Buscar

RESUMOS CONCURSO PROCURADOR DA REPUBLICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 786 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 786 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 786 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

RESUMOS CONCURSO PROCURADOR DA REPÚBLICA 
Conteúdo programático base: Regulamento do XXV Concurso para Procurador da República – MPF – 2011/2012 Página 1 
ÍNDICE ÍNDICE ........................................................................................................................................................................................................... 1 DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA ...................................................................................................... 2 DIREITO ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL ........................................................................................................................... 103 DIREITO TRIBUTÁRIO E FINANCEIRO...................................................................................................................................... 175 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ........................................................................................................................................ 249 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ........................................................................................................................................ 304 PROTEÇÃO INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ................................................................................................... 320 DIREITO ECONÔMICO E DO CONSUMIDOR ............................................................................................................................ 361 DIREITO CIVIL ...................................................................................................................................................................................... 396 DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................................................................................ 464 DIREITO ELEITORAL ......................................................................................................................................................................... 555 DIREITO PENAL ................................................................................................................................................................................... 591 DIREITO PROCESSUAL PENAL ..................................................................................................................................................... 695 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................................................................... 774 
PARTICIPARAM DESTA OBRA Adriano Barros Fernandes Alessandro Rafael Bertollo de Alexandre Alisson Nelicio Cirilo Campos Ana Fabiola de Azevedo Ferreira Antonelia Carneiro Souza Antonio Marcos Martins Manvailer Bruno Barros de Assunção Bruno Jose Silva Nunes Caroline Santos Lima Cinthia Gabriela Borges Cleber de Oliveira Tavares Neto Daniel Azevedo Lôbo Daniel Dias Zanatta Daniel Luz Martins de Carvalho Daniella Mendes Daud Diego Fajardo Maranha Leão de Souza Diogo Castor de Mattos Douglas Guilherme Fernandes Eduardo da Silva Villas Boas Eduardo Henrique de Almeida Aguiar Eduardo Leandro Falcão Fabio de Oliveira Felipe Almeida Bogado Leite Felipe Augusto de Barros Carvalho Pinto Felipe d’Elia Camargo Fernanda Viana dos Santos Carneiro Fernando Antonio Alves de Oliveira Junior Fernando Carlos Dilen da Silva Fernando Henrique Berbert Fontes Fernando Machiavelli Pacheco Francisco Alexandre de Paiva Forte Gabriel Pimenta Alves Gabriela Cunha Melo Prados Gustavo Henrique Oliveira Indira Bolsoni Pinheiro Jacqueline Passos da Silveira Jorge Luis Lopes Manzur 
Jorge Munhós de Souza José Leite dos Santos Neto José Rubens Plates Julio Jose Araujo Junior Leandro Zedes Lares Fernandes Leonardo Andrade Macedo Leticia Carapeto Benrdt Lincoln Pereira da Silva Meneguim Luana Lopes Silva Luana Vargas Macedo Luiz Antonio Miranda Amorim Silva Manoel de Souza Mendes Junior Marcela Harumi Takahashi Pereira Marco Antonio Ghannage Barbosa Marco Frattezi Goncalves Marcos Nassar Marcus Vinicius Yamaue Romão Maria Marilia Oliveira Calado de Moura Marino Lucianelli Neto Mario Roberto dos Santos Martha Carvalho Dias de Figueiredo Melina Alves Tostes Natalia Lourenco Soares Patrick Aureo Emmanuel da Silva nilo Pedro Gabriel Siqueira Goncalves Raphael Nazareth Barbosa Renata Ribeiro Baptista Roberson Henrique Pozzobon Rodrigo Celestino Pinheiro menezes Sergio de Almeida Cipriano Sergio Valladao Ferraz Ticiana Andrea Sales Nogueira Valeria Etgeton de Siqueira Vitor Hugo Caldeira Teodoro Viviane Lages Pereira Walquiria Imamura Picoli 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | 25 tópicos | 75 subtópicos Página 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 1.a. Constitucionalismo: histórico. Modelos e ciclos constitucionais. Constitucionalismo principialista e neopositivismo. Constituição: concepções. Classificação. Supremacia. Liberalismo e Dirigismo. ............................................... 4 1.b. Poder Legislativo. Organização. Atribuições do Congresso Nacional. Competências do Senado e da Câmara. Legislativo e soberania popular. A crise da representação política. ............................................................................................................ 6 1.c. Ministério Público: História e princípios constitucionais. A tarefa de custos constitutionis: legitimidade e limitações. ... 7 2.a. Constituição e cosmopolitismo. O papel do direito comparado e das normas e jurisprudência internacionais na interpretação da Constituição. .............................................................. 8 2.b. Poder Executivo. Histórico. Presidencialismo e Parlamentarismo. Presidente da República: estatuto. Competências. Poder normativo autônomo, delegado e regulamentar. Ministros de Estado. ................................................... 9 2.c. Distrito Federal. Territórios Federais. Origens e evolução dos direitos fundamentais. .................................................................. 11 3.a. Divisão de poderes. Conceito e objetivos. História. Divisão orgânica de poderes. Divisão funcional de poderes. Independência e harmonia entre poderes. Balanceamento entre poderes............................................................................................. 13 3.b. Poder Judiciário: organização e competência. Normas constitucionais respeitantes à magistratura. Lei de Organização da Magistratura Nacional - LOMAN...................... 14 3.c. Estado-membro. Competência. Autonomia. Bens. Ministério Público como guardião do princípio federativo. 18 4.a. Direitos sociais: enunciação, garantias e efetividade. Princípio do não-retrocesso. Constitucionalismo dirigente. 20 4.b. Normas constitucionais. Definição. Estrutura. Classificações: normas formalmente e normas materialmente constitucionais; normas de organização, normas definidoras de direitos e normas programáticas; normas autoaplicáveis (preceptivas e proibitivas) e normas não autoaplicáveis; normas de eficácia contida, normas de eficácia limitada e normas de eficácia ilimitada; princípios e regras. Preâmbulos. Efeitos das normas da Constituição brasileira de 1988. .............................................................................................................. 21 4.c. União. Competência. Bens da União. Federalismo fiscal. Judiciário e Federação. .......................................................................... 22 5.a. Mudanças e permanência constitucionais. Poder Constituinte originário e Poder Constituinte derivado. Limitações expressas e implícitas ao poder de reforma constitucional. Experiência histórica. ............................................. 23 5.b. Supremo Tribunal Federal: organização e competência. Jurisdição constitucional. ..................................................................... 24 5.c. Município: criação, competência,autonomia. Convênios ou consórcios federativos: distinção, aplicação e crítica. ...... 25 6.a. Estado Federal. Concepções. Classificações. Sistemas de repartição de competência. Direito comparado. ....................... 26 6.b. Política agrária. Princípios. Objetivos. Instrumentos. Desapropriação para fins de reforma agrária. Política agrícola, usucapião e bens públicos. ............................................... 27 6.c. Direitos e garantias fundamentais. Concepções. Críticas e justificativas. Aspectos. Dimensões. Eficácia vertical e horizontal. Limites e conflitos. ........................................................... 29 7.a. Processo legislativo: objeto, ritos e peculiaridades. O devido processo legislativo. Questões políticas. Atos interna corporis. ....................................................................................................... 30 7.b. Garantias institucionais. Garantias de instituição. Crises constitucionais. Estado de defesa e estado de sítio. ................. 31 
