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EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Capítulo 5: Análise através de volume de controle �Volume de controle �Conservação de massa EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Introdução • Existe um fluxo de massa da substância de trabalho em cada equipamento desta usina, ou seja, na bomba, caldeira, turbina e condensador. • Assim, não se pode analisar cada equipamento como um sistema termodinâmico fechado. EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Introdução • Além da transferência de energia na forma de calor e trabalho, já vista para sistemas termodinâmicos, existe também o transporte de energia associado à massa que escoa para dentro e para fora de cada equipamento. • Logo, uma análise termodinâmica completa deve considerar a transferência de calor e de trabalho e o transporte de energia associado ao transporte de massa. EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Volume de controle (VC) • É um volume arbitrário do espaço através do qual há massa entrando e saindo. • Seu contorno geométrico é denominado de superfície de controle: – Esta superfície pode ser real ou imaginária; – Pode estar em repouso (estacionária) ou em movimento (móvel). • Através da superfície de controle pode atravessar: – Massa, trabalho, calor e quantidade de movimento. • Em geral, qualquer região do espaço pode ser escolhida como volume de controle. No entanto, uma escolha apropriada pode simplificar bastante a resolução de um problema. EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Estudo de um volume de controle • No estudo termodinâmico de um sistema o interesse se concentrava nas mudanças das propriedades (pressão, temperatura, volume específico, entalpia, etc.). • No estudo de um VC, além de continuar avaliando as mudanças das propriedades, procura-se: – conhecer as forças que atuam sobre o fluido que atravessa a superfície de controle; – e também a reação exercida pelo fluido sobre a superfície de controle. • Muitas vezes o interesse é maior no efeito do movimento de uma massa de líquido, que no movimento em si. EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Princípios de conservação • Na análise do sistema termodinâmico foi usado o princípio da conservação da energia (Primeira lei) e a Segunda lei da termodinâmica. • No volume de controle, além destes, é necessário também analisar o princípio da conservação de massa e da conservação de quantidade de movimento, uma vez que existe fluxo de massa. EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Conservação de massa para VC O princípio da conservação de massa para VC enuncia que: Superfície de controle VC Entrada “e” Saída “s” − = t instante no s"" saída da através massa de escoamento de taxa t instante no e"" entrada da através massa de escoamento de taxa t instante no VC dointerior no contida massa de variação de taxa EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Conservação de massa para VC se VC mm dt dm •• −= Superfície de controle VC Entrada “e” Saída “s” mente.respectiva saída na e entrada na ea)(instantân massa de taxas as sãomem se •• EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Conservação de massa para VC • Em geral podem existir vários locais na superfície de controle através dos quais a massa entra e sai. • Logo, para múltiplas entradas e saídas, tem-se: ∑∑ •• −= se VC mm dt dm EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Escoamento Unidimensional • Quando uma corrente de fluxo de matéria entrando ou saindo do VC é: – Normal à superfície de controle nos locais em que a massa entra e sai do VC, e – Todas as propriedades intensivas são uniformes com a posição (se mantém constantes ao longo da área da seção reta do escoamento); diz-se que o escoamento é unidimensional. Área = A Ar V, T, ρ EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Escoamento Unidimensional • Considerando a velocidade de escoamento do ar (V) e a densidade do ar (ρρρρ), num escoamento unidimensional a taxa de massa ou vazão mássica (kg/s) será: ρAV= • m Área = A Ar V, T, ρ Ou ainda: ν AV = • m Onde νννν é o volume específico (m3/kg) AV é a taxa volumétrica ou vazão volumétrica EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Conservação de massa para VC • Assim, considerando que o VC tenha apenas uma entrada e uma saída, obtém-se: ssseee VC VAVA dt dm ρρ −= • Analogamente, quando o VC tiver várias entradas (e) e várias saídas (s), obtém-se: ∑∑ −= se VC AVAV dt dm ρρ EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Escoamento em regime permanente • Quando as variáveis do escoamento num ponto do espaço não variam com o tempo, diz-se que o escoamento ocorre em regime permanente. • Analisando do ponto de vista do fluxo de massa, a identidade da matéria no VC varia continuamente, porém a quantidade