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Descarte de Resíduos Sólidos em Serviços de Saúde

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MINISTÉRIO DA SAÚDE 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PESQUISA EM SAÚDE – ESCOLA GHC 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E 
TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL – IFRS 
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 IARA DA SILVA VEIGA 
 
 
 
 Orientadora: Profª Lahir Chaves Dias 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2014 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 IARA DA SILVA VEIGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Relatório apresentado como pré-
requisito de conclusão do curso 
Técnico em Enfermagem do 
Centro de Educação Tecnológica 
e Pesquisa em Saúde- Escola 
GHC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Porto Alegre 
2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘’Suas crenças não fazem 
de você uma pessoa melhor, 
seu comportamento sim’’ 
 
 
 
Autor : desconhecido 
 
 
4 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado forças para concluir está etapa da 
minha vida, agradeço ao meu filho Leonardo, meu esposo Julio César por terem sido 
incansáveis e compreensivos. Agradeço também a meus professores e principalmente a 
minha orientadora Lahir Chaves Dias que foi extremamente dedicada com o término 
desta fase tão importante em minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
RESUMO 
 
 
 
Este relatório é fruto das vivências durante os estágios no curso técnico em enfermagem 
da Escola GHC. Escolhi o tema devido à percepção de que a maioria dos funcionários 
não realizavam o descarte de forma adequada. O principal objetivo deste trabalho é 
relatar o que foi observado em diferentes unidades, como forma de incentivo e 
conscientização dos profissionais da área da saúde quanto ao descarte correto dos 
resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS). Descrevo a observação feita de que 
alguns funcionários não dão a devida importância para o descarte correto destes 
resíduos. A legislação existente que é bem clara e aborda a classificação, separação, 
gerenciamento, destinação e tratamento final de cada um dos tipos de resíduos. Este 
relato salienta que os resíduos sólidos de saúde se não descartados corretamente, 
causam um grande impacto ao meio ambiente e ainda que os perfurocortantes e outros 
materiais contaminados podem ocasionar perigo à saúde de várias pessoas, podendo 
provocar acidentes com danos irreversíveis a saúde do acidentado. Conclui-se que é 
importante os profissionais da área da saúde rever velhos conceitos em relação ao 
descarte, pois a segregação e descarte corretos também é responsabilidade do 
profissional que gera o resíduo e é tão importante executá-los adequadamente, pois 
também fazem parte da assistência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
 
 ABNT – Associação Brasileira de Normas 
 ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
 CAPS – Centro de Atenção Psicológica 
 CNEN – Conselho Nacional de Energia Nuclear 
 CO – Centro Obstétrico 
 CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
 DMLU – Departamento Municipal de Limpeza Urbana 
 GHC – Grupo Hospitalar Conceição 
 HBV – Vírus da Hepatite B 
 HCC – Hospital da Criança Conceição 
 HCR – Hospital Cristo Redentor 
 HCV – Vírus da Hepatite C 
 HF – Hospital Fêmina 
 HIV – Vírus da Imuno Deficiência Humana 
 HNSC – Hospital Nossa Senhora da Conceição 
 RDC – Resolução da Diretoria Colegiada 
 RSS – Resíduo de Serviço de Saúde 
 SSC – Serviço de Saúde Comunitária 
 SUS – Sistema Único de Saúde 
 UPA – Unidade de Pronto Atendimento 
 
 
 
