Buscar

Documentário de Michel Foucault RESENHA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Resenha do filme Michel Foucault 
Aluna: Ester leme silva
Matricula: 2012017831315
Michel Foucault foi essencial para reescrever a história da loucura, da psiquiatria e as formas da sociedade moderna lidar não só com a loucura, mas com todos os tipos de divergência, desvio e diferença cultural e social. Foucault foi também um representante significativo no debate da Reforma Psiquiátrica.
Para Foucault não existe loucura como é vista principalmente desde o surgimento da Psiquiatria e Psicologia, para ele a “loucura” não é nada mais que uma razão própria e que ninguém entende. É uma linguagem particular e que finda em si mesma.
Antes a loucura teve a existência relacionada com os deuses e outros significados mais. As significações da loucura mudaram ao longo da história. Na visão de Homero, os homens não passariam de bonecos à mercê dos deuses. Para Sócrates, este fato geraria alguns tipos de loucuras, como: “a profética”, em que os deuses se comunicariam com os homens possuindo o corpo de um deles, o oráculo. “A ritual”, em que o louco se via conduzido ao êxtase através de danças e rituais, ao fim dos quais seria possuído por uma força exterior.
Segundo Foucault, foi então com a razão contemporânea que a loucura passou a ser “entendida”. Apesar de serem contraditórias, uma fundamenta a outra. É na razão que a loucura passa a ter um sentido. Foi essa visão que mudou o homem contemporâneo, afastando a razão da loucura. Sendo assim, o homem da contemporaneidade deixou de se “comunicar” com o louco e foi por isso que também a ciência o transformou numa patologia. 
A Psicologia é tida como a ciência do moralismo, detentora da verdade. Por causa desse acontecimento é que Foucault vai teorizar sobre uma invenção e não sobre uma evolução da sociedade. Nada, de fato, evoluiu. 
No século XIX ou até anterior a este século, a Psicologia e a Psiquiatria têm mudado a sua forma de encarar a loucura (apesar de muitas falhas ainda presentes). Como foi dito, as influências das ideias de Michel Foucault – sua caixa de ferramentas conceituais – na reforma psiquiátrica foram bastante intensas, com o intuito de esclarecer as condições de possibilidade de noções como as de loucura, doença mental e desrazão.
Outro ponto abordado por Foucault, além da loucura, é o poder. Para ele, o poder não pode ser localizado, não pode ser centralizado numa instituição ou Estado. Sendo assim, ele criticava o marxismo por isso, já que não é mais possível uma tomada de poder. O poder não é considerado como algo que o sujeito tem, mas sim uma relação de forças. E por ser uma relação, o poder é onipresente, ou seja, está em todas as partes. O sujeito está emaranhado nesse poder e jamais poderá sair dele, não poderá ser independente do mesmo. Além do mais, o poder está relacionado à produção de uma verdade e de um saber, constituindo verdades e práticas, como é o caso da Medicina, e como é o caso do jurídico, da política e da educação. 
Mais outro ponto que é abordado por Foucault é a identidade. A identidade já foi questionada por Kant, mas Foucault a remete com um olhar específico. A identidade se constitui na esfera pública, quando não, num condicionamento psicológico, que mesmo num campo privado, o sujeito procura uma identidade para ser reconhecido, mas é na sociedade que procuramos conquistar a identidade, é no espaço público que se revela “quem somos”; pelo menos idealizam isso e vamos à busca dessa ilusão. Então, é com a identidade que o sujeito pode ou não fazer parte de um determinado segmento. Enfim, resumidamente, o que é identidade? Para que serve? A identidade nada mais é que um produto do poder, uma utopia que as pessoas precisam conquistar, o lema “ser gente na vida”, e serve para “controlar” as mesmas. Fora dessa identidade, as pessoas são consideradas marginais ou desinteressantes por não levar o crachá de Doutor ou coisa similar.
Enfim, Foucault trabalha a questão do conceito, da crítica da racionalidade, e da tentativa de compreender o saber. Nisso, está muito próximo da epistemologia, pois sabemos que a epistemologia é um trabalho muito restrito que investiga a ciência em sua atualidade. Foucault tinha, contudo, interesses muito além da ciência, quais sejam as ciências humanas.
É importante ressaltar que Foucault não condenava a ciência, o Direito, a educação em si, até porque não é a cientificidade que é a questão primeira da medicina: há questões políticas e ideológicas por trás. O Direito e as formas jurídicas também não são apenas uma questão de ciência, mas uma trama política. Foucault se ocupava muito mais disso, que compõe a famosa relação de poder.
E a transformação do poder é atingir, cada vez mais, a alma, e não o corpo. Isso está no começo de “Vigiar e punir” de Foucault, quando o suplício deixa de ser um espetáculo público de castigo e é introjetado na subjetividade do condenado; assim a educação introjeta algo moral absoluto na subjetividade humana, desde criança, a psiquiatria rotula a subjetividade humana dizendo o que é ou não normal, a psicologia procura colocar o sujeito no mundo tido como normal, ou seja: fazê-lo funcionar e ser útil para o sistema social novamente. Enquanto era o sistema que deveria mudar, aceitando a singularidade de cada um, é o sujeito que muda e é obrigado a seguir um padrão social.
Daí também o surgimento de muitas questões emocionais, como angústia, depressão e estresse, e isso mostra o quanto a sociedade do consumo, da ciência e da moral, com o intuito de dominar o homem, padronizou a subjetividade humana, lhe ensinando como ser feliz, ao invés do próprio sujeito aprender a lidar com a sua singularidade e ser feliz ao seu modo.

Outros materiais