total de massa presente em qualquer instante permanece constante. • Logo: 0= dt dmVC se mm •• = EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Escoamento em regime permanente • Assim, num escoamento em regime permanente (a taxa de massa do VC se mantém constante) as taxas totais de entrada e saída de massa são iguais. • No entanto, apenas esta igualdade não implica necessariamente que o escoamento seja em regime permanente, pois pode ocorrer de propriedades estarem variando com o tempo, como por exemplo a pressão ou a temperatura. se mm •• = ssseee VAVA ρρ = EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Escoamento em regime permanente • Quando um fluido incompressível (ρρρρ constante) escoa através do VC, tem-se: se se VV AA > < ssee VAVA = • Isto é o que geralmente acontece quando se trata do escoamento de um líquido. • Esta relação fornece imediatamente uma descrição qualitativa da velocidade na entrada e na saída do VC: VC Ve Vs Este VC representa um difusor. O inverso seria um bocal. EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Exemplo: Um aquecedor de água operando em regime permanente apresenta duas entradas e uma saída. Na entrada 1, o vapor d’água entra a P1 = 7 bar, T1 = 200oC e com uma vazão mássica de 40 kg/s. Na entrada 2, água líquida a P2 = 7 bar e T2 = 40oC entra através de uma área A2 = 25 cm2. Líquido saturado a 7 bar sai em 3 com uma vazão volumétrica de 0,06m3/s. Determine as vazões mássicas na entrada 2 e na saída (kg/s) e a velocidade na entrada 2 (m/s). 12 3 T1=200oC P1=7 bar skgm /401 = • T2=40oC P2=7 bar A2=25 cm2 LS P3=7 bar (AV)3=0,06 m3/s VC ?? V2 e m ,m 32 •• EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero 12 3 T1=200oC P1=7 bar skgm /401 = • T2=40oC P2=7 bar A2=25 cm2 LS P3=7 bar (AV)3=0,06 m3/s VC ?? V2 e m ,m 32 •• 321 ••• −+= mmm dt dmVC Como o escoamento é em regime permanente: 1323210 •••••• −=⇒−+== mmmmmm dt dmVC No escoamento unidimensional: 3 3 ν (AV) = • 3m EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero 12 3 T1=200oC P1=7 bar skgm /401 = • T2=40oC P2=7 bar A2=25 cm2 LS P3=7 bar (AV)3=0,06 m3/s VC ?? V2 e m ,m 32 •• O fluido na saída é líquidosaturado. Logo, o volume específico da água líquida saturada a P3=7 bar (700 kPa) é: νννν3 = 0,001108 m3/kg kg/s 14,15, =−=−= ••• 401554132 mmm kg/s 54,15 , , ν (AV) 3 3 === • 0011080 060 3m EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero 12 3 T1=200oC P1=7 bar skgm /401 = • T2=40oC P2=7 bar A2=25 cm2 LS P3=7 bar (AV)3=0,06 m3/s VC ?? V2 e m ,m 32 •• Considerando que o escoamento na entrada 2 também é unidimensional tem-se: De acordo com as propriedades na entrada 2 (T2=40oC e P2=7bar) conclui-se que o estado da água é de líquido comprimido (LC). Como não há uma tabela com as propriedades da água como LC, pode-se aproximar o νννν2 com o νννν2 de LS na mesma temperatura (T2). Logo, νννν2 será: 0,001008 m3/kg. 2 2 2 2 2 A νV ν (AV) • • =⇒= 22 m m EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero 12 3 T1=200oC P1=7 bar skgm /401 = • T2=40oC P2=7 bar A2=25 cm2 LS P3=7 bar (AV)3=0,06 m3/s VC ?? V2 e m ,m 32 •• Assim: m/s 5,7,, A νV 2 2 2 = ∗ ∗ == − • 4 2 1025 00100801514m No escoamento permanente, a soma das vazões mássicas da saída é igual a soma das vazões mássicas de entrada. E a soma das vazões volumétricas na entrada é igual a soma na saída ?? EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero 12 3 T1=200oC P1=7 bar skgm /401 = • T2=40oC P2=7 bar A2=25 cm2 LS P3=7 bar (AV)3=0,06 m3/s VC ?? V2 e m ,m 32 •• Na entrada 2: As propriedades em 1 indicam que a água encontra-se no estado de vapor superaquecido (VS). Como não há na tabela de VS um valor para νννν1 a P1, faz-se a interpolação: νννν1=0,3064 m3/kg. /sm ,,,VA 322 01400010080151422 =∗== • νm /sm ,,VA 311 2612306404011 =∗== • νm 33 3 2211 VA/sm 12,274 0,014 12,26VAVA ≠=+=+ A soma das vazões volumétricas na entrada NÃO é igual a soma na saída. Por quê??? EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero No escoamento em regime permanente ocorre conservação de vazão mássica porém NÃO há conservação de vazão volumétrica quando a densidade (ou o volume específico) NÃO for constante!!!!! EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero Exemplo: O tanque de água mostrado na figura abaixo recebe água através da válvula 1, com uma velocidade V1 = 10ft/s, e da válvula 3, com uma vazão volumétrica de 0,35ft3/s. Determine a velocidade através da válvula 2 requerida para manter o nível constante de água no tanque. Considere a água um fluido incompressível. 2 1 D = 3 ft d1 = 2 in V1 = 10ft/s d2 = 3 in d3 = 3 in (AV)3 = 0,35 ft3/s?? V2 3 h Pela equação de conservação da massa em VC: 231 ••• −+= mmm dt dmVC 231 ••• −+= mmm dt Ahd VC)(ρD EM-524 Fenômenos de Transporte Profa. Dra. Carla K. N. Cavaliero FIM!
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