7 
 
 SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................8 
2 DEFINIÇÃO DE TERMOS...............................................................................................9 
3 RESÍDUOS SÓLIDOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE.....................................................10 
3.1 LEGISLAÇÃO.............................................................................................................11 
3.2 CLASSIFICAÇÃO.......................................................................................................11 
3.3 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
(PGRSS)...........................................................................................................................12 
3.4 TRATAMENTO E DESTINO DOS RSSS..................................................................12 
4 RELATOS DE EXPERIÊNCIA..................................................................................... 13 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 15 
REFERÊNCIAS................................................................................................................17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este relato é baseado em experiências vivenciadas em estágios em postos de 
saúde e hospitais do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), durante a minha formação no 
curso técnico em enfermagem da Escola GHC. O GHC é formado por quatro hospitais: 
Hospital Nossa Senhora Conceição (HNSC), Hospital da Criança Conceição (HCC), 
Hospital Cristo Redentor (HCR) e Hospital Fêmina (HF). Além dos hospitais o GHC é 
formado por 12 postos do Serviço de Saúde Comunitária (SSC) instalados em bairros e 
vilas da zona norte da cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, constituindo-se na 
maior rede de hospitais públicos do Sul do país. Em 2003 o GHC passou a prestar 
atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 
 Atualmente o GHC garante a sociedade acesso a uma saúde pública qualificada 
e humanizada, totalizando 1800 leitos em quatro unidades hospitalares, incluindo 
atendimento de terapia Intensiva e emergência, três centros de atenção psicosociais 
(CAPS), uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o Centro de Educação 
Tecnológica e Pesquisa em Saúde (Escola GHC) segundo a fonte do Grupo Hospitalar 
Conceição: quem somos. 
 Escolhi este tema porque me chamou a atenção a forma como os funcionários de 
setores diferentes realizam o descarte dos resíduos sólidos utilizados . Fiquei surpresa 
ao ver que funcionários de uma mesma instituição, até de um mesmo setor, realizam o 
descarte alguns de maneira correta e outros de maneira totalmente errada. O descarte 
correto dos resíduos perfurocortantes pode prevenir muitos acidentes, pois o descarte 
inadequado pode trazer consequências graves como contaminação pelo vírus da 
hepatite B (HBV), vírus da hepatite C (HCV) , vírus da imunodeficiência humana (HIV) e 
outros patógenos. Por isso materiais como agulhas, escalpes, lâminas, estiletes, etc 
devem ser descartados no lugar correto, ou seja, na caixa para materiaisperfurocortantes. 
 Fiquei muito preocupada quando percebi o risco que materiais contaminados 
significam para várias pessoas caso não estejam no local de descarte correto, desde o 
funcionário da higienização, aqueles que realizam o recolhimento até de eventuais 
catadores no aterro sanitário. 
 Também não se pode esquecer da importância do assunto para a preservação do 
meio ambiente, pois alguns resíduos descartados em local inadequado podem oferecer 
risco à saúde pública, podendo provocar contaminação de águas próximas, lençóis 
 
 
9 
freáticos e plantações. Outro impacto no meio ambiente ocorre devido a segregação 
incorreta que faz com que os materiais que deveriam ser reciclados deixem de sê-lo e 
consequentemente levem muito tempo para se decompor. 
 O principal objetivo deste trabalho é relatar o que foi observado durante o estágio 
em diferentes locais, direcionado principalmente à separação e descarte dos Resíduos 
de Serviços de Saúde (RSS) gerados nas unidades, tentando fazer com que o mesmo 
sirva de estimulo aos profissionais de saúde a realizar o descarte correto. 
 
 
2 DEFINIÇÃO DE TERMOS 
 
 Conforme a Agencia Nacional de Vigilância sanitária (ANVISA) Resolução da 
Diretoria Colegiada (RDC) 306/2004 e do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA) Resolução 358/2005): 
 
Ponto de Geração – Local onde é gerado e acondicionado o resíduo. 
 Segregação - Consiste na separação dos resíduos no momento e local de sua 
geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado 
físico e os riscos envolvidos. 
 Acondicionamento- Devem ser embalados os resíduos segregados, em sacos 
ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura. Os recipientes 
devem ter a capacidade de acondicionamento compatível com a geração diária de cada 
tipo de resíduo. Conforme a NBR 9191/2000 da ABNT os resíduos sólidos devem ser 
acondicionados em sacos de material resistente a ruptura e vazamento e impermeável, 
respeitando o limite de peso de cada saco, sendo proibido seu esvaziamento e 
reaproveitamento. Os sacos plásticos devem estar contidos em recipientes (lixeiras) de 
material lavável e resistente a rupturas e vazamentos, com tampa provida de sistema de 
abertura sem contato manual, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento. 
Nas salas de cirurgia e parto os recipientes de acondicionamento não necessitam de 
tampa para vedação. 
 
