.
Em 15 de outubro de 1852, Jahn morre em sua casa em Freyburg.
Após sua morte, a partir de 1924, decidiu‑se que a sua casa seria utilizada como albergue da 
juventude e sede da ginástica, e em 1936 foi inaugurado um museu que ainda existe. O museu expõe a 
vida de Jahn e a sua importância para o movimento ginástico na Alemanha. E ainda permanecem peças 
de suas obras como o famoso cavalo com rabo e também uma maquete (miniatura) de seu primeiro 
campo de ginástica em Hasenheide.
Atualmente, a sua memória é venerada como a de um herói nacional.
 Lembrete
Ludwig Jahn é considerado o pai de ginástica artística, sendoo criador 
de diversos aparelhos que compõem a ginástica atual.
Figura 12 – Cavalo de Janh – interior do Museu de Freyburg
25
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
 Observação
Apesar dos excelentes resultados alcançados recentemente pela 
ginástica artística do Brasil, a modalidade ainda é muito carente de centros 
de treinamento adequados, sobretudo treinadores especializados.
2.1 Aspectos históricos da ginástica artística no Brasil
A ginástica foi introduzida por imigrantes alemães no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, por volta 
de 1824, durante o Bloqueio Ginástico na Alemanha. Fundaram diversas sociedades ginásticas, que 
serviam como ponto de reunião e apoio dos imigrantes, passando a desenvolver atividades de lazer, e 
depois gímnicas.
A sociedade mais antiga do Brasil e também da América do Sul é a Sociedade Ginástica de Joinville 
– Turnverein Joinville, em Santa Catarina, de 1858.
Figura 13 – Sociedade Ginástica de Joinville, a mais antiga da América do Sul, (16 de novembro de 1858)
Em 1895 criaram a fundação da Turnerchaft von Rio Grande do Sul (Liga de Ginástica do Rio Grande 
do Sul), a primeira entidade desportiva em âmbito estadual instituída no Brasil. Seu idioma era o alemão. 
Hoje corresponde ao Sogipa, onde é considerado o berço da ginástica “olímpica” nacional.
Até 1938 os alemães criaram muitas sociedades de ginástica com suas características próprias, 
depois é que foram nacionalizadas.
Em 1942 foi fundado o Departamento de Ginástica na Federação Atlética Rio‑Grandense (Farg), que 
originou 20 anos depois a Federação do Rio Grandense de Ginástica (FRG), sendo o primeiro estado a 
oficializar a prática da ginástica olímpica no Brasil.
Em 1948 foi fundada em São Paulo a Federação Paulista de Halterofilismo (FPH), que, a pedido do 
diretor do Departamento de Educação Física do Estado (Defe), passou a ser uma federação eclética, 
denominando‑se Federação Paulista de Ginástica e Halterofilismo (FPGH). Finalmente, em 1956, foi 
criada a Federação Paulista de Ginástica (FPG).
26
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Segundo Públio (2008), depois de um período que foi considerado como “heroico”, desde o início 
da colonização dos alemães no Rio Grande do Sul, em 1824, a ginástica olímpica foi oficializada, com 
a filiação em 1951 das federações de RS, SP e RJ à Confederação Brasileira de Desportos (CBD). A CBD 
se vincula à FIG, tornando‑se legalmente internacional. Neste mesmo ano se iniciam oficialmente os 
campeonatos brasileiros de ginástica.
Em 1974 o Brasil leva pela primeira vez uma equipe feminina ao Campeonato Mundial da Bulgária e 
em 1978 a ginástica se desmembra da CBD, tornando‑se a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
Em 1980 tivemos a primeira participação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Moscou com os ginastas 
João Luiz Ribeiro e Cláudia Magalhães. Em 1992, Luiza Parente é representante do Brasil nos Jogos 
Olímpicos de Barcelona. No ano de 1999, com a 17ª colocação no Campeonato Mundial em Pequim, o 
Brasil consegue classificar duas ginastas para as Olimpíadas de Sidney: Daniele Hypólito e Camila Comin.