7.c. Justiça Comum Federal: organização e competência. ..... 32 8.a. Estado-membro. Poder constituinte estadual: autonomia e limitações. ................................................................................................ 33 8.b. Superior Tribunal de Justiça: organização e competência. Integridade normativa da ordem jurídica federal. ................... 34 8.c. Defesa do Estado e das instituições democráticas. Estado de defesa. Estado de sítio. Papel das Forças Armadas. ........... 36 9.a. Ordem social: comunicação social. Direitos políticos: esfera pública e discursividade. ........................................................ 37 9.b. Norma jurídica e enunciado normativo: identidade versus dualidade. Normas mais do que perfeitas, perfeitas, menos do que perfeitas e imperfeitas. Normas cogentes e normas dispositivas. ............................................................................... 39 9.c. Segurança Pública. Comunitarismo. História dos direitos fundamentais no Brasil ......................................................................... 40 10.a. Interpretação constitucional. Vigência das regras hermenêuticas tradicionais nesse domínio. Existência de critérios específicos nesse domínio. Neoconstitucionalismo: definição e características. Mutações constitucionais e seus limites. Interpretação constitucional, liberdade de configuração do legislador, jurisdição constitucional e controle concreto de constitucionalidade. ................................... 43 10.b. Elementos da relação jurídica: titular do direito, sujeito obrigado, direito subjetivo, dever jurídico e vínculo jurídico. Ficções legais e presunções legais. .................................................. 44 10.c. Municípios. Regiões metropolitanas. Intervenção federal nos Estados e intervenção estadual nos Municípios. .......................................................................................................................... 45 11.a. O Estado. Conceito. História. Elementos: território, população e poder estatal. Estado, direito e sociedade. Características dos Estados modernos. Tipos: monocracia (monarquia e ditadura) e república; teocracia, Estado policial-absolutista; Estado liberal, Estado totalitário moderno e o Estado de direito democrático e social. Características do Estado brasileiro na Constituição de 1988. .......................................................................................................................... 46 11.b. Administração Pública: princípios constitucionais. A Administração Pública dialógica. ...................................................... 47 11.c. Espécies de direitos subjetivos: direitos de personalidade direitos absolutos, direitos relativos, direitos potestativos ou de conformação; direitos de família; direitos disponíveis e direitos indisponíveis. Direitos coletivos e interesses difusos. Direitos individuais homogêneos. ............ 48 12.a. Controle de constitucionalidade: evolução histórica do sistema brasileiro. Legitimidade. ...................................................... 49 12.b. Nacionalidade brasileira. Condição jurídica do estrangeiro. Refugiados. Asilo político. .......................................... 50 12.c. Servidores públicos: princípios constitucionais. ............ 51 13.a. Disposições constitucionais transitórias: conceitos e limites. Recepção. Inconstitucionalidade superveniente. ..... 52 13.b. Regime constitucional da propriedade: função socioambiental. Direito adquirido, expectativa de direito e mudanças sociais. .................................................................................... 53 13.c. Princípio da isonomia. Ações afirmativas. O pluralismo. .......................................................................................................................... 54 14.a. Democracia. Conceito. História. Atributos: soberania popular, legitimação do poder pela expressão livre da maioria, igualdade de oportunidades, proteção de minorias, sufrágio universal, direto e igualitário, voto secreto, periodicidade do sufrágio, pluralismo. Democracia representativa. Instrumentos de democracia direta na Constituição de 1988.............................................................................. 55 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | 25 tópicos | 75 subtópicos Página 3 
14.b. Previdência social e assistência social: configuração constitucional e infraconstitucional. A seguridade social como mecanismo de igualdade social e como problema orçamentário. ............................................................................................ 56 14.c. A República: perspectiva histórica e concepções. Republicanismo. ....................................................................................... 57 15.a. Políticas Públicas. Conceito. Objetivos e âmbitos. Instrumentos. Ministério Público, Judiciário e políticas públicas. ....................................................................................................... 59 15.b. Responsabilidade civil do Estado. Responsabilidade subjetiva e objetiva. Atos ultra vires. Ação de regresso. ........ 60 15.c. Imunidades e incompatibilidades parlamentares. Direito comparado. ................................................................................. 61 16.a. Direito à educação: configuração constitucional e infraconstitucional. ................................................................................. 63 16.b. Princípios constitucionais do trabalho. Ciência e tecnologia. Democracia e sociedade de risco. ............................. 64 16.c. Arguição de descumprimento de preceito fundamental. .......................................................................................................................... 66 17.a. Configuração constitucional e infraconstitucional da proteção à família, a criança, ao adolescente e ao idoso. ....... 67 17.b. Silogismo jurídico clássico: subsunção, premissa maior normativa, verificação dos fatos, conclusão. ............................... 68 17.c. Igualdade de gênero. Direitos sexuais e reprodutivos. 69 18.a. Orçamento público voltado às políticas sociais: controle social e do Ministério Público Federal. .......................................... 70 18.b. Direitos das pessoas portadoras de deficiência: configuração constitucional e infraconstitucional. .................. 71 18.c. Ação Declaratória de constitucionalidade. ........................ 72 19.a. Liberdade de expressão, religiosa e de associação. Os direitos civis e a Constituição de 1988. ......................................... 74 19.b. Direitos e interesses das comunidades indígenas e das remanescentes de quilombos. Comunidades tradicionais. Papel do Ministério Público na defesa das minorias. .............. 75 19.c. Sistema Único de Saúde. Princípios e diretrizes norteadoras. ...............................................................................................76 20.a. Finanças públicas. Temas sujeitos à reserva de lei complementar. Emissão de moeda. Normas sobre o Banco Central. Orçamentos públicos: plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais. Vedações orçamentárias. Disponibilidade de recursos a órgãos dotados de autonomia. Normas sobre despesas de pessoal. ................. 77 20.b. Relatório de Prestação de Conta Institucional da Atuação do Ministério público na Defesa da Cidadania. ........ 78 20.c. Índios. Ocupação tradicional. Procedimento para reconhecimento e demarcação de terras indígenas. Usufruto. .......................................................................................................................... 79 21.a. Conselho Nacional do Ministério Público. História, composição, competência e funcionamento. Corregedoria Nacional. Legitimidade e críticas. ..................................................... 80 21.b. Critérios de interpretação da norma jurídica: gramatical, sistemático, histórico, teleológico, interpretação conforme a Constituição. Limites da interpretação, em especial o sentido literal possível. Conflitos aparentes de normas e os critérios para sua solução.......................................... 82 21.c. Ordem econômica. Atividade econômica em geral: fundamentos, objetivos, princípios, direito de iniciativa. Exploração de atividade econômica pelo Estado: regulação, fiscalização e planejamento. Diretivas para os regimes de concessão e permissão de serviços públicos. Propriedade e emprego de recursos minerais e de potenciais hidroelétricos. Monopólios federais: atividades monopolizadas e regime jurídico do monopólio. Abuso do poder econômico. Responsabilidade de pessoas jurídicas e de seus dirigentes 
nas infrações à ordem econômica e financeira e à economia popular. ........................................................................................................ 83 22.a. Subsistema de atenção à saúde indígena. Distritos sanitários e controle social. Financiamento. ............................... 87 22.b. Controle Difuso de Constitucionalidade. História. Direito comparado. Efeitos da declaração de inconstitucionalidade............................................................................. 88 22.c. Recurso Extraordinário. Arguição de repercussão geral das questões constitucionais. ............................................................. 89 23.a. Direitos fundamentais culturais. Multiculturalismo e interculturalidade. Direito à diferença e ao reconhecimento. .......................................................................................................................... 90 23.b. Súmula vinculante. Legitimidade e críticas. Mecanismos de distinção. ................................................................................................ 91 23.c. Ação direta de inconstitucionalidade: origem, evolução e estado atual. Efeitos da declaração de inconstitucionalidade............................................................................. 92 24.a. Atendimento do Ministério Público à comunidade. Estratégias de comunicação das ações do Ministério Público. .......................................................................................................................... 93 24.b. Estatuto constitucional dos agentes políticos. Limites constitucionais da investigação parlamentar. Crimes de responsabilidade. Controle social, político e jurisdicional. .. 94 24.c. As funções essenciais à Justiça: Advocacia privada e pública. Representação judicial e consultoria jurídica da União, dos Estados e do Distrito Federal. A Defensoria Pública. .......................................................................................................... 96 25.a. Direito à saúde e ordem constitucional. Fornecimento de medicamentos essenciais. .............................................................. 97 25.b. Inconstitucionalidade por omissão. Ação Direta e Mandado de Injunção. ......................................................................... 100 25.c. Conselho Nacional de Justiça. História, composição, competência e funcionamento. Corregedoria Nacional. ..... 101 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 4 
1.a. Constitucionalismo: histórico. Modelos e ciclos constitucionais. Constitucionalismo 
principialista e neopositivismo. Constituição: concepções. Classificação. Supremacia. Liberalismo e 
Dirigismo. 