 
 
 
 
 
10 
3 RESÍDUOS SÓLIDOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE (RSSS) 
 
 
 Conforme ABNT, NBR 12.807 são considerados como RSS, aqueles produzidos 
em âmbito hospitalar ou outros locais de serviços clínicos e de assistência a saúde como 
farmácias, clínicas odontológicas, veterinárias, necrotérios, instituições que cuidam de 
idosos, hemocentros, laboratórios e outras instituições na área da saúde entre outros. 
Os problemas com os resíduos sólidos são cada vez mais perceptíveis e progressivos e 
que contribuem para a degradação dos recursos hídricos do solo e ar e 
consequentemente para uma pior qualidade de vida. 
 No Brasil há mais de 30 mil unidades de saúde gerando RSS, e em grande 
parte das cidades o gerenciamento não é correto, ocorre a existência de lixões a céu 
aberto, segundo a fonte, (www.SaneamentoBásico.com.br). Acesso em 17 jul. 2014. 
De uma forma resumida podemos dizer que a grande maioria dos resíduos 
sólidos nos estabelecimentos de saúde são os seguintes: 
 Resíduo comum: podendo ser comparado ao resíduo domiciliar como restos de 
alimentos, papel de uso sanitário e fraldas, absorventes higiênicos etc; resíduos 
provenientes de áreas administrativas; resíduos de varrição, flores, podas e jardins. No 
recipiente de descarte é colocado o saco preto; 
 Resíduo possivelmente contaminado com agente biológico: com sangue, 
secreções, etc. Recipiente coletor com saco plástico branco leitoso; 
 Resíduo reciclável: papéis, papelão, plásticos, etc. Recipiente coletor com saco 
plástico verde; 
 Resíduo químico: produtos químicos, medicamentos, etc. Recipiente coletor com 
saco plástico laranja. 
 Resíduo perfurocortante: artigos pontiagudos ou de corte. Caixas com paredes 
rígidas 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
3.1 – LEGISLAÇÃO 
 
 A ANVISA e a CONAMA exigem que os RSSS recebam um manejo específico 
desde a sua geração até sua disposição final. A legislação da CONAMA nº358/05 trata 
do gerenciamento dos RSSS afim, de manter a preservação dos recursos naturais e 
meio ambiente também promove a competência aos órgãos ambientais, estaduais e 
municipais para o licenciamento dos sistemas de tratamento e destinação final dos 
RSS. 
 A RDC da ANVISA nº306/4 concentra a sua regulação no controle dos processos 
de segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição 
final. Estabelece procedimentos em função dos riscos envolvidos, e concentre seu 
controle na inspeção dos serviços de saúde. 
 
3.2 CLASSIFICAÇÃO 
 Conforme Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ANVISA e 
CONAMA os RSSS são classificados: 
 Grupo A : São resíduos com a possível presença de agentes biológicos (vírus, 
bactérias,fungos), que podem apresentar risco de infecção, exemplos: algodão , gases 
espátulas, absorventes, cotonetes contaminados com materiais biológicos entre outro. 
 Grupo B: São aqueles resíduos que contém substâncias químicas que podem 
apresentar risco à saúde ou ao meio ambiente, dependendo de suas características 
quanto a inflamabilidade, corrosividade e toxidade. 
 Grupo C: São os rejeitos radioativos. 
 Grupo D: são os resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou 
radiológico ao meio ambiente ou até mesmo à saúde. Suas características são similares 
às dos resíduos domiciliares. Podem ser divididos em recicláveis e não recicláveis . 
Grupo E :São materiais perfuro cortantes e instrumentos contendo pontas rígidas e 
agudas capazes de cortar ou perfurar, ,como por exemplo utensílios quebrados. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
3.3 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE 
(PGRSS) 
 
 Trata-se de um conjunto de procedimentos que devem ser adotadas pelos 
estabelecimentos médico hospitalar com o objetivo de diminuir a produção de resíduos 
e proporcionar aos resíduos gerados um destino seguro e eficiente visando a proteção 
dos trabalhadores, e preservar a saúde pública e o meio ambiente. 
 
 
3.4 TRATAMENTO E DESTINO DOS RSSS 
 
 Segundo PAIVA, (2013) o destino e tratamento dos RSS são regularizados pela 
RDC 33/03 e RDC 283 da ANVISA que dizem respeito ao tratamento dos grupos A e B, 
sendo necessário o licenciamento ambiental e sanitário expedido pelos órgãos 
competente do meio ambiente e saúde. Para os rejeitos radioativos o grupo C existe 
uma autorização que é concebida especificamente para eles, do Conselho Nacional de 
Energia Nuclear (CNEN). Já os do grupo D podem ser encaminhados para serem 
reciclados ou são destinados junto dos lixos domésticos comuns. 
 O destino final consiste na construção de uma vala séptica, que é escavada no 
solo, revestida por uma manta plástica impermeável, isto deve ser feito com bastante 
cuidado, porque a maior preocupação e não poluir ou contaminar o solo e os lençóis 
freáticos. 
 Para esta vala ser aberta é preciso um licenciamento, porque ela também sofre 
uma fiscalização oficial. Para isso existem empresas privadas que prestam este tipo de 
serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
134. RELATOS DE EXPERIÊNCIA 
 