Em 2000 – Olimpíadas de Sidney, Daniele Hypólito obtém uma surpreendente 21° colocação na 
competição individual geral.
Em 2001 a ginasta Daniele Hypólito consegue a primeira medalha do Brasil em um mundial, ficando 
com a segunda colocação no solo.
Em 2003 Daiane dos Santos executa um exercício de alto grau de dificuldade no solo, que recebe seu 
nome – “Dos Santos” – pela Federação Internacional de Ginástica e ganha a primeira medalha de ouro para 
o Brasil em um mundial, ajudando a equipe brasileira a conquistar a oitava colocação, o que permitiu pela 
primeira vez que o país levasse uma equipe completa para os Jogos Olímpicos da Grécia em 2004.
Desse modo, nos Jogos de Atenas, a equipe feminina do Brasil classifica‑se em 9°, a apenas 0,079 da 
final olímpica; Daniele Hypólito fica em 12° e Camila Comin em 14° na final individual geral.
Em 2007, nos Jogos Pan‑Americanos do Rio de Janeiro, as equipes masculina e feminina do Brasil 
ficam com a medalha de prata.
No Mundial de Stuttgart, Alemanha, a equipe feminina do Brasil classifica‑se em 5° lugar na final por 
equipes e, mais uma vez, classificam uma equipe completa para os Jogos Olímpicos. Na final individual 
geral, a ginasta Jade Barbosa fica com a medalha de bronze. No setor masculino o ginasta Diego Hypólito 
ganha a medalha de ouro na final do aparelho solo.
Em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim – China, no feminino o Brasil faz história ao classificar‑se 
para a final por equipes, terminando a competição em 7° lugar, e no individual geral Jade Barbosa se 
classifica em 10° lugar. Na equipe masculina Diego Hypólito classifica‑se em 1° para a final de solo, 
porém termina em 6° após falhar na última acrobacia de sua série.
Em 2012, nos Jogos Olímpicos de Londres, tivemos nossa primeira medalha olímpica no setor 
masculino com o ginasta Arthur Zanetti fazendo história, tornando‑se o primeiro campeão olímpico do 
Brasil nas argolas.
27
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Em 2016, pela primeira vez disputamos uma olimpíada com a equipe masculina e feminina completa. 
Nosso medalhista olímpico de 2012 consegue mais uma medalha nas argolas – prata. Diego Hypólito 
obtém outra medalha de prata no aparelho solo, seguido por Arthur Nory Oyakawa Mariano – bronze 
– no mesmo aparelho.
2.2 Aspectos históricos da Federação Internacional de Ginástica (FIG)
O belga Nicolas J. Cupérus (1842‑1928) foi quem se dedicou para que os exercícios físicos fossem 
propagados. Já havia um grande número de agremiações de ginástica espalhadas pela Europa, sendo 
a primeira na Suíça, em 1832; em 1860 foi criado na Alemanha; em 1865, origina‑se a Federação da 
Bélgica; em 1867, a Federação da Polônia; em 1868, a Holandesa; em 1873, a União da Sociedade de 
Ginástica da França.
Desse modo, em 1881 Cupérus convidou vários representantes das federações a participarem da 
primeira Assembleia Internacional de Ginástica em Liège, Bélgica. Fundou‑se a Federação Europeia de 
Ginástica, com o próprio Nicolas J. Cupérus como presidente, e a partir de 1921 passou a se chamar 
Federação Internacional de Ginástica, ainda com Nicolas J. Cupérus na presidência.
Nos primeiros torneios, as provas não eram apenas de ginástica. Havia também provas atléticas e até 
folclóricas (saltos, lançamento de pedras, halteres, subidas em corda lisa, corrida de velocidade, natação, 
bailados etc.), mudando a cada torneio, dependendo do país que o organizava (PÚBLIO, 2008).
A partir dos Jogos Olímpicos de 1952, a ginástica artística foi reconhecida como esporte olímpico, 
no conceito atual, com regras definidas quanto a julgamento, aparelhagem, número de ginastas por 
equipes, avaliação, e a FIG trabalhando junto com o Comitê Olímpico Internacional.
