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ITAITUBA-PA 2017 NOME DO(S) AUTOR (ES) EM ORDEM ALFABÉTICA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SEGURANÇA NO TRABALHO AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS PARA POSSÍVEIS ACIDENTES EM ATERROS SANITÁRIOS ITAITUBA-PA 2017 AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS PARA POSSÍVEIS ACIDENTES EM ATERROS SANITÁRIOS Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de: Gestão e Saneamento Ambiental, Higiene do Trabalho e Segurança Industrial, Higiene do Trabalho e Biossegurança, Seminário Interdisciplinar IV. Orientador: Prof.: Vinícius Pires Rincão / Juliana Alberton Frias; Claudiane Ribeiro Balan; Silvia Paulino Ribeiro Albanese; Edinei Hideki Suzuki. NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ........................................................................... 5 3. PROJETO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM BASE NOS RISCOS IDENTIFICADOS. ........................................................................................................ 7 4. PROJETO DE CAPACITAÇÃO DE COMO OS TRABALHADORES DO ATERRO SANITÁRIO PODEM LIDAR COM POSSÍVEIS ACIDENTES................................... 10 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 15 3 1 INTRODUÇÃO De acordo com a norma brasileira NBR 15849 (ABNT, 2010), aterro sanitário é uma “técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário”. Este método de disposição final dos resíduos deve contar com todos os elementos de proteção ambiental: Sistema de impermeabilização de base e laterais; Sistema de recobrimento diário e cobertura final; Sistema de coleta e drenagem de líquidos percolados; Sistema de coleta e tratamentos dos gases; Sistema de drenagem superficial; Sistema de tratamento de líquidos percolados; Sistema de monitoramento. Além dessas exigências técnicas estruturais e construtivas, há que se avaliarem também as probabilidades de impacto local e sobre a área de influência do empreendimento e se buscar medidas para mitigá-los. Embora consistindo numa técnica simples, os aterros sanitários exigem cuidados especiais, e procedimentos específicos devem ser seguidos desde a escolha da área até a sua operação e monitoramento. (FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE- BELO HORIZONTE 2006) A construção do aterro começa com a escavação de um grande buraco, mas antes disso, o solo é perfurado ate o lençol freático para verificar se não é arenoso demais e calcular o limite de escavação que deve ficar a menos de dois metros do lençol. Tratores concentram a terra no fundo do buraco. Sobre o solo compactado, é colocada uma manta de polietileno de alta densidade e, sobre ela, uma camada de pedra brita, por onde passam os líquidos e gases liberados pelo lixo. É feito uma camada de impermeabilização a cada 5 metros de lixo. Para drenar o percolado (líquido que sai do lixo misturado à água da chuva) a cada 20 metros são instalados calhas de concreto, que levam a mistura até a lagoa de 4 acumulação que é tratado no próprio aterro e lançado no esgoto ou é recolhido e transportado em caminhões para uma estação de tratamento de esgoto. Quando o aterro esgota sua capacidade, é preciso fechá-lo. Sua vida útil é de cerca de 10 anos e a maior parte deles dá origem a áreas verdes de conservação. Como o gás e o percolado continuam sendo gerados por pelo menos 15 anos, não se recomenda que o terreno seja usado para construções. Poderão ser dispostos no aterro sanitário os resíduos sólidos de Classe II - Não-Inertes - segundo as definições apresentadas na NBR 10.004/1987 da ABNT. Sob nenhuma hipótese deverão ser recebidos resíduos sólidos de Classe I, classificados como perigosos. Observada a condição acima definida, poderão ser recebidos, dentre outros: resíduos sólidos urbanos de origem domiciliar e comercial; resíduos dos serviços de capina, varrição, poda e raspagem; resíduos de gradeamento, desarenação e lodos desidratados das Estações de Tratamento de Esgoto; resíduos desidratados de veículos limpa-fossas; resíduos desidratados de Estações de Tratamento de Água e resíduos sólidos provenientes de indústrias, comércios ou outras origens que tenham sua classificação como Classe II comprovada por laudo técnico de análises laboratoriais, conforme normas específicas da ABNT. O lixo solta gases que são captados