Durante o período de estágio observei várias situações descritas abaixo: 
 
 Relato 1 : 
 O meu primeiro relato é referente a uma unidade de internação de medicina 
interna, onde me deparei com uma técnica em enfermagem que descartou o papel em 
que ela havia secado as mãos no saco verde. Perguntei a mesma se este papel não 
deveria ser descartado no saco preto, quando ela me olhou (com cara de quem diria 
que isso não é problema teu) e me respondeu que para ela é tudo lixo. Fiquei surpresa 
ao ouvir aquilo de uma profissional da saúde, que certamente passou por uma formação 
específica na área. 
 O saco verde é indicado para os resíduos recicláveis e portanto o descarte correto 
nesta situação seria em saco preto, pois o papel de secagem de mãos é considerado 
lixo comum. 
 
 Relato 2: 
 
 O meu segundo relato ocorreu também numa unidade aberta, onde fiquei bastante 
incomodada quando presenciei: uma médica ao terminar um procedimento (curativo), ao 
levar os resíduos para o descarte jogou tudo no lixo branco, desde o frasco vazio de 
solução fisiológica (que é de plástico, portanto reciclável) até a embalagem que envolve 
o pacote de curativo também reciclável. Comentei com a enfermeira professora que 
supervisionava o estágio e ela me respondeu não adianta falar para eles, pois eles 
normalmente acham que a segregação não faz parte de sua competência. O descarte 
correto neste caso seria no saco verde pois os dois materiais são recicláveis. 
 
 Relato 3: 
 
 O terceiro relato é referente a uma unidade de internação de infectologia. As 
irregularidades que presenciei foram poucas, o mesmo papel toalha secagem das mãos 
no saco branco e o papel carbono no saco verde. Em ambos os casos deveriam ser 
descartados em saco preto, por serem considerados lixos comuns. 
 
 
 
14 
 Relato 4: 
 O quarto relato é referente a uma unidade do hospital pediátrico, onde percebi que 
lá também o descarte não era bem feito : no saco branco estavam sendo descartadas as 
fraldas e até mesmo restos de alimentos . Questionei um profissional da enfermagem e 
obtive uma resposta absurda, que o branco é contaminado então pode ir tudo junto, só 
os descartáveis que não. Fiquei chocada com a resposta e ao perceber novamente que 
um profissional de saúde não estava nada sensibilizado para a segregação adequada 
de resíduos. 
 Neste caso tanto as fraldas como os restos de alimentos deveriam ser descartados 
no saco preto, por se tratarem ambos de lixo comum. 
 Relato 5: 
 O próximo relato ocorreu em uma área fechada. Fiquei surpresa ao ver que os 
profissionais deste setor importam-se com descarte dos resíduos. Comentei com uma 
das profissionais e a mesma respondeu que o descarte do resíduo é tão importante 
quanto o trabalho na assistência, então temos que faze-lo acima de tudo com bastante 
responsabilidade. 
 Com aquela resposta pude perceber que os funcionários daquele setor estavam 
bem mais preparados e interessados com o descarte dos resíduos do que os demais. 
 Relato 6: 
 O sexto relato aconteceu numa unidade de observação onde pude constatar que o 
descaso com a separação dos resíduos é bastante grande, pois todos os resíduos são 
descartados de maneira errada. Questionei uma técnica em enfermagem do setor e ela 
me retrucou que eu estava preocupada com isso porque estou recém ingressando na 
profissão, que queria ver quando estiver com muitos pacientes para atender se iria me 
preocupar tanto com o lixo. Respondi que não se perde tanto tempo ao fazer um 
descarte correto, até porque esta atitude protege outros colegas como os da 
higienização e até mesmo os do DMLU que recolhem os resíduos comuns. Ela me olhou 
sem me responder, me deu as costas e eu me senti muito mal com a situação. 
 Agulhas e outros materiais perfuro cortantes devem ser descartados na caixa de 
paredes rígidas, impermeável, própria para esta finalidade. Os materiais com sangue 
devem ser descartados no saco branco que é próprio para o descarte de lixo 
contaminado. 
 
