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Salvador, 09 de maio de 2016 Brasil e Nordeste: desenvolvimento recente e o semiárido Tania Bacelar de Araújo Profa. Aposentada da UFPE Sócia da CEPLAN Consultoria Econômica COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO E AÇÃO REGIONAL – CAR/BA Roteiro 1. Desenvolvimento Nacional Recente 1.1 Tendências relevantes 1.2 O momento atual 2. Desenvolvimento recente no NE e impactos no semiárido 2.1 Traços relevantes do desenvolvimento nordestino recente 2.2 Nordeste semiárido: mudanças e permanências 3. Considerações Finais 1.1 - Brasil: tendências relevantes Brasil: evolução da taxa de inflação ( IPCA) 1995-2014 22,4 9,6 5,2 1,7 8,9 6,0 7,7 12,5 9,3 7,6 5,7 3,1 4,5 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 IPCA Centro da meta Limite superior Limite inferior Fonte: BACEN 10,6% em 2015 Final do século XX: hiperinflação sob controle BRASIL: Modelo de crescimento início do século XXI Elevação da renda das famílias Aumento da demanda popular por bens dos setores modernos Elevação da produtividade da competitividade e das exportações Investimentos (inclusive em inovação) Gráfico baseado em Ricardo Bielshowsky em estudo para CGEE( ADAPTADO) POLÍTICAS SOCIAIS + SM POLÍTICAS ECONÔMICAS POLÍTICAS ECONÔMICAS CRÉDITO BRASIL: Evolução favorável do PIB e crise pós 2013 Variação anual (%) * Série revisada Fonte: IBGE 6 7 BRASIL: Evolução do salário mínimo real de 1995 a 2014 (Ano Base 1994= 100) * Deflacionado - INPC Fonte: DIEESE Forte crescimento do salário mínimo real 8 BRASIL: Evolução da renda nominal domiciliar per capita (Em R$) Nota: Em 1994, 2000 e 2010 não foram publicados Fonte: Ipeadata / PNAD Intenso crescimento da renda domiciliar Renda cresceu a taxas maiores na base da pirâmide 10 * Série sem ajuste geográfico Fonte: MTE / CAGED BRASIL: Evolução do Emprego Formal entre 1995 e 2014 (Nº de postos de trabalho) Forte expansão do emprego formal BRASIL: padrão de crescimento recente e melhora do IDH Fonte: PNUD – Atlas do Desenvolvimento Humano 200-2010 12 BRASIL: Percentual da população em extrema pobreza e pobreza 1995-2013 * Linha de Extrema Pobreza do Plano Brasil sem Miséria Nota: 1994, 2000 e 2010 não foram publicados Fonte: MDS Plano Brasil sem Miséria Forte redução da pobreza extrema e da pobreza 13 Exploração do pre sal ativa INVESTIMENTOS na indústria de P&G Fonte: APE/BNDES 2006-2009 2011-2014 % % a.a. Indústria 387 614 58,7 9,7 Petróleo e Gás 205 378 84,3 13,0 Extrativa Mineral 60 62 3,3 0,7 Siderurgia 28 33 16,8 3,2 Química 22 40 81,2 12,6 Veículos 25 33 31,4 5,6 Eletroeletrônica 20 29 46,0 7,9 Papel e Celulose 18 28 51,6 8,7 Têxtil e Confecções 9 12 39,1 6,8 Infraestrutura 247 380 53,8 9,0 Energia Elétrica 104 139 34,0 6,0 Telecomunicações 62 72 15,0 2,8 Saneamento 26 41 56,9 9,4 Ferrovias 20 60 202,1 24,7 Transp. Rodoviário 30 51 71,4 11,4 Portos 5 18 225,1 26,6 Edificações 353 607 72,0 11,5 TOTAL 987 1601 62,2 10,2 Setores Valores (R$ bilhões) Crescimento Petróleo e Gás comanda os Investimentos na Indústria Energia Elétrica comanda os investimentos na Infraestrutura Fonte:BNDES BRASIL: problema com sua indústria 18,0% 21,0% 24,0% 27,0% 30,0% 33,0% 36,0% 39,0% 42,0% 45,0% 48,0% 51,0% 54,0% 57,0% 60,0% 63,0% Produtos manufaturados Produtos básicos Mercado interno: demanda interna x PIB industria Mercado externo: vendas de commodities x manufaturados PAC 1 e 2:Investimentos públicos e privados ( cerca de R$ 1 Tri) PAC: Investimentos em Ferrovias PAC: Investimentos em Rodovias 1.2 O momento atual Ambiente externo: crise e emergentes em desaceleração Mundo e Regiões Selecionadas: variação real do PIB, em % – 2008 a 2016 Fonte: Brasil: IBGE (2008 a 2015) e estimativa WEO/IMF (2016); demais áreas: World Economic Outlook/IMF, abril de 2016. Elaboração Ceplan. Nota: Os dados do WEO/IMF são observados de 2008 a 2015, Para os outros anos, os dados são estimados. 