Até 1948, nos Jogos Olímpicos de Londres e no Campeonato Mundial de 1954, em Roma, as 
competições eram realizadas ao ar livre (estádios), passando a partir daí a serem efetuadas em 
recintos fechados.
Figura 14 – O alemão Weingartner nas argolas. Cartão‑postal do Museu Olímpico de Lausanne
28
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
A FIG homologou em 16 de março de 1979 o termo gymnastique artistique (ginástica artística) no 
estatuto da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).
A CBG, através de uma assembleia realizada em 2006, oficializou a denominação ginástica artística 
para a modalidade esportiva que também é adotada em muitos países, apesarde no Brasil ainda ser 
possível deparar‑se com o termo “ginástica olímpica”.
2.3 A ginástica artística nas olimpíadas
Em 1896 a ginástica já se faz presente na primeira olimpíada da era moderna, em Atenas. As provas 
incluíam barras paralelas e barra fixa (individual e por equipes), cavalo com arções, salto sobre o cavalo 
e subida na corda lisa vertical.
Em 1900, houve uma competição combinada com salto em altura, salto com vara, salto em distância 
e o cabo de guerra. Em 1908 as equipes eram compostas de muitos ginastas, mais de 50. Em 1932, 
em Los Angeles, os americanos inseriram o tumbling e as “massas com balanceamento”, que foram 
eliminadas pelos alemães em seguida.
As mulheres apareceram pela primeira vez na ginástica nos Jogos de Amsterdã, em 1928, 
começando a competir nos aparelhos masculinos (paralela masculina baixa e argolas com balanço), 
além dos exercícios em conjunto. Só começaram a competir oficialmente em Berlim em 1936, 
quando foram introduzidas as provas de trave de equilíbrio e paralelas assimétricas. Nessa mesma 
olimpíada a ginástica masculina passou a ser realizada sempre nos seis aparelhos. A partir dos 
Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, a ginástica artística feminina passou a competir nos quatro 
aparelhos, quando deixou de ter as provas de conjunto. Então, essas provas foram chamadas de 
ginástica moderna, e depois ginástica rítmica desportiva (GRD), e hoje é outra modalidade olímpica, 
a ginástica rítmica (GR).
Figura 15 – Karl Schumann. Salto sobre o cavalo. Primeira medalha olímpica alemã individual
29
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Figura 16 – Salto feminino sobre o cavalo
Figura 17 – Nadia Comaneci. Campeã Individual, Jogos Olímpicos de 1976
Figura 18 – Vera Caslavska,1964
30
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Figura 19 – Sawao Kato, bicampeão olímpico
3 APARELHOS E PROVAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA
Como sabemos, a ginástica artística em um primeiro momento surgiu como uma atividade exclusiva para 
os homens, uma vez que o objetivo de seu criador, Ludwig Jahn, era a formação de soldados. Contudo, desde 
sua criação, a ginástica sofreu diversas adaptações e evoluções até chegar ao formato que conhecemos hoje.
No presente a ginástica artística é praticada por homens e mulheres. As provas da ginástica mudaram 
muito ao longo das décadas, até chegarmos ao formato atual, em que há provas comuns aos dois 
gêneros e exclusivas para cada naipe.
As provas comuns aos gêneros masculino e feminino são salto sobre a mesa e exercícios de solo; as 
provas exclusivamente masculinas são cavalo com alças, argolas, barras paralelas simétricas e barra fixa; 
as provas exclusivas das mulheres são as barras paralelas assimétricas e a trave de equilíbrio.
3.1 Prova de exercícios de solo
A prova de solo da ginástica artística, seja para homens, seja para mulheres, é realizada sobre o 
tablado, aparelho que em um primeiro momento parece um simples carpete, mas que na verdade possui 
várias partes. Assim, descreveremos a composição do aparelho e suas finalidades.
O tablado é uma superfície quadrada de aproximadamente 14 x 14 metros. Possui várias camadas, 
cada qual com uma finalidade específica.