por uma rede de tubos verticais que possuem furos e por esses canos os gases sobem e chegam à superfície do aterro. Alguns gases são recolhidos em tambores e outros são liberados na atmosfera. A operação segura de um aterro sanitário envolve empilhar e compactar os resíduos sólidos e cobri-los diariamente com uma camada de solo. A compactação tem como objetivo reduzir a área disponível prolongando a vida útil do aterro, ao mesmo tempo em que o propicia a firmeza do terreno possibilitando seu uso futuro para outros fins. A cobertura diária do solo evita que os resíduos permaneçam a céu aberto, com possível contato com animais (pássaros) e sujeito a chuva, e também para diminuir a liberação de gases mal cheirosos, bem como a disseminação de doenças. As vantagens do aterro sanitário são: O gás do lixo desperdiçado é convertido em fonte de energia renovável; A liberação de metano (CH4) para a atmosfera é reduzida ou eliminada; O gás de aterro representa uma alternativa para os combustíveis convencionais; Muito eficiente para a geração de energia com motores a gás; 5 A energia gerada através da queima do gás de aterro não é tarifada pela utilização da rede de distribuição das concessionárias; Evita o contato humano direto com o lixo; Diminui o risco de contaminação das águas subterrâneas, qu ando executado adequadamente; Pode aproveitar áreas topograficamente inutilizadas; Fomenta o emprego e protege a qualidade de vida das gerações futuras. 2. IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS Entretanto, os aterros sanitários também apresentam algumas desvantagens, como a geração de odores característicos, a possibilidade de exposição e riscos aos trabalhadores, a necessidade de grandes áreas para o empreendimento e ainda a resistência por parte da comunidade do entorno, havendo também proliferação de vetores e potenciais doenças associadas e, além do mais, após seu encerramento a possibilidade de passivos ambientais. Costa e Ribeiro (2013, p. 53). Os riscos são diversos: risco químico (gases, névoa, neblina, poeira e substâncias químicas tóxicas), físico (ruídos, vibração, calor, frio e umidade), biológico (doenças patológicas, animais transmissores de doenças), ergonômico (levantamento de peso em excesso, correr atrásdo caminhão, subir no caminhão) e acidentes (corte com materiais perfurantes, quedas, contusões, atropelamento e esmagamento). A liberação de gás metano pela decomposição de resíduos orgânicos quando mal procedido (metano é um gás que a grava o efeito estufa, muitas vezes mais potente do que o dióxido de carbono), pode oferecer perigo aos trabalhadores, como também aos moradores próximos; Os resíduos sólidos municipais contêm diversos microrganismos, uma vez que resíduos hospitalares como curativos, agulhas, seringas e luvas descartáveis são misturados a resíduos domiciliares como fraldas descartáveis, camisinha, papel higiênico e absorvente. Estes oferecem um preocupante risco sanitário e ambiental, pois são possíveis fontes de propagação de doenças, (SILVA; HOPPE, 2005). O odor vindo dos resíduos pode causar mal-estar, cefaleias e náuseas em trabalhadores e pessoas que se encontrem próximo ao sistema de manuseio, 6 transporte e destinação final dos resíduos (OLIVEIRA; CASTRO; ZANDONADI, 2012). Os trabalhadores estão expostos a poeiras ocasionadas pela movimentação dos resíduos e do escapamento das máquinas, o que se agrava em períodos de estiagem. A poluição gerada pelos veículos também é fator relevantes à saúde dos trabalhadores, uma vez que doenças respiratórias são as mais comuns neste período. A poeira é responsável pelo desconforto e perda momentânea da visão, além de problemas respiratórios e pulmonares (OLIVEIRA; SANTOS, 2009). Os trabalhadores do aterro sanitário, por realizarem suas atividades ao ar livre, ficam expostos ao calor, ao frio, à chuva, às variações bruscas de temperatura, além dos ruídos em excesso, que promovem a perda parcial ou permanente da audição, causam cefaleia, desidratação, tensão nervosa e estresse (OLIVEIRA; CASTRO; ZANDONADI, 2012). Na identificação dos riscos ergonômicos, apresentam a má postura no trabalho decorrente do manuseio do maquinário (pá carregadeira, trator esteira reto escavadeira ou caçambas) e da retirada e manuseio dos resíduos oriundos das caçambas. As situações de emergência que podem acontecer na implantação e na