3,0 -0,1 5,4 4,2 3,5 3,3 3,4 3,1 3,2 0,5 -4,5 2,1 1,6 -0,9 -0,3 0,9 1,6 1,5 5,8 3,0 7,4 6,3 5,3 4,9 4,6 4,0 4,1 5,1 -0,1 7,5 3,9 1,9 3,0 0,1 -3,8 -3,8 9,6 9,2 10,6 9,5 7,7 7,7 7,3 6,9 6,5 -0,3 -2,8 2,5 1,6 2,2 1,5 2,4 2,4 2,4 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Mundo Zona do Euro Emergentes Brasil China EUA A crise e o mercado de commodities Brasil: Índice de preços das exportações (2006 = 100) Mundo: Índice de Preços das Commodities (2004 = 100) Fonte: Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Elaboração CEPLAN. Fonte: International Financial Statistics/International Monetary Fund(IMF). Elaboração Ceplan. (*) Dados de 2016 a 2020 são projeções do IMF. (1) Combustíveis e não- combustíveis; (2) Inclui alimentos e bebidas e insumos industriais JAN/2016 107,5 79,3 88,9 100,0 139,6 120,9 145,7 179,5 170,7 165,2 156,5 122,7 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 JA N JU N N O V A B R SE T FE V JU L D EZ M A I O U T M A R A G O JA N JU N N O V A B R SE T FE V JU L D EZ M A I O U T M A R A G O JA N JU N N O V A B R SE T 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 20 16 Índice Mensal Índice Anual 0 50 100 150 200 250 300 Todas as commodities¹ Não-combustíveis² Alimentos Metais Brasil recente: desaceleração pós 2013 Brasil: taxas (%) anuais de evolução do PIB – 2005-2015 Brasil recente: fatos internos pós 2012/13 Queda brusca da SELIC entre 2012 e 2013 (12,5% para 7,25%) com rápida subida nos anos seguintes (e respectivo impacto fiscal); Manutenção do câmbio valorizado, com impacto negativo especialmente na indústria, e Governo usando operações swaps (impacto na dívida pública). Esta tendência muda em 2015, com forte desvalorização do Real; Manutenção de renuncia fiscal até 2014 para estimular consumo e estimular investimentos quando a queda da economia já estava em curso (impacto fiscal); Ampliação dos financiamentos via BNDES até 2014 para estimular FBKF (impacto na divida publica); Controle e depois liberação dos preços administrados (energia, combustíveis, transportes) com alto impacto na inflação em 2015; Gestão orçamentária X Lei de Responsabilidade Fiscal (problema com TCU). A economia em 2015: consumo das famílias declina e investimento cai fortemente (20,2% para 18,2% do PIB) Brasil: Taxas de crescimento anual do PIB, em % - 2010 a 2014 Período 2010 2011 2012 2013 2014 2015 AGROPECUÁRIA 6,7 5,6 -3,1 8,4 2,1 1,8 INDÚSTRIA 10,2 4,1 -0,7 2,2 -0,9 -6,2 SERVIÇOS 5,8 3,4 2,9 2,8 0,4 -2,7 IMPOSTO 10,8 5,3 3,7 3,7 -0,1 -7,3 PIB a preços de mercado 7,5 3,9 1,9 3,0 0,1 -3,8 Consumo das Famílias 6,2 4,7 3,5 3,5 1,3 -4,0 Consumo do Governo 3,9 2,2 2,3 1,5 1,2 -1,0 FormaçãoBruta de Capital Fixo 17,9 6,7 0,8 5,8 -4,5 -14,1 Exportação 11,7 4,8 0,3 2,4 -1,1 6,1 Importação 33,6 9,4 0,7 7,2 -1,0 -14,3 Fonte: Contas Nacionais Trimestrais/IBGE. Elaboração Ceplan. Resultado Fiscal do Setor Público se