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Resenha de Antropologia

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE
DANIELA DOS SANTOS REGUELIN
A GÊNESE DA ANTROPOLOGIA
IDEALIZAÇÕES E CONCEITOS
ARIQUEMES - RO
2017
DANIELA DOS SANTOS REGUELIN
	
A GÊNESE DA ANTROPOLOGIA
IDEALIZAÇÕES E CONCEITOS
Resenha descritiva apresentada ao curso de Engenharia Civil da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA, como requisito parcial à obtenção de créditos na disciplina de Dimensão Antropológica das Organizações.
Prof Orientador: Fernando Corrêa dos Santos.
Ariquemes - RO
2017
1. INTRODUÇÃO
	
Com base na teoria a qual foi especificada no livro Aprender Antropologia de LAPLANTINE (2012), a Antropologia consiste no pensamento do homem sobre o próprio homem, assim sendo considerado um pensamento antropológico, se abordado o ser humano em sociedade, considerando suas diversas dimensões, abrangendo a diversidade de cultura, religião, referente histórico e geográfico, contudo o estudo antropológico não se resume apenas no que compõe uma sociedade, mas sim nas diversas existentes, construindo um saber filosófico e científico.
2. CAPÍTULO 1: A PRÉ-HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA.
O primeiro capítulo do livro, Aprender Antropologia de LAPLANTINE (2012), sintetiza a gênese da reflexão antropológica, ou seja, a base e o histórico, que incorporaram conceitos os quais deram origem ao estudo da Antropologia. O capítulo relata o pensamento do homem Europeu sobre os demais homens das demais regiões, relatando questionamentos e conceitos que foram formulados durante os séculos XlV-XVl. De acordo com LAPLANTINE (2012), no século XlV havia grande influência religiosa sobre a sociedade Europeia, tal como regida por leis, direitos e deveres, contudo se denominaram civilizados. Através da descoberta de outros povos, nesta época os índios ou ameríndios os quais diferiam em cultura e religião, surgiu um grande confronto a respeito do que era bom ou civilizado, o que deu origem a duas ideologias controvérsias, “a recusa do estranho” e “a fascinação do estranho”.
Este capítulo aborda conceitos de dois espanhóis, Bartolomé de Las Casas, frade dominicano espanhol, cronista, teólogo, bispo de Chiapas e grande defensor dos índios, considerado o primeiro sacerdote ordenado na América, e Juan Ginés de  Sepulveda importante filósofo do século XVI, que se dedicou ao direito e a política.
O conceito de Las Casas agrega aos índios valores que os iguala aos europeus ou os supera em quesitos de ordens políticas, religiões e cultura pois ainda que diferem dos europeus, não é de fato bárbara ou ruim, quando este conceito foi imposto pelos próprios europeus. Já Sepulveda se refere aos índios com servos, denominados assim pela própria natureza, de nação barbara e desumana.
Nos séculos XVll ao XlX o termo ao “bárbaro” designado pelos gregos e atribuídos a tudo que não fazia parte da helenidade (conjunto de costumes e ideias da Grécia), é alterado para “selvagem” atribuindo animalidade ao ser humano, prevalecendo no século XlX o termo “primitivo”.
 No século XVlll surgi a ideologia do “mau selvagem e do bom civilizado”, com base no termo “mau selvagem” atribuído aos índios por Sepulveda, Cornelius de Pauw referia-se aos índios como vegetais, e acrescenta as seguintes palavras, “sem barba”, “sem sobrancelhas”, “sem espirito” e “sem ardor para com a sua fêmea”. Para Pauw os índios não tinham alma, já que não acreditavam em Deus, eram preguiçosos, usavam vestimentas inadequadas, falavam uma língua ininteligível, e agiam de modos bestiais. 
Quando descobertos os povos negros, surgiram várias ideologias com base no mesmo termo de “mau selvagem”, pois agora se deparavam com uma cultura a qual era lícito o canibalismo, visto como uma barbárie. Hegel definiu o negro como uma coisa, um objeto sem valor.
Os conceitos sobre os povos denominados maus selvagens é definitivamente invertido no século XX época do Renascimento, onde as ideologias até então formuladas entraram em um conceito pendular a respeito dos povos, pois oscilava entre o que era bom e o que era ruim. Américo Vespúcio quando descobre a américa, assim denominada pelo fato de tê-la descoberto. Américo descreve a nudez, a beleza, e a forma a qual viviam os povos que lá habitavam afirmando serem bons. No capitulo relata que Cristóvão Colombo, aportando no caribe descobre também o paraíso, e descreve os povos que ali habitavam enaltecendo pela primeira vez em toda a história a ingenuidade natural, quando cita; “Eles são muito mansos e ignorantes do que é o mal, eles não sabem se matar uns aos outros”, e afirma que não há no mundo homens ou terra melhor que aquela, vivem sem política e sem leis. Contradizendo assim toda a reflexão de Léry e Montiagne quando se referiam aos povos primitivos como bárbaros, os comparando a animais pelos seus modos e primatas pela cor da pele, sem alma, sem valor e sem história.
3. CAPÍTULO 2: O SÉCULO XVlll
O segundo capítulo do livro, Aprender Antropologia de LAPLANTINE (2012), relata o contexto histórico de dois séculos de formulações de conceitos e ideologias os quais apenas no século XVlll quando segundo Michel Foucault entramos na modernidade, tornam-se suscetíveis as condições históricas, culturais e epistemológicas em possibilidade daquilo que irá se tornar Antropologia. É nesta época que o homem torna-se o objeto do saber na construção de um certo número de conceitos, começando pelo próprio conceito de “homem” consistindo em introduzir dualidade característica das ciências exatas, distinguindo agora o saber científico do saber filosófico.
Os conceitos formulados a partir desta época não mais se baseavam num saber reflexivo, mas sim num saber empírico, pois se tornara necessário a observação do indivíduo, com isto a necessidade da busca do distante pelo confronto de ideias passadas com o impensado, pondo assim a sociedade desta época em uma crise da identidade do humanismo e da consciência europeia, vendo o próximo não mais como uma aberração más como um semelhante, Jean-Jacques Rousseau em seu “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade” deu início ao programa da etnologia clássica.
As ideologias formuladas antes do século XVlll, eram consideradas de certa forma supérfluas e não exatas, pois os conceitos eram reflexões generalistas que tratavam todos os diferentes povos de uma determinada região em apenas um conceito de seus costumes e não levavam em consideração a diferença entre os suas organizações, religiões e cultura. Surgiu então a necessidade de um novo método de observação e análise, o método indutivo, que consiste em uma análise robusta partindo de um número suficiente de casos e dados particulares para concluir uma verdade ou lei geral. 
Dentre as mudanças ocorridas desde o século XVl, é plausível citar de acordo o livro, a natureza dos objetos observados, e o objeto de estudo para a atividade epistemológica. Um obstáculo à antropologia científica foi a distinção entre o saber cientifico e o saber filosófico o qual não era definitivamente realizado.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Com base na teoria a qual foi especificada no livro Aprender Antropologia de LAPLANTINE (2012), a Antropologia consiste no pensamento do homem sobre o próprio homem. A origem da antropologia teve como base a formação de diversos conceitos baseados em reflexões, e estudos do homem como o abjeto do saber, observando o próprio homem em suas múltiplas sociedades. Sendo suscetível a ideologia daquilo que virá ser antropologia apenas no século XVlll, quando o estranho começa a ser visto como semelhante e entendido através de sua etnologia.
REFERÊNCIAS.
LAPLANTINE, Françõis. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 2012.

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