operação de aterros sanitários são as seguintes: Escorregamentos; Incêndios; Explosões; Vazamentos de gases; Vazamentos de lixiviados Ruptura ou rompimento de taludes; Tombamento e colisão de veículos ou equipamentos. Acidentes fatais (exemplo: trabalhadores enterrados sob pilhas de resíduos); 7 3. PROJETO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM BASE NOS RISCOS IDENTIFICADOS. É no trabalho e pelo trabalho que o homem é valorizado e reconhecido perante a sociedade e utiliza-se deste para sua sobrevivência. Desta forma o trabalho passa a ter também uma acepção um tanto deletéria, isto é, o trabalho ao mesmo tempo em que dignifica o homem, também não é uma atividade necessariamente benéfica a sua saúde, na medida em que esta provoca fadiga e sofrimento (MADRUGA, 2002). A produção de resíduos sólidos urbanos vem crescendo nas últimas décadas principalmente pelo aumento do consumo de produtos industrializados e pela proliferação dos “descartáveis” que fazem parte dos costumes ocidentais, que são responsáveis pela geração de imensas quantidades de resíduos, transformando-os em um dos maiores problemas da sociedade moderna (ABEQ, 2001). Quanto à mão-de-obra, um aterro sanitário dispõe de: • engenheiro de campo, em regime de tempo parcial; • encarregado-geral, incumbido do controle da operação do aterro sanitário, em tempo integral; • ajudantes de operação, para auxílio aos operadores de máquinas e para o controle e encaminhamento dos caminhões coletores de lixo à frente de serviço; • operadores de tratores de esteira; • operador de máquinas de terraplenagem; • motorista de caminhão-basculante; • motorista de caminhão-pipa; • topógrafo e auxiliares de topografia, para demarcação e monitoramento periódico da frente de serviço; • auxiliares de serviços gerais, para plantio de grama, urbanização e manutenção da limpeza do empreendimento; • vigias. Durante a sua jornada de trabalho estes profissionais lidam com os resíduos sólidos gerados pela população. Dessa forma, a segurança do trabalho, adota medidas de proteção, visando à minimização dos acidentes diários, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade física e mental do trabalhador. A 8 adoção de medidas e ações preventivas em qualquer grupo profissional é fundamental à saúde do trabalhador. No caso destes profissionais, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) deve ser obrigatório segundo a Norma Regulamentadora 6 (NR6). A obrigatoriedade de seu uso reflete em maior segurança às atividades que expõem o profissional e com isso o risco de acidentes é reduzido. Fazer uso rigoroso dos EPIs como máscaras, luvas, botas e uniformes, minimiza a possibilidade de contaminação e garante a boa qualidade de trabalho. O empregado tem direito a receber EPIs em conformidade com a atividade que exerce e em bom estado de uso. Quanto aos deveres, a norma traz a seguinte determinação ao empregado: a) usar apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Os E.P. I devem ser limpos e desinfetados, a cada vez que há troca de usuário. É necessário que se ajude o operário a conservar o seu equipamento de proteção individual, não só conscientizando-o de que, com a conservação, ele se estará protegendo como, também, oferecendo-lhe lugar próprio para guardar o EPI após o seu uso. Sempre que possível à verificação e a limpeza destes equipamentos devem ser confiadas a uma pessoa habilitada para este fim. Dependendo do caso, o próprio trabalhador pode se ocupar desta tarefa, desde que receba orientação para isso. De acordo com a NR21 nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. Devem ser exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade, a chuva e os ventos inconvenientes. Com o objetivo de controlar os riscos de acidentes em aterros sanitários, abaixo serão citadas algumas medidas preventivas para casos de emergências: 9 Quadro 01: Ações de emergência Acidentes Ações preventivas Escorregamentos do maciço/aterro -Inspeções visuais: identificação de trincas, recalques, erosões, etc. -Controle por instrumentação: piezômetros, deslocamentos, etc. -Observações no sistema de drenagem e cobertura vegetal; etc. -Medições de gases e pressões do interior do maciço; - Outras ações cabíveis. Incêndio - Cobertura dos resíduos; - Segregação dos resíduos. Explosão no maciço de resíduos - Inspeções visuais nos drenos de gases e