deteriora pós 2013 (queda de receita + juros altos + crise política) Quadro piora Antes da crise mundial: Quadro melhorava SELIC cai Ano Resultado Nominal Juros nominais Resultado Primário Selic 2002 4,42 7,61 -3,19 25,00 2003 5,18 8,42 -3,24 16,50 2004 2,88 6,56 -3,69 17,75 2005 3,54 7,28 -3,74 18,00 2006 3,57 6,72 -3,15 13,25 2007 2,74 5,98 -3,24 11,25 2008 1,99 5,32 -3,33 13,75 2009 3,19 5,13 -1,94 8,75 2010 2,41 5,03 -2,62 10,75 2011 2,47 5,41 -2,94 11,00 2012 2,27 4,45 -2,18 7,25 2013 2,96 4,68 -1,72 10,00 2014 6,05 5,48 0,57 11,75 2015 10,38 8,50 1,88 14,25 Brasil: Necessidades de financiamento do setor público, em % do PIB - 2002 a 2015 Fonte: Banco Central do Brasil. Brasil 2014 e 2015: volta dificuldade de obter superávit primário Brasil: Evolução do Resultado Primário do Setor Público – 2002 a 2016¹ -3,19 -3,24 -3,69 -3,74 -3,15 -3,24 -3,33 -1,94 -2,62 -2,94 -2,18 -1,72 0,57 1,88 -0,50 -5,0 -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 Fonte: Gerin/Banco Central do Brasil e Relatório de Inflação-Março2016/Bacen. Brasil: trajetória do endividamento público Elevação pós 2013 Fonte: "Dívida Pública: a experiência brasileira" (Tesouro Nacional/MF) e Banco Central do Brasil. Elaboração Ceplan. * % PIB acumulado em 12 meses. ** De 2000 a 2005, indicador recalculado pelo Tesouro Nacional, considerando nova metodologia do Banco Central. A partir de 2006, dados divulgados pelo Banco Central. *** Divida liquida = dívida bruta menos a soma dos créditos do setor público não-financeiro e do Banco Central. Brasil: Estoque da dívida bruta do Governo Geral, em % do PIB acumulado em 12 meses dezembro/2000 a fevereiro/2016 50,3 50,8 53,1 58,4 53,5 56,3 55,5 56,7 56,0 59,2 51,8 51,3 53,8 51,7 57,2 66,5 67,6 45,5 48,4 50,5 52,4 47,0 46,5 45,3 43,4 37,8 41,3 38,5 35,1 32,9 31,2 33,7 38,5 39,7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 Descrição DEZ/2013 DEZ/2014 DEZ/2015 R$ bilhões % PIB R$ bilhões % PIB R$ bilhões % PIB Resultado Nominal 158 2,96 344 6,05 613 10,38 Juros nominais 249 4,68 311 5,48 502 8,50 Resultado Primário -91 -1,72 33 0,57 111 1,88 PIB 5.316 100,00 5.687 100,00 5.904 100,00 A economia em 2015: o ajuste fiscal é neutralizado pelo avanço dos juros Brasil: Resultados fiscais consolidados do setor público - 2013 a 2015 Juros como proporção do PIB elevam-se substancialmente (de 5,5% para 8,5%) conduzindo a aumento na relação Dívida/PIB. (Pagamento dos juros aumentaram em R$ 190 bilhões) Brasil: evolução da SELIC 19,00 15,25 19,00 18,00 26,50 16,00 19,75 11,25 13,75 8,75 12,50 7,25 14,25 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 2 0 1 0 2 0 1 1 2 0 1 2 2 0 1 3 2 0 1 4 2 0 1 5 2 0 1 6 Brasil: Taxa de juros - Meta Selic definida pelo Copom, em % a.a. - 2000 a 2016 Fonte: Banco Central do Brasil. Brasil: composição da DESPESA do Gov. Federal 2015 Fonte: Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)/STN/MF. Elaboração CEPLAN. (1) Incluídos os valores referentes ao refinanciamento da Dívida Pública. 