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Câncer Bucal

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UniAGES
CENTRO UNIVERSITÁRIO 
BACHARELADO EM ODONTOLOGIA
ANNY JANINE NUNES DA SILVA
Câncer bucal
Produção Única apresentada no curso de Odontologia da UniAGES como um dos pré-requisitos para a obtenção da nota parcial, no II período, sob orientação do professor Daniel Delgado Queissada.
Paripiranga - BA 
Outubro de 2017
INTRODUÇÃO
Paciente compareceu à Unidade Básica de Saúde (UBS) de Paripiranga/BA e após anamnese foi visto que o paciente era etilista e tabagista crônico. Com exames extra e intra-oral o cirurgião-dentista observou uma alteração na mucosa do lábio inferior, o paciente revelou que não faz o uso de protetor labial, que esta alteração apareceu há dois meses e não incomodava. O desenvolvimento a seguir discorre sobre o câncer bucal decorrente dessas alterações na mucosa bucal.
DESENVOLVIMENTO
O câncer é o crescimento desordenado de células. O crescimento desordenado de células cancerígenas se dá por elas não morrem como células comuns e continuarem se multiplicando e formando novas células anormais. Quando o crescimento da célula não é controlado, forma-se uma massa de tecido, os tumores, que são denominados neoplasias. Elas podem ser benignas ou malignas, as benignas não invadem outros tecidos, são os lipomas, miomas e adenomas. As malignas tem crescimento acelerado e podem invadir outros tecidos, é o câncer. O câncer pode então ser classificado em alguns estágios, carcinoma e invasivo. O carcinoma é a fase inicial, que ainda não pode invadir outros órgãos; o invasivo pode chegar à corrente sanguínea e se proliferar para outras partes do corpo. (INCA, 2012)
Em 2008 foram registrados 12,4 milhões de pessoas diagnosticadas com câncer e consequentemente 7,6 de mortes decorrentes da mesma. Dentre as diversas neoplasias, o câncer de boca ainda é pouco conhecido em relação às outras, porém vem tomando destaque, pois é um problema grave e crescente, sendo o quinto tipo de neoplasia maligna mais comum entre homens e o décimo segundo entre mulheres no Brasil. (ANDRADE et al, 2016)
O câncer da boca e da orofaringe é a categoria abrangente de localização de neoplasias que na maior parte dos casos refere-se ao carcinoma epidermóide. Esse tipo de câncer acomete mais frequentemente o lábio inferior, o terço maior da língua, as glândulas salivares maiores e o soalho da boca. O carcinoma espinocelular é a principal neoplasia que afeta essa região. Ocorre com a combinação de fatores do hospedeiro, como herança genética, sexo e idade, e de fatores externos. Os fatores externos mais associados são: tabagismo, alcoolismo, exposição à radiação solar, fatores ocupacionais e má higiene bucal. (PINTO, 2017)
O carcinoma espinocelular se apresenta em formato de úlcera em cratera com bordas elevadas, base endurecida e áreas de necrose central. Apresenta ainda aspecto irregular e crescimento rápido. Em seu estágio inicial apresenta manchas brancas ou vermelhas e superfícies indolores, porém com forme o agravamento as ulcera aumento o seu tamanho, apresentam presença de sintomatologia dolorosa e odor fétido. Essa neoplasia pode ainda afetar outra áreas dificultando assim a fala, a mastigação e a deglutição. (FREITAS et al, 2016)
O tabagismo está vinculado a mais de vinte tipos de câncer, tendo relação muito próxima com o câncer bucal e lesões pré-cancerosas, sendo o fator primordial, usuários do mesmo apresentam probabilidade de 4 a 15 vezes maior de desenvolver a neoplasia do que de um não fumante. No tabaco e na fumaça – que entra na boca com temperatura de aproximadamente 70ºC, podendo causar ferimentos na mucosa da boca – são identificadas mais de 4.700 substâncias tóxicas, entre elas nitrosaminas e hidrocarbonetos policíclicos carcinogênicos, elementos esses que podem causar dano ao DNA e causar mutações. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o fumo é o principal causador de morte por câncer do país. (VIEIRA et al, 2015)