A parte superior, onde o ginasta se apresenta, é feita de material acarpetado, geralmente em duas 
cores: a parte interna, de cor mais clara, compreende a área de competição, na qual o ginasta deve se 
manter durante sua rotina e mede 12 x 12 metros; a parte externa, mais escura, tem cerca de 2 metros 
de largura e é uma área de segurança, caso o ginasta saia da área de competição durante a execução 
de sua série.
31
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Alguns tablados são de cor única, e nesses casos a área de competição é separada da área de 
segurança por uma linha demarcatória, em geral uma fita de velcro de 5 cm. Alguns carpetes são feitos 
em uma única peça de 14 x 14 metros e outros são constituídos de esteiras que são unidas por fitas de 
velcro da mesma cor do tecido.
Área de competição 
12 x 12 metros
Área de segurança: 2 metros
Figura 20 – Desenho representando a vista superior de um tablado de solo
Abaixo do carpete há uma camada de espuma de látex ou de poliuretano, com o objetivo de absorver 
os impactos das aterrissagens dos ginastas, sem, contudo, ser demasiadamente macio a ponto de 
dificultar o equilíbrio ou a impulsão nos exercícios. Sob a espuma estão diversas placas de compensado 
sobre as quais são fixadas molas (metálicas ou de borracha) para auxiliar na impulsão dos movimentos 
e também amortecer os impactos.
Carpete
Espuma
Compensado
Molas metálicas
Carpete
Espuma
Compensado
Molas de borracha
Figura 21 – Cortes laterais de tablados de solo com molas metálicas e de borracha e suas camadas
32
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Figura 22 – Solo. Olimpíadas de 2016, Rio de Janeiro
3.1.1 A prova de solo masculino
Na prova de solo masculina, o ginasta realiza movimentos e ligações acrobáticas (saltos mortais), 
associados a exercícios de velocidade, força, flexibilidade e equilíbrio. A duração da rotina masculina 
deve ser de no mínimo 50 e no máximo 70 segundos. A série masculina não é acompanhada por música 
e nem há a avaliação da parte coreográfica da série por parte da arbitragem.
Muitos questionam a não inclusão de música e coreografia nas rotinas masculinas. Tal fato está 
ligado à própria história da modalidade, que se desenvolveu valorizando a força e a virilidade associada 
à figura masculina.
“A FIG sempre se opôs ao que chamam de movimentos afeminados para os exercícios masculinos, 
mas o assunto de se colocar música para o exercício de solo masculino sempre foi e é discutido, tendo 
sido, até o presente, rejeitado” (PÚBLIO, 1998).
3.1.2 A prova de solo feminino
Segundo o código de pontuação da FIG, o objetivo principal da ginasta que se exercita no solo 
é apresentar uma rotina que combine, de forma equilibrada, elementos ginásticos e expressões 
artísticas, criando uma composição que esteja em harmonia com o tema e as características da 
música escolhida.
Dessa forma, em sua prova de solo, a ginasta será avaliada não só por sua destreza em 
executar movimentos acrobáticos difíceis, mas também por sua expressão corporal e artística. 
Nenhuma das duas partes (acrobacias ou coreografia) deve prevalecer, devendo haver um 
equilíbrio entre elas na série, realizada ao som da música. Uma expressão corporal pobre e a 
falta de harmonia na prova de solo feminino pode levar a ginasta a perder pontos. A duração 
da apresentação feminina não deve ser menor que 1’10 (70 segundos) e não deve exceder 1’30 
(90 segundos).
33
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
3.1.3 Origem da prova de solo
Os exercícios de solo são uma evolução dos movimentos calistênicos, aos quais foram acrescentados 
elementos acrobáticos. As exibições com aparelhos manuais ou livres sempre fizeram parte do programa 
de competições da ginástica, mas, quando da separação da ginástica nas modalidades artística e rítmica, 
os aparelhos portáteis ficaram com a segunda.