11,2 17,8 42,4 12,2 3,1 13,3 Pessoal e Encargos Sociais Benefícios Previdenciários Serviços da Dívida (1) Transferências a Estados e Municípios Investimentos e Inversões Financeiras Fonte: Sistema Nacional de Preços ao Consumidor/IBGE. Elaboração Ceplan. Brasil: variação acumulada em 12 meses do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em % - março/2015 a março/2016 Inflação se acelera em 2015 (começa a desacelerar no início de 2016) 8,13 8,17 8,47 8,89 9,56 9,53 9,49 9,93 10,48 10,67 10,71 10,36 9,39 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 IPCA Mínima (2,5%) Máxima (6,5%) Meta (4,5%) Desemprego: forte trajetória de elevação, com aceleração nos últimos meses Fonte: PNAD-Contínua/IBGE. Elaboração Ceplan. Desocupados nov-dez-jan/2015: 6.763 mil nov-dez-jan/2016: 9.623 mil Variação: ↑42,3% Diferença: 2.860 mil Ocupados ↓1,1% Conta Própria ↑6,1% 7,4 7,9 8,0 8,1 8,3 8,6 8,7 8,9 8,9 9,0 9,0 9,5 10,2 7 8 9 10 11 Brasil: taxa de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade, em % - fevereiro/2015 a fevereiro/2016 (média de 3 meses) Fonte: PNAD Contínua/IBGE.. Elaboração Ceplan. Brasil: variação real da massa de rendimento do trabalho, em % (acumulada em 12 meses e variação anual) - dezembro/2013 a janeiro/2016 Brasil 2015/16: Massa salarial real declina, afetando negativamente o consumo 4,8 4,6 5,2 5,5 5,3 5,3 4,7 3,9 3,8 3,6 2,8 2,8 2,9 2,6 1,9 1,6 1,3 0,8 1,5 2,0 1,2 1,2 1,3 0,4 0,0 -0,5 2014 = 2,9 2015 = 0,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 Variação em 12 meses Variação anual FEV/16 -1,4 86,0 84,3 98,1 91,5 87,7 96,7 93,3 107,0 129,4 121,0 118,4 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0 140,0 J A N /1 3 F E V /1 3 M A R /1 3 A B R /1 3 M A I/ 1 3 J U N /1 3 J U L /1 3 A G O /1 3 S E T /1 3 O U T /1 3 N O V /1 3 D E Z /1 3 J A N /1 4 F E V /1 4 M A R /1 4 A B R /1 4 M A I/ 1 4 J U N /1 4 J U L /1 4 A G O /1 4 S E T /1 4 O U T /1 4 N O V /1 4 D E Z /1 4 J A N /1 5 F E V /1 5 M A R /1 5 A B R /1 5 M A I/ 1 5 J U N /1 5 J U L /1 5 A G O /1 5 S E T /1 5 O U T /1 5 N O V /1 5 D E Z /1 5 J A N /1 6 F E V /1 6 Brasil 2015/2016:câmbio real flutua forte e Real se desvaloriza muito pós 2014,com melhora recentes Brasil: índices de taxas reais (IPCA) de câmbio - janeiro/2013 a fevereiro/2016 Dólar se valoriza nos mercados mundiais, mas no Brasil também pesam: déficit externo, perda de GI por mais de uma agência e ambiente de instabilidade política. Valorização atingiu 70% em 12 meses em setembro/2015 (em 1999 valorizou 91,6%) Fonte: BCB. Elaboração Ceplan. Notas:(1) Junho 1994 = 100; (2) Trata-se do índice da taxa de câmbio deflacionada pelo IPCA. Brasil: saldo da Balança Comercial, em US$ bilhões – 2000 a 2016¹ Em 2014 houve déficit. Em 2015 o saldo foi positivo, sob impacto da desvalorização cambial. Projeção do Bacen prevê superávit dobrado em 2016. Brasil 2015/2016: retoma superávit comercial 55,1 58,3 60,4 73,2 96,7 118,5 137,8 160,6 197,9 153,0 201,9 256,0 242,6 242,0 225,1 191,1 190,0 55,9 55,6 47,2 48,3 62,8 73,6 91,4 120,6 173,0 127,7 181,8 226,2 223,2 239,7 229,2 171,4 150,0 -0,7 2,7 13,2 24,9 33,8 44,9 46,5 40,0 25,0 25,3 20,1 29,8 19,4 2,3 -4,1 19,7 40,0 -50,0 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 2000 20012002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016¹ Exportações Importações Saldo da Balança Comercial Fonte: MDIC e Banco Central do Brasil. ¹ Projeção do Banco Central do Brasil divulgada no Relatório de Inflação de Março/2016. Brasil 2015/2016: déficit nas transações correntes melhora (4,4% do PIB em 2014 e 3,7% em 2015) Brasil: Saldo da Balança de Transações Correntes, em US$ bilhões - 2000 a 2016¹ -24,2 -23,2 -7,6 4,2 11,7 14,0 13,6 1,6 -28,2 -24,3 -47,3 -52,5 -54,2 -81,1 -103,6 -58,9 -25,0 -120,0 -100,0 -80,0 -60,0 -40,0 -20,0 0,0 20,0 