O álcool é o segundo fator mais recorrente em relação ao câncer de boca. O etanol em si não é cancerígeno, porém ele possui uma substância chamada acetaldeido que pode se acumular no epitélio bucal quando se possui um consumo contínuo do álcool, causando alterações, como a quebra da fita de DNA e a formação de complexos que comprometem o metabolismo celular. Por outro lado, o etanol facilitar a entrada de agentes cancerígenos, pois modifica a permeabilidade do epitélio. O álcool impede as barreiras epiteliais de se organizar, causando assim a desidratação e a entrada de agentes externos, como visto acima. Como fígado é o principal afetado no consumo crônico de álcool, pois é nele que o álcool é degradado, com o comprometimento desse órgão, toxinas podem começar a vir afetar outros tecidos, como a mucosa bucal. (FREITAS et al, 2016)
 A utilização de filtro solar é imprescindível em qualquer exposição ao sol, principalmente nos horário de maior irradiação solar, entre 10 horas da manhã e 16 horas da tarde, o tipo de câncer mais comum decorrente dessa exposição prolongada, é o câncer de pele, porém o de boca também tem uma porcentagem significante de casos, pois a não utilização de protetor labial pode causar lesões nos lábios que consequentemente podem vir gerar um câncer. (DOMINGOS et al, 2014)
Outros fatores de risco que podem ser citado também são: o papiloma vírus humano (HPV) que está possivelmente associado com lesões benignas e malignas; a alimentação, que quando adequada (rica em carotenoides e vegetais pobres em amido) pode diminuir a incidência de câncer; o uso inadequado de próteses dentárias; a má higienização oral e a consequente perda dentária pois leva a alteração da flora oral. (GALBIATTI, 2013)
Como esta patologia na maioria das vezes só é diagnostica tardiamente, o diagnostico precoce é de suma importância, pois quanto mais cedo se tratar, mais chances de um bom prognóstico com baixa taxa de mortalidade. O exame físico pode ser realizado por cirurgiões-dentistas que precisam observar minuciosamente as regiões dos lábios, língua, gengiva, assoalho de boca, mucosa da bochecha, vestíbulo da boca, palato, úvula e glândulas maiores e menores em busca de lesões, manchas ou úlceras. Porém somente o exame físico não dá total precisão no diagnóstico, é necessário então fazer biopsias que podem ser de dois tipos: incisional que remove parte do tumor, geralmente para lesões malignas; e excisional onde o tumor é retirado totalmente, indicado para lesões menores e benignas. Apesar de não haver evidências de que o autoexame seja uma medida de prevenção, ele é de suma importância, pois é simples, fácil e pode ser feito por qualquer um. O Instituto Nacional do Câncer indica esta técnica da seguinte forma: 1º: lavar bem a boca e remover próteses dentárias, se houver; 2º: de frente para o espelho observar a pele do rosto e do pescoço em busca de algo diferente, tocando de modo suave com os dedos todo o rosto; 3º: apalpar a parte interna dos lábios inferior e superior; 4º: examinar com o dedo indicador a parte interna das bochechas; 5º: introduzir o dedo indicador por baixo da língua e o polegar por baixo do queixo, apalpando todo o assoalho da boca; 6º: inclinar a cabeça para trás e em seguida dizer “ÁÁÁÁ” observando o fundo da garganta, em seguida apalpar todo o céu da boca; 7º: observar a língua nas partes de cima, de baixo e das laterais; 8º: apalpar toda a extensão da língua; 9º: apalpar todo o pescoço vendo se existe alguma diferença; 10º: apalpar a parte de baixo do queixo, todo o seu contorno. A procura por um médico ou cirurgião-dentista caso haja alguma alteração é essencial. (PINTO, 2017)
Para que haja prevenção do câncer bucal, é necessário intervenções de profissionais da área da saúde, e principalmente os da saúde bucal, para com a restrição do uso do tabaco e do álcool, assim como medidas educativas e de orientação. Importante também ressaltar o uso de protetor solar para trabalhadores rurais, garis, entre outros profissionais que trabalhem com muita exposição solar. (BEZERRA, 2016)
CONCLUSÃO
Sobre ocâncer de boca, o melhor de tudo é a prevenção e o controle do tabagismo e alcoolismo, porém quando todas as medidas de prevenção não conseguem impedir a doença, é sempre bom intervir antes que a mesma avança para estágios mais severos podendo levar o óbito. Com o diagnóstico prévio e quando tratado de maneira correta, neste tipo de neoplasia 80% dos casos tem cura, segundo o INCA.