 
15 
 Relato 7: 
 
 O sétimo relato ocorreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA, onde também 
pude perceber um pouco de descaso com a relação á segregação e acondicionamento. 
As lixeiras estavam todas sem tampa, os vidros eram descartados em bombonas 
improvisadas e outros descartes inadequados como: copos descartáveis em saco preto 
e às vezes em sacos brancos e ainda gazes usadas em curativos em saco verde. 
 Os copos descartáveis deveriam estar no saco vede por serem recicláveis, e as 
gazes em saco branco por serem resíduos contaminados. 
 Durante todas estas observações realizadas percebi que muitos funcionários ao 
serem questionados quanto ao descarte em local impróprio justificam que isto ocorre 
pelo número demasiado de tarefas e com a pressa, colocam os resíduos na primeira 
lixeira que encontram pela frente. Outros respondem que não faz parte da sua função 
separar o lixo e ainda por falta de cobrança por parte da chefia. Pode-se perceber que 
alguns funcionários não estão nem um pouco preocupados com a prevenção de 
acidentes. 
 Nenhum funcionário me respondeu que fazia o descarte errado por não saber a 
forma correta, portanto o descarte inadequado pela falta de conhecimento não pareceu 
ser o caso nesta vivencia. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Nos serviços de saúde concentra-se um grande número de pessoas com 
diversas doenças e também são lugares que produzem um grande volume de resíduos 
que podem causar grande impacto ao meio ambiente e à saúde da população. Por isso 
é fundamental que estas instituições tenham um programa de gerenciamento de 
resíduos bem elaborado, com treinamento periódico e supervisão a fim de minimizar 
estes impactos. 
 Durante as minhas experiências de estágio no GHC percebi que a maioria dos 
funcionários não se importa em realizar corretamente o descarte dos resíduos e esta 
tarefa não é valorizada e parece que também não lhe é cobrada. 
 Pude perceber que faltam campanhas educativas e principalmente de estímulo 
para as equipes geradoras destes resíduos a fim de minimizar os erros na segregação e 
 
 
16 
com o principal objetivo de conscientização e esclarecimento dos riscos. Observei 
também que deve haver uma maior supervisão por parte das chefias para 
responsabilizar os profissionais de saúde. 
 Como o principal objetivo do trabalho é relatar as observações feitas em diferentes 
unidades como forma de incentivo e conscientização dos profissionais de saúde, 
concluímos que estes profissionais devem ser incentivados a rever velhos conceitos em 
relação ao descarte, salientando que a segregação e descarte é responsabilidade do 
profissional que gera o resíduo e que esta tarefa também faz parte da assistência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 REFÊRENCIAS 
 
 
 
AGÊNCIA Senado. Lixões a céu aberto resistem, apesar do fim do prazo para 
substituí-los por aterros sanitários. Disponível em: 
<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2014/08/01/lixoes-a-ceu-aberto-resistem-
apesar-do-fim-do-prazo-para>. Acesso em: 30 ago. 2014. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004. Dispõe sobre 
resíduos sólidos e sua classificação. Rio de Janeiro, 1987. 
 
BRASIL.Congresso. Câmara dos Deputados.Departamento Médico.Plano de 
gerenciamento de resíduos de saúde. Brasília: Demed, 2004. 
 
BRASIL.Ministérioda saúde Agência Nacional da Vigilância Sanitária RDC n0 306, de 
07de dezembro de 2004. Dispõe sobre o regulamento técnico para a gerenciamento de 
resíduos de saúde. Disponível em: 
<WWW.saúde.pr.gov.br/arquivos/file/legislação/estadualresolução/rdc_306.pdf>.Acesso 
em: 15 jul. 2014. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Manual para elaboração 
de relatório técnico cientifico. Porto Alegre: Hospital Nossa da Conceição, 2011. 
 
 ______. Quem somos. 2013. Disponível em: <http://www.ghc.com.br/default.asp? 
 idMenu=institucional&idSubMenu=1>. Acesso em: 21 fev. 2014. 
 
 
PAIVA, Barbara Rubia Santos. A experiência de uma estudante do Curso Técnico 
em Enfermagem sobre a separação de resíduos sólidos no Grupo Hospitalar 
Conceição. 2013. 18 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Técnico de 
Enfermagem) Grupo Hospitalar Conceição/IFERS, Porto Alegre, 2013. 
 
 
 
Conama nº 358/05 <WWW.mma.gov.br/port/conama/res/res05/res35805.pdf>

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