Constitucionalismo: histórico. Constitucionalismo é a teoria (ou a ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Em sentido histórico, desprovido de conteúdo material, constituição é o conjunto de regras (escritas ou consuetudinárias) e de estruturas institucionais conformadoras de uma dada ordem jurídico-política num determinado sistema político-social. Em sentido moderno, o conceito trazido pelo movimento constitucionalista do iluminismo, constituição é a ordenação sistemática e racional da comunidade política por meio de um documento escrito no qual se declaram os direitos e o modo de sua garantia, e se fixam os limites do poder político (Canotilho, 2003). Modelos e 
ciclos. Modelo historicista do constitucionalismo inglês: a) garantia dos direitos adquiridos de propriedade e liberdade; (b) estruturação corporativa por estamentos; (c) regulação desses direitos por meio de “contrato de domínio”, como a Magna Charta, de 1215, que evoluiu para outros momentos constitucionais como a Petition of Rights, de 1628, o Habeas Corpus Act, de 1679, e o Bill of Rights, de 1689, sedimentando algumas dimensões que estruturam o constitucionalismo. Modelo individualista-revolucionário francês. Direitos naturais do indivíduo (Déclaration Universelle des Droits de L’Homme e du 
Citoyen, de 1789). Além da propriedade e da liberdade, também se derruba todo o ancién régime, os privilégios de estamentos. A ordem política é querida e constituída através de um contrato social assente nas vontades individuais, expresso por meio do poder constituinte (poder originário da Nação – soberania nacional), que cria um documento escrito, a constituição (para a garantia dos direitos e a limitação do poder político). Modelo estadunidense: permitir ao corpo constituinte do povo fixar num texto escrito as regras disciplinadoras do poder – a constituição como lei superior hierarquicamente (limited government), interpretada pelo Poder Judiciário (judicial review e controle de constitucionalidade) (Canotilho, 2003). 
Ciclos: Estado Liberal não-democrático (sufrágio restrito, soberania nacional), séc. XIX; Estado Social democrático (sufrágio universal, soberania popular), séc. XX. 
Constitucionalismo principialista e neopositivismo. Neopositivismo (positivismo lógico, 
empirismo lógico) tem como marco o manifesto “Concepção científica do mundo”, publicado em 1929 pelo “Círculo de Viena”. Costa: o neopositivismo propõe uma radical cientificização dos discursos e conduziu, no âmbito jurídico, à Teoria Pura do Direito de Kelsen e ao Realismo Jurídico estadunidense. A ciência do direito deveria ser um conhecimento descritivo acerca do direito existente. É preciso desenvolver uma hermenêutica descritiva (que explique adequadamente o que os juristas efetivamente fazem quando interpretam as normas), em vez de uma hermenêutica prescritiva (que criava metodologias de interpretação para orientar as atividades dos juristas). Kelsen escolheu como objeto a norma (sua teoria é formalista e logicista); os realistas, os fatos envolvidos na aplicação judicial do direito (nova teoria sociológica do direito, adequada aos padrões de cientificidade do neopositivismo). Restava intocado o problema fundamental da prática jurídica, que era a de como regular a dimensão política de sua produção 
hermenêutica. O neopositivismo desafiou os juristas a elaborar discursos hermenêuticos dogmáticos que superassem o ceticismoradical quanto à racionalidade de qualquer metodologia de interpretação (Costa, 2011). Principialismo. Há pós-positivismo não-jusnaturalista (Friedrich Müller, Konrad Hesse) e o de viés jusnaturalista (Ronald Dworkin, Robert Alexy). Estes propugnam uma “normatividade dos princípios”, em que a justificação última do direito é moral (leitura moral da constituição). Barroso: princípios são a síntese dos valores contidos no ordenamento (ideologia), dão unidade e harmonia ao sistema, determinando a atividade hermenêutica. Normas são princípios ou regras. Regras são “tudo ou nada” (mandados de definição), se os fatos nela previstos ocorrerem, incidem de modo direto e automático (por subsunção), produzindo seus efeitos. Princípios contêm carga valorativa maior (fundamento ético e/ou decisão política), indicam direção a seguir; têm dimensão de peso (importância), e são “aplicáveis em maior ou menor intensidade” (mandados de otimização), mediante ponderação (concessões recíprocas para produzir um resultado socialmente desejável, sacrificando o mínimo cada um dos princípios ou direitos em oposição) (Barroso, 2011). 
Constituição: concepções. Conceito “jurídico” – Hans Kelsen: no sentido jurídico-positivo, a constituição é a norma suprema e fundamental de toda a ordem jurídica, no sentido lógico-jurídico, é a norma fundamental hipotética, pressuposta, lógico-transcendental, que é o fundamento de validade da constituição em sentido jurídico-positivo. Conceito sociológico – Ferdinand Lassalle: a constituição é a soma dos fatores reais de poder que existem de fato na sociedade. Conceito político – Carl Schmitt: identifica constituição com uma concreta decisão política fundamental sobre a essência do Estado. Há distinção entre constituição (decisão fundamental) e leis constitucionais (texto escrito). Conceito 
“culturalista”: “constituição total” em uma visão sintética e unificadora que abrangeria a constituição em toda a sua complexidade e sob todos os pontos de vista que sobre ela têm interesse, como os aspectos econômicos, sociológicos, políticos, jurídicos, filosóficos etc. (Ferraz, 2008). 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 5 
Classificação. Quanto: à forma: a) ESCRITAS – elaboradas sistematicamente e codificadas num 
único documento, através de processo solene de exteriorização da Constituição; b) NÃO-ESCRITAS – baseadas principalmente no direito consuetudinário e na jurisprudência, mas também em documentos 
esparsos que apresentam matéria de Constituição; ao modo de elaboração: a) DOGMÁTICAS – as escritas, racional e sistematicamente elaboradas, de uma só vez, por quem detém poder para tal (Poder Constituinte); b) HISTÓRICAS – as não-escritas, são criadas pela sedimentação e transformação dos costumes, da jurisprudência e dos textos com matéria de constituição (consuetudinárias); ao conteúdo: a) FORMAIS – São as escritas, dogmáticas. As únicas que se exteriorizam por um processo solene para criação da Constituição. b) MATERIAIS – São o conjunto de regras consideradas por uma sociedade como sendo materialmente constitucionais, estejam ou não codificadas em um único documento; à extensão: a) SINTÉTICAS –as de curta extensão; b) ANALÍTICAS – as extensas; à finalidade: a) NEGATIVAS (GARANTIA) – se restringem a garantir a preservação de direitos fundamentais de 1ª dimensão; b) DIRIGENTES (PROGRAMÁTICAS) – as que criam obrigações positivas de conduta ao Estado, para a consecução de finalidades sociais, criando objetivos para o Estado, um verdadeiro programa de governo; à 
origem: a) DEMOCRÁTICAS – aquelas cujo titular do Poder Constituinte é o povo. Derivam do trabalho de uma assembleia composta de representantes eleitos pelo povo; promulgada; b) AUTOCRÁTICAS – aquelas impostas ao povo, sem sua participação; outorgada; ao processo de alteração do texto: a) RÍGIDAS – só poderão ter seu texto alterado através de um processo mais dificultoso do que o processo de elaboração ou modificação das demais espécies normativas; b) FLEXÍVEIS – as que podem ser alteradas pelo mesmo 
processo de elaboração ou alteração das normas primárias; c) SEMIRÍGIDAS (SEMIFLEXÍVEIS) – aquelas, sempre escritas, que conjugam uma parte do texto com rigidez e outra com flexibilidade. Há autores, minoritários, segundo os quais as constituições poderiam ser super-rígidas, as rígidas que apresentassem um núcleo imutável; à efetividade (critério “ontológico” de Karl Loewenstein): a) NORMATIVAS – as que possuem efetividade de fato; as forças sociais se conduzem predominantemente conforme à Constituição; b) NOMINATIVAS (ou NOMINALISTAS) – as que não possuem efetividade de fato; os grupos e as pessoas não se conduzem de acordo as normas; c) SEMÂNTICAS – as que são elaboradas como mero instrumento 
da dominação dos detentores do poder de fato (Ferraz, 2008). 
Supremacia. Jurídico-formal: é a supremacia formal, atributo que surgiu com o constitucionalismo e só pode estar presente nas constituições escritas e rígidas. Sociológico-material: 
fato social, dado da realidade; duas acepções: (a) se a constituição é efetivamente cumprida pela sociedade, possuindo força normativa real, vinculando os fatores reais de poder, enfim, se possui, ou não, eficácia social – acepção em que apenas terão supremacia material aquelas cujos preceitos normativos efetivamente sejam cumpridos; e (b), invertendo-se a perspectiva, como as sociedades vivem em Estados organizados, todo Estado tem regras que efetivamente determinam o funcionamento do seu poder, regras essas que podem coincidir, ou não, com a constituição escrita formalizada. O cientista social pode pesquisar qual é a “constituição material” de determinado Estado, aquele núcleo de normas que efetivamente possuem força normativa, independentemente de ser a constituição formal, porque normas constitucionais existem de fato (Ferraz, 2008). 