A prova de solo masculina foi oficializada no Campeonato Mundial de Luxemburgo em 1930, quando 
passou a fazer parte do programa oficial da ginástica artística. É interessante notar que as provas eram 
coletivas, com vários ginastas executando movimentos de forma sincronizada. Finalmente, em 1932 – 
nos Jogos Olímpicos de Los Angeles,tornou‑se uma apresentação individual.
Já a prova de solo feminina foi a junção de duas vertentes. Em algumas competições nos Estados 
Unidos, havia a exposição tradicional, com movimentos derivados da calistênia e outra chamada de 
dança. Com a inclusão da música, houve a vinculação das duas apresentações, o que agradou ao 
público. A prova feminina de solo foi incluída no programa da Ginástica Artística e oficializada nos 
Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952.
3.2 Prova de salto sobre a mesa
Originalmente conhecida como salto sobre o cavalo, essa prova faz parte dos programas masculino 
e feminino. Atualmente a única diferenciação entre as provas de homens e mulheres é a altura na qual 
a mesa é colocada. Na regra oficial da FIG para o masculino, a altura é de 1,35 m; para o feminino, 1,25 
m. O salto é uma prova na qual a velocidade e a potência são fundamentais.
Vista lateral
Vista superior
Colchão de 
aterrisagem Pista de corrida: 1m x 25m
Trampolim de molas
Figura 23 – Equipamentos que compõem a prova de salto sobre a mesa
Os equipamentos que compõem a prova são a mesa de salto, o trampolim de molas, a pista de 
corrida e os colchões de aterrissagem.
34
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Figura 24 – Salto sobre a mesa. Olimpíadas de 2016, Rio de Janeiro
O colchão no qual o ginasta aterrissa possui linhas demarcatórias que determinam o espaço ideal 
para a chegada e serve de referência visual para os árbitros. Se, ao aterrissar, o ginasta se desviar do 
centro, pisar nas linhas laterais ou além delas, vai sofrer penalizações na avaliação do salto.
A prova de salto possui três fases bem distintas durante a sua execução:
A primeira é a abordagem do trampolim, em que a corrida executada pelo ginasta até o salto para 
o trampolim é a parte mais importante do exercício. Nenhum ginasta é capaz de realizar bons saltos se 
não conseguir dominar perfeitamente sua corrida. Além de ser veloz, o atleta tem de ser preciso, não 
variando as passadas ou desacelerando a velocidade de aproximação, uma vez que ele tem estar no 
máximo da aceleração ao fim da corrida, ganhando energia, que então será transformada em potência 
nas outras fases do salto.
Figura 25 – Corrida aproximação até abordagem do trampolim
Depois temos o primeiro voo – ou “entrada” do salto, que compreende a fase aérea na qual o 
ginasta sai do trampolim até o apoio na mesa de salto.
35
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Figura 26 – 1º voo: saída do trampolim até o apoio na mesa
Existem algumas formas de entrada para o salto. As mais importantes são:
Em “reversão”, quando não há uma rotação no eixo longitudinal do corpo do ginasta após a saída 
do trampolim até o apoio na mesa; ainda é considerada uma reversão quando há uma rotação no 
eixo longitudinal de 360º; em ambos os casos, o ginasta, no momento do apoio, estará com as costas 
voltadas para o colchão de aterrissagem.
A “rondada” (“rodante”, “roda” e “árabe”) ocorre quando há uma rotação no eixo longitudinal 
do corpo do ginasta entre 90º e 180º após a saída do trampolim até o apoio na mesa; a parte 
anterior ou a lateral do corpo do atleta estará voltada para os colchões no momento do apoio 
das mãos na mesa.
Já o salto Yurchenko que consiste na realização de uma rondada sob a pista de corrida, finalizando 
com os pés no trampolim, com o ginasta de costas para a mesa de salto e, finalmente, a projeção 
do corpo para trás ao apoio na mesa. Também pode ser feito com rotações de 180º ou 360º no eixo 
longitudinal do corpo do ginasta na fase de voo.