O tratamento pode ser feito por meio de cirurgias ou radioterapia, que podem ser usadas de forma isolada, ou associadas. No estágio 0, o tumor mesmo não sendo invasivo, pode evoluir para um tumor maligno, sendo então necessário uma pequena cirurgia para remoção. Nos estágios I e II, pode ser utilizado tanto a cirurgia quanto a radioterapia, em ambas se obtém bons resultados, depende então do profissional e do paciente observar qual causa menos sequelas; a maioria desses casos tem uma grande chance de cura. Os estágios II e IV são tumores maiores que podem invadir outras regiões, como o pescoço, nestes casos é empregado na maioria das vezes à combinação de cirurgia e radioterapia, respectivamente.
O cirurgião-dentista tem um papel muito importante no combate ao câncer bucal, pois em vistas de rotina, ele pode detectar sintomas do câncer e se necessário encaminhar para um oncologista. Como cirurgiões-dentistas, deve-se sempre considerar a possibilidade de câncer de boca quando apresentado qualquer anormalidade na cavidade bucal, principalmente em pacientes de alto risco (homens, com 40 anos ou mais).
É de suma importância também os profissionais da área de saúde bucal estar sempre conscientizando sobre esta neoplasia que no inicio é silenciosa, porém é muito preocupante e letal. 
REFERÊNCIAS
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. ABC do Câncer: Abordagens básicas para o controle do câncer. 2ª ed. rev. e atual – Rio de Janeiro. Inca, 2012. 129p.
ANDRADE, D. L. et al. Conhecimento e atitudes de acadêmicos de odontologia sobre câncer bucal. Arch Health Invest. 2016;5(2):90-7
PINTO, V. G. Saúde Bucal Coletiva. 6ª ed. São Paulo: Santos, 2017
VIEIRA, A. C. et al Tabagismo e sua relação com o câncer bucal: uma revisão de literatura. Revista Bionorte, v. 4, n. 2, jul. 2015.
FREITAS, R. M. et al. Fatores de risco e principais alterações citopatológicas do câncer bucal: uma revisão de literatura. RBAC. 2016;48(1):13-8 
CARRAD, V. C. et al. Álcool e Câncer Bucal: Considerações sobre os Mecanismos Relacionados. Revista Brasileira de Cancerologia 2008; 54(1): 49-56
DOMINGOS, P. A. S. et al. Câncer Bucal: Um problema de saúde pública. Rev. Odontol. Univ. Cid. São Paulo 2014; 26(1): 46-52, jan-abr
GALBIATTI, A. L. S. et al. Câncer de cabeça e pescoço: causas, prevenção e tratamento. Braz. j. otorhinolaryngol.,  São Paulo,  v. 79, n. 2, p. 239-247,  Apr.  2013. 
BEZERRA, T. A. Relato de experiência: estratégia de prevenção do câncer de boca no município de Campina Grande, Paraíba. Rev. APS. 2016 out/dez; 19(4): 661 – 664

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