Liberalismo e Dirigismo. O liberalismo engloba o aspecto político, ao qual estão associadas a primeira fase do constitucionalismo (revoluções burguesas e implantação do Estado Liberal – final do séc. XVIII e séc. XIX), caracterizado pelo “Estado mínimo”, separação de poderes, liberdades públicas (direitos fundamentais de 1ª dimensão); e econômico, calcado na propriedade privada e autonomia privada (absolutas, isto é, sem interferências do Estado/Direito), isto é, “livre mercado” (capitalismo “puro”). Ao Estado cabe apenas garantir a propriedade e a liberdade (autonomia da vontade/contratual) privadas, não devendo interferir na vida da “sociedade civil” (vista como separada do Estado). O dirigismo caracteriza o Estado Social, propugnando a intervenção do Estado na economia e na vida privada. A propriedade e a autonomia privadas passam a ser limitadas no interesse coletivo (função social) e mesmo reconfiguradas (alteração da própria natureza dos institutos, intrinsecamente; p.ex., “bem socioambiental”), com a “publicização do direito privado”. Não há mais a cisão entre Estado vs. sociedade civil. Direitos fundamentais de 2ª e 3ª dimensões. Ao Estado cabe dirigir a atividade econômica (e privada em geral) para atingir as finalidades estatais (democrática e constitucionalmente definidas, como “promover o bem de todos” e “construir uma sociedade livre, justa e solidária”), dentro de uma estrutura que garante a liberdade individual, isto é, os direitos de 1ª dimensão permanecem, ainda que reconfigurados, o sistema econômico é capitalista, ainda que não liberal, mas sim Democrático-Social. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 6 
1.b. Poder Legislativo. Organização. Atribuições do Congresso Nacional. Competências do Senado e 
da Câmara. Legislativo e soberania popular. A crise da representação política. 
Introdução: “No quadro de divisão de funções entre os Poderes da República, tocam ao Legislativo as tarefas precípuas de legislar e fiscalizar. O Poder Legislativo, porém,de modo não típico, também exerce as funções de administrar e de julgar.” (MENDES et all., 2008, p. 853). 
Organização: o Legislativo possui organização bicameral. Opera pelo Congresso Nacional, o qual é composto por duas casas (CF, art. 44): 
1) Câmara dos Deputados: representantes do povo, eleitos pelo sistema proporcional em cada Estado e no DF. 
2) Senado Federal: 03 (três) representantes de cada Estado e do DF, eleitos pelo sistema majoritário. 
 
Atribuições do Congresso Nacional: Ver CF, art. 48 e 49. Segundo José Afonso da Silva (2010, p. 520), as atribuições do Congresso Nacional podem ser divididas em cinco grandes grupos: 1. Atribuições legislativas 2. Atribuições meramente deliberativas 3. Atribuições de fiscalização e controle 4. Atribuições de julgamento de crime de responsabilidade 5. Atribuições constituintes 
Competências do Senado: as competências privativas do Senado estão previstas na CF, art. 52 (“compete privativamente ao Senado Federal: ...”). 
 
Competências da Câmara dos Deputados: as competências privativas da Câmara dos Deputados estão previstas na CF, art. 51 (“compete privativamente à Câmara dos Deputados: ...”). 
Legislativo e Soberania Popular: Para José Afonso da Silva (2010, p. 131), a democracia repousa sobre dois princípios fundamentais: (a) soberania popular (o povo é a única fonte de poder) e (b) participação, direta ou indireta, do povo no poder (para que este seja a efetiva expressão da vontade popular). A forma pela qual o povo participa no poder dá origem a três tipos de democracia: direta, indireta (ou representativa) e semidireta. O Brasil adota o tipo semidireto, ou seja, democracia representativa, com alguns institutos de participação direta. Portanto, o Poder Legislativo, por meio dos representantes legitimamente eleitos pelo povo, é o veículo primordial para o exercício da soberania popular. 
“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição” (CF, art. 1º, parágrafo único) 
 
A Crise da Representação Política: Conforme Roberto Amaral (2003), o Brasil passa por uma crise de representação política¸ amplo processo caracterizado pela não identificação do eleitor com seus representantes, crescente desinteresse do cidadão pela vida política e descompassos entre a vontade do representados e a geração de políticas públicas pelo legislador. São apontadas como principais causas da crise de representação: a) Exclusão política e social de milhões de cidadãos. b) Características inerentes ao sistema, que tem como foco os indivíduos políticos e não os partidos. c) Fragilidade do sistema de partidos, composto por siglas sem identidade ideológica e sem distinção programática clara. d) Submissão do Legislativo aos impérios do Executivo (ex: medidas provisórias). e) Conduta dos parlamentares (desinteresse, esvaziamento dos plenários, corrupção, nepotismo e corporativismo). 
PALAVRAS-CHAVE: poder legislativo; organização; atribuições; soberania popular; crise da representação política. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 7 
1.c. Ministério Público: História e princípios constitucionais. A tarefa de custos constitutionis: 
legitimidade e limitações. 
Ministério Público. História. Há controvérsia sobre a origem do Ministério Público (MP). Várias categorias de agentes com funções de determinar o cumprimento da lei são apontados como “precursores” do que hoje é o Ministério Público. Tais agentes existiriam desde a Idade Antiga (funcionários do Faraó do Egito, Tesmoteti, na Grécia; Praefectus urbi, em Roma) ou a Idade Média. Mas foi na França, em 1302, que foi institucionalizado o MP, por meio da ordonnance do Rei Felipe, constituindo os procureurs du roi. Em 1690, os membros do Parquet passaram a ter vitaliciedade. Há autores que, com razão, consideram que o MP só passou a ter um perfil mais parecido com o atual a partir da Revolução Francesa. 
No Brasil, não tendo sido mencionado na Constituição de 1824, o MP surgiu no Código de Processo Criminal de 1832, e seus membros eram livremente escolhidos e demitidos. Em 1890, o MP é considerado instituição necessária (Decreto nº 1.030). A CF 1891 limita-se a dizer que o Presidente da República designará, dentre os Ministros do STF, o PGR. A CF 1934 institucionalizou o MP como órgão de cooperação nas atividades governamentais, na União, no DF, nos Territórios e nos Estados. O PGR é escolhido livremente pelo Presidente da República, com aprovação do Senado, entre cidadãos que preencham os requisitos para ser Ministros do STF, e é demissível ad nutum. Seus membros são estáveis e escolhidos por concurso público. A CF 1937 só se refere ao MP a respeito da designação do PGR e do quinto constitucional. A CF 1946 volta a organizar o MP, e, agora, em título especial, fora da estrutura dos demais Poderes. Ao MPF compete também a representação judicial da União. Seus membros têm estabilidade, inamovibilidade e são escolhidos por concurso público. A CF 1967 recolocou o MP dentro da estrutura do Poder Judiciário, mantendo as demais regras. A CF 1969 voltou a posicionar o MP no Poder Executivo. A CF 1988 representa uma forte ascensão do MP, que passa a estar situado fora da estrutura dos demais Poderes. 
Princípios constitucionais. Unidade. Indivisibilidade. Exatamente como o Poder Judiciário e a jurisdição são unos e indivisíveis, também é o MP e a atuação ministerial. A CF expressamente declara os princípios da unidade e da indivisibilidade do MP, e não do Judiciário, em razão da profunda mudança paradigmática que ela, CF, operou sobre o MP, (a) dotando-o das mesmas características de independência e autonomia que o Judiciário; e (b) expurgando de suas funções as relativas à advocacia pública ou de defensoria pública, passando a atuar exclusivamente de maneira independente em relação a quem quer que seja, imparcialmente; enquanto o Judiciário já era revestido de tais características anteriormente. 
Independência funcional. O membro do MP é independente no exercício funcional, não se submetendo às ordens de quem quer que seja, fora ou dentro do MP. A hierarquia interna é meramente administrativa. 