360º180º
Reversão
Yurchenco
Reversão 
com uma volta
Yurchenco 
com meia volta
Rondada 
ou rodante
Yurchenco 
com uma volta
360º 180º
Figura 27 – Possíveis formas de execução do 1º voo
36
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
A terceira fase é o segundo voo, que representa o momento entre a perda de contato das mãos do ginasta 
com a mesa de salto, sendo finalizado com a aterrissagem sobre os colchões. É nessa fase que o ginasta busca 
realizar o maior número de rotações em todos os eixos do corpo para alcançar maiores pontuações na prova.
O segundo voo pode ser executado sem mortais (rotações de 360º ou mais em torno do eixo transversal 
do corpo), que são os saltos mais simples do código de pontuação, ou com um ou mais mortais. A 
quantidade de rotações em um ou mais eixos do corpo é que define a dificuldade e, consequentemente, 
o valor de cada salto.
Figura 28 – 2º voo: saída da mesa até a aterrissagem nos colchões
É interessante notar que, apesar do código considerar os mortais no segundo voo como rotações a 
partir de 360º, nenhum salto com mortal tem menos que 540º de rotação, uma vez que, no segundo voo, 
o ginasta parte da posição invertida do corpo.
 Saiba mais
No site da FIG, é possível fazer o download dos códigos de pontuação 
da ginástica artística masculina e feminina:
<http://www.fig‑gymnastics.com>.
3.2.1 Origem da prova de salto
A caixa de salto foi desenvolvida pelo estudioso sueco Pehr Henrik Ling, o precursor da Educação 
Física, no início do século XIX.
A caixa de salto se originou com Ling e seus seguidores. É escusado dizer que se alguém inventou o 
cavalo haveria outro para saltar sobre ele. Originalmente, saltava‑se sobre a largura, usando os arções 
como apoio das mãos. Depois, os homens saltavam sobre o comprimento (longitudinalmente) e as 
mulheres, sobre sua largura (transversalmente), logicamente sem os arções (PÚBLIO, 1998).
37
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Contudo, o cavalo é bem mais antigo que isso. Os romanos o desenvolveram por volta de 
375 d.C., com o intuito de treinar seus soldados em exercícios de cavalaria, monte e desmonte, 
poupando os animais.
Ludwig Jahn introduziu o cavalo em seu primeiro Turnplatz em 1811, e o chamou de “cavalo de 
saltos”. Seus discípulos saltavam sobre o pescoço do cavalo, que também tinha calda e crina.
Ao longo dos anos, o aparelho foi sendo modernizado, perdeu as alças, calda, cabeça e crina, 
tornando‑se mais cilíndrico.
Nas competições masculinas os ginastas precisavam transpor o cavalo em seu sentido 
longitudinal a uma altura de 1,35 m; nos torneios femininos, saltavam no sentido transversal do 
cavalo, colocado a 1,25 m.
Figura 29 – Antigo cavalo para saltos
Entretanto, com a evolução das técnicas de salto e o advento de uma nova forma de entrada, o 
Yurchenko, fizeram com que ele fosse modificado.
Os acidentes em competição passaram a ser frequentes, sobretudo para as mulheres, uma vez que 
elas saltavam no sentido transversal do cavalo. O aparelho tinha aproximadamente 40 cm de largura, 
o que exigia das atletas uma precisão muito grande quando se projetavam às cegas, de costas para o 
cavalo, ao executarem o Yurchenko. Então, a FIG interviu, diminuindo o valor de saltos vindos dessa nova 
forma de entrada para desfavorecer seu uso; porém, devido às vantagens biomecânicas que proporciona, 
facilitando muito as rotações no segundo voo e, por conseguinte, gerando melhores pontuações para os 
ginastas, a medida não se mostrou efetiva.
Depois a FIG desenvolveu um novo equipamento para a prova de salto: a mesa. Mais larga, longa, 
com uma pequena área inclinada e de cor diferente na frente, esse aparelho trouxe mais segurança à 
prova e ainda favoreceu a criação de novas técnicas. Associada a essa evolução, também houve uma 
redução na quantidade de acidentes. A mesa de salto foi oficializada no ano de 2001.