40,0 Fonte: Depec/BCB. Elaboração Ceplan. Nota: ¹Projeção do Relatório de Inflação de março de 2016 do BCB. Brasil 2015/2016: reservas internacionais mantêm patamar elevado Fonte: Depec/BCB. Elaboração Ceplan. Nota: ¹Projeção do Relatório de Inflação de março de 2016 do BCB. 33,0 35,9 37,8 49,3 52,9 53,8 85,8 180,3 193,8 238,5 288,6 352,0 373,1 358,8 363,6 356,5 374,0 0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0 300,0 350,0 400,0 Brasil: Reservas internacionais, em US$ bilhões - 2000 a 2016¹ Brasil 2015/2016: país continua atraindo IDP, mas há recuo recente Brasil: Investimentos diretos no País (líquido), em US$ milhões - 2010 a 2016¹ IDP 2015 em torno de US$ 75 Bi/ano, mais que suficiente para cobrir o déficit de transações correntes. Em 2016 haverá folga. Dentre os BRICS só perde para a China. 33,0 23,2 16,6 10,1 18,2 15,5 19,4 44,6 50,7 31,5 88,5 101,2 86,6 69,2 96,9 75,1 60,0 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 Fonte: Depec/BCB. Elaboração Ceplan. Nota: ¹Projeção do Relatório de Inflação de março de 2016 do BCB. 2015/16: convergência de várias crises Crise mundial ainda com desdobramentos, com redefinições geopolíticas e geoeconômicas, num ambiente de China desacelerando, preço de commodities em baixa e dólar em alta; Crise econômica interna que se aprofundou com rapidez em função da convergência com crise política, levando para crise social e crise de expectativas Operação LAVA JATO, que impacta investimentos (P&G, infraestrutura..) e impacta fortemente no ambiente político. 2015/16: bom para poucos Sistema financeiro e rentistas; Agronegócio; Comércio externo; Investidores externos (ativos baratos estimulando venda, fusões...). Brasil 2015/16: síntese 2016: começa com algumas melhoras, mas ainda teremos recessão Crise mundial ainda com desdobramentos, mas melhora lenta e desigual entre os países; recuperação de preços de algumas commodities, a exemplo do minério de ferro e soja, em relação ao primeiro trimestre de 2015. Inflação em declínio e câmbio reduzindo desvalorização recente Juros : SELIC estabilizou e tende a cair ( o que ajuda no ajuste fiscal) Inadimplência perde força mas desemprego em elevação e massa salarial em declínio continuam desestimulando consumo, mas comercio e serviços reduzem queda Balança Comercial em positivo sinaliza para melhora nas contas externas Brasil atual Ambiente político permanece impregnado de tensão e indefinições, com investimento travado 2. Nordeste: o desempenho recente e o semiárido NE 2000-2010: Crescimento acima da média nacional -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0 140,0 150,0 160,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 V a ria ç ã o a n u a l (% a .a .) Ín d ic e d o v o lu m e ( 2 0 0 0 0 = 1 0 0 ) Brasil (% a.a.) NE (% a.a.) Brasil (2000 = 100) NE (2000 = 100 Brasil e Nordeste: série encadeada (2000=100) e taxas anuais de crescimento (%) do PIB, 2000-2010 Fonte: Contas Regionais – IBGE. Elaboração CEPLAN Nota: valores a preços constantes de 2010, deflacionados pelo deflator implícito do PIB nacional. NE: liderou o crescimento do rendimento médio domiciliar Brasil e Grandes Regiões: Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes (Reais) – 2000 e 2010 Mas: Rendimento médio do Nordeste é 55% do observado no Sudeste NE rural teve crescimento do rendimento domiciliar acima da media nacional Brasil e