A tarefa de custos constitutionis: legitimidade e limitações. Em um sentido amplíssimo, pode-se considerar que o MP funciona como fiscal da Constituição por meio de todas as suas atitudes, judiciais ou extrajudiciais, na medida em que todas caminham no sentido de proteção direta ou ao menos indireta das normas da Constituição Federal. Num sentido mais específico, fala-se em custos constitutionis como atividade do MP no âmbito do controle de constitucionalidade. E em sentido restritíssimo – em simetria à designação de custos legis como sendo apenas a tarefa de intervenção no processo, sem ter sido o autor da ação –, custos constitutionis é a tarefa de opinar nos processos de controle de constitucionalidade em que não seja parte. O PGR detém legitimidade para interpor ADIn, ADC e ADPF perante o STF, tendo como parâmetro a CF, sendo sua legitimidade “universal”, abrangendo qualquer matéria passível de ser objeto de tais ações, independentemente de pertinência temática. O PGR será previamente ouvido em todos os processos de competência do STF, inclusive nas ações diretas de controle de constitucionalidade e naquelas em que a questão constitucional chega ao STF pela via recursal, destacando-se o Recurso Extraordinário, devendo o PGR opinar livremente, atuando com independência para defender a Constituição. Além disso, o MP pode manifestar-se em qualquer incidente de inconstitucionalidade (observados os prazos e condições fixados no Regimento do Tribunal, CPC, art. 482, §1º), o que faz com igual independência. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 8 
2.a. Constituição e cosmopolitismo. O papel do direito comparado e das normas e jurisprudência 
internacionaisna interpretação da Constituição. O Estado constitucional cooperativo deve substituir o Estado constitucional nacional, defende 
Häberle. Para isso, o recurso ao direito comparado e às normas e jurisprudência internacionais deve ser empregado como método de interpretação, de modo a promover a abertura da sociedade para fora. 
“‘Estado Constitucional Cooperativo’ é o Estado que justamente encontra a sua identidade 
também no Direito Internacional, no entrelaçamento das relações internacionais e supranacionais, na 
percepção da cooperação e responsabilidade internacional, assim como no campo da solidariedade. Ele 
corresponde, com isso, à necessidade internacional de políticas de paz” (HÄBERLE, 2007, p. 4). Eis o que requer a interpretação pluralista da Constituição, para moldar uma cidadania que combina a igualdade de oportunidades com respeito à diferença, superando a cidadania homogeneizante e negadora das diferenças: abertura para dentro, isto é, o reconhecimento da sociedade aberta dos intérpretes da Constituição —todos os que vivem a norma, e não só os juízes constitucionais, acabam por interpretá-la ou pelo menos cointerpretá-la—; abertura ao mundo (ou cooperação), isto é, a interpretação do texto constitucional como aberto, cooperante e integrante de uma rede de outros textos constitucionais e internacionais com o mesmo propósito (especialmente no âmbito dos direitos fundamentais). A importância do direito comparado e das normas e jurisprudência internacionais na interpretação da Constituição decorre da constatação de que, hoje, o direito constitucional não começa onde termina o direito internacional, e o contrário também é válido. Lembre-se, a propósito, o par. 3º do 
art. 5º da CRFB. Como diz Häberle (2007, p. 61): “A ideologia do monopólio estatal das fontes jurídicas torna-se estranha ao Estado constitucional quando ele muda para o Estado constitucional cooperativo. Ele não mais exige monopólio na legislação e interpretação: ele se abre —de forma escalonada— a procedimentos internacionais ou de Direito Internacional de legislação, e a processos de interpretação.” A CRFB abre-se ao mundo e ao Estado constitucional cooperativo em diversos dispositivos: (1) no 
art. 4º, inc. IX, que erige a "cooperação entre os povos para o progresso da humanidade" em 
princípio reitor das relações internacionais do País e, no parágrafo único, diz: "A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações."; (3) nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 5º, segundo os quais: "Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes [...] 
dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte", "Os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão 
equivalentes às emendas constitucionais"; "O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal 
Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão." 
 
PALAVRAS-CHAVE: Abertura ao mundo na CRFB. Princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. Tratados de direitos humanos no art. 5º. TPI. Estado constitucional cooperativo de Häberle. Superação do monopólio nacional na legislação e interpretação. CFRB em rede com outros textos estrangeiros e internacionais com mesmos propósitos. Método comparativo de interpretação constitucional. Pluralismo para dentro e para fora de Häberle. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 9 
2.b. Poder Executivo. Histórico. Presidencialismo e Parlamentarismo. Presidente da República: 
estatuto. Competências. Poder normativo autônomo, delegado e regulamentar. Ministros de 
Estado. Sistema de governo é o modo como se dá a relação entre os Poderes dentro de um Estado; sobretudo entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Diferencia-se da forma de governo, que é definida como o modo em que se dá a relação entre governantes e governados. As principais espécies de sistema de governo são: presidencialismo e parlamentarismo. O parlamentarismo surgiu na Inglaterra, a partir dos séculos XII e XIII, como resposta contra os privilégios monárquicos. O presidencialismo remete ao sistema implantado em 1787 nos EUA, com a criação de um Executivo independente do Legislativo, e, ao mesmo tempo, sujeito ao sistema de pesos e contrapesos de Montesquieu. Quadro comparativo apresentado por Bernardo Gonçalves Fernandes: 
Presidencialismo Parlamentarismo Identidade entre chefia de estado e chefia de governo (são a mesma pessoa). Chefe de estado exerce função simbólica de representar internacionalmente o país e de corporificar a sua unidade interna. Chefe de governo executa as políticas públicas. Ou seja, é quem efetivamente governa e também exerce a liderança da política nacional. 
Há uma não identidade entre chefia de estado e chefia de governo. O chefe de estado pode ser um rei (um monarca) ou um presidente, ao passo que o chefe de governo é o 1º ministro, que exerce o governo conjuntamente com o seu gabinete (conselho de Ministros). Estabilidade de governo. Há a figura dos mandatos fixos para o cargo de presidente. Estabilidade democrática, construída pelo povo nos processos democráticos. Pode até existir a figura do mandato mínimo e do mandato máximo, todavia ele não é fixo. Nesse sentido, tem por fundamento a existência dos institutos: I) possibilidade de queda do gabinete pelo parlamento (através da “moção de censura” ou “voto de desconfiança”) e II) possibilidade cotidiana de dissolução do parlamento pelo gabinete. 
 
Poder Executivo Poder Executivo é o órgão constitucional em que se concentram as funções de cunho executivo nos moldes explicitados no art. 2º da Constituição de 1988, que delimita os poderes da União, cuja função está atrelada ao exercício da atividade executiva na República Federativa do Brasil. O Executivo, além de administrar a coisa pública (função típica), também legisla (art. 62 da Constituição) e julga (contencioso administrativo), no exercício de suas funções atípicas. Basicamente, suas funções estão estabelecidas no art. 84 da Constituição.1 O Poder Executivo, nos termos do art. 76 da Constituição, é exercido pelo Presidente da República com o auxílio dos Ministros de Estado (cargos de livre nomeação e exoneração do Presidente da República). O chefe do Poder Executivo é o Presidente da República, cujas condições de elegibilidade estão no art. 14, § 5º, é eleito mediante sufrágio universal, a partir do princípio da maioria absoluta. A reeleição é possível parar um único período subseqüente, a partir da EC n. 16/97. A linha sucessória do Presidente da República será: Vice-Presidente, Presidente da Câmara, Presidente do Senado e Presidente do STF (arts. 78 e ss. da Constituição). Na hipótese de a vacância do cargo operar-se nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á uma eleição 90 dias depois de aberta a última vaga (eleição direta); ocorrendo nos últimos dois anos do período presidencial, haverá a eleição indireta promovida, em 30 dias, pelo Congresso Nacional. A perda do mandato ocorrerá nas seguintes hipóteses: 1. Cassação (decorrente de decisão do Senado nos processos por crime de responsabilidade2, ou de decisão do STF em caso de crime comum); 2. Declaração de vacância do cargo pelo Congresso Nacional; 1 José Afonso da Silva classifica as atribuições do Presidente da República em três funções básicas: a) Chefia do Estado: art. 84, VII, VIII, XVIII, segunda parte, XV, XVI, primeira parte, XIX, XX, XXI e XXII. b) Chefia do Governo: art. 84, I, III, IV, V, IX, X, XI, XII, XIII, XIV,XVII, XVIII, primeira parte, XXIII, XXIV e XXVII. c) Chefia da Administração Federal: art. 84, II, VI, XVI, segunda parte, XXIV,eXXV. 2 Constituição, art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: I - a existência da União; II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; IV - a segurança interna do País; V - a probidade na administração; VI - a lei orçamentária; VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento. A definição e o procedimento estão disciplinados na Lei n. 1079/50. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 10 
3. Extinção (renúncia, morte, suspensão dos direitos políticos); 4. Ausência do país, sem licença do Congresso, por mais de 15 dias. Estatuto: imunidades e prerrogativas.3 Imunidade formal: só poderá ser processado por crime comum ou de responsabilidade após o juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados. E enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, não se sujeita à prisão. Prerrogativa de foro: só poderá ser processado e julgado pelo STF no caso de crimes comuns, e pelo Senado nos crimes de responsabilidade. Por fim, cabe referir a previsão constante do § 4º do art. 86, o qual estabelece a irresponsabilidade pelas infrações que não se relacionam com o exercício de suas funções. Poder Normativo Autônomo: a EC n. 32/2001 positivou a figura dos decretos autônomos, estabelecendo que compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre: a) a organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção 
de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (art. 84, inciso VI, da Constituição). A doutrina (veja-se Celso Antônio Bandeira de Mello) criticou duramente essa inovação, mas o STF a respaldou4. Poder Regulamentar: previsto no art. 84, IV, da Constituição. O regulamento de execução explicita a lei sem inovar a ordem jurídica, sem criar direitos e obrigações, em face do princípio constitucional da legalidade. Segundo a doutrina, fixa as regras destinadas a colocar em execução os princípios institucionais delimitados e estabelecidos na lei. Poder delegado: a delegação legislativa ao Presidente da República tem seus limites e contornos previstos no art. 68 da Constituição. Segundo Manoel Gonçalves Ferreira Filho, a delegação pode ser retirada pelo Congresso Nacional a qualquer momento. 