chorume; -Observações de trincas, recalques, etc. - Garantir ventilação adequada durante a escavação do maciço de resíduos. -Medições do entorno com explosivímetro. Vazamentos de gases -Garantir ventilação adequada no interior das edificações; -Inspeções visuais nos drenos de gases e chorume; -Observações de trincas, recalques, etc. Vazamento de chorume do aterro e lagoa - Inspeções visuais identificando pontos de surgência, drenos, lagoa, etc.; -Manutenção dos equipamentos; - E outras ações cabíveis. Com relação aos riscos biológicos, para prevenção de doenças com a Hepatite B, a Febre Amarela, o Tétano,entre outras, é necessário a utilização de vacinas ou soros, pois estes contém agentes infecciosos inativados ou produtos que induzem a produção de anticorpos pelo próprio organismo da pessoa vacinada. Tem poder preventivo. Contém os anticorpos necessários para combater determinada doença ou intoxicação. Tem poder curativo. Para o bom funcionamento do aterro sanitário é imprescindível a permanência do encarregado, devidamente treinado e capacitado para o controle operacional da unidade, como também a participação de um técnico de segurança do trabalho, o qual deve orientar aos trabalhadores os riscos aos quais estão expostos e formas de prevenção. 10 4. PROJETO DE CAPACITAÇÃO DE COMO OS TRABALHADORES DO ATERRO SANITÁRIO PODE LIDAR COM POSSÍVEIS ACIDENTES. A primeira avaliação do acidente tem como constatar e minimizar os problemas que colocam a vida da vítima em risco, principalmente os que dizem respeito às vias respiratórias e circulação todo processo deve ser rápido e, organizado e eficiente para a garantia da vida da vítima, segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU, 2010) por isso, quem vai prestar socorro, precisa ao menos ter noção da sequência dos procedimentos a ser procedido, saber identificar a situação do acidentado, o tempo de ação e pausa de cada massagem, entre outros fatores (BERGERON et al., 2007). Para iniciar os primeiros socorros a primeira ação a ser praticada é procurar tranquilizar a vítima do pânico que acabou de sofrer em razão do acidente (TEIXEIRA; SILVA, 2009), procurar avaliar o acidentado e lhe prestar solidariedade, fazer perguntas para ver se está consciente, se informar de sua pressão, telefone de algum familiar ou amigo que possa ligar, manter todo o controle e lhe passar segurança (CICV, 2006), assim será mais fácil prestar o socorro, mas antes de iniciar qualquer procedimento deve-se ter a certeza de que não irá piorar ainda mais o estado da vítima (TEIXEIRA; SILVA, 2009), pois “prestar um socorro sem padrão de assistência, gerando agravos adicionais ao paciente é Negligência” (SILVA, 2007, p. 50). No entendimento de Teixeira e Silva (2009, p. 03), ao prestar socorro à pessoa deve atentar-se a alguns princípios essenciais, tais como: • Agir com calma e confiança – evitar o pânico • Ser rápido, mas não precipitado; • Usar bom senso, sabendo reconhecer suas limitações; • Usar criatividade para improvisação; • Demonstrar tranquilidade, dando ao acidentado segurança; • Se houver condições solicitar ajuda de alguém do mesmo sexo da vítima; • Manter sua atenção voltada para a vítima quando estiver interrogando-a; • Falar de modo claro e objetivo; • Aguardar a resposta da vítima; • Não atropelar com muitas perguntas; • Explicar o procedimento antes de executá-lo; 11 • Responder honestamente as perguntas que a vítima fizer; • Usar luvas descartáveis e dispositivas boca-máscara, improvisando se necessário; para proteção contra doenças de transmissão respiratória e por sangue; • Atender a vítima em local seguro (removê-la do local se houver risco de explosão, desabamento ou incêndio). Todavia, antes de iniciar o socorro a vítima é importante observar o local onde ela se encontra e verificar se existe algum risco de intoxicação, incêndio que possam agravar as condições da vítima (DRAGANOV, 2007), em seguida, com calma e tranquilidade se inicia os procedimentos de socorro os quais devem ser aplicados de forma correta (LOMBA; LOMBA, 2006), tais técnicas são imediatas e temporárias até que chegue o socorro especializado (NOVAES; NOVAES, 1994), além do mais, a procedência dos primeiros socorros não substitui a necessidade do acidentado ser avaliado posteriormente pelo profissional médico, mas contribui para ganhar tempo até que se chegue a uma unidade hospitalar (DUTRA, 2005). Os ferimentos são as alterações mais comuns de ocorrer em aterros sanitários. São lesões que surgem sempre que existe um traumatismo, seja em que proporção for desde um pequeno corte ou escoriação de atendimento doméstico até acidentes violentos com politraumatismo e complicações. A seguir serão citadas as lesões mais comuns em ambientes de trabalho como o aterro sanitário, ocorridas a partir dos acidentes supracitados, será citada também uma série de recomendações para o atendimento de primeiros socorros, as ações que devem ser tomadas em casos de acidente, enfim como os trabalhadores do Aterro Sanitário podem lidar com possíveis acidentes. Em todos os acidentes com lesões corporais, deve-se verificar a gravidade deles, efetuando os procedimentos de primeiros socorros e, em seguida, encaminhando o trabalhador ao serviço médico. Para todos os casos o primeiro passo é não tocar no ferimento diretamente com os dedos. Os ferimentos podem inflamar e infeccionar muito rapidamente, dependendo do grau de limpeza e dos cuidados que forem tomados para prevenir a contaminação. Ter em mente a necessidade de cobrir o ferimento com compressa limpa e encaminhar o acidentado para atendimento especializado. Em qualquer forma de atendimento a ferimentos provocados por qualquer tipo de acidente, sempre conduzir da seguinte forma: 12 1. Lavar as mãos com água corrente e sabão antes de manipular o ferimento; 2. Parar ou controlar qualquer tipo de hemorragia; 3. Cuidar e prevenir o estado de choque; 4. Procurar auxílio especializado com urgência, nos casos de lesões graves, e encaminhar o acidentado para atendimento especializado. Ferimento na Cabeça · Deitar o acidentado de costas (em caso de inconsciência ou inquietação). · Afrouxar as roupas do acidentado. · Colocar compressa ou pano limpo sobre o ferimento (em caso de hemorragia). · Prender a compressa com esparadrapo ou tira de pano. Traumatismos Abdominais Mais de 60% dos traumatismos abdominais são causados por acidentes automobilísticos, mas podem ocorrer em ambientes de trabalho devido à pancada de objetos pesados ou a quedas violentas amparadas pelo choque do abdome contra alguma superfície dura. Os traumatismos abdominais são classificados de abertos ou fechados. Os traumatismos abertos ou feridos podem ocorrer de forma simples, como um ferimento qualquer, ou de forma mais grave, quando ocorre ruptura de músculos e da parede abdominal em grande extensão, suficiente para provocar uma evisceração. Nos casos de evisceração não se devem, de forma alguma, tocar nas vísceras, nem tentar colocá-las de volta, para dentro da cavidade abdominal. A primeira coisa a ser feita é providenciar para que seja encontrado socorro médico ou remoção especializada o mais rápido possível. Em seguida colocar o acidentado em local confortável, em decúbito dorsal, colocando uma manta ou cobertor enrolado sob seus joelhos, para diminuir a pressão sobre o ventre e impedir o afastamento muscular. O ferimento deverá então ser coberto com curativo ou compressa, ou pano limpo umedecido em solução salina, caso não seja possível, em água limpa. Estas compressas não devem ser de materiais aderentes. Envolver o curativo cuidadosamente com bandagens fixadas firmemente, mas nunca apertada. Não dar nada para o acidentado beber ou comer, ainda que se queixe de muita fome ou sede. 13 Contusões As contusões são lesões provocadas por pancadas, sem a presença de ferimentos abertos, isto é, sem rompimento da pele. Não há solução de continuidade da pele e só ocorre derramamento de sangue no tecido subcutâneo, ou em camadas mais profundas. Estas lesões quando superficiais não ameaçam a vida, porém podem alertar a quem estiver fazendo a prestação de primeiros socorros, paraa possibilidade de lesões de órgãos internos. Esta lesão é das mais frequentes e pode ocorrer durante a atividade laboral no aterro sanitário, pelos mais diversos motivos, entre os quais batidos em ferramentas, taludes, equipamentos, quedas. As lesões contusas podem ser tratadas de maneira simples, desde que não apresentem gravidade. Normalmente, bolsa de gelo ou compressa de água gelada nas primeiras 24 horas e repouso da parte lesada são suficientes. Se persistirem sintomas de dor, edema, hiperemia, pode-se aplicar compressas de calor úmido. Deve ser procurado auxílio especializado. As contusões simples, de um modo