Nordeste: Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares permanentes (Reais), segundo a situação do domicílio – 2000 e 2010 NE: atraiu investimentos importantes Termoelétricas Hidroelétricas Plantas eólicas Refinarias Estaleiros Siderúrgicas Indústria de Celulose Aeroporto Indústria Automotiva Indústria Petroquímica Legenda: Fonte: BNDES NE: ampliou e interiorizou Universidades 2002: 43 campi 2010: 230 campi Campi das Universidades Federais BRASIL: avanços do ensino superior Brasil, Nordeste e Semiárido Nordestino, 2000-10 Pessoas que frequentavam escola de ensino superior (graduação) Território 2000 2010 Variação absoluta (2000-10) Variação percentual (2000-10) Brasil 2.864.046 6.197.318 3.333.272 116,38 Nordeste 473.802 1.307.230 833.428 175,90 Semiárido 115.110 388.495 273.385 237,50 Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 2000 e de 2010 NE: liderou ritmo de redução da pobreza Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação anual do volume de vendas do Varejo (em %) 2015 Fonte: Pesquisa Mensal de Comércio-IBGE. Elaboração Ceplan Multiconsultoria. (*) O Comércio Varejista Ampliado inclui veículos e materiais de construção, além dos demais segmentos do varejo. 2015: impacto da crise maior no NE (comércio) -8,6 -10,8 -9,3 -8,3 -4,3 -7,7 -8,1 -4,3 -12,0 -10,0 -8,0 -6,0 -4,0 -2,0 0,0 BRASIL PERNAMBUCO BAHIA CEARÁ Comércio Varejista Ampliado Comércio Varejista Brasil, Pernambuco, Bahia e Ceará: variação anual do volume de Serviços em % - 2015 Fonte: Pesquisa Mensal de Serviços-IBGE. Elaboração Ceplan Multiconsultoria. NE: crise bate mais forte nos Serviços que na média nacional -3,6 -5,3 -6,0 -3,8 -7,0 -6,0 -5,0 -4,0 -3,0 -2,0 -1,0 0,0 BRASIL PERNAMBUCO BAHIA CEARÁ Nordeste responde por 16,5% da queima de postos de trabalho do país. PE responde por 35% do total do NE. Brasil, Nordeste e Estados: Saldo da criação de emprego formal¹ acumulado Jan-Dez/15 NE 2015: geração líquida de empregos é ponto crítico Área Geográfica Saldo de emprego acumulado de jan-dez de 2015 Maranhão -16.499 Piauí -2.304 Ceará -33.826 Rio Grande do Norte -12.066 Paraíba -15.253 Pernambuco -89.782 Alagoas -4.965 Sergipe -5.136 Bahia -76.656 Nordeste -256.487 Brasil -1.552.953 Fonte: CAGED- MTE. Elaboração Ceplan ¹Série ajustada incorpora as informações declaradas fora do prazo de janeiro a dezembro de 2015. Síntese: NE guarda hiato importante Nordeste : Evolução do peso da economia no total nacional 12,45 12,55 12,96 12,77 12,72 13,07 13,13 13,07 13,11 13,51 13,46 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 % Fonte: Dados básicos IBGE. Elaboração Gustavo Maia Gomes in NE 2022 Volume 2 Renda mensal continua baixa Brasil, Nordeste e Pernambuco: Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classes de rendimento mensal - 2013 Classes de rendimento mensal Brasil Nordeste Pernambuco Total100,0 100,0 100,0 Até 1/2 salário mínimo 7,3 14,5 12,2 Mais de 1/2 a 1 salário mínimo 16,8 24,2 24,6 Mais de 1 a 2 salários mínimos 23,5 17,9 19,0 Mais de 2 a 3 salários mínimos 9,6 4,5 5,1 Mais de 3 a 5 salários mínimos 5,6 2,7 2,8 Mais de 5 a 10 salários mínimos 3,8 1,9 1,6 Mais de 10 a 20 salários mínimos 1,4 0,6 0,5 Mais de 20 salários mínimos 0,5 0,3 0,2 Sem rendimento 29,1 31,7 31,4 Sem declaração 2,4 1,6 2,5 Fonte: PNAD-IBGE. Elaboração Ceplan 47,6% 56,6% 2.2 – Nordeste semiárido: mudanças e permanências Nordeste semiárido - 2010 % no PIB do NE = 