PALAVRAS-CHAVE: presidencialismo, parlamentarismo, presidente. 
 3. Constituição, art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. § 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. § 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 4 "Ação direta de inconstitucionalidade. Decreto 4.010, de 12-11-2001. Pagamento de servidores públicos da administração federal. Liberação de recursos. Exigência de prévia autorização do Presidente da República. Os arts. 76 e 84, I, II e VI, a, todos da CF, atribuem ao Presidente da República a posição de chefe supremo da administração pública federal, ao qual estão subordinados os Ministros de Estado. Ausência de ofensa ao princípio da reserva legal, diante da nova redação atribuída ao inciso VI do art. 84 pela EC 32/2001, que permite expressamente ao Presidente da República dispor, por decreto, sobre a organização e o funcionamento da administração federal, quando isso não implicar aumento de despesa ou criação de órgãos públicos, exceções que não se aplicam ao decreto atacado." (ADI 2.564, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 8-10-2003, Plenário, DJ de 6-2-2004.) 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 11 
2.c. Distrito Federal. Territórios Federais. Origens e evolução dos direitos fundamentais. 
 
Distrito Federal: O Distrito Federal foi criado em razão da necessidade de existência de um território neutro, não pertencente a nenhum dos Estados, para a instalação do governo federal. Criado após a Constituição de 1891, sucedeu o denominado “município neutro”, existente na época que o Estado brasileiro era unitário (NOVELINO/ 2010, p. 557). Como ente federativo, possui autonomia organizatória, política, administrativa e de Governo (artigos 1º e 18 da CF), ficando a sede do Governo Federal em Brasília, Capital Federal (art. 18, §1º, da CF). Também é sede do Governo do DF (Lei Orgânica, 6º) 
Natureza jurídica: trata-se de ente federativo, discutindo-se se possui natureza jurídica de Estado, Município ou entidade sui generis (híbrida). Prevalece tratar-se de entidade híbrida, não sendo Estado, nem Município, devendo ser concebido como “unidade federada com autonomia parcialmente 
tutelada”, segundo José Afonso da Silva. Ver STF, ADI 3.756. Isso porque possui as mesmas competências dos Estados e Municípios (art. 32, §1º, CF), mas a competência para legislar sobre a organização, Poder Judiciário, Ministério Público e a Defensoria Pública, polícias civil e militar e corpo de bombeiros é da União (arts. 22, XVII, e 48, IX, CF). Esse aspecto limita o poder de auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração, quando envolvidas essas instituições. Não dispõe de autonomia para a utilização das polícias civil e militar, sujeitando-se aos limites e à forma estatuídos em lei federal. A Procuradoria-Geral do DF obedece a auto-organização (MENDES/ 2008). Ver Súmula 647 STF. 
Auto-organização: através de Lei Orgânica, verdadeira Constituição Distrital, com quorum de 2/3 para aprovação e votação em dois turnos, com interstício mínimo de 10 dias entre eles. É vedada a divisão em Municípios (art. 32), bem como devem ser observados os princípios da CF (Poder Constituinte Decorrente). Autolegislação: mesmas competências Estados e Muncípios (art. 32, §1º, CF), exceto competências atribuídas à União. Autogoverno: Governador DF e Deputados Distritais eleitos diretamente, sem ingerência da União (CF, 32, §§ 2º e 3º). Elege representantes para a Câmara dos Deputados (art. 45, CF) e Senado (art. 46). 
Competência Tributária: instituir e arrecadar impostos estaduais e municipais (artigos 145, 155 e 147, todos da CF). 
Territórios Federais: “O território é definido por Michel TEMER como uma pessoa de direito público, de capacidade administrativa e de nível constitucional, ligada à União, tendo nesta a fonte de seu regime jurídico infraconstitucional” (NOVELINO/2010, p. 560). Não integram a federação, integram a administração descentralizada da União, sem autonomia organizatória e política (legislativa e de governo), mas possuem personalidade jurídica (autarquia), conforme art. 18, §2º, CF. Não existem atualmente no Brasil. Até 1988 existiram Roraima, Amapá e Fernando de Noronha. O primeiro a ser criado foi o do Acre, em 1904, mas não existia previsão na CF de 1891, passando a ser previsto na CF de 1934 e seguintes. Fernando de Noronha foi incorporado aoterritório de Pernambuco e transformado em Distrito Estadual. É possível a criação de territórios através de Lei Complementar (art. 18, §3, CF), devendo ser realizado plebiscito. Podem ser divididos em municípios (art. 33, §1º, CF). Direção por Governador nomeado pelo Presidente da república (art. 84, XIV), após aprovação Senado Federal (art. 84, XIV, CF). Elege número fixo de 04 Deputados Federais, exceção ao princípio proporcional. Se tiver mais de 100.000 habitantes, terá órgãos judiciários de 1ª e 2ª instância, membros do MP e defensores públicos federais (art. 33, §2º, e 21, XIII, CF). Delegação da competência da JF para os juízes locais nessa hipótese (art. 100, parágrafo único). A lei disporá sobre eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa (art. 33, §3º, CF) e o sistema de ensino será organizado pela União (art. 211, §1º, CF) (LENZA/2009, p. 319/321). 
Origens e evolução dos direitos fundamentais: Apesar de inicial inspiração jusnaturalista, costuma-se afirmar serem os direitos fundamentais frutos de longo processo histórico, marcado por avanços e retrocessos, passaram a compor o ordenamento jurídico-positivo, daí por que se pode afirmar a historicidade desses direitos, que têm hoje reconhecido o caráter universal, inalienável, imprescritível e irrenunciável. Dirley da Cunha Júnior salienta que “Costuma-se indicar a doutrina antiga do cristianismo como antecedente básico dos direitos humanos. Isto se deve ao fato ao fato de que homens, por serem criados à imagem e semelhança de Deus, possuem alto valor interno e liberdade própria inerente à sua natureza, encerrando uma ideia de que eles têm direitos que devem ser respeitados por todos e pela sociedade política (…). Daí haverem acentuado as teorias contratualistas, sobretudo nos séculos XVII e XVIII, que os soberanos deveriam exercer a sua autoridade com submissão ao direito natural do homem, derivando dessa concepção a primazia do indivíduo sobre o Estado”. Contribuíram para o surgimento e afirmação dos direitos fundamentais: século XII, Magna Charta Libertatum; Declarações inglesas do século XVII, 
Petition of Rights, de 1628, firmada por Calos I; o Habeas Corpus Act, de 1679, assindo por Calos II, e o Bill 
of rights, de 1969, promulgado pelo Parlamento, sendo a mais importante das declarações inglesas. “Mas 
foi no século XVIII, com a vitória da revolução liberal na França e a independência das colônias 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 12 
inglesas na América do Norte, que nasceram definitivamente os direitos fundamentais, a partir da 
Declaração do Bom Povo da Virgínia de 1776, seguida pela Declaração Francesa dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789. Após essas Declarações, quase todas as Constituições no mundo 
passaram a dispor de uma Declaração de direitos, a começar pela Constituição norte-americana de 
17 de setembro de 1787, em face das suas primeiras dez emendas, promulgadas em 1791”(CUNHA JUNIOR/2011, p. 572/574). Como os direitos fundamentais não surgiram simultaneamente, costuma-se referir a classificação dos direitos fundamentais em quatro gerações ou dimensões (para evitar a ideia de sucessão de direitos). 
