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AULAS 04,05 E 06 - JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL OBJETIVOS DE UMA CONSTITUIÇÃO Toda Constituição possui três objetivos básicos: Organizar a estrutura do Estado Limitar o exercício do Poder Instituir os Direitos Fundamentais básicos dos cidadãos OBJETIVOS DO CONTROLE O controle da constitucionalidade tem por finalidade garantir a supremacia da Constituição Constituição Leis Decretos etc... O SURGIMENTO DA CONSTITUIÇÃO A primeira Constituição escrita do mundo moderno surgiu nos Estados Unidos em 1787, durante a Convenção de Filadélfia. O objetivo fundamental deste documento era: Limitar o exercício do Poder do Estado, garantindo assim a liberdade e a democracia CONTROLE E DEMOCRACIA Ao defender a Constituição evita-se o abuso e excesso de poder, que caracterizam ditaduras A existência de um sistema de controle garante a democracia ESPÉCIES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 1. Quanto a natureza do órgão: controle político e controle judicial. 2. Quanto ao momento do exercício: controle preventivo e controle repressivo. CONTROLE PRÉVIO Regra geral: feita por órgão político No Brasil: Poder Legislativo (CCJ) e pelo Presidente da República (veto jurídico) Exceção: pode haver controle prévio feito pelo Poder Judiciário CONTROLE JUDICIAL PRÉVIO Se dá quando o STF julga mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa garantir seu direito líquido e certo de participar de regular processo legislativo constitucionalmente estabelecido CONTROLE REPRESSIVO Em regra se dá de forma judicial Controle político repressivo é virtualmente inexistente (modelo das constituições socialistas) Exceção: pode haver controle repressivo feito por órgão político CONTROLE POLÍTICO REPRESSIVO Art. 62, § 5º Art. 49, V ART. 62, § 5º “A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais” ART. 49, V Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; MODALIDADES DE CONTROLE Quanto ao órgão controlador: CONTROLE POLÍTICO- Realizado por órgão não judicial Poder Legislativo ou Tribunal Constitucional (nos países em que este órgão não integra o Poder Judiciário) No Brasil é realizado pelo Poder Legislativo (CCJ) e pelo Presidente da República (veto jurídico) CONTROLE JUDICIAL Realizado pelo Poder Judiciário Parâmetros técnicos de controle Segurança jurídica CONTROLE JUDICIAL Quanto ao número de órgãos: controle concentrado e controle difuso. Quanto ao modo de exercício: controle incidental e controle principal. O CONTROLE NO SISTEMA BRASILEIRO É um controle híbrido. É exercido um controle preventivo-político e controle repressivo-judicial. O CONTROLE INCIDENTAL “ controle incidental de constitucionalidade é um controle exercido de modo difuso, cabendo a todos os órgãos judiciais indistintamente, tanto de primeiro como de segundo grau, bem como aos tribunais superiores. Por tratar-se de atribuição inerente ao desempenho normal da função jurisdicional, qualquer juiz ou tribunal, no ato de realização do Direito nas situações concretas que lhes são submetidas, tem o poder-dever de deixar de aplicar o ato legislativo conflitante com a Constituição. Já não se discute mais, nem em doutrina nem na jurisprudência, acerca da plena legitimidade do reconhecimento da inconstitucionalidade por juiz de primeiro grau, seja estadual ou federal.” Luis Roberto Barroso EFEITOS DO CONTROLE INCIDENTAL Inter Partes, ou seja o controle difuso só produz efeito entre as partes do processo (autor e réu). O STF pode ampliar o efeito inter partes para erga omnes (válido para todos em todo Brasil), sendo que para isto é necessário que a decisão seja enviada ao Senado, que irá, através de ato discricionário, suspender a execução da lei (CF 52, X). O STF pode utilizar súmula vinculante. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CPC/15 Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. Art. 949. Se a arguição for: I - rejeitada, prosseguirá o julgamento; II - acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CPC/15 Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento. § 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal. § 2o A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos. § 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades. CASO CONCRETO 01 – AULA 04 (OAB - XX Exame Unificado) Um Senador da República apresentou projeto de lei visando determinar à União que sejam adotadas as providências necessárias para que toda a população brasileira seja vacinada contra determinada doença causadora de pandemia transmitida por mosquito. O Senado Federal, no entanto, preocupado com o fato de que os servidores da saúde poderiam descumprir o que determinaria a futura lei, isso em razão de seus baixos salários, acabou por emendar o projeto de lei, determinando, igualmente, a majoração da remuneração dos servidores públicos federais da área de saúde pública. Aprovado em ambas as Casas do Congresso Nacional, o projeto foi encaminhado ao Presidente da República. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. A) O Presidente da República não terá motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, ainda que possa vetá-lo por entendê-lo contrário ao interesse público, devendo fazer isso no prazo de quinze dias úteis. B) O Presidente da República, ainda que tenha motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, poderá, no curso do prazo para a sanção ou o veto presidencial, editar medida provisória com igual conteúdo ao do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, tendo em vista o princípio da separação dos poderes. C) O Presidente da República poderávetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade material e não por inconstitucionalidade formal, uma vez que os projetos de lei que acarretem despesas para o Poder Executivo são de iniciativa privativa do Presidente da República. D) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade formal, na parte que majorou a remuneração dos servidores públicos, uma vez que a iniciativa legislativa nessa matéria é privativa do Chefe do Poder Executivo, devendo o veto ser exercido no prazo de quinze dias úteis. CASO CONCRETO 02 – AULA 04 O deputado federal Alfredo Rodrigues apresentou projeto de lei prevendo o estabelecimento de penas de prisão perpétua e de trabalhos forçados para os condenados pela prática de crimes considerados hediondos pela legislação brasileira. Outro deputado, Silmar Correa, decide consultá-lo(a) acerca da possibilidade de questionar perante o Poder Judiciário uma suposta inconstitucionalidade do referido projeto de lei antes mesmo que ele venha a ser submetido a votação pelo Congresso Nacional. Como deverá ser respondida a consulta? CASO CONCRETO 01 – AULA 05
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