29% % na População = 43% % na população urbana = 36% % na população rural = 60% % na PO na agropecuária = 62,5% % no número de municípios = 63% Mudanças na dinâmica demográfica • Queda forte na natalidade com redução do tamanho das famílias, inclusive no meio rural. • Aumento da esperança média de vida ( se aproxima da média nacional) com ampliação do contingente de idosos RESULTADO: redefinição da pirâmide etária • Crescente urbanização (ritmo maior que média nacional e regional) com forte dinamismo das cidades medias • Redução significativa da emigração para fora da região com aumento da migração intraregional Década de 80 do século XX: mudanças A crise do algodão: praga do bicudo e, nos anos 90, a abertura comercial rápida • Desmonte do tripé centenário: pecuária + algodão + policultura alimentar • Perda da principal fonte de renda monetária dos produtores sem terra A redemocratização e a Constituição Federal de 1988 • A extensão da Previdência ao meio rural • As base da LOAS ( Políticas Assistenciais) Mudanças na base produtiva A crise do algodão e as bases produtivas no semi-árido • diversificação da base agrícola pelo apoio à agricultura familiar ( destaque para a agroecologia ) • produção de fruticultura, algodão e grãos em bases empresariais • dinamização da avicultura e ovinocaprinocultura • montagem de parques eólicos (em especial no RN,PB,BA e MA) com paralela atração de industrias produtoras de equipamentos para geração deste tipo de energia (mas frágil regulação pública e fortes impactos locais) Especificidades em cada tipo de rural Tipos no bioma caatinga O tipo 20 dos Agrestes corresponde a uma área de transição entre a Mata e o Semiárido. O Tipo 21 é o sertão sul ( Bahia). Os tipos 22 e 23 ( sertão norte) várias respostas foram dadas ao desmonte do tripé anterior. No Tipo 22, foram encontradas alternativas no campo em atividades produtivas em diversas escalas: Arranjos produtivos, com padrões técnicos e organizacionais diversos. O Tipo 23 , área de maior aridez, onde não houve alternativas econômicas no campo, senão muito pontuais ,configurando um campo economicamente esvaziado Fonte: IICA – MDA Novas Ruralidades , 2014 Dinamismo da economia do semiárido Sub-Regiões selecionadas do Nordeste, 1999-2010 Participação do Produto Interno Bruto da sub-região no PIB brasileiro (Números índices: participação em 1999 = 100) Fonte (dados brutos): IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios e IBGE, Contas Nacionais 130,23 113,43 108,14 106,74 100,74 85,00 95,00 105,00 115,00 125,00 135,00 145,00 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 Pa rti cip aç ão em 1 99 9 = 10 0 Cerrados Semiárido Nordeste Litoral Oriental Regiões Metropolitanas Fonte: MAIA GOMES, Gustavo. BNB, A macroeconomia do NE. 2013 NE Semiárido: predomínio de atividades rurais e urbanas no território(2010) DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS MUNICÍPIOS DO NORDESTE, SEGUNDO O PIB E PEA, CONFORME A PREVALÊNCIA DE ATIVIDADES “RURAIS”, “RURAIS E TERCIÁRIAS”, “URBANAS” E “URBANO-INDUSTRIAIS E MINERAIS”, EM 2010 Fonte: CARVALHO, Otamar de. BNB Ne 2022, 2013 Mudanças na base de infraestrutura • Ampliação da infraestrutura hídrica, em especial a de pequeno porte (cisternas...) com destaque para a interligação de bacias • Evolução positiva da base de Ciência, Tecnologia & Inovação com destaque para a expansão das Universidades, a