Primeira geração/dimensão: consagra direitos fundamentais referentes ao valor liberdade (direitos 
civis e políticos), decorrentes das revoluções liberais (francesa e norte-americana) ocorridas no final do século XVIII, impondo ao Estado, preponderantemente, dever de abstenção (caráter negativo). 
Segunda geração/dimensão: ligados à igualdade material, surgiram a partir da Revolução Industrial (século XX), a partir da luta do proletariado pela conquista de direitos sociais, econômicos e culturais. Dizem respeito à assistência social, saúde, educação, trabalho, lazer, liberdade sindical e direito de greve etc. Necessita de prestações materiais e jurídicas (incluindo garantias institucionais) por parte do Estado, concretizando-se na medida dos recursos financeiros disponíveis (“reserva do possível”), tendo por isso menor concretude que os direitos de primeira geração. São chamados direitos sociais, por reivindicarem justiça social, isto é, igualdade de fato. Terceira geração/dimensão: são ligados ao valor fraternidade (ou solidariedade), visando a atenuar as diferenças entre nações desenvolvidas e subdesenvolvidas, por meio da colaboração de países ricos com os pobres. Paulo BONAVIDES destaca os relacionados ao desenvolvimento (ou progresso), ao meio ambiente, à autodeterminação dos povos, bem como o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade. São direitos transindividuais (titularidade difusa ou coletiva) destinados à proteção do gênero humano. Gilmar Mendes enquadra o direito à paz nessa categoria, ao passo que Paulo Bonavides reviu sua classificação para incluí-lo entre os direitos de quinta geração, sob o argumento de que faz parte da democracia participativa. Quarta 
geração/dimensão: associam-se à pluralidade. Ex: democracia, informação e o pluralismo, introduzidos no âmbito jurídico em razão da globalização política. (NOVELINO/2010, p. 356). 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 13 
3.a. Divisão de poderes. Conceito e objetivos. História. Divisão orgânica de poderes. Divisão 
funcional de poderes. Independência e harmonia entre poderes. Balanceamento entre poderes. O poder político – ou a soberania – do Estado é uno e indivisível. A expressão “divisão (ou separação) de poderes” não indica cisão no poder; denota a dupla ideia organizatória de divisão (a) de 
órgãos e (b) de funções do poder (singular) estatal. Divisão orgânica do poder - estrutura estatal em centros de decisão e ação titularizados por agentes públicos cuja conduta é imputada ao Estado; a divisão 
funcional do poder - atividades a serem desempenhadas pelo Estado. A divisão funcional de poderes remonta a Aristóteles, em “Política”, que identificou três funções básicas exercidas pelo poder político: assembleia-geral, corpo de magistrados e corpo judiciário; hoje equivalentes às funções legislativa, administrativa e jurisdicional. Respectivamente, (a) inovar a ordem jurídica por meio de normas gerais, impessoais e abstratas; (b) atuar concreta e individualizadamente, excetuada a função jurisdicional, por meio das funções de governo e de administração; e (c) resolver conflitos intersubjetivos imparcial e desinteressadamente, com potencial de definitividade. A distinção de funções, que remonta à Antiguidade, prosseguiu durante a Idade Média e a modernidade. Aqui já com Grotius e Puffendorf, Bodin e Locke, antes de Montesquieu. No absolutismo, à especialização funcional não correspondia a independência de órgãos especializados. A par da experiência parlamentarista inglesa, que não correspondia exatamente à uma separação de poderes, foi a obra de Montesquieu, de 1746, que sistematizou a separação orgânica do poder como técnica de salvaguarda da liberdade “dos modernos” (concepção burguesa-liberal). Todo homem que detém o poder tende a dele abusar, e o abuso vai até onde se lhe deparam limites; e apenas o poder contém o poder. Então, a separação orgânica do poder consiste em se atribuir cada uma das funções estatais básicas a um órgão (corpo funcional) distinto, separado e independente dos demais. Combina-se a especialização funcional com a independência orgânica. No liberalismo, a separação de funções entre os órgãos independentes deveria ser bastante rígida, mas mesmo Montesquieu já previa que o constante movimento dos órgãos os compele a atuar em concerto, harmônicos, e as faculdades de estatuir (p.ex., aprovar um projeto de lei) e de impedir (veto presidencial) são prenúncios dos mecanismos de freios e contrapesos desenvolvidos posteriormente. A rígida separação de poderes do liberalismo foi inicialmente inserida nas constituições das ex-colônias inglesas na América, que seguiam a Declaração de Direitosde Virginia, de 1776. Após, constituição dos EUA, art. 16 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão e constituições francesas seguintes, espalhando-se pelo “ocidente”. Benjamin Constant teorizou um quarto poder neutro, que faça com os demais o que o poder judiciário faz com os indivíduos, que seria exercido pelo rei. A 1ª constituição do Brasil criou o “poder moderador” do Imperador; porém, distorceu a teoria ao atribui-lo também o executivo (para Constant, o poder neutro não poderia jamais coincidir com um dos demais), assim foi até surgir o parlamentarismo em 1846. Com o declínio do liberalismo e a ascensão do Estado Social, a rígida separação dos poderes tornou-se “um desses pontos mortos do pensamento político, incompatível com as formas mais adiantadas do processo democrático contemporâneo” (Bonavides, 2000) (a democracia efetivamente só surgiu no século XX com o sufrágio universal). No estado atual, há uma divisão de funções 
do poder, de forma não exclusiva (não-incomunicável), entre órgãos relativamente independentes entre si, 
que devem atuar em cooperação, harmonia e equilíbrio. Independência: não-subordinação de um órgão aos demais e autonomia para exercer por si próprio suas funções. Cada órgão tem funções típicas (que lhe caracterizam; eventualmente podem constituir controle sobre os demais, p.ex., judicial review) e atípicas (para que sejam independentes, p.ex., autoadministração; e para controlar os demais órgãos). A separação vai ao nível pessoal, de maneira a impedir quaisquer “uniões pessoais” dos órgãos, razão porque há regras de incompatibilidade que impedem que uma pessoa possa titularizar órgãos reciprocamente independentes. Harmonia: respeito aos demais e às suas funções, e aos mecanismos de balanceamento (freios e contrapesos). Estes são instrumentos de interdependência e de controle recíproco entre os órgãos, pelos quais (a) cada um interfere diretamente em aspectos do outro órgão; ou (b) cada um exerce funções que seriam típicas dos demais, mas que lhe são conferidas como atípicas. Justeza funcional: atribui-se a cada órgão as funções que ele pode desempenhar de maneira mais adequada. Núcleo essencial: a interpenetração das funções entre os órgãos é limitada pelo núcleo duro essencial; porém, quem estabelece esse desenho é a própria constituição, que em seu texto originário é que define o que é o núcleo. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 14 
3.b. Poder Judiciário: organização e competência. Normas constitucionais respeitantes à 
magistratura. Lei de Organização da Magistratura Nacional - LOMAN. Tem por função típica o exercício da jurisdição, bem como funções atípicas de natureza legislativa (art. 96, I, CF) e administrativa (art. 96, I, b, c e d, CF). O Poder Judiciário é uno e indivisível, tendo caráter nacional. Seus órgãos estão elencados no artigo 92 da CF: STF, CNJ, STJ, Tribunais e Juízes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares. São órgãos de superposição o STF, STJ e Tribunais Superiores da União. CNJ: Apesar do CNJ integrar a estrutura do Poder Judiciário Nacional, não dispõe de função jurisdicional. Foi criado pela EC n. 45/04 (Reforma do Judiciário), que o incluiu no art. 92 e especificou competências no art. 103-B. Cuida-se de órgão administrativo de controle da atuação administrativa, financeira e disciplinar do Poder Judiciário, exceto STF, e de correição acerca do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Não pode interferir na independência funcional dos membros e órgãos do Poder Judiciário, nem na autonomia administrativa e financeira. Podem ser ser conferidas outras atribuições pelo Estatuto da Magistratura (art. 103-B, §4º, CF). Não possui competência sobre o STF, que, na condição de órgão máximo do Judiciário, tem preeminência sobre o CNJ, cujos atos e decisões estão sujeitos a seu controle jurisdicional (art. 102, I, r, e art. 103-B, §4º, CF). É composto por 15 membros, sendo 09 magistrados, 02 membros do MP, 02 advogados e 02 cidadãos (art. 103-B, CF). O STF decidiu que a instituição do CNJ é constitucional, não ferindo o princípio da separação dos poderes (cláusula pétrea), pois se trata de órgão de natureza exclusivamente administrativa. Na mesma oportunidade, decidiu que Estados-membros não possuem competência constitucional para instituir, como órgão interno ou externo, conselho destinado ao controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça (ver ADI 3.367). STF: Órgão de cúpula do Poder Judiciário, cuja principal função é garantir a supremacia da Constituição, com competência adstrita a matérias constitucionais. A CF/88 e a EC 45/04 operaram inovações na jurisdição constitucional. É o intérprete maior da Constituição, mas “(...) não é um Tribunal Constitucional, seja porque a Constituição não lhe reservou essa natureza, seja porque integra o Poder Judiciário, sendo em muitos casos órgão recursal” (CUNHA JUNIOR/2011, p. 1092). Possui competência originária (art. 102, I, CF), recursal ordinária (art. 102, II, CF) e recursal extraordinária (art. 102, III, CF). Esse rol de competências é exaustivo, não podendo ser ampliado por norma infraconstitucional. A EC 45/04 passou a exigir demonstração de repercussão geral das questões constitucionais discutidas como requisito intrínseco de admissibilidade recursal do RE, julgando apenas questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que transcendam os interesses subjetivos da causa. A mesma EC introduziu a possibilidade de edição de enunciado de súmula com efeito vinculante (art. 103-A, CF), regulamentado pela Lei n. 11.417/06). O STF tem competência, ainda, para apreciar a Reclamação Constitucional, que teve origem na jurisprudência a partir da teoria dos poderes implícitos (implied 
powers), tendo sido incorporada ao Regimento Interno do tribunal em 1957 (ver art. 102, I, CF). 
