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PERFURAÇÃO E COMPLETAÇÃO NOMENCLATURA DOS POÇOS DE PETRÓLEO (I) • O nome do poço é constituído de 5 partes correspondentes a: Categoria/Finalidade, à Referência Nominal, à Numeração, ao Tipo e por fim a sua Referência Geográfica. • De acordo com a finalidade adotam os códigos abaixo: Categoria/Finalidade do Poço Código Exploratório Pioneiro 1 Exploratório Extratigráfico 2 Exploratório de Extensão 3 Exploratório de Pioneiro Adjacente 4 Exploratório para Jazida Mais Rasa 5 Exploratório para Jazida Mais Profunda 6 Exploratório de Produção 7 Exploratório de Injeção 8 Especial 9 • A referencia nominal, ou seja, nome, é um conjunto de 2 a 4 letras fornecidos pela ANP, derivada do nome do operador ou do nome do campo onde se situa o poço. • A numeração é dada pela ANP em função da ordem cronológica de perfuração, por operador e por campo onde se situam os poços. • O tipo se refere a geometria do poço, da seguinte forma: NOMENCLATURA DOS POÇOS DE PETRÓLEO (II) Tipo de Poço Código Vertical - Direcional D Horizontal H Repetido Letra acrescida ao n°do poço Partilhado/Multilateral P Desviado - de Investigação “i” • A Referência Geográfica é o conjunto de letras que identifica a Unidade da Federação onde se localiza o poço; são utilizadas as siglas oficiais do IBGE para as Unidades da Federação. Quando o poço localizar-se no mar, acrescenta-se a letra S (submarino) à sigla da Unidade da Federação. A referência geográfica pode ser substituída pela sigla da Bacia Sedimentar, seguida de S (submarino), nos casos em que os limites interestaduais, no mar, não estão perfeitamente estabelecidos. NOMENCLATURA DOS POÇOS DE PETRÓLEO (III) NOMENCLATURA DOS POÇOS DE PETRÓLEO (IV) • Exemplos 3 – BD – 1 – ESS Primeiro poço a ser perfurado após a descoberta do campo de Badejo em águas do Espírito Santo, poço de extensão. 1 – RJS – 245 Ducentésimo quadragésimo quinto poço nas águas do Estado do Rio de Janeiro, locação pioneira. 3 – BRSA – 1405 – SES Milésimo quadricentésimo quinto poço de extensão nas águas de Sergipe da Petrobrás. 3 – BDe – 5 – D – ESS Quinto poço de extensão perfurado no campo de Badejo nas águas do Espirito Santo repetido. NOMENCLATURA DOS POÇOS DE PETRÓLEO (V) A empresa operadora ou responsável pela aquisição de dados deve informar a ANP com pelo menos 20 dias de antecedência que irá dar início a perfuração do poço. A ANP fornecer o nome, numeração e demais dados de identificação do poço, após receber a comunicação de a perfuração foi iniciada, comunicação está que deve ser feita em até 6 horas após o início. Embora as empresas adotem outros nomes para os poços por ela perfurados, a nome oficial é o dado pela ANP. A perfuração de um poço de petróleo é realizada por meio de uma sonda de perfuração, a qual é formada por um conjunto de sistemas compostos por diversos equipamentos. As sondas podem ser de aplicação onshore ou offshore, conforme ilustrado abaixo: FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 1. Métodos de Perfuração de Poços Há basicamente dois tipos de métodos de perfuração de poços, são eles: Métodos Percussivos – A perfuração é feita golpeando a rocha com uma broca causando a sua fragmentação por esmagamento. Os cascalhos gerados no interior do poço após vários golpes são retirados posteriormente através de uma ferramenta chamada caçamba. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Métodos Rotativos – A perfuração é realizada através do movimento de rotação de uma broca comprimindo a rocha causando o seu esmerilhamento. A retirada dos cascalhos gerados é realizada através do bombeio de fluido de perfuração através dos tubos de perfuração que retorna pelo espaço entre o anular da coluna de perfuração e o poço perfurado. “Anular – Forma de anel” (Vide diagrama a seguir) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O método rotativo consistem em descer rotacionando uma coluna de perfuração possuindo em sua extremidade uma broca de aço. O efeito combinado do peso sobre a broca é da sua rotação sobre a formação caus a sua fragmentação. Com o objetivo principal de trazer a superfície estes cascalhos gerados, é injetado por dentro da coluna de perfuração um fluído que passa através da broca e retorna através do espaço anular existente entre a coluna de perfuração e as paredes do poço. A medida que a rocha vai sendo esmerilhada e os cascalhos gerados são retirados, há o aprofundamento do poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O peso aplicado sobre a broca é resultante da própria coluna de perfuração, sendo colocados tubos pesados chamados (drill collars) acima da broca. A rotação pode ser transmitida para a broca através do giro da própria coluna de perfuração, seja utilizando uma mesa rotativa ou um equipamento chamado top drive, ou girando apenas a broca através de uma equipamento chamado de motor de fundo. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2. Sistemas de uma Sonda de Perfuração A operação de perfuração de poços é realizada por sondas de perfuração que possuem várias estruturas que em conjunto realizam a atividade de perfuração de poços. Em apertada síntese, a sonda deve possuir equipamentos e estruturas aptas a: - Armazenar os tubos de perfuração a serem utilizados; - Elevar e posicionar estes tubos de perfuração; - Rotacionar a coluna; - Etc. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO As estruturas da sonda que permitem o desenvolvimento da perfuração dos poços podem ser divididas em sistemas, a saber: Sistema de sustentação de cargas Sistema de movimentação de carga Sistema de rotação Sistema de circulação de fluidos Sistema de monitoramento Sistema de segurança do poço Sistema de subsuperfície (coluna de perfuração) Sistema de geração e transmissão de energia FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.1 Sistema de Sustentação de Cargas a) Torre ou mastro A torre provê a altura necessária ao içamento de uma seção de tubos a ser descida ou a ser retirada do poço. As torres mais comuns têm uma altura útil de trabalho na faixa de 40 metros, mais podem ter mais de 45 metros Como torres podemos designar as torres convencionais e os mastros terrestres ou para perfuração marítima. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO As torres convencionais são estruturas em treliça que exigem a desmontagem e a montagem das vigas uma a uma. Com isto, conseqüentemente o custo operacional é bastante significativo. Os mastros são estruturas semelhantes às torres, só que montados ou desmontados em seções. Com isto, o tempo de DTM (Desmontagem -Transporte - Montagem) da sonda fica sensivelmente diminuído. Além da altura, as torres são também especificadas por sua resistência aos esforços desenvolvidos, pelo peso suspenso no gancho, peso estaleirado na plataforma e ação do vento. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO b) Subestrutura Estrutura criada sob a plataforma, onde são instalados os equipamentos de segurança de superfície. c) Estaleiro Espaço da locação reservado para armazenar os tubos a serem utilizados ou substituídos durante a perfuração do poço. Os tubos estaleirados ficam sobre vigas para permitir o seu içamento para a área do mastro. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO A subestrutura deve ter altura suficiente que permita a movimentação do BOP sobre a cabeça de poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.2 Sistema de Movimentação de Cargas Esse sistema permite movimentar as colunas de perfuração, de revestimento, além de outros equipamentos. Os principais componentes são: cabo de perfuração, guincho, bloco de coroamento, catarina e gancho, elevador e swivel. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO a) Cabo de perfuração – Conhecido como linha de perfuração ou em inglês drilling line, trata-se de um cabo de aço trançado em torno de um núcleo ou alma, preso ao guincho em uma extremidade e preso a um carretel (bobinado slide anterior). É o cabo que será enrolado e desenrolado para permitir a movimentação dos equipamentos móveis. O Cabo passa pela âncora, cuja principal função é travar o cabo e onde se encontra um sensor que mede a tensão do cabo, que está relacionado a carga total sustentada pelo guincho. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO b) Guincho – Além de ser o responsável por enrolar e desenrolar o cabo, apresenta também um sistema duplo de freios que permite parar ou retardar o movimento de descida da carga no poço, controlando o peso sobre a broca. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO c) Bloco de Coroamento – é conjunto estacionário de polias fixas (4 a 7) montadas em linha num eixo suportado por mancais de deslizamento, localizado na parte superior do mastro ou torre, que suporta todas as cargas que lhe são transmitidas pelo cabo de perfuração. Na extremidade do eixo existem pinos graxeiros para a lubrificação dos rolamentos das polias e do próprio mancal de apoio. As dimensões das polias estão relacionadas com os diâmetros dos cabos de aço que podem passar por elas. Quanto maior o diâmetro do cabo maior o diâmetro da polia. Se a abertura do canal da polia é estreita para o cabo ambos se desgastarão por abrasão; se é larga demais o cabo se achata ao passar pela polia pela falta de apoio lateral (API STANDARD BA) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO d) Catarina e gancho – é conjunto de polias móveis montadas em um eixo e são responsáveis por sustentar os tubos a serem descidos no poço. A catarina fica suspensa pelo cabo de perfuração que passa alternadamente pelas polias do bloco de coroamento e polias da catarina, formando um sistema com 8 a 12 linhas passadas. Na parte inferior da catarina encontra-se um eixo onde é preso gancho. O gancho consiste em um corpo cilíndrico que internamente contém um sistema de amortecimento para evitar que os eventuais golpes causados pela movimentação das cargas se propaguem para a catarina. É comum a catarina e o gancho formarem um só conjunto. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO e) O elevador - é o equipamento usado para segurar a tubulação durante as movimentações. O elevador é bipartido, sendo as duas partes ligadas por dobradiças, tendo um trinco para sua abertura e seu fechamento. A ligação do elevador ao gancho é feita por duas hastes com olhais nas duas extremidades – os braços do elevador. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO f) Swivel - elemento que liga as partes girantes às não girantes, permitindo livre rotação da coluna; por um tubo na sua lateral (gooseneck) permite a injeção de fluido no interior da coluna de perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.3 Sistema de Rotação Método Rotativo Convencional – Neste método o sistema de rotação é composto pela mesa rotativa, a bucha do kelly, o kelly e o swivel. Mesa Rotativa • Recebe a energia de acionamento sob forma de rotação no plano vertical e a transforma em rotação no plano horizontal e a transmite aos demais elementos do sistema rotativo. • Suporta por acunhamento o peso da coluna. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O acionamento da mesa rotativa pode se dar de duas formas, através do próprio guincho ou por meio de um conjunto independente. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Bucha do Kelly É o elemento de ligação entre a mesa rotativa e a coluna de perfuração. Sua parte inferior, de seção quadrada se aloja na parte superior do rotor da mesa, de modo que seu movimento se transfere à bucha do kelly devido às arestas do encaixe. Seu centro é vazado de fora-a-fora com um orifício quadrado ou hexagonal, por onde passará o kelly. O contato bucha do kelly/kelly é feito através de roletes existentes no interior da bucha, montados em eixos horizontais, que permitem o livre movimento vertical do kelly FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Kelly É a haste ligada à coluna de perfuração, que lhe transmite diretamente rotação e torque. Sua seção quadrada ou hexagonal possibilita a transmissão e seu centro é vazado, por onde passa o fluido de perfuração. (Intuitivamente sabemos que seria mais fácil girar um tubo se sua seção fosse quadrada e não circular.) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Bucha do Kelly Conjunto mesa rotativa, bucha do Kelly e Kelly FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Top-drive - Outra forma de transferir rotação à coluna é utilizando o equipamento Top Drive, que basicamente é um motor capaz de gerar a rotação, ficando posicionado abaixo do swivel convencional. O Top drive desliza sobre dois trilhos fixados ao mastro(torre) da sonda permitindo sua movimentação vertical. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O Top-drive apresenta, além do motor e transmissão, um sistema de manuseio de tubos - "Pipehandler" - que permite içar e descer a coluna de perfuração, além de conectar ou desconectar a coluna do motor. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O sistema Top-drive permite perfurar o poço por seção (3 em 3 tubos) e não um apenas como no caso da mesa rotativa. O sistema permite ainda que a retirada ou descida da coluna seja realizada tanto com rotação quanto com circulação de fluidos de perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Motor de fundo - O motor de fundo é um motor hidráulico tipo turbina, instalado no fundo da coluna de perfuração, acima da broca. Esse motor é confeccionado de tal forma que proporciona o giro da broca sem movimentar a coluna de perfuração, o que reduz significativamente o desgaste da coluna, uma vez que o torque é aplicado diretamente à broca. O motor de fundo pode ser de deslocamento positivo ou turbina. Os motores de deslocamento positivo operam segundo o princípio de Moineau. O fluido de perfuração é bombeado através de cavidades entre o rotor de aço e o estator de elastômero, ambos helicoidais, provocando o giro do rotor, que se acopla à broca na sua extremidade inferior FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.4 Sistema de Circulação de Fluidos É composto por equipamentos que permitem a circulação e tratamento do fluido de perfuração. Os fluidos de perfuração, armazenados nos tanques de lama, são bombeados até o swivel, passam através da coluna de perfuração até a broca, retornando pelo espaço anular até a superfície, carreando consigo os cascalhos cortados pela broca. Os cascalhos, então na superfície, são tratados adequadamente com o objetivo de promover a separação das partes sólidas dos líquidos e o reaproveitamento do fluido de perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Os principais componentes do sistema de circulação de fluidos são então: a) Tanques de lama: responsáveis por armazenar o fluido de perfuração que será injetado na coluna de perfuração. b) Bombas de lama: bombas alternativas, duplex ou tríplex (2 ou 3 pistões), no n° mínimo de duas por motivo de segurança responsáveis por bombear o fluido de perfuração. Obs: Duplex – ação dupla – bombeia nos dois movimentos do pistão. Triplex – ação simples – bombeia num único sentido. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO c) Tubo bengala/Tubo Vertical/Stand Pipe: como o swivel se moverá subindo e descendo ao logo da torre, o tubo bengala costuma ir pelo menos até a metade da torre, limitando assim a fadiga do goose neck. d) Goose neck /pescoço de ganço: trata-se do ponto de entrada de lama na coluna e está localizado na lateral fixa do swivel. e) Subsistema de tratamento: Após retornarem pelo espaço anular da coluna de perfuração, a lama deve ser tratada para poder ser reinjetada no mesmo. O subsistema é responsável por tratar os fluidos que retornam do poço misturados com cascalhos. O subsistema é composto basicamente de: FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO i) Peneira Vibratória A peneira vibratória processa a separação dos sólidos grosseiros (cascalhos). Éequipada com telas com aberturas variando de 10 a 150 mesh (mesh = número de aberturas por polegada linear), adequadas ao tipo de rocha perfurada. Com o movimento vibratório, os cascalhos "andam" pela tela inclinada até serem descartados. Os sólidos que passam através das telas são removidos por decantação no primeiro tanque de lama do sistema. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO i) Peneira Vibratória A peneira vibratória processa a separação dos sólidos grosseiros (cascalhos). É equipada com telas com aberturas variando de 10 a 150 mesh (mesh = número de aberturas por polegada linear), adequadas ao tipo de rocha perfurada. Com o movimento vibratório, os cascalhos "andam" pela tela inclinada até serem descartados. Os sólidos que passam através das telas são removidos por decantação no primeiro tanque de lama do sistema. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO ii) Degaseificador É composto por um motor elétrico ligado por um eixo vertical a uma bomba centrífuga submersa no tanque de lama, que descarrega a lama diretamente sobre uma placa de desgaste. Esse impacto forma um leque circular de spray de lama, desprendendo o gás. A lama desliza pela parede interna e segue por gravidade a calha de descarga, retornando para o tanque. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO iii) Desareiador É um conjunto de dois ou três hidrociclones de 8" ou 10". O hidrociclone é cônico e possui duas saídas: a inferior, para as partículas sólidas descartadas, e outra superior, muito maior que a inferior, para o fluxo de lama. Uma bomba centrífuga impele a lama tangencialmente à circunferência interna da câmara superior do hidrociclone. O fluxo desce espiraladamente pela parede cônica até a abertura inferior, quando inverte o sentido e passa a subir espiraladamente pela parte central do hidrociclone. As partículas sólidas, devido sua maior massa e forças inerciais, não invertem o fluxo e continuam o movimento espiralado para baixo até serem descartadas pelo desareiador FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO iv) Dessiltador Compõe-se de uma bateria de 8 a 12 hidrociclones de 4” ou 5”. Sua função é descartar partículas menores que 74 microns que tenham passado pelo desareiador v) Mud cleaner Nada mais é que um dessiltador com uma peneira que permite recuperar partículas. Parte do material é descartado e parte retorna ao fluido por se tratar de aditivos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO vi) Centrífuga A centrífuga retira partículas ainda menores que não tenham sido descartadas pelos hidrociclones. Consta de um tambor que ao girar cria uma força centrífuga no fluido, forçando os sólidos para as paredes. As paredes são “raspadas” internamente descartando as partículas sólidas por um lado do tambor enquanto que a lama sai pelo outro FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO vii) Misturadores Servem para homogeneizar a lama nos tanques. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Fluido de Perfuração Historicamente, quando foi introduzido junto com a perfuração rotativa, a finalidade do fluido de perfuração era simplesmente a remoção do cascalho produzido pela broca no fundo do poço. Com o progresso tecnológico e as exigências ambientais, os fluidos tornaram-se uma mistura complexa de sólidos, líquidos e produtos químicos. Atualmente as lamas podem ser classificados de acordo com a natureza dos fluidos de base, como lamas de base Líquida (agua ou óleo), lamas de base gasosa (ar, n2, GN) ou Lamas base mista (espuma, névoa) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Funções do fluido de perfuração: � Remover os cascalhos gerados pela broca do fundo do poço e transportados para a superfície � Controlar as pressões das formações � Estabilizar as paredes do poço � Manter os cascalhos em suspensão sempre que houver parada da circulação da lama � Resfriar e lubrificar a broca � Lubrificar a coluna de perfuração, reduzindo seu atrito com o poço � Proporcionar a formação de reboco fino e impermeável para proteger as formações produtoras � Permitir a coleta de informações sobre as formações através dos cascalhos, traços de óleo e gás que são detectados na superfície � Facilitar a realização de testes de formação, perfilagens, etc FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 1 – Tanque de lama 2 – Agitadores de argila 3 – Linha de sucção de lama 4 – Bombas do sistema de lama 5 – Motor do sistema de lama 6 – Mangueira vibratória 7 – Draw-Works (Guincho Principal) 8 – Tubulação vertical de distribuição de lama/Tubo bengala (Standpipe) 9 – Mangueira do Kelly 10 – Pescoço de ganço/Goose neck 11 – Catarina (travelling block) 12 – Linha de perfuração/cabo de perfuração 13 – Bloco de coroamento (Crown block) 14 – Mastro/Torre (Derrick) 15 – Plataforma de empilhamento (monkey board) – usada pelo torrista (derrick man) para manipular o empilhamento dos tubos de perfuração, qdo retirando ou colocando um coluna. Costuma ficar situada a cerca de 27 metros de altura FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 16 – Stand do duto de perfuração 17 – Prateleira de estocagem de tubulações/ pipe rack – fica fora do piso da torre sobre a qual as tubulações de perfuração ou de revestimento são apoiados. 18 – Swivel (Tornel/destorcedor) 19 – Kelly Drive – conjunto de ligação da coluna ao swivel. É uma seção de tubulação, quadrada ou hexagonal, de aprox. 10,7 metros, aparafusada na parte superior de uma coluna de perfuração, por sua vez sustentada pelo swivel, que está suspenso pelo gancho principal de catarina. 20 – Mesa rotativa (Rotary table) 21 – Superfície de perfuração 22 – Bell nipple – serve como funil para guiar os fluidos de perfuração que sobem do poço 23 – Ânulo do BOP (blowout preventer sistema de prevenção de fluxo descontrolado) 24 – Tubo de perfuração (drill pipe) 25 – Broca de perfuração (drill bit) 26 – Cabeça do casing 27 – Duto de retorno de lama (flow line) 2.5 Sistema de Monitoramento É composto por equipamentos utilizados no controle da perfuração, tais como: manômetros, indicador de peso, indicador de torque, tacômetro, medidores de vazão de bombeio etc. Com a evolução do processo de perfuração constatou-se uma maior eficiência a partir da sintonia dos diversos parâmetros da perfuração. Posto isso, surgiu então a necessidade de monitoração e registro desses parâmetros por meio de equipamentos que podem ser classificados em: indicadores e registradores. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Segundo Thomas, os principais equipamentos utilizados no controle da perfuração são: manômetros (pressão de bombeio), indicador de peso (gancho e brocas), torquímetro, medidores de vazão das bombas, tacômetro (velocidade da mesa rotativa), registrador de taxa de penetração da broca etc. O sistema de monitoramento é formado basicamente pelo painel do sondador que conterá os principais equipamentos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.6 Sistema de Segurança de Poço O sistema de segurança de poço tem a finalidade de proteger a superficie de eventuais erupções que possam ocorrer durante a perfuração do poço. É constituído de equipamentos que possibilitam o fechamento e controle do poço. O sistema de segurança de poço é composto basicamente de dois conjuntos, a saber: FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO i) Equipamentos de segurança de cabeça de poço (ESCP): Como veremos em itens anteriores, a perfuração de um poço de petróleo é realizada em diversas fases, quando são descidas as colunas de revestimento. A parte superior do poço, logo acima da superfície, é composta por diversos equipamentos responsáveis pela ancoragem e vedação das colunas de revestimento de superfície, são as chamadas cabeças de revestimento e de produção. Estes itens serão melhor estudados quando do estudo de completação de poços. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO ii) Blowout preventer– BOP – Preventor de Erupções : é um conjunto de válvulas utilizado para evitar que erupções de gás, óleo, água ou outros fluidos venham a chegar a superfície. Quando uma ameaça ou mesmo uma erupção destes fluidos ocorre, estes equipamentos são acionados para fechar o poço e desviar estes fluxos para os tanques de lama. O conjunto é constituído por uma série de válvulas de alta pressão, colocadas uma em cima da outra e fixadas por parafusos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO a) Válvula anular: é por esta que sai o fluxo de retorno do fluido do poço. Ela fecha ao redor dos tubos por ação de uma borracha expansível, logo ele fecha sobre qualquer diâmetro e não permanece fechado após a retirada da pressão de acionamento. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO b) Bop Gaveta/Preventor de Gaveta: é uma válvula composta por duas peças de aço chamadas gavetas, em forma de meia lua e que também se fecham ao redor dos tubos. Quando na parte inferior são utilizadas muitas vezes para vedar o poço, para que sejam trocadas as gavetas superiores por outras de diferentes diâmetros. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO c) Choke flow Line – é por onde fluirá o fluido do poço no caso de um blowout e, com isto pode-se controlar as pressões que surgirem no poço, para evitar danos a formação. Neste caso a válvula anular deve estar fechada. - Válvula cega (blind rams) – é composta por duas peças de aço que vedam totalmente o poço, sem a tubulação dentro dele (somente em casos de emergência, quando há tubos de perfuração, eles são cortados e indo cair no fundo do poço). FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.7 Sistema de geração e transmissão de energia É o sistema responsável pela geração da energia necessária para acionar os diversos equipamentos da sonda. Normalmente essa energia é gerada por motores a diesel, os quais produzem energia elétrica. Contudo, em plataformas onde exista produção de gás, é comum utilizar turbinas movidas a gás natural para geração da energia elétrica. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO 2.8 Sistema de subsuperfície (coluna de perfuração) •A coluna de perfuração é um dos principais componentes do sistema de rotação de uma sonda de perfuração. Ela transfere energia, em forma de rotação e peso aplicados sobre a broca, para a formação causando a trituração das rochas. A mesma é constituída de tubos de aço conectados, onde a parte mais alta e longa da seção da coluna é formada pelos tubos de perfuração. •As principais funções da coluna de perfuração são: transmitir a rotação da mesa rotativa até a broca, possibilita e facilita a circulação do fluido de perfuração até a broca, produzir peso sobre broca de uma forma que a perfuração seja efetiva, e fornecer controle sobre a direção do poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • A constituição de uma coluna consiste nos seus principais componentes e nos seus acessórios. Seus principais componentes são os elementos tubulares que consistem em kelly, tubos de perfuração (drill pipes), tubos de perfuração pesados (heavy-weight drill pipes) e comandos (drill collars). • Os componentes não tubulares da coluna são seus acessórios, e estes resumem-se em substitutos (subs), estabilizadores e escareadores, alargadores e amortecedores de vibração . Tubo de Perfuração (Drill Pipe) • Na coluna de perfuração os tubos de perfuração têm a função de fornecer comprimento suficiente para que a broca consiga atingir um reservatório, e também de transmitir rotação para a mesma. • Maior parte da coluna de perfuração, feito de aço e em situações especiais de alumínio (para longo alcance) ou titânio. • Produzido por extrusão e protegido internamente com aplicações de resinas para diminuição do desgaste interno e corrosão. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Alguns fatores são muito importantes para a decisão do material para a fabricação desses tubos, como por exemplo, configuração do poço, temperaturas do fundo do poço, o ambiente de trabalho (presença de H2S e CO2), e também arraste e torque. • A conexão de um tubo de perfuração para outro, se dá pelos tool joints, que são uniões/conexões/extremidades cônicas (ou ainda acoplamentos auxiliares) soldadas nas extremidades dos tubos de perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Tubo de perfuração (Drill Pipe). • Para que um tubo de perfuração seja identificado corretamente, ele deve ser especificado por alguns parâmetros: diâmetro nominal, peso nominal(valor médio do peso do tubo junto com os tool joints), grau do aço(indica a tensão de escoamento máxima que aço suporta antes de atingir o regime plástico) , tipo de upset(reforço na extremidade do tubo que permite a solda do tool joint), comprimento nominal, e grau de desgaste*. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • *De acordo com a norma API RP 5C1, o desgaste de um tubo de perfuração é percebido pela diminuição da espessura de sua parede, portanto periodicamente os tubos são inspecionados e classificados na sua determinada faixa. A resistência do tubo de perfuração aos esforços, logicamente são diminuídos com o desgaste, logo é evidente a importância da classificação de tubos por desgaste. • O quadro abaixo, explicita a classificação de um tubo de perfuração por redução da espessura, sendo cada classificação identificada por faixas de diferentes cores. A importância das faixas é a fácil identificação visual da classe do tubo, tornando mais fácil o trabalho de quem os manuseia. Um tubo novo, assim que descido no poço, já é considerado Premium, ou seja, com desgaste de 0 a 20% da sua espessura. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Tubos Pesados (Heavy Weight Drill Pipes - HWDP) • Geralmente possuem o mesmo diâmetro externo dos tubos de perfuração normais, porém com maior espessura de parede. Além de poderem ser utilizados para dar peso sobre a broca, os tubos pesados entre os comandos e os tubos de perfuração permitem uma mudança gradual da rigidez da coluna, o que é importante pois uma mudança brusca de rigidez na coluna se torna um ponto de concentração de tensões e portanto um ponto que pode sofrer fraturas com mais facilidade, diminuindo assim a possibilidade de falha por fadiga. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • São bastante utilizados em poços direcionais, como elemento auxiliar no fornecimento de peso sobre a broca, em substituição a alguns comandos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO TUBO DE PERFURAÇÃO PESADO (HWDP) Comandos (Drill Collars) • Os comandos são elementos tubulares fabricados em aço forjado, usinados e que possuem alto peso linear devido à grande espessura de parede. As conexões dos comandos são usinadas no próprio comando. Os comandos têm grande importância no BHA (fração da coluna que compreende desde os tubos pesados até a broca – “Bottomhole Assembly”), pois são projetados para vários propósitos, incluindo projetar carga na broca de perfuração, ou peso sobre broca (PSB), fornecendo rigidez a coluna e permitindo maior controle da trajetória do poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Os Comandos podem ser fabricados em vários tamanhos e formas. O comando convencional tem perfil circular, porém comandos espiralados ou quadrados também são utilizados. Comandos com área transversal quadrada são usados quando se é preciso de mais rigidez no BHA, enquanto que os comandos em espiral são recomendados na perfuração em áreas que sofrem com altos diferenciais de pressão. As espirais na superfície externa desses comandos reduzem o contato entre a parede do poço e os comandos, que, por vez, diminui a força por diferencial de pressão FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO COMANDO DE PERFURAÇÃO (DRILL COLLAR) Os comandos são uma porção da coluna que merece muita atenção pois, os esforços mais severos são aplicados sobre eles,portanto os comandos precisam ser bem dimensionados. Componentes Acessórios da Coluna • Estabilizadores - Ferramenta responsável por centralizar a coluna de perfuração, afastando os comandos das paredes do poço, mantendo o calibre (diâmetro) do poço, provendo estabilidade para o BHA, reduzindo a vibração na coluna, e também diminui o risco de bloqueio da mesma por diferencial de pressão. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Os estabilizadores são essenciais também quando a perfuração é direcional, isto porquê, para ganhar ângulo, um estabilizador é colocado próximo à broca, e para perder ângulo, não é usado um estabilizador, assim o peso dos comandos faz com que a força na extremidade da coluna passe a ter uma componente perpendicular para baixo, ao passo que para a manutenção de ângulo na perfuração direcional utilizam-se três estabilizadores em série (todos de mesmo diâmetro), separados apenas por pequenas seções de comandos, sendo que o 1°estabilizador fica conectado à broca. Essa disposição de estabilizadores, faz com que a coluna resista a desvios causados pelo peso do BHA. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Substitutos (Subs) – São pequenos tubos utilizados em conexões diversas como conectando tubos de diferentes roscas e diâmetros, broca ao comando correspondente, etc. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Escareadores (Roler-Reamer ) – São ferramentas similares aos estabilizadores, porém, utilizados para rochas mais duras e abrasivas, para tanto utilizam roletes que ainda trazem o beneficio adicional de reduzir o torque na coluna. • Alargadores – São ferramentas que permitem aumentar o diâmetro de um trecho de um poço já perfurado. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Amortecedores de choque/vibração – São ferramentas que absorvem as vibrações verticais da coluna produzidas pela ação da broca. É utilizado quando perfura-se rochas duras ou com variação de dureza. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Ferramentas de Manuseio • Chaves flutuantes (tongs) – São equipamentos da plataforma, mantidos suspensos por meio de cabos e contrapesos, responsáveis por fornecer o torque necessário ao aperto/desaperto das tool joints. • Cunhas – São equipamentos que mantem a coluna de perfuração suspensa na mesa rotativa e são utilizadas durante a conexão dos componentes do BHA. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Colar de segurança – São equipamentos colocados no topo da coluna que impedem a sua queda no poço em caso de deslizamento pelas cunhas. ESFORÇOS NA COLUNA DE PERFURAÇÃO A coluna de tubos de perfuração está sujeita a esforços de tração, compressão e torção durante as operações de perfuração. Poderá eventualmente estar sujeita a grandes esforços radiais (dif. de pressão interna e externa ao tubo). - quanto à tração: o tubo de perfuração mais próximo à superfície deve suportar todo o peso da coluna, porém é necessário levar em conta que a coluna está imersa no fluido de perfuração e esse gera um empuxo que empurra a coluna para cima. Portanto no cálculo da tração, o peso da coluna tem que ser corrigido. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO - O colapso representa a falha na qual o tubo é ‘esmagado’ pois acontece quando a pressão externa é maior que a interna. A pressão de colapso é resultante do diferencial de pressão externa e interna ao tubo quando a pressão externa é maior do que a interna. Os valores da pressão de colapso estão tabelados no API RP7G para cada tipo de tubo de perfuração. Estes valores são calculados através de quatro fórmulas, cada uma aplicada para o range da razão D/t correspondente (D=diâmetro externo, t=espessura da parede). FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO - Na flambagem devido seu peso causar tração nos tubos superiores e o empuxo gerado pelo fluido de perfuração aliado ao peso sobre broca causar compressão nos tubos inferiores, a coluna sofre ação de duas forças de sentidos contrários nas suas extremidades. Num tubo flambado, as tensões são cíclicas devido à rotação da coluna. - A flambagem pode ser senoidal ou helicoidal, sendo que a helicoidal não possui solução tecnológica até o momento. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Incidentes na Perfuração • Prisão de Coluna • Perda de Circulação • Desmoranamento do poço • Falhas no Drill Pipe FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas • Utilizada para cortar ou triturar a formação durante o processo de perfuração rotativa. • A forma de ataque utilizada para vencer os esforços da rocha podem ser: acunhamento, cisalhamento, esmerilhamento, esmagamento, e até mesmo erosão por ação de jatos de fluido. • É o grau de dureza e abrasividade que determinará o tipo de broca e o princípio de ataque. Os tipos de broca mais utilizados para perfuração de poços de petróleo se classificam genericamente da seguinte maneira: • Brocas com partes móveis; • Brocas sem partes móveis. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas com partes móveis – Cônicas Histórico • Cortadores formados por dentes fresados no mesmo aço dos cones (1909); • Dentes engrenados para auto limpeza da broca (1925); • Dentes de aço recobertos com metal duro (liga de carboneto de tungstênio) (1928); • Insertos de carboneto de tungstênio para formações mais duras (1951); FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • As brocas de cones são as mais utilizadas na atualidade para a perfuração petrolífera e contam com três importantes componentes: a estrutura cortante, os rolamentos e o corpo. • Os elementos cortadores são os dentes de aço usinados desde um cone básico de material e recobertos com metal duro, ou os insertos de carboneto de tungstênio colocados por interferência em furos perfurados na superfície dos cones. • Atualmente, a broca de cones é ajustada com insertos resistentes à abrasão ou ao impacto (em seus diferentes graus), dependendo da aplicação. • A introdução de insertos de diferentes geometrias, recobertos com capas de diamante sintético para resistir ao desgaste ocasionado pelo contato dinâmico do calibre da broca com formações abrasivas, auxilia na conservação do diâmetro do calibre das brocas. • É altamente resistente aos desgastes por abrasão, adesão, erosão e desgaste por deslizamento devido à sua dureza ser bastante elevada, possui ainda uma estrutura densa, com baixíssimo nível de porosidade. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Não é recomendável para ambientes corrosivos. • Possui uma aderência bastante elevada ao substrato. • Algumas aplicações dessa liga: Peças de Aviação, Matrizes de Conformação a Frio, Sedes de Selos Mecânicos, Elementos de desgaste de máquinas agrícolas etc. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Broca tricônica de dentes de aço FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Broca tricônica de insertos FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Broca bicônica de insertos FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Broca monocônica de insertos FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Elementos cortantes das brocas de cones: dentes de aço e insertos de carboneto de tungstênio FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O corpo da broca tricônica tem a seguinte composição: • Conexão rosqueada que une a broca com o tubo de perfuração; • Três eixos de rolamento onde são montados os cones; • Depósito que contém o lubrificante para os rolamentos; • Orifícios através dos quais passa o fluido de perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • A incorporação de jatos às broca de cones ajudou a melhorar a limpeza do fundo do poço e da estrutura de corte. Os projetos hidráulicos das brocas atuais incluem jatos dirigidos, estendidos, centrais e difusores, que contribuem ainda mais para a limpeza do fundo do poço e da estrutura de corte, assim como para o resfriamentoda broca. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Código IADC para brocas tricônicas • O IADC (International Association of Drilling Contractors) desenvolveu um sistema padronizado para classificação das brocas tricônicas para fazer comparações e evitar confusão entre os tipos de brocas equivalentes em relação aos seus distintos fabricantes. • O classificação pode assim ser representado: N1 N2 N3 A FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Onde N1 Identifica o tipo e o desenho da estrutura de corte com respeito ao tipo de formação: 1 - Dentes de aço para formações moles; 2 - Dentes de aço para formações médias; 3 - Dentes de aço para formações duras; 4 - Dentes de insertos de tungstênio para formações muito moles; 5 - Dentes de insertos de tungstênio para formações moles; 6 - Dentes de insertos de tungstênio para formações médias; 7 - Dentes de insertos de tungstênio para formações duras; 8 - Dentes de insertos de tungstênio para formações muito duras. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Onde N2 indica o grau de dureza da formação na qual se usará a broca. Varia de mole à dura: 1 - Para formações moles; 2 - Para formações médias moles; 3 - Para formações médias duras; 4 - Para formações duras. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Onde N3 indica o sistema de rolamento e lubrificação da broca em oito classificações: 1 – Rolamento convencional não selado; 2 – Rolamento convencional não selado com refrigeração a ar; 3 – Rolamento convencional não selado com proteção de calibre; 4 – Rolamento selado auto-lubrificado; 5 – Rolamento selado com proteção de calibre; 6 – Rolamento de fricção (journal) selado; 7 – Rolamento de fricção (journal) selado com proteção de calibre; 8 – Para perfuração direcional; 9 – Outros. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Onde A é um caractere alfanumérico que indica outras características, tais como, aplicações a ar comprimido, selos especiais, jato central, etc. Algumas exemplos para o caractere “A” são apresentadas abaixo: A – Para perfuração a ar B – Rolamento com selo especial C – Jato central D – Para melhor controle direcional E – Jato com extensão G – Proteção extra no corpo para calibre H – Para poço horizontal L – Jatos chatos; Z – Outros tipos de insertor FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas sem partes móveis Brocas de Diamante natural • Possuem têm um corpo fixo cujo material é composto de uma matriz de carboneto de tungstênio. O tipo de fluxo pode ser radial ou cruzado e o tipo de cortador é o diamante natural incrustado no corpo da broca, com diferentes densidades e desenhos. • É utilizada em casos especiais para perfurar formações muito dura ou na aplicação de brocas desviadoras para desviar poços em formações muito duras e abrasivas. • Tipicamente a pedra de diamante está “incrustada” na matriz da broca de diamante e sobressai um terço de seu tamanho sobre a superfície. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas de diamantes naturais Obs: Atualmente é mais utilizada para perfuração de testemunhos de sondagem ou em formações extremamente duras e abrasivas FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Mecanismo de corte é o esmerilhamento e arraste; FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Operação gera altas temperaturas; • O diamante está em sua forma natural e não comercial; • O tamanho varia de acordo com o desenho da broca: quanto mais dura e abrasiva for a formação menor o diamante que se deve usar; • Os diamantes usados para este tipo de broca são arredondados, mas de forma irregular FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas de diamante termicamente estável – TSP • São usadas para perfuração de rochas duras como calcário, arenitos finos e duros, tendo uso um pouco mais frequente para perfuração convencional que as diamante natural. • Geram altas torções nos tubos de perfuração, embora hoje se pode usar com motor de fundo. • Este tipo de broca usa como estrutura de corte, diamante sintético em forma de triângulos pequenos e não redondos, cuja densidade, tamanho e tipos são característicos de cada fabricante. • Estas brocas também têm aplicação para cortar núcleo e desviar poços. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas PDC ( “Polycrystalline Diamond Compact”) • As brocas de PDC utilizam diamante sintético no formato de um compacto de diamante policristalino. • Seus cortadores são na forma de pastilhas, montada nas aletas da broca, que podem ser de aço ou matriz de carboneto de tungstênio. São muito versáteis podendo atuar sobre formações muito moles ou muito duras e em diferentes diâmetros de poços, inclusive em motores de fundo e turbinas. • A diferença em relação as brocas de diamante natural e TSP é seu desenho hidráulico que se realiza com sistema de jatos, similar às brocas de cones. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • O mecanismo de corte das brocas PDC é por cisalhamento. • As brocas para rochas mais moles possuem pouco cortantes de maior tamanho e as brocas para rochas mais duras possuem cortantes menores e em maior quantidade. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Broca PDC de corpo de aço FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas Impregnadas • São uma evolução da broca de diamante, possuindo seus elementos de corte (cristais de diamante) impregnados na matriz de carboneto de tungstênio. • Durante a perfuração, com o desgaste da broca novos cristais de diamantes impregnados na matriz se expõem continuamente ao ambiente de perfuração mantendo a estrutura de corte afiada. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Código IADC para brocas de cortadores fixos • O IADC (International Association of Drilling Contractors) também desenvolveu um sistema padronizado para a identificação das brocas de cortadores fixos que incluem todos os tipos: Diamante natural, PDC e TSP. • Este código consiste de 4 caracteres, 1 letra e 3 números: A N1 N2 N3 FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Brocas especiais • Brocas desviadoras/jatos desviadores - empregadas para a perfuração direcional de formações moles, durante operações de desvio do poço, onde o jato maior é apontado de modo que quando se aplica pressão das bombas o jato perfura a lateral do poço em uma direção especifica. • Brocas Coroas - utilizadas nas operações de testemunhagem. Possuem um furo no centro que permite que parte da formação não seja cortada pela broca (testemunho) que posteriormente levada a superfície para análise mais detalhada das formações; FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Brocas especiais - São as brocas de jatos de ar, projetadas para perfurar com ar, gás ou vapor, como meio de circulação. Estas brocas estão providas de condutos para circular parte do ar, gás ou vapor através dos rolamentos convencionais não selados afim de esfriá-los e mantê-los limpos. • Existem outro tipos de brocas especiais que, entre estas brocas podemos mencionar: As brocas ampliadoras, as brocas para cortar tubos de revestimento, brocas para perfurar diâmetros demasiado grandes ou pequenos, com aplicação de tubos flexíveis, etc. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Seleção de Brocas Envolve fatores como: • Identificar o objetivo do poço, diâmetro do poço, dados do intervalo a perfurar, tipo de formação, geologia, litologia, condições e requerimentos especiais do poço, determinar de restrições e indicadores da perfuração. • Selecionar a estrutura de corte, corpo e perfil da broca: identificar o tipo, tamanho, densidade, distribuição e inclinação dos cortadores. Também o tipo de perfil e corpo da broca o qual ajudara a ótima estabilização e agressividade durante a perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Identificar o gasto ou economia esperada com o uso deste tipo de broca com base no custo por metro perfurado e rentabilidade econômica entre outros. • Identificar a hidráulica ótima para perfurar, assim como o tipo fluido de controleusado, com base na limpeza do cascalho e no esfriamento da broca. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Critérios para seleção de brocas Objetivos de perfuração Rendimento Economia Direcional (Diamantes para direcional horizontal) Análise de históricos (outros poços) Taxa de penetração Tipo de fluido de perfuração Energia hidráulica Restrições decorrentes de parâmetros de operação Sensibilidade ao custo pelo operador Limitações de peso sobre a broca Velocidade de rotação (RPM) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Critérios para seleção de brocas (Cont) Profundidade do poço (profundos diamante) Diâmetro reduzido do poço (diamante) Aplicações com motor de fundo (diamante) Tipo de rocha Transição (trocas de dureza na formação) Pode-se ainda fazer a seleção através da análise de perfis geofísicos e em função da formação. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FLUIDOS DE PERFURAÇÃO • Introdução • Especificações e Funções de um fluido de perfuração • Propriedades físicas e químicas dos fluidos de perfuração • Classificação dos fluidos de perfuração • Implicações ambientais dos fluidos de perfuração FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Breve Histórico • No início uma mistura lamacenta de água e argila era bombeada no orifício. • Os fluidos de perfuração ainda são chamados de lamas, embora não se restrinjam apenas de água e argila. • Ao invés disso, são projetados cuidadosamente compostos e misturas para atender às especificações de perfuração em diversas condições. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Flauville (1883) - Percebeu que a água era bastante eficiente em levantar e retirar os fragmentos resultantes do corte para fora do poço. • Estava estabelecido o princípio do uso de fluidos móveis para remover os fragmentos. A água podia ser bombeada por dentro das hastes chegando ao fundo e assim carregar os fragmentos e retornando à superfície através do espaço entre a haste e a parede do furo. Este é o procedimento padrão utilizado até hoje. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • A partir da metade do século XIX, começou-se a pensar na lama de perfuração como um auxiliar para remover os detritos gerados, através de sua circulação dentro do poço. • Este método foi consolidado em 1866 com um equipamento de perfuração rotatória, denominado “stone drill”, que se mostrou semelhante em muitos aspectos aos equipamentos utilizados atualmente. • No mesmo período, iniciou-se a adição de material com propriedades de plasticidade e maleabilidade (como argila, farelo de milho e cimento) para atribuir ao fluido nova função: revestir as paredes do poço para estabilizá-lo e reduzir a tendência ao desmoronamento. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Definição de Fluido de Perfurção • De acordo com a API (American Petroleum Institute) fluido de perfuração é um fluido circulante usado para tornar viável uma operação de perfuração. Na prática tudo que escoa chamamos fluido, independente da sua utilização e propriedades. • Quimicamente são dispersões complexas de sólidos, líquidos e gases, usualmente constituídas de duas fases: uma dispersante (aquosa ou orgânica) e outra dispersa, cuja complexidade depende da natureza dos produtos dispersos, requisitos e funções necessárias. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Especificações de um fluido de perfuração: • Manter os sólidos em suspensão quando estiver em repouso; • Ser estável quimicamente; • Estabilizar as paredes do poço, mecânica e quimicamente; • Ser inerte em relação a danos às rochas produtoras; • Aceitar qualquer tratamento, físico e químico; • Ser bombeável; • Apresentar baixo grau de corrosão e de abrasão em relação à coluna de perfuração e demais equipamentos do sistema de circulação; • Facilitar as interpretações geológicas do material retirado dopoço; • Apresentar custo compatível com a operação FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Suspensão O fluxo do fluido de perfuração é frequentemente interrompido, seja por problemas ou então para retirar o equipamento de perfuração para a troca da broca. Quando a perfuração é interrompida, os fragmentos em suspensão podem afundar indo para o fundo do poço entupindo o equipamento. Os fluidos de perfuração são projetados de tal forma que a viscosidade do fluido aumenta à medida que o movimento do fluido é reduzida. Quando o fluido para de se movimentar ele se torna um gel espesso que suspende os fragmentos de rocha e impede que eles vão para o fundo do furo. Quando o fluido reinicia o movimento, ele vai ficando menos espesso (viscoso) até atingir o estado inicial na forma de líquido. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Em repouso, o Visplex é um gel que suporta o peso de um pequeno fragmento Quando movimentado, o Visplex se torna mais líquido e o fragmento afunda Fluido de perfuração VISPLEX a base de água, utilizado na perfuração de poços desviados ou horizontais FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Controle da pressão O controle se dá por meio de uma ação contrária à pressão natural dos fluidos contidos na formação rochosa. Um equilíbrio adequado deve ser obtido pelo fluido de perfuração contra as paredes do furo de modo suficiente a conter a pressão exercida tanto pela formação rochosa como pelo gás ou petróleo e ao mesmo tempo não provocar danos ao poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Assim, o fluido não deve ser muito pesado, caso contrário pode provocar fraturas na rocha e se perder pelo maciço. A pressão de um líquido depende da sua densidade. Pode-se adicionar agentes ao fluido de perfuração para aumentar a sua densidade e assim aumentar a pressão exercida sobre as paredes do furo. A densidade do líquido pode ser ajustada para atender às condições específicas do poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Estabilização da formação rochosa exposta. Existem duas fases no processo de perfuração: Na primeira, a perfuração é feita numa rocha que não contém petróleo. O objetivo é se mover o mais rápido possível para se atingir a rocha que contém o petróleo (reservatório ou pay zone). A prioridade é manter a formação rochosa exposta no furo estável e ao mesmo tempo impedir a perda do fluido de perfuração. Ao manter a pressão de perfuração existe a tendência natural do fluido em penetrar a rocha permeável em formação, o que é impedido através de aditivos especiais presentes nos fluidos de perfuração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O fluido de perfuração pode interagir com a rocha circundante de outras formas. Por exemplo, se a rocha possui sais na sua composição, a água irá dissolver o sal e isto tende a fazer com que as paredes do furo fiquem instáveis. Um fluido à base de óleo pode ser melhor nesta situação. Formações rochosas com grandes teores de argila também tendem a ser lavadas pela água. Tais formações necessitam de um fluido inibidor para manter o furo estável e impedir o seu alargamento pela ação da água. Após atingir o reservatório, a composição do fluido de perfuração pode ser alterada para evitar o entupimento dos poros da rocha. Manter os poros abertos permite que o fluxo de petróleo ocorra mais livremente para o furo e seja assim levado para a superfície. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Funções Básicas dos Fluidos de Perfuração • Limpar o fundo do poço dos cascalhos gerados pela broca e transportá-los até a superfície • Exercer pressão hidrostática sobre as formações, de modo a evitar o influxo de fluidos indesejáveis (kick) e estabilizar as paredes do poço • Resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Evitar danos à formação produtora (redução da permeabilidade) • Inibir a reatividade de formações argilosas; • Minimizar o problema de torque e arraste; • Garantir segurança operacional e proteção ao meio ambiente FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Resfriar, limpar e lubrificar a broca FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO• Permitir a separação dos detritos na superfície, para tanto: O fluido não pode impedir que os detritos sejam descarregados com facilidade na superfície. Após ser limpo, o fluido volta ao poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Os fluidos, como já comentado, devem manter os detritos em suspensão e, possuindo a a função de sustentação estática, denominada TIXOTROPIA: • Em repouso o fluido gelifica e mantém os detritos em suspensão. • Ao iniciar o bombeamento, o gel se quebra e começa a fluir transportando os detritos à superfície. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO O fluido não deve contaminar ou contaminar o mínimo possível os detritos(cascalhos por exemplo) a fim de não prejudicar as avaliações da formação geológica. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Para o desempenho destas funções, o fluido de perfuração NÃO deve também: • Alterar as propriedades da rocha produtora que impliquem em restrições ao fluxo de hidrocarbonetos; • Causar corrosão aos equipamentos de perfuração com que tem contato. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Propriedades físicas e químicas dos fluidos de perfuração Densidade (massa específica) Limites de variação da densidade dos fluidos para perfurar uma determinada fase são definidos pelas duas pressões das formações expostas: · Pressão dos poros (pressão atuante no fluido que se encontra no espaço poroso da rocha) – limite mínimo · Pressão de fratura (valor de pressão para o qual a rocha se rompe) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Quando se deseja aumentar a densidade de um certo fluido, adiciona-se geralmente a barita, BaSO4 (d=4,25 contra a média de 2,60 das rochas), por outro lado usa- se água (1,00) ou óleo diesel (0,82) para reduzir a densidade. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Parâmetros reológicos A Reologia é a ciência que estuda a deformação e o escoamento de corpos sólidos ou fluídos (gases ou líquidos). Os parâmetros reológicos controlam o comportamento do fluxo de um fluido. Considera-se que um fluido segue um modelo reológico e os parâmetros influem diretamente no cálculo de perdas de carga na tubulação e velocidade de transporte dos cascalhos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Modelos Reológicos Modelo Newtoniano - Τ = µ γ (Ideal para água, gases, etc.) Modelo de Bingham - Τ = µp (γ + Τl ) (estão associados o limite de escoamento e a viscosidade plástica) Modelo de Potência - Τ = k γn (São os modelos adotados para fluidos de perfuração) Onde: T – Tensão de cisalhamento µ – Viscosidade Newtoniana µp – Viscosidade Plástica de Bingham k – índice de consistência n – índice de comportamento de fluxo FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Para aumentar a viscosidade de lamas à base de água usa-se bentonita (mistura de argilas), que é o principal elemento constituinte deste tipo de lama. Pode-se usar polímeros orgânicos, substâncias aniônicas de elevado peso molecular, que viscosificam o meio aquoso e floculam as partículas de argila. Para diminuir a viscosidade são usadas substâncias que se adsorvem às partículas de argila equilibrando as valências livres, diminuindo portanto o limite de escoamento. Tais substâncias são conhecidas como afinantes e as principais são lignossulfonatos, lignito e tanino. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Parâmetros de filtração (filtrado) Capacidade em formar uma camada de partículas sólidas úmidas, denominada de reboco, sobre as rochas permeáveis expostas pela broca, fundamental para o sucesso da perfuração e da completação do poço. Para formar o reboco, deve haver o influxo da fase líquida do poço para a formação, conhecido como filtração. Para isso é essencial que o fluido tenha uma fração razoável de partículas com dimensões dos poros das rochas expostas. Se existem partículas sólidas com dimensões adequadas, a obstrução dos poros é rápida e somente a fase líquida do fluido, o filtrado invade, a rocha. O filtrado e a espessura do reboco são dois parâmetros medidos rotineiramente para definir o comportamento do fluido quanto à filtração. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Teor de sólidos Deve ser mantido o mínimo possível e controlado com rigor, pois o seu aumento implica aumento de várias outras propriedades como densidade, viscosidade e forças géis, além de aumentar a probabilidade de ocorrência de problemas como desgaste dos equipamentos de circulação, fratura das formações devido à elevação das pressões de bombeio ou hidrostática, prisão da coluna e redução da taxa de penetração. O tratamento do fluido para reduzir o teor de sólidos pode ser preventivo (inibir química ou fisicamente o fluido para evitar a dispersão de sólidos perfurados) ou corretivo (através de equipamentos extratores de sólidos como tanques de decantação, peneiras, hidrociclones e centrifugadores, ou diluir o fluido). FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO pH O pH deve ser mantido no intervalo de alcalino baixo (7 a 10) cujo objetivo principal é reduzir a taxa de corrosão dos equipamentos Teores de cloreto e de bentonita Salinidade – usado principalmente para se identificar o teor salino da água de preparo do fluido, controlar a salinidade de fluidos inibidos com sal, identificar influxos de água salgada e identificar a perfuração de uma rocha ou domo salino. Bentonita – através de uma análise volumétrica por adsorção (azul de metileno MBT) pode-se verificar a quantidade de sólidos ativos ou bentoníticos no fluido de perfuração, onde se mede a capacidade de troca de cátions (CTC) das argilas e sólidos ativos presentes. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Classificação dos fluidos de perfuração Feita em função da sua composição sendo que o critério principal baseia-se no constituinte principal da fase contínua ou dispersante. • Fluidos à base de água • Fluidos à base de óleo • Fluidos à base de ar ou gás FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Fluidos à base de água • Por definição, considera-se principalmente a natureza da água e os aditivos químicos empregados no preparo do fluido. • Sensíveis modificações nas propriedades físicas e químicas em função da proporção e interação dos componentes básicos. • Água – principal fase contínua e principal componente, pode ser doce (salinidade < 1000 ppm NaCl equivalente), salgada (salinidade > 1000 ppm NaCl equivalente) ou dura (sais de cálcio e magnésio dissolvidos) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Principal função da água: prover o meio de dispersão para os materiais coloidais, principalmente argilas e polímeros que controlam a viscosidade, limite de escoamento, forças géis e filtrado em valores adequados de modo a conferir ao fluido uma boa taxa de remoção dos sólidos perfurados e capacidade de estabilização das paredes do poço. • Fatores a serem considerados na água de preparo: disponibilidade, custo de transporte e de tratamento, tipos de formações geológicas a serem perfuradas, produtos químicos que irão compor o fluido e equipamentos e técnicas a serem utilizados na avaliação das formações. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Os produtos químicos adicionados aos fluidos podem ser: a) alcalinizantes e controladores de pH (soda cáustica, potassa cáustica e cal hidratada) b) dispersantes (lignossulfonato, tanino, lignito e fosfatos) c) redutores de filtrado como o amido d) polímeros de uso geral para viscosificar, desflocular ou reduzir filtrado FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO f) surfactantes para emulsificar e reduzir a tensão superficial g) removedores de cálcio e magnésio (carbonato e bicarbonato de sódio) h) inibidores de formações ativas (cloreto de potássio, sódio e cálcio) i) bactericidas (paraformaldeído, compostos organoclorados, soda cáustica e cal) j) outros mais específicos como anticorrosivos, traçadores químicos, e antiespumantes FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Fluidos não-inibidos sãoempregados na perfuração das camadas rochosas superficiais, composta na maioria das vezes de sedimentos inconsolidados. Esta etapa termina com a descida do revestimento de superfície e uma vez que as rochas superficiais são praticamente inertes ao contato com água doce, dispensa-se o tratamento químico ao fluido nesta fase. • Fluidos inibidos são programados para perfurar rochas de elevado grau de atividade na presença de água doce. Uma rocha é dita ativa quando interage quimicamente com a água, tornando-se plástica, expansível, dispersível ou até mesmo solúvel. Nestes fluidos são adicionados produtos químicos (inibidores) como eletrólitos e/ou polímeros, que têm a propriedade de retardar ou diminuir estes efeitos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Os inibidores físicos são adsorvidos sobre a superfície dos materiais das rochas e impedem o contato direto com a água. Outros como a cal, cloretos de potássio, sódio e de cálcio, conferem uma inibição química porque reduzem a atividade química da água e podem reagir com a rocha, alterando-lhe a composição. Exemplo: ao se perfurar uma rocha salina, sabe-se que esta possui elevado grau de solubilidade, por isso emprega-se um fluido saturado com NaCl como meio dispersante e assim a solubilidade fica reduzida. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Fluidos à base de água com Baixo teor de sólidos e os Emulsionados com óleo são programados para situações especiais, onde os primeiros são usados para aumentar a taxa de penetração da broca, reduzindo o custo total da perfuração, e os segundos têm o objetivo principal de reduzir a densidade do sistema para evitar que ocorram perdas de circulação em zonas de baixa pressão de poros ou baixa pressão de fratura. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Fluidos à base de óleo • Chamados assim pois neste caso a fase contínua ou dispersante é constituída por uma fase óleo, geralmente composta de hidrocarbonetos líquidos. • Pequenas gotículas de água ou de solução aquosa constituem a fase descontínua desses fluidos. Alguns sólidos coloidais, de natureza inorgânica e/ou orgânica, podem compor a fase dispersa. Os fluidos podem ser emulsões água/óleo propriamente dita (teor de água < 10%) ou emulsão inversa (teor de água de 10% a 45%). • Devido ao alto custo inicial e grau de poluição, os fluidos à base de óleo são empregados com menor frequência do que os fluidos à base de água.) FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Principais características: • grau de inibição elevado em relação às rochas ativas • baixíssima taxa de corrosão • propriedades controláveis acima 177o C a 260o C • grau de lubricidade elevado • amplo intervalo de variação de densidade: de 0,89 a 2,4 • baixíssima solubilidade de sais inorgânicos FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Em função destas características, os fluidos à base de óleo têm apresentado excelentes resultados na perfuração dos seguintes poços: • poços HPHT (alta pressão e alta temperatura) • formações de folhelhos argilosos e plásticos • formações salinas de halita, silvita, carnalita, etc. • formações de arenitos produtores danificáveis por fluidos à base de água • poços direcionais ou delgados ou de longo afastamento • formações com baixa pressão de poros ou de fratura FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Desvantagens: • dificuldade na detecção de gás no poço devido a sua solubilidade na fase contínua • menores taxas de penetração • maiores graus de poluição • menor número de perfis que podem ser executados • dificuldade no combate à perda de circulação • maior custo inicial Progressos em novas pesquisas com óleos minerais e sintéticos menos poluentes que o óleo diesel, têm levados a novos sistemas mais eficientes. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Operações normais de perfuração • Alargamento e repassamento • Conexão, manobra e circulação • Revestimento de um poço de petróleo • Cimentação de poços de petróleo • Perfilagem • Movimentação de sonda FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Alargamento e repassamento - Utilização dos alargadores Conexão, manobra e circulação Conexão – operação de inserção de um novo tubo de perduração, quando o topo do kelly atinge a mesa rotativa. Manobra – operação de retirada e descida da coluna para substituição de alguma ferramenta. Circulação – operação onde a broca é mantida um pouco acima do poço apenas com o intuito de circular o fluido pelo espaço anular para remoção de cascalhos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Revestimento de um poço de petróleo Todo poço perfurado tem a necessidade de ser revestido total ou parcialmente, com a finalidade de proteger suas paredes. Após a perfuração, procede-se a descida de uma coluna de revestimento (feita por tubos de aço especial), com posterior cimentação do espaço anular exterior à coluna. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Esquema do revestimento de poços com 3 (direita) e 5 (esquerda) fases. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Classificação das colunas de revestimento Revestimento condutor – É o primeiro revestimento, variando de 5 a 10 metros. Tem a finalidade de sustentar os sedimentos superficiais. A perfuração é feita com brocas de 13 3/8” ou 20” ou 30” de diâmetro. Revestimento de superfície – Visa prevenir contra desmoronamento de formações consolidadas. Serve como base de sustentação e apoio para equipamentos de segurança instalados na cabeça do poço. Seu comprimento varia de 100 a 600 metros e as brocas utilizadas podem ter diâmetro de 9 5/8” ou 10 ¾” ou 13 3/8” ou 16” ou 18 5/8” ou 20”. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Revestimento intermediário – Isola e protege as zonas de alta ou baixa pressões, zonas de perda de circulação, formações desmoronáveis, formações portadores de fluidos corrosivos ou contaminantes de lama. Sua profundidade pode variar de 1.000 a 4.000 metros e as brocas podem ter diâmetro de 7” ou 9 5/8” ou 13 3/8”. Revestimento de Produção – Tem a finalidade de permitir a produção do poço, suportando suas paredes e possibilitando o isolamento entre os vários intervalos produtores. Sua profundidade depende das áreas de interesse. Os diâmetros são obtidos por brocas de 5 ½” ou 7” ou 9 5/8”. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Liner – É uma coluna de revestimento descida e cimentada visando apenas cobrir a parte inferior do poço. Sua extensão é curta e sua perfuração é feita com brocas com diâmetro de 5 ½” ou 7” ou 9 5/8”. Essa coluna, em casos especiais, pode ser estendida até a superfície, quando limitações técnicas exigem proteção do revestimento. Quando o liner é levado até a superfície, este é chamado de tie back. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Funções das colunas de revestimento • Prevenir desmoronamentos de partes do poço; • Evitar contaminação da água potável dos lençóis freáticos; • Permitir retorno do fluido de perfuração à superfície; • Prover meios de controle de pressões dos fluidos; • Impedir migrações de fluidos das formações; • Sustentar os equipamentos de segurança de cabeça de poço; • Alojar os equipamentos de elevação artificial; • Confinar a produção ao interior do poço; FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Características essenciais das colunas de revestimento • Ser estanque; • Ter resistência compatível com as solicitações; • Ter dimensões compatíveis com as atividades futuras; • Ser resistente à corrosão e à abrasão; • Apresentar facilidade de conexão; • Ter a menor espessura possível; FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Cimentação de poços de petróleo Após a perfuração, procede-se a descida de uma coluna de revestimento (feita por tubos de aço especial), com posterior cimentação do espaço anular exterior à coluna. Fixa-se assim a tubulação e evita que haja migração de fluidos entre as diversas zonas permeáveis atravessadas pelo poço, por detrás do revestimento. A cimentação do espaço anular e realizada, basicamente, mediante o bombeio de pasta decimento e agua, que e deslocada através da própria tubulação de revestimento. Apos o endurecimento da pasta, o cimento deve ficar fortemente aderido a superfície externa do revestimento e a parede do poço, nos intervalos previamente definidos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO TIPOS DE CIMENTAÇÃO Cimentação primária É a cimentação principal, realizada logo após a descida de cada coluna de revestimento no poço. Seu objetivo básico é colocar uma pasta de cimento não contaminada em determinada posição no espaço anular entre o poço e a coluna de revestimento, de modo a se obter uma vedação eficiente e permanente deste anular (isolamento da zona). Estas operações são executadas em todas as fases do poço, sendo previstas no programa do poço. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Se o objetivo principal for atingido (isolamento da zona) os outros requisitos (econômicos, confiabilidade, segurança, governamentais e outros) impostos durante a vida do poço poderão ser atingidos. Esta operação se faz necessária e de forma eficiente para conduzir as diversas operações posteriores de produção ou estimulação, por isso, o sucesso de um poço depende em grande parte da cimentação primária. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Cimentação secundária É o nome dado as operações que se destinam a correção da cimentação primária. Desse modo quando o topo do cimento não alcançar a altura prevista pode-se efetuar uma recimentação (fazendo circular pasta de cimento por trás do revestimento através de canhoneios) quando esta não é possível realiza-se a compressão de cimento ou squeeze (injecao forcada de cimento sob pressão, visando corrigir a cimentação primária, sanar vazamentos no revestimento ou impedir a produção de zonas que passaram a produzir água). O cimento ainda pode ser usado na execução de tampões para o abandono de poço, ou quando se faz necessário isolar zonas inferiores, por exemplo. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO A pasta de cimento usada na indústria do petróleo consiste basicamente de cimento, aditivos e agua. Os vários tipos de cimento e aditivos dependem da aplicação final. O cimento Portland e o material escolhido em 99% das operações de cimentação primária, pois e obtido prontamente em todo o mundo além de ser comparativamente mais barato. Outros materiais, quer sejam mais baratos mas não disponíveis ou vice-versa, são: escória, pozolana, resinas epoxi ou cimentos especiais de magnésio ou oxicloreto. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO API classificou os cimentos Portland de A a J, em função da composição química, que deve estar adequada as condições de uso, como a profundidade e temperatura dos poços. Classe A: Ate 6.000 pés, quando não são requeridas propriedades especiais. (cimento Portland comum). Classe B: ate 6.000 pés, quando e requerida moderada a alta resistência aos sulfatos. Classe C: ate 6.000 pés, quando e requerida alta resistência inicial. Apresenta alta resistência aos sulfatos. Classe D: 6.000 a 10.000 pés. Temperaturas moderadamente elevadas e altas pressões. Alta resistência aos sulfatos. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Classe E: 6.000 a 14.000 pés, pressão e temperatura elevadas. Apresenta alta resistência aos sulfatos. Classe F: 10.000 a 16.000 pés, sob condições extremamente altas de pressão e temperatura. Alta resistência aos sulfatos. Classes G e H: para utilização sem aditivos ate profundidades de 8.000 pés. Como tem composição compatível com aditivos aceleradores ou retardadores de pega, podem ser usados praticamente em todas as condições previstas para os cimentos das classes A ate E. Por isso, as classes G e H são as classes mais utilizadas atualmente na indústria do petróleo, inclusive no Brasil. Classe J: para uso como produzido, em profundidades de 12.000 a 16.000 pés, sob condições de pressão e temperatura extremamente elevadas. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO No Brasil por muito tempo foi utilizado o cimento comum (classe A), mas a partir do final da década de 70 foi adotado também o cimento Classe G, que pode ser usado a maiores profundidades com maior segurança. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO Principais aditivos para a cimentação São compostos químicos adicionados a pasta de cimento visando sua adequaçãoo ao uso especifico previsto. Suas concentrações são determinadas por testes de laboratório. • Aceleradores de pega: diminuir o tempo de espessamento e aumentar a resistência compressiva inicial da pasta (CaCl2 e NaCl). • Retardadores de pega: quando a temperatura e pressão estão muito altas para o uso de cimento sem aditivos, permitindo o seu deslocamento (lignossulfonatos e derivados, ácidos orgânicos, derivados de celulose e derivados de glicose). FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Estendedores: maior rendimento da pasta (mais leves) e maior altura (menor pressão hidrostática). Funcionam por absorção de agua (argila, bentonita, silicatos) ou adição de agregados de baixa densidade (pozolona, perlita, gilsonita). • Redutores de fricção (ou dispersantes): afinamento da pasta e adoção de maiores vazões com menores perdas de carga, causando melhor remoção do fluido de perfuração e um menor risco de fratura de formações. FUNDAMENTOS DA PERFURAÇÃO • Controladores de filtrado: evitar a desidratação prematura da pasta frente as zonas permeáveis, mantendo a bombeabilidade e impedindo que se cause danos. Sempre usadossimultaneamente aos dispersantes. • Outros: antiespumantes (evitar aeração da pasta), adensantes, controladores de perda de circulação, os descontaminantes, trocadores radioativos e corantes para detectar a presença do cimento e areias de granulometria controlada para evitar a degradação do cimento a altas temperaturas.
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