instalação de novos centros de pesquisa, e desenvolvimento de polos tecnológicos • Avanço na oferta de infraestrutura de telecomunicações, acompanhando tendência nacional, com presença do celular e do acesso à internet nas cidades O Brasil rural com muitas motocicletas (um investimento individual) O Brasil rural com muitos celulares (um serviço público em concessão) Mudanças na infraestrutura e no modo de locomoção Mudanças no quadro social • Melhoria dos níveis de renda da população, com significativa redução da pobreza absoluta, inclusive no meio rural. • Melhoria de indicadores sociais como mortalidade infantil , mortalidade materna, elevação da esperança média de vida, melhoria significativa do IDH .... • Melhoria da escolaridade média , com avanços importantes no acesso e interiorização do ensino superior • Mudança no mercado de trabalho com redução da informalidade ( embora ainda permaneça alta). • Aumento da violência, sobretudo no meio urbano A seca atual não requereu programas de emergência, não houve saques a supermercados, nem gente esmolando nas estradas... Mudanças no quadro ambiental • Recorrência de secas severas, agora com impactos essencialmente econômicos, com crescente influência das mudanças climáticas no avanço da desertificação • Agravamento da degradação ambiental nos aglomerados urbanos em especial pelos reduzidos investimentos em saneamento Diretriz central da mudança: convivência com o semiárido Mudanças no ambiente cultural • Avanço na presença das mulheres nos espaços públicos e forte elevação do padrão educacional da população feminina • Predomínio crescente de padrões e valores da vida urbana e relativa desvalorização da vida rural • Avanço do protestantismo e consequente valorização do esforço individual, coincidindo com momento de acesso ao consumo das camadas populares. Em paralelo, recuo do ativismo social da Igreja Católica, muito importante na formação dos sertanejos • Avanços na organização dos produtores com valorização do tratamento territorial ( que dialoga com a diversidade da ZSA) Algumas permanências • Recorrência das secas • Manutenção da estrutura fundiária herdada • Fragilidade e insuficiência dos sistemas de assistência técnica rural • Reduzidos investimentos em infraestrutura de saneamento ( água, esgoto, tratamento de resíduos sólidos) em especial nas periferias e áreas pobres das cidades sertanejas • Força das manifestações culturais Permanência de imagem distorcida no resto do Brasil • Visão do Nordeste Semiárido pobre, dependente do Bolsa Família, “ terra de arribação”, peso para o Brasil ... • Visão do Nordeste Semiárido ainda dominado pelas oligarquias (como se elas só existissem nessa região), domínio dos “grotões” 3. Considerações Finais LOGO 2 Um olhar no futuro próximo • Mudanças importantes, mas não consolidadas, podem sofrer retrocessos no atual momento nacional • Forças conservadoras permanecem atuantes, apesar de terem perdido protagonismo em muitos lugares • A formação dos jovens merece tratamento estratégico • A organização da sociedade e seu papel na construção do futuroé muito importante, como se viu nos anos recentes • A convivência com o Semiárido, a abordagem territorial e a valorização das organizações dos produtores tendem a permanecer na agenda das políticas públicas. Obrigada! taniabacelar@ceplanconsult.com.br
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