geral, não apresentam complicações, nem necessitam de cuidados especiais. Todavia, deve-se ficar alerta para contusões abdominais, mesmo que não apresentem nenhum sintoma ou sinal, pois poderá ter havido complicações internas mais graves. No que se refere aos riscos biológicos acima citados, serão também informados alguns cuidados a serem tomados: Para as hepatites virais agudas (Hepatite B), indica-se apenas repouso relativo (com restrição de atividades físicas), dieta balanceada e medicamentos para dor e febre, caso ocorram. Na hepatite viral crônica, existem alguns tratamentos específicos, indicados em alguns casos, que permitem a destruição do vírus e redução do risco de cirrose e câncer. Para o Tétano, independentemente de o esquema vacinal estar completo ou não, a limpeza do ferimento com água e sabão e a retirada de corpos estranhos (terra, fragmentos de madeira) é essencial, até para evitar infecção secundária com outras bactérias. Para as pessoas não vacinadas, é fundamental completar a vacinação antitetânica no posto de saúde mais próximo de sua residência. Para a Febre Amarela, há tratamento direto, ou seja, são administrados líquidos e transfusões de sangue ou apenas plaquetas, caso sejam necessárias. Por fim, para a Dengue, é aconselhável ficar em repouso e beber líquidos. É importante 14 evitar a automedicação, pois a mesma pode ser perigosa. Deve-se usar apenas remédios sob prescrição médica. Não é aconselhável usar remédios à base de ácido acetilsalisílico (AAS), como “Aspirina” ou outros similares, porque eles facilitam a hemorragia. Com relação aos acidentes, o quadro 02 apresenta algumas ações corretivas, que devem ser realizadas. Quadro 01: Ações corretivas Acidentes Ações corretivas Escorregamentos do maciço/aterro -Reconfiguração geométrica; - Retaludamento; - Reforço do sistema de drenagem; - Avaliação de riscos imediatos e futuros; - Isolamento e evacuação da área; - Paralisação das operações na CTR e entorno; - Acionamento da defesa civil; Incêndio -Abafamento utilizando solo; - Isolamento da área. Explosão no maciço de resíduos -Implantação de medidas corretivas; - Avaliação de riscos imediatos e futuros; - Isolamento e evacuação da área; - Paralisação das operações na CTR e entorno; - Acionamento da defesa civil e outros órgãos competentes; Vazamentos de gases - Cobertura dos resíduos; - Avaliação de riscos imediatos e futuros; - Isolamento e evacuação da área; - Paralisação das operações na CTR e entorno; - Acionamento da defesa civil e outros órgãos competentes; Vazamento de chorume do aterro e lagoa - Contenção; - Remoção do percolado; -Execução de diques de contenção; - Disposição do líquido na lagoa de chorume; - Aumento da frequência de envio à Estação de Tratamento; - Avaliação de riscos imediatos e futuros; - Isolamento da área; - Paralisação das operações na CTR quando interferir no processo de disposição; -Comunicação aos órgãos ambientais. 15 REFERÊNCIAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010. NBR15849: Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e encerramento. COSTA, Beatriz Souza; RIBEIRO, José Cláudio Junqueira. Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos: direitos e deveres. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013 FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Orientações básicas para a operação de aterro sanitário / Fundação Estadual do Meio Ambiente. - Belo Horizonte: FEAM, 2006. 36p. MADRUGA, R.B. Cargas de trabalho encontradas nos coletores de lixo domiciliar – um estudo de caso. Universidade de Santa Catarina – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2002. Disponível em: http://www.tese.ufsc.br/teses/PEPS2 947. pdf. Acesso em: Novembro 2017. OLIVEIRA, A. P. S.; ZANDONADI, F. B.; CASTRO, J. M. Avaliação dos riscos ocupacionais entre trabalhadores da coleta de resíduos sólidos domiciliares da cidade de Sinop – MT: um estudo de caso. 2012. Artigo [Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho]-Universidade de Cuiabá. Cuiabá: UNIC, 2012. SILVA C.E., HOPPE A.E. Diagnóstico dos Resíduos de Serviço de Saúde no Interior do Rio Grande do Sul. Revista engenharia sanitária e ambiental; 10(2) :146-151, 2005. ZIADE, E. Atenção Médica e Primeiros Socorros, Tratamentos, Padronizados. Instituto de Engenharia Nuclear, CNEN, R.J.
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