38
Re
vi
sã
o:V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Figura 30 – Mesa de salto (90 cm de largura x 1,20 m de comprimento)
3.3 As barras paralelas simétricas
A prova de barras paralelas simétricas ou simplesmente barras paralelas é exclusiva do gênero masculino. O 
aparelho consiste de dois barrotes de fibra de vidro recobertos com uma capa de madeira, colocados paralelamente 
a uma altura de 2 m do solo. O corpo do aparelho é de ferro e, pelo fato de ser bem pesado, dispensa o uso de 
cabos de aço para fixação. As barras têm 3,50 m de comprimento e um diâmetro entre 41 e 51 mm.
É possível fazer pequenos ajustes na distância entre as barras para adaptá‑la ao porte físico do 
ginasta, porém a margem é pequena: entre 42 e 52 cm. Abaixo e em volta do aparelho há colchões para 
proteger o ginasta em eventuais quedas e também para a realização da saída ao término de sua rotina.
Figura 31 – Barras paralelas simétricas montadas para competição
39
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
A prova de paralelas é constituída basicamente de movimentos de embalo (balanços) entre as 
barras e elementos de voo com retomada, além de passagens pela parada de mãos, elementos de força 
e posições corporais como diversos tipos de esquadros. A rotina de paralela exige do ginasta muito 
equilíbrio, coordenação e agilidade.
3.3.1 Origem das paralelas
Elas foram desenvolvidas pelo próprio Ludwig Jahn e anexadas ao seu turnplatz (área aberta para a 
prática da ginástica) em 1812. Ele elaborou o equipamento para fortalecer os braços dos alunos, que tinham 
dificuldade na execução do volteio do “carneiro”, espécie de cavalo estreito, hoje conhecido como “potrinho”.
Os primeiros movimentos descritos são o de flexionar e estender os braços para fortalecê‑los e o 
balanço para o desenvolvimento corporal. Diferentemente do aparelho atual, as primeiras paralelas 
eram fixadas no solo. A prova de paralelas está presente no programa da ginástica desde a primeira 
edição dos jogos da era moderna, em 1896, quando foram realizadas provas individuais e por equipes.
3.4 A prova de cavalo com alças
A prova de cavalo com alças ou arções pertence à ginástica masculina. Nela o ginasta precisa 
deslocar‑se sobre os braços por toda a extensão do aparelho, em movimentos de tesoura, volteios com 
pernas unidas e afastadas, elevações à parada de mãos, elementos esses executados sobre o corpo do 
cavalo e sobre as alças. O ginasta não pode fazer elementos estáticos durante a execução da rotina, que 
deve ser contínua.
O aparelho tem 1,15 de altura, medidos a partir do chão, comprimento total de 1,60 m e 35 cm 
de largura. As alças, feitas de material plástico e recoberta com madeira, ajustam‑se entre 40 e 45 cm 
e têm 12 cm de altura. O corpo do cavalo é arredondado para evitar traumas e revestido de tecido 
maleável. As alças têm formato cilíndrico e também tem perfil arredondado nos cantos. Como nos 
demais equipamentos da ginástica, são instalados colchões de proteção no entorno do aparelho.
A prova requer do executante muita resistência, equilíbrio e agilidade, além da sempre necessária 
coordenação motora.
Figura 32 – Cavalo com alças, lado esquerdo e argolas, lado direito
40
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
3.4.1 A origem do cavalo com alças
Como já visto anteriormente, o cavalo foi desenvolvido pelos romanos para o treinamento de 
soldados. Data do século IV a primeira descrição do cavalo de madeira, através dos desenhos do romano 
Vegetino, nos quais é possível verificar os soldados se exercitando no aparelho. Jahn incluiu o artefato 
em seu primeiro turnplatz no ano de 1811 para exercícios de saltos, e ele o chamou de “trabalho lateral”.