Obs.: STF: organização e competência são tratados no ponto 5.b. STJ: compete-lhe uniformizar a interpretação da lei federal e garantir sua observância e aplicação. Foi criado pela atual CF para compreender a competência do ex-TFR e parte da competência do STF. Possui competência originária (art. 105, I), recursal (105, II) e especial (105, III). Anote-se a competência para julgar o incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal, nos termos do artigo 109, §5º, CF. 
Obs.: STJ: organização e competência são tratados no ponto 8.b. Tribunais e Juízes Federais: artigos 108 e 109 da CF. Ver Súmula 428 do STJ: compete ao tribunal regional federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária. 
Obs. Justiça Comum Federal: organização e competência são tratados no ponto 7.c. Justiça do Trabalho: Trata-se de Justiça especializada em razão da matéria, portanto com competência taxativamente prevista na Constituição. Prevista pela Carta de 1934 e efetivamente instalada em 01/05/1941, como órgão do Poder Executivo ligado ao Ministério do Trabalho. Passou a ter os contornos hoje consagrados a partir da Constituição Federal de 1946, que a colocou como órgão do Poder Judiciário. A CF/88 estruturou a Justiça do trabalho com os seguintes órgãos: 1) TST; 2) TRT's; 3) Juntas de Conciliação e Julgamento. Com o advento da EC 24/99, as Juntas de Conciliação e Julgamento foram substituídas por Juízes do Trabalho, os quais exercem sua jurisdição nas Varas do Trabalho (CF, art. 116). As Varas do Trabalho são criadas por lei, podendo ser atribuída jurisdição aos Juízes de Direito nas comarcas não abrangidas por elas, mas o recurso será para o TRT respectivo. Tribunal Superior do Trabalho A composição da Justiça do Trabalho foi alterada pela EC 24 de 9/12/99, que eliminou a representação classista e substituiu as Juntas de Conciliação e Julgamento por Varas do Trabalho. 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICAGI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 15 
Os juízes dos TRT's não são mais indicados em lista tríplice, contentando-se o inciso II do novo art. 111-A da CF que eles sejam indicados pelo próprio TST, sem exigir formação de lista tríplice.; Tribunais Regionais do Trabalho Juizes do Trabalho A lei instituirá as Varas do Trabalho, podendo, nas comarcas onde não forem instituídas, atribuir sua jurisdição aos juizes de direito. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. Observação: O art 2º da Emenda Constitucional nº 24, de 9.12.99 assegura o cumprimento dos mandatos dos atuais ministros classistas temporários do Tribunal Superior do Trabalho e dos atuais juízes classistas temporários dos Tribunais Regionais do Trabalho e das Juntas de Conciliação e Julgamento. Competência da Justiça do Trabalho: Compete à Justiça do Trabalho o processo e julgamento de ações decorrentes de relação de trabalho entendida esta como toda aquela submetida ao regime jurídico celetista. Na ADI n. 3.395, o STF deu interpretação conforme ao artigo 114, I, da CF, com a redação dada pela EC 45/04, para suspender toda e qualquer interpretação dada ao inciso, que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas que sejam instauradas entre o Estado e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. Da mesma foram, excluem-se contratos de prestação de serviço regidos pelo CDC ou CC. Importante observar o disposto no §3º do artigo 1114, no sentido de que em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. A EC 45/04 incluiu na competência da Justiça do Trabalho julgar as ações que versem sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores, não mais se aplicando a Orientação Jurisprudencial n. 04, da Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TST, que tinha a seguinte redação: “A disputa intersindical pela representatividade de certa categoria refoge ao âmbito da competência material da Justiça do Trabalho”. A partir da emenda, a competência abrange ações entre sindicato de categoria econômica e a empresa por ele representada, desde que decorrentes de relação de trabalho (regime celetista). Acresceu a competência do trabalho para julgar mandados de segurança quando envolver relação de trabalho, independente de quem seja a autoridade coatora. Antes o STJ entendia que a competência para o julgamento de mandado de segurança se verificava em razão da autoridade coatora, e não da matéria veiculada, o que restou alterado pela EC 45/04. A citada emenda também acrescentou a competência da Justiça do Trabalho para julgar habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição. No caso do habeas corpus, a hipótese mais comum é a de ordem de prisão do depositário infiel, já que falta à Justiça do Trabalho competência criminal. Antes da EC o STF e STF entendiam que o habeas corpus, por ter natureza criminal, ainda que impetrado em face de decisão proferida por juiz do trabalho em execução de sentença, em ação de natureza civil. Merece destaque a Súmula Vinculante n. 22: “A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da EC N. 45/04”. A Justiça do Trabalho também passou a ser competente para julgar as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Antes da EC 45 essa competência era atribuída aos Juízes Federais, que julgavam as ações propostas em face de autuações lavradas pelos fiscais do trabalho, por violação da legislação trabalhista pelo empregador. Importante ressaltar, também, a competência da Justiça do Trabalho para a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, “a”, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir. Essa competência foi conferida pela EC 20/98 – antes exercida pela Justiça Federal -, passando os juízes do trabalho a executar as contribuições sociais devidas pelo empregador e incidentes sobre a folha de salário de seus empregados e as contribuições sociais devidas pelo empregado, quando decorrentes das sentenças que proferirem. Não será competente no caso de acordo extrajudicial não homologado em juízo. Se houver homologação, sim (STJ, CC n. 41233/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 29.11.2004). Justiça Eleitoral: São órgãos da Justiça Eleitoral: o Tribunal Superior Eleitoral; os Tribunais Regionais Eleitorais; os Juizes Eleitorais e as Juntas Eleitorais. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juizes de direito e das juntas eleitorais. Tribunal Superior Eleitoral O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: 
DIREITO CONSTITUCIONAL E METODOLOGIA JURÍDICA 
GI | Direito Constitucional e Metodologia | Sumário | Índice Página 16 
* mediante eleição, pelo voto secreto de seus próprios membros: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; * por nomeação do Presidente da Republica, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal, sem participação da OAB. O Tribunal Superior Eleitoral elegera seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas-corpus ou mandado de segurança, que se sujeitam a recurso extraordinário e ordinário para o STF, respectivamente. Tribunais Regionais Eleitorais Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. Compor-se-ão mediante eleição, pelo voto secreto, de dois juizes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça e de dois juizes, dentre juizes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo. Alem disso, por nomeação, pelo Presidente da Republica, de dois juizes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os desembargadores. Os juizes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no minimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em numero igual para cada categoria. Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: a) forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; b) ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; c) versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; d) anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais ou e) denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas-data ou mandado de injunção. Obs.: O MP não participa da composição dos tribunais eleitorais. Justiça Militar: A Justiça Militar se compõe do Superior Tribunal Militar, os Tribunais e Juizes Militares instituídos por lei, que disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze

Outros materiais