3.5 A prova de argolas
Os exercícios nas argolas fazem parte do programa masculino da ginástica artística. O equipamento 
compreende um pórtico de metal de aproximadamente 6,0 m de altura, fixado ao solo por meio de 
cabos de aço. Dele pendem dois cabos de aço, que, em sua extremidade inferior, unem‑se a duas faixas 
de couro ou outro material resistente, que, por sua vez, sustenta as argolas.
As argolas ficam distantes do solo (2,80) e são separadas lateralmente em 50 cm. Têm diâmetro 
interno de 18 cm e sua empunhadura é de 28 mm.
1,20 m
min 260
30
0
28
0
Figura 33 – Medidas das argolas
Força e equilíbrio são fundamentais para a realização dos movimentos nas argolas, o único 
aparelho móvel da ginástica. Posições estáticas de força, embalos da suspensão ao apoio e 
movimentos de rotação compõem essa prova. Durante os movimentos dinâmicos, as argolas se 
movimentam junto com o ginasta, porém, quando o atleta executa uma posição estática, as argolas 
devem permanecer imóveis.
41
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
GINÁSTICA ARTÍSTICA
3.5.1 A origem das argolas
Aparentemente as argolas são de origem italiana, pois eram chamadas de romischi rings ou aros 
romanos. No início havia argolas em formato triangular, além da tradicional figura redonda; o formato 
triangular provavelmente era baseado nos estribos utilizados para montaria.
As primeiras argolas eram feitas de ferro e recobertas com couro; depois vieram as argolas de 
madeira, mais finas, mas que se quebravam com frequência. As argolas atuais são feitas de material 
sintético (plástico ou fibra de vidro) e recobertas com uma película de madeira.
3.6 A prova de barra fixa
Essa prova também é exclusiva dos homens. O corpo da barra fixa é constituído de dois tubos 
metálicos de diâmetros diferentes, de forma que um se encaixa dentro do outro, permitindo a regulagem 
da altura do aparelho através de pequenos furos espaçados regularmente. O equipamento é fixado ao 
solo por meio de cabos de aço.
A barra deve estar a 2,80 m do solo, tem comprimento total de 2,40 m e 28 mm de diâmetro. É 
feita em aço, porém possui elasticidade suficiente para acompanhar os movimentos, sem, contudo, 
deformar‑se com o uso.
Os movimentos característicos da barra fixa são os grandes balanços (giros gigantes), as largadas, as 
retomadas, as trocas constantes de posicionamento das mãos (tomadas dorsal, palmar, mista e cubital) 
e direções dos movimentos. A rotina deve ser contínua, pois as pausas ao longo da série são penalizadas 
pela arbitragem.
 Lembrete
A prova de barra fixa não é considerada uma prova de força, exigindo 
mais da parte coordenativa e da agilidade do ginasta, tanto é que os 
movimentos devem ser feitos utilizando o embalo do corpo – elementos 
feitos com uso demasiado e evidente da força são penalizados.
Figura 34 – Barra fixa
42
Re
vi
sã
o:
 V
ito
r -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: M
ár
ci
o 
- 
12
/0
1/
20
17
Unidade I
Figura 35
3.6.1 A origem da barra fixa
A barra é um aparelho muito antigo, anterior à criação da ginástica de Jahn. Contudo, coube a ele 
popularizar seu uso. As primeiras barras eram de madeira e, em meados do século XIX, foram substituídas 
por barras de aço.
Os exercícios em barras estão associados à ação natural das crianças de subir e se pendurar nos 
galhos das árvores, provavelmente por isso o aparelho é tão antigo. Corroborando essa ideia está o fato 
da primeira barra da Jahn ter sido chamada de “galho horizontal de carvalho”.
3.7 A trave de equilíbrio
A trave de equilíbrio certamente é o aparelho mais desafiador da ginástica artística feminina. Para 
um bom desempenho nessa prova, não basta ter excelente técnica e preparo físico, mas sim um grande 
controle emocional.
O nome da prova se justifica pelas dimensões do aparelho: a trave, apesar de ter 5,0

Outros materiais